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Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – Unijuí Departamento de Estudos Agrários – DEAG Curso de Medicina Veterinária Microbiologia Veterinária Reprodução bacteriana, esporulação, fases do crescimento e controle do crescimento bacteriano (métodos químicos e físicos) Felipe Libardoni Reprodução bacteriana Conceito Crescimento Aumento do protoplasma celular pela síntese de ácidos nucléicos, proteínas, polissacarídeos, lipídios e absorção de água e eletrólitos. Multiplicação Resposta necessária à pressão de crescimento Reprodução bacteriana A reprodução das bactérias ocorre de duas formas Assexuada e “sexuada” A reprodução mais comum nas bactérias é a assexuada Bipartição Divisão bacteriana É considerado o aumento do número de indivíduos e não do tamanho celular 1. Brotamento < nº de bactérias (forma um broto que quando atinge o tamanho da célula parental se separa) 2. Fissão binária ou Bipartição Alongamento da célula e a replicação do DNA cromossomal Início da invaginação da parede celular e da membrana plasmática Encontro das duas seções da parede celular Produção de duas células individuais idênticas à célula mãe Divisão bacteriana Divisão bacteriana Divisão bacteriana Cocos Em qualquer direção Bacilos e espirilos No sentido transversal Reprodução “sexuada” Considera-se qualquer processo de transferência de fragmentos de DNA de uma célula para outra Depois de transferido, o DNA da bactéria doadora se recombina com o da receptora Origina cromossomos com novas misturas de genes (recombinados) Transmitidos às células-filhas quando a bactéria se dividir. A transferência de DNA pode ocorrer de três maneiras Transformação Transdução Conjugação Reprodução “sexuada” Transformação Envolve um processo no qual o DNA de uma célula doadora livre no meio é tomado por uma segunda (receptora) Resultando em alterações genotípicas Reprodução “sexuada” Transformação Reprodução “sexuada” Transformação Reprodução “sexuada” Transdução Mediador Vírus Bacteriófagos ou Fagos Vír us – f o r m as BACTERIÓFAGOS Capsídeo (cabeça) DNA Pescoço Colar Bainha Fibra da cauda Placa basal Reprodução “sexuada” Transdução Transferência de DNA entre uma célula doadora para uma receptora Vírus que infecta bactéria (Bacteriófago ou Fago) Reprodução “sexuada” Transdução Fago podem eventualmente incluir pedaços de DNA da bactéria que lhes serviu de hospedeira Ao infectar outra bactéria, o vírus que leva o DNA bacteriano o transfere junto com o seu Se a bactéria sobreviver à infecção viral, pode passar a incluir os genes de outra bactéria em seu genoma Reprodução “sexuada” Transdução Reprodução “sexuada” Transdução Reprodução “sexuada” Transdução Reprodução “sexuada” Conjugação Conceito Habilidade das células bacterianas em transferir DNA por contato físico Forma mais comum e promíscua Ocorre entre a mesma espécie e entre espécies não relacionadas Reprodução “sexuada” Conjugação Condições básicas Células doadoras devem carrear ao menos um único plasmídeo que contenha um grupo que possibilite a conjugação Designados de plasmídeos sexuais ou fertilidade Células macho ou F+ ► que contêm o plasmídeo sexual Células fêmeas ou F- ► perda ou inexistência Síntese de pili proteicos especiais longos, finos e tubulares Reprodução “sexuada” Conjugação Condições básicas Formação da ponte conjugativa Permite continuidade do conteúdo citoplasmático entre as células Clivagem da fita de DNA do doador F+ em um único sítio ► enzima especial ► Fita de DNA recém-sintetizada ► Passagem através da ponte conjugativa ► Célula receptora F-► Recombinação genética Reprodução “sexuada” Conjugação Pedaços de DNA passam diretamente de uma bactéria doadora, o "macho", para uma receptora, a "fêmea“ Tubo proteico microscópico Pili sexual DNA transferido se recombina com o cromossomo da bactéria "fêmea“ Novas misturas genéticas Transmitidas às “células-filhas” na próxima divisão celular Reprodução “sexuada” Conjugação Reprodução “sexuada” Conjugação Transferência do gene da pili Reprodução “sexuada” Conjugação Reprodução “sexuada” Conjugação Reprodução “sexuada” Transformação Uma célula absorve DNA livre do meio externo, integrado em seu cromossomo e expressa os produtos codificados Transdução Um vírus serve de transmissor do material genético de um organismo para outro. Neste exemplo, o organismo é uma bactéria, e o vírus um bacteriófago Conjugação bacteriana O material genético é trocado entre células F+ e F- Reprodução “sexuada” Esporulação Quem? Algumas espécies de bactérias originam, sob certas condições ambientais, estruturas resistentes denominadas esporos A célula que origina o esporo se desidrata, forma uma parede grossa e sua atividade metabólica torna-se muito reduzida Certos esporos são capazes de se manter em estado de dormência por dezenas de anos Ao encontrar um ambiente adequado, o esporo se reidrata e origina uma bactéria ativa, que passa a se reproduzir por bipartição Esporo Células especializadas de repouso Altamente resistentes à dessecação, ao calor e agentes químicos Resistência ocorre devido ao ácido dipicolínico Produção de uma única célula vegetativa Exosporium Proteínas (52%), polissacáridos neutros (20%), lipídeos (18%) e cinzas (4%) Esporulação Processo de formação Esporulação ou esporogênese Formação de esporos dentro de uma célula mãe Germinação Ativada pela lesão física ou química ao revestimento do esporo com liberação de enzimas e rompimento das camadas externas com entrada de água Remomeça o metabolismo Esporulação Início: quando há limitação nutricional O septo do esporo começa a isolar o DNA recém duplicado e uma pequena porção de citoplasma. O septo do esporo circunda a porção isolada formando um pré-esporo. A camada de peptidioglicano se forma entre as membranas. Forma-se o revestimento do esporo. O esporo é liberado. Esporulação Esporulação Crescimento bacteriano Fases do crescimento Controle do crescimento Métodos químicos Métodos físicos Crescimento bacteriano Fases do crescimento Controle do crescimento Métodos químicos Métodos físicos Fases do crescimento Fatores que determinam o crescimento bacteriano Alimento Temperatura Umidade Oxigênio pH Fases do crescimento Tempo de geração É o tempo necessário para uma célula se dividir (e sua população dobrar de tamanho) Varia de acordo com o organismo Depende das condições ambientais (nutricionais, temperatura, etc) Maioria das bactérias: 1 – 3 h Fases do crescimento Aumento do nº de células Continuidade da geração (genes) Fases do crescimento Curva de Crescimento Demonstra o crescimento das células durante um período de tempo É obtida quando se realiza a contagem da população em intervalos de tempo após o inóculo de um número pequeno de bactérias em meio líquido Fases da Curva de Crescimento 1- Fase Lag (latência) 2- Fase Log (crescimento exponencial) 3- Fase Estacionária 4- Fase de Declínio Fases do crescimento x.10yUFC/mL Fases do crescimento Fases do crescimento Fases do crescimento A – lag Ocorre quando as células são transferidas de um meio para outro ou de um ambiente para outro Fase de ajuste: representa o período necessário para adaptação das células ao novo ambiente Células aumentam no volume total em quase duas ou quatro vezes, mas não se dividem Síntese de DNA, novas proteínas e enzimas, que são um pré-requisito para divisão Fases do crescimento Fases do crescimento B – log – Exponencial Divisão das células a uma taxa geométrica constante até atingir um máximo de crescimento Os componentes celulares como RNA, proteínas, peso seco e polímeros da parede celular estão também aumentando a uma taxa constante São muito menores em diâmetro e mais sensíveis que as células na fase Lag (dividindo a uma taxa máxima) Chega ao final devido à depleção de nutrientes essenciais, diminuição de oxigênio em cultura aeróbica ou acúmulo de produtos tóxicos Fases do crescimento Fases do crescimento C – estacionária Rápido decréscimo na taxa de divisão celular Número total de células em divisão será igual ao número de células mortas, resultando na verdadeira população celular estacionária A energia necessária para manter as células na fase estacionária é denominada energia de manutenção e é obtida a partir da degradação de produtos de armazenamento celular, ou seja, glicogênio, amido e lipídios Fases do crescimento Fases do crescimento D – Declínio – Morte Condições se tornam fortemente impróprias para o crescimento Células se reproduzem mais lentamente Células mortas aumentam em números elevados Taxa de morte maior que a de reprodução Meio se encontra deficiente em nutrientes e rico em toxinas produzidas pelos próprios microrganismos Fases do crescimento Fases do crescimento Métodos para Quantificar Diretamente o Crescimento Microbiano Métodos para Quantificar Diretamente o Crescimento Microbiano Contagem em placas Filtração Contagem direta ao microscópio Métodos para Quantificar Diretamente o Crescimento Microbiano Contagem em placas Filtração Contagem direta ao microscópio Métodos para Quantificar Diretamente o Crescimento Microbiano Contagem em placa Técnica mais utilizada na determinação de uma população bacteriana Vantagem: células viáveis são quantificadas Desvantagem: 24 horas Unidades Formadoras de Colônias (UFC) Diluição seriada Método de espalhamento em placa e pour plate Métodos para Quantificar Diretamente o Crescimento Microbiano Contagem em placa Diluição seriada Métodos para Quantificar Diretamente o Crescimento Microbiano Contagem em placa Espalhamento em placa Pour plate Métodos para Quantificar Diretamente o Crescimento Microbiano Contagem em placa Diluição seriada Cálculo Diluição seriada Método de espalhamento em placa nº de colônias na placa x índice de diluição da amostra = nº de bactérias/mL Métodos para Quantificar Diretamente o Crescimento Microbiano Contagem em placa Diluição seriada Cálculo Métodos para Quantificar Diretamente o Crescimento Microbiano Contagem em placas Filtração Contagem direta ao microscópio Métodos para Quantificar Diretamente o Crescimento Microbiano Filtração < nº de bactérias = pode ser utilizado o método de filtração para a sua contagem Concentração de bactérias sobre a superfície de uma membrana de filtro de poros muito pequenos após a passagem de um volume (0,22µm ou 0,45µm) Filtro posteriormente transferido para uma placa de petri contendo meio sólido Métodos para Quantificar Diretamente o Crescimento Microbiano Filtração Métodos para Quantificar Diretamente o Crescimento Microbiano Contagem em placas Filtração Contagem direta ao microscópio Métodos para Quantificar Diretamente o Crescimento Microbiano Contagem direta ao microscópio Um volume conhecido de suspensão bacteriana é colocado em uma área definida da lâmina de microscópio Amostra pode ser corada ou analisada a fresco Utilizam câmaras de contagem (Petroff-Hausser) Desvantagens Não separa células mortas e vivas Pode haver erros de contagem Difícil contagem para bactérias móveis Métodos para Quantificar Diretamente o Crescimento Microbiano Contagem direta ao microscópio Câmara de contagem Petroff-Hausser Métodos Indiretos para Contagem do Número de Bactérias Turbidimetria Atividade Metabólica Peso seco Métodos Indiretos para Contagem do Número de Bactérias Turbidimetria Atividade Metabólica Peso seco Métodos Indiretos para Contagem do Número de Bactérias Turbidimetria Monitoramento do crescimento bacteriano através da turbidez Espectrofotômetro Atividade metabólica Quantidade de um certo produto (como ácido ou CO2) é diretamente proporcional ao número de células bacterianas Métodos Indiretos para Contagem do Número de Bactérias Turbidimetria Métodos Indiretos para Contagem do Número de Bactérias Turbidimetria Atividade Metabólica Peso seco Métodos Indiretos para Contagem do Número de Bactérias Peso seco Principalmente para fungos filamentosos Fungo é removido do meio por filtração Seco em dessecador Posterior pesagem Crescimento bacteriano Fases do crescimento Controle do crescimento Métodos químicos Métodos físicos Crescimento bacteriano Fases do crescimento Controle do crescimento Métodos químicos Métodos físicos Controle do crescimento microbiano Conceitos Esterilização É a destruição de todas as formas de vida microbiana, incluindo esporos Esterilização comercial É o tratamento de calor suficiente para matar os esporos do Clostridium botulinum nos alimentos enlatados. Desinfecção É a destruição dos patógenos vegetativos em superfícies “inertes” Anti-sepsia É a destruição dos patógenos vegetativos em tecido vivo Controle do crescimento microbiano Conceitos Degerminação É a remoção dos microrganismos de uma área limitada Sanitização É o tratamento destinado a reduzir as contagens microbianas nos utensílios alimentares até níveis seguros. Inibição Limitação do crescimento Bacteriostático Inibição do crescimento Bactericida Morte ou destruição Controle do crescimento microbiano Químicos Físicos Calor Filtração Frio Ressecamento Pressão osmótica Radiação Controle do crescimento microbiano Químicos Físicos Calor Filtração Frio Ressecamento Pressão osmótica Radiação Controle do crescimento microbiano Calor Calor úmido Fervura ou fluxo de vapor Ação: Desnaturação das proteínas Mata os patógenos bacterianos vegetativos e fungos, e quase todos os vírus, dentro de 10 minutos e é menos efetivo em esporos É utilizado para esterilizar pratos, pias jarras e equipamentos variados Controle do crescimento microbiano Calor Calor úmido Autoclave Ação: Desnaturação de proteínas Todas as células vegetativas e seus esporos são mortos em cerca de 15 minutos quando são submetidos a 15 psi de pressão (121ºC) É utilizado para meios microbiológicos, soluções, forros, utensílios, curativos, equipamentos e outros itens que podem suportar temperatura e pressão Controle do crescimento microbiano Calor Calor úmido Autoclave Controle do crescimento microbiano Calor Calor úmido Pasteurização Ação: Desnaturação de proteínas É utilizado no leite, creme e certas bebidas alcoólicas Controle do crescimento microbiano Calor Calor úmido Pasteurização Lenta (LTLT Low Temperature Long Time) 63 - 65ºC durante 30 minutos Agitação constante em equipamento Rápida (HTST High Temperature Short Time) 72 - 75ºC durante 15 – 20 segundos Fluxo contínuo Controle do crescimento microbiano Calor Calor úmido Esterilização Longa vida (UHT) 2 a 4 segundos, a uma temperatura de 130 - 150ºC Fluxo contínuo Imediatamente resfriado a uma temperatura inferior a 32ºC Controle do crescimento microbiano Calor Calor seco Chama direta Ação: Efeito de oxidação, queimando os contaminantes até se tornarem cinzas. Utilizados em alças de inoculação Incineração Ação: Efeito de oxidação, queimando os contaminantes até se tornarem cinzas Copos de papel, curativos contaminados, carcaças de animais, sacos e panos de limpeza Controle do crescimento microbiano Calor Calor seco Esterilização com ar quente Ação: Efeito de oxidação Necessita de temperaturas de 170ºC durante 2h É utilizado para vidros vazios, instrumentos, agulhas e seringas de vidro Controle do crescimento microbiano Calor Mecanismo de ação e eficiência do calor Tanto no calor seco quanto no calor úmido, o mecanismo de esterilização envolve a desnaturação e oxidação das proteínas Indicadores de esterilização Uréia – 121ºC Ácido-Benzóico- 123ºC Bacillus stearotermophilus Bacillus subtillis Controle do crescimento microbiano Químicos Físicos Calor Filtração Frio Ressecamento Pressão osmótica Radiação Controle do crescimento microbiano Filtração Ação Separação das bactérias do líquido de suspensão Ocorre a passagem de um líquido ou gás através de um material semelhante a uma tela que aprisiona os microrganismos É utilizado para esterilizar líquidos como toxinas, vacinas, enzimas e soluções antibióticas que são destruídos pelo calor Controle do crescimento microbiano Filtração Controle do crescimento microbiano Químicos Físicos Calor Filtração Frio Ressecamento Pressão osmótica Radiação Controle do crescimento microbiano Frio Refrigeração Ação: Redução das reações químicas e possíveis alterações nas proteínas Tem efeito bacteriostático É utilizado para a conservação dos alimentos, drogas e culturas Controle do crescimento microbiano Frio Congelamento profundo Ação: Redução das reações químicas e possíveis alterações nas proteínas É efetivo para conservar culturas microbianas, com congelamento rápido a -50 e -95ºC É utilizado para conservação de alimentos, drogas e culturas Controle do crescimento microbiano Frio Liofilização Ação: Redução das reações químicas e possíveis alterações de proteínas É efetivo para conservação prolongada de culturas microbianas, onde a água é removida por alto vácuo em baixa temperatura Conservação dos alimentos, drogas e culturas Controle do crescimento microbiano Químicos Físicos Calor Filtração Frio Ressecamento Pressão osmótica Radiação Controle do crescimento microbiano Ressecamento Envolve a remoção de água dos microrganismos Ação: Interrupção do metabolismo Tem efeito bacteriostático É utilizado na conservação de alimentos Controle do crescimento microbiano Químicos Físicos Calor Filtração Frio Ressecamento Pressão osmótica Radiação Controle do crescimento microbiano Pressão osmótica Ação: plasmólise Resulta na perda de água das células microbianas É utilizado na conservação dos alimentos Feridas Controle do crescimento microbiano Químicos Físicos Calor Filtração Frio Ressecamento Pressão osmótica Radiação Controle do crescimento microbiano Radiação Ionizante Ação: Destruição do DNA por raios gama e feixe de elétrons de alta energia Altera a carga elétrica do material irradiado por deslocamento de elétrons Método não utilizado na esterilização de rotina Usado para esterilizar produtos farmacêuticos e suprimentos médicos e dentários Controle do crescimento microbiano Radiação Não ionizante Ação: Lesão ao DNA (mutação gênica- dímeros de Timina) pela luz ultravioleta com lâmpada UV É uma radiação não muito penetrante É utilizado para controle de ambiente fechado
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