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SISTEMA IMUNOLÓGICO CONSTITUIÇÃO Moléculas – Solúveis (Ac, proteínas Sist. Complemento, citocinas, lisozima) – Membrana (receptores, sinalizadores, marcadores fenotípicos) Células – Leucócitos (eosinófilos, neutrófilos, basófilo/mastócito, monócito/macrófago, linfócitos B e T (CD4 e CD8, células dendríticas e células NK) Órgãos Linfóides – Primários – produzem e/ou maturam as células sanguíneas (Medula Óssea e Timo) – Secundários – ocorre a resposta (Baço, linfonodos, MALT [BALT e GALT] e Cutâneo) Vias de Recirculação – sanguínea e linfática FUNÇÕES Proteção e defesa contra agentes infecciosos e seus produtos tóxicos; Vigilância contra tumores; Homeostase (junto com os sistemas endócrino e nervoso). MODO DE AÇÃO Ocorre por 2 grupos de mecanismos de proteção e defesa realizados por células e moléculas: IMUNIDADE INATA / NATURAL IMUNIDADE ADQUIRIDA / ADAPTATIVA Nasce com o indivíduo e promove a 1ª linha de defesa Leva algum tempo para se estabelecer Inespecífica Específica Não guarda memória Gera memória Não depende de contato prévio com o agente Depende de contato prévio com o agente Mecanismos Celulares: fagocitose (monócito/macrófago e neutrófilos), células NK, eosinófilos, células dendríticas Mecanismos Celulares: Linfócitos T auxiliares e citotóxicos Mecanismos Humorais: Lisozima (líquidos biológicos), proteínas Sist. Compl., IFN antivirais, citocinas Mecanismos Humorais: Ac (produzidos pelos linfócitos B) e citocinas Função: impedir a entrada do agente, destruí-lo, matá-lo e eliminá-lo Função: estabelecer proteção específica e prolongada para o agente infeccioso IMUNIDADE INATA Barreiras Naturais Pele Queratinócitos – barreira física Sebo e suor – impermeabilização da pele (barreira física e química) e pH ácido (barreira química) Pêlos que retêm partículas na superfície – barreira física Lisozima – barreira química (desintegra a parede celular de bactérias) Microbiota normal – barreira biológica (impede que outros microrganismos se estabeleçam) Mucosas Muco – consistência viscosa e de fluxo contínuo (barreira física e química) Lisozima – barreira química Microbiota – barreira biológica TR a + b + c Epitélio ciliado (batimento) – barreira física Reflexos – tossir, espirrar e engolir – barreira física TGI a + b + c Meio ácido (estômago) – barreira química Mudança brusca pH (do estômago p/ intestino) – barreira química Enzimas digestivas – barreira química Movimentos peristálticos – barreira física Microbiota residente – barreira biológica (é a mais importante do corpo) TGU a + b + c Jato urinário – barreira física (força do jato é importante para impedir entrada de agentes) pH urina – barreira química No homem – substâncias microbicidas no esperma Na mulher – microbiota vaginal (meio ácido) Conjuntiva Ocular (não há presença de muco e microbiota) Reflexo piscar – barreira física Lágrima – barreira física e química Lisozima – em alta [ ] na lágrima, confere proteção devido a falta de microbiota Ouvido Formato anatômico – defesa física Cêra/cerumem – consistência e substâncias microbicidas – defesa física e química Reação Inflamatória Não é um mecanismo de defesa. É um mecanismo de reparo tecidual. Corresponde a uma série de eventos em resposta a um estímulo lesivo (físico, químico ou biológico). No processo envolvidos os mecanismos da 1ª linha de defesa do organismo: o Sistema Complemento e a fagocitose, os quais são de extrema importância pois são responsáveis pelo controle de 90% das infecções. 4 sintomas clássicos: Rubor, calor, edema e dor Etapas: Estímulo lesivo (Físico, Químico, Biológico) Liberação de mediadores farmacológicos vasoativos (Histamina) Vasoconstricção fugaz Vasodilatação Abertura dos esfíncteres pré-capilares Aumento do fluxo sanguíneo: rubor e calor Aumento da permeabilidade capilar Vazamento de íons e proteínas Sist. Complemento, Coagulação, Fibrinólise e Cininas Vazamento de água Acúmulo de líquido nos tecidos: edema ou inchaço Ação de mediadores e compressão das terminações nervosas: dor Hemoconcentração Inversão na posição de leucócitos e hemácias “Rolling” dos leucócitos Marginação e aderência dos leucócitos Diapedese, migração transendotelial Chegada ao tecido Fagocitose Lise pelo Sistema Complemento Sistema Complemento é um conjunto de aproximadamente 30 proteínas sintetizadas pelo fígado localizadas no soro na forma inativa. Quando ocorre um estímulo lesivo, estas proteínas são ativadas em forma de cascata e desempenham as seguintes funções: Mantém a liberação da histamina durante o processo de inflamação (anafilatoxina); Marca os fragmentos que devem ser fagocitados pelos macrófagos (opsonina); Envia sinais quimiotáticos aos leucócitos para que cheguem ao local da lesão (quimiotaxia). É o 1º mecanismo de defesa e morte a agentes que sejam susceptíveis à lise pelas proteínas. Os agentes que não podem ser lisados são opsonizados e fagocitados pelos macrófagos. Via alternativa Imunidade Via das lectinas Inata Via clássica - Imunidade Específica (depende da presença de Acs) Proteínas: C1, C2, C3, C4, C5, C6, C7, C8, C9 e outras (B, D, P, etc). A ativação ocorre em 2 etapas: 1ª – Proteolítica – clivagem de proteínas, fragmentos com atividades biológicas. A clivagem de cada proteína gera 2 fragmentos: a (menor) e b (maior): C3a – Anafilatoxinas C3 C3b – Opsonina C4a – Anafilatoxinas C4 C4b C5a – Anafilatoxinas e atividade quimiotática C5 C5b – inicia fase de polimerização Anafilatoxinas = difundem-se do local da lesão para alcançar os mastócitos e sinalizar para que continuem a liberar histamina, mantendo a vasodilatação. Quimiotaxia = atrai e orienta os leucócitos para o local da lesão. Opsonina = liga-se às estruturas que devem ser fagocitadas, facilitando/melhorando a atividade dos macrófagos. 2ª – Polimerização – formação de poros em membranas biológicas. Ao ocorrer a clivagem da C5 (gerando C5a e C5b), o fragmento C5b se liga à superfície das células danificadas e as outras proteínas se associam a ele na sequência: C6, C7, C8 e várias C9. Forma-se então o Complexo de Ataque à Membrana (MAC), que é um poro. Serão formados vários poros e a célula será levada à morte por lise osmótica. O MAC só se forma em células ou estruturas que possuam membrana celular. Agentes que podem ser lisados pelo Sist. Complemento: Vírus envelopados, bactérias G-, protozoários em forma vegetativa, e alguns helmintos com a cutícula delicada (cercária). Os agentes que o Sist. Complemento não consegue matar, ele opsoniza para que sejam mortos por fagocitose. Fagocitose É o 2º mecanismo de defesa do sistema imune, com a função de digerir agentes infecciosos microscópicos. Este processo é possível graças aos receptores presentes nas superfícies das células, permitindo a interação ligante-receptor, à emissão dos pseudópodes e à formação do fagossomo que se funde com o lisossomo (fagolisossomo). Fagócitos: Neutrófilos – células de vida curta Fagócitos Monócitos/Macrófagos – células de vida longa profissionais Eosinófilos – não são profissionais, mas se for necessário, faz a função. Sua principal função é matar helmintos. Etapas: Interação ligante-receptor – 3 classes de receptores: Receptor Promíscuo, Toll-like receptor (TLR) ou receptor de reconhecimento de padrões (resíduos de açúcar) – liga-se a vários receptores diferentes. São necessários, mas não são suficientes, por isso ocorre opsonização. Receptor para C3b (C3b) Receptor para a porção Fc de IgG e IgA – fagocitose ocorre mais rápido com a presença de Ac. Emissão de pseudópodes “Zippering” – conclusão da ligação entre ligante e receptor (fechamento do zíper) Formação do fagossomo e Burst Respiratório – morte do agente pelos radicais tóxicos de O2 e N2 Fusão do lisossomo com o fagossomo = fagolisossomo – digestão do agente Clasmocitose– eliminação dos resíduos pela célula O macrófago faz a fagocitose e seleciona alguns fragmentos para apresentar para os linfócitos T. Agentes que podem ser fagocitados: vírus (nus e envelopados), desde que estejam fora da célula; bactérias G+ e G- (as capsuladas são resistentes); fungos – leveduras (fungos filamentosos são pluricelulares e não podem ser fagocitados); protozoários (forma vegetativa e cística); helmintos não podem ser fagocitados devido ao seu tamanho grande. Limitação da fagocitose: o tamanho. Só estruturas microscópicas podem ser fagocitadas. O que não pode ser fagocitado é opsonizado. Células Natural Killer – NK Linhagem linfoide (trabalham na Imunidade Inata) São grandes linfócitos granulares (LGL) Não possuem receptores específicos como os linfócitos convencionais Não desenvolvem memória Possuem receptores para a identificação de células infectadas por parasitas intra-celulares e células tumorais. KIR (receptor inibidor da atividade killer), KAR (receptor ativador da atividade killer. Quando a NK percebe alguma alteração na célula, este é ativado) e CD16 (receptor para a porção Fc de IgG – igual dos fagócitos e para IgA) São células citotóxicas com grânulos contendo citotoxinas (perfurinas e granzimas), sendo a citotoxicidade seu mecanismo de morte, também chamado de “beijo da morte” Quando a NK entra em contato com uma célula alterada, ocorre a ativação do KAR e a degranulação dos grânulos liberando as perfurinas que formam poros na membrana da célula. As granzimas também são liberadas e entram na célula pelos poros formados, ativando a via das caspases, que leva a célula à apoptose Sintetizam IFNγ (citocina) quando ativadas pela IL-12 e induzem à proliferação celular (NK) e ativação de macrófagos para matar microrganismos intracelulares. Intérferons Anti-virais – citocinas (IFN) Pequenos peptídeos produzidos e secretados por células Fazem parte de uma família de proteínas e atuam contra qualquer vírus. Não são específicos Quando um vírus infecta uma célula, o seu material genético vai ao núcleo e estimula a expressão dos genes dos INF α e β. Em seguida, são secretados, se ligam a receptores presentes na superfície de células vizinhas, induzem a expressão do gene da proteína PIT (Proteína Inibidora da Tradução), que é sintetizada dentro da célula e, caso esta venha a ser infectada por um vírus, esta proteína impede a replicação viral, não ocorrendo infecção e protegendo o organismo. Quando não há mais o estímulo pela presença do vírus, a PIT é desativada. Eosinófilos Tipo de leucócito granulócito Atuam contra parasitas multicelulares (helmintos) e estão relacionados às reações alérgicas Grânulos contêm proteínas básicas tóxicas e várias enzimas fundamentais para dissolver a cutícula dos helmintos. Possui receptores promíscuos, para C3b e para porção Fc de IgE (agentes infecciosos ou reação alérgica) Em uma infecção por helmintos, os eosinófilos se acumulam em volta do parasita e, como este já provocou uma reação inflamatória, está coberto por C3b e já foi opsonizado. Assim, os eosinófilos se ligam, degranulam e o material dos grânulos é liberado, digerindo a cutícula do parasita, que é morto intoxicado, fragmentado e fagocitado. IMUNIDADE ESPECÍFICA Características Especificidade – Células - linfócitos B – BCR e linfócitos T (auxiliares e citotóxicos) – TCR Moléculas – Acs Diversidade – repertório de linfócitos (1012 a 1017) Memória – capacidade do SI de memorizar encontros anteriores com o mesmo antígeno levando a respostas imunológicas mais eficazes e duradouras. Após o 1º contato com um Ag, o linfócito B virgem (naive) reconhece este Ag e multiplica-se (expansão clonal) para aumentar o número de células. Em seguida ocorre a diferenciação destas células, sendo uma parte em células efetoras (vida curta) – plasmócitos que produzem Acs contra o Ag e outra parte em células de memória (vida longa), sendo que uma parte vai para a corrente sanguínea e outra parte vai para os órgãos linfóides secundários. As células de memória são diferenciadas em células efetoras (plasmócitos) e outras células de memória (para repor aquelas que se diferenciaram inicialmente). Reconhecimento – Self / Non Self – diferenciar o que é Próprio e Não Próprio ou Próprio Alterado A imunidade inata não faz esta diferenciação e sem esta característica seria impossível reconhecer o que é próprio e o que não é. A imunidade específica produz Acs para cada estrutura estranha presente no organismo e, dessa forma, não ocorrem danos ao organismo, a não ser que o indivíduo tenha uma doença auto-imune, ou algo que desregule a atividade do SI ou uma bactéria que induza o organismo a atacar a si próprio. Auto-Regulação – homeostase O sistema imune, junto com os sistemas endócrino e nervoso, são responsáveis pela manutenção da homeostase do organismo, permitindo que se mantenha um estado de “repouso”, com o mínimo gasto de energia possível, até que ocorra um estímulo e perturbe este “repouso”. A auto-regulação refere-se ao fato de ter ou não a presença de um Ag, respondendo e gastando energia quando necessário. Timo Localizado na extremidade superior do externo, formado pelo córtex e medula tímica, é o órgão linfoide primário responsável pela diferenciação, seleção e maturação dos linfócitos T. A medula óssea sintetiza todas as células sanguíneas a partir de uma célula tronco pluripotente hematopoiética. As células que originarão os linfócitos T, saem da MO e vão para o timo. São os timócitos, os quais não possuem nenhum marcador. No córtex tímico, um repertório imenso de linfócitos T é gerado a partir da recombinação gênica, originando uma variedade de receptores (TCR) que serão expressos na superfície de cada timócito, além do marcador CD3 que todos recebem. Esta variedade é necessária para proteger contra os diferentes agentes infecciosos que o indivíduo entrará em contato durante a vida. Embora sejam produzidas inúmeras combinações, é feita uma seleção para que o linfócito T não reconheça estruturas do próprio organismo e reaja com uma resposta contra o próprio indivíduo ocasionando em doença auto-imune. Dessa forma, os linfócitos T são submetidos ao processo de seleção positiva e negativa, onde na seleção positiva, estão os timócitos que não reconheceram nenhuma estrutura do organismo, e na seleção negativa estão os timócitos que interagiram com estruturas do próprio organismo e, para estes, é determinada a apoptose. O processo de seleção é chamado de Educação Tímica. Os timócitos da seleção positiva recebem os marcadores fenotípicos CD4 e CD8, sendo considerados duplo positivo. Logo após, ocorre a diferenciação em apenas um destes marcadores, ou CD4 ou CD8 e o linfócito T maduro é liberado para a circulação por vasos sanguíneos. Fases da Resposta Imune Específica Após o reconhecimento do antígeno pelos linfócitos, estes deverão ser ativados para desempenhar suas funções e estabelecer a imunidade específica, protetora e prolongada. Esta resposta ocorre em 3 etapas: Reconhecimento – o Ag é reconhecido pelos receptores específicos; Ativação – expansão clonal, resultando na formação de células de memória (vida longa) e células efetoras (vida curta); Fase Efetora – as células efetoras desempenham efetivamente a função para qual foram produzidos. Linfócito B Reconhecimento – feito por meio do BCR Ativação – expansão clonal (células efetoras e de memória) Fase Efetora – as células efetoras desenvolvem-se em plasmócitos, que produzem os Acs específicos para o Ag Linfócito T auxiliar Reconhecimento – feito por meio do TCR Marcador fenotípico – CD4 Ativação – expansão clonal (células efetoras e de memória) Fase Efetora – as células efetoras produzem citocinas que enviarão “mensagens” às outras células, auxiliando-as na execução de suas funções Quando o linfócito T auxiliar reconhece um Ag, ele se ativa e, na fase efetora, produz citocinas que ativarão as outras células, auxiliando-as na execução de suas funções. Linfócito T citotóxico Reconhecimento– feito por meio do TCR Marcador fenotípico – CD8 Ativação – expansão clonal (células efetoras e de memória) Fase Efetora – as células efetoras tornam-se citotóxicas e matam as células infectadas por parasitas intracelulares ou células tumorais Reconhecimento do Ag pelos Linfócitos B e T Linfócito B Natureza química – todas (proteínas, glicoproteínas, polissacárides, ácidos nucleicos, etc); Forma da proteína – conformacional, nativa ou estrutura terciária Determinante antigênico – conformacional (aa não estão na ordem numérica) Reconhecimento pelo MHC – não Necessidade de apresentação por célula – não Linfócito T auxiliar Natureza química – só proteínas Forma da proteína – desnaturada ou clivada Determinante antigênico – sequencial ou linear (aa estão na ordem numérica) Reconhecimento pelo MHC – sim, MHC classe II Necessidade de apresentação por célula – sim, por APC (macrófago, monócito, célula dendrítica e linfócito B) Linfócito T citotóxico Natureza química – só proteínas Forma da proteína – desnaturada ou clivada Determinante antigênico – sequencial ou linear (aa estão na ordem numérica) Reconhecimento pelo MHC – sim, MHC classe I Necessidade de apresentação por célula – sim, pela célula alvo (toda célula nucleada exceto espermatozoide) MHC – Complexo de Histocompatibilidade Principal O que é, nome em humano, tipo de moléculas, estrutura, distribuição e função É uma região de genes altamente polimórficos, cujos produtos são expressos nas superfícies de diferentes tipos celulares. No homem localiza-se no cromossomo 6 e recebe o nome de HLA (Human Leukocyte Antigen). São divididas de acordo com a estrutura e função, tendo dessa forma, classe I, II e III. Classe Estrutura Moléculas Distribuição Função I Dimérica (cadeia α e β2- microglobulina). Em uma extremidade forma uma fenda onde ocorre a ligação com os fragmentos gerados pelo processamento do Ag por via endógena A, B e C Todas as células nucleadas exceto espermatozoide Apresentação de Ag a linfócitos TCD8 II Dimérica (cadeia α e β com tamanhos semelhantes, cobertas pela cadeia invariante Ii). Formação de fenda onde se ligam os fragmentos gerados pelo processamento do Ag por via exógena DP, DQ e DR Linfócitos B e APCs (Mᴓ e células dendríticas) Apresentação de Ag a linfócitos TCD4 Polimorfismo: presença de muitos alelos diferentes para cada loco. Em consequência disto: Indivíduos geralmente heterozigotos para os loci do MHC; É difícil encontrar indivíduos não aparentados que apresentem os mesmos alelos neste genes, ou seja, sejam MHC-compatíveis; Devido ao enorme polimorfismo do MHC há implicações nos seguintes seguimentos: Controle genético da capacidade de resposta imune; Transplante de órgãos e tecidos; Associação do HLA e doenças. Poligenia: o MHC é poligênico, ou seja, existem múltiplos genes funcionalmente equivalentes, possibilitando uma grande diversidade de moléculas do MHC. O polimorfismo e a poligenia contribuem para a diversidade de moléculas do MHC. Os genes do MHC são altamente polimórficos, de forma que o indivíduo é provavelmente heterozigoto, porém não importa o quão polimórfico sejam os genes, pois o indivíduo pode expressar apenas 2 alelos para cada lócus. A duplicação dos genes, levando à poligenia ultrapassa esta limitação, ou seja, há vários genes do MHC codificando proteínas com diferentes especificidades de ligação ao peptídeo. Vias de Processamento e Apresentação de Ags São processos que ocorrem no interior das células e resultam na fragmentação, digestão e apresentação do Ag associado à molécula de MHC para os linfócitos. Via Exógena – célula engloba o Ag Uma APC (Mᴓ ou célula dendrítica) internaliza o agente, forma o fagossomo que se funde com o lisossomo, ocorrendo a digestão e fragmentação do agente. Paralelamente, dentro da APC, no REG é sintetizada a molécula de MHC classe II, que migra para o Golgi e é liberada dentro de uma vesícula. A fenda é coberta com a cadeia Ii (cadeia invariante que protege a fenda e impede que peptídeos que não são os que serão apresentados se liguem ao MHC). Quando a vesícula com o MHC-II encontra com a vesícula com os fragmentos do Ag, elas se fundem e o fragmento que tiver afinidade pelo MHC-II fará a clivagem da cadeia Ii, se ligará à molécula e será expresso na membrana da APC. Em seguida, o linfócito T auxiliar (CD4) reconhecerá o Ag e promoverá as respostas conta este. Via Endógena – o agente invade a célula Um parasita intracelular invade uma célula. A degradação deste parasita é feita por proteossomos (proteínas com atividade proteolítica). O Ag é então fragmentado e os fragmentos são transportados através da membrana do REG por proteínas transportadoras (TAP). Dentro do próprio REG é sintetizada a molécula de MHC classe I, a qual se liga ao peptídeo (Ag). Este complexo é liberado em uma vesícula para o Golgi e em seguida para o citoplasma e vai até a membrana da célula, onde será expresso para que o Linfócito T citotóxico (CD8) reconheça e desenvolva a resposta imunológica. Anticorpos e Imunoglobulinas São moléculas solúveis proteicas produzidas pelos plasmócitos; Constituídas por 4 cadeias polipeptídicas: 2 leves (L) e 2 pesadas (H), as quais são ligadas por pontes dissulfeto intercadeias Uma região apresenta-se como constante e outra é variável; Variável – extremidade aminoterminal Constante – extremidade carboxiterminal As cadeias apresentam “dobras” denominadas domínios, que possuem atividades biológicas: VH e VL – ligação específica ao Ag Ch1 e CL – manutenção da estrutura da molécula CH2 – ativação do Sist. Compl. pela via clássica CH3 – local de ligação aos receptores para a porção Fc de IgG (células fagocitárias) A molécula é dividida em 3 regiões: Fab – fração de ligação do Ag H – região da dobradiça (mais susceptível à ação de ácidos e enzimas) Fc – fração cristalizável (determina as propriedades da molécula) Molécula Bivalente – liga em 2 determinantes Ag (aglutinação) Bifuncional – uma função relacionada à Fab e outra à Fc Propriedades biológicas das Imunoglobulinas Classes ou isotipos dependem da cadeia pesada. Cadeias Pesadas Leves Classe / Isotipo γ (gama) K ou λ IgG µ (mi) IgM α (alfa) IgA Ε (épsilon) IgE δ (delta) IgD IgG Cadeia pesada gama Monomérica Maior [ ] das Igs totais séricas – 80% Confere imunidade sistêmica (indica que a pessoa teve contato com o agente. Fica para o resto da vida) Opsonina Ativa a via clássica do SC Promove ADCC (Citotoxicidade Celular Dependente de Ac) Atravessa a placenta (confere imunidade sistêmica ao bebê) Secretada no leite Envolvida na reação de hipersensibilidade tipo II ou citotóxica e tipo III ou por imunocomplexos IgM Cadeias pesadas mi Domínio CH4 (maior e mais pesada) Pentamérica (tem 10 sítios de ligação e é mais eficiente) Possui cadeia J 10% das Igs totais séricas 1ª Ig a ser produzida (indica infecção atual / recente) Excelente poder neutralizante Excelente ativadora do SC Pode ser o BCR de LB adulto Envolvida na reação de hipersensibilidade tipos II e III IgA Cadeias pesadas alfa 2 tipos: IgA sérica Monomérica 10% Igs totais séricas Opsonina Promove ADCC IgA secretada ou de mucosa Dimérica Possui cadeia J Possui peça S (permite que seja secretada para ser resistente aos ácidos e enzimas, protegendo a região da dobradiça) Produzida por LB submucosa na forma de dímero. Vai ao epitélio da glândula ou mucosa, liga-se ao receptor, atravessa o epitélio e é secretada. Presente na mucosa de todas as secreções (lágrimas, colostro, leite materno, urina, saliva, etc) Confere imunidade local de mucosa É produzida em quantidade maior que todas as outras IgE Cadeias pesadas épsilon Possui domínio CH4 Monômero Apenas 0,3% das Igs totais séricas Produzida frente a alergenos. Está envolvida na reação de hipersensibilidade tipo I ou imediata Infecção por helmintos IgD Cadeias pesadas delta MonômeroTraços no soro É o mais sensível à proteólise ácida ou enzimática Pode ser o BCR do LB adulto Função desconhecida Citocinas São pequenos peptídeos ou mediadores imunológicos solúveis produzidos por células do sistema imune que fazem a comunicação celular; Estão em concentração muito baixa (10-15); Sua produção não depende do Ag, ou seja, não é antígeno específica, por isso agem em qualquer célula que tenha o receptor para ela; Regulam toda a atividade celular da resposta imune; As células mais importantes na secreção das citocinas são o Linfócito T auxiliar (imunidade específica) e o Macrófago (imunidade inata); Induzem várias atividades: proliferação, crescimento e diferenciação ou inibição dessas ações, quimiotaxia, ativação celular, desativação e podem apresentar efeitos sistêmicos (febre); Nomenclatura: denominadas interleucinas (IL) seguidas de um nº, salvo algumas exceções; Uma célula pode produzir várias citocinas, a mesma citocina pode ser produzida por várias células, a mesma citocina pode agir em várias células e a mesma célula pode sofre ação de várias citocinas. Propriedades Biológicas Pleiotropia – a mesma citocina pode agir em células diferentes, estimulando funções diferentes. Vantagem: economia (ex: IL-4 ativa linfócito B, promove a proliferação do timócito e dos mastócitos) Desvantagem: não pode usar para terapia, pois não é possível restringir seu estímulo apenas à uma célula específica (age em todas as células para ela). Redundância – várias citocinas atuam sobre a mesma célula estimulando a mesma função. Ex: IL-2, IL-4 e IL-5 promovem a proliferação dos linfócitos B. Vantagem: caso ocorra algum problema com uma citocina específica, haverá outra realizando a mesma função. Sinergismo – uma citocina potencializa a ação de outra. Gera uma grande diversidade de efeitos mediante combinações entre elas. Ex: IL-1, TNF e IL-6, atuam sistematicamente na reação inflamatória. Antagonismo – citocinas com efeitos contrários sobre uma célula. Elas regulam a atividade celular, ativando ou inibindo uma determinada ação, quando necessário. Ex: IFN-γ ativa o macrófago e a IL-4 desativa-o. Efeito cascata – sob a ação de uma citocina, uma célula produz a sua citocina, que ativa outra célula que produz a sua citocina e assim sucessivamente, em efeito cascata. Classificação Quanto ao modo de ação: Autócrina – citocina age na própria célula que a produziu. Ex: IL-2 produzida pelo Linf. T aux e age nele mesmo. Parácrina – citocina atua numa célula vizinha. Ex: IL-4 produzida pelo Linf. T aux age no linf. B. Endócrina – citocina atua numa célula distante. Ex: IL-3 – produzida pelo Linf. T aux age na célula tronco da MO. Quanto ao tipo de resposta que participa Inflamatórias – agem nas células que participam da reação inflamatória. Ex: IL-1 Reguladoras – regulam o estoque de células ósseas. Ex: IL-3 Humorais – agem na regulação da produção de Acs. Ex: IL-4 Celulares – agem em células que participam da resposta imune/defesa. Ex: IL-8 (quimiocina) Moléculas de superfície Estão presentes na superfície de todas as células do organismo. São elas: Receptores – moléculas envolvidas no reconhecimento de Ags (TCR e BCR). Co-receptores – envolvidos na sinalização e transdução dos sinais de uma célula para outra, além de reforçar a ligação entre os linfócitos T e as APC’s. Ex: CD3 que permite a expansão clonal dos linfócitos T. Moléculas de adesão – são glicoproteínas presentes na superfície de todas as células responsáveis pela interação/adesão entre as células e o endotélio. São elas: Selectinas – localizadas nos leucócitos, células endoteliais e plaquetas, participam do rooling dos leucócitos fazendo com que eles se fixem no endotélio dos vasos para migração até o local da lesão. Integrinas – promovem a adesão dos leucócitos no endotélio e são importantes na função da célula T. ICAMs – moléculas de adesão intercelular. São ligantes para as Integrinas e facilitam o contato célula-célula e célula-endotélio. HIPERSENSIBILIDADES São reações exageradas ou inadequadas do sistema imune que levam à lesão tecidual. Sempre resulta na reação inflamatória e/ou dano tecidual. Tipos: Tipo I ou imediata – instala-se rapidamente e é mediada por IgE; Tipo II ou citotóxica – mediada por IgM e IgG Tipo III ou por Imunocomplexos (IC) – mediada por IgM e IgG Tipo IV, tardia ou retardada – mediada por células (linfócitos T aux e Macrófagos) Hipersensibilidade Tipo I ou Imediata É uma reação patológica causada pela liberação dos mediadores farmacológicos presentes nos grânulos dos mastócitos (histamina). É mais comumente desencadeada pela produção de IgE contra alergenos e a ligação desta IgE aos mastócitos em diversos tecidos, como: pele, trato respiratório, trato geniturinário, ou pode ocorrer, também, pela administração endovenosa. Características genéticas determinam o desenvolvimento ou não da reação alérgica (facilidade para reconhecer um componente como alergeno, facilidade para ocorrer o switch de classe de IgM para IgE, maior nº de receptores nos mastócitos para a porção Fc de IgE). Desenvolve-se pelo contato com alergenos (substâncias que estimulam respostas), os quais podem ser ingeridos, inalados, administrados por via intravenosa ou colocado na pele (Trato Respiratório, TGI, pele e administração endovenosa). Ocorre um primeiro contato com o alergeno, que estimula a produção de anticorpos específicos (IgM). Através da ação de citocinas, ocorre um switch de classe para IgE e esta liga sua porção Fc nos receptores presentes nos mastócitos ou basófilos, que ficam sensibilizados. Em um segundo contato com o mesmo alergeno, ocorre uma ligação cruzada (cross-linking) (Ag liga-se à porção Fab de IgE e esta está ligada por sua porção Fc aos receptores das células) e os mastócitos são ativados de forma não convencional. Todas as moléculas presentes na superfície da célula migram para o polo (capping). Com isso, ocorre a ativação dos mastócitos, degranulando os grânulos e liberando os mediadores farmacológicos, dentre eles a histamina, desencadeando a reação inflamatória (vasoconstricção, vasodilatação, abertura dos esfíncteres pré-capilares, aumento do fluxo sanguíneo, aumento da permeabilidade, vazamento de íons e proteínas, acúmulo de líquido nos tecidos e compressão das terminações nervosas. Sinais clássicos: dor, rubor, calor e edema, além do prurido – coceira). A intensidade da resposta depende do alergeno e da via de administração. Como a resposta é exagerada, os resultados também são exagerados e se a liberação de histamina for sistêmica, pode ocorrer o choque anafilático. Hipersensibilidade Tipo II ou Citotóxica Ocorre quando são produzidos Acs IgG ou IgM que se ligam a células ou tecidos próprios resultando na lesão da célula ou tecido. Existem várias situações em que o Ac consegue reagir cruzadamente com nossas estruturas e uma delas é pela atuação da bactéria Streptococcus pyogenes que produz uma série de Ags para os quais o SI produz Acs e estes reagem cruzadamente com nossas estruturas. Ocorre a produção de um anticorpo (ex. IgG) que se liga a uma célula desencadeando a ativação do SC pela via clássica, onde na 1ª fase (proteolítica) ocorre a geração dos fragmentos: Anafilatoxinas: C3a, C4a e C5a – promovem a degranulação dos mastócitos, liberando a histamina e desencadeando a reação inflamatória; Substância quimiotática: C5a – atrai células fagocitárias (macrófago e neutrófilo) para o local da lesão; Opsonina: C3b – marca as estruturas danificadas e que deverão ser fagocitadas. Na 2ª fase (polimerização) o C5b, 6, 7, 8 e várias 9 formam o MAC que leva a célula à lise osmótica. Hipersensibilidade Tipo III ou por Imunocomplexos É mediada por IgM e IgG e afetam órgãos ou tecidos onde são depositados os imunocomplexos circulantes, desencadeando a ativação dos mastócitos. Ag solúvel = proteínas com atividades tóxicas, enzimas de agentes infecciosos, etc. Em resposta a estas toxinas, são produzidos Acs (IgG e IgM) que se ligarão a estesAgs para serem lisados pelo SC e fagocitose. Ag solúvel + Ac = complexo Ag-Ac (solubilidade pelo SC e removido por hemácias no baço). No entanto, isto só ocorre quando tiver excesso de Ac ou de Ag, pois no caso de excesso de Ac, a remoção dos complexos é feita facilmente e, no caso de excesso de Ag, dificilmente se formarão complexos e se formar é um ou outro. Somente quando a [ ] de Ag e Ac for equivalente (não igual), não sobrará nem Ag nem Ac e ocorrerá a formação de um grande complexo insolúvel que o SC não consegue dissolvê-lo. Este, então, circula pelo sangue podendo depositar-se em vários locais, como tecidos, glomérulos renais e articulações, o que aumentará a pressão de filtração e, uma vez precipitados, ativam o SC, desencadeando as 2 etapas: proteolítica e polimerização. No caso de os depósitos ocorrerem em um tecido, como não será possível o englobamento devido ao tamanho, as células fagocitárias promoverão o Burst Respiratório (liberam radicais tóxicos), e em seguida, os lisossomos liberam as enzimas digestivas que promoverão a digestão do agente, sendo este processo chamado de Fagocitose Frustrada, e desencadeando, consequentemente, uma reação inflamatória que lesiona o tecido e, quanto maior a intensidade da resposta, maior a lesão. Hipersensibilidade Tipi IV, tardia ou retardada Mediada por células (Linfócitos T auxiliares e Macrófagos). Os linfócitos T auxiliares ativam as outras células e recrutam macrófagos causando lesões teciduais. Exemplo mais comum: Teste de Mantoux (tuberculose) ou Matsuda (hanseníase) para verificar se há ou não a presença do agente. O indivíduo entra em contato com o agente e produz uma resposta imune (linfócitos T auxiliares de memória) = indivíduo sensibilizado. Os testes mencionados servem para verificar se a pessoa teve ou não contato com o agente em questão. Faz-se a inoculação do agente via intra-dérmica e realiza-se a leitura após 48-72h. A leitura é feita pela medição do diâmetro da pápula formada. Se > 0,5mm = + Comparação de Diferentes Tipos de Hipersensibilidade Características Tipo-I (imediata) Tipo-II (citotóxica) Tipo-III (imunocomplexo) Tipo-IV (tardia) Anticorpo IgE IgG, IgM IgG, IgM Nenhum Antígeno exógeno superfície celular solúvel tecidos & órgãos Tempo resposta 15-30 minutos minutos-horas 3-8 horas 48-72 horas Aparência inflamação lise e necrose eritema e edema, necrose eritema e calosidade Histologia basófilos e eosinófilos anticorpo e complemento complemento e neutrófilos monócitos e linfócitos Transferido com anticorpos anticorpos anticorpos células T Exemplos asma alérgica, febre do feno eritroblastose fetal, nefrite de Goodpasture LES, doença pulmonar do fazendeiro teste de tuberculina, hera venenosa, granuloma Soroterapia É o tratamento de uma doença por meio de soro, ou seja, Acs preparados. Administra-se o veneno de um animal peçonhento no cavalo, o qual produzirá Acs contra o veneno. Depois, faz-se sangria e separa-se os Acs no soro para utilização. A administração de soro contendo Ac (IgG). Pode ocorrer: Ac cavalo é reconhecido, induz uma resposta imune e ocorre a produção de anti-IgG que pode ligar-se cruzadamente a células ou tecidos self (hipersensibilidade tipo II – citotóxica). Ac cavalo forma complexos com Ag solúveis que podem circular e depositar-se (hipersensibilidade tipo III – imunocomplexos). Para não ocorrer reação de hipersensibilidade, faz-se a clivagem da molécula de IgG com as enzimas papaína ou pepsina para que a porção Fc seja desprezada e a Fab aproveitada. Papaína A clivagem com a papaína quebra a molécula de IgG antes da ponte dissulfeto na região da dobradiça o que resulta na formação de 2 fragmentos Fab e 1 Fc (todos separados). Com a papaína, diminui-se muito a possibilidade de ocorrer reação de hipersensibilidade tipo II e não há possibilidade de ocorrer a tipo III. Pepsina A pepsina quebra a molécula de IgG depois da ponte dissulfeto na região da dobradiça, resultando na formação do fragmento F(ab’)2. Como a clivagem ocorre abaixo da ponte dissulfeto, a porção Fc se separa e é degradada. Dessa forma, o risco de ocorrer a hipersensibilidade tipo II é maior do que com a papaína, pois a porção Fab é uma só e o risco de ocorrer a tipo III não existe pois a porção Fc é degradada. Imunização É o meio de prover proteção contra um determinado agente. Tipos: Passiva Natural – passagem de Acs da mãe para o bebê no final da gestação e pela amamentação. Passiva Artificial – é a aplicação de soro contendo Acs para o determinado agente (soroterapia – soro anti-ofídico, anti-rábico, anti-tetânico). Ativa Natural – entrada de um agente que estimula o sistema imune a produzir Acs e células de memória. Ativa Artificial – estímulo do SI através de vacina. Tipos de vacinas: Vírus Inativado – com microrganismos inteiros ou frações do microrganismo, inativados. Capacidade de estimular o sistema imune, mas sem causar danos. Vírus Vivo Atenuado – agente patogênico é enfraquecido. Tem a capacidade de se multiplicar e estimular o sistema imune, mas sem causar danos. ANTÍGENOS Antígenos naturais complexos: Somáticos ou estruturais – constituídos por estruturas dos agentes infecciosos, como parede celular bacteriana (Ag “O”), cápside viral, flagelos, etc; Solúveis, secretados ou metabólicos – toxinas bacterianas (hemolisinas do S. pyogenes). Imunógeno – substância que induz à resposta imune. Antígeno – substância que reage com os produtos da resposta imune. Antigenicidade – propriedade de reagir com os produtos da resposta imune. Imunogenicidade – propriedade de induzir à resposta imune. Determinante antigênico ou epitopo – é a porção do antígeno que combina com os produtos da resposta imune. Hapteno – pequena substância que sozinha não induz a uma resposta imune (não é imunogênica), mas que reage com os produtos da resposta induzida pela substância acoplada a uma proteína carreadora (é antigênica). Conjugados Hapetnos Carreadores Moléculas imunogênicas, denominadas carreadoras, em que os haptenos estão ligados; Caracterizados por ter determinantes antigênicos nativos da molécula carreadora bem como determinantes antigênicos recém-criados pelo hapteno (determinantes haptênicos); Determinante antigênico criado consiste do hapteno e uns poucos resíduos adjacentes; O Ac produzido para o determinante também reage com o hapteno livre. Hapteno Não induz resposta imune Hapteno + Proteína Carreadora Induz resposta imune Hapteno Hapteno + Proteína Carreadora Vários produtos químicos, inclusive medicamentos (penicilina, aspirina, sulfas, cloranfenicol, quinina), podem gerar haptenos que se ligam a proteínas em superfícies celulares (hemácias, plaquetas, endotélio, etc). Este conjunto adquire imunogenicidade, induz a produção de Acs que se ligam às células, ativam o Sistema Complemento e pode ocorrer a reação de hipersensibilidade tipo II ou citotóxica, mediada por IgG ou IgM. Ex: anemia hemolítica por penicilina, púrpura trombocitopênica por sedormid. Fatores que influenciam na imunogenicidade Relativos ao imunógeno Distância filogenética – quanto mais distante filogeneticamente, mais estranho. O SI discrimina entre o próprio e o estranho de forma que apenas moléculas estranhas são imunogênicas; Tamanho – quanto maior a molécula, mais imunogênica; moléculas pequenas passam despercebidas pelo SI; Natureza química – quanto mais complexa quimicamente, mais imunogênica; os determinantes antigênicos são criados pela sequência primária dos residos no polímero e/ou pela estrutura secundária, terciária ou quaternária da molécula; Proteínas são as mais imunogênicas. Complexidade – forma física: em geral, Ags particulados são mais imunogênicos do que os solúveis e Ags desnaturados são mais imunogênicos do que na forma nativa; Quanto mais complexa e quanto mais determinantes antigênicos ou epitopos possuir, mais imunogênicaa molécula é. Degradabilidade – substâncias que são facilmente fagocitadas e processadas são ótimas indutoras de resposta, ou seja, são mais imunogênicas; Via de administração – subcutânea, intramuscular ou oral. A via pode alterar a natureza da resposta. Em tecidos a resposta ocorre nos linfonodos e no sangue a resposta ocorre no baço; Dose – a dose de um imunógeno pode influenciar em sua imunogenicidade. Dose Imunogênica é a menor dose que induz à melhor resposta. Doses muito baixas ou muito elevadas podem impedir a resposta imune. Relativos ao sistema biológico Genéticos – algumas substâncias são imunogênicas em algumas espécies mas não em outras, ou são imunogênicas em um indivíduo (respondedores) e não são em outro (não-respondedores). Os indivíduos podem ter genes alterados ou não ter os genes que codificam para os receptores de Ags em LB e LT ou para as moléculas de MHC apropriadas e necessárias para a apresentação dos Ags aos linfócitos T auxiliares. Idade – influencia na imunogenicidade. Indivíduos muito jovens ou muito velhos podem ter a capacidade de induzir à resposta diminuída. Adjuvantes Substâncias que potencializam a resposta imune, ou seja, aumentam a imunogenicidade. Seu uso é sempre acompanhado de efeitos colaterais (febre e inflamação). São usados em vacinas e permitem o uso de doses menores de antígenos e ampliam as respostas contra o agente causador da doença. A vantagem é que se permite produzir mais vacinas e atender mais pessoas, graças à pequena quantidade de antígeno usada em cada vacina. Ex: Hidróxido de alumínio – vacina tétano Oleosos (adjuvante de Freund) – Completo: óleo mineral + células de Mycobacterium tuberculosis – Incompleto: só óleo mineral Tipos de Ags T-dependentes São Ags que não estimulam diretamente a produção de Acs sem a ajuda das células T. A produção de Acs depende da cooperação B-T (linfócitos T auxiliares precisam ativar os linfócitos B através das citocinas) Ags proteicos Possuem poucas cópias de epitopos diversos T-independentes Ags que podem estimular diretamente os linfócitos B a produzirem Acs sem o auxílio do LT auxiliar. Ex: polissacárides e lipopolissacárides. A resposta a esses Ags difere das respostas a outros Ags Propriedades dos Ags T-independentes: Estrutura polimérica (unidades repetitivas) Muitas cópias do mesmo epitopo Resistente à degradação Podem determinar ativação policlonal (ativam clones de células B específicos para outros Ags) Mais persistentes: presentes por longos períodos de tempo e a estimulação do sistema imune é contínua Ativadores de Linfócitos Ags Específicos Ags T-dependentes Induzem resposta convencional Produção de IgM inicial Switch de classes Maturação de afinidade Estabelecimento de memória Ags T-independentes Resposta imune não convencional – pobre Produção de baixos títulos de IgM Não há switch de classes Não há maturação de afinidade Precisam de citocinas Não há desenvolvimento de memória Ags Inespecíficos Induzem expansão clonal a despeito da especificidade dos linfócitos: superantígenos, mitógenos e ativadores policlonais. Superantígenos Ativam oligoclonalmente os linfócitos, ou seja, ligam-se à região Vβ (do TCR) compartilhada por subpopulações de linfócitos T e mimetizam (imitam) a interação entre o peptídeo na molécula do MHC e o TCR do linfócito T. Representados principalmente por toxinas bacterianas: Enterotoxinas Toxina esfoliatina Staphylococcus aureus TSST1 Toxina eritrogênica de Streptococcus pyogenes (escarlatina) Mitógenos São ativadores policlonais, ou seja, induzem a proliferação celular desencadeando a mitose. Há mitógenos de linfócitos T e B. LT PWM – uva de rato PHA – fitohemaglutina ConA – concanavalina A LB PWM LSP em alta [ ] Anticorpo Monoclonal – Ac de uma única especificidade, ou seja, responde ou reconhece apenas um determinante antigênico. Em geral, o SI faz resposta oligoclonal, ou seja, um agente apresenta vários determinantes antigênicos estruturais e para cada um que for reconhecido, é feita a produção de Acs. Reações Ag – Ac São altamente específicas e devido a isso podem ser utilizadas para identificar um por meio do outro Esta especificidade é a base das reações sorológicas Um Ag agirá somente com o Ac induzido por ele ou por um Ag intimamente relacionado (reação cruzada, limitando a especificidade do teste) Micro-organismos e outras células possuem vários Ags e podem reagir com muitos Acs diferentes Para reconhecimento e quantificação de Ag em tecidos ou fluidos , muitas técnicas utilizam a especificidade da ligação Ag-Ac Métodos Clássicos Precipitação Ag e Ac são colocados em meio sólido ou líquido, interagem e precipitam formando uma linha prómixa à zona de equivalência, que indica a presença do Ac no soro. Imunodifusão Radial Simples Método quantitativo O Ac é adicionado ao Agar, faz-se orifícios e coloca-se o Ag em volume padrão, em diferentes [ ]. Deixar difundir por 24h O Ag se difunde radialmente pelo gel até encontrar o ponto de equivalência, quando ocorre a precipitação. Quanto mais concentrado o Ag, > o halo formado. Mede-se o halo, eleva-se ao quadrado e tem-se a [ ] do Ag presente. Imunodifusão Radial Dupla Método qualitativo No Agar fazer orifícios e colocar o Ag e o Ac Na zona de equivalência será formada a linha de precipitação A linha pode apresentar variações de localização de acordo com a concentração do Ag e do Ac Imunoeletroforese Método quantitativo Inicialmente os Ag são separados com base em sua carga em um gel Em seguida corta-se uma faixa de gel entre os poços e coloca-se o Ac, deixando que ocorra a difusão Ag e Ac formam arcos de precipitação Contraimunoeletroforese Método qualitativo Baseada no fato de Ag e Ac possuírem cargas diferentes em pH determinado Em Agar selecionado com pH para que o Ac fique carregado positivamente e o Ag negativamente, aplica-se uma voltagem no gel fazendo com que Ac e Ag movam-se um em direção ao outro, ocorrendo a precipitação A linha de precipitação se forma na zona de equivalência e não é radial, pois você “força” para que eles se encontrem Imunoeletroforese de Laurell Método qualitativo e quantitativo pH em que o Ac fique imóvel (alcalino) e o Ag é carregado negativamente O Ag se move para o polo positivo e formam-se cones de precipitação que podem ser visualizados com corantes A Altura do cone é proporcional à [ ] do Ag (qto > o cone, > a [ ] do Ag) Pode-se inverter o processo e determinar a [ ] do Ac Aglutinação Utilizado para detecção de Ac em concentrações mais baixas que as detectadas por outros métodos quantitativos (detecta Acs em [ ] < 1µg/mL). Baseia-se na capacidade do Ac se ligar a Ags presentes na superfície de células (bactérias, hemácias) ou suportes inertes (partículas de látex ou poliestireno) e formar agregados grandes. Quando os Ags encontram-se em hemácias a reação é chamada de Hemaglutinação, que pode ser Direta (Ag que já existem na superfície da partícula) ou Indireta (outros Ags são ligados à superfície da partícula sensibilizando-a). Fixação de Complemento Reações Ag-Ac (IgM e IgG) que levam à formação de imunocomplexos e fixam o complemento pela via clássica e com isso é possível determinar a quantidade de Ag ou Ac presente. Faz-se diluições de razão 2 do soro e adiciona-se o Ag em concentração padrão. Se tiver Ac no soro do paciente, ocorrerá a formação de IC (imunocomplexos). Adiciona-se o complemento à mistura. Se tiver ocorrido a formação de IC, o complemento é consumido. A leitura é feita através do acréscimo de hemácias sensibilizadas à mistura e, se havia Ac no soro, este se ligou ao Ag e fixou o complemento, e, dessa forma, não há lise das hemácias (reação +). Se no soro não tinha Ac, o Ag não se ligou, não houve a formação de imunocomplexos e o complemento está disponível para lisar as hemácias (reação -). Imunofluorescência (IF) Utilizada para detectar auto-anticorpos e Ac para Ag celularese teciduais, através do uso de cortes de tecidos congelados que contem grande número de Ag. IF Direta – mais cara, mais rápida, mas precisa de 1 Ac para cada Ag diferente que se deseja pesquisar IF Indireta – mais barata, utiliza um Ac não fluorescente e aplica-se um Ac- Anti IgG ou IgM fluorosceinado. Se o Ac do paciente estiver presente, o Anti-Anticorpo se liga Métodos Imunoquímicos Modernos Utiliza reagentes marcados para detectar e quantificar Ag e Ac. São altamente sensíveis e têm-se tornado técnicas padrões para pesquisa e aplicação clínica, sendo extremamente econômicas com relação à utilização de reagentes. Radio Imunoensaio (RIA) Molécula indicadora é um radioisótopo que pode ser quantificada pela contagem de radioatividade pelo contador de cintilação. ELISA – Ensaio Imunoenzimático Molécula indicadora é acoplada a uma enzima e é quantificada por determinação, com um espectrofotômetro, da taxa na qual a enzima converte um substrato incolor em um produto corado. Imunoprecipitação Ac dirigido a um Ag proteico. Em uma mistura de proteínas é usado para isolar o Ag específico da mistura. Western Blotting Se o Ag desejado está misturado com outros, pode-se submeter à separação analítica através de eletroforese em gel de poliacrilamida com dodecil sulfato de sódio (SDS-Page). As proteínas separadas (por tamanho) são transferidas para uma membrana suporte e em seguida faz-se a reação para detectar o Ag de interesse com Ac marcado radioativamente, expõe-se aos raios X e revela-se. FACS – Separador de células ativado por fluorescência Teste de imunofluorescência para identificar tipos celulares em suspensão, ou seja, Ag em células vivas. Quando uma suspensão de células vivas coradas é colocada em um aparelho separador de células por fluorescência, o aparelho mede a intensidade da fluorescência de cada célula e separa-as de acordo com o brilho. Permite o isolamento de diferentes populações celulares com diferentes Ag de superfícies corados com diferentes Ac fluorescentes.
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