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Notas de aula Direito Internacional

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Prévia do material em texto

Direito 
Internacional 
Revisão 15 (07/06/2017) 
Professor Gustavo Vieira 
Faculdade Universo 
2017/1 
Atenção: o conteúdo destas notas de aulas reflete a minha 
compreensão sobre o que foi ministrado em sala de aula. 
Assim, você estará lendo o meu entendimento e não 
necessariamente o que foi dito pelo professor. Ademais, 
as notas de aulas podem sofrer alterações na 
esquematização, na ordem, bem como acréscimos de 
outras fontes de pesquisa. Obs.: este material é gratuito, 
de cunho acadêmico e não comercial - André Teles 
 
 
 
 
 
 
 
Direito Internacional – Professor Gustavo – 2017/1 
 Notas de aulas André Teles 
 
2 
menezes-vieira@hotmail.com 
Bibliografia: Portela, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado. 7º 
edição, Revista, ampliada e atualizada. Editora: JusPodivm, 2015. 
 
06/02/2017 
Apresentação do curso 
Direito Internacional Público é o ramo do direito que regula as relações entre pessoas de 
direito internacional, em especial Estados soberanos e organizações internacionais. 
Direito Internacional Privado é o ramo do direito que regula relações particulares com 
conexão internacional com elementos de estraneidade a determinado foro. 
Para resolver uma lide internacional, se deve verificar: 1- qual a competência, 2- qual o bem 
jurídico está em análise e, 3- se o direito estrangeiro viola a ordem pública brasileira 
13/02/2017 
Competência Internacional e Imunidade de Jurisdição 
1 – Competência do Direito Brasileiro CPC 
Competência é um conflito de jurisdição. Para determinar a competência: Art. 21 a 25 CPC 
Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que: 
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; 
II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; 
III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil. 
Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no Brasil a 
pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal. 
Direito Internacional – Professor Gustavo – 2017/1 
 Notas de aulas André Teles 
 
3 
Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações: 
I - de alimentos, quando: 
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil; 
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de 
renda ou obtenção de benefícios econômicos; 
II - decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência 
no Brasil; 
III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional. 
Competência concorrente: não há litispendência internacional. Se a sentença estrangeira 
transitou e julgou em outro país e foi homologada pelo STJ antes do trânsito e julgado da 
sentença brasileira, valerá aquela. (A, B e C = art. 88 CPC antigo. D - I acrescentados pelo 
NCPC) 
a) réu domiciliado no Brasil 
b) obrigação tem que ser cumprida no Brasil 
c) o fato em questão ou ato praticado ocorreu no Brasil 
d) ação de alimentos 
e) credor domiciliado no Brasil 
f) devedor ter bens à execução no Brasil 
g) relação de consumo – credor domiciliado ou residente no Brasil 
i) “cláusula da mãe Joana” – juiz brasileiro será competente para julgar causas que as partes 
tragam de forma tácita ou expressa à justiça brasileira. 
Competência exclusiva – não se admite que uma sentença estrangeira interfira no direito 
brasileiro, ou seja, não será homologado no Brasil 
a) bens imóveis no Brasil 
b) inventário e partilha de bens que se acham no Brasil, móveis ou imóveis em matéria de 
sucessão 
c) partilha de bens móveis ou imóveis situados no Brasil 
Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: 
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; 
II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao 
inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de 
nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional; 
III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de 
Direito Internacional – Professor Gustavo – 2017/1 
 Notas de aulas André Teles 
 
4 
bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha 
domicílio fora do território nacional. 
“Foro Shopping” – capacidade de escolha dentro de mais de um foro internacionalmente 
competente para julgar determinada matéria. Jurisprudência do STJ no sentido de que, 
escolhido um foro estrangeiro, não cabe entrar com ação no Brasil com o intuito de obter 
decisão diferente. Se entende que há violação ao princípio da boa-fé. 
Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a 
que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, 
ressalvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em 
vigor no Brasil. 
Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a 
homologação de sentença judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil. 
Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da 
ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato 
internacional, arguida pelo réu na contestação. 
§ 1º Não se aplica o disposto no caput às hipóteses de competência internacional exclusiva 
previstas neste Capítulo. 
§ 2º Aplica-se à hipótese do caput o art. 63, §§ 1º a 4º. 
Vedação non liquet (Brasil) X forum now conveniens (EUA) 
Vedação non liquet (Brasil) – Juiz competente não pode declinar de sua função. 
Forum now conveniens (EUA) – instituto do direito privado pelo qual um juiz, em que pese, 
internacionalmente competente para julgar determinada matéria, pode declinar essa 
prerrogativa por considerar outro foro o mais adequado para realizar o julgamento. 
ATENÇÃO: 
Cláusula de foro afasta a competência concorrente no Brasil. Cláusula arbitral pode afastar a 
competência concorrente e exclusiva do juiz brasileiro, salvo se houver questão de ordem 
pública (exemplo contrato de trabalho e relação de consumo), é o entendimento majoritário. 
Lex mercatoria – não estatal 
Incoterms – cláusulas utilizadas em contratos internacionais que determinam grau de obrigação 
ou responsabilidade 
2 – Imunidade 
Imunidade soberana – por força do costume internacional, um Estado não deve se submeter à 
jurisdição de outro Estado. Par in parten non habet judicium = entre o par não há jurisdição. 
Dois tipos de ato que podem ser realizados por um Estado em relações internacionais: ato de 
império e ato de gestão. Naquela, a imunidade absoluta prevalece, neste a imunidade é 
relativizada. 
Ato de império são os atos realizados pelo Estado na qualidade de pessoa de direito 
Direito Internacional – Professor Gustavo – 2017/1 
 Notas de aulas André Teles 
 
5 
internacional 
Ato de gestão são aqueles praticados pelo Estado como se particular fosse 
Obs.: a relatividade é quanto a jurisdição, mas permanece a imunidade de execução, ou seja, só 
poderá executar o bem se: 
1 - Renunciar à imunidade de execução 
2 - Não renunciando, mas sendo encontrados bens do Estado estrangeiro no Brasil que sejam 
estranhos à representação diplomática ou consular daquele país. 
3 - Usar carta rogatória mais gestão diplomática. 
Imunidade diplomática - Incide sobre o diplomata, agentes diplomáticos e consulares. Agente 
diplomata é representante de natureza política, recepciona chefe de estado estrangeiro, realiza 
tratados, etc. O agente consular tem natureza administrativa,autentica documentos, emite 
vistos, etc. 
Tipos de imunidade diplomática: penal (natureza plena), civil e administrativa. Não se confunde 
com impunidade, não responde no país onde está lotado, mas responde no Brasil. No âmbito 
civil há exceção: ações reais sobre bens imóveis particulares (exemplo: casa de praia), ações 
sucessórias a título particular (herança), reconvenção (sofrida por ação que ele iniciou por conta 
própria). 
Diplomata brasileiro é funcionário público concursado, o chefe da missão pode ser qualquer 
pessoa, mas chefe de missão permanente tem que passar pela aprovação do Senado. 
20/02/2017 
Imunidade de Consul 
Propteroffício – só é imune pelos atos correspondentes ao exercício de sua função, demais atos 
ele responde no próprio país onde estiver. 
Conflito de leis – conflilt of laws 
Para cada elemento de conexão (relação jurídica), tem uma regra de conexão que determina 
qual o direito aplicável. Exemplo: Quando o elemento de conexão for um estatuto pessoal que 
determina o nome, família, início e fim da personalidade jurídica e capacidade, se aplica a regra 
lex domicilii. Assim, Fulano, brasileiro, domiciliado na França, em caso de discussão de 
capacidade se aplica o direito francês. 
Obs.: reenvio não é admitido no sistema jurídico brasileiro. Instituto desconhecido ocorre 
quando as leis do pais onde serão a base do direito não tem a solução para o problema, neste 
caso se aplica a lei brasileira. 
Vínculo matrimonial 
Formalidades - seguem a regra lex loci velebrationis (local onde foi realizado o casamento) 
Impedimentos – lex loci actus (local da realização do casamento) 
Validade – lex domicilii (domicílio comum ou, se diverso, o primeiro domicílio conjugal) 
Direito Internacional – Professor Gustavo – 2017/1 
 Notas de aulas André Teles 
 
6 
Regime de bens – idem anterior 
Casamento consular – formalidade e impedimento se aplica a regra lex patriate (lei de 
nacionalidade dos cônjuges). Obs.: ambos devem ser da mesma nacionalidade. 
Dissolução do vínculo matrimonial – lex fori/lex domicilli. De regra se aplica a lex fori, direito 
do foro (onde está interpondo a ação), mas isso pode ser relativizado quando se vai para um 
país apenas com o objetivo do divórcio, é uma forma de fraude à lei. 
Direitos reais - lex rei sitae (local onde o bem se encontra) é a regra. Exceção: 
Bens móveis em trânsito – mobília sequuntur personam (direito aplicado do domicílio do 
proprietário) 
Coisa empenhada – direito do domicílio de quem detém a posse do bem objeto do penhor. 
Obrigações e contratos 
Quanto à forma e substância – lex loci actus (onde foi realizado o contrato) 
Quanto ao cumprimento da obrigação – levar em consideração o local, lex loci actus, mais lex 
loci solutionis se o local de adimplemento da obrigação exigir requisito essencial, ou seja, se 
no local onde for aplicar o contrato for exigido alguma formalidade ou qualquer requisito 
especial, leva em consideração a lex loci solutionis. 
Responsabilidade extracontratual – lex loci delicti (local onde ocorreu o sinistro) 
Danos ambientais/ virtual, internet – lex loci damni (local do dano) 
Relação de consumo – favor laesi (local mais favorável) 
Relação de trabalho – favor laborans (local mais favorável ao trabalhador. Obs.: mudou em 
2013 pelo TST) 
Sucessões – regra geral domicílio do de cujus, lex domicilii de cujos, mas se o sucessor for 
cônjuge ou filho brasileiro, se aplica a lex pátria dos herdeiros, ou seja, direito brasileiro salvo 
se for mais benéfica a lex domicilii do de cujus. 
Sucessão testamentária (formalidades) – lex loci actus 
06/03/2017 
Exercícios 
Direito Internacional Público 
Regula as relações entre sujeitos do direito internacional. 
Sujeitos – os sujeitos, por excelência, são os Estados, considerados com personalidade jurídica 
originária. Relações interestatais entre países e não entre ONGs. 
Organizações internacionais também são sujeitos, como a ONU, mas considerados com 
personalidade derivada (dos Estados). 
Direito Internacional – Professor Gustavo – 2017/1 
 Notas de aulas André Teles 
 
7 
Sujeitos anómalos – por força do costume é considerado sujeito de direito internacional, 
exemplo: Santa Sé, tem natureza jurídica agremiação religiosa, enquanto outros órgãos 
religiosos não tem a mesma prerrogativa. O tratado assinado por este sujeito se chama 
concordata. A Cruz Vermelha também é sujeito por costume histórico, é uma ONG. Ambos 
exemplos são aceitos pacificamente pela doutrina. 
Sujeitos fragmentários – há controvérsia na doutrina sobre se estes são ou não sujeitos de 
direito internacional. Ex. ser humano, o indivíduo. Alguns doutrinadores dizem que são sujeitos 
em dois regimes jurídicos: em tratados de direitos humanos e em face do Tribunal Penal 
Internacional. Para Empresa multinacional também há controvérsia. Alguns dizem que uma 
empresa detém um poder tamanho como de um Estado. Exemplo: Shell, tem PIB maior que 
alguns estados, pode negociar em igualdade de condições. ONGs transnacionais, a depender da 
função pública que exerce, alguns consideram como sujeito, quando o objeto da organização é 
de interesse público internacional, exemplo: médicos sem fronteira. 
13/03/2017 
Fontes do Direito Internacional Privado 
Estatuto da Corte Internacional de Justiça 
As principais fontes do direito internacional são: tratados, costumes e princípios gerais do 
Direito 
Artigo 38 - A Corte, cuja função é decidir de acordo com o direito internacional as 
controvérsias que lhe forem submetidas, aplicará: 
a. as convenções internacionais, quer gerais, quer especiais, que estabeleçam regras 
expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes; 
b. o costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como sendo o direito; 
c. os princípios gerais de direito, reconhecidos pelas nações civilizadas; 
d. sob ressalva da disposição do Artigo 59, as decisões judiciárias e a doutrina dos juristas 
mais qualificados das diferentes nações, como meio auxiliar para a determinação das regras 
de direito. 
A presente disposição não prejudicará a faculdade da Corte de decidir uma questão ex aequo 
et bono, se as partes com isto concordarem. 
Tratados 
Os tratados são acordos escritos, firmados por Estados e organizações internacionais dentro 
dos parâmetros estabelecidos pelo Direito Internacional Público, com o objetivo de produzir 
efeitos jurídicos no tocante a temas de interesse comum. 
O nosso conceito parte da noção fixada polo artigo 2º, par. I, “a” da Convenção de Viena 
sobre o Direito dos Tratados, de 1969, que estabelece que tratado “significa um acordo 
internacional concluído por escrito entre Estados e regido pelo Direito Internacional, quer 
conste de um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja 
sua denominação específica”. 
Direito Internacional – Professor Gustavo – 2017/1 
 Notas de aulas André Teles 
 
8 
A Convenção de Viena de 1969 não considerou expressamente a possibilidade de as 
organizações internacionais celebrarem tratados. Por isso, a definição do tratado deve levar 
em conta a Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados entre Estados e Organizações 
Internacionais ou entre Organizações Internacionais, de 1986, que incorporou explicitamente 
a ordem jurídica interacional a capacidade dos organismos internacionais de concluir 
tratados, que já era evidente na prática internacional. 
A Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados de 1969, em vigor desde 27/01/1980, 
finalmente foi ratificada pelo Brasil, tendo sido aprovada pelo Congresso Nacional por meio 
do Decreto Legislativo 496, de 17/O7/2009, e promulgada polo Decreto 7.030, de 14/12/2009, 
com reservas aos artigos 25 e 66, cujos efeitos, portanto, não se aplicam ao Estado brasileiro. 
Portela,2015, p. 84 
Diferença entre Tratados e Acordo de cavalheiros 
Tratados Acordo de cavalheiros 
Atos solenes Atos informais 
Necessariamente escritos Podem ser verbais 
Firmado por pessoa de DIP Firmado por estadistas a título pessoal 
“animus contrhaendi”, produz efeitos 
jurídicos 
Gera obrigações meramente morais 
 
Etapas de formação 
Celebração (feita pelo executivo) – é o ato pelo qual se firma a redação final de um tratado 
internacional. Essa versão final pode ser firmada em mais de uma língua ou idioma em uma 
versão autêntica, isto é, versão oficial, é o idioma de trabalho das relações internacionais, em 
geral o inglês, mas todas as versões assinadas no ato da celebração serão versões autênticas. 
Exemplo: a Carta das nações Unidas foi celebrada em: inglês, espanhol, francês, russo, 
mandarim e árabe. A versão oficial é a tradução da versão autêntica feita por governo de 
diversos países que não tiveram seu idioma consagrado na versão autêntica. É sobre a versão 
autêntica que pode incidir uma controvérsia, não na versão oficial. Pode ser representado pelo 
chefe de Estado ou de Governo. Na américa Latina este representante é chamado de Chanceler 
(Ministro das Relações exteriores), mas na Europa, este termo é utilizado para se referir ao 
primeiro ministro. 
Há também os plenipotenciários, com carta de plenos poderes. Dispões de autoridade para 
negociar internacionalmente em nome do país, mas dentre de certos limites ou sobre algumas 
matérias. É preciso ter apenas capacidade civil para exercer este cargo. Celebração é uma 
manifestação de consentimento de natureza prenunciativa, de intensão de utilizar aquele regime 
jurídico, mas depende da aprovação no congresso de seu país. Assim, fica sujeita à aprovação 
de procedimentos internos de cada país. 
Aprovação – (feita pelo legislativo) – Cabe ao Congresso aprovar ou não o tratado. Se versar 
sobre os direitos humanos, seguirá o procedimento de Emenda Constitucional, mas se versar 
sobre outras matérias, será o procedimento de deliberação de lei ordinária. O ato pelo qual o 
Direito Internacional – Professor Gustavo – 2017/1 
 Notas de aulas André Teles 
 
9 
Congresso aprova um tratado é o Decreto Legislativo, depois é encaminhado ao executivo, na 
figura do Presidente da República que irá proceder a ratificação. Assim, a ratificação é o ato 
pelo qual o Presidente da República manifesta o consentimento definitivo do Estado em face 
daquele tratado internacional. Uma vez ratificado, o Chefe de estado encaminha o tratado para 
os demais países. Num tratado multilateral, o Estado encarregado de organizar, conduzir, 
secretário, é o depositário dos instrumentos de ratificação. Este mesmo Estado será encarregado 
de receber as ratificações (depósito do instrumento de ratificação) para entrar em vigor. Na 
negociação se decide quantas ratificações são necessárias para o tratado entrar em vigor e antes 
de atingir o número de ratificações mínimas o tratado tem apenas vigência interna. Assim, a 
vigência interna de um tratado às vezes não coincide com a vigência externa. 
Ratificação e promulgação são feitos por decreto presidencial. Promulgação tem efeito 
jurídicos internos a partir da publicação no diário oficial da união. 
Hierarquia normativa dos tratos internacionais 
Os tratados aprovados antes da EC 45/2004 ficam após a CF, mas acima das outras leis como 
lei supralegal. Exemplo: pacto São José exerce eficácia paralisante ou congelante no CC que 
especifica como se daria a prisão civil do depositário infiel, segundo interpretação do STF. Não 
revogou o texto Constitucional, pois é hierarquicamente inferior, mas o texto ficou sem eficácia 
por não ter regulação complementar. 
Reserva – é o ato pelo qual o Estado manifesta a sua vontade no sentido de não se obrigar em 
relação a um dado dispositivo convencional, quando da retificação de um tratado. A reserva só 
é possível se o tratado expressamente a permitir e/ou não incidir sobre elemento essencial do 
acordo. 
Obs.: norma jus cogens tutelam não podem ser revogadas pelas fontes do direito internacional 
Costumes 
Elemento objetivo – consuetudo – prática geral, duradoura e não contraditória. Não precisa 
abranger todo o planeta. Exemplo: asilo diplomático, utilizado na América Latina. Além do 
elemento objetivo, é necessário o elemento subjetivo. 
Elemento subjetivo – opnio juris – convicção de obrigatoriedade, ou seja, a prática é vinculada 
a noção de obrigatoriedade, o Estado se sente vinculado a agir assim, é algo subjetivo, o Estado 
considera obrigatório tal costume. Exemplo: espaço marítimo em um baixio a descoberto1 que 
está sendo reivindicado pela China como território seu. Se outros Estados começarem a 
respeitar este território, ou seja, criar o costume, a China pode utilizar este argumento como 
fonte do Direito. Objetor persistente é aquele sujeito que desde o início da formação de um 
costume opôs-se a esse, como os EUA estão fazendo no caso da China. 
 
1 1 - Um «baixio a descoberto» é uma extensão natural de terra rodeada de água, que, na baixa-mar, fica acima 
do nível do mar, mas que submerge na preia-mar. Quando um baixio a descoberto se encontre, total ou 
parcialmente, a uma distância do continente ou de uma ilha que não exceda a largura do mar territorial, a linha 
de baixa-mar desse baixio pode ser utilizada como linha de base para medir a largura do mar territorial. 
2 - Quando um baixio a descoberto estiver, na totalidade, situado a uma distância do continente ou de uma ilha 
superior à largura do mar territorial, não possui mar territorial próprio. 
CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DIREITO DO MAR 
Direito Internacional – Professor Gustavo – 2017/1 
 Notas de aulas André Teles 
 
10 
 
 
Princípios gerais do direito 
Princípios jurídicos comuns às nações civilizadas como boa-fé, pacto sunt servanda2, presunção 
de inocência, devido processo legal. 
Fontes acessórias ou auxiliares – doutrina e jurisprudência – utilizadas para provar o opnio 
juris, que é subjetivo. Está hierarquicamente abaixo das fontes principais. Assim, a Corte 
Internacional pode mudar sua posição jurisprudencial quando lhe convier. 
Equidade também pode ser utilizada como fonte supletiva do direito internacional. Só é 
possível utilizar equidade se não houver norma jurídica regulando a matéria e as partes 
concordarem em recorrer a ela. Quando não há uma das fontes principais ou auxiliares. A 
doutrina internacional entende que está aplicando preceitos jusnaturalistas, a manifestação do 
direito natural. Ainda não houve julgamento pela Corte Internacional em que se aplicasse 
equidade. 
A equidade é a aplicação de considerações de justiça a uma relação jurídica, quando não 
exista norma que a regule ou quando o preceito cabível não é eficaz para solucionar, 
coerentemente e de maneira equânime, um conflito. E, como afirma Mazzuoli, “a aplicação 
dos princípios de justiça a um caso concreto sub judice”. 
O artigo 38, par. 2º do Estatuto da CIJ consagra a equidade como ferramenta que pode levar 
a solução de conflitos internacionais, ao determinar que o rol de Fontes de Direito 
Internacional existentes “não prejudicará a faculdade da Corte de decidir uma questão ex 
aequo et bono, se as partes com isto concordarem”. 
Portanto, o Estatuto da CIJ autoriza a Corte, ao examinar um litigio, a afastar a aplicação de 
uma norma que incida sobre um caso concreto, decidindo o conflito com base apenas em 
considerações de justiça. 
Parte da doutrina não reconhece a equidade como fonte Formal de Direito Internacional a 
exemplo de Celso de Albuquerque Mello, que a qualifica como “Fonte material do Direito 
Internacional”. Parte importante da doutrina jurídica em geral percebe a equidade como mero 
elemento de integração. Em todo caso,a equidade é também princípio geral do Direito, visto 
que as normas jurídicas devem ser sempre aplicadas à luz da necessidade de se fazer justiça. 
Atenção: enfatizamos, em todo caso, que a equidade só poderá ser empregada a partir da 
anuência expressa das partes envolvidas em um conflito. Portela, 2015, pp.68-69 
Fontes extra estatutárias – não estão no estatuto da CIJ, mas são consideradas como fonte do 
direito internacional. São os atos bilaterais dos Estados e decisões de organizações 
internacionais. Exemplo Mercosul. 
20/03/2017 
 
2 PACTA SUNT SERVANDA é o Princípio da Força Obrigatória, segundo o qual o contrato obriga as partes nos 
limites da lei. É uma regra que versa sobre a vinculação das partes ao contrato, como se norma legal fosse, 
tangenciando a imutabilidade. A expressão significa “os pactos devem ser cumpridos”. 
Direito Internacional – Professor Gustavo – 2017/1 
 Notas de aulas André Teles 
 
11 
Denúncia – é um ato pelo qual um Estado manifesta sua vontade no sentido de desvincular-se 
a um tratado internacional. Para o Estado se vincular a um tratado é necessário a vontade do 
legislativo e do executivo, mas a denúncia é vista como ato de exclusividade do executivo, o 
Chefe de Estado (Presidente da República), pois ele é o titular da representação. Isso é utilizado 
para os tratados celebrados antes da EC 45/04, visto que depois desta emenda os tratados que 
versam sobre direitos humanos e seguirem a formalidade necessária, se torna parte da 
Constituição. 
A denúncia demanda tempo para produzir efeitos, estabelecido em cada tratado, mas se este for 
omisso, se aplica de modo supletivo a convenção de Viena de 1969 que prevê um prazo de 12 
memes. 
Obs.: há uma ADIN discutindo essa visão com base no princípio da Paridade das Formas visto 
que para ser aceito o tratado foi de uma forma e para desfazer seria de outra maneira. 
 
Teoria do Estado 
Estado é uma sociedade política organizada constituída pelos elementos constitutivos: povo, 
assentado num território, tendo um governo soberano. Povo, vínculo jurídico que liga uma 
pessoa ao Estado, conceito jurídico. Território é o espaço geográfico onde o Estado exerce sua 
soberania. Soberania, do ponto de vista interno, significa que o Estado mantém dentro das 
fronteiras o monopólio do uso legítimo da força. Do ponto de vista externo tem dois preceitos: 
igualdade jurídica e independência política em suas relações internacionais. 
O Estado não se identifica com a nação ou com o povo, que consistem em grupos sociais cujas 
partes são unidas por afinidades históricas, culturais, étnicas, religiosas, psicológicas, etc., 
bem como por anseios comuns. Em todo caso, os entes estatais podem surgir das aspirações 
de nações ou de povos, como foi o caso de Israel. As nações podem também estar espalhadas 
por vários Estados, e o território de um ente estatal específico pode abrigar várias nações. 
Portela, 2015, p.167 
Reconhecimento de Estado – tem natureza declaratória, não constitutiva, ou seja, apenas 
afirma uma situação já existente, não cria. Para a teoria constitutiva é necessário o 
reconhecimento internacional, além dos elementos essenciais, para ser sujeito de direito 
internacional. 
Reconhecimento de governo – não se considera a existência ou não do estado, mas quem 
está à frente do governo, a legitimidade da liderança do país. Há duas doutrinas: Tobar e 
Estrada. Doutrina Tobar: quando há ruptura institucional, o governo do país não deve ser 
reconhecido pelos demais. Isso inspirou as cláusulas democráticas, dispositivos criados para 
aplicar sanções a países que sejam cometidos de rupturas em sua ordem constitucional. Essas 
sanções variam de organização para organização. Exemplo: no Mercosul, um país pode ser 
expulso se ocorrer este tipo de ruptura. Criada em 1907 por Carlos Tobar, então Ministro das 
Relações Exteriores do Equador. Defende que se deve negar reconhecimento a governos que 
alcançaram o poder por meio de violação à ordem constitucional. Tais governos só poderiam 
Direito Internacional – Professor Gustavo – 2017/1 
 Notas de aulas André Teles 
 
12 
ser reconhecidos quando demonstrassem ter conseguido a aprovação popular3; 
A doutrina estrada entende que um país não deve se imiscuir em assuntos internos de outro 
país, deve observar a não intervenção. Criada em 1930 por Genaro Estrada, então Secretário 
de Estado das Relações Exteriores do México. Defende que o reconhecimento de governos 
constitui ingerência indevida dos Estados estrangeiros nos assuntos internos de um Estado. 
Não cabe aos outros Estados julgar a legitimidade de um governo estrangeiro, cabendo-lhes 
apenas continuar mantendo ou não relações diplomáticas, conforme seus interesses. Desta 
forma, desde que o novo governo consiga estabelecer-se de forma efetiva, não importa aos 
Estados estrangeiros como ele ascendeu ao poder, pois tal assunto é de ordem interna. Também 
é chamada de doutrina da efetividade e prevalece atualmente4. 
27/03/2017 
 Sucessão dos Estados 
A sucessão de Estados ocorre quando o Estado sofre transformações que atingem a sua 
personalidade no mundo jurídico internacional. A Convenção de Viena sobre sucessão de 
Estados a respeito de tratados (1978) estabelece que a "sucessão de Estados significa a 
substituição de um Estado por outro no tocante à responsabilidade pelas relações 
internacionais do território". 
Sucessão de Estados é uma teoria em relações internacionais quanto ao reconhecimento e 
aceitação de um novo Estado criado por outros Estados, baseado em uma relação histórica 
percebida que o novo Estado possui com o Estado anterior. A teoria tem suas raízes na 
diplomacia do século XIX. 
Sucessão pode se referir a transferência de direitos, obrigações, e/ou propriedade de um 
Estado anteriormente bem estabelecido (o Estado predecessor) ao novo (o Estado sucessor). 
Transferência de direitos, obrigações, e propriedade podem incluir ativos estrangeiros 
(embaixadas, reservas monetárias, artefatos de museus), participação em tratados, 
organizações internacionais, e dívidas. Frequentemente um Estado escolhe aos poucos se quer 
ou não ser considerado o estado sucessor5. 
Fusão – ocorre quando dois ou mais Estados se unem para formar um Estado composto: 
A+B=C. Exemplo: EUA 
Incorporação – um Estado incorpora outro aumentando um Estado, a+b=A. Exemplo: 
Alemanha ocidental incorporou a Alemanha oriental. 
Desmembramento ou divisão – ocorre quando um Estado originário se desmembra ou se 
divide em duas ou mais partes, nascendo, assim, dois ou mais Estados: A=B+C+D... exemplo: 
URSS 
Secessão – ocorre quando um Estado se divide para formar outro Estado, mas o Estado 
 
3 Professor Tiago Gomes Fernandes. Disponível em: http://proftiago.blogspot.com.br/2007/03/roteiros-de-
aula-aula-05-estado.html. Acesso em 27/03/2017 
4 Idem, Professor Tiago Gomes Fernandes 
5 Leonardo Gomes de Aquino. Disponível em: http://www.ambito-
juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=7669. Acesso em 27/03/2017 
Direito Internacional – Professor Gustavo – 2017/1 
 Notas de aulas André Teles 
 
13 
originário continua existindo: A=A+B. Exemplo: Portugal e Brasil. 
Efeitos jurídicos da sucessão 
Bens públicos – seguem o domínio eminente do país onde eles se encontram. Exemplo: URSS, 
as armas nucleares pertenceriam ao país onde se encontravam, não ocorreu por acordo. Quando 
o bem não está no domínio do sucessor nem do sucedido tem que resolver por negociação. 
Dívida pública – dívidas contraídas pelo Estado sucedido, destinadas a combater o Estado 
sucessor, não devem ser transferidas a esse último. 
Arquivos públicos – devem ser transferidos os arquivos públicos que digam respeitoao Estado 
sucessor. Exemplo: na secessão entre Brasil e Portugal, os processos de brasileiros que estavam 
na Casa de Suplicação de Lisboa deveriam ser remetidos ao Brasil. 
Costumes – Se entende que os costumes vinculam o Estado sucessor, ainda que esse não tenha 
participado de sua formação, ou seja, mesmo tendo surgido naquele momento, o novo Estado 
deve respeitar os costumes existentes. 
Tratados e Organização Internacional – não existe sucessão automática. Exemplo: membro 
da ONU não sucede automaticamente. 
 
Condição do Estrangeiro 
Ingresso – não existe direito de ingresso em outro estado, nem mesmo a posse do visto agrega 
tal direito, sendo o visto um ato administrativo de natureza precária. Isto se chama impedimento 
ao ingresso, não se trata de deportação, pois enquanto estiver na área considerada zona 
internacional. Não precisa justificativa. 
Deportação – pressupõe o ingresso no estado, fora da zona internacional. Neste caso a 
retirada compulsória ocorre por ter realizado um ingresso irregular ou sua estadia se tornou 
irregular. Exemplo: não renovar o visto de turista. Deportação é de ordem administrativa, pode 
ser analisada pelas autoridades de fronteira, como a PF. Não há sequelas, nada impede que o 
deportado retorne. 
Expulsão – incide sobre estrangeiro que praticou conduta considerada atentatória ao interesse 
nacional brasileiro. Relacionado à prática de crime, pela Lei 6815/80. É um ato discricionário 
do Presidente da República. Há sequelas, pois o estrangeiro expulso não pode retornar ao estado 
enquanto estiver em vigência o decreto que o expulsou. Não se expulsa o estrangeiro casado 
(ou companheiro) com brasileiro havia mais de 5 anos ou quando tiver filho menor sob a sua 
dependência econômica (ou afetiva). 
Obs.: na expulsão e deportação o Presidente pode, de forma discricionária, decidir pela 
permanência do estrangeiro no país. 
Extradição – é o ato pelo qual o Estado coloca à disposição de outro, pessoa que esteja 
respondendo a processo de natureza penal nesse último. Há solicitação do outro Estado, a PF 
busca e detém o estrangeiro até o julgamento pelo STF. Tem que atender a certos requisitos, 
como: estar respondendo a processo de natureza penal, haver dupla tipicidade, ou seja, o fato 
Direito Internacional – Professor Gustavo – 2017/1 
 Notas de aulas André Teles 
 
14 
típico tem que ser nos dois países, dupla punibilidade, isto é, o crime não pode estar prescrito 
nos dois Estados, não pode incidir sobre crime de natureza política ou de opinião. Se condenado, 
ou se passível de aplicação de pena de morte ou perpétua, o Estado estrangeiro deve fazer o 
compromisso de comutar a pena de acordo com a sanção brasileira. Deve haver também a 
detração do tempo da pena, isto é, abater da pena o tempo que o acusado ficou preso no Brasil 
aguardando julgamento. É necessário haver entre os dois países tratado internacional ou firmar 
compromisso de reciprocidade. Se todos os requisitos estiverem presentes, o STF autoriza a 
extradição, mas fica a cargo do Presidente da República decidir pela extradição ou não. O 
deferimento da extradição não vincula o Presidente, mas o indeferimento sim. 
Ob.: não se aplica deportação ou expulsão que implique efeitos similares ao da extradição. 
Asilo (territorial ou diplomático) – é o ato pelo qual o estado acolhe em seu território pessoa 
estrangeira sob o fundamento que esse encontra-se sujeito a perseguição de natureza política ou 
ideológica em seu país de origem. Pressuposto de que o estrangeiro conseguiu chegar ao 
território do estado concedente. Na América Latina se desenvolveu o costume do asilo 
diplomático, depois positivado pela convenção de Caracas em 1954. 
Refúgio – é o ato pelo qual o estado acolhe em seu território grupo de pessoas sob o 
fundamento de que estejam sofrendo perseguição de natureza política, ideológica, étnica, 
religiosa ou social e tenham fundado receio de retornar ao seu país de origem. Obs.: não inclui 
questões de natureza ambiental. Não se trata de prerrogativa soberana, mas de obrigação 
internacional para todos os estados que ratificaram o estatuto das Nações Unidas para a questão 
dos refugiados de 1951. Tem direito ao non-refoulement, não devolução. O refúgio se estende 
aos familiares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Direito Internacional – Professor Gustavo – 2017/1 
 Notas de aulas André Teles 
 
15 
 
 
Início da V2 
17/04/2017 – ausente – Anotações de Alex Freitas e Alex Pacheco (adaptado) 
VT Fazer fichamento manuscrito “ Direito Internacional do Trabalho” Dupla - dia 08/05/17 
 
Domínio Público Internacional 
 
Conceito - É o espaço geográfico cujo o uso suscita interesse da comunidade internacional 
como um todo, ainda que sujeito à soberania de um dado país. 
Domínio marítimo - (é o mais cobrado) - Essa matéria está disciplinada na Convenção de 
Montego Bay de 1982 – Jamaica. Essa convenção disciplina o direito internacional do mar 
territorial. A convenção estabelece que em uma distância de até 12 milhas náuticas (mar 
territorial) contados da linha de base da costa de um país (ponto mais baixo da maré), o Estado 
pode exercer soberania plena, com uma exceção, o direito de passagem inocente que é o trânsito 
de embarcação estrangeira, de forma contínua, transitória e sem incidentes. Navio de guerra 
estrangeiro tem seu acesso vedado. O fundo do mar e o alto-mar são considerados res 
communis, patrimônio comum da humanidade, insuscetível de apropriação. 
Ilhas - Possuem mar territorial próprio, 12 milhas, ilhas artificiais não têm direito a mar 
territorial, só têm direito a 500m de zona de segurança 
Baixios descobertos - porção de terra que só aparece com a maré baixa. Não possuem mar 
territorial próprio, salvo se parte dele estiver sendo albergado pelo mar territorial. 
Águas interiores - São aquelas águas que se localizam em reentrância da costa como baías 
e ensedadas, cuja embocadura é inferior a 24 milhas náuticas. Nas águas interiores a soberania 
é plena e não há o direito de passagem inocente6. 
 
6 (CESPE / Analista Legislativo - Câmara dos Deputados / 2002) O Estado não exerce soberania plena sobre as 
suas águas interiores, tendo em vista que, nelas, é reconhecido o direito de “passagem inocente” em favor dos 
navios de qualquer Estado. ERRADO 
(CESPE / Advogado - OAB / 2007.3) é reconhecido aos navios de todas as nacionalidades o direito de passagem 
inocente no mar territorial brasileiro. CERTO 
Direito Internacional – Professor Gustavo – 2017/1 
 Notas de aulas André Teles 
 
16 
Zona contígua - A convenção também estabeleceu uma zona contígua de até 12 milhas 
náuticas contadas a partir do final do mar territorial, ou seja, 12+12 milhas. Na zona contígua 
não existe soberania plena, a soberania é limitada7. 
Zona econômica exclusiva - Ela tem 188 milhas náuticas, contados a partir do limite 
externo do mar territorial, que é de 12 milhas. O Estado tem o direito de pesquisa marítima, 
exploração econômica exclusiva nessa zona. Soberania limitada a exploração econômica8. 
Plataforma continental - É toda a projeção do continente que vai da costa a planície abissal 
(fundo do mar), ou seja, é da areia da praia ao fundo do mar. Geralmente essa plataforma está 
dentro das 188 milhas náuticas, porém, pode ocorrer ultrapassar, quando ocorre, a convenção 
estabelece a possibilidade de o Estado requerer a extensão da exploração econômica exclusiva 
dessa porção excedente até a distância máxima de até 350 milhas náuticas, contados do litoral9. 
24/04/2017 
Estreito e canal (diferença) – estreito é um acidente geográfico natural, o canal é artificial, 
construído pelo homem. Exemplo: estreito de Magalhaes, canal de Suez, canal do Panamá. O 
regime jurídico no estreito é de livre trânsito,regra geral, mas nos canais, o regime jurídico será 
determinado pelo país que detém a soberania sobre o mesmo. No Panamá, era os EUA e em 
Suez (Egito) era a França. 
Domínio aéreo - é toda porção de atmosfera que se encontra acima do território de um 
determinado país sobre o qual ele é capaz de exercer seu poder. Não há o direito de passagem 
inocente, como ocorre como o domínio marítimo. Se uma aeronave ingressar no território de 
outro país sem autorização, o Estado pode abatê-lo. A Convenção de Chicago (1944) 
estabeleceu 5 liberdades: 
1 – Sobrevoo; 
2 - Sobrevoo e escala; 
 
7 (CESPE / Advogado - OAB / 2007.3) A zona contígua brasileira compreende uma faixa que se estende de 12 a 
24 milhas marítimas, contadas a partir das linhas de base que servem para medir a largura do mar territorial. 
CERTO 
(CESPE / Advogado - OAB / 2007.3) O mar territorial brasileiro compreende uma faixa de duzentas milhas 
marítimas de largura, medidas a partir da linha de base. ERRADO 
8 (CESPE / Analista Legislativo - Câmara dos Deputados / 2002) O Brasil ajustou o seu direito interno aos preceitos 
da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar por meio da Lei n. º 8.617, de 1993, que reduziu a doze 
milhas a largura do mar territorial brasileiro e adotou o conceito de zona econômica exclusiva para as 188 milhas 
adjacentes. CERTO 
(CESPE / Advogado - OAB / 2007.3) em sua zona econômica exclusiva, o Brasil tem o direito exclusivo de regular 
a investigação científica marinha. CERTO 
9 (CESPE / Juiz Federal - TRF5R / 2004) para que um Estado costeiro possa explorar licitamente os recursos 
naturais de sua plataforma continental além das duzentas milhas até a borda exterior de sua margem 
continental, deve submeter sua pretensão à aprovação da Comissão de Limites da Plataforma Continental (CLPC), 
desde que não haja objeções da comunidade internacional e da Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos. 
ERRADO. A Convenção de Montego Bay prevê a possibilidade de ampliação da plataforma continental dos 
Estados para o bordo exterior da margem continental, limitado a 350 milhas da linha de base, sendo necessário, 
para tanto, que o Estado submeta sua pretensão, junto com estudos científicos comprovando os limites da 
plataforma continental, à CLPC. Não há previsão, contudo, de possibilidade de objeção da comunidade 
internacional ou da Autoridade. 
Direito Internacional – Professor Gustavo – 2017/1 
 Notas de aulas André Teles 
 
17 
3 - Sobrevoo, escala e embarque; 
4 - Sobrevoo, escala e desembarque; 
5 - Sobrevoo, escala, embarque e desembarque. 
Domínio sideral – tratado da lua (1969). Estabeleceu que a lua é res communis (patrimônio 
comum da humanidade), pertence a toda humanidade. Este tratado prevê a não utilização da lua 
para fins militares, assim como a órbita da Terra não pode ser utilizada para colocar armas de 
destruição em massa. Sobre outros tipos de armas o tratado não menciona, ou seja, é possível. 
Queda de um satélite, a responsabilidade é comum entre o Estado lançador do satélite e o Estado 
que registrou sua propriedade. 
O espago e os corpos celestes, como a Lua, poderão ser explorados por qualquer Estado e 
estão abertos à pesquisa científica. Por outro lado, porém, o espaço e os corpos celestes são 
insuscetíveis de apropriação nacional por proclamação da soberania, por uso ou ocupação ou 
por qualquer outro meio, inclusive atividades privadas. Por fim, as instalações, material e 
veículos dedicados à exploração espacial que pertençam a um Estado são acessíveis aos 
demais, em condições de reciprocidade e sem prejuízo da necessidade de garantir a segurança 
e normal Funcionamento do equipamento. 
A exploração espacial deverá ter fins pacíficos e, nesse sentido, nenhum Estado poderá pôr em 
orbita artefatos com armas nucleares ou de destruição em massa, bem como estabelecer bases 
militares ou realizar manobras militares no espaço. Cabe destacar que instalações e pessoal 
militares poderão participar de atividades de exploração espacial, especialmente as que 
envolvam pesquisa científica, mas sempre com fins pacificos10. 
Domínio fluvial – rios internacionais, que banham mais de um país, têm para o direito 
internacional, garantia de livre navegação para embarcações civis. O Estado pode definir rotas 
ou formas de fiscalização, mas não impedir o acesso. 
Regime jurídico dos polos – para o Ártico, o entendimento majoritário é que se aplica o 
mesmo direito internacional do mar. O polo Sul, é diferente, visto que a Antártida é um 
continente, há terra embaixo da superfície congelada. O Tratado da Antártida de 1954 definiu 
uma suspensão das reivindicações territoriais dos diversos países que alegavam ter direito. Pelo 
tratado não poderia haver exploração econômica, apenas científica. O problema não foi 
resolvido, mas adiado, pois esta área não ficou definida como res commmunis. 
 
Solução Pacífica de Controvérsias 
Meios políticos ou diplomáticos: 
Negociação direta – principal meio utilizado no Direito Internacional 
Sistema de consultas - conjunto de negociações diretas pré-agendadas. 
Bons ofícios – há participação de um terceiro que proporciona um local neutro para que as 
 
10 Portela, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado. 7º edição, Revista, ampliada e 
atualizada. Editora: JusPodivm, 2015, p. 593. 
Direito Internacional – Professor Gustavo – 2017/1 
 Notas de aulas André Teles 
 
18 
partes dialoguem. Exemplo: guerra do Vietnã foi a França que cedeu o local. Pode se dar por: 
Mediação – exercida individualmente por um Estado ou autoridade; por Conciliação – 
exercida em caráter coletivo, conciliadores, sempre no plural, exerce o mesmo papel da 
mediação, ativo em relação a controvérsia. Por fim, a atuação de um terceiro pode ser através 
de uma organização internacional. Obs.: nenhum destes exercem efeito vinculante sobre os 
Estados. 
Meios jurídicos ou jurisdicionais 
Arbitragem – ad hoc, árbitros são constituídos caso a caso para aquela função 
Tribunais internacionais - Tem caráter permanente, são pré-estabelecidos 
Obs.: Não há hierarquia entre os meios políticos e os meios jurídicos, ambos são considerados 
juridicamente vinculantes, à exceção dos bons ofícios. Se descumpridos, as consequências 
ficam com o Estado. 
 
 
 
08/05/2017 
 
Direito Internacional dos Conflitos Armados 
Jus ad bellum: 
Direito à guerra - desde a carta de São Francisco (1945), que criou as Nações 
Unidas, a guerra se tornou um ilícito internacional. Um Estado não pode fazer 
uso da força armada para fazer valer o seu direito, exceto em caso de legítima 
defesa, exercida até que o Conselho de Segurança da ONU se manifeste sobre 
o tema ou em caso de autorização do mesmo, visando a preservação da paz 
internacional. 
Jus in bellum: 
Convenção de Haia (1899, 1907) – três condicionantes para o uso da força: 
ratione personae (apenas os combatentes podem ser alvo da força), ratione 
loci (hostilidade apenas a alvos militares) e ratione conditionis (emprego da 
força deve ser destituído de instrumentos que causem sofrimento 
desnecessário às partes em conflito). 
Convenções de Genebra (1949) – conflitos terrestres (feridos, enfermos); 
conflitos navais (feridos e náufragos); prisioneiros de guerra e população 
civil. 
Jus post bellum: 
Tratado de Roma (2002) - criou o Tribunal Penal Internacional para tratar de: 
Direito Internacional – Professor Gustavo – 2017/1 
 Notas de aulas André Teles 
 
19 
Genocídio - extermínio total ou parcial de um determinado grupo 
Crimes contra a humanidade - praticado por agente do Estado, de maneira 
geral e sistemática, contra população civil, mas sem ter, necessariamente, o 
objetivode eliminar aquele grupo. Inclui: tortura, homicídio, estupro, crime 
de guerra (violação das convenções mencionadas acima). 
Crimes de agressão – Criado pelo Protocolo de Campala. Ocorre quando o 
Estado recorre à força armada sem justificativa válida, ou seja, sem configurar 
legítima defesa ou sem autorização da ONU. 
Tratado de não proliferação de armas nucleares - TNP (1968) – Brasil ratificou em 1998, um 
dos últimos países a ratificar, pois achava que o TNP. Os Estado que possuem à época 
reconhecidos pelo TNP: EUA, França, China, Inglaterra e França. Com armas e sem ratificar o 
tratado: Paquistão, Israel, Índia e Coreia Norte. Sem armas: Os demais países. O TNP faz uma 
separação de potências, e o Brasil considerava esse regime discriminatórios uma vez que 
separava países com armas nucleares e países sem armas nucleares. A Coreia do Norte ratificou, 
mas depois denunciou o tratado. Os países que não possuem firmaram o compromisso de não 
fabricar, tem como contrapartida a promessa de desarmamento dos países que já possuíam 
armas nucleares e além disso passariam através de cooperação a tecnologia para criação de 
usina termo nucleares, compromissos esses que não se concretizaram11. 
A tecnologia para a fabricação de armas nucleares pode ser usada para a fabricação de usinas 
de energia nuclear. O Uranio que é a matéria prima pode ser utilizado de diversas formas com 
base no seu enriquecimento: 20% é utilizado para fins médicos, 80% é utilizado para armas. 
Quem faz o controle/ fiscaliza a comercialização do URANIO é a AIEA – Agência 
Internacional de Energia Atômica. 
 Competência do Tribunal Penal Internacional 
Ratio personae – crime de guerra cometido por nacional de um Estado que ratificou o tratado 
(tratado de Roma). Assim, um brasileiro que pratique um crime desses pode ser julgado pelo 
TPI, pois o Brasil ratificou o tratado. Sendo alguém de um país que não ratificou o tratado, em 
regra não pode ser julgado pelo TPI, mas se ele cometeu o crime em um país que ratificou o 
tratado, pode ser julgado pelo TPI com base no ratio loci. 
Ratio loci - local do cometimento do crime e não da nacionalidade do criminoso 
Ratio tempo – TPI só pode reconhecer os crimes de guerra cometidos após a ratificação 
Surrender – pedido de entrega de pessoa ao TPI (organização internacional), diferentemente da 
extradição, que é um pedido de entrega de pessoa feito por um Estado a outro Estado. 
Obs.: a Jurisdição do tribunal é regida pelo princípio da subsidiariedade. TPI só poderá julgar 
se o judiciário do país onde ocorreu o crime não for capaz de fazê-lo. Isso acarreta ao TPI julgar 
apenas os crimes de Estados “failure states”, falido, em colapso. A pena máxima do TPI são 30 
 
11 (CESPE / Consultor Legislativo - Área 18 - SENADO / 2002) Ao aderir ao Tratado sobre Não-Proliferação de 
Armas Nucleares (TNP), importante instrumento elaborado no sistema da Guerra Fria, visando ao processo 
de desarmamento nuclear, o Estado brasileiro superou as resistências anteriormente sustentadas pela 
diplomacia brasileira, no sentido de que se tratava de um pacto discriminatório entre potências nucleares e 
Estados que reclamavam um compromisso mais concreto de destruição de armamentos nucleares. CERTO. 
Direito Internacional – Professor Gustavo – 2017/1 
 Notas de aulas André Teles 
 
20 
anos. Se os crimes cometidos forem de tal envergadura, que enseje uma necessidade de punição 
maior, é possível a aplicação da prisão perpétua. O tratado de Roma não aceita reservas. 
15/05/2017 
Organização das Nações Unidas12 
O objetivo principal da ONU é evitara a 3º guerra mundial. Foi instituída pela carta de São 
Francisco (1945), tem seis órgãos principais: 
 Conselho de Segurança – tem o objetivo de manter a paz e a segurança internacionais. 
É composto por: P5 + P10, cinco membros permanente e dez não permanentes. 
Permanentes: EUA, Inglaterra, China, França e Rússia. Os não permanentes possuem 
mandato de 2 anos com possíveis reconduções alternadas. Os 5 têm direito a veto, 
impedir a aprovação de resoluções do Conselho de Segurança. O direito ao veto surgiu 
principalmente por causa dos EUA e Rússia. 
 Assembleia Geral – Todos os participantes da ONU têm voz e podem votar, porém, esse 
voto serve apenas como exortação, não tem força vinculante, é meramente político. Os 
trabalhos se iniciam no mês de setembro pelo Brasil, que é o primeiro a falar. 
 Conselho Econômico e Social – composto por 54 Estados que são eleitos pela 
Assembleia Geral para mandato de três anos. Tem funções múltiplas como coordenador 
dos chamados sistema onusiano: OIT, OMS, OIT, UNESCO, PNUMA (programa das 
Nações Unidas para o meio ambiente), UNCTAD, dentre outros. São recepcionados ou 
constituído por este sistema. 
 Conselho de Tutela – existe apenas formalmente hoje, pois foi concebido para auxiliar 
os países em processo de descolonização. A última vez que atuou foi em 1994, com a 
república de Palau. 
 Secretariado Geral – base burocrática da Organização, é quem distribui os funcionários 
entres os diferentes órgãos, presta assistência técnica administrativa a cada um dos 
órgãos da Organização. Tem como chefe o Secretário-geral das Nações Unidas, a 
mesma pessoa que representa a organização internacionalmente. Ele é eleito pela 
Assembleia Geral após recomendação do Conselho de Segurança e fica no cargo por 5 
anos, podendo ser renovado mais uma vez. 
 Corte Internacional de Justiça – instância judicial da ONU, precede a ONU, fez parte da 
extinta Liga das Nações ou Sociedade das Nações de 1919. Foi criada pelo Tratado de 
Versalhes após a 1º guerra mundial. O conselho deliberativo não contemplava todas as 
grandes potências. EUA, URSS, Alemanha foram alguns dos excluídos da Liga. O 
conselho executivo tomava decisões por consenso, ou seja, até membro rotativo podia 
vetar, pois era preciso unanimidade. A CIJ possui 15 magistrados eleitos para mandato 
de nove anos podendo ser renovado. Para ser eleito magistrado, tem que atender aos 
requisitos do mais alto cargo do judiciário do seu país de origem. Esta Corte só exerce 
jurisdição se os Estados se submeterem a ela, pois não há força impositiva, vinculante, 
compulsória. É preciso que as partes submetam a lide a ela para julgamento. 
 
 
12 (CESPE / Procurador Autárquico – EGPA / 2005) criada no imediato pós-Segunda Guerra Mundial, a ONU tem 
na busca da paz e da segurança internacionais uma de suas finalidades essenciais, o que foi decisivo para impedir 
multiplicação de conflitos locais e regionais nos diversos continentes. ERRADO 
Direito Internacional – Professor Gustavo – 2017/1 
 Notas de aulas André Teles 
 
21 
22/05/2017 – ausente – Anotações de Alex Freitas e Alex Pacheco (adaptado) 
Direito Internacional Econômico e do Comércio 
Conferência de Bretton Woods (1944), criou o Banco Mundial (instituição que reúne todos 
os Estados Membros) e o Fundo Monetário Internacional. Ambas instituições possuem 
estruturas semelhantes e têm uma Assembleia de Governadores (órgão deliberativo pleno), que, 
entre outras, tem a função de escolher parte dos membros do conselho de Administração, que é 
um órgão executivo. 
Banco Mundial tem 25 membros no concelho sendo 7 permanentes. Tem como principal 
função promover o desenvolvimento internacional. Finalidade não é o lucro, com isso os juros 
são baixíssimos. O dinheiro do BM sai dos Estados membros que o compõe de forma 
proporcional ao investimento do Estado membro. Cada país membro integraliza um valor que 
vai compor o capital subscrito do Banco Mundial e a votação é proporcional ao montante de 
Capital investido no Banco. 
Fundo Monetário Internacional (FMI) – tem 24 membros no concelhosendo 8 permanentes. 
Tem como função principal garantir estabilidade financeira. No Comércio Internacional os 
países negociam em moedas de alta liquidez e a mais importante é o dólar americano. Em 
algumas situações pode sofrer um desequilíbrio na balança de pagamento e ser deficitária, 
gastando mais dólares do que arrecada e para isso é preciso ter dólar para equilibrar. Neste 
momento atua o FMI, fornecendo empréstimo para regular a balança. Mas vai querer 
contrapartidas, os países que se beneficiam precisam resolver sua situação financeira interna e 
para isso devem promover ações na economia, a fim de gastar menos e arrecadar mais. 
Organização Mundial do Comércio (OMC) - Foi criada pela ata de Marrakesh em 1994, 
depois de quase oito anos de negociações em Ponta Del Leste no Uruguai desde 1986. Tem 
regimes jurídicos específicos e alguns do GATT vão ser incorporados e este: 
GATT (Trade and Tariffs) – Comércio e Tarifas 
GATS (Trade in Services) – Comércio e serviços 
TRIPS (Intellectal Property) – Propriedade intelectual 
TRIMS (Investments) - Investimentos 
TBT (Barreers on Trade) – Barreiras Comerciais 
AOA (Agriculture) - Agricultura 
SPS (Phitosanitary Measures) - Medidas Fitosanitarias 
Antecedente: GATT – General Agreement on Trade and Tariffs (1947) – Acordo geral sobre 
comércio e tarifas, era para ser provisório enquanto não se constituía uma organização 
internacional do comércio que só vai surgir quase 50 anos depois. 
Princípios do Comércio Internacional 
Direito Internacional – Professor Gustavo – 2017/1 
 Notas de aulas André Teles 
 
22 
Princípios na Ata de Marrakesh: Single Undertaking: os tratados internacionais da OMC não 
são passiveis de reservas, ou seja, aceita o Tratado todo ou não aceita nada. No GATT de 1947 
poderia haver acordos parciais, mais a OMC resolveu extinguir esta possibilidade. 
Princípio da transparência: Estado tem que deixar claro qual é a sua política/regime 
comercial, suas tarifas, sua política alfandegária, para evitar incertezas13. 
Princípio da não discriminação: ocorre em dois pontos: Princípio da Nação Mais 
Favorecida - se um determinado Estado concede um benefício comercial a um país, outro país 
pode reivindicar o mesmo tratamento. Tratamento Nacional - deve ser concedido a produtos 
estrangeiros as mesmas regras aplicáveis aos produtos nacionais. 
Exceções ao Princípio da NÃO descriminação: 
 Regionalismo aberto: são acordos comerciais de natureza regional como o bloco 
econômico Mercosul que inclui Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela. 
Exemplo: dentro do Mercosul pode haver um tratamento mais favorável para o produto 
de um destes Estados que para um produto similar de um país fora do bloco, e países 
fora do bloco não podem reivindicar o mesmo tratamento. 
 Cláusula de Habilitação: se aplica a países em desenvolvimento que podem estabelecer 
tarifas diferenciadas para proteger a produção local14. 
 
 Salvaguardas Especiais (Waivers): são suspensões temporárias de benefícios 
comerciais. A aplicação está associada a circunstâncias excepcionais. Exemplo: Alta no 
preço do Trigo na Argentina. Os produtores tendem a vender no mercado internacional, 
que tem melhor preço. Neste contexto, atua a salvaguarda, que pode limitar quantidades 
e valores destinados à Exportação15. 
 
 Dumping - inundação do mercado nacional por produtos estrangeiros com preço abaixo 
que o mercado local. A salvaguarda pode restringir a entrada no mercado de produtos 
estrangeiros. É um ato discricionário de cada país e cabe recurso na OMC por parte do 
Estado que foi impedido. A China, quando entrou na OMC precisou se submeter a uma 
série de Salvaguardas. O CADE faz este papel internamente no Brasil e externamente a 
União pode representar na OMC contra outro Estado que esteja lhe prejudicando. 
A Representação na OMC - Estrutura: 
 
Conferência Ministerial – Bianual: reúne Ministros das Relações Exteriores de cada País. 
Estância máxima da OMC16. 
 
13 (CESPE / Auditor Fiscal da Receita Estadual – ES / 2008) pelo princípio da transparência, qualquer vantagem, 
favor, imunidade ou privilégio concedido por uma parte contratante em relação a um produto originário de ou 
destinado a qualquer outro país será imediata e incondicionalmente estendido ao produtor similar, originário do 
território de cada uma das outras partes contratantes ou ao mesmo destinado. ERRADO. 
14 (CESPE / Juiz Federal - TRF5R / 2009) A cláusula de habilitação, um dos princípios do GATT, estabelece que todo 
e qualquer favorecimento alfandegário oferecido a uma nação deve ser extensível às demais. ERRADO. 
15 (CESPE / Diplomata - IRBr / 2010) O Brasil ratificou a Convenção de Viena de forma isenta de reservas, pois o 
tratado dos tratados não contempla salvaguardas. ERRADO. 
16 (CESPE / Analista em C & T – MCT / 2008) no âmbito da Organização Mundial Comércio (OMC), é permitido à 
Conferência Ministerial decidir a derrogação de uma obrigação de um membro em virtude do acordo constitutivo 
da OMC. CERTO 
Direito Internacional – Professor Gustavo – 2017/1 
 Notas de aulas André Teles 
 
23 
 
Conselho Geral – Permanente, reúne delegados de cada país, em geral Embaixadores, chefe 
de missão diplomática. Tem duas funções: (1) atua como órgão de revisão de políticas 
comerciais e (2) atua como órgão de solução de controvérsias, atividade mais importante. 
Função: A ata diz que, se um Estado representar contra outro, a primeira fase para se resolver 
o litígio será o sistema de consultas, que é um conjunto de negociações diretas pré-agendadas, 
pré-estabelecidas, pré-definidas. Exemplo: a OEA prevê sistema de consultas com prazo 
máximo 60 dias, sendo 30 prorrogáveis por mais 30 dias17. 
 
Painel Especial – composto por três especialistas do mercado internacional, escolhidos em 
comum acordo pelas partes. Não havendo acordo na escolha, o Diretor Geral da OMC define 
quem serão os componentes. No atual Painel Especial, um destes especialistas é do Brasil. Este 
painel especial irá elaborar um parecer que, não sendo aceito, cabe recurso para o Órgão de 
Apelação. 
Órgão de apelação – constituído de 7 especialistas do Comércio Internacional, com mandato 
de 5 anos, eleitos pela Conferência Ministerial. As partes podem escolher 3 destes 7 para julgar 
o recurso e se mais uma vez não chegarem a um consenso, o Diretor Geral da OMC, novamente 
irá decidir quem serão os 3 especialistas18. 
Consenso negativo – da decisão do órgão de apelação passa haver a prerrogativa de execução, 
basta que um só Estado concorde com o teor da sentença para ela ter eficácia. 
Painel de Fiscalização – analisa se o que foi decidido está sendo respeitado, e o pais que está 
sendo prejudicado solicita ao Painel Especial que sancione, geralmente com retaliação 
comercial (pode se 
 
 
Direitos Humanos 
Conceito – são aqueles considerados inerentes ao indivíduo pelo simples fato de ser uma 
pessoa humana. 
O marco significativo para seu surgimento foram as revoluções liberais, francesa e americana. 
Tem fundamento jusnaturalista, Direito Natural. 
Jusnaturalismo – ideias filosóficas, depois reinvindicações políticas e por fim, a positivação 
jurídica. Esta última se deu em constituições nacionais, passando a serem conhecidos como 
Direitos Fundamentais. A outra forma de positivação são os Tratados Internacionais, que neste 
caso, continuam a serem reconhecidos como Direitos Humanos, em sentido estrito ou 
 
17 (CESPE / Juiz Federal - TRF5R / 2009) O Conselho Geral é o órgão da OMC incumbido da resolução de disputas 
e mecanismos de revisão de política comercial. Dotado de função análoga à judiciária, esse conselho vale-se, via 
de regra, de mecanismos de composição extrajudicial, como aarbitragem. CERTO 
18 (CESPE / Advogado - CEF / 2010) O Órgão de Apelação da OMC foi estabelecido na década passada pelo Acordo 
de Marraqueche, que criou aquela organização. O sistema de solução de controvérsias do antigo GATT possuía 
apenas uma etapa de painéis, de cujas decisões não cabia recurso. CERTO 
Direito Internacional – Professor Gustavo – 2017/1 
 Notas de aulas André Teles 
 
24 
dogmático. 
Sistema de proteção: sistema global e sistema regional 
Sistema Global – este sistema se divide em dois: Carta de São Francisco e Convenções 
Internacionais (ONU). Dos seis órgãos da ONU, dois têm papel fundamental: a Assembleia 
Geral, que tem um Conselho de Direitos Humanos e o Secretariado Geral, que tem o alto 
comissariado da ONU para os Direitos Humanos. Este sistema compreende as Convenções e 
Tratados Internacionais. Destes, os mais importantes são: 
1. Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948. Obs.: não é um tratado, tem natureza 
jurídica de resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas, de origem não vinculante, mas 
apesar disso, esta declaração é considerada vinculante, pois, no decorrer do tempo passou a ser 
respeitada, citada e também servido de base para outros documentos de modo que ela se tornou 
uma norma costumeira, passando a ter força normativa19. 
2. Pacto de Direitos Civis e Políticos (1966) – na década em que foi criado, a DUDH ainda 
não era considerada um costume, com força vinculante, por isso, reproduz em grande parte o 
que tem na DUDH. Este comitê tem a função, como regra geral, avaliar os relatórios elaborados 
pelos próprios Estados. Outro dispositivo do comitê é o Protocolo Facultativo, que o Estado 
adere se quiser, e permite denúncias individuais contra o Estado. Tais denúncias, porém, geram 
apenas um constrangimento internacional, pois não têm força coercitiva. Este pacto instituiu o 
Comitê de Direitos Humanos (não confundir com o Conselho de Direitos Humanos da 
Assembleia Geral ou com a Comissão de Direitos Humanos, já extinta). 
3. Pacto de Direitos Sociais Econômicos e Culturais – criado pelos mesmos motivos e 
condições do Pacto de Direitos Civis e Políticos. 
Observações: Esses três documentos, em conjunto, pela relevância histórica, são chamados de 
Carta Internacional de Direitos Humanos. A Comissão dos Direitos Humanos era um órgão 
que fazia parte do Conselho Econômico Social, mas foi extinta em 2006, substituída pelo 
Conselho de Direitos Humanos. O Conselho de Segurança desenvolveu o conceito de RLP: 
responsability to protect ou responsabilidade para proteger. Se um Estado estiver violando os 
direitos humanos, pelo Direito de Ingerência, se poderia intervir no país violador. 
Sistema Regional – Sistema Interamericano 
Organização dos Estados Americanos – OEA, criada pela Carta de Bogotá de 194920. 
 
19 (CESPE / Procurador de Justiça Substituto – RO / 2008) considerada documento basilar para a proteção 
internacional dos direitos humanos, a Declaração Universal dos Direitos do Homem, de 1948, é ato de 
organização internacional, de modo que prescinde de incorporação ao direito interno, como se exige para 
tratados ordinários de direitos humanos. CERTO 
(CESPE / Defensor Público da União - DPU / 2010) os direitos humanos são indivisíveis, como expresso na 
Declaração Universal dos Direitos Humanos, a qual englobou os direitos civis, políticos, econômicos, sociais e 
culturais. CERTO 
(CESPE / Defensor Público da União - DPU / 2010) A Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, apesar 
de ter natureza de resolução, não apresenta instrumentos ou órgãos próprios destinados a tornar compulsória 
sua aplicação. CERTO 
20 (CESPE / Pesquisador - INMETRO / 2009) criada em 1948, a OEA é o organismo político multilateral mais antigo 
em atividade do continente americano. CORRETO. A Organização dos Estados Americanos, fundada em 
30/04/1948, é um organismo regional dentro das Nações Unidas, tendo por escopo alcançar a paz e a justiça, 
Direito Internacional – Professor Gustavo – 2017/1 
 Notas de aulas André Teles 
 
25 
Convenção Americana dos Direitos Humanos (1969), ou Pacto de São José da Costa Rica 
– é um sistema bifásico, possui a Corte Interamericana e a Comissão Interamericana. Qualquer 
cidadão de um país que tenha ratificado o Pacto de São José da Costa Rica pode provocar a 
comissão e fazer uma denúncia sobre violação de direitos humanos, mas esse direito de ação 
do cidadão não alcança a Corte. Quem exerce o jus postulandi na corte é a Comissão 
Interamericana ou um Estado. A Corte Interamericana pode ser provocada pela Comissão 
Interamericana ou por um Estado que tenha ratificado o Pacto de São José da Costa Rica. 
A Comissão exerce um filtro discricionário. Tem que ter havido um prévio esgotamento dos 
recursos judiciais internos, recurso formal, podendo ser afastado se a Comissão entender que 
existem concretos motivos para que o processo não prospere. 
Ao receber a denúncia, a Comissão se manifesta e tenta uma conciliação, mas se não houver 
conciliação, a comissão apenas publica um relatório sobre sua conclusão do caso ou pode enviar 
a matéria para ser julgada na Corte, onde o Estado ficará como réu, não a pessoa que cometeu 
a infração. A sentença da Corte pode condenar o Estado a editar uma lei, a adotar uma 
determinada política pública, a julgar e condenar os responsáveis pela violação aos DH. 
Também pode determinar uma medida de satisfação simbólica como um pedido de desculpas, 
homenagem às vítimas, indenizar à vítima e/ou familiares. A sentença de indenização 
pecuniária tem força de título executivo judicial para o sistema jurídico brasileiro, não 
necessitando de homologação. É executada na Justiça Federal, no domicílio do beneficiário. 
29/05/2016 
Direito Comunitário e da Integração Regional 
Tipologia 
 Zona de preferência tarifária 
 Zona de livre comércio 
 União aduaneira 
 Mercado comum 
 União Econômica e Monetária – a união Europeia se encontra aqui; tarifa comum, 
apenas uma unidade monetária e financeira (um banco central). Tem caráter 
supranacional. Existem normas que suplantam as normas internas dos membros. 
Mercosul – ainda não tem todas as características de um mercado comum. Foi criado pelo 
Tratado de Assunção de 1991. É composto pelo Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. A 
Venezuela também faz parte do bloco, mas está suspensa. 
Protocolo de Ushuaia (1998), estabeleceu a cláusula democrática. Segundo esta, todos os 
participantes do bloco se comprometem a observar as respectivas ordens constitucionais e as 
franquias democráticas (Estado Democrático de Direito), sob pena de sofrer suspensão do bloco 
por sua inobservância. Tem natureza intergovernamental. 
Em 2011 houve o acordo de Ushuaia II que tornou mais robusta a cláusula democrática, 
estabelecendo novas sanções, como fechamento de fronteira, suspensão do comércio, 
 
promover a solidariedade, reforçar a colaboração e defender a soberania, o Território e a independência de seus 
membros. É composta por trinta e cinco países independentes (apesar da suspensão de Honduras, em 2009) e 
está sediada em Washington DC, nos Estados Unidos da América 
Direito Internacional – Professor Gustavo – 2017/1 
 Notas de aulas André Teles 
 
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interrupção, suspensão do fornecimento de energia e outras fontes de abastecimento, atuação 
conjunta em outros foros internacionais (poder aplicar ou requisitar sanções também fora do 
bloco). Tudo para tentar fazer com que o país retorne ao estado de democracia. 
Protocolo de Ouro Preto (1994), estabeleceu a estrutura institucional do Mercosul. Os 
principais órgãos são: Conselho do Mercosul, Grupo do Mercado Comum, Comissão de 
Comércio, Parlamento do Mercosul (constituídoem 2006, antiga Comissão Parlamentar) e 
Fórum Consultivo Econômico-Social21. 
Protocolo de Olivos22 (2002), instituiu o mecanismo de solução de controvérsias do Mercosul, 
a forma de resolver os conflitos entre os países do bloco: 
1 – Negociação direta com prazo de 15 dias. 
2 – Não resolvendo no prazo de 15 dias, há a possibilidade de submeter a matéria ao Grupo do 
Mercado Comum (facultativo), que fará um parecer indicando o caminho a ser seguido, apenas 
recomendação, sem força vinculante. 
3 – Instância arbitral “ad hoc” (formado para aquela situação). Tem 3 árbitros, que deve ter a 
aprovação dos países em sua escolha. O presidente não pode ser de um país que faz parte do 
litígio. Não havendo consenso entre os árbitros, far-se-á um sorteio para escolher o terceiro 
árbitro. 
4 – Tribunal permanente de revisão (em Assunção Paraguai) – é a instancia recursal, pode-se 
questionar o laudo arbitral. É composto por 5 magistrados, um de cada nação e o quinto 
escolhido de comum acordo por todos. Em cada caso, apenas três irão atuar, seguindo a mesma 
lógica de o presidente ser de uma nação que não está no conflito. A decisão deste tribunal é 
definitiva, inapelável e o não cumprimento da sentença enseja a possibilidade de retaliação 
comercial. 
 
Direito Internacional do Meio Ambiente 
Conferência de Estocolmo - O marco principal do Direito Internacional do Meio Ambiente 
foi a conferência da ONU em Estocolmo, sobre meio-ambiente humano em 1972. A discussão 
foi sobre o relatório Meadows (limites ao crescimento). O Clube de Roma liderou a discussão. 
Era defendia a tese do crescimento zero. 
Convenção de Viena + o Protocolo de Montreal (anos 80) – foram muito importantes na 
defesa do meio ambiente e bem-sucedido no combate à destruição da camada de ozônio. Foi 
considerado um sucesso esse programa para evitar a emissão de gases destrutivos da camada 
de ozônio. 
 
21 (CESPE / Juiz Federal - TRF5R / 2009) quaisquer controvérsias entre os Estados-partes a respeito da 
interpretação, da aplicação ou do descumprimento das disposições contidas no Tratado de Assunção e dos 
acordos celebrados no âmbito desse tratado devem ser submetidas exclusivamente aos procedimentos de 
solução estabelecidos no Protocolo de Ouro Preto. ERRADO 
22 (CESPE / Advogado - CEF / 2010) O Protocolo de Olivos instituiu o duplo grau de jurisdição para solução de 
controvérsias no MERCOSUL, ao prever o direito de recurso a um tribunal permanente de revisão para os 
contenciosos do bloco. CERTO 
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 Notas de aulas André Teles 
 
27 
IPCC – painel internacional sobre mudanças climáticas surgi neste contexto. 
Relatório Brundtland (nosso futuro comum) 1987 – foi desenvolvido no seio da ONU, no 
programa PNUMA (programa das Nações Unidas para o meio ambiente). Trouxe a ideia de 
responsabilidade intergerencional. 
Conferência da ONU para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento – ECO-92, realizado no 
Rio de Janeiro. Conciliar o desenvolvimento com a proteção ao meio ambiente. Foi produzido 
alguns documentos jurídicos como: 
 Declaração do rio 
 Declaração sobre florestas (genérica) 
 Agenda 21 (século XXI) conjuntos de ações recomendadas pela ONU aos países para 
preservar o meio-ambiente, para as futuras gerações. 
 Convenção quadro sobre biodiversidade 
 Convenção quadro sobre mudanças climáticas – reconheceu que há um aumento da 
temperatura e que é preciso ser feito alguma coisa pela comunidade global. 
Protocolo de Kyoto estabeleceu qual a causa e determinou o que era preciso ser feito para 
combater o aquecimento global. Obrigação de redução de emissão de gás carbônico pelos países 
desenvolvidos. O compromisso era reduzir 5% do total de emissões em 1990. Deveria começar 
em 2008 até 201223. 
Em 2015 foi assinado por 195 países o Acordo de Paris. O relatório do IPCC diz que até o 
século XXI a temperatura da Terra não irá subir até 2 graus centígrados. Este acordo não 
estabeleceu metas, mas diz que todos devem participar e, voluntariamente, dizer quanto 
pretendem reduzir. Predge and reviwe = compromisso e revisão. 
Obs.: Convenção quadro é um tratado que estabelece obrigações genéricas aos Estados parte, 
na ausência sobre maior conhecimento de como lidar com a matéria. Reconhece o problema e 
estabelece uma obrigação genérica, pois ainda não se sabe exatamente o que deve ser feito24. 
Para Prova: – Soluções de Controvérsias, Direitos Humanos (Interamericano), OMC, Princípio 
do Comércio Internacional, Mercosul, Domínio Público, Direito Internacional do Mar, 
Domínio Sideral, Conflito dos Armados e ONU. 
 
 
 
23 (CESPE / Analista Legislativo - Câmara dos Deputados / 2002) A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre 
Mudança de Clima, de 1992, criou, como seu órgão supremo, a Conferência das Partes, sendo que, na Terceira 
Conferência, realizada em Kyoto, no Japão, foi aprovado o Protocolo de Kyoto, que estabelece a meta média de 
6% da redução da emissão de gases de efeito estufa pelos países industrializados, a ser cumprida no período 
entre 2008 e 2012. CERTO 
(CESPE / Técnico Científico - Banco da Amazônia / 2007) um exemplo de atitude objetiva e concreta assumida 
pela comunidade internacional, com a finalidade de se reduzir o lançamento de agentes de poluição atmosférica, 
é o Protocolo de Kyoto, amplamente negociado e assinado pelo conjunto dos países industrializados. ERRADO. 
24 (CESPE / Analista Legislativo - Câmara dos Deputados / 2002) A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre 
Mudança de Clima, de 1992, da qual o Brasil é parte, tem por objetivo, em termos gerais, estabilizar as 
concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera. CERTO 
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 Notas de aulas André Teles 
 
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Filme – Hacksaw ridge, pantalwao e as visitadoras 
Filme ponte de espiões

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