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AULA 2 CONTABILIDADE GERENCIAL Profª Neusa Higa 02 CONVERSA INICIAL Nesta aula, além dos assuntos relacionados à controladoria, iniciaremos com o planejamento, passando pelo controle e abordando o papel do profissional controller, que é o próprio contador gerencial responsável pela coordenação dos processos de gestão econômica, financeira e patrimonial da empresa, levando em consideração o ambiente interno e o ambiente externo da organização. Os temas desta aula serão: Tema 1 – Planejamento. Tema 2 – Controle interno. Tema 3 – Controladoria, estrutura e função. Tema 4 – O controller na organização: funções e atribuições. Tema 5 – Características do controller. CONTEXTUALIZANDO Percebe-se uma mudança constante no ambiente econômico, caracterizado pelo processo de globalização, que exige cada vez mais das organizações uma resposta no sentido de atender às demandas de um mercado competitivo, pois o acirramento da concorrência e os avanços tecnológicos provocam a necessidade de um aperfeiçoamento na forma de gerir os negócios da empresa, e, para esses novos desafios, as empresas se transformam ou se reinventam para manter-se no mercado competitivo, necessitando de flexibilidade, inovações e informações. De acordo com Padoveze (2010, p. 50): A informação deve ser tratada como qualquer outro produto que esteja disponível para o consumo. Ela deve ser desejada para ser necessária. Para ser necessária, deve ser útil. Cabe a nós contadores gerenciais, construir essa mercadoria com qualidade e custos competitivos, já que temos a plena consciência de sua utilidade e, portanto, de sua extrema necessidade para o gerenciamento dos negócios. Neste processo, ainda conforme Padoveze (2010), a informação passa a ser um produto disponível para o consumo, pois é por meio dela que o profissional da controladoria construirá a informação necessária que possa dar uma visão panorâmica do ambiente econômico, cuidando de todas as áreas da organização e também das demais ramificações que integram o setor comercial e empresarial. O papel da informação dentro do contexto empresarial é de vital a 03 importância para a contabilidade gerencial, pois dela depende a tomada de decisão. Existe uma diferença de nomenclatura de controladoria e contabilidade gerencial? Segundo Bazzi, (2015, p.139), “essa diferença ocorre em virtude da estrutura e da forma de geração das informações, que permite à empresa dispor de um planejamento e um controle mais acurado de seus recursos e possibilitam o acompanhamento da criação ou destruição de valor da empresa”. Em outras palavras, a contabilidade gerencial envia todas as informações operacionais, de investimento e de planejamento, que passa por um processo de planejamento constante, que deve ser orientado para o futuro. Com isso a contabilidade gerencial de controle, ou controladoria, proporciona uma visão sistêmica da empresa, que é a habilidade na tomada de decisão de acordo com o panorama do ambiente analisado. Como se pode perceber, o profissional controller transcende a função do contador, pois além dos conhecimentos contábeis, ele deve agregar conhecimentos, por exemplo: gestão organizacional de recursos humanos, produção etc. e ter a capacidade de prever problemas futuros e juntar informações necessárias para a correta tomada de decisão. Saiba mais As pesquisas contribuem muito para uma visão ampla acerca dos assuntos abordados, e é imprescindível para o bom aproveitamento dos conteúdos. As aulas servem para instigar o docente à pesquisa e assim aumentar seu conhecimento e a sua capacidade de interação entre os profissionais contábeis Orientamos a pesquisa, como fonte inesgotável de conhecimento hoje disponíveis em sites da internet, além dos artigos publicados e obras escritas sobre os assuntos. Sobre os assuntos contábeis específicos, procure informações por meio da legislação, resoluções, pareceres etc., que contêm informações importantes e atualizadas. Não deixe de pesquisar o Manual de Contabilidade, que é a diretriz do contador. 04 TEMA 1 – PLANEJAMENTO Planejamento é a definição dos objetivos, determinação das ações com antecedência para colocá-lo em prática para atingir o resultado esperado. Para relembrar, são três os tipos de planejamento. A execução do planejamento é no presente, e o seu resultado tem o foco no futuro. De acordo com Jiambalvo (2009, p. 3) define: Planejamento é uma atividade fundamental em qualquer empresa. Um plano comunica os objetivos da empresa aos empregados e auxilia na coordenação de várias funções, como as vendas e a produção. O plano também especifica os recursos necessários para se alcançar os objetivos da empresa. Sob a ótica gerencial, o planejamento do sistema contábil há de se pensar em um controle que tenha condição de resguardar o patrimônio da empresa bem como prover a integridade das informações com um custo menor possível. Embora saibamos que diversas disciplinas abrangem os conteúdos de planejamento, é sempre bom relembrarmos as funções de cada um deles: 1.1 Planejamento estratégico As medidas são tomadas para resultado de longo prazo, implementando estratégias com o objetivo de vantagem competitiva da empresa. Uma vez que o planejamento é de longo prazo, deve ser revisado e atualizado, para que as informações sirvam para a tomada de decisão e não haja muitas variações entre o planejado e o executado 1.2 Planejamento tático As medidas são tomadas para resultados de médio prazo, com o objetivo de melhoria no produto ou serviço. É responsável pela criação de metas e condições para que as metas do planejamento estratégico sejam atingidas. É um planejamento mais específico e as decisões podem ser tomadas por pessoas do cargo de alta direção e o operacional. 05 1.3 Planejamento operacional As medidas são tomadas para resultados de curto prazo, são medidas imediatas para corrigir desvios ou acompanhar processos restritos à setores ou seções. Executa as ações e metas traçadas pelo planejamento tático. Elaborar e gerir um projeto não é garantia de êxito de 100% das expectativas do seu(s) idealizador(es), uma vez que o ambiente no qual se pretende intervir muda constantemente suas condições. Contudo insistimos, o planejamento é a melhor maneira de exercer controle sobre esse ambiente “indócil”. (Carvalho Júnior, 2012, p. 56) Podemos destacar que atingir a meta do planejamento estratégico depende do desempenho do tático e do operacional, pois são integrados e interdependentes. TEMA 2 – CONTROLE INTERNO D’Avila e Oliveira (2002, p. 80) asseveram que “as atividades de controle podem ser divididas em quatro categorias, baseadas na natureza do objetivo a que se relacionam: operacional, de mensuração financeira, de cumprimento de leis e regulamentos e de proteção de ativos”. Esses autores afirmam que a eficácia do controle interno está no apontamento dos desvios com tempo suficiente para que possa ser feita uma ação corretiva. A contabilidade gerencial cumpre o papel de controlar a empresa por meio das informações necessárias para a tomada de decisão. O Internal Control – Integrated Framework define o controle interno como um processo conduzido pelo conselho de administração, pela administração e pelo corpo de empregados de uma organização, com a finalidade de possibilitar uma garantia razoável quanto à realização dos objetivos nas seguintes categorias:eficácia e eficiência das operações; confiabilidade das demonstrações financeiras; conformidade com leis e regulamentos cabíveis. (Coso, 2007, p. 119) Em outras palavras, a contabilidade gerencial remete à ideia de gerência da informação contábil. Esse gerenciamento é uma ação praticada com base na contabilidade como instrumento de administração. Essa ação é consequência das tomadas de decisão que gerarão diversas informações. Logo a função gerencial é a garantia da realização de um processo consecutivo, que será parte integrante do ciclo de controle na seguinte ordem: decisão – ação – informação e controle. 06 De forma resumida, segundo Crepaldi (2012, p. 62): Podemos definir controle interno como um sistema, de uma empresa, que compreende o plano de organização, os deveres e responsabilidades e todos os métodos e medidas adotadas com a finalidade de: Salvaguardar os ativos Verificar a exatidão e fidelidade dos dados e relatórios contábeis e de outros dados operacionais; Desenvolver a eficiência nas operações; Comunicar e estimular o cumprimento das políticas, normas e procedimentos administrativos adotados. Maximiniano (2000, p. 468) assevera que “a aceitação do sistema de controle diz respeito tanto ao projeto do sistema em si quanto à forma de implantação. As pessoas tendem a resistir, a serem controladas e a sabotar os sistemas de controle”, por isso é necessário que estejam inseridas no processo, para entender os mecanismos e os objetivos do controle. Para o exercício do controle interno dentro das Empresas funcionar, seus responsáveis devem se utilizar de um conjunto de instrumentos que viabilizem a efetivação de seus objetivos, destacando-se a missão, visão, política, e supervisão dos colaboradores a que estão subordinados os controles, com a vantagem de possibilitar ações que visem corrigir eventuais práticas, dando novos rumos aos controles, evitando assim as repetições ou a continuidade de falhas indesejáveis. (Cogo, 2009) Sob a ótica positiva do entendimento de controle, que é uma das funções da administração e da controladoria, ele pode, entre outras funções, promover a previsão e a correção de falhas que podem ocorrer no processo gerencial, além de auxiliar na tomada de decisão. O controle interno é usado para dar uma garantia razoável de que os objetivos sejam alcançados, mas dependem de alguns fatores que envolvem o processo. Garrison, Noreen e Brewer (2013, p. 21) separam os controles em controle preventivo e controle detectivo. O primeiro impede a ocorrência de eventos indesejáveis por meio do estabelecimento de diretrizes de execução do processo ou também definindo atribuições e responsabilidades exclusivas, e o segundo detecta a ocorrência dos eventos indesejáveis, que permite medidas tempestivas de correção. Para tanto, os autores separaram os dois tipos de controle e os classificaram conforme o Quadro 1: 07 Quadro 1 – Classificação dos tipos de controle Fonte: Garrison; Noreen; Brewer, 2013, p. 22. Vale lembrar que já ouvimos falar também sobre o controle corretivo, que tem a função de detectar irregularidades e erros, mas que tem ocorrência posterior ao evento e só permite a ação corretiva. Percebe-se então que é importante focar nos controles preventivos e detectivos, ou seja, a verificação antes da ocorrência dos fatos, pois esses dois controles têm o objetivo de assegurar os ativos da empresa. O planejamento e o controle têm a importante função de garantir a eficiência e a eficácia para que os produtos e os serviços atendam às necessidades de seus consumidores e são responsáveis pela conciliação da demanda Para refletirmos, no final deste documento, apresentaremos um estudo de caso realizado pelos autores (Garrison; Noreen; Brewer, 2013) para entendimento do processo de planejamento e controle. TEMA 3 – CONTROLADORIA, ESTRUTURA E FUNÇÕES A controladoria tem a função de otimizar os resultados econômicos por meio de informações oportunas de forma a auxiliar os gestores que buscam a eficácia gerencial, para que a empresa tenha bom desempenho e mantenha a continuidade dos negócios. 08 Tem como objetivo analisar o desempenho da empresa por meio de um sistema de informação gerencial adequado e comunicar o reflexo econômico no seu universo empresarial para que os resultados sejam acompanhados e avaliados, verificando se estão de acordo com o que foi planejado e, assim, os possíveis desvios possam ser corrigidos em tempo hábil. De acordo com Padoveze (2004, p. 31), A controladoria é a unidade administrativa dentro da empresa que, através da Ciência Contábil e do Sistema de Informação de Controladoria, é responsável pela coordenação da gestão econômica do sistema empresa. A contabilidade gerencial, quando sua análise é feita sob ótica da perspectiva do controle empresarial, muitas vezes é chamada de controladoria ou contabilidade gerencial de controle, atribuindo à visão sistêmica da empresa. E, devidamente estruturada dentro da empresa, tende a melhorar o desempenho tanto dos gestores como a dos tomadores de decisão. Segundo Mosimann e Fisch (1999, p. 89) nos ensina, a Controladoria tem como finalidade: Garantir informações adequadas ao processo decisório, colaborar com os gestores em seus esforços de obtenção da eficácia de suas áreas quanto aos aspectos econômicos e assegurar a eficácia empresarial, também sob os aspectos econômicos por meio da coordenação dos esforços dos gestores das áreas. De acordo com Oliveira et al. (2014), a controladoria está estruturada da seguinte forma: Contábil e fiscal – que é a contabilidade financeira, ou seja, a contabilidade tradicional que perpassa pela escrituração contábil e fiscal, gerando relatórios contábeis, que serão úteis para os sócios, ao fisco, à auditoria etc. Esses mesmos relatórios têm informações importantes que gerarão os relatórios gerenciais para a tomada de decisão. Planejamento e controle – A importância do planejamento e controle se dá em função de garantir que os processos da produção sejam eficazes e eficientes capazes de garantir produtos e serviços conforme requeridos pelos consumidores. O planejamento e controle são responsáveis pela contabilidade gerencial, planejamento tributário, orçamento e projeções. 09 De acordo com Mosimann e Fisch (1999, p. 88), A controladoria pode ser entendida sob dois enfoques: o primeiro a considera um órgão administrativo, com missão, funções e princípios definidos no modelo de gestão do sistema da empresa; o segundo a considera uma área do conhecimento humano com fundamentos, conceitos, princípios e métodos oriundos de outras ciências. A controladoria influencia sobremaneira o processo de decisão, financiando as ações de processo administrativo por meio de desenvolvimento e distribuição de informações, conforme pode-se verificar na Figura 1, que representa a estrutura da controladoria. Figura 1 – Estrutura da controladoria Fonte: Oliveira; Perez Junior; Silva, 2014, p. 16. Além do apoio da alta gestão, a controladoria precisa ter um sistema de informação que dê condições para o devido controle e a correta avaliação de seus fatos. Esse sistema de informação não garantirá a permanência da empresa no mercado competitivo, mas proporcionará a visão antecipada de problemas que possam ocorrer durante o processo e, dessa forma, promover a correção em tempo hábil. 010 Como se pode observar no organograma, o sistema de informação gerencial atenderá tanto à escrituração contábil quanto ao planejamentoe controle. Ela começa a análise pelo planejamento e controle, auxiliando nas definições do planejamento estratégico, na coordenação do orçamento. Após a divisão do orçamento para as respectivas áreas, cabe ao gestor de cada área controlar a sua eficiência e eficácia do seu desempenho, dentro dos moldes orçados em cada uma delas. Figura 2 – Funções da controladoria Fonte: Oliveira; Perez Junior; Silva, 2014, p. 16. No lado esquerdo da Figura 2 há a informação de que é inerente ao sistema de contabilidade, de finanças e o gerencial o acompanhamento, que está relacionado ao controle do desempenho das ações corretivas e o que é o assessoramento dispensado para a direção, tanto na determinação quanto na mensuração de planos. No lado direito da Figura 2, a motivação refere-se aos efeitos dos sistemas de controle, a coordenação que aprova ou não, os planos e a avaliação que interpreta as informações e os relatórios por áreas, por processos, por atividades, etc. Resumindo, à controladoria cabe a função de assessorar o planejamento para o devido controle de suas ações e a produção e distribuição das informações. Almeida, Parisi e Pereira (2001, p. 346, citados por Higa; Altoé, 2015) ressaltam que “a missão desse órgão é assegurar a otimização do resultado econômico da organização”. 011 TEMA 4 – O CONTROLE NA ORGANIZAÇÃO: FUNÇÕES E ATRIBUIÇÕES Vimos anteriormente sobre o setor de controladoria, sua estrutura e funções. Agora, vamos falar um pouco do profissional responsável por este setor, que é conhecido com o nome de controller. Nas palavras de Crepaldi (2012, p. 28), o controller é o profissional que: Tem uma visão ampla da organização e conhece a fundo todas as informações, por isso, sua função é elaborar, analisar e interpretar os relatórios gerenciais de acordo com as necessidades do usuário, que servirão de suporte para a tomada de decisões na empresa. Tempos atrás, o contador era visto como a pessoa que executava a contabilidade de acordo com as imposições legais com foco exclusivo no atendimento ao fisco. Atualmente o contador passou a ser: o profissional contábil, o contador gerencial, o analista contábil, o controller, entre outras especificações profissionais. Isso porque, além de atendimento ao fisco, ao contador foram atribuídas novas funções, deixando de ser meramente o guarda- livro da empresa. Dentre essas especificações, vamos enfatizar aqui o de profissional controller. Como se pode analisar, Crepaldi (2012) resume em poucas palavras o perfil do controller, porém, conforme o autor, a controladoria pode ser exercida de duas formas: a primeira, com o contador geral ou o gerente da contabilidade, que é o mais comum no meio empresarial, e a segunda forma e a mais correta é a atuação do controller, ligado diretamente à alta administração, que tem o papel de filtrar as informações dos diversos setores, garantindo que as informações sejam compiladas, sintetizadas e analisadas e cheguem às pessoas e ao tempo certo. Esta separação pode ser encontrada dependendo do tamanho da organização. Empresas maiores têm uma estruturação maior, logo são mais descentralizadas, já a empresa menor tem estruturas mais centralizadas. Ainda de acordo com Crepaldi (2012, p. 31), Na realidade, o Controller envolve-se em planejamento, tomada de decisão, desenho de sistemas de informações e de sistemas de incentivos e em várias outras tarefas, além de ajudar gerentes em decisões operacionais. O Controller ocupa uma posição na equipe que administra a companhia. 012 O controller, por meio de estudos do ambiente interno e externo, é o responsável por coordenar a gestão econômica, financeira e patrimonial da empresa. O estudo do ambiente interno e externo é feito pela consolidação das informações passadas por cada setor da empresa, agregado às análises relativas ao ambiente macroeconômico, o que determinará as ações nos níveis estratégicos, táticos e operacionais para o bom desempenho empresarial. Nas palavras de Anthony (1974 p. 87): O controller é responsável pelo projeto de funcionamento do sistema por meio do qual se coleta e relata a informação do controle, porém o uso desta informação no controle real é responsabilidade da administração de linha. O controller é algo mais que um contador e algo menos que um diretor principal. Assim, entende-se que o controller, além dos conhecimentos contábeis, tem que ter o conhecimento e a habilidade do sistema de informação gerencial para a sua otimização e deve ter o conhecimento de todo o processo empresarial, ou seja, além de uma visão global da empresa, deve ter também a visão global e particular, com a capacidade de percepção das questões humanas e sociais na empresa, pois tem uma relação direta entre os ocupantes dos cargos de todos os níveis (estratégico, tático e operacional). TEMA 5 – CARACTERÍSTICAS DO CONTROLLER No Brasil, segundo estudo de Siqueira e Soltelinho (2001), a controladoria surgiu em meados de 1960, com a instalação de multinacionais no território brasileiro. Dessa forma, as empresas necessitam ter, além de um contador, um profissional para a coordenação das atividades. Além das funções e atribuições, entre outros papéis do controller, já citadas anteriormente, esse profissional deve ter características que, ao longo do tempo, lhes foram agregadas. Crepaldi (2012, p. 31) lista as características do controller: Deve ter a capacidade de prever problemas nos diferentes departamentos da empresa e se antecipar a eles e também propiciar os elementos para as devidas soluções. Fornecer à alta direção as informações de linguagem dos executivos de primeira linha. Tais informações podem variar desde complicadas tabelas estatísticas de vendas e mercados a balanços futuros projetados; Saber traduzir dados estatísticos em gráficos de tendências projetadas e analisar balanços com perspectivas futuras. Deve ter os olhos voltados para o futuro, pois o passado está morto. As perdas do passado já não podem ser controladas. Deve ser 013 capaz de analisar os resultados do passado, sem perder de vista o presente e tirando todas as lições dos erros passados. Ele é o homem de informações. É capaz de dar informações e elaborar relatórios no momento em que for solicitado. Ser um executivo estudioso e apaixonado pelo processo científico. Deve insistentemente desenvolver estudos e interpretações de todas as áreas controladas procurando sempre aprimorar os controles, reduzir a zero as perdas de tempo, insumos e capital. Deve ser um conselheiro, um formador de discípulos. Como sempre, seus estudos trarão à luz os pontos fracos de outros setores, deverá ser sempre um ajudador dos outros gerentes, ao invés de aparecer criticando, deverá parecer sugestionando a necessidade de melhoras nos outros departamentos e estar sempre pronto para colaborar, dando seus préstimos em nome da corporação e para o bem dela. Deverá ser ético e imparcial. Haverá ocasiões em que fará relatórios negativos de outros executivos. É sua função avaliar a performance de todos os departamentos da empresa, e nessa tarefa ser sempre imparcial e honesto. Deve ter a capacidade de vender suas ideias aos demais executivos da empresa e de apresentar métodos de execução e melhorias dos processos. A perfeita relação com seus pares fará o diferencial, que certamente refletirá nos balanços da empresa. FINALIZANDO Planejamento Suponha que você trabalhe para a Procter & Gamble (P&G) e que seja encarregado do recrutamento de alunos de graduação em administração em uma universidade. Nesse exemplo, seu processode planejamento começaria estabelecendo um objetivo, como: nossa meta é recrutar os “melhores e mais inteligentes” alunos de graduação. A etapa seguinte do processo de planejamento exigiria especificar esse objetivo, respondendo a diversas perguntas como: Quantos alunos precisamos contratar para carreira e no total? Quais universidades planejamos incluir em nosso recrutamento? Quais de nossos funcionários estarão envolvidos nas atividades de recrutamento de cada universidade? Quando realizaremos as entrevistas? Como compararemos os alunos para decidir quem receberá as ofertas de emprego? Que salário ofereceremos aos nossos novos contratados? Os salários serão diferentes para cada carreira? Quanto podemos gastar em nosso programa de recrutamento? 014 Veja que há muitas perguntas a serem respondidas como parte do processo de planejamento. Os planos geralmente são acompanhados de um orçamento, um plano detalhado para o futuro, que é normalmente expresso em termos quantitativos formais. Como líder do recrutamento da P&G, seu orçamento incluiria dois componentes-chave. Em primeiro lugar, teria que trabalhar com outros gerentes seniores da empresa para estabelecer uma quantia orçada do total que pode ser oferecida, na forma de salários, aos novos contratados. Em segundo lugar, teria de criar um orçamento que quantificasse quanto pretende gastar em suas atividades de recrutamento nas universidades. Controle Estabelecida e iniciada a implantação do plano de recrutamento da P&G, passaria ao processo de controle, que envolveria levantar, avaliar e responder ao feedback obtido para que o processo de recrutamentos dos alunos desse ano corresponda às expectativas da empresa. Ele incluiria avaliar tal feedback em busca de maneiras para realizar uma campanha de recrutamento mais eficaz no próximo ano, e responder a perguntas como: Tivemos êxito em contratar o número planejado de alunos em cada carreira e em cada universidade? Perdemos um número muito alto de candidatos excepcionais para os concorrentes? Cada um de nossos funcionários envolvidos no processo de recrutamento teve um desempenho satisfatório? Nosso método de comparação de alunos funcionou bem? As entrevistas na universidade e na empresa correram bem? Ficamos dentro do nosso orçamento em termos de salários oferecidos aos novos contratados. Ficamos dentro do nosso orçamento em termos de gastos com as atividades de recrutamento? Há muitas perguntas que precisam ser respondidas como parte do processo de controle. Ao responder a essas perguntas, seu objetivo está além do mero sim ou não em busca dos motivos subjacentes pelos quais as expectativas de desempenho foram ou não atendidas. Parte do processo de controle inclui preparar relatórios de desempenho. Um relatório de 015 desempenho compara dados orçados e dados reais na tentativa de identificar e aprender com um desempenho excelente e identificar e eliminar fontes de desempenhos insatisfatório. Ele pode ser usado como uma das muitas informações que ajudam a avaliar e compensar funcionários. Embora este exemplo enfatize os esforços de recrutamento universitário da P&G, poderíamos ter descrito como o planejamento permite que a FedEx entrega encomendas em todo mundo em até 24 horas, ou como ele ajudou a Apple a desenvolver e comercializar o iPad. Poderíamos ter discutido como o processo de controle ajuda a Pfizer, a Eli Lilly e a Abbott Laboratories, a garantirem que seus medicamentos farmacêuticos sejam produzidos com rigorosos padrões de qualidade, ou como a Kroger depende do processo de controle para manter as prateleiras de suas lojas cheias. Também poderíamos ter analisado fracassos de planejamento e controle como o enorme derramamento de petróleo da BP no golfo do México. Em resumo, todos os gerentes (e isso, algum dia, provavelmente o incluirá) realizam atividades de planejamento e controle. (Garrison; Noreen; Brewer, 2013, p. 3.) Vimos que faz parte da controladoria a contabilidade gerencial, que cuida de fornecer as informações para a tomada de decisões, por meio de relatórios, cuja informação da contabilidade financeira é processada para uma visão gerencial do negócio. A contabilidade gerencial engloba a parte gerencial, o orçamento, as projeções, a avaliação de resultados etc. Já a parte financeira cuida da contabilidade financeira, por meio de registros contábeis que gerarão as informações para o fisco e para a contabilidade gerencial, englobando a parte de contabilidade de custos, tributária, fiscal etc. e todos os relatórios contábeis exigidos pela legislação. A controladoria deve estar capacitada para organizar relatórios para tomada de decisão, manter o controle tanto das atividades como também do desempenho dos setores ou departamentos, e influenciar nas decisões. 016 REFERÊNCIAS ANTHONY, R. N. Contabilidade gerencial: introdução à contabilidade. São Paulo: Atlas, 1974. BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 17 dez. 1976. _____. Lei n. 11.638, de 28 de dezembro de 2007. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 28 dez. 2007. _____. Lei n. 11.941, de 27 de maio de 2009. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 28 maio 2009. CARVALHO JÚNIOR, M. R. Gestão de projetos – da academia à sociedade. Curitiba: InterSaberes, 2012. COGO, R. Controle interno nas empresas: relevâncias e aplicações. Administradores.com, 1 ago. 2009. 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