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Controladoria e Finanças Corporativas Controladoria e Finanças Corporativas Organizado pela Universidade Luterana do Brasil Universidade Luterana do Brasil – ULBRA Canoas, RS 2017 Gabriela de Bem Fonseca Conselho Editorial EAD Ana Patricia Barbosa Andréa de Azevedo Eick Astomiro Romais Claudiane Furtado Italo Ogliari Juliane Maria Puhl Gomes Lourdes da Silva Gil Luiz Carlos Specht Filho Maria Cleidia Klein Oliveira Rafael da Silva Valada Obra organizada pela Universidade Luterana do Brasil. Informamos que é de inteira responsabilidade dos autores a emissão de conceitos. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem prévia autorização da ULBRA. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei nº 9.610/98 e punido pelo Artigo 184 do Código Penal. ISBN: 978-85-5639-274-9 Dados técnicos do livro Diagramação: Marcelo Ferreira Revisão: Ane Sefrin Arduim Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Setor Biblioteca EAD ULBRA Canoas F676c Fonseca, Gabriela de Bem Controladoria e Finanças Corporativas [online] / Gabriela de Bem Fonseca..[organizado por] Universidade Luterana do Brasil (ULBRA). – Canoas: [S.n.], 2017. 166 p. : il. Versão online disponibilizada em 2018. 1. Contabilidade. I. Universidade Luterana do Brasil. II.Título. CDU 657 Este livro foi desenvolvido especialmente com o intuito de demonstrar al-guns conceitos muito importantes sobre a gestão da informação empre- sarial e o quanto ela auxilia na tomada de decisão, iniciando no primeiro capítulo com os conceitos e a evolução história sobre o tema, demonstran- do a evolução e a importância do mesmo. No Capítulo 2, iremos trabalhar com a Controladoria e a empresa, demonstrando diversos dos seus usuários e como a Controladoria se relaciona com cada um deles. Já no Capítulo 3 iremos abordar o Sistema de Informação e suas muitas ferramentas, custo- mizadas ou não mas que auxiliam de forma fundamental o desenvolvimento dos relatórios necessários a gestão da informação pela empresa. O Capítulo 4 trata sobre a gestão estratégica de resultados, analisan- do para tanto a importância do planejamento nos modelos de gestão e no processo decisório das empresas de forma geral. O Capítulo 5 retrata con- ceitos fundamentais das finanças corporativas, e embasa conceitualmente análises como a do valor presente líquido – VPL ou o modelo de payback das empresas, enquanto no Capítulo 6 esses conceitos ganham forma, fórmulas e cálculos para demonstrar de forma prática sua importância na análise de resultados. Já o Capítulo 7 trata sobre o custo médio ponderado de capital e seu impacto na avaliação da atratividade de investimento de uma empresa, o Capítulo 8 nos apresenta um tema delicado e de suma importância na avaliação financeira que é a gestão de risco do processo. Por fim, no Ca- pítulo 9 serão retratadas e demonstradas as principais formas de acompa- nhamento e comunicação das informações contábeis, detalhando muitas de suas peças e suas aplicabilidades, e, no último tópico deste livro, será apresentada as novas tendências e as perspectivas da área de Controlado- ria. Desejo um ótimo estudo a todos! Apresentação 1 Introdução à Controladoria ...................................................1 2 A empresa e a Controladoria ..............................................20 3 Sistemas de Informação ......................................................41 4 Gestão e Estratégias de Resultados .....................................55 5 Finanças Corporativas - Conceitual .....................................80 6 Finanças Corporativas – Cálculos ........................................94 7 Custo Médio Ponderado de Capital – CMPC ......................108 8 Gestão de Riscos...............................................................121 9 Comunicação e Acompanhamento de Informações ...........136 10 Perspectivas e Tendências da Controladoria ......................151 Sumário Gabriela de Bem Fonseca1 Capítulo 1 Introdução à Controladoria1 1 Especialista em Gestão Contábil com Ênfase em Tributária, Contadora, Técnica em Plásticos. Atua como professora na Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), ministrando disciplinas ligadas às áreas de Finanças e Contabilidade, e também trabalha com Consultoria Financeira. 2 Controladoria e Finanças Corporativas Introdução A Controladoria é um ramo da Contabilidade que visa suprir as necessidades de informações dos gestores das entidades, apoiando-os na tomada de decisões, tendo seus profissionais uma ampla visão da gestão da organização. 1 A evolução da Controladoria Há indícios que desde o tempo das cavernas já eram pratica- dos procedimentos contábeis, mas desde lá até os tempos atu- ais a contabilidade evoluiu até o surgimento da Controladoria. O surgimento da Controladoria ocorreu nas organizações no início do século XX, com a proliferação das empresas mul- tinacionais. Desde então, exerce papel preponderante nas em- presas, apoiando os gestores no planejamento, execução e controle de gestão. O suporte da Controladoria ao processo de gestão se dá principalmente através de um sistema de in- formações que permita integrar os vários níveis informacionais na organização. 1.1 A evolução da Controladoria no Mundo Schnorrenberger e Lunkes (2009, p.3) citam que estudos de De Rocchi (2007) apontam que os primeiros registros de uti- lização da Controladoria ocorreram, aproximadamente, em 2.000 a.C por um tesoureiro egípcio que era encarregado de Capítulo 1 Introdução à Controladoria 3 verificar os estoques de cereais armazenados nos silos admi- nistrados pelo faraó. Valle, Bezerra e Tamura, apud Brandt, resumem a história da Controladoria: os títulos de controller como o de tesoureiro tiveram sua origem no governo, na Inglaterra. No século XV, o título foi usado em vários cargos da English Royal Household, como controller das contas na repartição Lord Chamberlain. O Continental Congress nomeou um controller em 1778; o Departamento de Tesouraria estabeleceu a função de control- ler em 1789; a função foi sendo estendida para as agências e repartições federais, estaduais e municipais. O título e função do controller foram estendidos para corporações de negócio através das estradas de ferro, nos Estados Unidos. Barreto (2008, p.18) cita que entre os anos de 1950 e 1975 a Contabilidade passou a ser valorizada como fonte de informações gerenciais, sendo a origem dos dados quantitati- vos e monetários para alimentar o sistema de informações da Controladoria das organizações. Estudos de Jackson (1949), apud Schnorrenberger e Lunkes (2009, p.4), apontam que na segunda metade do século XIX a Controladoria surgiu na iniciativa privada das empresas ame- ricanas para atender às áreas de secretaria e tesouraria. Kanitz (1977, p.5), apud Libonaty, Wanderley e Meira (2000, p.6), descreve que os primeiros controladores eram profissionais das áreas de contabilidade ou de finanças. Isso porque já eram profissionais com uma maior visão da em- presa. A figura a seguir evidencia essa prática em uma linha histórica: 4 Controladoria e Finanças Corporativas Figura 1 Evolução etimológica do termo Controller. Fonte: Lunkes e Schnorrenberger, 2009, p.3. O conceito de controle como a função da Controladoria acompanharam o processo evolutivo da gestão organizacio- nal, passando de um ambiente tradicional de gestão e produ- ção para um controle total da qualidade, que conduziu a pro- fundas modificações na dinâmicainterna das organizações. O grande marco na mudança das atividades da Contro- ladoria foi a Revolução Industrial, pois até então o trabalho da Contabilidade resumia-se ao levantamento dos estoques e inventário físico para elaboração de Balanço e Demonstração do Resultado. Com a Revolução Industrial, veio o advento da produção em escala e com ele a necessidade da administra- ção obter mais informações para uma tomada de decisões mais segura. Capítulo 1 Introdução à Controladoria 5 1.2 A evolução da Controladoria no Brasil No Brasil, mesmo já existindo a função de controller, prova- velmente não com essa terminologia, a Controladoria iniciou com a chegada das grandes corporações internacionais no país. No país, a busca por profissionais da Controladoria teve um aumento a partir da década de 60. Para Siqueira e Solte- linho (2001, p.69), esse aumento parece ter ocorrido por três razões: 1) a instalação de empresas estrangeiras, notadamente nor- te-americanas, trouxe ou arraigou a cultura da utilização da área de Controladoria para o solo brasileiro; 2) uma maior penetração de empresas multinacionais acirrou a competição, forçando as empresas aqui instaladas, prin- cipalmente as nacionais, a se reestruturarem; 3) com o crescimento econômico, as empresas ganharam porte e suas operações aumentaram em complexidade, necessitando de novos profissionais que assegurassem o controle sobre a organização. Siqueira e Soltelinho (2001, p.70), em sua pesquisa, men- cionam a falta de familiaridade com o termo controller na dé- cada de 60, citando um anúncio onde se solicitava um Assis- tente de Diretoria que tivesse experiência em contabilidade, legislação fiscal, contabilidade industrial e interpretação de balanços, ou seja, um profissional com um perfil bastante pró- ximo ao exigido pela área de Controladoria. 6 Controladoria e Finanças Corporativas A procura por controllers no Brasil aumentou entre os anos de 1966 e 1969; isso pode ter ocorrido devido ao aumento do fluxo de investimentos que ocorreu durante esse período, o que fez com que empresas de grande porte e que já eram usuárias da Controladoria se instalassem no país (SIQUEIRA e SOLTELINHO, 2001, p.71). Os anos 80 podem ser considerados como os da conso- lidação do profissional de Controladoria no mercado de tra- balho, haja vista o volume de anúncios encontrados nos dois anos pesquisados dessa década. Enquanto durante os anos 60 o volume de anúncios dificilmente superou a barreira de uma dezena – só o fazendo nos três últimos anos – nos anos de 1980 e 1989 o total anual foi de, respectivamente, 35 e 37 anúncios. Na pesquisa realizada por Siqueira e Soltelinho (2001, p.74) também se verificou que a partir da década de 90 houve uma diminuição na busca por controllers e, para eles, isso se deve a alguns fatores:  Consolidação do profissional de Controladoria nas em- presas, o que levaria a uma essabilização no número de vagas de controller ou a uma redução na sua taxa de crescimento, recorrendo-se ao mercado somente para fins de reposição dos profissionais existentes;  Maior uso de headhunters, que se valeriam de seus ban- cos de dados ao invés de anúncios de jornais para fins de seleção de profissionais; Capítulo 1 Introdução à Controladoria 7  Maior uso de profissionais expatriados pelas multinacio- nais, que buscariam no exterior os profissionais expa- triados. 2 Estrutura organizacional da Controladoria Neste subitem, abordar-se o conceito, a missão, os objetivos e as subdivisões da Controladoria. 2.1 Conceito de Controladoria Segundo Schnorrenberger, Ribeiro, Lunkes e Gasparetto (2007, p.3) não há um consenso na conceituação de Controladoria. O próprio controller pode exercer diferentes atividades, depen- dendo da organização. Até mesmo o verdadeiro significado do termo Controladoria ainda não está totalmente definido na literatura. Oliveira, Perez Jr. e Silva (2005) corroboram que ainda existem muitas dúvidas sobre o assunto nos meios aca- dêmicos e profissionais. Como um órgão administrativo, ela possui uma missão, função e princípios norteadores definidos no modelo de ges- tão do sistema da empresa. E como uma área do conhecimen- to humano com fundamentos, conceitos, princípios e métodos oriundos de outras ciências. A Controladoria pode ser conceituada como um conjunto organizado de conhecimentos que possibilita o exercício de 8 Controladoria e Finanças Corporativas controle de uma entidade, a identificação de suas metas e dos caminhos econômicos a ser seguidos para atingi-los. Pode- -se entender Controladoria como o departamento responsável pelo projeto, elaboração, implementação e manutenção do sistema integrado de informações operacionais, financeiras e contábeis de determinada entidade, com ou sem finalidades lucrativas, sendo considerada por muitos autores como está- gio evolutivo da Contabilidade. E também pode-se entendê-la como um conjunto de princí- pios, procedimentos e métodos das Ciências da Administração, Economia, Psicologia, estatística, e, principalmente da Conta- bilidade, que se ocupam da gestão econômica das empresas, com o fim de orientá-las para a eficácia. Pode-se perceber que existem diversos conceitos de Controladoria, mas mesmo com algumas diferenças, a essência é de que a Controladoria nada mais é do que a evolução da Contabilidade, no sentido de não mais fornecer apenas números, mas preocupar-se em interpretá-los, no intuito de garantir a continuidade da empre- sa, focando-se na gestão econômica da mesma. 2.2 Missão da Controladoria A missão da Controladoria recebe diversas definições dos au- tores. Para Figueiredo e Caggiano, a missão da Controladoria é “zelar pela continuidade da empresa, assegurando a otimi- zação do resultado global” (1997, p. 26). A Controladoria tem por missão obter informações das pessoas dentro da situação empresarial e, após pesquisas e análises desses dados, definir sua própria meta comunicando- Capítulo 1 Introdução à Controladoria 9 -se em forma de intenções e efeitos de ordem financeira. A Controladoria, para ser eficaz em sua missão, é profundamen- te dependente da cultura organizacional vigente. Essa cultura organizacional tem sua gênese no subsistema institucional e, em função da missão, crenças e valores, será definido o Mo- delo de Gestão que estabelece a maneira como a empresa será conduzida. Dessa forma, ao participar na definição do Modelo de Ges- tão, divulgar os conceitos de gestão econômica, disponibilizar os instrumentos necessários e zelar pelo pronto atendimento, caracteriza-se a Controladoria como um agente de mudanças comportamentais. 2.3 Objetivos da Controladoria Para se estabelecer o objetivo da Controladoria, deve-se ana- lisar as dimensões das informações prestadas pelo Controller. É possível se perceber a mudança que vem ocorrendo em re- lação à visão da Controladoria e seus objetivos: está sendo deixada de lado a visão de que a Controladoria deve gerar relatórios, coletar dados, mas, sim, interpretá-los e evidenciar os resultados. A quota-parte da contribuição da área de Controladoria caracteriza-se por buscar a otimização do resultado da empre- sa, em uma atuação sinérgica junto às demais áreas de res- ponsabilidade, provendo toda a base conceitual e operacional relativa aos sistemas de informações. As organizações estão inseridas no ambiente e para man- terem-se vivas, ou seja, para assegurarem sua sobrevivência 10 Controladoria e Finanças Corporativas e continuidade, precisam cumprir sua missão, o que deveria acontecer por meio do atendimento às demandas que lhe são impostas pela sociedade. Esse panorama requer da gestão da empresa uma visão prospectiva, a fim de tentar clarear o futu- ro, uma vez que tal futuro é que elas viverão. Para que os objetivos sejam alcançados, é necessário que os gestores da empresa estejam sempre informados, para a tomada de decisões. Portanto, um dos objetivos da Controla- doria éfazer cumprir a missão da companhia e garantir sua continuidade. A figura ilustrada a seguir referência o ambiente organizacional e como sua influência reflete no departamento de Controladoria. Figura 2 Contexto da Importância da Controladoria. Fonte: Borinelli, 2006, p.23. 2.4 Subdivisões da Controladoria Dependendo do critério utilizado, a Controladoria pode rece- ber diferentes divisões. Capítulo 1 Introdução à Controladoria 11 Quanto à natureza em que se aplica Conforme a natureza a qual a Controladoria for aplicada, ela pode dividir-se em dois segmentos: Controladoria Empresarial e Controladoria Pública. a) Controladoria Empresarial A maior parte dos autores define a função da Controlado- ria como sendo fornecer aos administradores das empresas a informação que eles precisam para atingir seus objetivos, de modo eficaz e eficiente, assumindo a sequência de informação para decisão. A Controladoria Empresarial visa garantir a so- brevivência das instituições privadas, auxiliando seus gestores a tomar as decisões para atingir sempre esse objetivo. b)Controladoria Pública A Controladoria Pública é aquela voltada para os setores pú- blicos, como Municípios, estados e a União. Suas principais funções são semelhantes às da Controladoria voltada ao setor privado, como controles internos, orçamentário, financeiro, entre outros. A Controladoria no setor governamental é a área que orienta, acompanha, avalia a execução de atos e fatos administrativos, de forma a proteger o patrimônio da admi- nistração pública buscando a eficiência e a eficácia, de forma que atinja o melhor resultado, zelando sempre pela transpa- rência. 12 Controladoria e Finanças Corporativas Quanto à área de eficácia dentro da organização Dentro de uma organização, a Controladoria pode ser clas- sificada conforme a sua área de eficácia: Corporativa ou de Unidade. a) Controladoria Corporativa A Controladoria Corporativa é aquela que “pensa a empresa como um todo”, agindo de maneira centralizada. b) Controladoria de Unidade A Controladoria de Unidade descentraliza a sua atuação na organização como, por exemplo, dividindo-se nas filiais ou nos setores. A Controladoria descentralizada deve cumprir a tarefa de coordenação entre as áreas da divisão, de acordo com o sistema de objetivos gerais. Quanto à tomada de decisões A subdivisão da Controladoria que mais provoca discussões é a divisão entre Linha e Staff, pois as opiniões dos autores dife- rem quanto à função do controller de auxiliar nas decisões ou efetivamente tomá-las. a) Linha Para Catelli, apud Dal Molin (2008, p. 20), o controller é um gestor que ocupa um cargo na estrutura de linha por que toma Capítulo 1 Introdução à Controladoria 13 decisões quanto à aceitação de planos, sob o ponto de vista da gestão econômica e, por isso, encontra-se no mesmo nível dos demais gestores, na linha da diretoria ou da cúpula admi- nistrativa, mas também pode prestar assessoria a outras áreas. Garrison, apud Dal Molin (2008, p.19)., também define o controller como integrante da cúpula administrativa e partici- pando ativamente nos processos de planejamento estratégico e controle empresarial. b) Staff Heméritas (1985, p. 63), apud Libonaty, Wanderley e Meira (2000, p.8), define staff como um órgão consultivo ou técnico, com função de acompanhamento, sem dar ou receber ordens. É a Controladoria que atua como uma assessoria, estando li- gada a níveis mais altos da escala hierárquica e auxiliando os gestores na tomada de decisões. 3 O profissional da Controladoria O profissional que executa as funções da Controladoria, para que a sua missão seja cumprida e os seus objetivos atingidos, recebe o nome de controller. 3.1 Definição de controller Controller é o profissional que tem o papel de garantir informa- ções adequadas ao processo decisório, colaborando com os 14 Controladoria e Finanças Corporativas gestores na busca da eficácia gerencial. Apesar do significati- vo desenvolvimento das profissões ligadas à área contábil no Brasil, percebe-se que ainda não há nítida e marcante defini- ção das funções e atividades da Controladoria e do controller. Lunkes e Schnorrenberger (2009, p.12) corroboram com Oliveira, Perez Jr. e Silva, pois, para eles, o termo controller, assim como a Controladoria, pedem definição, uma vez que ele pode exercer diferentes atividades dependendo da organi- zação onde atua. O controller surgiu no início do século XX, dentro da evo- lução administrativa das grandes corporações americanas. Em 1920, o controller já aparece nos organogramas das adminis- trações centrais da General Motors como “Comptroller” e na Dupont, em 1921, como “Treasurer Assistant Comptroller”. Recapitulando Neste capítulo, foi possível observar que a Controladoria tem seu início conforme registro na era medieval, mas com esse nome ou a forma que tem hoje, pois vem construindo sua his- tória há muitos anos, e o profissional que atua nessa área vem se desenhando com a evolução da sociedade empresarial. Hoje o mercado busca profissionais dinâmicos e com muita proatividade para exercer essa função. Capítulo 1 Introdução à Controladoria 15 Referências BARRETO, Maria da Graça Pitiá. Controladoria na Gestão: a relevância dos custos da qualidade. São Paulo: Saraiva, 2008. BORINELLI, Márcio Luiz. Estrutura conceitual básica de Controladoria: sistematização à luz da teoria e da prá- xis. Defesa de Tese da Pós-Graduação em Controladoria e Contabilidade. USP, 2006 CATELLI, Armando (Coord.). Controladoria: uma abordagem da gestão econômica GECON. São Paulo: Atlas, 1999. DAL MOLIN, Luiz. Controladoria. Porto Alegre: Lucromax, 2006. NAKAGAWA, Masayuki. Introdução à Controladoria: con- ceitos, sistemas e implementação. São Paulo: Atlas, 1993. NASCIMENTO, Auster Moreira; REGINATO, Luciane (Org.). Controladoria: um enfoque na eficácia organizacional. São Paulo: Atlas, 2007. OLIVEIRA, Luis Martins de; PEREZ JR., José Hernandez; SILVA, Carlos Alberto dos Santos. Controladoria Estratégica. São Paulo: Atlas 2005. PADOVEZE, Clóvis Luis. Controladoria Básica. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004. SCHNORRENBERGER, Darci; LUNKES, Rogério João. Con- troladoria na coordenação dos sistemas de gestão. São Paulo: Atlas, 2009. 16 Controladoria e Finanças Corporativas SCHNORRENBERGER, Darci; et al. Perfil do controller em em- presas de médio e grande porte da grande Florianópolis. Anais do XIV Congresso Brasileiro de Custos. João Pes- soa, PB, Brasil, 05 a 07/12/07. SIQUEIRA, José Ricardo Maia de; SOLTELINHO, Wagner. O Profissional de Controladoria no Mercado Brasileiro: do surgimento da profissão aos dias atuais. Revista Contabi- lidade & Finanças, FIPECAFI-FEA, USP. São Paulo, v.16, no 27, p.66-77, setembro/dezembro 2001. Atividades 1) Na evolução da Controladoria, a história estabelece um grande marco nas mudanças das atividades. Qual foi ele? a) Revolução Industrial. b) Contagem de Estoque dos Faraós. c) Períodos Imperial Inglês. d) Segunda metade do século XIX. e) English Royal House Hold. 2) Dentre as assertivas abaixo, identifique aquela que não faz parte do arrazoado de razões da expansão da Controla- doria no Brasil. a) A instalação de empresas estrangeiras, notadamente norte-americanas. Capítulo 1 Introdução à Controladoria 17 b) Uma maior penetração de empresas multinacionais. c) Acirramento da competição. d) Através crescimento econômico as empresas ganha- ram porte e suas operações aumentaram em comple- xidade. e) Questões salariais. 3) Identifique o correto conceito de Controladoria. a) Um conjunto organizado de informações que possibi- lita o exercício de controle de uma entidade, a identi- ficação de suas dificuldades e dos caminhos possíveis de ser seguidos para atingi-los. b) Um conjunto organizado de conhecimentos que possi- bilita o exercício de controle de uma entidade, a iden- tificação de suas metas e dos caminhos econômicos a ser seguidospara atingi-los. c) Um conjunto organizado de dados que possibilita o exercício de fiscalização de uma entidade, a identifica- ção de suas metas e dos caminhos estratégicos a ser seguidos para atingi-los. d) Um conjunto organizado de métodos que possibilita a identificação de suas ferramentas e dos caminhos econômicos a ser seguidos para atingi-los. e) Um conjunto organizado de ferramentas que pos- sibilita o exercício de controle de uma entidade e a 18 Controladoria e Finanças Corporativas identificação dos caminhos futuros a ser seguidos para atingi-los. 4) Através da Missão da Controladoria, pode-se que afirmar que a mesma caracteriza-se por ser: a) um agente de compliance. b) um agente de gestão. c) um agende de fiscalização das metas estratégicas. d) um agente de mudanças comportamentais. e) um agente que gera informação prospectiva e retros- pectiva. 5) Aponte a definição correta do controller: a) controller é o profissional que tem o papel de garantir informações adequadas ao processo decisório, cola- borando com os gestores na busca de lucratividade. b) controller é o profissional que tem o papel de garantir respostas adequadas ao processo decisório, colabo- rando com os gestores na busca da eficácia gerencial. c) controller é o profissional que tem o papel de garantir informações adequadas ao processo decisório, cola- borando com os gestores na busca da eficácia geren- cial. d) controller é o profissional que tem o papel de garantir informações, colaborando com os gestores na busca da eficácia gerencial. Capítulo 1 Introdução à Controladoria 19 e) controller é o profissional que tem o papel de garantir lucros, colaborando com os gestores na busca da efi- cácia gerencial. Gabriela de Bem Fonseca1 Capítulo 2 A empresa e a Controladoria1 1 Especialista em Gestão Contábil com Ênfase em Tributária, Contadora, Técnica em Plásticos. Atua como professora na Universidade Luterana do Brasil – Ulbra, ministrando disciplinas ligadas às áreas de Finanças e Contabilidade e também trabalha com Consultoria Financeira. Capítulo 2 A empresa e a Controladoria 21 Introdução A Controladoria auxilia as empresas e está ligada a elas atra- vés de seus diversos usuários, que se beneficiam das informa- ções prestadas para a análise gerencial e a tomada de decisão empresarial. 1 Usuários da Controladoria A Controladoria visa a auxiliar seus usuários na tomada de de- cisões. Esses usuários podem ser internos ou externos. A figura a seguir demonstra a divisão desses usuários. Figura 1 Usuários internos e externos da Controladoria. Fonte: Lunkes e Schnorremberger, 2009, p.21 22 Controladoria e Finanças Corporativas 1.1 Usuários Internos Como usuários internos da Controladoria têm-se os setores da empresa, tais como: Pesquisa e Desenvolvimento, Vendas e Marketing, Produção e Logística, Finanças, Recursos Huma- nos, Serviços ao Cliente e a Alta Administração. a) Pesquisa e Desenvolvimento Pesquisa e Desenvolvimento é a área da empresa que necessi- ta de informações da Controladoria, relacionadas a dois pon- tos principais: a) Identificação das características que o cliente conside- ra essenciais. b) Processos e Custos decorrentes da necessidades des- ses clientes. b) Vendas e Marketing Vendas e Marketing é a área que precisa de informações sobre as receitas geradas, participação no mercado, comissões dos vendedores, perdas com vendas a prazo, custos dos produtos, níveis de estoque, preços de venda, entre outros. Essa área também depende de informações relativas à demanda espe- rada e grau de êxito das políticas e procedimentos desenvol- vidos. Capítulo 2 A empresa e a Controladoria 23 c) Produção e Logística A Produção e a Logística da empresa são áreas da empre- sa que tomam decisões referentes aos custos dos processos, atividades e produtos, níveis de qualidade, de produtividade, tempos de ciclo, utilizando as informações fornecidas pela Controladoria para tornar possível essas decisões. d) Finanças A área de Finanças utiliza as informações da Controladoria ligadas à: Custo do Capital; De Terceiros: Debêntures, Empréstimos; Próprio: Ações. Essas informações são imprescindíveis para que os geren- tes de finanças possam decidir sobre questões ligadas a todas as áreas da empresa como compra de um bem, expansão de atividades, etc. e) Recursos Humanos (RH) O RH da empresa necessita de informações em relação aos níveis de motivação e retenção de empregados, produtividade, necessidade de novos treinamentos. 24 Controladoria e Finanças Corporativas f) Serviços ao Cliente O setor de serviços ao cliente utiliza as seguintes informações fornecidas pela Controladoria: Custo de Reparos; Lotes com peças defeituosas; Número de atendimentos; Número de re- clamações. g) Alta Administração A alta administração das organizações foi a área que mais evoluiu em relação ao aprimoramento das informações da Controladoria para a tomada de decisão. Ela utiliza as infor- mações mais estratégicas sobre a evolução dos objetivos e dos fatores-chave do sucesso. 1.2 Usuários Externos Os usuários externos da empresa são os que compõem o am- biente operacional externo da empresa, como: Acionistas e Investidores, Agências Reguladoras e Governamentais, Credo- res, Concorrentes, Fornecedores e a Sociedade. a) Acionistas e Investidores Os acionistas e os investidores se interessam pelas informações da Controladoria que os auxiliem na análise da liquidez, risco, rentabilidade atual, pagamento de dividendos, tendências de crescimento e perspectivas futuras da organização. Capítulo 2 A empresa e a Controladoria 25 b) Agências Reguladoras e Governamentais O interesse desses usuários é focado em informações relacio- nadas a:  gerenciamento da receita;  folha de pagamento;  ativos;  impostos. Para esses usuários, as informações da Controladoria au- xiliam na avaliação dos cumprimentos das normas, procedi- mentos, práticas contábeis, pagamento de tributos, incentivos fiscais, estabelecimento de estratégias políticas e econômicas. c) Credores Os credores se valem das informações da Controladoria no momento de avaliar a saúde financeira da organização e se interessam particularmente pelo fluxo de caixa e na liquidez da empresa. d) Concorrentes Para os concorrentes da empresa, as informações mais impor- tantes da Controladoria são aquelas ligadas a novos produtos, construção de fábricas, investimento em automação dos pro- cessos e em sistemas de informações e alteração nas políticas de estoque e de crédito. 26 Controladoria e Finanças Corporativas e) Fornecedores Segundo Lunkes e Schnorrenberger (2009, p.23), os fornece- dores precisam das seguintes informações:  níveis de estoque de cada material, especialmente nos casos de just-in-time;  avaliação da liquidez em curto prazo da empresa. f) Clientes Os clientes têm interesse especial na continuidade operacional da empresa para que ela possa cumprir seus prazos e honrar seus compromissos. g) Sociedade Para a sociedade, as informações de maior relevância são:  a liquidez da empresa;  o seu grau de endividamento;  seu resultado operacional. O objetivo da sociedade é assegurar o nível de empregos e o crescimento dos setores econômicos locais, o que propor- ciona melhoria social nas áreas de educação, saúde, lazer e meio ambiente. Capítulo 2 A empresa e a Controladoria 27 2 Pilares da Controladoria Controladoria se apoia em diversos pilares para cumprir sua missão. Os principais serão tratados neste capítulo. 2.1 Contabilidade A Contabilidade recolhe dados originados de todas as áreas da empresa e tem a função de transformá-los em informações econômicas e financeiras capazes de oferecer aos gestores condições suficientes para a avaliação contínua do estado do empreendimento. Pode se constituir em importante e confiável banco de dados que se mantém atualizado e, como tal, con- siste em uma fonte de preciosasinformações tempestivas, úteis e adequadas, necessárias para suprir e avaliar o processo de gestão, e, por isso, torna-se o cerne da área de Controladoria. Lunkes e Schnorrenberger (2009, p.10), consideram que a Contabilidade exerce forte influência sobre a Controladoria. Para eles (2009, p.103), a Contabilidade consiste em um sistema de informações que assegura o registro, a acumulação, o tratamento e o processamento dos eventos e disseminação das infor- mações [...]. Consequentemente, é de suma importância para prover informações que permitam o apoio à toma- da de decisão, guiando e direcionando as ações, moni- torando e avaliando o desempenho. A Contabilidade, enquanto Ciência, tem uma rica base conceitual que, aliada à interação de forma multidisciplinar 28 Controladoria e Finanças Corporativas com os demais ramos do conhecimento, evolui de forma na- tural ao que se identifica de “Controladoria”. Do ponto de vista gerencial, o propósito da informação contábil é habilitar a organização a atingir seu objetivo; conclui-se, assim, que a efetividade da informação contábil de controle é medida pelo grau de atingimento desse objetivo. Os registros contábeis representam a principal ferramen- ta usada pela Controladoria para aferir se as expectativas da alta administração estão se realizando. Para o processo de controle, a informação contábil é de suma importância, pois serve de padrão e feedback para o processo; pode também ser usada como medida de desempenho das pessoas envolvi- das na gestão das diversas áreas. A tabela a seguir apresenta como funciona o desenvolvimento do conhecimento contábil em uma linha do tempo: Capítulo 2 A empresa e a Controladoria 29 Figura 2 Tabela – Desenvolvimento do Conhecimento Contábil. Fonte: Oliveira, 1998, p.38, apud Barreto, 2008, p.18. 2.2 Custos Com relação aos Custos, a Controladoria tem como respon- sabilidade assegurar que o controle de custos esteja suprindo as necessidades dos planos da administração e dos gestores neles envolvidos. Custos são essencialmente medidas mone- tárias dos sacrifícios com que a organização tem que arcar para alcançar seus objetivos. É por essa razão que eles são de grande importância para as decisões gerenciais. A Contabilidade de Custos como um centro processador de informações que recebe dados, acumulando-os de forma organizada, analisando e os interpretando, produzindo infor- mações para todos os níveis gerenciais. O controle de custos 30 Controladoria e Finanças Corporativas pode ter diferentes objetivos em cada organização. As infor- mações que provêm dos custos demonstram as mudanças pa- trimoniais resultantes das transações econômico-financeiras e auxiliam na avaliação das alternativas de curso de ação. Essas informações podem receber diversos tratamentos, conforme o conceito utilizado. Por isso, deve ser contemplada a natureza do processo produtivo e as necessidades informacionais dos gestores. Os custos são coletados para quatro propósitos maiores: a) Assistir decisões de planejamento, tais como a deter- minação de quais produtos fabricar, as quantidades que devem ser produzidas e a que preços devem ser vendidos os produtos. Visto que o planejamento é orientado para o futuro, para esse objetivo é interes- sante ter conhecimento dos custos futuros. b) Auxiliar o controle das operações pela manutenção e aprimoramento da eficiência com que os recursos são empregados. O controle envolve comparação do custo real das operações correntes com os custos pla- nejados. Isso demonstra que, já que os custos reais são a expressão monetária dos recursos que foram consumidos nas operações correntes, existe interesse na reposição desses recursos. Para essa proposta são usados custos de reposição. O processo de controle ajuda a manter os custos planejados, pela evidencia- ção de ineficiências. Também pode conduzir a uma revisão dos custos planejados. c) Auxilia na mensuração dos resultados. Capítulo 2 A empresa e a Controladoria 31 d) Auxilia na decisão do mix de produção. 2.3 Orçamento Controladoria precisa dotar a empresa de um sistema orça- mentário bem estruturado para que ela possa trazer seus bene- fícios ao sucesso desejado, pois o orçamento é de alta relevân- cia no contexto da gestão empresarial. A figura de Nascimento e Reginato (2007), apresentada a seguir, mostra o desenho de um fluxo do orçamento global empresarial. Figura 3 Fluxo do Orçamento Global Fonte: Nascimento e Reginato, 2007, p.144. 32 Controladoria e Finanças Corporativas O orçamento é um instrumento direcional que se constitui de planos específicos em termos e datas e de unidades mone- tárias com o objetivo de orientar a administração para atingir os objetivos empresariais. Os objetivos do orçamento são o de planejamento, a coordenação e o controle, concentrando esforços para:  Orientar a execução das atividades;  Possibilitar a coordenação dos esforços das áreas e de todas as atividades  que compõem a empresa;  Otimizar o resultado global da empresa;  Reduzir os riscos operacionais; Facilitar a identificação das causas dos desvios entre o pla- nejado e o realizado, propiciando a implementação de ações corretivas. 2.4 Planejamento estratégico O processo de gestão, que compreende Planejamento Estra- tégico, Planejamento Operacional, Programação, Execução e Controle tem como objetivo levar a empresa de uma situação atual a uma situação objetivada. Para tanto, a área de Con- troladoria tem participação fundamental, pois é a responsável pela gestão econômica da empresa. Assim, a Controladoria participa no processo de obtenção dos melhores planos para o cumprimento da missão, tendo em vista o conjunto de recursos Capítulo 2 A empresa e a Controladoria 33 disponíveis e disponibilizáveis, para a realização dos eventos relativos às atividades de cada área. Gehrking (1997), apud Nascimento e Reginato (2007, p.117), divide a história do planejamento em três fases: 1a Fase da Produção em Massa (1900 a 1930): caracte- rizou-se pela estabilidade ambiental e pouca interferência go- vernamental nas regras do mundo empresarial; 2a Fase do Marketing de Massa (1930 q 1950): as em- presas mudaram o foco do ambiente interno para o externo, buscando compreender os desejos dos consumidores; 3a Era da Informação (a partir de 1950): o ambiente torna- -se crescentemente instável e turbulento, tornando ultrapassa- das as projeções de resultado como ferramentas de planeja- mento e levando as empresas a buscarem alternativas para auxiliarem para que o equilíbrio nos ambientes seja mantido. Para Nascimento e Reginato (2007, p.117), foi nesse con- texto que o planejamento estratégico surgiu, impulsionado por estudos de K. Andrews, F. Ansoff, H. Mintzberg, P. Lorange, G. Steiner, entre outros. Nascimento e Reginato (2007, p.132) demonstram, na figura a seguir, os elementos do processo de planejamento e sua ordem sequencial. 34 Controladoria e Finanças Corporativas Figura 4 Diagrama simplificado do processo de planejamento estratégico. Fonte: Nascimento e Reginato, 2007, p.132. O planejamento é algo que fazemos antes de agir; isso é, tomada de decisões. É um processo de decidir o que fazer e como fazê-lo, antes que se requeira uma ação [...] o plane- jamento é um processo que se destina a produzir um ou mais estados futuros planejados e que não deverão ocorrer, a me- nos que alguma coisa seja feita. O planejamento, portanto, preocupa-se tanto evitar ações incorretas quanto em reduzir a frequência dos fracassos ao se explorar a oportunidade. Capítulo 2 A empresa e a Controladoria 35 Ele orienta e fornece as diretrizes que norteiam as ações na organização na busca do alcance dos seus propósitos, pois ele é responsável pela definição dos objetivos a ser seguidos durante todo o processo de gestão empresarial. Teoricamente, a função de planejamento é um aperfeiçoa- mento na qualidade do processo decisório por uma cuidadosa consideraçãode todos os fatores relevantes antes de a decisão ser tomada em conformidade com uma estratégia racional, segundo a qual o futuro da empresa deve ser orientado. Como uma das atividades da Controladoria ligada ao planejamento está a harmonização de um conjunto de objetivos do planeja- mento. São definidos os parâmetros que orientam a execução das atividades empresariais e os critérios para avaliar o de- sempenho. Figueiredo e Caggiano (1997, p.44) dividem o planeja- mento em três atividades: 1. Planejamento Estratégico: diz respeito a um período de três a dez anos; normalmente chamado de planejamento de longo prazo; 2. Planejamento Programa: atividade que segue o planeja- mento de longo prazo e envolve o desenvolvimento de planos para os dispêndios de capital necessários para os objetivos de longo prazo. 3. Planejamento Orçamentário: aquele que converte o pla- no de longo prazo da firma às necessidades do futuro imedia- to. É usualmente descrito como Orçamento e é desenvolvido em uma base anual. 36 Controladoria e Finanças Corporativas Para Küper (2005), apud Lunkes e Schnorrenberger (2009, p.46): “A Controladoria deve coordenar os planos individuais e globais de forma a harmonizar as medidas de desempenho, visando atingir os objetivos da organização”. Em relação à coordenação das atividades de planejamento, ela está dire- cionada a (os): a) objetivos do plano; b) administração do planejamento; c) processos do planejamento; d) objetos e níveis do planejamento. O planejamento ocorre em todos os níveis da administra- ção. O sucesso das outras funções depende da qualidade do planejamento. Recapitulando Neste capítulo, foi possível observar que a Controladoria está atrelada a diversas áreas da empresa e da contabilidade, ge- rando informação para diversos usuários diferentes com o ob- jetivo de melhorar a comunicação e a qualidade da informa- ção gerencial, favorecendo, assim, uma tomada de decisão mais qualificada dentro do processo empresarial. Capítulo 2 A empresa e a Controladoria 37 Referências BARRETO, Maria da Graça Pitiá. Controladoria na Gestão: a relevância dos custos da qualidade. São Paulo: Saraiva, 2008. CAGGIANO, Paulo César; FIGUEIREDO Sandra. Controla- doria: teoria e prática. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2008. CATELLI, Armando (Coord.). Controladoria: uma abordagem da gestão econômica GECON. São Paulo: Atlas, 1999. DAL MOLIN, Luiz. Controladoria. Porto Alegre: Lucromax, 2006. NASCIMENTO, Auster Moreira; REGINATO, Luciane (Org.). Controladoria: um enfoque na eficácia organizacional. São Paulo: Atlas, 2007. OLIVEIRA, Luis Martins de; PEREZ JR., José Hernandez; SILVA, Carlos Alberto dos Santos. Controladoria Estratégica. São Paulo: Atlas 2005. PADOVEZE, Clóvis Luis. Controladoria Básica. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004. SCHNORRENBERGER, Darci; LUNKES, Rogério João. Con- troladoria na coordenação dos sistemas de gestão. São Paulo: Atlas, 2009. 38 Controladoria e Finanças Corporativas Atividades 1) Dentre os usuários da Controladoria, aponte se são Usuá- rios Internos (UI) ou Usuários Externos (UE): ( ) Acionistas e Investidores. ( ) Credores. ( ) Vendas e Marketing. ( ) Clientes. ( ) Serviços ao Cliente. a) UE, UE, UI, UE, UE. b) UI, UE, UI, UE, UI. c) UE, UI, UE, UE, UI. d) UE, UE, UI, UI, UE. e) UE, UE, UI, UE, UI. 2) Quanto aos registros contábeis, pode-se afirmar que: a) os registros contábeis representam a principal ferra- menta usada pela Controladoria para aferir se as ex- pectativas da alta administração estão se realizando. b) os registros contábeis não são utilizados pela Con- troladoria. c) os registros contábeis representam a única ferramenta usada pela Controladoria para aferir se as expectati- vas da alta administração estão se realizando. Capítulo 2 A empresa e a Controladoria 39 d) os registros contábeis representam a principal ferra- menta usada pela Controladoria. e) os registros contábeis representam a principal ferra- menta usada pela contabilidade para aferir se as ex- pectativas da alta administração estão se realizando. 3) Sobre os custos, aponte a assertiva incorreta dentro da vi- são da Controladoria. a) A Controladoria tem como responsabilidade assegurar que o controle de custos esteja suprindo as necessida- des dos planos da administração. b) A Controladoria usa a contabilidade de custos de for- ma muito superficial, mais pra projetar a as despesas financeiras. c) Custos são essencialmente medidas monetárias dos sacHrifícios com que a organização tem que arcar para alcançar seus objetivos. d) As informações que provêm dos custos demonstram as mudanças patrimoniais resultantes das transações econômico-financeiras; e) Auxilia na decisão do mix de produção. 4) Quanto aos objetivos do orçamento, aponte a afirmativa incorreta: a) orientar a execução das atividades. b) possibilitar a coordenação dos esforços das áreas e de todas as atividades que compõem a empresa. 40 Controladoria e Finanças Corporativas c) otimizar o resultado global da empresa. d) eliminar os riscos operacionais. e) facilitar a identificação das causas dos desvios entre o planejado e o realizado, propiciando a implementa- ção de ações corretivas. 5) Em relação à coordenação das atividades de planejamen- to, ela está direcionada, exceto: a) objetivos do plano. b) administração do planejamento. c) garantia de resultados financeiros. d) processos do planejamento. e) objetos e níveis do planejamento. Gabriela de Bem Fonseca1 Capítulo 3 Sistemas de Informação1 1 Especialista em Gestão Contábil com Ênfase em Tributária, Contadora, Técnica em Plásticos. Atua como professora na Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), ministrando disciplinas ligadas às áreas de Finanças e Contabilidade, e também trabalha com Consultoria Financeira. 42 Controladoria e Finanças Corporativas Introdução Os Sistemas de informações são fundamentais para a Con- troladoria, já que a informação é a palavra-chave de todo a construção do modelo gerencial. A Controladoria pode atuar na coordenação dos sistemas de gestão parciais, na harmonização e integração dos siste- mas e, também, na inovação dos sistemas. O sistema de infor- mação auxilia a Controladoria na padronização de processos, agilidade no registro de dados, cálculo (mensuração) e comu- nicação das informações para a tomada de decisão. Os controles internos somente serão úteis ao processo de gestão e à tomada de decisão se o sistema de informações da empresa for consistente e tempestivo. Dessa forma, os contro- les internos dependem de um sólido sistema de informações, da mesma forma que o sistema de informações depende da robustez do sistema de controles internos. O Sistema de Informações é responsável pelo registro, pro- cessamento dos dados e sua conversão em informações e con- sequente disseminação. É um suporte imprescindível para os gestores, pois gera informações necessárias para acompanhar todas as fases do processo de planejamento e controle. Ge- ralmente é o controller quem acaba se tornando o responsável pelo projeto, implementação e manutenção de um sistema in- tegrado de informações, que operacionaliza o conceito de que a contabilidade, como principal instrumento para demonstrar a quitação de responsabilidades que decorrem da accounta- bility da empresa e seus gestores é suportada pelas teorias da Capítulo 3 Sistemas de Informação 43 decisão, mensuração e informação. Um sistema empresarial compreende quatro elementos básicos: entradas, processo, saída e feedback. A figura a seguir ilustra os elementos e sua dinâmica. Figura 1 Componentes de um sistema empresarial. Fonte: Lunkes e Schnorrenberger, 2009, p.29. A base de dados para a Controladoria, além dos recursos demandados para o seu processo, se origina de todos os sub- processos que constituem a empresa e, também, dos sistemas externos que influenciam e impactam no processo-empresa, sendo identificados como segue: Entradas:são os elementos que a organização utiliza para atingir seus objetivos. São o impulso de partida para o sistema que fornece os recursos para sua operação. Pode compreen- der recursos materiais, humanos, financeiros, tecnológicos e de informação. Processo: são as operações que reúnem atividades de traba- lho que estão atreladas às restrições de órgãos controladores 44 Controladoria e Finanças Corporativas e dos objetivos do processo-empresa, convertendo os recursos em saídas. Pode incluir áreas como produção, distribuição, marketing, vendas, recursos humanos e contabilidade. Saídas: são os resultados do sistema para o qual ele foi cons- tituído, sendo a realização dos próprios objetivos. Podem ser formadas, entre outros, por produtos e serviços gerados pelo processo de Controladoria e que cruzam as suas fronteiras de saída para satisfazer a necessidade de informação dos clientes potenciais. Feedback: é a função que compara as saídas com um padrão pré-fixado. O sistema de informações pode receber mais de uma clas- sificação, conforme os grupos atendidos. 1 Sistema de Informações Gerenciais (SIG) Através da ideia de serem desenvolvidos sistemas que forne- cessem informações gerenciais integradas, proporcionando meios de disponibilizar informações para o nível executivo da empresa, surgiu o SIG. O SIG serve para funções de planeja- mento, controle e tomada de decisão em nível geral. Muitos autores definem o SIG como: Stair (1998): o SIG é um agrupamento organizado de pro- cedimentos, dados e outros dispositivos que são usados para fornecer informações de rotina aos gestores na tomada de de- cisão. a Capítulo 3 Sistemas de Informação 45 Oliveira (1993; 1997): um SIG pode ser definido como um processo de transformação de dados em informações que são utilizadas na estrutura decisória da organização, devendo ser visualizado como uma ferramenta administrativa que contribui com a gestão da empresa. GIL (1978): SIG é um conjunto de recursos humanos e mate- riais, responsável pela coleta e processamento de dados para produzir informações que sejam úteis a todos os níveis de ge- rência. 2 Sistemas de Apoio à Gestão Sistemas de Apoio à Gestão englobam o Sistema de Informa- ções Executivas (SIE) e o Sistema de Apoio à Decisão (SDA). 2.1 Sistema de informações Executivas (SIE) SIE, sistemas computacionais destinados a satisfazer a neces- sidade informacional dos executivos, visando integrar em um único sistema todas as informações necessárias. O SIE foi cria- do no final da década de 1970 a partir dos trabalhos desen- volvidos no Massachusetts Institute of Technology. O SIE preci- sa estar integrado à base de dados dos sistemas operacionais por meio de uma interface com os demais sistemas, bem como com as diversas áreas da empresa, na medida em que con- templam e oferecem aos usuários informações sobre o estado da organização. 46 Controladoria e Finanças Corporativas Para Nascimento e Reginato (2007, p.70), o sistema de informações executivas favorece as atividades dos executivos e a tomada de decisões, melhorando alguns aspectos hierárqui- cos e sistêmicos da empresa; ele normalmente é utilizado em conjunto com ferramentas de BI que o complementam. 2.2 Sistema de Apoio à Decisão (SAD) Com o progresso da tecnologia, pesquisas universitárias, consciência da necessidade de informações para o processo decisório, entre outros, o SAD começou a se popularizar. Ele se diferencia do SIG em função do foco. O SIG dá suporte às decisões de rotina e o SAD a situações específicas. 3 Sistemas de Apoio às Operações Os Sistemas de Apoio às Operações dividem-se em Sistema de Processamento de Transações (SPT) e Sistemas Especialistas. 3.1 Sistema de Processamento de Transações (SPT) É um conjunto organizado de pessoas, procedimentos, banco de dados e dispositivos usados para registrar transações de negócios completados, como folha de pagamento, apuração de custos de produção, entre outros. Capítulo 3 Sistemas de Informação 47 3.2 Sistemas Especialistas Normalmente, os sistemas especialistas fazem o tratamento de dados gerados pelo sistema contábil ou outra ferramenta de coleta. Lunkes e Schnorrenberger (2009, p.102) definem um sistema especialista como aquele que provê suporte à tomada de decisão em situações que demandam conhecimentos de especialistas sobre determinado assunto. 3.3 Sistema de Informações Contábeis (SIC) O Sistema Contábil é um dos instrumentos fundamentais na geração de informações. Para que exista um sistema de infor- mações é necessário que antes se tenha um adequado sistema contábil. Ele captura tanto dados quantitativos como qualita- tivos e os organiza de maneira que as informações geradas sejam úteis à tomada de decisão para toda a empresa. 3.4 ERP – Enterprise Resource Planning ERP é um sistema de gestão empresarial que gerencia as infor- mações relativas aos processos operacionais, administrativos e gerenciais das empresas. O Objetivo de um Sistema ERP é centralizar as informações e gerir o seu fluxo durante todo processo de desenvolvimento da atividade empresarial, inte- grando os setores da organização e possibilitando aos gesto- res acesso ágil, eficiente e confiável às informações gerenciais, dando suporte à tomada de decisões em todos os níveis do negócio. Construídos sobre um banco de dados centralizado, os sistemas ERP consolidam todas as operações de uma em- presa em um único sistema, que pode residir em um servidor 48 Controladoria e Finanças Corporativas centralizado, ser distribuído em unidades de hardware autôno- mas em rede local ou ser hospedado remotamente via web. Os sistemas ERP abrangem cada passo da operação, des- de as compras, provisões, planejamento, manufatura, forma- ção de preços, contas a pagar e receber, processos contábeis, controle de estoque, administração de contratos, venda de ser- viços e todos os níveis de comércio varejista ou atacado, pas- sando pela gestão eficaz dos relacionamentos com clientes e fornecedores, pós-venda, análise de resultados e muitos outros fatores personalizados, altamente adaptáveis a qualquer em- presa, em qualquer ramo de negócios. O uso de um Sistema ERP em uma empresa dá a seus gestores o controle total sobre a empresa, auxiliando na tomada de decisões e fornecendo todas as informações vitais de maneira acessível e clara. 3.5 CRM – Customer Relationship Management O CRM ou (Customer Relationship Management) é um termo usado para o gerenciamento do relacionamento com o cliente ou ainda um sistema integrado de gestão com foco no cliente, que reune vários processos\tarefas de uma forma organizada e integrada. Como conceito: CRM é uma estratégia de ne- gócio voltada ao entendimento e antecipação das necessida- des e potenciais de uma empresa. Para auxiliar essas tarefas e rotinas automatizadas é necessário um software, geralmente chamado de software CRM ou sistema CRM. Não que uma empresa não possa pensar em CRM sem ter um software. Um dos objetivos do CRM é fidelizar clientes, embora esse seja um termo confuso, pois leva a imaginar que você ga- Capítulo 3 Sistemas de Informação 49 nha um cartão com seu nome e alguns descontos ou milhas, simplesmente... A fidelização vai muito além disso, como já comentei em um outro artigo: é buscar a satisfação total do cliente, antever necessidades e desejos, ser tratado com dig- nidade e respeito oferecendo produtos adequados ao cliente. Isso é feito através do entendimento das necessidades e ex- pectativas do cliente, baseado, logicamente, nas informações colhidas. CRM é principalmente cultura, sim, você leu cultura, pois de nada adianta um ótimo sistema se não existe uma cultura na empresa voltada para atender ao cliente e obter informa- ções úteis. Por esse motivo, a Consultoria de CRM é de funda- mental importância. No geral, o CRM abrange três áreas: au- tomação de gestão do marketing, gestão comercial e a gestão de serviços/produtos ao cliente. Essas tarefas eprocessos que alimentam o sistema resultam no banco de dados de informa- ções, e se utilizadas de forma adequada podem ser consulta- das a qualquer hora e por qualquer departamento para uma tomada de decisão. 3.6 GECON – Gestão Econômica O modelo Gestão Econômica começou a ser estruturado pelo Prof. Armando Catelli no final dos anos setenta, vislumbrando a necessidade de adequação dos modelos da administração da organizações à realidade empresarial, e também a ineficá- cia dos sistemas de contabilidade e de custos para o apoio do processo decisório. 50 Controladoria e Finanças Corporativas O GECON é um modelo de atuação, que compreende um sistema de informação baseado em gestão por resultados econômicos, que visa mensurar o VEE (Valor Econômico da Empresa) a qualquer momento. Esse modelo de gestão per- mite a simulação, o planejamento e o controle da atuação da entidade com base na evolução do valor adicionado. O Sistema de Informação do GECON utiliza fundamen- talmente conceitos e critérios que atendam as necessidades informativas dos diversos gestores da empresa para o seu pro- cesso de tomada de decisão específico e que impulsionam as diversas áreas a implementar ações que otimizam o resultado global da companhia. Uma preocupação básica do sistema é espelhar em termos econômicos-financeiros o que ocorre dentro das atividades operacionais da empresa. Recapitulando Neste capítulo, foi possível observar que existem várias formas de trabalhar a informação em diversos sistemas para públicos distintos, sempre com o objetivo de tornar a informação mais completa e, com isso, usar de base na tomada de decisão. Os ERP são excelentes ferramentas para auxiliar o desenvolvi- mento de relatórios e copilados das informações, produzindo assim material efetivo para a tomada de decisão empresarial. Capítulo 3 Sistemas de Informação 51 Referências BARRETO, Maria da Graça Pitiá. Controladoria na Gestão: a relevância dos custos da qualidade. São Paulo: Saraiva, 2008. CAGGIANO, Paulo César; FIGUEIREDO Sandra. Controla- doria: teoria e prática. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2008. CATELLI, Armando (Coord.). Controladoria: uma abordagem da gestão econômica GECON. São Paulo: Atlas, 1999. DAL MOLIN, Luiz. Controladoria. Porto Alegre: Lucromax, 2006. NASCIMENTO, Auster Moreira; REGINATO, Luciane (Org.). Controladoria: um enfoque na eficácia organizacional. São Paulo: Atlas, 2007. OLIVEIRA, Luis Martins de; PEREZ JR., José Hernandez; SILVA, Carlos Alberto dos Santos. Controladoria Estratégica. São Paulo: Atlas 2005. PADOVEZE, Clóvis Luis. Controladoria Básica. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004. SCHNORRENBERGER, Darci; LUNKES, Rogério João. Con- troladoria na coordenação dos sistemas de gestão. São Paulo: Atlas, 2009. 52 Controladoria e Finanças Corporativas Atividades 1) Quanto ao sistema de informações e seu papel para Con- troladoria, podemos afirmar que: a) não é relevante para a execução de seu papel na em- presa. b) é fundamental, pois garante que a Controladoria po- derá se basear em dados contábeis seguros para pre- ver o futuro da organização. c) auxilia na padronização de processos, agilidade no registro de dados, mensurações e comunicação das informações para a tomada de decisão. d) auxilia na padronização de processos, garantindo assim um menor índice de retrabalho e consequente- mente um menor gasto com tais processos. e) auxilia na tomada de decisão com relatórios geren- ciais, sendo necessário uma menor quantidade de co- laboradores para tal. 2) Dentro dos subprocessos da Controladoria, as operações que reúnem atividades de trabalho que estão atreladas s restrições de órgãos controladores, e dos objetivos do processo-empresa, convertendo os recursos em saídas, conceituam qual parte dos subprocessos? a) Entradas. b) Processos. Capítulo 3 Sistemas de Informação 53 c) Saídas. d) Feedback. e) Objetivos e planos. 3) Sobre o assunto de Sistemas de Informações Gerenciais determine se as assertivas abaixo são (V) Verdadeiras ou (F) Falsas. ( ) O SIG serve para funções de planejamento, controle e tomada de decisão em nível geral. ( ) O SAD dá suporte às decisões de rotina e o SIG a si- tuações específicas. ( ) Os sistemas especialistas fazem o tratamento de dados gerados pelo sistema contábil ou outra ferramenta de coleta. ( ) O Objetivo de um Sistema ERP é centralizar as infor- mações e gerir o seu fluxo durante todo processo. ( ) O CRM ou é um termo usado para o gerenciamento do relacionamento com os acionistas. a) V, F, V, V, F. b) V, V, F, F,V. c) F, V, F, V, F. d) V, V, V, F, F. e) F, F, F, F, V. 54 Controladoria e Finanças Corporativas 4) O conceito de que de um modelo de atuação que com- preende um sistema de informação baseado em gestão por resultados econômicos e que visa mensurar o VEE (Va- lor Econômico da Empresa) a qualquer momento é o con- ceito do: a) BI. b) ERP. c) Modelo Gecon. d) CRM. e) Sistema de Processamento de Transações. 5) Aponte a alternativa incorreta dos elementos compreendi- dos pelo sistema empresarial. a) Entrada. b) Saída. c) Processo. d) Feedback. e) Fornecedores. Gabriela de Bem Fonseca1 Capítulo 4 Gestão e Estratégias de Resultados1 1 Especialista em Gestão Contábil com Ênfase em Tributária, Contadora, Técnica em Plásticos. Atua como professora na Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), ministrando disciplinas ligadas às áreas de Finanças e Contabilidade, e também trabalha com Consultoria Financeira. 56 Controladoria e Finanças Corporativas Introdução Os tópicos abordados neste capítulo irão nos fazer refletir so- bre os modelos de gestão utilizados pelas empresas, e como esses modelos afetam diretamente o seu processo decisório vinculado à busca de melhores resultados estratégicos. 1 Modelos de Gestão Conceitualmente, define-se modelo de gestão como o con- junto de regras e princípios que orientam a forma de gerir a empresa e criam demandas por soluções gerenciais, mais focadas para as ferramentas de planejamento e controle. Para entender como surge esse modelo, é fundamental estudar como se estrutura um processo de planejamento na empresa, pois ele reflete as crenças e valores dos seus controladores. O modelo de gestão deve de uma certa forma assegurar a adaptação da empresa a mudanças ambientais, dando condi- ções efetivas para institucionalizar esses instrumentos como o Orçamento e o Balanced ScoreCard. Em muitos casos é pos- sível perceber que nesse modelo de gestão, o planejamento estratégico da empresa não está estruturado no papel e sim na mente dos seus proprietários. O processo de gestão orçamentária existe a partir do pla- nejamento estratégico da empresa e consiste no ciclo sequen- cial das atividades administrativas de planejamento, execu- ção e controle. Essa consequência, embora já consagrada, Capítulo 4 Gestão e Estratégias de Resultados 57 diferencia-se em sua aplicação nas empresas em função do modelo de gestão adotado. De fato, modelo de gestão é o conjunto de princípios que norteiam a gestão empresarial e decorrem da visão, da missão, dos valores e da cultura da empresa. O modelo orçamentário deve ser sempre coerente com o modelo de gestão. Seja como for, a atividade de planejamento pode ser sub- dividida em outras três atividades sequenciais: planejamento estratégico, planejamento operacional e planejamento de pro- gramação:  Planejamento Estratégico: é o planejamento em longo prazo visando à continuidade da empresa, sem ter um horizonte final definido e tem como principal objetivo gerar macro diretrizes para os negócios e para a estru- tura da organização.  Planejamento Operacional: também chamado de pla- nejamento tático, é o processo subsequente ao planeja- mento estratégico e tem como objetivo básico operacio- nalizar as estratégias definidas. Seu horizonte temporal caracteriza-se pelo médio e longo prazo. Por exemplo: estrategicamente, decide-se construir uma novaplanta fabril. A partir dessa decisão, o processo de planeja- mento para estruturar essa nova unidade é um tipo de planejamento operacional, cujo horizonte em geral é de médio e longo prazo.  Planejamento de Programação: o horizonte temporal normalmente é o próximo ano. Nessa etapa, quantifi- cam-se todos os planos operacionais em andamento, 58 Controladoria e Finanças Corporativas consolidando uma demonstração de resultados do exer- cício programado. Fase do Processo Finalidade Produto Planejamento Estratégico Garantir a missão e a con- tinuidade Diretrizes e políticas estratégi- cas Planejamento Operacio- nal Otimizar o resultado no médio e no longo prazo Plano operacional Planejamento de Progra- mação (Orçamento) Otimizar o resultado no curto prazo Programa operacional Execução Otimizar o resultado de cada transação Transações Controle Corrigir e ajustar para ga- rantir a otimização Ações corretivas Figura 1 Quadro resumo Fonte: elaborado pela Autora, 2017. O resumo apresentado na figura anterior demonstra o que foi abordado até o momento e, ainda, muitos autores afirmam que existem ao menos dois modelos de gestão: o modelo de gestão tradicional e o modelo de gestão por objetivos e resul- tados. Em geral, o modelo tradicional tem seu foco centraliza- do no gestor. Na maioria das vezes, ele centraliza a tomada de decisão, a criação das metas e a análise dos resultados, não compartilhando essas informações e, em muitos casos, não considerando como ponto central o planejamento estratégico da empresa. Já o modelo por objetivos e resultados tem sua essência baseada no compartilhamento das informações. Nesse caso, os gestores buscam dividir os objetivos, tornando mais claras as suas metas e como planejam alcançar os seus resultados. O planejamento estratégico bem estruturado e alinhado será Capítulo 4 Gestão e Estratégias de Resultados 59 a chave-mestra para guiar o desenvolvimento de um gestão focada e orientada para resultados, o que torna esse modelo de empresas mais preparado para mudanças e para o mundo empresarial. 2 Planejamento Há muito tempo que o ser humano faz planos e, ao se ob- servar a história, percebe-se que o planejamento acompanha o processo evolutivo da humanidade, porém, somente tomou força a partir do século XIX. Conforme Lunkes (2008, p. 1), “somente na segunda metade do século XIX, após a Segunda Revolução Industrial, é que essa palavra começou a ser adap- tada ao contexto dos negócios, com o intuito de criar uma vantagem competitiva sustentável”. Pode-se realizar planejamento para tudo, como, por exem- plo: planejar o início da vida acadêmica a ser realizada de curto ou longo prazo, comprar uma casa, um automóvel, pla- nejar o casamento, entre outros. Dessa forma, o que o homem pensa em realizar futuramente é uma maneira de se planejar. Pensar no futuro é fazer planos, planos que devem ter li- mites e regras para que a empresa possa obter seus objetivos futuros, salientando que é necessário que haja flexibilidade às mudanças que podem ocorrem em qualquer momento. Sá e Moraes (2005) complementam que um bom planeja- mento empresarial deve envolver flexibilidade, consolidação, coerência, seletividade e objetividade, dentre outros. 60 Controladoria e Finanças Corporativas Com isso, faz-se necessária uma divisão do planejamento em três níveis, com a intenção de fazer com que o planeja- mento geral da empresa seja compreendido por todos os de- partamentos, possibilitando, assim, êxito no seu cumprimento. Em vista disso, a figura mostra a divisão do planejamento que se dá em três tipos: planejamento estratégico, tático e opera- cional. Figura 2 Níveis de decisão e tipos de planejamento. Fonte: Oliveira (2014, p.15). A figura mostra como é um planejamento em uma orga- nização. O nível estratégico é realizado pela diretoria ou até mesmo pelo presidente, enquanto o nível tático é planejado em nível de departamentos e o nível operacional será quem irá executar o que foi planejado. Nos itens a seguir, será desenvol- vido o conceito dos níveis de planejamento, bem como a suas características e suas diferenças. Capítulo 4 Gestão e Estratégias de Resultados 61 2.1 Planejamento Estratégico O planejamento estratégico é o planejamento geral da firma, uma vez que é através dele que se definem os objetivos estra- tégicos da empresa, suas filosofias e políticas. Pode-se consi- derar que é um planejamento de longo prazo direcionado ao meio externo da organização, e o mesmo é decidido pela alta administração das empresas. Pode-se observar, então, a importância do planejamento estratégico para o sistema da empresa. Evidenciando essa afir- mação, Oliveira (2014, p 17) descreve que o planejamento estratégico “é o processo administrativo que proporciona sus- tentação metodológica para se estabelecer a melhor direção a ser seguida pela empresa, visando ao otimizado grau de interação com os fatores externos – não controláveis”. A seguir, o Quadro 1 demonstra os aspectos a ser conside- rados na elaboração de um plano estratégico. Quadro 1 Elementos Básicos do Planejamento. Nomenclatura/Conceito Atividade de Planejamento Missão da Empresa: qual é o negócio da empresa? Definir o propósito da empresa de acordo com os seus acionistas e ambientes de negócios Diretrizes Básicas: quais são seus valores e principais linhas de ação? Estabelecer orientações gerais para a ação delimitando as áreas de resultado da empre- sa conforme a sua missão Metas: aonde chegas? Quando? Quanto? Estabelecer posições pretendidas nas áreas de resultado identificadas coerentes com a Missão e Diretrizes Básicas 62 Controladoria e Finanças Corporativas Estratégias: como chegar? Identificar ações para o cumprimento da missão e das metas em conformidade com o ambiente de atuação Premissas: quem faz o quê? Como? Quando? Quanto? Estabelecer as orientações específicas que serão a base para a elaboração dos planos e orçamentos, atribuindo responsabilidades por resultados e ações para a efetivação das estratégias Planos e Orçamentos: com o quê? Quanto? Quem? Quando? Estimar as necessidades dos recursos dis- poníveis e compatibilizá-los com as fontes possíveis para o atendimento do que a empresa precisa Acompanhamento / Controle Avaliar o cumprimento das metas e eficácia das estratégias, efetuando as correções necessárias Fonte: Sá e Moraes. (2005, p.9). Oliveira (2014) complementa que além de responder as perguntas citadas no Quadro 1, as instituições utilizam o pla- nejamento estratégico para: otimizar o modelo de gestão da empresa; facilitar o controle, a avaliação e o aprimoramento dos resultados; contrabalançar as incertezas, desenvolvendo planos alternativos, entre outros. Conforme a leitura, pode-se perceber que o planejamen- to estratégico, às vezes, não visa apenas às expectativas da empresa, visto que, geralmente, é realizado pelos acionistas, diretoria e outros assemelhados; atendendo também as expec- tativas de seus realizadores. Em empresas de porte pequeno, pode-se dizer que há uma tendência do planejamento atender as expectativas do proprietário. Capítulo 4 Gestão e Estratégias de Resultados 63 Na sequência, aborda-se o planejamento tático que tem a função de aperfeiçoar determinada área de resultado, e não a empresa como um todo. 2.2 Planejamento Tático O Planejamento tático é a sucessão do planejamento estraté- gico, com a dimensão menor, mais restrita e mais interna. Esse planejamento é separado em setores ou departamentos da organização e, dessa maneira, seu objetivo é de curto prazo. A figura a seguir demonstra a distribuição do planejamento tático dentro de uma organização. Primeiramente, é realizado o planejamento estratégico no qual é a empresa como um todo e, a seguir, é realizado a distribuição nos departamentos e, por último, o operacional, no qual se realizam as ações. Por fim, entende-se que esse planejamento atende as ex- pectativasdas empresas, mas trabalha com a decomposição dos objetivos estratégicos e políticas estabelecidos no plane- jamento estratégico, definindo as táticas as quais os departa- mentos utilizarão para ir ao encontro do planejamento estraté- gico. A figura a seguir tenta ilustrar como funciona o fluxo de desenvolvimento do planejamento tático. 64 Controladoria e Finanças Corporativas Figura 1 Desenvolvimento de Planejamento Tático. Fonte: Oliveira (2014, p.19). 2.2.1 Diferença entre planejamento estratégico e tático Há várias diferenças básicas entre esses dois planejamentos, o que será demonstrado no quadro a seguir, salientando que as considerações apresentadas no Quadro 2 possuem aspecto de relatividade entre os dois tipos de planejamentos já apre- sentados. Quadro 2 Diferença entre planejamento estratégico e tático Discriminação Planejamento estratégico Planejamento Tático Prazo Mais Longo Mais curto Amplitude Mais Amplo Mais restrito Riscos Maiores Menores Atividades Fins e meios Meios Flexibilidade Menor Maior Fonte: Oliveira (2014, p.20). Capítulo 4 Gestão e Estratégias de Resultados 65 Com relação ao Quadro 2, pode-se observar que o pla- nejamento estratégico, em relação ao planejamento tático, é: a) de prazo mais longo, pois considera um conjunto de planejamentos táticos, e sua soma deve necessitar um período de tempo maior para sua conclusão; b) de amplitude maior, pois considera toda a empresa, enquanto o planejamento tático considera apenas uma parte dela; c) de risco maior, por sua maior amplitude a maior prazo de execução em relação ao planejamento tático; d) correlacionado às atividades fim e meio da empresa, enquanto o planejamento tático é mais correlacionado às atividades-meio (não em sua totalidade); e e) de flexibilidade menor, por considerar toda a empre- sa, bem como a situação e posição dessas em seu ambiente, onde estão os fatores não controláveis pela referida empresa. Apesar de que, na prática, em alguns casos é modera- damente difícil se estabelecer com precisão. A linha divisória entre o planejamento estratégico e tático, como no caso do lançamento de um novo produto, deve realizar essa separa- ção, para que se possa facilitar o processo decisório da orga- nização. No segmento, será abordado o planejamento operacional que, basicamente, tem a função de formalizar os resultados es- pecíficos, a ser alcançados pelas áreas funcionais da empresa. 66 Controladoria e Finanças Corporativas 2.3 Planejamento Operacional O Planejamento Operacional é, usualmente, elaborado pelos níveis organizacionais inferiores da estrutura hierárquica, com foco nas atividades do dia a dia da organização. Seu é bas- tante específico, analítico e detalhado; sua projeção é de curto prazo e aborda cada operação tarefa, serviço ou produto. Entende-se que esse planejamento, assim como o plane- jamento tático, também visa atender o planejamento estraté- gico, no entanto, de forma hierarquizada, ou seja, ele aten- de primeiramente o planejamento tático. Em uma leitura de Lunkes (2007), a função do planejamento estratégico está no dia a dia da organização, no modo como as operações serão administradas. A missão e a visão das empresas na época presente es- tão basicamente focadas em objetivos que possibilitam o crescimento da organização dentro do mercado competitivo, exigindo uma adoção de ferramentas que serão capazes de desenvolver um conjunto de planos que irão proporcionar re- sultados. Com isso, nesse ambiente competitivo em que as instituições se encontram, o planejamento orçamentário se tor- na uma ferramenta crucial para o crescimento no mercado. A seguir será abordado esse assunto. 2.4 Planejamento Orçamentário Planejamento orçamentário é o ato de planejar algo com an- tecedências, é ter uma visão de quais as necessidades da fir- ma com relação as vendas, despesas, receitas, matéria-prima, produção, entre outros. É fazer uma estimativa e trabalhar para Capítulo 4 Gestão e Estratégias de Resultados 67 que isso aconteça. O Planejamento Orçamentário, para alguns autores, é também conhecido como planejamento financeiro. O orçamento coloca o planejamento em primeiro plano no pensamento dos administradores, visto que os gestores ou administradores, ao atingirem as metas orçamentárias, estão cumprindo automaticamente o planejado, dado que o orça- mento é uma forma de implementar o planejado. Se for bem implementado e executado, o orçamento pos- sibilita aos gestores verificar com antecedência as estratégias necessárias para a produção e colocação de seus serviços e produtos no respectivo ambiente e com as exigências estabe- lecidas pelos consumidores. No capítulo a seguir, será abordado o processo decisório, visto que, em uma organização, a todo momento uma decisão precisa ser tomada para resolver algum problema. Esse pro- cesso de escolher o caminho mais adequado à organização também é conhecido como Tomada de Decisão. 3 Tomada de Decisão Com a competitividade, buscamos tomar decisões cada vez mais abrangentes rápidas e coerentes, as decisões buscam, normalmente, maximizar ganhos e minimizar as perdas. Para Lacombe e Heilborn (2003, p 439), “as decisões são tomadas em função do seu custo e seu benefício, na maioria dos casos, não os qualificamos, nem seria fácil fazê-lo. As decisões são tomadas de forma intuitivas”. 68 Controladoria e Finanças Corporativas Ao administrador, além de tomar a decisão, compete tam- bém elaborar todas as possíveis alternativas desse processo, fazendo escolhas que levam para a organização o crescimento do desenvolvimento no contexto de grandes mudanças e trans- formações. Um processo de decisão é iniciado pela identificação das necessidades, do que é possível fazer da informação que está disponível e da comunicação que precisa ser efetuada. Com esses dois elementos colocados em ordem em uma estrutura lógica espera-se que resultem na possibilidade de uma melhor decisão. Em geral, todas as atividades do planejamento envol- vem a tomada de decisão, e suas decisões têm frequentemente um impacto além do resultado imediato, ou seja, as decisões tomadas hoje se direcionam para o futuro. Em leitura de Moritz e Pereira (2006), na maioria das orga- nizações o processo de tomada de decisão envolve os passos de formular, estruturar o problema com a finalidade de rela- cionar as suas partes na forma de modelo, depois criar um modelo testando e simulando o mesmo e estabelecer controles sobre a situação e sua delimitação para, por fim, implementar a solução na empresa. Entende-se com isso que a decisão é um processo de es- colha e análise entre várias alternativas disponíveis do curso de ação que a empresa deverá acompanhar. A seguir serão abordados os modelos e os níveis no processo decisório. 3.1 Modelos no Processo Decisório Existem no processo decisório quatro modelos que interpre- tam a importância na organização moderna, que são: mo- Capítulo 4 Gestão e Estratégias de Resultados 69 delo clássico, modelo comportamentalista, modelo racional e modelo normativo. A seguir, serão contextualizados cada um deles. a) Modelo Burocrático ou Clássico: nesse modelo, os procedimentos lógicos-formais do processo decisório são enfatizados, atestando que quem toma as deci- sões examina, primeiramente, os fins e após os meios para alcançá-los, subordinando a eficácia da decisão à escolha de melhor decisão. b) Modelo Normativo: é o modelo dos grupos técnicos profissionais que têm a preocupação central. c) Modelo Racional: esse modelo tem a finalidade de maximizar os objetivos da alta administração e de seus acionistas. d) Modelo Comportamentalista: é o modelo no qual o comportamento dos indivíduos na empresa é bastante abrangente e acentuado, com isso, os administradores procuram prevê-lo para evitar situações desagradáveis no contexto das decisões. Em suma, esse modelo con- cebe a empresa como um sistema de decisões. Além dos modelos apresentados, existe
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