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19/03/18 1 Universidade de Brasília Faculdade de Ciências da Saúde Disciplina de Farmacotécnica Prof. Dr. Guilherme Martins Gelfuso 1º Semestre de 2018 Pré-formulação Pesquisa e desenvolvimento de medicamentos - Auxiliar a elaboração de novas formulações - Avaliar a segurança e eficácia do medicamento a ser desenvolvido Pré-formulação Seleção de matérias-primas adequadas Previsão da compatibilidade fármaco/adjuvante/veículo Previsão da estabilidade do medicamento Importância Estágios Preliminares Pesquisa de compostos relacionados na literatura - Dados físico-químicos - Reações de degradação - Incompatibilidades da substância ativa - Farmacocinética de formulações similares Planejamento experimental Dados da literatura Data From SRC PhysProp Database: Abbreviations in the 'Type' field: EXP = Experimental Data, EST = Estimated Data, EXT = Extrapolated Data. Extrapolated data is based upon experimental measurement outside the temperature range of the reported value. References below are abbreviated citations ... the full reference citations are NOT available here. References for Estimated data generally refer to the method used to make the estimate ... most estimates were made using SRC software. CAS Number : 051803-78-2 Chem Name : METHANESULFONAMIDE, N-(4-NITRO-2 PHENOXYPHENYL) Mol Formula: C13H12N2O5S Mol Weight : 308.31 Melting Pt : 143-144.5 deg C Water Solubility: Value : 26.9 mg/L Temp : 25 deg C Type : EST Ref : MEYLAN,WM ET AL. (1996) Log P (octanol-water): Value : 2.60 Type : EXP Ref : SANGSTER (1993) Vapor Pressure: Value : 7.14 x 10-9 mm Hg Temp : 25 deg C Type : EST Ref : NEELY,WB & BLAU,GE (1985) pKa Dissociation Constant: - Henry's Law Constant: Value : 1.01 x 10-10 atm-m3/mole Temp : 25oC Type : EST Ref : MEYLAN,WM & HOWARD,PH (1991) http://www.syrres.com/esc/physdemo.htm Nimesulida http://www.syrres.com/esc/physdemo.htm Data From SRC PhysProp Database: Abbreviations in the 'Type' field: EXP = Experimental Data, EST = Estimated Data, EXT = Extrapolated Data. Extrapolated data is based upon experimental measurement outside the temperature range of the reported value. References below are abbreviated citations ... the full reference citations are NOT available here. References for Estimated data generally refer to the method used to make the estimate ... most estimates were made using SRC software. CAS Number : 000108-01-0 Chem Name : 2-DIMETHYLAMINOETHANOL Mol Formula: C4H11NO Mol Weight : 89.14 Melting Pt : -59 deg C Boiling Pt : 134 deg C Water Solubility: Value : 1E+006 mg/L Type : EXP Ref : HANN,RWJR & JENSEN,PA (1977) Log P (octanol-water): Value : -0.94 Type : EST Ref : MEYLAN,WM & HOWARD,PH (1995) Vapor Pressure: Value : 3.18 mm Hg Temp : 25 deg C Type : EXP Ref : DAUBERT,TE & DANNER,RP (1989) pKa Dissociation Constant: Value : 9.31 Temp : 20 deg C DMAE (dimetil-amino-etanol) Principais Ensaios de Pré-formulação Espectroscopia no UV Solubilidade pKa Coeficiente de Partição Polimorfismo Compatibilidade química entre fármaco e adjuvantes 19/03/18 2 Espectroscopia no UV/Vis Primeira Etapa: estabelecer método analítico simples Luz emergente Luz absorvida Ex.: Cafeína λmáx = 274 nm 274 Onde: A = absorbância ε = coeficiente de extinção molar para o analito (L .mol-1.cm-1) C = concentração do analito (mol.L-1) L = caminho óptico percorrido pela luz (1 cm) Lei de Lambert-Beer y = 0,0681x - 0,0406 R² = 0,99909 0,00000 0,20000 0,40000 0,60000 0,80000 1,00000 1,20000 0 2 4 6 8 10 12 14 16 A bs or bâ nc ia (2 85 n m ) Concentração de Cetoconazol (µg/mL) Curva Analítica Solubilidade Solubilidade em água Polaridade e interação do fármaco com a formulação Absorção e resposta terapêuticas Viabilidade da administração parenteral (intravenosa) Suporte a estudos in vitro utilizados no desenvolvimento e controle de qualidade medicamentos: - Dissolução (fármaco puro ou comprimidos e cápsulas) - Liberação (semissólidos) - Permeação cutânea (líquidos e semissólidos) Determinação da solubilidade intrínseca do fármaco Solubilidade fundamental Medida em 2 temperaturas 4º C 37º C Estabilidade física e química Avaliação biofarmacêutica 19/03/18 3 Determinação da solubilidade intrínseca do fármaco Solução supersaturada Agitação por 24 h CLAE Temperatura controlada Autoassociação; complexação ou solubilização por impurezas Puro – nenhuma interação Supressão por efeito do íon comum ou salting-out Fármaco de pureza desconhecida Várias proporções iniciais de fármaco/solvente Aplicação dos dados de solubilidade em água Formas sólidas Dissolução intrínseca Formas semissólidas Solução HCl 0,05 M Tampão fosfato pH 7,0 Água destilada Tampão fosfato pH 7,4 “Sink conditions” 10% da concentração de saturação do fármaco estudado no meio utilizado CURVA DE SATURAÇÃO 1L Aumento de volume do meio Para garantir as“sink conditions” Adição de tensoativo ou álcool Fluxo contínuo do meio Troca do meio pKa Determina a proporção de espécies iônicas e não-iônicas em determinado pH pKa prediz solubilidade em diferentes compartimentos biológicos permeabilidade de diferentes membranas aos fármacos 19/03/18 4 Equação de Henderson-Hasselbalch Ácido fraco Base fraca pH = pKa + log [B] [BH+] pH = pKa + log S – So So pH = pKa + log [A-] [HA] Anestésicos locais Cocaína Procaína Lidocaína Barbituratos Fenobarbital Pentobarbital BASES FRACAS ÁCIDOS FRACOS Anti-histamínicos Difenildramina Alcalóides Atropina Codeína Morfina Sulfonamidas Sulfadiazina Sulfacetamida (Cazares-Delgadillo et al., Int J Pharm, 2005) Lidocaína (cloridrato) Permeação através da pele pKa = 7,9 Titular solução do fármaco com solução básica ou ácida e medir o pH a cada adição pKa é o ponto a partir do qual se observa mudança brusca no pH da solução Determinação do pKa Titulação potenciométrica Minoxidil sulfato pKa1 = 4,6 (± 0,2) pKa2 = 11,5 (± 0,2) Coeficiente de Partição Definição Medida da natureza lipofílica de um composto, usualmente na forma não-ionizada, diante de uma fase aquosa e um solvente lipofílico insolúvel ou óleo Importância Predição da atividade da substância ativa em um sistema biológico complexo (solubilidade em solventes mistos) 19/03/18 5 Características de lipofilia Relativa solubilidade em água Solventes de partição Octanol à Maior conjunto de dados produzidos (diferentes substâncias) à Correlação entre distribuição de substâncias no EC e água com Koct./água Semelhante à hidratação do EC 1 mL CLAE C1 CLAE C2 água octanol (C1 – C2) KO/A = ______ C2 C2 KO/A Hidrofilicidade Determinação do Ko/a Método da agitação em frasco 1 mL 10 mL 9 mL 9 mL agitação C1 (µg/mL) C2 (µg/mL) Ko/a log Ko/a Fluconazol 10,87 ± 0,60 3,77 ± 1,19 2,04 ± 0,68 0,31 Minoxidil sulfato 17,34 ± 2,41 10,19 ± 1,84 0,41 ± 0,03 -0,84 Fluconazol Minoxidil sulfato Método da agitação em frasco ex: Membrana artificial imóvel (MAI) Fornece medida de como o ativo se particiona na membrana Colunas revestidas com octanol mimetizam partição O/A Colunas que mimetizam membrana biológica Determinação por CLAEMétodo de Moriguchi: utiliza 13 parâmetros para ativos hidrofílicos e hidrofóbicos (efeito de proximidade, ligações insaturadas, estruturas anelares, etc.) Métodos computacionais Molécula dividida em fragmentos Polimorfismo É uma propriedade de um material sólido com ao menos dois diferentes arranjos moleculares que resultam em espécies cristalinas distintas 19/03/18 6 Potenciais diferenças físicas: Estabilidade Ponto de fusão Solubilidade Perfil de dissolução Densidade Propriedades ópticas e elétricas Dureza do cristal Monoclínico (Forma I) Ortorrômbico (Forma II) (Ivanova, J Mol Struct, 2005) Paracetamol Mais estável Melhores propriedades compressionais Compatibilidade entre fármaco e adjuvantes Excipiente e Adjuvantes Facilitar a administração Garantir liberação consistente/ biodisponibilidade adequada Evitar degradação Misturas binárias (1:1) Referências de cada componente Ensaios de DSC M. A. Lamolha, C. H. R. Serra438 seguintes especificações: comprimidos biconvexos de 7 mm de diâmetro, peso médio de 170 mg e dureza mínima de 4 kgf. As seis formulações dos granulados lubrificados fo- ram comprimidas em máquina de compressão rotativa modelo 2000 10 PSC (Lawes, Brasil). Os comprimidos obtidos e o produto referência no mercado nacional para hidroclorotiazida, como parâmetro de comparação, foram submetidos aos ensaios físicos e físico-químicos preconizados pela Farmacopéia Brasileira (1988); determinação de peso, dureza, friabilidade, desin- tegração, teor, uniformidade de conteúdo e teste de disso- lução. Para a avaliação das características de dissolução das formulações desenvolvidas foram construídos perfis de dissolução observando-se os mesmos parâmetros do teste de dissolução; foram coletadas alíquotas de 10,0 mL nos intervalos de tempo: 2, 5, 10, 20, 30, 40, 60, com imedia- ta reposição de meio. Procedeu-se à determinação das quantidades dissolvidas corrigidas, com o auxílio de cur- va de calibração de hidroclorotiazida em ácido clorídrico 0,1 M, baseada em uma espectrofotometria na região do ultravioleta (λ = 272 nm). A partir dos perfis de dissolução obtidos, os valores de eficiência de dissolução (%ED) foram calculados atra- vés da razão entre a área sob a curva entre os tempos zero e sessenta minutos (ASC 0-60minutos) e a área total do gráfico (superfície), representada pela área do retângulo (ASC Total) definido pela ordenada (100% de dissolução) e abscissa (tempo igual a sessenta minutos), expressa em porcentagem (Khan, 1975; Serra, 1998, Ferraz et al., 1998; Storpirtis et al., 1999; Kano, 2003): ASC0-60minutosED = ————— x 100ASCTotal Os valores de eficiência de dissolução (%ED) dos comprimidos desenvolvidos e do produto referência foram comparados aplicando-se análise de variância (ANOVA) – fator único considerando-se a significância da correlação (p) e F (Ferraz et al., 1998; Kano, 2003). RESULTADOS E DISCUSSÃO A partir da comparação entre os perfis termo- analíticos do fármaco e os respectivos comportamentos das misturas, observou-se a ocorrência ou não de alterações ou deslocamentos significativos nas curvas, caracterizando, desta forma, possíveis interações em estado sólido entre o fármaco e os excipientes testados. Com relação ao povidone, dióxido de silício coloidal, estearato de magnésio e crospovidone, não houve indícios de nenhum tipo de interação entre o fármaco e estes excipientes, já que não se observou qualquer alteração nas curvas DSC das misturas físicas entre a hidroclorotiazida e estes excipientes (Figura 2). FIGURA 2 - Curvas DSC sob atmosfera dinâmica de nitrogênio e razão de aquecimento de 10 ºC/min: 1- Hidroclorotiazida 2- Mistura física 1:1 hidroclorotiazida e povidone; 3- Mistura física 1:1 hidroclorotiazida e dióxido de silício coloidal; 4- Mistura física 1:1 hidroclorotiazida e estearato de magnésio; 5- Mistura física 1:1 hidroclorotiazida e crospovidona. (Lamolha & Serra. Rev. Bras. Ciênc. Farm., 2007) Avaliação das propriedades de fluxo dos granulados e dissolução de comprimidos de hidroclorotiazida 50 mg 439 Analisando a curva DSC da mistura física entre hidroclorotiazida e manitol observa-se que o pico de fusão da hidroclorotiazida desaparece, surgindo um pico referen- te a um evento endotérmico em temperatura próxima a 300 ºC (Figura 3). Em um experimento complementar a mistura física foi aquecida em bico de Bunsen em uma cápsula de porcelana e observou-se que com a fusão do manitol, ocorria a disso- lução da hidroclorotiazida. Ford e Timmins (1989) citaram que um dos problemas de interpretação das curvas DSC e DTG de misturas de dois componentes é a possibilidade de dissolução do segundo componente com a fusão do primei- ro, não representando, portanto, um problema real em con- dições normais de processamento ou de estocagem. Nos úl- timos anos, vários pesquisadores têm utilizado estudos termoanalíticos, sobretudo a técnica DSC, para selecionar excipientes compatíveis, na etapa de pré-formulação (Mura et al., 1998, Matos et al., 2001, Bruni et al., 2002, Araújo et al., 2003, Vueba et al., 2005). Entretanto, Mura et al. (1998) salientam que qualquer alteração observada nas cur- vas DSC deve ser cuidadosamente avaliada por meio de téc- nicas complementares, tais como difração de raios-X, microscopia eletrônica de varredura (SEM) e microscopia em estágio quente (HSM), para evitar erros de interpretação. As Tabelas II e III apresentam os resultados das pro- priedades de fluxo dos seis granulados obtidos por granulação úmida, antes e após a adição dos lubrificantes e do superdesintegrante. FIGURA 3 - Curvas DSC sob atmosfera dinâmica de nitrogênio e razão de aquecimento de 10 ºC/min: 1- Hidroclorotiazida 2- Mistura física 1:1 hidroclorotiazida e manitol. TABELA II - Propriedades de fluxo dos granulados obtidos (formulações A, B e C) destinados à obtenção de comprimidos de liberação convencional de hidroclorotiazida 50 mg, antes da adição dos lubrificantes e do superdesintegrante Propriedades A B C Densidade aparente (g/cm3) 0,406 (0,004) 0,412 (0,001) 0,445 (0,010) Densidade compactada (g/cm3) 0,452 (0,005) 0,445 (0,006) 0,477 (0,012) Índice de compressibilidade 10,07 (0,118) 7,48 (1,178) 6,62 (0,171) Proporção de Hausner 1,11 (0,001) 1,08 (0,014) 1,07 (0,002) Ângulo de repouso 35,0º (0,828) 30,5º (1,661) 30,8º(0,908) Velocidade de escoamento (kg/min) 0,37 (0,015) 0,43 (0,006) 0,44 (0,006) (DP)= desvio-padrão da média (n=3); valores inferiores a 1,11 para proporção de Hausner indicam fluxo excelente (United States Pharmacopeia, 2006); ângulos de repouso situados entre 30 e 32º são considerados excelentes e entre 33 e 35º são classificados como bons (Gohel, Pranav, 2000) Fármaco Excipiente mistura 1:1 DSC Sem interação Interação CCD Decomposição significante Excipiente alternativo Decomposição não significante Excipiente recomendado 19/03/18 7 Resumo Antecipação de problemas da formulação (sólida, líquida ou semissólida) Identificação de moléculas mais adequadas para determinadas formas farmacêuticas Solubilidade: seleção do sal mais apropriado para desenvolvimento Compatibilidade: veículos e excipientes mais adequados para a formulação Referências § ALLEN JR., L.V.; POPOVICH, N.G.; ANSEL, H.C. Formas farmacêuticas e sistemas de liberação de fármacos. 8ª ed. São Paulo: Premier, 2007. § AULTON, M.E. Delineamento de formas farmacêuticas. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2005. § FLORENCE, A.T.; ATTWOOD, D. Princípios físico-químicos em farmácia. São Paulo: Edusp, 2003. § UNITED STATES PHARMACOPOEIA. 30ª ed. Rockville, United States Pharmacopeia Convention, 2006.
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