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Nocoes de Direito 2013 Apostila

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UNIASSELVI
2013
NEAD
Profª. Danielle Boppré de Athayde Abram
Caderno de Estudos
NOÇÕES DE DIREITO
Educação a Distância
GRUPO
Copyright  UNIASSELVI 2013
Elaboração:
Profª. Danielle Boppré de Athayde Abram
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
CENTRO UNIVERSITÁRIO
LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, nº 1.040, Bairro Benedito
89130-000 - INDAIAL/SC
www.uniasselvi.com.br
 34
 A158n Abram, Danielle Boppré de Athayde
 Noções de direito/ Danielle Boppré de Athayde Abram. Indaial: 
Uniasselvi, 2013.
 181 p. : il
 
 ISBN 978-85-7830-822-3
 
 1. Noções essenciais de direito. 
I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
APRESENTAÇÃO
Prezados Acadêmicos!
Desde que o homem passou a viver em sociedade, tornou-se necessário estabelecer 
regras que regulassem as relações humanas, a fim de garantir a paz social. Estas normas 
de conduta buscam evitar que cada um “faça justiça com as próprias mãos”, o que significa 
a prevalência da força, uma vez que a vontade do mais forte sempre prevalecerá, gerando 
desordem na sociedade. Assim, desde os primórdios da civilização, afirma-se que ubu homo, ibi 
jus, que significa dizer que “onde está o homem está o Direito”. Em uma visão ampla, podemos 
dizer, que o Direito é a ciência que estuda estas normas de conduta. 
Em sua futura atividade profissional, você se deparará com situações que demandam um 
conhecimento básico da ciência jurídica, que é objeto de nossa disciplina. Serão parte de seu 
dia a dia situações que envolvem contratos, direitos trabalhistas, títulos de crédito, reclamações 
de consumidores, entre muitas outras em que você necessitará de conhecimentos jurídicos.
Na Unidade 1 teremos uma ampla visão do Direito, para podermos entender o que 
é Direito Positivo, quem são os sujeitos de direito, o que são normas jurídicas e como elas 
são aplicáveis aos fatos jurídicos. Estudaremos também a clássica divisão entre o Direito 
Público e Privado, para reconhecermos quais os ramos do Direito que integram cada uma das 
classificações. 
Na Unidade 2 estudaremos conteúdos de Direito Público, entendendo aspectos 
importantes desse conteúdo em cada um dos seus ramos.
Por fim, na Unidade 3, estudaremos especificamente o Direito Privado, com ênfase 
no Direito Civil, que, a partir de 2007, com a entrada em vigor do Código Civil, passou a 
disciplinar o Direito Empresarial, que traz conteúdos aplicáveis à sua futura profissão. Pela 
sua importância, o Direito Empresarial será estudado em um caderno de estudos específico, 
com o Direito Tributário, sendo que, neste estudo introdutório, optamos por trazer aspectos 
práticos da aplicação do Direito à atividade empresarial.
 
Desejo a você uma feliz trajetória. Bons estudos!
 
 Profª. Danielle Boppré de Athayde Abram
iiiNOÇÕES DE DIREITO
iv
UNI
Oi!! Eu sou o UNI, você já me conhece das outras disciplinas. 
Estarei com você ao longo deste caderno. Acompanharei os seus 
estudos e, sempre que precisar, farei algumas observações. 
Desejo a você excelentes estudos! 
 UNI
NOÇÕES DE DIREITO
SUMÁRIO
UNIDADE 1 – NOÇÕES GERAIS DE DIREITO ............................................................... 1
TÓPICO 1 – CONCEPÇÃO DE “DIREITO” ..................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 3
2 O QUE É DIREITO? ....................................................................................................... 4
RESUMO DO TÓPICO 1 ................................................................................................... 8
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................. 9
TÓPICO 2 – DIREITO E MORAL .....................................................................................11
1 INTRODUÇÃO ..............................................................................................................11
2 DIREITO E MORAL ......................................................................................................11
RESUMO DO TÓPICO 2 ................................................................................................. 14
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................... 15
TÓPICO 3 – DIREITO OBJETIVO E SUBJETIVO ......................................................... 17
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 17
RESUMO DO TÓPICO 3 ................................................................................................. 19
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................... 20
TÓPICO 4 – FONTES DO DIREITO ............................................................................... 21
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 21
2 CARACTERIZAÇÃO DAS FONTES DO DIREITO ..................................................... 21
RESUMO DO TÓPICO 4 ................................................................................................. 24
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................... 25
TÓPICO 5 – NORMA JURÍDICA .................................................................................... 27
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 27
2 CONCEITO DE NORMA JURÍDICA ............................................................................ 27
3 CARACTERÍSTICAS DA NORMA JURÍDICA ............................................................. 28
RESUMO DO TÓPICO 5 ................................................................................................. 30
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................... 31
TÓPICO 6 – RELAÇÃO JURÍDICA ................................................................................ 33
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 33
2 CONCEITO DE RELAÇÃO JURÍDICA ........................................................................ 33
3 ESPÉCIES DE RELAÇÃO JURÍDICA ......................................................................... 34
3.1 SUJEITOS DA RELAÇÃO JURÍDICA ........................................................................ 35
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................... 36
RESUMO DO TÓPICO 6 ................................................................................................. 39
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................... 40
AVALIAÇÃO .................................................................................................................... 41
vNOÇÕES DE DIREITO
vi
UNIDADE 2 – DIREITO PÚBLICO ................................................................................. 43
TÓPICO 1 – DIREITO CONSTITUCIONAL .................................................................... 45
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................45
2 CONCEITO DE DIREITO CONSTITUCIONAL E CONSTITUIÇÃO ............................ 45
2.1 A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 .................................................................... 46
2.2 DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS NA CONSTITUIÇÃO DE 1988 .......... 47
2.2.1 Direitos e Garantias Individuais e Coletivos ........................................................... 49
2.2.2 Direitos Sociais ....................................................................................................... 55
2.2.3 Direitos da Nacionalidade ....................................................................................... 56
2.2.4 Direitos Políticos ..................................................................................................... 59
2.2.5 Direitos Relacionados à Organização, Participação e Funcionamento dos 
 Partidos Políticos .................................................................................................... 60
RESUMO DO TÓPICO 1 ................................................................................................. 61
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................... 62
TÓPICO 2 – DIREITO ADMINISTRATIVO E DIREITO PROCESSUAL ......................... 65
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 65
2 DIREITO ADMINISTRATIVO ....................................................................................... 65
2.1 CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO ........................................................... 65
2.2 ATOS ADMINISTRATIVOS ........................................................................................ 66
2.3 PRINCÍPIOS QUE REGEM A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ..................................... 67
2.3.1 Princípio da Legalidade .......................................................................................... 68
2.3.2 Princípio da Impessoalidade .................................................................................. 68
2.3.3 Princípio da Moralidade .......................................................................................... 69
2.3.4 Princípio da Publicidade ......................................................................................... 70
2.3.5 Princípio da Eficiência ............................................................................................ 70
2.3.6 Contratos Administrativos ....................................................................................... 70
3 DIREITO PROCESSUAL ............................................................................................. 72
RESUMO DO TÓPICO 2 ................................................................................................. 73
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................... 74
TÓPICO 3 – DIREITO PENAL – DIREITO TRIBUTÁRIO .............................................. 75
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 75
2 DIREITO PENAL .......................................................................................................... 75
2.1 CONCEITO E FUNÇÃO ............................................................................................ 75
2.2 DIVISÃO DO DIREITO PENAL ................................................................................. 76
2.3 FATO TÍPICO - CRIME E CONTRAVENÇÃO ........................................................... 76
2.4 DOLO E CULPA ........................................................................................................ 77
2.5 CAUSAS EXCLUDENTES DA ANTIJURIDICIDADE ................................................ 78
2.6 CULPABILIDADE ...................................................................................................... 79
2.7 IMPUTABILIDADE PENAL ........................................................................................ 79
NOÇÕES DE DIREITO
vii
2.8 PENAS E MEDIDAS DE SEGURANÇA .................................................................... 80
2.9 AÇÕES PENAIS ........................................................................................................ 81
2.10 CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO ....................................................................... 81
3 DIREITO TRIBUTÁRIO ................................................................................................ 84
RESUMO DO TÓPICO 3 ................................................................................................. 85
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................... 86
TÓPICO 4 – DIREITO ELEITORAL E DIREITO MILITAR .............................................. 87
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 87
2 DIREITO ELEITORAL .................................................................................................. 87
3 DIREITO MILITAR ........................................................................................................ 87
RESUMO DO TÓPICO 4 ................................................................................................. 89
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................... 90
TÓPICO 5 – RAMOS ESPECIAIS DO DIREITO: DIREITO DO TRABALHO E 
 DIREITO DO CONSUMIDOR ..................................................................... 91
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 91
2 DIREITO DO TRABALHO ........................................................................................... 91
3 DIREITO DO CONSUMIDOR ....................................................................................... 92
3.1 OBJETO DO DIREITO DO CONSUMIDOR .............................................................. 92
3.2 CONCEITOS DE CONSUMIDOR E FORNECEDOR ............................................... 93
3.3 DIREITOS E DEVERES DO CONSUMIDOR ............................................................ 94
3.3.1 Direitos do consumidor ........................................................................................... 94
3.3.2 Deveres do consumidor .......................................................................................... 95
3.4 RESPONSABILIDADE DO FORNECEDOR ............................................................. 95
3.5 DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO ............................................................................... 96
3.6 DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA ...................................... 98
3.7 PROTEÇÃO DOS CONTRATOS DE CONSUMO .................................................... 98
3.8 PUBLICIDADE E PROPAGANDA ............................................................................ 99
4 DIREITO AMBIENTAL ............................................................................................... 100
RESUMO DO TÓPICO 5 ............................................................................................... 101
AUTOATIVIDADE ......................................................................................................... 102
TÓPICO 6 – DIREITO PÚBLICO EXTERNO: DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO . 103
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 103
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................ 104
RESUMO DO TÓPICO 6 ...............................................................................................109
AUTOATIVIDADE ..........................................................................................................110
AVALIAÇÃO ...................................................................................................................111
UNIDADE 3 – DIREITO PRIVADO ................................................................................113
TÓPICO 1 – DIREITO CIVIL - NOÇÕES E ESTRUTURA .............................................115
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................115
NOÇÕES DE DIREITO
viii
2 NOÇÕES E ESTRUTURA DO DIREITO CIVIL ..........................................................115
RESUMO DO TÓPICO 1 ................................................................................................118
AUTOATIVIDADE ..........................................................................................................119
TÓPICO 2 – PARTE GERAL DO CÓDIGO CIVIL ........................................................ 121
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 121
2 PARTE GERAL DO CÓDIGO CIVIL - LIVRO I: DAS PESSOAS .............................. 121
2.1 PESSOA FÍSICA ...................................................................................................... 122
2.1.1 Domicílio e Residência da Pessoa Natural .......................................................... 124
2.1.2 Extinção da Pessoa Natural ................................................................................. 124
2.2 PESSOA JURÍDICA ................................................................................................. 124
2.2.1 Constituição da Pessoa Jurídica .......................................................................... 125
2.2.2 Classificação das Pessoas Jurídicas ................................................................... 125
2.2.3 O domicílio da Pessoa Jurídica ............................................................................ 127
2.2.4 Extinção da Pessoa Jurídica ................................................................................ 127
RESUMO DO TÓPICO 2 ............................................................................................... 128
AUTOATIVIDADE ......................................................................................................... 129
TÓPICO 3 – PARTE GERAL - LIVRO II: DOS BENS .................................................. 131
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 131
2 CONCEITO DE “BEM” .............................................................................................. 131
3 CLASSIFICAÇÃO DOS BENS .................................................................................. 132
3.1 BENS MÓVEIS E IMÓVEIS .................................................................................... 132
3.2 BENS FUNGÍVEIS E INFUNGÍVEIS ....................................................................... 132
3.3 BENS CONSUMÍVEIS OU INCONSUMÍVEIS ........................................................ 133
3.4 BENS DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS ......................................................................... 133
3.5 BENS SINGULARES E COLETIVOS ...................................................................... 133
3.6 BENS PRINCIPAIS E ACESSÓRIOS ...................................................................... 133
3.7 BENS PÚBLICOS E PRIVADOS ............................................................................. 135
RESUMO DO TÓPICO 3 ............................................................................................... 136
AUTOATIVIDADE ......................................................................................................... 137
TÓPICO 4 – PARTE GERAL - LIVRO III: DOS FATOS JURÍDICOS ........................... 139
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 139
2 CONCEITO DE FATO JURÍDICO .............................................................................. 139
3 CLASSIFICAÇÃO DOS FATOS JURÍDICOS ............................................................ 140
4 NEGÓCIO JURÍDICO ................................................................................................ 140
4.1 REQUISITOS DE VALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO ....................................... 141
4.2 NULIDADE E ANULABILIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO ................................... 142
RESUMO DO TÓPICO 4 ............................................................................................... 144
AUTOATIVIDADE ......................................................................................................... 145
TÓPICO 5 – CÓDIGO CIVIL - PARTE ESPECIAL ....................................................... 147
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 147
NOÇÕES DE DIREITO
ix
2 SUBDIVISÕES DA PARTE ESPECIAL DO DIREITO CIVIL ..................................... 147
2.1 DIREITO DAS OBRIGAÇÕES ................................................................................ 147
2.1.1 Conceito de Obrigação ......................................................................................... 147
2.1.2 Fontes das Obrigações ........................................................................................ 148
2.1.3 Espécies de Obrigações ....................................................................................... 148
2.1.4 Transmissão das Obrigações ............................................................................... 149
2.1.5 Cumprimento ou Pagamento da Obrigação ......................................................... 149
2.1.6 Descumprimento da Obrigação ............................................................................ 150
2.1.7 Obrigações Contratuais ........................................................................................ 151
2.2 DIREITO EMPRESARIAL ........................................................................................ 151
2.3 DIREITO DAS COISAS ........................................................................................... 152
2.3.1 Propriedade .......................................................................................................... 152
2.3.1.1 Classificação da propriedade ............................................................................ 152
2.3.1.2 Formas de aquisição da propriedade ................................................................ 153
2.3.2 Posse .................................................................................................................... 154
2.3.3 Classificação da Posse ........................................................................................ 155
2.3.4 Direitos reais sobre as coisas alheias .................................................................. 156
2.3.4.1 Direitos reais sobre coisas alheias de gozo e fruição ....................................... 157
2.3.4.2 Direitos reais sobre coisas alheias de aquisição ............................................... 158
2.3.4.3 Direito reais sobre coisas alheias de garantia ................................................... 158
2.3.5 O Direito de Construir ........................................................................................... 159
2.4 DIREITO DE FAMÍLIA ............................................................................................. 160
2.4.1 Regime de Bens no Casamento ........................................................................... 160
2.5 DIREITODAS SUCESSÕES ................................................................................... 162
RESUMO DO TÓPICO 5 ............................................................................................... 163
AUTOATIVIDADE ......................................................................................................... 164
TÓPICO 6 – OUTROS RAMOS DO DIREITO PRIVADO: DIREITO COMERCIAL E 
 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO .................................................. 167
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 167
2 DIREITO COMERCIAL .............................................................................................. 167
3 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO ..................................................................... 168
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................ 168
RESUMO DO TÓPICO 6 ............................................................................................... 175
AUTOATIVIDADE ......................................................................................................... 176
AVALIAÇÃO .................................................................................................................. 177
REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 178
NOÇÕES DE DIREITO
xNOÇÕES DE DIREITO
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UNIDADE 1
NOÇÕES GERAIS DE DIREITO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 A partir desta unidade você deverá ser capaz de:
	apresentar uma visão geral da ciência do Direito; 
	compreender a inter-relação entre Direito e Moral;
	identificar e diferenciar os conceitos de Direito Objetivo e Direito 
Subjetivo; 
	reconhecer as fontes do Direito; 
	compreender o conceito e as características das Normas e Relações 
Jurídicas.
TÓPICO 1 – CONCEPÇÃO DE “DIREITO”
TÓPICO 2 – DIREITO E MORAL
TÓPICO 3 – DIREITO OBJETIVO E SUBJETIVO
TÓPICO 4 – FONTES DO DIREITO
TÓPICO 5 – NORMA JURÍDICA
TÓPICO 6 – RELAÇÃO JURÍDICA
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está organizada em seis tópicos. Em cada um 
deles você encontrará atividades para maior compreensão das 
informações apresentadas.
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N
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CONCEPÇÃO DE “DIREITO”
1 INTRODUÇÃO
TÓPICO 1
UNIDADE 1
Como já dissemos, o Direito é a ciência que estuda as normas de conduta que regem 
a vida em sociedade. Trata-se de uma ciência ampla, com aplicação em todas as áreas do 
conhecimento.
Nesta unidade vamos obter conhecimentos básicos referentes à ciência do Direito que 
irão nos auxiliar em nossos estudos futuros. 
Para que possamos estudar a interligação entre o Direito e a atividade empresarial, é 
importante que primeiro entendamos alguns conceitos ligados à ciência do Direito.
UNI
Mas afinal, o que é Direito? A palavra “direito” vem do latim 
directum, “literalmente direto, trazendo à mente a concepção de 
que o direito deve ser uma linha direta, isto é, conforme uma regra” 
(GAGLIANO; PAMPLONA FILHO, 2003, p. 2). O termo tem muitos 
significados e não é possível resumi-lo em um só conceito. 
Para Gusmão (2006, p. 48):
De um modo muito amplo, pode-se dizer que a palavra “direito” tem três 
sentidos: 1º. regra de conduta obrigatória (direito objetivo), 2º. sistema de 
conhecimentos jurídicos (ciência do direito), 3º. faculdade ou poderes que 
tem ou pode ter uma pessoa, ou seja, o que pode uma pessoa exigir da outra 
(direito subjetivo).
Estabelecido o conceito de “Ciência do Direito”, vamos analisar primeiramente os 
outros dois sentidos, para entendermos os conceitos de “direito objetivo” e “direito subjetivo”. 
UNIDADE 1TÓPICO 14
N
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O
Poderemos então nos aprofundar no estudo do Direito Positivo, em sua mais clássica divisão, 
ou seja, o Direito Público e o Direito Privado, objeto da Unidade 2. Iniciaremos pela noção de 
“Direito”. 
2 O QUE É DIREITO?
 
Das palavras de Nader (2008, p. 22), extraímos que o homem é um ser essencialmente 
programado para viver em sociedade:
 
A própria constituição física do ser humano revela que ele foi programado para 
conviver e se completar com outro ser de sua espécie. A prole, decorrência 
natural da união, passa a atuar como fator de organização e estabilidade do 
núcleo familiar. O pequeno grupo, formado não apenas pelo interesse mate-
rial, mas pelos sentimentos de afeto, tende a propagar-se em cadeia, com 
formação de outros pequenos núcleos, até se chegar à constituição de um 
grande grupo social.
Neste grande grupo social, as pessoas interagem, formando inúmeras relações 
interpessoais e intergrupais, que se desenvolvem em razão de interesses próprios. A estas 
relações sociais dá-se o nome de “interação social” (NADER, 2008, p. 25, grifos nossos).
 
Da interação social surge a cooperação, quando se unem os esforços; a competição, 
quando uma das partes procura atingir seu objetivo excluindo a outra, sem que haja o combate 
direto; e o conflito, em que um interesse se opõe ao outro de forma direta (NADER, 2008, p. 
25). Desta forma, “o conflito se faz presente a partir do impasse, quando os interesses em jogo 
não logram uma solução pelo diálogo e as partes recorrem à luta, moral ou física, ou buscam 
a mediação da justiça” (NADER, 2008, p. 25). 
Para fixarmos bem estes conceitos, podemos visualizar o seguinte:
FONTE: A autora
FIGURA 1 - INTERAÇÃO SOCIAL E SUAS CONSEQUÊNCIAS.
UNIDADE 1 TÓPICO 1 5
N
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O
Podemos afirmar, assim, de uma forma bem simplificada, que o Direito existe para 
regulamentar as relações sociais, buscando resolver os conflitos que se originam desta interação 
social. “Sua finalidade é a de favorecer o amplo relacionamento entre as pessoas e os grupos 
sociais, que é uma das bases do progresso da sociedade”(NADER, 2008, p. 27). Ou seja, o 
Direito, visto como ciência, objetiva estudar as normas que regulamentam a conduta humana 
na vida em sociedade e que devem ser cumpridas a fim de se garantir a paz social.
FONTE: Disponível em: <www.navegamp3.org>. Acesso em: 20 maio 2008.
Ao analisar a ação do Direito, Nader (2008, p. 27) esclarece que:
Ao separar o lícito do ilícito, segundo valores de convivência que a própria 
sociedade elege, o ordenamento jurídico torna possíveis os nexos de coope-
ração, disciplina e competição, estabelecendo as limitações necessárias ao 
equilíbrio e à justiça nas relações.
É, pois, na existência do conflito que o Direito atua de forma mais marcante, e em dois 
momentos distintos: 
	antes da existência do conflito (preventivamente), quando busca informar a cada um o limite 
do direito que julga ter, ou 
	para resolver o conflito de interesses já existente, quando o Direito fornecerá as regras 
aplicáveis para a resolução do impasse. 
Agora, podemos completar o esquema anterior:
FIGURA 2 – THÊMIS (DEUSA DA JUSTIÇA)
UNIDADE 1TÓPICO 16
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FONTE: A autora
Gagliano e Pamplona Filho (2003, p. 3) bem ressaltam que o Direito tem uma 
“característica essencialmente humana, instrumento necessário ao convívio social [...]. Isso 
significa que não há como falar em direito sem falar em alteridade, isto é, a relação com o outro.”
Ainda sobre a relação entre a sociedade e o Direito, Nader (2008, p. 18-19) afirma que: 
A vida em sociedade pressupõe organização e implica a existência do Direi-
to. A sociedade cria o Direito no propósito de formular as bases da justiça e 
segurança. Comeste processo, as ações sociais ganham estabilidade. A vida 
social torna-se viável. [...]
As necessidades de paz, ordem e bem comum levam a sociedade à criação de 
um organismo responsável pela instrumentalização e regência desses valores. 
Ao Direito é conferida esta nobre missão.
Como vimos, a vida em sociedade é regulamentada por normas. Estas normas valem 
para todos, sendo seu conhecimento e cumprimento obrigatórios, como se lê do artigo 3º. da 
Lei de Introdução do Código Civil: “ninguém se escusa de cumprir a lei alegando que não a 
conhece”. Assim, vale lembrar que: 
FIGURA 3 – APLICAÇÃO DO DIREITO
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Onde há a sociedade, há o Direito. (ubi societas ibi jus)
Por fim, cabe apenas ressaltar que também a política e a religião desempenham 
importante papel no sentido de minimizar os conflitos na sociedade, como mostra a figura a 
seguir:
FONTE: Disponível em: <bp2.blogger.com/.../s320/MoralDireito.jpg>. 
Acesso em: 25 maio 2008.
FIGURA 4 – FORMAS DE CONTROLE E RESOLUÇÃO DOS CONFLITOS
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RESUMO DO TÓPICO 1
 Neste tópico você estudou que:
	O Direito é fruto da vida em sociedade (onde está o homem, está o Direito).
	De uma forma ampla, o Direito pode ser considerado como a ciência que estuda as normas 
que regulamentam a vida em sociedade.
	Para diminuição e resolução dos conflitos, também são utilizadas a Política, a Moral e a 
Religião.
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1 A partir do conhecimento que você adquiriu até aqui, preencha o quadro a seguir 
resumindo os conceitos estudados, como forma de reflexão sobre esses e como forma 
de fixação do conhecimento.
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RELAÇÃO ENTRE DIREITO E SOCIEDADE 
INTERAÇÃO SOCIAL E FORMAS DE 
INTERAÇÃO
COOPERAÇÃO
COMPETIÇÃO
CONFLITO
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DIREITO E MORAL
1 INTRODUÇÃO
TÓPICO 2
UNIDADE 1
Vimos anteriormente que o Direito, juntamente com a Moral, a Religião e a Política, 
desempenha papel fundamental na prevenção dos conflitos que nascem do convívio social.
 
A partir de agora, vamos focar nossa atenção nos conceitos de Moral e Direito.
Porém, antes de continuarmos o nosso estudo, é importante esclarecer que o Direito 
não pode ser confundido com a Moral, como frequentemente acontece.
Neste tópico vamos entender as semelhanças e as divergências entre o Direito e a 
Moral, que são institutos diferentes, mas que se completam.
2 DIREITO E MORAL
Como dissemos anteriormente, Direito e Moral são institutos distintos, mas que se 
completam. Ao tratar dos pontos em comum entre Direito e Moral, Führer e Milaré (2005, p. 
33) esclarecem que “A vida social só é possível uma vez presentes regras determinadas para 
o procedimento dos homens. Essas regras, de cunho ético, emanam da Moral e do Direito – 
repositórios de normas de conduta, evidentemente apresentam um campo comum.”
E acrescentam, citando Washington de Barros Monteiro, que as “normas morais tendem 
a se transformar em normas jurídicas”.
Porém, demonstram também que há pontos que distinguem o Direito da Moral:
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Ações existem, de fato, que interessam apenas ao Direito, como ocorre, por 
exemplo, com as formalidades de um título de crédito. Finalmente, outras 
existem que ao Direito são indiferentes, mas que a moral procura disciplinar. 
É o que acontece, por exemplo, com a prostituição. A mulher que se dedica 
à prostituição, que mercadeja seu corpo, não sofre qualquer sanção legal, 
por isso que a prostituição em si não encerra conduta reprovada pelo Direito. 
(MAX; ÉDIS, 2005, p. 34).
A Moral, conforme ensinam Gagliano e Pamplona Filho (2003, p. 6-7): TEM UM CAMPO 
DE AÇÃO MAIS AMPLO QUE O DIREITO [...], EMBORA A “MORALIDADE DEVA SEMPRE 
SER UM NORTE NA APLICAÇÃO DA NORMA JURÍDICA, [...] NÃO Há COMO NEGAR QUE 
A MORAL TEM UMA PREOCUPAÇÃO EXPRESSIVA COM O FORO ÍNTIMO, ENQUANTO 
O DIREITO SE RELACIONA, EVIDENTEMENTE, COM A AÇÃO EXTERIOR DO HOMEM. 
Apesar de existirem pontos de distinção, há também pontos de semelhança entre o 
Direito e a Moral, uma vez que as normas jurídicas sofrem grande influência da Moral. Para 
ilustrar esta afirmação, vemos a figura a seguir:
FIGURA 5 - DIREITO E MORAL
FONTE: Führer; Milaré (2005)
De uma forma bem simplificada, mas suficiente neste ponto do nosso estudo, podemos 
distinguir o Direito da Moral pelo seguinte: 
 
A Moral atua no foro íntimo do indivíduo (campo do pensamento), trazendo sanção 
(punição) individual e de foro íntimo (arrependimento, remorso). O Direito se preocupa com a 
ação (atitude) e estabelece punições em lei mais severas, que podem atingir a liberdade ou 
patrimônio do infrator.
Führer e Milaré (2005, p. 35) fornecem exemplo que bem ilustra esta situação: A 
maquinação de um crime que é indiferente ao Direito, mas repudiada pela Moral. 
Outra diferença marcante entre o Direito e a Moral é que o Direito é coercível (cumprimento 
obrigatório, não depende da vontade) enquanto a Moral não é obrigatória (incoercível). 
Ainda como diferença entre Direito e Moral, podemos citar que:
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Das normas jurídicas “decorrem relações com efeitos bilaterais, entre duas ou mais 
pessoas, ao passo que da regra moral derivam consequências unilaterais. Isto é, ninguém está 
obrigado ao seu cumprimento” (FüHRER; MILARÉ, 2005, p. 36).
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RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico você estudou que:
	Direito e Moral não se confundem.
	A Moral tem um campo de ação mais amplo do que o Direito.
	O Direito sofre influência da Moral. 
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1 Cite um ponto comum entre os conceitos de Direito e Moral.
2 Cite três diferenças entre Moral e Direito.
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DIREITO OBJETIVO E SUBJETIVO
1 INTRODUÇÃO
TÓPICO 3
UNIDADE 1
Do que estudamos até agora, você viu que o direito traz o conjunto de normas 
aplicáveis às relações sociais. É a este conjunto de normas vigentes e impostas, que devem 
ser conhecidas e cumpridas por todos, que se denomina direito objetivo. 
O direito objetivo pode ser conceituado como “o complexo de normas jurídicas que 
regem o comportamento humano, de modo obrigatório, prescrevendo uma sanção no caso de 
sua violação (jus est norma agendi)” (DINIZ, 2003, p. 244). 
Trata-se, portanto, da norma de comportamento a que a pessoa deve se 
submeter, preceito esse que, caso descumprido, deve impor, pelo sistema, a 
aplicação de uma sanção institucionalizada. Por exemplo, respeitar as normas 
de trânsito é um direito objetivo imposto ao indivíduo (GAGLIANO; PAMPLONA 
FILHO, 2003, p. 2).
O descumprimento das regras de direito objetivo, por se tratar de obrigação do 
indivíduo, permite àquele que se sentir prejudicado procurar a autoridade competente, Polícia, 
Administração Pública ou Judiciária, para “fazer valer seu direito”, defender-se, fazer cessar a 
violência, etc. (GUSMÃO, 2006, p. 52).
Já o direito subjetivo, segundo Godofredo Telles (apud DINIZ 2003, p. 244):
É a permissão dada por meio de norma jurídica para fazer ou não fazer alguma 
coisa, para ter ou não ter algo, ou, ainda, a autorização para exigir, por meio 
dos órgãos competentes do poder público ou por meio deprocessos legais, em 
prejuízo causado por violação de norma, o cumprimento da norma infringida 
ou a reparação do mal sofrido. Por ex.: são direitos subjetivos as permissões 
de casar e constituir família, de adotar pessoa como filho [...].
Podemos, então, conceituar o direito subjetivo como “a possibilidade de agir e de exigir 
que as normas de Direito atribuem a alguém como próprio” (NADER, 2008, p. 307).
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Observe, então, que o direito subjetivo se diferencia do objetivo em razão de este, como 
anteriormente mencionado, ter caráter coativo (cumprimento obrigatório), enquanto o direito 
subjetivo representa uma faculdade do titular de invocar a lei para tutelar seu direito. 
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O direito objetivo é obrigatório, enquanto o subjetivo é uma 
faculdade (eu exerço esta possibilidade se eu quiser).
Porém, apesar de diferentes e inconfundíveis, o direito subjetivo e o objetivo estão 
ligados. Ao tratar desta ligação, Diniz (2003, p. 248) afirma que:
Nítida é a correlação existente entre o direito objetivo e o subjetivo. Apesar de 
intimamente ligados, são inconfundíveis [...] Um não pode existir sem o outro. 
O direito objetivo existe em razão do subjetivo, para revelar a permissão de 
praticar atos. O direito subjetivo, por sua vez, constitui-se de permissões dadas 
por meio do direito objetivo.
Führer e Milaré (2005) trazem um interessante exemplo que bem ilustra esta ligação, 
que pode ser assim resumido: o meu direito de propriedade é garantido pela Constituição 
Federal (regra de direito objetivo), sendo que, se alguém violar este direito e invadir a minha 
propriedade, poderei acionar o Poder Judiciário para que a irregularidade seja sanada, sendo 
esta faculdade o que se chama de direito subjetivo. 
Quando afirmamos, que o proprietário tem “direito” de entrar com uma ação na justiça 
para ter sua propriedade devolvida, quando dizemos que, em caso de separação, o pai que 
não ficou com a guarda do filho tem “direito” de visitá-lo ou que o locador tem o “direito” de 
receber o aluguel de seu imóvel, nos referimos ao direito subjetivo. Este decorre de normas 
legais que garantem estes direitos.
Assim, o Direito Empresarial, que faz parte do Direito Civil, traz regras de direito objetivo, 
e os “direitos” dele resultantes serão regras de direito subjetivo.
Concluímos, assim, que, apesar das diferenças, grande ligação existe entre o direito 
subjetivo e o objetivo. Podemos dizer, pois, de uma forma bem simplificada, que o direito 
subjetivo decorre do direito objetivo e que ambos formam o que conhecemos por “Direito”.
O direito objetivo, quando ordenado e visto de forma técnica, transforma-se no direito 
em vigor em um determinado país, chamado “Direito Positivo”, que estudaremos na Unidade 2. 
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Neste tópico você estudou que:
	Uma das principais classificações do Direito é a que o divide em direito objetivo e subjetivo.
	O que diferencia o direito objetivo é a coatividade, o que significa que o direito objetivo são 
as normas impostas, de cumprimento obrigatório, enquanto o direito subjetivo representa a 
permissão de agir prevista em lei.
	Apesar de diferentes, o direito objetivo e o subjetivo estão ligados, formando “um todo”, que 
conhecemos por “direito”. 
RESUMO DO TÓPICO 3
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1 Para a fixação do conteúdo deste tópico, preencha os parênteses usando o seguinte 
código: 
(1) Direito Objetivo
(2) Direito Subjetivo
a) O ( ) pode ser conceituado como as regras de cumprimento obrigatório, enquanto o 
( ) é visto como decorrência deste e representa uma faculdade do agente. 
b) Como exemplo, podemos citar as regras do contrato de seguro. Todas as disposições 
legais são tidas como regras de direito ( ). Já quando o direito do segurado for violado, 
este poderá, assim agindo, se quiser, ingressar em juízo, a fim de garantir o cumprimento 
do ( ) previsto em lei. Esta possibilidade de agir é regra de ( ).
c) Pode-se afirmar, que o ( ) é uma “ferramenta” para garantir a aplicação do ( ). O ( ) 
é preexistente, mas somente poderá ser cumprido se o titular utilizar seu ( ). 
d) O que diferencia ( ) do ( ) é a coatividade, uma vez que, enquanto o ( ) representa uma 
faculdade de agir, o ( ) é imposto pelas normas jurídicas, que todos estão obrigados 
a obedecer.
e) Porém, apesar das diferenças, existe uma grande ligação entre o ( ), que é coercitivo, 
e o ( ), que é facultativo. Podemos dizer que, de uma forma bem simplificada, o ( ) 
decorre do ( ) e que ambos formam o que conhecemos por “Direito”.
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FONTES DO DIREITO
1 INTRODUÇÃO
TÓPICO 4
UNIDADE 1
A palavra “fonte” tem o sentido de “origem, gênese, de onde provém” (água). 
As chamadas “fontes do direito” nada mais são, portanto, do que os meios pelos quais se 
formam ou se estabelecem as normas jurídicas” (GAGLIANO; PAMPLONA FILHO, 2003, p. 9-10).
Isto posto, podemos dizer que a lei é a principal fonte do Direito, como se vê do art. 
4º. da Lei de Introdução do Código Civil: 
‘‘Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os 
princípios gerais de Direito”. 
Além da Lei, também são fontes do Direito: a Doutrina, a Jurisprudência, a Equidade, 
a Analogia e os Princípios Gerais de Direito. Vejamos, a seguir, de forma sucinta, como se 
caracteriza cada uma destas fontes.
2 CARACTERIZAÇÃO DAS FONTES DO DIREITO
 A lei, ou legislação, como preferem alguns autores, é a primeira e principal fonte do 
Direito. Segundo Nunes (2003, p. 72), é 
“o conjunto das normas jurídicas emanadas do Estado, através de seus vários 
órgãos, dentre os quais, realça-se, com relevo, nesse tema, o Poder Legislativo. 
No ordenamento jurídico, há várias espécies de leis (constitucional, ordinária, 
delegada etc.) e uma hierarquia. No patamar mais alto está a Constituição 
Federal, que é a principal lei do país, sendo, por isso, muitas vezes chamada 
de “Lei Magna” ou “Carta Magna”. Abaixo da Constituição Federal vêm as leis 
complementares, as leis ordinárias (e também os tratados internacionais), as 
leis delegadas, os decretos legislativos e resoluções e as medidas provisórias. 
A seguir, estão os decretos regulamentares e, por fim, as normas inferiores, 
como portarias, circulares etc. 
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Trazemos, a seguir, algumas noções gerais sobre cada uma delas: 
	Lei complementar: “alusiva à estrutura estatal ou aos serviços do Estado, constituindo as 
leis de organização básica” (DINIZ, 2003, p. 287).
	Lei ordinária: “fruto da atividade típica e regular do Poder Legislativo. Como exemplo de lei 
ordinária, temos: O Código Civil, o Código de Processo Civil [...]” (NUNES, 2003, p. 77). 
	Leis delegadas: “serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a 
delegação ao Congresso Nacional” (NUNES, 2003, p. 77). Ainda no mesmo patamar estão 
as Medidas Provisórias que o Presidente da República poderá utilizar no caso de relevância 
e urgência, conforme o art. 62 da Constituição Federal. 
	Decreto regulamentar: “É ato do Poder Executivo e deve ser baixado para regulamentar 
norma de hierarquia superior, como, por exemplo, a lei ordinária”(NUNES, 2003, p.79).
	Resoluções: são “atos normativos administrativos através dos quais o Legislativo dispõe 
sobre matéria que não se insere nem no âmbito da Lei, nem do Decreto legislativo [...] cuidam, 
geralmente, de algum assunto interno do Legislativo” (FüHRER; MILARÉ, 2005, p. 54). 
O costume, por sua vez, “é o uso geral,constante e notório, observado socialmente e 
correspondente a uma necessidade jurídica [...]. Baseia-se, indubitavelmente, no argumento 
de que algo deve ser feito porque sempre o foi, tendo sua autoridade respaldada na força 
conferida ao tempo e no uso contínuo das normas (GAGLIANO; PAMPLONA FILHO, 2003, p. 
17). É, assim, uma norma jurídica não escrita, “que surge da prática longa, diuturna e reiterada 
da sociedade” (NUNES, 2003, p. 94). 
 
A jurisprudência é definida por Nunes (2003, p. 87) “como o conjunto das decisões dos 
tribunais a respeito do mesmo assunto.” É reconhecida como fonte do direito, porque “acaba 
por prevalecer na maioria dos casos” (GAGLIANO; PAMPLONA FILHO, 2003, p. 17), ou seja, 
as decisões dos tribunais são citadas como fundamento nas teses jurídicas e apontadas como 
precedentes, “impondo ao legislador uma nova visão dos institutos jurídicos, alterando-os, às 
vezes, integralmente, forçando a expedição de leis que consagrem sua orientação” (VENOSA 
apud DINIZ, 2003, p. 296).
A doutrina pode ser definida como o pensamento dos estudiosos do Direito, que 
são chamados de doutrinadores. Todos os conceitos citados neste caderno fazem parte da 
doutrina. É importante fonte do Direito, porque “é essencial para aclarar pontos, estabelecer 
novos parâmetros, descobrir caminhos ainda não pesquisados, apresentar soluções justas, 
enfim interpretar as normas, pesquisar os fatos e propor alternativas, com vistas a auxiliar a 
construção sempre necessária e constante do Estado de Direito, com o aperfeiçoamento do 
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sistema jurídico” (NUNES, 2003, p. 104). 
Já a equidade, segundo Raposo e Heine (2004, p. 31), é o princípio pelo qual “deve 
o juiz valorizar mais a razão (observando sempre a boa-fé) que a própria regra de Direito [...], 
observando o que for justo e razoável [...]”. Gagliano e Pamplona Filho (2003, p. 26) explicam 
que nos casos em que pode julgar por equidade, “é facultado expressamente ao julgador valer-
se de seus próprios critérios de justiça quando for decidir, não estando adstrito às regras ou 
métodos preestabelecidos”. Porém, o julgamento por equidade não é a regra geral e o juiz só 
pode julgar por equidade quando autorizado por lei. Como exemplo de julgamento por equidade, 
Raposo e Heine (2004, p. 31) citam a aplicação da regra in dubio pro misero, ou seja, “em 
alguns casos, havendo dúvida, o juiz pode decidir em favor do mais fraco economicamente, 
como ocorre no Direito do Trabalho”.
O juiz julgará com emprego da analogia, quando “um fato não foi regulado de modo 
direto ou específico em lei de ser julgado pelo juiz e esse vai buscar a solução em uma lei 
prevista para uma hipótese distinta, mas semelhante ao caso não regulado” (RAPOSO; HEINE, 
2004, p. 31).
Por fim, os princípios gerais do Direito são “regras gerais de conduta que o juiz 
segue quando vai interpretar o caso que está analisando. Essas regras normalmente não 
estão escritas” (RAPOSO; HEINE, 2004, p. 30). Citam como exemplo de princípios gerais do 
Direito: viver honestamente, não causar danos a outra pessoa e dar a cada um o que é seu. 
Visualizando o que aprendemos até aqui, temos o seguinte: 
FONTE: A autora
FIGURA 6 – FONTES DO DIREITO
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Neste tópico você estudou que:
	As “fontes do direito” são as origens do Direito, ou seja, é através dessas que o direito nasce 
e evolui.
	A principal fonte do Direito é a Lei.
	Além da Lei, são também fontes do Direito: Doutrina, Equidade, Jurisprudência, Analogia, 
Costumes e os Princípios Gerais de Direito.
RESUMO DO TÓPICO 4
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Para a fixação do conteúdo deste tópico, assinale a alternativa CORRETA: 
1 Primeira e principal fonte do Direito:
a) ( ) Doutrina.
b) ( ) Lei.
c) ( ) Jurisprudência.
d) ( ) Costume.
2 “Deve o juiz valorizar mais a razão (observando sempre a boa-fé) que a própria regra 
de Direito [...], observando o que for justo e razoável [...]” (GAGLIANO; PAMPLONA 
FILHO, 2003, p. 26). A qual fonte do Direito os autores se referem?
a) ( ) Equidade.
b) ( ) Costume.
c) ( ) Lei.
d) ( ) Jurisprudência. 
3 A _____________ representa o pensamento dos estudiosos da ciência do Direito.
a) ( ) Lei.
b) ( ) Analogia.
c) ( ) Jurisprudência.
d) ( ) Doutrina.
4 “É o uso geral, constante e notório, observado socialmente e correspondente a uma 
necessidade jurídica [...]. Baseia-se, indubitavelmente, no argumento de que algo deve 
ser feito porque sempre o foi, tendo sua autoridade respaldada na força conferida ao 
tempo e no uso contínuo das normas” (GAGLIANO; PAMPLONA FILHO, 2003, p. 17). 
Podemos dizer que os autores se referem a qual fonte do Direito?
a) ( ) Lei.
b) ( ) Doutrina.
c) ( ) Jurisprudência.
d) ( ) Costume.
5 Viver honestamente, não causar danos a outra pessoa e dar a cada um o que é seu 
são exemplos de qual fonte de Direito:
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a) ( ) Princípios Gerais de Direito.
b) ( ) Lei.
c) ( ) Doutrina.
d) ( ) Costumes.
6 “Conjunto das decisões dos tribunais a respeito do mesmo assunto” (NUNES, 2003, 
p. 87). Este é o conceito de qual fonte do Direito?
a) ( ) Doutrina.
b) ( ) Jurisprudência.
c) ( ) Equidade.
d) ( ) Analogia.
 
7 “Um fato não foi regulado de modo direto ou específico em lei de ser julgado pelo 
juiz e esse vai buscar a solução em uma lei prevista para uma hipótese distinta, mas 
semelhante ao caso não regulado” (RAPOSO; HEINE, 2004, p. 31). A que fonte do 
Direito se referem os autores?
a) ( ) Equidade.
b) ( ) Jurisprudência.
c) ( ) Doutrina.
d) ( ) Analogia.
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NORMA JURÍDICA
1 INTRODUÇÃO
TÓPICO 5
UNIDADE 1
Já vimos anteriormente que o Direito é uma ciência que estuda as normas jurídicas. 
Mas, o que são normas jurídicas? 
Este tópico objetiva estudar a teoria da norma jurídica, que é imprescindível no estudo 
do Direito, porque é a sua materialização. 
“Conhecer o Direito é conhecer as normas jurídicas em seu encadeamento lógico e 
sistemático. As normas ou regras jurídicas estão para o Direito de um povo, assim como as 
células estão para um organismo vivo” (NADER, 2008, p. 83).
Estas palavras de Paulo Nader demonstram o quão importante é o estudo deste tema 
e seu entendimento para também entendermos o Direito. 
Iniciaremos pelo conceito de norma jurídica, para depois estudarmos suas características. 
Então, vamos em frente...
2 CONCEITO DE NORMA JURÍDICA
Relembrando o que estudamos até agora, temos que o Direito é o responsável por traçar 
normas de conduta que permitam às pessoas e aos grupos sociais viverem em harmonia, agindo 
preventivamente, para evitar o conflito, ou após sua ocorrência, a fim de garantir a paz social.
A norma jurídica é, pois, o meio, o instrumento de que se utiliza o Direito para atingir 
seu objetivo. É através da norma jurídica que o Direito revela à sociedade os padrões de 
comportamento exigidos pelo Estado.
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Podemos afirmar, assim, que a norma ou regra jurídica “é um padrão de conduta imposto 
pelo Estado para que seja possível a convivência dos homens em sociedade. [...] Ela esclarece 
ao agente como e quando agir [...] Em síntese, norma jurídica é a conduta exigida ou o modelo 
imposto de organização social (NADER, 2008, p. 83). No mesmo sentido:
As normas jurídicas são as normas “que disciplinam condutas ou atos (comportamentos) 
através do seu carátercoercitivo (que reprime), imperativo (que ordena) e compulsório (que 
obriga)” (RAPOSO; HEINE, 2004, p. 29).
Existem as normas de Direito Civil, Direito Penal, Direito Tributário e muitas outras 
específicas em cada ramo de atuação do Direito Positivo, que vamos conhecer na segunda 
unidade.
Visto o conceito de norma jurídica, passaremos à análise de suas características.
3 CARACTERÍSTICAS DA NORMA JURÍDICA
Como característica geral a todas as normas jurídicas, temos a obrigatoriedade de 
seu cumprimento. Como materialização do direito objetivo, as normas jurídicas terão que ser 
obrigatoriamente respeitadas, sob pena de o agente ficar sujeito à sanção prevista na lei.
 
No que se refere às características da norma jurídica, podemos afirmar, de acordo 
com os ensinamentos de Gusmão (2006), que as normas jurídicas são: bilaterais, abstratas, 
imperativas e coercitivas.
Veja o esquema a seguir:
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FONTE: A autora, com base em Gusmão (2006).
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FIGURA 7 – CARACTERÍSTICAS DE NORMA JURÍDICA
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Neste tópico você estudou que:
	O estudo da norma jurídica é importante no estudo do Direito.
	A norma jurídica traz a forma de conduta exigida pelo Estado.
	Como característica geral, em todas as normas jurídicas há a obrigatoriedade de seu 
cumprimento.
	São também características da norma jurídica: bilateralidade, imperatividade, coercibilidade 
e abstratividade.
RESUMO DO TÓPICO 5
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1 O que é norma jurídica?
2 Qual a importância da norma jurídica para o estudo do Direito?
3 Aponte a principal característica da norma jurídica.
4 Por que se diz que a norma jurídica é abstrata?
5 O que significa dizer que a norma jurídica deve ser necessariamente imperativa?
6 Explique a questão da bilateralidade da norma jurídica.
7 Por que se diz que a norma jurídica é coercitiva?
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RELAÇÃO JURÍDICA
1 INTRODUÇÃO
TÓPICO 6
UNIDADE 1
Neste último tópico da nossa unidade, vamos estudar a relação jurídica.
As relações entre as pessoas, entre si ou em grupos e estes grupos entre si, geram 
vínculos que estão previstos nas normas jurídicas. Assim, o casamento, por exemplo, é uma 
relação jurídica. Dele decorrem inúmeros direitos e obrigações que interessam ao Direito, como 
a propriedade, a honra, a vida etc.
Em sua futura atividade profissional, você ou a empresa em que for trabalhar fará parte 
de muitas relações jurídicas, quando, por exemplo, forem devedores ou credores de uma dívida. 
Também podemos citar as relações com os funcionários, fornecedores, entre muitas outras. 
Preparado(a) para mais esta tarefa? Então, antes de mais nada, vamos conhecer o conceito 
de relação jurídica.
2 CONCEITO DE RELAÇÃO JURÍDICA
Conforme Gusmão (2006, p. 258), a relação jurídica é “o vínculo que une uma ou mais 
pessoas, decorrente de um fato ou de um ato previsto em norma jurídica, que produz efeitos 
jurídicos”, ou mais singelamente, 
“vínculo jurídico estabelecido entre pessoas, em que uma delas pode exigir de outra 
determinada obrigação.” 
As relações jurídicas são originadas de atos ou fatos jurídicos (cujos conceitos veremos 
adiante), que envolvem pessoas físicas ou jurídicas. Essas relações são chamadas “jurídicas”, 
pois seu objeto é um interesse juridicamente protegido, ou seja, que interessam ao Direito, 
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como o patrimônio, a vida, a honra etc.
Pode-se afirmar, pois, que a relação jurídica “não depende exclusivamente da vontade 
das partes, pois tem por base a lei, que está acima do interesse delas” (GUSMÃO, 2006, p. 258).
3 ESPÉCIES DE RELAÇÃO JURÍDICA
São várias as espécies de relação jurídica. Para o nosso estudo, é suficiente conhecermos 
três classificações: relações jurídicas de direito público e privado, relações jurídicas solenes e 
não solenes e relações jurídicas pessoais e reais.
Primeiramente, podemos apontar as relações jurídicas de direito público ou privado. 
Nas relações jurídicas de direito público, temos, “de um lado, o ente público com poderes 
e competências, e de outro, o particular (pessoa física ou pessoa jurídica não investida do 
poder público) com obrigação de observar as suas determinações (sentença, regulamento e 
portaria, etc.)” (GUSMÃO, 2006, p. 259). Já na relação jurídica de direito privado, há apenas 
particulares (pessoas físicas e jurídicas), sendo que uma é titular de um direito que poderá 
exigir da outra. Por exemplo, um contrato é uma espécie de relação jurídica de direito privado.
 A relação jurídica pode ser também solene ou não solene. As relações jurídicas solenes 
são aquelas em que há a necessidade de se observar uma determinada formalidade para que 
tenha validade. Podemos citar, como exemplos de relações jurídicas solenes, o casamento e a 
compra e venda de imóveis, que a lei exige que seja feita por escritura pública. Já as relações 
jurídicas não solenes dispensam maiores formalidades, tais como a venda de bens móveis, que 
se torna perfeita e acabada com a entrega (que se chama tecnicamente de tradição) do bem.
A relação jurídica pode ser ainda pessoal, quando envolve relação das pessoas entre 
si (ex.: contratos), ou real, quando envolvem as relações das pessoas com as coisas, como, 
por exemplo, no direito de propriedade ou posse sobre um imóvel. 
Resumindo:
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FONTE: A autora (2008)
3.1 SUJEITOS DA RELAÇÃO JURÍDICA
Os sujeitos da relação jurídica, também chamados sujeitos de direito, são “os que estão 
aptos a adquirir e exercer direitos e obrigações” (NUNES, 2003, p. 134).
Por isso, podemos dizer que “Não há direito que não tenha sujeito, pois ele tem por 
objetivo proteger os interesses humanos” (RAPOSO; HEINE, 2004, p. 33). 
Na relação jurídica de direito privado, objeto de nosso estudo, podemos dizer que 
o sujeito ativo é o que é o titular de direitos e que pode exigi-lo de quem deva cumprir uma 
obrigação, que é chamado sujeito passivo, que deve fazer ou deixar de fazer alguma coisa.
Assim, por exemplo, quando falamos que Pedro tornou-se titular de um direito de 
propriedade sobre determinado bem que adquiriu, podemos dizer que este é o Sujeito Ativo 
nesta relação jurídica, enquanto aquela pessoa que o vendeu torna-se Sujeito Passivo nesta 
relação, pois terá que cumprir o que determina a norma (entregar o bem). 
FIGURA 8 – ESPÉCIES DE RELAÇÃO JURÍDICA 
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Verificamos, pois, que os sujeitos de direito podem ser assim classificados:
FONTE: A autora
LEITURA COMPLEMENTAR
NOÇÕES DE DIREITO CIVIL
Direito Civil - Teoria Geral do Direito Civil
Direito positivo, objetivo e subjetivo, teorias, fontes do direito, norma jurídica em sua 
classificação, princípios e divisões do direito civil.
Direito Positivo: é a ordenação heterônoma das relações sociais, baseada numa 
integração normativa de fatos e valores (Miguel Reale); é o conjunto de regras jurídicas em 
vigor num determinado país e numa determinada época.
Direito objetivo (norma agendi): é o complexo de normas jurídicas que regem o 
comportamento humano, de modo obrigatório, prescrevendo uma sanção no caso de sua 
violação.
Direito subjetivo (facultas agendi): é a permissão dada por meio de norma jurídica, 
para fazer ou não fazer alguma coisa, para ter ou não ter algo, ou ainda, a autorização para 
exigir, por meio dos órgãoscompetentes do Poder Público ou por meio dos processos legais, 
em caso de prejuízo causado por violação de norma, o cumprimento da norma infringida ou 
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Não somente as pessoas físicas são sujeitos de direito. Também 
poderão ser sujeitos de direito, por exemplo, as empresas, os 
condomínios etc.
FIGURA 9 – ESPÉCIES DE SUJEITO DE DIREITO
Prezados acadêmicos. Para aprofundar seus conteúdos, bem como para que você 
tenha noção do que estudaremos na unidade seguinte, sugerimos a leitura de parte do texto 
“Noções de Direito Civil”.
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a reparação do mal sofrido; é a faculdade que cada um tem de agir dentro das regras da lei e 
de invocar a sua proteção e aplicação na defesa de seus legítimos interesses.
Teoria da vontade (Savigny): entende que o direito subjetivo é o poder da vontade 
reconhecido pela ordem jurídica.
 
Teoria do interesse (Ihering): o direito subjetivo é o interesse juridicamente protegido por meio 
de uma ação judicial.
Teoria mista (Jellinek, Saleilles e Michoud): define o direito subjetivo como o poder da 
vontade reconhecido e protegido pela ordem jurídica, tendo por objeto um bem ou interesse.
Direito público: é o direito composto, inteira ou predominantemente, por normas de 
ordem pública, que são normas imperativas, de obrigatoriedade inafastável.
Direito privado: é o composto, inteira ou predominantemente, por normas de ordem 
privada, que são normas de caráter supletivo, que vigoram apenas enquanto a vontade dos 
interessados não dispuser de modo diferente do previsto pelo legislador.
Fontes do direito: são os meios pelos quais se formam as regras jurídicas; as fontes 
diretas são a lei e o costume; as fontes indiretas são a doutrina e a jurisprudência.
Norma jurídica: é um imperativo autorizante; a imperatividade revela seu gênero próximo, 
incluindo-a no grupo das normas éticas, que regem a conduta humana, diferenciando-a das 
leis físico-naturais, e o autorizamento indica sua diferença, distinguindo-a das demais normas.
 
Classificação das normas jurídicas:
1) quanto à imperatividade, podem ser: a) de imperatividade absoluta ou impositivas, que 
são as que ordenam ou proíbem alguma coisa (obrigação de fazer ou não fazer) de modo 
absoluto; b) de imperatividade relativa ou dispositiva, que não ordenam, nem proíbem de 
modo absoluto; permitem ação ou abstenção ou suprem a declaração de vontade não 
existente.
2) quanto ao autorizamento, podem ser: a) mais que perfeitas, que são as que por sua violação 
autorizam a aplicação de duas sanções: a nulidade do ato praticado ou o restabelecimento 
da situação anterior e ainda a aplicação de uma pena ao violador; b) perfeitas, que são 
aquelas cuja violação as leva a autorizar a declaração da nulidade do ato ou a possibilidade 
de anulação do ato praticado contra sua disposição e não a aplicação de pena ao violador; 
c) menos que perfeitas, que são as que autorizam, no caso de serem violadas, a aplicação 
de pena ao violador, mas não a nulidade ou anulação do ato que as violou; d) imperfeitas, 
que são aquelas cuja violação não acarreta qualquer consequência jurídica.
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3) quanto à sua hierarquia, as normas classificam-se em: normas constitucionais; leis 
complementares; leis ordinárias; leis delegadas; medidas provisórias; decretos legislativos; 
resoluções; decretos regulamentares; normas internas; normas individuais.
[...]
FONTE: Disponível em: <http://www.centraljuridica.com>. Acesso em: 10 jun. 2008.
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Neste tópico você estudou que:
	A relação jurídica é um vínculo que une pessoas entre si ou pessoas e coisas.
	Este vínculo nasce de uma norma jurídica que impõe direitos e deveres a cada um dos 
participantes.
	Quando as pessoas se relacionam entre si, temos uma relação jurídica pessoal (ex.: 
casamento). Quando a relação envolve coisas, temos uma relação jurídica real (ex.: direito 
de propriedade). 
	São sujeitos da relação jurídica o sujeito ativo, que é o titular de um direito, e o passivo, é 
o que deve cumprir uma obrigação.
RESUMO DO TÓPICO 6
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Para melhor fixação deste conteúdo, leia as decisões jurisprudenciais a seguir e 
responda às questões que seguem:
1 EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. CHEQUE PRÉ-DATADO. 
APRESENTAÇÃO ANTES DO VENCIMENTO ACERTADO. INSCRIÇÃO NO BANCO 
CENTRAL. DEVER DE INDENIZAR. MANUTENÇÃO DO QUANTUM FIXADO. 1. O 
cheque pré-datado recebido para pagamento de combustível não pode ser descontado 
antes da data avençada. 2. Apresentado ao Sacado antes da data e, por isso, devolvido 
por insuficiência de fundos, acarretando inscrição no Banco Central, constitui ato ilícito 
capaz de ensejar indenização por danos morais. 3. Levando em conta os critérios 
estabelecidos pela doutrina e jurisprudência, bem como parâmetros adotados nesta 
Câmara, merece ficar mantido o quantum indenizatório. APELAÇÃO E RECURSO 
ADESIVO DESPROVIDOS (Apelação Cível nº 70019279793, Sexta Câmara Cível, 
Tribunal de Justiça do RS, Relator: Liege Puricelli Pires, Julgado em 24/07/2008).
1 Como nasceu a relação jurídica que gerou a demanda judicial?
2 Trata-se de relação pessoal ou real?
3 Quem é o sujeito ativo desta relação jurídica? E o passivo?
2 EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. USUCAPIÃO. POSSE AD USUCAPIONEM. ANIMUS 
DOMINI. NÃO CONFIGURAÇÃO. Caso em que a posse da autora sobre o imóvel decorre 
de contrato de locação verbal. Inexistindo qualquer ruptura no exercício da posse direta, a 
qual foi mantida após o inadimplemento dos aluguéis por mera tolerância do proprietário 
do imóvel, não há falar no exercício de posse ad usucapionem. Precedentes dessa 
Egrégia Corte Estadual. RECURSO DESPROVIDO (Apelação Cível nº 70023774367, 
Décima Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz Renato Alves 
da Silva, Julgado em 17/07/2008).
1 Como nasceu a relação jurídica que gerou a demanda judicial?
2 Trata-se de relação pessoal ou real?
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Prezado(a) acadêmico(a), agora que chegamos ao final da 
Unidade 1, você deverá fazer a Avaliação referente a esta unidade.
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UNIDADE 2
DIREITO PÚBLICO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 A partir desta unidade o(a) acadêmico(a) estará apto a:
	compreender o conceito de Direito Público;
	compreender os diversos ramos que o compõem;
	conhecer os institutos regulados pelo Direito Público.
TÓPICO 1 – DIREITO CONSTITUCIONAL
TÓPICO 2 – DIREITO ADMINISTRATIVO E DIREITO 
PROCESSUAL
TÓPICO 3 – DIREITO PENAL – DIREITO TRIBUTÁRIO
TÓPICO 4 – DIREITO ELEITORAL E DIREITO 
MILITAR
TÓPICO 5 – RAMOS ESPECIAIS DO DIREITO: 
DIREITO DO TRABALHO E DIREITO DO 
CONSUMIDOR
TÓPICO 6 – DIREITO PÚBLICO EXTERNO: DIREITO 
INTERNACIONAL PÚBLICO
PLANO DE ESTUDOS
 O conteúdo desta unidade está dividido em seis tópicos. Após 
estudá-los, você deverá fazer os exercícios propostos ao final. 
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DIREITO CONSTITUCIONAL
1 INTRODUÇÃO
TÓPICO 1
UNIDADE 2
Este tópico 1 foi reservado para o estudo do Direito Constitucional que estuda as normas 
constitucionais. Iniciaremos pelo seu conceito, para então estudarmos especificamente a 
Constituição da República de 1988, principal objeto do estudo do Direito Constitucional.
Nos itens seguintes, estudaremosmatérias constitucionais de grande importância e 
conheceremos os principais direitos e garantias fundamentais, quais são os direitos sociais e 
ainda como funcionam e quais são as obrigações que os partidos políticos terão que cumprir. 
2 CONCEITO DE DIREITO 
 CONSTITUCIONAL E CONSTITUIÇÃO
O Direito Constitucional, como o próprio nome diz, é aquele que “engloba as normas 
jurídicas constitucionais, isto é, aquelas pertencentes à Constituição, em toda a sua amplitude 
[...]” (NUNES, 2003, p. 125).
Segundo Alexandre Moraes (2003, p. 35), o Direito Constitucional “é um ramo do Direito 
Público, destacado por ser fundamental (sic) à organização e funcionamento do Estado, à 
articulação dos elementos primários do mesmo e ao estabelecimento das bases da estrutura 
política”. 
A Constituição, conforme Canotilho apud Moraes (2003, p. 36), “pode ser entendida 
como a lei fundamental e suprema de um Estado, que contém normas referentes à estruturação 
do Estado, a formação dos poderes públicos, forma de governo e aquisição do poder de 
governar, distribuição de competências, direitos, garantias e deveres dos cidadãos.” Ou seja,
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Por isso é que nenhuma lei poderá ser contrária à Constituição, sob 
pena de ser considerada inconstitucional e retirada do ordenamento 
jurídico. Em razão da supremacia da Constituição, é comum a utilização 
da expressão “Carta Magna” para nos referirmos à Constituição.
É importante entendermos que o princípio que rege o Direito Constitucional Brasileiro é o 
do “Estado de Direito”, “isto é, do Estado que tem como princípio inspirador a subordinação de 
todo poder ao Direito.” Como o Estado é o responsável pela criação e aplicação da Constituição, 
ficando ao mesmo tempo submetido a ela, esta relação é também objeto de estudo pela Teoria 
Geral do Estado. 
Entendido o conceito de Constituição e sua supremacia, vamos estudar especificamente 
a Constituição Federal de 1988.
2.1 A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 
No Estado Brasileiro, a atual Constituição foi promulgada em 1988 e já foi modificada 
por algumas Emendas.
 A Carta Magna em vigor traz em seu preâmbulo o seguinte:
PREÂMBULO
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia 
Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a 
assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, 
o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos 
de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia 
social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução 
pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte 
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.
FONTE: Disponível em: <www.sbef.org.br>. Acesso em: 11 jun. 2008.
FIGURA 10 - CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
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O preâmbulo da Constituição, segundo Alexandre Moraes (2003, 
p.48), “é o documento de intenções do diploma, e uma certidão de 
origem e legitimidade do novo texto e uma proclamação de princípios, 
demonstrando a ruptura com o ordenamento constitucional anterior 
e o surgimento jurídico de um novo Estado. E continua: “[...] por 
não ser norma constitucional não poderá prevalecer contra texto 
expresso da Constituição Federal [...]”, mas deverá ser usado como 
instrumento de interpretação da Constituição (MORAES, 2003 p.49). 
Também segundo Moraes (2003), extraímos como pode ser classificada a Constituição 
Federal de 1988:
	formal: porque “consubstanciada de forma escrita, por meio de um documento solene 
estabelecido pelo poder constituinte originário” (MORAES, 2003, p. 37);
	escrita: porque é um “conjunto de regras codificado e sistematizado em um único documento 
[...]”(MORAES, 2003, p. 38);
	dogmática: por ser “um produto escrito e sistematizado por um órgão constituinte, a partir de 
princípios e ideias fundamentais da teoria política e do direito dominante (MORAES, 2003, 
p. 38);
	promulgada (democrática, popular): porque derivou “do trabalho de uma Assembleia 
Nacional Constituinte composta de representantes do povo, eleitos com a finalidade de sua 
elaboração [...]”(MORAES, 2003, p. 39);
	rígida: porque para sua modificação é necessário “um processo mais solene e mais dificultoso 
do que o existente para a edição das demais espécies normativas” (MORAES, 2003, p. 39). 
“A Constituição Federal de 1988 pode ser considerada como super-rígida, uma vez que em 
regra poderá ser alterada por um processo legislativo diferenciado, mas, excepcionalmente, 
em alguns pontos é imutável (CF, art. 60 § 4º - cláusulas pétreas)” (MORAES, 2003, p. 39);
	analítica: porque “examina todos os assuntos que entende relevantes à formação, destinação 
e funcionamento do Estado” (MORAES, 2003, p. 40).
2.2 DIREITOS E GARANTIAS 
 FUNDAMENTAIS NA CONSTITUIÇÃO DE 1988 
Os direitos e garantias fundamentais são previstos na Constituição Federal em seu artigo 
5º. Este artigo traz, em seus setenta e seis incisos, vários direitos e garantias, dentre eles: a 
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inviolabilidade da casa das pessoas (inciso XI), a liberdade da manifestação do pensamento, 
a liberdade de consciência e de crença (inciso VI), o direito de propriedade (art. XXII), entre 
muitos outros. 
Conforme Moraes (2003, p. 59), podemos dividir os direitos e garantias em cinco 
espécies. Para visualizarmos melhor esta divisão, atende à figura a seguir:
FONTE: A autora
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É importante que você tenha em mãos um exemplar da Constituição 
Federal, que vai ajudá-lo(a) bastante... Se você não tiver uma 
Constituição Federal, acesse o site “www.planalto.gov.br” e no 
link “legislação”, copie o teor do art. 5º, da Carta Magna, que será 
nosso objeto de estudo neste tópico. 
Agora que conhecemos as espécies de direitos e garantias fundamentais, partiremos 
para o estudo de seus conceitos em separado. Após, de forma resumida, abordaremos cada 
um dos direitos e garantias fundamentais.
Os direitos fundamentais “representam só por si certos bens, as garantias destinam-
se a assegurar a fruição desses bens” (MIRANDA apud MORAES, 2003, p. 62).
 
As garantias traduzem-se “quer no direito dos cidadãos a exigir dos poderes públicos a 
proteção dos seus direitos quer no reconhecimento de meios processuais adequados a essa 
finalidade (exemplo: direito de acesso aos tribunais para a defesa de direitos [...]” (CANOTILHO 
apud MORAES, 2003, p. 62).
Podemos entender esta diferença no exemplo seguinte: A Constituição Federal garante 
o direito à liberdade. Violado este direito, nasce para a vítima a garantia constitucional que é 
o de impetrar um habeas corpus e ver cessada esta ilegalidade. Não só as pessoas físicas, 
mas também as jurídicas são protegidas pela Constituição Federal.
FUNDAMENTAIS
FIGURA 11 – CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
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2.2.1 Direitos e Garantias Individuais e Coletivos
Observando a imagem a seguir, iniciaremos pelo conceito dos direitos e garantias 
individuais e coletivos. Para estudá-los, vamos conhecer o art. 5º. da Constituição Federal:
Da leitura do artigo 5º. e de seus vários incisos, concluímos que a Constituição Federal 
adotou diversos princípios, dos quais passaremos a estudar os principais:
Iniciamos com o princípio da igualdade. Já no começo do artigo, lemos que “todos são 
iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza [...]” , ou seja, todos os cidadãos 
têm o direito de tratamento idêntico pela lei [...]” (MORAES, 2003, p. 64). Também no inciso

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