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Avaliação de investimentos

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AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS
INTRODUÇÃO
A Lei nº 6.404/76, com alterações produzidas pela Lei nº 11.638/07 e Lei nº 11.941/09, 
introduziu critérios contábeis de avaliação de investimentos.
Para fins contábeis, os investimentos de caráter permanente, ou seja, aqueles destinados 
a produzir benefícios pela sua permanência, e não mantidos para venda, são avaliados 
pelo  método  de  custo,  pelo  método  do  valor  justo  ou  pelo  método  de  equivalência 
patrimonial.
CLASSIFICAÇÃO NO BALANÇO PATRIMONIAL
 
Estes  investimentos  devem  ser  classificados  no  Ativo  Não  Circulante,  no  grupo  de 
Investimentos.
ATIVO NÃO CIRCULANTE
INVESTIMENTOS
PARTICIPAÇÕES
 Participações Societárias em outras Sociedades
 Participações em Sociedades Coligadas e Controladas
 Perdas estimadas (conta credora)
   PROPRIEDADE PARA INVESTIMENTO
 Terrenos mantidos para valorização 
 Terrenos para futura utilização
 Edifícios arrendados
 Edifícios desocupados
 Edifícios em construção para futura utilização como propriedade para investimento
 Perdas Estimadas (conta credora)
OUTROS INVESTIMENTOS PERMANENTES
 Obras de arte
 Marcas e patentes não utilizadas pela empresa
 Perdas Estimadas (conta credora)
CLASSIFICAÇÃO  DE  INVESTIMENTOS  COMO  NÃO  CIRCULANTES 
(PERMANENTES)
Os  investimentos são classificados em  temporários e permanentes. Os  temporários são 
adquiridos com a  intenção de revenda normalmente classificados no Ativo Circulante ou 
no  Realizável  a  Longo  Prazo,  conforme  o  prazo  previsto  para  a  realização  do 
investimento.
A classificação contábil dos investimentos, no ativo não circulante, é determinada pela Lei 
nº 6.404/76, com as alterações produzidas pela Lei nº 11.638/07 e Lei nº 11.941/09.
O art. 179 da Lei 6.404/76, determina:
Art. 179 – As contas serão classificadas do seguinte modo:
(...)
III  –  em  investimentos:  as  participações  permanentes  em  outras  sociedades  e  os  direitos  de 
qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da 
atividade da companhia ou da empresa.
Para  classificação  de  um  investimento  como  permanente  são  fundamentais  dois 
aspectos:
 Intenção de permanência
 Ativos que não se destinem à manutenção da atividade operacional da empresa.
A intenção de permanência se manifesta no momento em que se adquire a participação:
 Ativo  Circulante:  caso  exista  a  intenção  de  alienar  o  investimento  no  exercício 
seguinte. São as aplicações destinadas à negociação ou disponíveis para venda e 
devem ser avaliadas pelo valor justo.
Valor  justo  é  o  preço  que  seria  recebido  pela  venda  de  um  ativo  ou  que  seria  pago  pela 
transferência de um passivo em uma transação não forçada entre participantes do mercado na data 
de mensuração. (Ver Pronunciamento Técnico CPC 46 – Mensuração do Valor Justo).
 Investimentos:  caso  exista  o  interesse  de  permanência  São  as  aplicações  em 
instrumentos  patrimoniais  de  outras  sociedades  como  ativo  financeiro  que  serão 
mantidos para outra finalidade que não sua realização. As participações em outras 
sociedades que não coligadas ou controladas devem ser avaliadas pelo método de 
custo,  já  as  participações  em  coligadas  e  controladas  devem  ser  avaliadas  pelo 
método da equivalência patrimonial.
Exemplo
Uma  empresa  adquire,  em  30.08.X1,  ações  de  outras  sociedades  por  $  300.000.  A 
diretoria definiu que, uma parte, no valor de $ 120.000 serão vendidas em 30.03.X2.
Contabilizar a operação, necessária para o fechamento do balanço em 31.12.X1.
Solução
Entretanto, se o valor registrado no ativo circulante não for alienado até a data do balanço 
do exercício  seguinte àquele que  tiver  sido adquirido,  deverá,  o  valor  da aplicação,  ser 
transferido para o subgrupo de  Investimentos, entendimento confirmado pela Legislação 
Tributária através do CST nº 108/78 (D.O.U.09.01.1979).
1 ­ MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTO
 Investimentos avaliados pelo Método de Custo
 Método do Valor Justo
 Investimentos avaliados pelo Método da Equivalência Patrimonial
 1.1 ­ MÉTODO DO VALOR JUSTO
 CPC 46 – Mensuração ao Valor Justo
 CPC 38 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração
 CPC 28 – Propriedade para Investimentos
 
De acordo com o CPC 38 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração ­  
item 46:
c) investimentos em instrumentos patrimoniais que não tenham preço de mercado cotado 
em mercado ativo e cujo valor justo não possa ser confiavelmente medido e derivativos 
que estejam ligados a e devam ser liquidados pela entrega desses instrumentos 
patrimoniais não cotados, os quais devem ser medidos pelo custo (ver o Apêndice A, itens 
AG80 e AG81). 
Portanto, as Participações em outras Sociedades, se houver valor justo confiável, 
disponível ou estimado com base em alguma técnica de avaliação, tais investimentos 
devem ser avaliados pelo Valor Justo.
De acordo com o CPC 28 – Propriedade para Investimento ­ item 32­A
(a) escolher o método do valor justo ou o método do custo para todas as propriedades 
para investimento que suportem passivos que pagam retorno diretamente associado ao 
valor justo de, ou aos retornos de ativos especificados incluindo essa propriedade para 
investimento; e
(b) escolher o método do valor justo ou o método do custo para todas as restantes 
propriedades para investimento, independentemente da escolha feita na alínea (a).
1.2 ­ MÉTODO DO CUSTO DE QUISIÇÃO 
 Lei nº 6.404/76 de 15.12.76 e alterações produzidas pela Lei nº 11.638/07 e Lei nº 
11.941/09 – art. 183
 RIR/99 – Decreto 3.000 de 26.03.99 
 Resolução CFC n° 750/93 – 29.12.93, alterada pela Resolução CFC nº 1.282/10: 
Dispõe sobre os Princípios de Contabilidade: Registro pelo Valor Original
Consiste  em  atribuir  ao  investimento  o  valor  pago  por  ele  originalmente,  deduzido  de 
perdas estimadas para redução ao valor recuperável.
1.3 ­ PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS EM OUTRAS SOCIEDADES
O  art.  183  da  Lei  nº  6.404/76,  estabelece  os  critérios  de  avaliação  dos  investimentos 
permanentes:
Art. 183 – No balanço, os elementos do ativo são avaliados segundo os seguintes critérios:
(...)
III – os investimentos em participação no capital social de outras sociedades, ressalvado o disposto 
nos  arts.  248  e  250,  pelo  custo  de  aquisição,  deduzidos  de  provisão  para  perdas  prováveis  na 
realização do seu valor, quando essa perda estiver comprovada como permanente, e que não será 
modificado  em  razão  do  recebimento,  sem  custo  para  a  companhia,  de  ações  ou  quotas 
bonificadas;
IV – os demais investimentos, pelo custo de aquisição deduzido de provisão para atender às perdas 
prováveis na realização do seu valor, ou para redução do custo de aquisição ao valor de mercado, 
quando este for inferior.
Muito  embora  a  Lei  6.404/76  determine  o  reconhecimento  da  provisão  para  perdas 
prováveis  na  realização  de  investimentos,  quando  comprovadas  como  permanentes,  a 
adequação às Normas Internacionais de Contabilidade, através do CPC 01 – Redução ao 
Valor  Recuperável  de  Ativos,  a  expressão  “comprovadas  como  permanentes”  tende  a 
desaparecer.  De  acordo  com  este  CPC,  deve­se  constituir  perdas  sempre  que  o  valor 
contábil  exceder  o  valor  de  recuperação.  De  acordo  com  este  CPC  a  nomenclatura 
também  foi  alterada. A nomenclatura adequada a  ser  utilizada é Perdas Estimadas por 
Valor Não Recuperável. 
Como vimos,  de acordo  com a Lei  nº  6.404/76,  as participações em outras  sociedades 
devem ser avaliadas pelo método de custo. Esta forma de avaliação está em desacordo 
com as  normas  internacionais  que  determina  a  utilização  do método  de  custo  somente 
quando não existir preço de mercado cotado em um mercadoativo, ou quando o seu valor 
justo  não  puder  ser mensurado  com  confiabilidade.  Portanto,  estas  participações  serão 
avaliadas pelo custo se, e somente se não tiverem preço de cotação em mercado ativo e 
seu valor justo não puder ser mensurado com confiabilidade.
Caso  essas  participações  sejam,  então,  avaliadas  pelo  custo  deverá  ser  aplicado  o 
disposto no item 46 (c) do CPC 38 – Instrumentos Financeiros:
(c)  investimentos  em  instrumentos  patrimoniais  que  não  tenham  preço  de  mercado  cotado  em 
mercado ativo e cujo valor  justo não possa ser confiavelmente medido e derivativos que estejam 
ligados a e devam ser  liquidados pela entrega desses  instrumentos patrimoniais não cotados, os 
quais devem ser medidos pelo custo (ver o Apêndice A, itens AG80 e AG81).
CUSTO DE AQUISIÇÃO 
O custo de aquisição é o valor efetivamente despendido na  transação, podendo ocorrer 
mediante subscrição relativa a aumento de capital, ou o preço total pago pela compra de 
ações  de  terceiros.  Representam,  portanto,  todos  os  gastos  realizados  para  a  sua 
aquisição, inclusive os encargos de corretagem.
Exemplo 1
A Cia. Maranhão participa do aumento de capital da Cia. São Luiz, subscrevendo 100.000 
ações no valor nominal de $ 1,00 cada uma, integralizando em dinheiro. Sabendo­se que 
o investimento corresponde a 5% do capital da investida, contabilizar a operação.
Solução
PERDAS ESTIMADAS POR VALOR NÃO RECUPERÁVEL
Constituída  para  cobrir  as  perdas  prováveis  na  realização  do  valor  dos  investimentos. 
Para  determinar  se  uma  empresa  investidora  tem  perdas  com  seus  investimentos  em 
outras  sociedades,  é  necessário  saber  qual  a  situação  dessas  investidas.  Para  tanto, 
deve­se  obter  as  demonstrações  contábeis  e  apurar  o  valor  registrado  na  conta  de 
investimentos  da  investidora.  Se  as  investidas  estiverem  operando  com  prejuízo,  seu 
Patrimônio  Líquido  fica  reduzido  e  a  comparação  indicará  a  necessidade  de  se 
contabilizar as Perdas sofridas por esse investimento.
Dentre as situações que evidenciam perdas em investimentos, podemos destacar:
 Investimentos em sociedades operando com prejuízos; 
 Investimentos em sociedades falidas e em má situação financeira;
 Investimentos em sociedades que possuem projetos não viáveis ou abandonados.
Obs.: As perdas não são dedutíveis para fins de Imposto de Renda e Contribuição Social 
sobre o Lucro. (Lei Nº 9249/95 – art. 13°)  
Exemplo 2
 
Admita que, as ações da Cia. São Luiz estejam desvalorizadas em virtude dos constantes 
prejuízos gerados, sem perspectivas de recuperação a curto prazo, e tragam um reflexo 
para a investidora no valor de $ 10.000,00. O lançamento contábil será o seguinte;
Solução
Obs.: a conta devedora também poderá ser denominada de: Perdas por Desvalorização.
Por se caracterizar em perda de capital, o valor da perda na participação societária é uma 
despesa e a perda estimada é conta retificadora de Ativo Não Circulante – Investimentos. 
Portanto, no Balanço Patrimonial, o registro será da seguinte forma:
Ativo Não Circulante
Investimentos
Participações em Outras Sociedades – Cia. São Luiz 100.000,00
(­) Perdas Estimadas por Valor Não Recuperável (10.000,00)
DIVIDENDOS NAS PARTICIPAÇÕES SOCIETÃRIAS
Na  data  do  encerramento  do  balanço,  as  empresas  estão  obrigadas  a  contabilizar  as 
destinações  do  lucro  líquido  conforme  proposta  apresentada  pelos  órgãos  da 
administração,  o  que  inclui  a  distribuição  de  dividendos.  A  empresa  investidora  deverá 
obter,  junto  à  empresa  investida,  informações  sobre  os  dividendos  propostos 
contabilizados em seu balanço e efetuar o lançamento dos dividendos proporcionais à sua 
participação, como Resultados Operacionais, conforme estabelece o Art. 379 do RIR/99.
DIVIDENDOS RECEBIDOS APÓS 6 MESES:
D = Caixa/Dividendos a Receber
C = Receita de Dividendos (Receitas Operacionais)
DIVIDENDOS RECEBIDOS ATÉ 6 MESES
Porém,  por  determinação  da  legislação  do  imposto  de  renda,  (art.  380  do  RIR/99)  os 
lucros  ou  dividendos  recebidos  em decorrência  de  participação  societária  avaliada  pelo 
método  de  custo  de  aquisição,  adquirida  até  6  meses  antes  da  data  da  respectiva 
percepção devem ser  registrados como diminuição do valor do custo de aquisição, sem 
afetar o resultado.
Presume­se, então, que o valor dos dividendos recebidos até 6 meses a partir da data de 
aquisição do investimento esteja embutido no valor da participação.
D = Caixa/Dividendos a Receber
C = Participações em Outras Sociedades
Exemplo 1
Determinada  empresa  adquire  participações  avaliadas  pelo  custo  de  aquisição  na  Cia. 
Clara. O Investimento foi adquirido em 01.02.X1 e corresponde a 5% do seu capital social, 
tendo sido pago $ 100.000,00 na sua aquisição. Em 30.06.X1, a Cia. Clara distribuiu $ 
400.000,00  a  título  de  dividendos.  Os  lançamentos  contábeis  na  investidora  serão  os 
seguintes:
Solução
Os  dividendos  foram  calculados  proporcionalmente  à  participação  no  capital  social  da 
investida  (5%  de  $  400.000,00).  Como  a  participação  na  Cia.  Clara  foi  adquirida  em 
01.02.X1  e  os  dividendos  foram  distribuídos  em  30.06.X1,  portanto  com  menos  de  6 
meses,  os  valores  são  registrados  como  redução  do  valor  do  investimento,  não 
transitando por conta de resultado.
Exemplo 2
Determinada  empresa  adquire  participações  avaliadas  pelo  custo  de  aquisição  na  Cia. 
Escura.  O  Investimento  foi  adquirido  em  01.02.X1  e  corresponde  a  8%  do  seu  capital 
social,  tendo  sido  pago  $  300.000,00  na  sua  aquisição.  Em  31.12.X1,  a  Cia.  Escura 
distribuiu $ 700.000,00 a  título de dividendos. Os  lançamentos  contábeis na  investidora 
serão os seguintes:
Solução
Exemplo 3
A  Cia.  Marabá  adquiriu  1%  das  ações  da  Cia.  Santarém,  pagando  R$  100,00,  em 
agosto/X9,  representando o valor de mercado das ações cujo valor patrimonial montava 
em  R$  90,00.  No  mês  de  dezembro/X9,  a  Cia.  Marabá  recebeu  dividendos  da  Cia. 
Santarém  no  valor  de  R$  5,00  e  esta  empresa  apresentou  um  lucro  líquido  de  R$ 
1.500,00. Qual será o saldo da conta que representa o  investimento da Cia. Marabá na 
Cia. Santarém, em 31 de dezembro/X9?
Nota:  Não  foi  comprovada  nenhuma  influência  da  investidora  na  administração  da 
investida. (Petrobrás – Contador Pleno – Fundação Cesgranrio – adaptatada)
Solução
1.4 ­ PROPRIEDADE PARA INVESTIMENTO
CPC 28 (IAS 40) – Propriedades para Investimento
CVM = Deliberação CVM nº 584/09
CFC = NBC TG 28 – Resolução CFC nº 1.178/09
O CPC  28  –  Propriedade  para  Investimentos,  cujo  objetivo  é  estabelecer  o  tratamento 
contábil  de  propriedade  para  investimento  e  respectivos  requisitos  de  divulgação, 
apresenta a seguinte definição:
Propriedade para investimento é a propriedade (terreno ou edifício – ou parte de edifício – ou ambos) 
mantida  (pelo proprietário ou pelo arrendatário em arrendamento  financeiro) para auferir aluguel ou 
para valorização do capital ou para ambas, e não para:
(a) uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços ou para finalidades administrativas; ou 
(b) venda no curso ordinário do negócio.
São  exemplos  de  Propriedade  para  Investimento,  de  acordo  com  item  8  do 
pronunciamento
(a) terrenos mantidos para valorização de capital a longo prazo e não para venda a curto prazo no curso 
ordinário dos negócios;
(b) terrenos mantidos para  futuro uso correntemente  indeterminado  (se a entidade não  tiver determinado 
que usará o terreno como propriedade ocupada pelo proprietário ou para venda a curto prazo no curso 
ordinário do negócio, o terreno é considerado como mantido para valorização do capital);
(c) edifício que sejapropriedade da entidade (ou mantido pela entidade em arrendamento financeiro) e que 
seja arrendado sob um ou mais arrendamentos operacionais;
(d) edifício  que  esteja  desocupado,  mas  mantido  para  ser  arrendado  sob  um  ou  mais  arrendamentos 
operacionais;
(e) propriedade que esteja sendo construída ou desenvolvida para futura utilização como propriedade para 
investimento.
Para reconhecer uma propriedade para investimento como ativo, é necessário que:
 Seja  provável  o  fluxo  de  benefícios  econômicos  futuros  associados  a  essa 
propriedade
 O custo da propriedade para investimento possa ser mensurado confiavelmente.
Caso uma propriedade tenha uma parte destinada a investimento e outra parte destinada 
a imobilizado, somente se não for possível classificar, no seu todo, como imobilizado ou 
quando for mínima a parte que estiver sendo utilizada pela empresa,  (imobilizado) cada 
parte  deve  ser  classificada  separadamente  e  ser  tratada  contabilmente  de  forma 
separada.
Os custos da propriedade para investimento devem ser reconhecidos a partir do momento 
em que a entidade a reconhece como uma propriedade para investimento e devem incluir 
os custos inicialmente incorridos para adquiri­la e os custos incorridos subsequentemente 
para adicionar, substituir partes, ou prestar manutenção à propriedade.
AVALIAÇÃO DE PROPRIEDADE PARA INVESTIMENTO
Uma  Propriedade  para  Investimento  deve  ser  inicialmente  mensurada  pelo  seu  custo. 
Após  o  seu  reconhecimento  a  entidade  deve  escolher  o  método  do  valor  justo  ou  o 
método de custo e deve aplicar essa política a todas as propriedades para investimento.
Método do Valor Justo
Valor justo é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria pago pela 
transferência  de  um  passivo  em  uma  transação  não  forçada  entre  participantes  do 
mercado na data de mensuração.
As variações do valor justo são reconhecidas diretamente no resultado de cada período.
Em determinadas situações em não é possível mensurar o valor justo com confiabilidade 
e quando não estão disponíveis estimativas alternativas confiáveis de valor de uso, utiliza­
se o método de custo até que o valor justo possa ser utilizado.
Método de Custo
Se a entidade escolher o método de custo para registro contábil deve, de qualquer forma, 
divulgar o valor justo da sua propriedade de investimento em cada balanço patrimonial, no 
corpo da própria demonstração ou em nota explicativa.
A  entidade  deve,  ainda,  divulgar  os métodos  de  depreciação  usados;  o  prazo  de  vidas 
úteis ou taxas de depreciação utilizadas; valor contábil bruto e a depreciação acumulada 
(com as perdas estimadas por impairment).
Perdas estimadas
De acordo com o item 79 do CPC 28 – Propriedade para Investimento, a entidade deve 
reconhecer a depreciação e as perdas por impairment.
(v) a quantia de perdas por impairment reconhecida e a quantia de perdas por impairment 
revertida durante o período de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 01;
A  Lei  nº  6.404/76,  não  faz  menção  à  depreciação  de  edifícios  classificados  como 
investimentos, porém, o RIR/99  (Regulamento do  Imposto de Renda) em seu  “art.  307, 
parágrafo  único  e  seus  incisos  determina  que  não  será  admitida  quota  de  depreciação 
referente a:
I – terrenos, salvo em relação aos melhoramentos ou construções;
II  –  prédios  ou  construções  não  alugados  nem  utilizados  pelo  proprietário  na 
produção dos seus rendimentos ou destinados a revenda;
III – bens que normalmente aumentam de valor com o tempo, como obras de arte 
ou antiguidades;
IV – bens para os quais seja registrada quota de exaustão.
Portanto, entende­se que, os edifícios, fora de uso nas atividades da companhia mas que 
estejam alugados, estão sujeitos a depreciação.
Exercício 1
Informe (sim/não) se os itens representam propriedade para investimento
Terreno  adquirido  por  empresa  de  construção  e  incorporação, 
destinado a comercialização em lotes
Edificação de propriedade da empresa usada como  residência 
por empregados
Edificação  vaga,  mas  mantida  para  ser  arrendada  em  um  ou 
mais arrendamentos operacionais
Propriedade em construção para  uso  futuro  como propriedade 
para investimento
Edifício  de  escritórios  com  18  andares,  de  propriedade  da 
entidade.  Doze  andares  são  ocupados  com  atividades 
comerciais  e  administrativas  da  entidade  e  os  seis  andares 
restantes são alugados
Edificação  mantida  pela  entidade  em  um  arrendamento 
financeiro e arrendada em um arrendamento operacional
Terreno mantido para valorização do capital de longo prazo, em 
vez de venda de curto prazo no curso normal de seus negócios
Edificação  de  propriedade  da  entidade  e  usada  para 
armazenamento do estoque de produtos acabados
Terreno de propriedade de uma construtora e incorporadora que 
ainda  não  definiu  se  construirá  um  imóvel  residencial  para 
venda  ou  se  construirá  um  prédio  com  salas  comerciais  para 
aluguel
(Exercício extraído do curso: Extensão em IFRS – NIA ­ Módulo 2 – FIPECAFI)
Exercício 2
Informe  (sim/não)  para  os  itens  que  compõem  o  custo  de  uma  propriedade  para 
investimento para fins de registro inicial
Preço à vista do Terreno
Juros pagos por compra do terreno a prazo
Material de construção utilizado
Custo  de  administração  de  obra  cobrado  por  construtora  para 
execução da obra
Taxas cartorárias para transferência do terreno e averbação das 
edificações
ITBI  (Imposto  sobre  Transmissão  de  Bens  Imóveis)  pago  na 
compra do terreno
Seguro durante a construção
Gasto com marketing para alugar as unidades
Honorários  advocatícios  pagos  para  acompanhamento  do 
processo  de  regularização  do  imóvel  (registros,  certidões, 
“habite­se” etc) junto aos órgãos públicos
Taxas de condomínios das unidades desocupadas
(Exercício extraído do curso: Extensão em IFRS – NIA ­ Módulo 2 – FIPECAFI)
Exercício 3
A  Cia.  J  adquiriu  um  imóvel  para  investimento  por  R$  2  milhões  (preço  à  vista)  em 
31/12/X1 e, na mesma data, desembolsou R$ 100.000,00 com impostos, taxas de registro 
do  imóvel.  Durante  o  ano  de  X2,  a  Cia.  J  alugou  o  imóvel  para  terceiros  por  R$ 
400.000,00.  Informe  o  resultado  proporcionado  pelo  imóvel  na  Demonstração  do 
Resultado e o saldo da conta Propriedade para Investimento, no Balanço Patrimonial:
a) Considerando  que  a  Cia.  J  optou  pelo  método  de  custo  e  adotou  uma  taxa  de 
depreciação linear de 2% ao ano, sem valor residual.
b) Considerando  que  a  Cia.  J  optou  pelo método  de  valor  justo  e  o  valor  justo  do 
imóvel era de R$ 2,3 milhões em 31/12/X2
(Exercício extraído do curso: Extensão em IFRS – NIA ­ Módulo 2 – FIPECAFI)
Solução
Exercício 4
A  empresa  possui  um  imóvel  para  futura  utilização,  classificado  portanto  como 
Propriedades  para  Investimentos,  no  Ativo  Não  Circulante,  contabilizado  por  $ 
100.000,00.  A prefeitura construiu um viaduto ao lado de sua propriedade, causando uma 
perda de 40%. A empresa optou pelo Método de Custo.
No exemplo, será pouco provável que o proprietário consiga recuperar a perda do valor 
do  seu  imóvel,  portanto,  caberá  a  constituição  de  Perdas  Estimadas  por  Valor  Não 
Recuperável. O lançamento correspondente à perda permanente será:
Solução
1.5 ­ OUTROS INVESTIMENTOS NÃO CIRCULANTES
 Obras de arte
 Marcas e patentes não utilizadas pela empresa
 Perdas Estimadas (conta credora)
Tais  investimentos  devem ser  avaliados  pelo método do  valor  justo  ou  pelo método de 
custo, deduzidos das perdas estimadas por  impairment,  quando necessário. Devem ser 
avaliados pelo método de custo quando o ativo não  tiver preço de mercado cotado em 
mercado ativo ou cujo valor justo não possaser confiavelmente medido.
2  ­  AVALIAÇÃO  DE  INVESTIMENTOS  PELO  MÉTODO  DA  EQUIVALÊNCIA 
PATRIMONIAL
 CPC 18 (R2) – Investimentos em Coligada, em Controlada e em Empreendimento 
Controlado em Conjunto
 CVM – Deliberação CVM nº 696/12
 CFC – NBC TG 18 – Resolução CFC nº 1.424/13
 INTERPRETAÇÃO  TÉCNICA  ICPC  09  (R1)  –  Demonstrações  Contábeis 
Individuais, Demonstrações Separadas, Demonstrações Consolidadas e Aplicação 
do Método da Equivalência Patrimonial
 CVM – Deliberação CVM nº 687/12
 CFC  –  NBC  TG  09  –  Resolução  CFC  nº  1.262/09  e  alterações  produzidas  pela 
Resolução CFC nº 1.408/12
 IAS 28 – Investments in Associates and Joint Ventures
 Lei nº 6.404/76 de 15.12.76 e alterações produzidas pela Lei nº 11.638/07 e Lei nº 
11.941/09 – art. 248
 RIR/99 – Decreto Nº 3.000 de 26/03/1999 – arts. 384 a 391.
2.1  ­  INVESTIMENTOS  AVALIADOS  PELO  MÉTODO  DA  EQUIVALÊNCIA 
PATRIMONIAL
De acordo com Lei nº 6.404/76, e alterações produzidas pela Lei nº 11.638/2007 e pela 
Lei nº 11.941/2009, devem ser avaliados pelo Método da Equivalência Patrimonial:
 Investimentos em Coligadas;
 Investimentos em Controladas;
 Investimento  em  outras  sociedades  que  façam  parte  de  um  mesmo  grupo  ou 
estejam sob controle comum.
Já, o CPC 18 (R2) determina a aplicação do Método de Equivalência Patrimonial quando 
da contabilização de
 Investimentos em Coligadas
 Investimentos em Controladas 
 Empreendimentos Controlados em Conjunto (joint ventures)
COLIGADAS:  São  coligadas  as  sociedades  nas  quais  a  investidora  tenha  influência 
significativa.
INFLUÊNCIA  SIGNIFICATIVA:  Considera­se  que  há  influência  significativa  quando  a 
investidora detém ou exerce o poder de participar nas decisões das políticas financeira ou 
operacional da investida, sem controlá­la.
É  presumida  influência  significativa  quando  a  investidora  for  titular  de  20% ou mais  do 
capital votante da investida, sem controlá­la.
Note­se que a Lei, na definição de coligada, não especifica o tipo de sociedade ou ainda a 
proporção da participação na  investida, a não ser pelo conceito presumido de  influência 
significativa, abrangendo, portanto, todos os tipos de sociedade. Também não faz menção 
sobre  participações  indiretas,  o  que  nos  leva  ao  entendimento  que,  existindo  influência 
significativa,  é  coligada, mesmo  que  a  participação  seja  indireta,  o  que  predomina  é  a 
essência sobre a forma.
O CPC 18 (R2) define influência significativa da seguinte forma:
 
INFLUÊNCIA  SIGNIFICATIVA:  é  o  poder  de  participar  das  decisões  sobre  políticas 
financeiras e operacionais de uma  investida, mas sem que haja o controle  individual ou 
conjunto dessas políticas.
Diferentemente  da  Lei  nº  6.404/76,  o  CPC  18  (R2)  em  continuação  à  definição  de 
Influência Significativa, acrescenta no item 5 e 6:
5. Se o investidor mantém direta ou indiretamente (por meio de controladas, por exemplo), vinte por 
cento ou mais do poder de voto da  investida, presume­se que ele  tenha  influência significativa, a 
menos que possa ser claramente demonstrado o contrário. Por outro  lado, se o  investidor detém, 
direta ou indiretamente (por meio de controladas, por exemplo), menos de vinte por cento do poder 
de  voto  da  investida,  presume­se  que  ele  não  tenha  influência  significativa,  a  menos  que  essa 
influência possa ser claramente demonstrada. A propriedade substancial ou majoritária da investida 
por  outro  investidor  não  necessariamente  impede  que  um  investidor  tenha  influência  significativa 
sobre ela. 
6. A existência de influência significativa por investidor geralmente é evidenciada por uma ou 
mais das seguintes formas: 
(a) representação no conselho de administração ou na diretoria da investida; 
(b) participação nos processos de elaboração de políticas, inclusive em decisões sobre 
dividendos e outras distribuições; 
(c) operações materiais entre o investidor e a investida; 
(d) intercâmbio de diretores ou gerentes; 
(e) fornecimento de informação técnica essencial. 
Conclui­se, portanto, que uma sociedade é coligada:
 Quando a participação, direta ou indireta, for de 20% ou mais do capital votante da 
investida; e/ou
 Quando se configurar a existência de Influência Significativa
CONTROLADAS:  Considera­se  Controlada  a  sociedade  na  qual  a  controladora, 
diretamente  ou  através  de  outras  controladas  é  titular  de  direitos  de  sócio  que  lhe 
assegurem, de modo permanente:
 preponderância nas deliberações sociais
 o poder de eleger ou destituir a maioria dos administradores.
Esses direitos são conferidos às ações com direito a voto e quando a investidora possuir 
o controle acionário representado por mais de 50% do capital votante
OBS.: A proporção das ações preferenciais em relação ao total das ações emitidas passa 
de 2/3 para 50%. (Lei 10.303/2001 – art. 15)
EXEMPLO N° 1 – CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES
A Investidora Cia. X detém participações nas seguintes investidas: Classificar os investimentos:
      A B C D E
CAPITAL SOCIAL          
  N° Ações Pref 40.000 200.000 400.000 300.000 50.000
  Ord 80.000 400.000 800.000 600.000 100.000
  Total 120.000 600.000 1.200.000 900.000 150.000
PARTICIPAÇÃO­Cia.X
  N° Ações Pref 4.000 ­ 6.000 ­ ­
  Ord 20.000 400.000 160.000 312.000 7.000
  Total 24.000 400.000 166.000 312.000 7.000
 
% PARTICIPAÇÃO­Cia.X Pref
  Ord
  Total
     
CLASSIFICAÇÃO
   
EXEMPLO N° 2 – CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES
A Investidora Cia. Y detém participações nas seguintes investidas: Classificar os investimentos:
      A B C D E
CAPITAL SOCIAL          
  N° Ações Pref 10.000 15.000 20.000 25.000 20.000
  Ord 20.000 30.000 40.000 50.000 30.000
  Total 30.000 45.000 60.000 75.000 50.000
 
PARTICIPAÇÃO­Cia.Y
  N° Ações Pref ­ 2.550 1.000 500 1.000
  Ord 12.000 9.600 8.800 36.500 2.000
  Total 12.000 12.150 9.800 37.000 3.000
 
% PARTICIPAÇÃO­Cia.YPref
  Ord
  Total
     
 
CLASSIFICAÇÃO
     
SOCIEDADES  QUE  FAÇAM  PARTE  DE  UM  MESMO  GRUPO  OU  ESTEJAM  SOB 
CONTROLE COMUM
Art. 248 da Lei Nº 11.638/2007, alterado pela Lei 11.941/2009, define Controle Comum
CONTROLE COMUM:  está diretamente  relacionada à essência econômica da entidade 
contábil e, como tal, deve ser entendida. A dimensão econômica da entidade é delimitada 
como o conjunto de entes, ainda que, juridicamente distintos, que estejam em um mesmo 
grupo ou que seu controle seja exercido por um mesmo ente ou conjunto de entes.
Exemplo:
A Companhia XYZ controla as companhias A, B e C.
A  companhia  A  é  uma  companhia  aberta  e  participa  com  10%  do  capital  votante  das 
companhias B e C.
Assim, a companhia A avaliará os investimentos em B e C pelo método da equivalência 
patrimonial, já que todas estão sob o controle comum de XYZ.
                                                51%                                             51%
                                                                     51%
                                                                    
                                                  10%
                                                                                                                  10%
Se XYZ controla A, B e C,
Se A tem participação em B e C
Logo, A aplica o método de equivalência patrimonial em B e C, estão sob o controle de XYZ
EMPREENDIMENTO CONTROLADO EM CONJUNTO
De acordo com o CPC­ 18 (R2):
EMPREENDIMENTO  CONROLADO  EM  CONJUNTO  (Joint  Venture):  é  um  acordo 
conjunto  por  meio  do  qual  as  partes,  que  detêm  o  controle  em  conjunto  de  acordo 
contratual, têm direitos sobre os ativos líquidos desse acordo.
Ocorre  quando  duas  ou  mais  pessoas  jurídicas  juntam  os  recursos  e  esforços  para 
desenvolverem  conjunto  uma  atividade.  Os  empreendedores  podem,  até,  ter 
participações  diferentes  e mesmo  assim  o  controle  pode  ser  compartilhado,  de  acordo 
com  as  definições  contidas  no  estatuto  ou  contrato  social  ou  em  documentos  à  parte, 
como um acordo de acionistas. Por esse acordo os sócios compartilham as decisões e 
defendem os interesses da controlada em conjunto.
Portanto são avaliadas pelo MEP
 Coligadas
 Controladas
 Controladas em conjunto
 Sociedades que façam parte de um mesmo grupo ou estejam sob controle comum.
2.2 – CONTROLE DIRETO E INDIRETO
DIRETO: Quando uma sociedade controla diretamente outra sociedade.
INDIRETO: Quando o controle é feito através de outra sociedade controlada.
80% das ações ordinárias
90% das ações ordinárias
XYZ
CBA
         A
        B
         C
B é controlada direta de A (80% das ações ordinárias)
C é controlada direta de B (90%)  e Indireta de A, pois A controla C através de B
DISTINÇÃO ENTRE CONTROLE E PROPRIEDADE
CONTROLE: Decisão pela soma de votos
PROPRIEDADE: Percentual de participação no capital
Nas assembléias o que predomina é a decisão pela soma dos votos, ou seja, o importante 
é o conceito de CONTROLE e não de PROPRIEDADE.
 EXEMPLO 1
51% das ações ordinárias
                           33,15%
65% das ações ordinárias
EXEMPLO 2
A empresa emite somente ações ordinárias
       9%
53%
       
    43%
EXEMPLO 3
       20%
                                                  40%
70%
       
   40%
Obs.: A empresa emite somente ações ordinárias
         A
        B
         C
         A
         C        B
TERCEIROS
         A
         C        B
EXEMPLO 4
                                        
                                            60%                                   45%
                   
               55%                        40%               60%
Obs.: A empresa emite somente ações ordinárias
2.3 ­ A TÉCNICA DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL
O CPC 18 – (R2) define o Método da Equivalência Patrimonial como:
MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL: É o método de contabilização por meio 
do qual o  investimento é  inicialmente  reconhecido pelo custo e posteriormente ajustado 
pelo  reconhecimento  da  participação  atribuída  ao  investidor  nas  alterações  dos  ativos 
líquidos  da  investida. O  resultado  do  período  do  investidor  deve  incluir  a  parte  que  lhe 
cabe nos resultados gerados pela investida.
Em outras palavras, o Método da Equivalência Patrimonial  consiste em  reconhecer nos 
Investimentos  da  investidora,  o  percentual  de  participação  no  Patrimônio  Líquido  da 
investida. 
Portanto,  para  que  a  investidora  contabilize  a  Equivalência  Patrimonial,  a  peça 
fundamental,  é  a  Demonstração  das  Mutações  do  Patrimônio  Líquido  das  sociedades 
investidas.
Exemplo
A
CB
DE
1) Em 01.01. X1 a Cia. Beta foi constituída com um capital social de $ 100.000 emitindo 
100.000 ações ordinárias ao valor nominal de $ 1,00 por ação, integralizado em dinheiro, 
da seguinte forma:
A Cia. Alfa adquire 60% das ações.
Terceiros adquire 40% das ações.
2) No final de X1, a Cia. Beta apura um lucro de $ 8.000.
3) Propõe a distribuição de 25% de dividendos
Durante X2, a Cia. Beta apresenta as seguintes operações:
1) Aumento de Capital no valor de $ 50.000. A Cia. Alfa subscreve o mesmo percentual 
de participação.
2) No final de X2, apura um prejuízo de $ 12.000.
LANÇAMENTOS
2.4  ­  EFEITOS  NA  INVESTIDORA,  DA  MOVIMENTAÇÃO  OCORRIDA  NO 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO NA INVESTIDA
Uma vez definidos os  investimentos avaliados pelo Método da Equivalência Patrimonial, 
aplicamos  a  técnica:  à medida  que  o  Patrimônio  Líquido  das  investidas  AUMENTA  ou 
DIMINUI, a conta Investimentos da Investidora deverá também AUMENTAR ou DIMINUIR 
proporcionalmente  ao  percentual  de  participação.  Para  se  determinar  a  contrapartida 
desse  DÉBITO  ou  CRÉDITO  vai  depender  da  origem  da movimentação  do  Patrimônio 
Líquido das investidas. Essa movimentação pode originar­se de vários motivos tais como:
 Lucro ou Prejuízo do Exercício
 Dividendos Propostos
 Integralização do Capital
 Ajustes de Exercícios Anteriores
 Outros resultados Abrangentes
LUCRO OU PREJUÍZO DO EXERCÍCIO
A contrapartida do ajuste de  investimentos deverá estar no resultado do exercício como 
receita ou despesa. Se a investida apurar lucro, a investidora reconhecerá como receita, 
se a investida apurar prejuízo, a investidora reconhecerá como despesa. Essa receita ou 
despesa  é  operacional  e  deverá  ser  classificada  em  conta  específica  denominada 
RESULTADO DE EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL.
Se a investida apurar lucro                               a investidora reconhece como Resultado de 
                                                                                Equivalência Patrimonial (Positivo)
 
D = Investimentos
C = Resultado de Equivalência Patrimonial (no caso de lucro)
Se a investida apurar prejuízo                          a investidora reconhece como Resultado de 
                                                                                Equivalência Patrimonial (Negativo)
D = Resultado de Equivalência Patrimonial (no caso de prejuízo)
C = Investimentos
DIVIDENDOS PROPOSTOS
No método da equivalência patrimonial os lucros são reconhecidos no momento em que 
são apurados pela  investida. Assim quando da distribuição dos dividendos não existe o 
reconhecimento de nova receita. Se assim o fosse, haveria o reconhecimento em dobro 
do  resultado.  Contabiliza­se,  portanto,  como  um  direito  (caso  tenha  ocorrido  o 
provisionamento dos dividendos) ou como disponível (se já houve a efetiva distribuição).
Os  lucros  já  são  reconhecidos  quando  da  contabilização  da  equivalência 
patrimonial. Quando efetivar a distribuição de tais lucros como dividendos deve­se 
registrar uma troca de investimentos por dinheiro
D = Dividendos a Receber / Disponível
C = Investimentos
INTEGRALIZAÇÃO DO CAPITAL
A  integralização  do  capital  feita  pela  investidora  provoca  um  acréscimo  no  patrimônio 
líquido da investida, na mesma proporção do acréscimo na sua conta de investimentos.
D = Investimentos
C = Disponível
AJUSTES DE EXERCÍCIOS ANTERIORES
A  Lei  societária  determina  que  sejam  contabilizados  diretamente  na  conta  de  Lucros 
Acumulados sempre que tivermos efeitos decorrentes de:
 Mudança de critérios contábeis
 Retificação de erro imputável a determinado exercício anterior, e que não possam 
ser atribuídos a fatos subseqüentes.
Pelo  disposto  no  CPC  18  (R2),  item  10,  somente  a  parte  do  investidor  nos  lucros  ou 
prejuízos  gerados  pela  investida  é  devem  ser  reconhecidos  no  lucro  ou  prejuízo  do 
período do investidor. 
Adicionalmente  o CPC dispõe que  a  parte  do  investidor  nas mutações  do PL,  que  não 
pelo  resultado  do  período,  devem  ser  reconhecidas  de  forma  reflexa  diretamente  no 
patrimônio líquido do investidor.
Portanto,  quando  a  investida  efetuar  ajuste  de  exercícios  anteriores,  aumentando  ou 
reduzindo seu patrimônio, o ajuste proporcional na conta de Investimentos será lançado, 
de forma reflexa na conta de LUCROS ACUMULADOS.
Se aumentar PL na Investida
                                                                                     
D = Investimentos
C = Lucros Acumulados 
Se diminuir PL na Investida
                                                                                    
D = Lucros Acumulados 
C = Investimentos
OUTROS RESULTADOS ABRANGENTES
Quando a sociedade investida apresentar, no seu Patrimônio Líquido, Outros Resultados 
Abrangentes  em  decorrência  da  existência  de  reserva  de  reavaliação,ajustes  de 
avaliação  patrimonial,  ganhos  e  perdas  de  conversão,  etc.,  o  investidor  fará  o 
reconhecimento de forma reflexa, diretamente em contas de Patrimônio Líquido.
D = Investimentos em Coligadas ou Controladas
C = Outros Resultados Abrangentes de Coligadas – Cia. X
Caso apresente outros resultados abrangentes com saldo devedor, o  lançamento será o 
inverso.
EXERCÍCIOS Nº 1, 2 e 3
2.5  ­ MAIS VALIA, ÁGIO POR RENTABILIDADE FUTURA E GANHO POR COMPRA 
VANTAJOSA EM COLIGADAS E CONTROLADAS
Como  já  vimos,  segundo  o  CPC  18,  pelo  método  de  equivalência  patrimonial,  um 
investimento em coligada e em controlada é inicialmente reconhecido pelo custo e o seu 
valor  contábil  será  aumentado  ou  diminuído  pelo  reconhecimento  da  participação  do 
investidor  nos  lucros  ou  prejuízos  do  período  e  demais mutações  do  patrimônio  líquido 
gerados pela investida após a aquisição.
Pode ocorrer, entretanto, que o investidor, ao adquirir uma participação, o valor pago por 
essa participação ser diferente do valor patrimonial dessa participação. 
A  essa  diferença,  se  o  valor  pago  for maior  que  o  valor  patrimonial,  se  dá  o  nome  de 
mais­valia  de  ativos  líquidos,  ou  de  ágio  por  expectativa  de  rentabilidade  futura 
(Goodwill). Se o valor pago for menor que o valor patrimonial, a essa diferença se dá o 
nome de ganho compra vantajosa (ou deságio)
O pagamento a maior pode ocorrer considerando­se duas situações:
Os ativos da  investida,  líquidos dos passivos, mensurados a valor  justo  individualmente, 
valem mais que o valor contábil (mais­valia).
Paga­se mais até do que o valor justo dos ativos líquidos da investida, porque se esperam 
lucros acima do normal, paga­se por expectativa de rentabilidade futura (goodwill).
Quando os investimentos forem feitos por meio de subscrições em empresas coligadas e 
controladas  formadas  pela  própria  investidora,  não  surge  normalmente  qualquer  mais­
valia, ágio ou deságio, a não ser no caso de variação percentual de participação. Porém, 
quando  uma  sociedade  adquire  participações  de  empresas  já  existentes,  aí  sim,  pode 
surgir a figura da mais­valia, ágio ou deságio.
Como vimos, a diferença entre o valor pago e o valor contábil adquirido se configura de 
duas situações:
I. Diferença  de  valor  dos  ativos  líquidos  da  investida:  determinado  pela  diferença 
entre a soma do valor  justo dos ativos  líquidos  identificáveis e o valor contábil do 
patrimônio líquido da investida.
II. Rentabilidade  Futura  (Goodwill):  Diferença  entre  o  valor  justo  atribuído  ao 
negócio e o valor justo dos ativos líquidos da investida.
Para tanto, é necessário que, na data da aquisição das ações, a coligada ou controlada 
determine o valor justo dos ativos líquidos, bem como o valor contábil do seu patrimônio 
Líquido. 
Muito embora, a mais­valia (por diferença do valor justo dos ativos líquidos identificáveis) 
e o Ágio  (por  rentabilidade  futura  ­ goodwill),  integrem o saldo contábil do  investimento, 
sua  contabilização  deverá  ser  feita  em  contas  separadas  para  fins  de  controle  interno. 
Todavia,  quando  da  publicação  do  balanço  patrimonial,  somente  o  saldo  da  conta 
investimentos deverá ser publicado. 
Exemplo 1
Suponha que a empresa X adquira, por $ 12.000,00, 30% do patrimônio  líquido de uma 
investida Y que tenha um patrimônio Líquido de 30.000,00. 
A investida Y complementa com as seguintes informações:
1) O imobilizado vale $ 1.000,00 a mais do que o seu valor líquido contabilizado.
2) Existe uma patente criada pela própria empresa e por  isso não contabilizada que 
pode ser negociada, no mercado, por $ 1.200,00.
3) O excedente, portanto, é pagamento por expectativa de rentabilidade futura.
Exemplo 2
Suponha que a empresa X adquira,  por  $ 7.000,00,  30% do patrimônio  líquido de uma 
investida Y que tenha um patrimônio Líquido de 30.000,00. 
Exemplo 3
 
Suponha que a  empresa A  inicie  entendimentos  com os  acionistas  da  empresa B para 
comprar 40% de suas ações. O preço foi fixado em $ 60,00 por ação e o capital social da 
investida  é  formado  por  3.000  ações  ordinárias.  Para  determinação  do  valor  dos 
investimentos, a coligada emitiu um balanço patrimonial, cujo patrimônio líquido era de $ 
150.000,00. Considerando­se o valor justo dos ativos líquidos o Patrimônio Líquido seria 
de $ 170.000,00.
Pede­se: Classificar a sociedade investida
Contabilizar a operação
Exemplo 4
A Cia. Horizonte adquire 60% das ações da Cia. Marítima por $ 1.100. Os balanços das 
duas empresas, antes da aquisição de controle eram os seguintes:
Cia. Horizonte
ATIVO PASSIVO E PL
Ativos diversos                       1.300 Capital                                 1.300
 
Cia. Marítima
ATIVO PASSIVO E PL
Ativos diversos                       2.000 Passivos                                 800
Capital                                  1.200
A Cia. Horizonte ao adquirir as ações da Cia. Marítima considera que seus ativos, que se 
contabilizados e mensurados a valor  justo, corresponderiam a $ 2.500, mas os passivos 
de $ 800 (esse é  também o valor  justo dos passivos contabilizados) não registram uma 
contingência passiva avaliada em $ 200.
Após  a  contabilização  da  operação,  demonstre  o  novo  Balanço  Patrimonial  da  Cia. 
Horizonte.
REALIZAÇÃO DA MAIS­VALIA 
A mais­valia fundamenta­se na existência de ativos e passivos líquidos cujo valor justo é 
superior  ao  valor  contábil.  Dessa  forma  a  baixa  dessa  mais­valia  deve  ser  feita 
proporcionalmente à realização dos ativos e passivos que lhes deu origem, por exemplo:
 Estoques: quando da venda.
 Ativos Imobilizados: proporcionalmente à depreciação ou baixa.
 Ativos Intangíveis com vida útil definida: quando de sua amortização ou baixa.
Entretanto, existem outras condições que implicam na baixa da mais­valia, por exemplo: 
 Quando a investidora alienar o investimento
 Quando a investidor reconhecer perdas pela redução do investimento ao valor 
de recuperação.
Logicamente haverá a necessidade de se manter controles, até com certa complexidade, 
para permitir o acompanhamento do valor pelo qual os ativos e passivos que geraram o 
ágio ou o deságio estão sendo realizados em cada exercício para que se amortize a mais­
valia correspondente.
A  contrapartida  dessa  amortização  será  a  própria  conta  de  Resultado  de  Equivalência 
Patrimonial.  Justifica­se  este  procedimento  em  razão  de  que  a  realização  dessa  conta 
ajusta o resultado líquido da investida.
Exemplo
Suponha  que,  no  exemplo  3,  o  valor  justo  do  imobilizado  refere­se  a  máquinas  e 
equipamentos, cuja taxa de depreciação é de 10% ao ano.
ÁGIO POR EXPECTATIVA DE RENTABILIDADE FUTURA
Regra  geral,  o  ágio  por  expectativa  de  rentabilidade  futura  (goodwill)  em  coligadas  e 
controladas não pode mais ser amortizado. 
No caso de  investimento em coligadas, ele simplesmente permanecerá como sub conta 
até  a  baixa  do  investimento  por  alienação  ou  por  impairment  (redução  ao  valor 
recuperável de ativos). Segundo o CPC 18, o ágio não será testado separadamente em 
relação ao seu valor  recuperável. O valor contábil  total do  investimento é que é  testado 
como um único ativo.
No caso de investimento em controlada, também não é mais amortizado, mas o teste de 
impairment é feito de maneira isolada conforme a Interpretação Técnica CPC 09 (R1) 
IMPAIRMENT TEXT: Será visto em Contabilidade Financeira: Perdas Estimadas. 
2.6 ­ VARIAÇÃO DE PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO EM INVESTIMENTOS
       AVALIADOS PELO MEP
Ocorre quando:
 A  investida  aumenta  o  capital  com  emissão  de  novas  ações  e  a  investidora 
subscreve um percentual maior ou menor que o anteriormente detido.
 Perde percentual:quando não exerce o direito de subscrição
 Aumenta percentual: pela diluição na participação de outros acionistas  (outros 
acionistas não exercem o direito de subscrição)
EXERCÍCIOS Nº 4, 5, 6 e 7
2.7 ­ RESULTADOS NÃO REALIZADOS EM OPERAÇÕES INTERSOCIEDADES 
Os  resultados  não  realizados  ocorrem  quando  uma  sociedade  vende  bens  para  outra 
empresa do mesmo grupo, e esses bens, no final do exercício, ainda não foram vendidos 
a terceiros e, portanto, ainda estão no ativo da sociedade compradora.
As operações intersociedades não geram economicamente resultados, a não ser quando 
esses bens forem vendidos para terceiros. As diversas empresas de um mesmo grupo 
econômico  devem  ser  vistas  como  uma  única  entidade,  e  para  efeito  de  aplicação  do 
Método  de  Equivalência  Patrimonial,  os  resultados  não  realizados  decorrentes  de 
negócios de uma para outra empresa do mesmo grupo não devem ser computados.
Exemplo
A Cia.  Investida  adquiriu  100  unidades  de  determinada mercadoria  por  R$  50,00  cada 
uma. Em seguida  vende essas mercadorias  para  a Cia.  Investidora  por R$ 70,00  cada 
uma.  No  mesmo  exercício,  a  Cia.  Investidora  vende,  para  terceiros,  o  total  dessas 
mercadorias por R$ 100,00 cada uma.
Vejamos o impacto no resultado dessas companhias.
CIA. INVESTIDA CIA. INVESTIDORA CONSOLIDADO (TERCEIROS)
Venda (100 x 70,00)  7.000 Venda (100 x 100,00) 10.000 Venda (100 x 100,00) 10.000,00
Custo (100 x 50,00) (5.000) Custo (100 x 70,00) (7.000) Custo (100 x 50,00) (5.000,00)
Lucro  2.000 Lucro  3.000 Lucro 5.000,00
Neste caso não existem lucros não realizados, pois todas as mercadorias foram vendidas 
a terceiros, nada restando no ativo da compradora, portanto nenhum ajuste é devido.
Caso esses bens, ou parte deles, ainda permanecessem no ativo da compradora, aí sim, 
existem lucros não realizados em operações intersociedades.
 
Os  lucros não  realizados para  fins de aplicação do Método de Equivalência Patrimonial 
estão previstos na Lei 6.404/76, em seu art. 248, inciso I:
Art. 248.  No balanço patrimonial da companhia, os investimentos em coligadas ou em controladas e 
em outras sociedades que façam parte de um mesmo grupo ou estejam sob controle comum serão 
avaliados pelo método da equivalência patrimonial, de acordo com as seguintes normas: (Redação 
dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
I  ­  o  valor  do  patrimônio  líquido  da  coligada  ou  da  controlada  será  determinado  com  base  em 
balanço patrimonial ou balancete de verificação levantado, com observância das normas desta Lei, 
na mesma data, ou até 60 (sessenta) dias, no máximo, antes da data do balanço da companhia; no 
valor  de  patrimônio  líquido  não  serão  computados  os  resultados  não  realizados  decorrentes  de 
negócios  com  a  companhia,  ou  com  outras  sociedades  coligadas  à  companhia,  ou  por  ela 
controladas;
Vejamos os procedimentos previstos no CPC:
28.  Os  resultados  decorrentes  de  transações  ascendentes  (upstream)  e  descendentes 
(downstream)  entre  o  investidor  (incluindo  suas  controladas  consolidadas)  e  a  coligada  ou  o 
empreendimento controlado em conjunto devem ser reconhecidos nas demonstrações contábeis do 
investidor  somente  na  extensão  da  participação  de  outros  investidores  sobre  essa  coligada  ou 
empreendimento  controlado  em  conjunto,  desde  que  esses  outros  investidores  sejam  partes 
independentes do grupo econômico a que pertence a investidora. As transações ascendentes são, 
por exemplo, vendas de ativos da coligada ou do empreendimento controlado em conjunto para o 
investidor. As  transações  descendentes  são,  por  exemplo,  vendas  de  ativos  do  investidor  para  a 
coligada  ou  para  o  empreendimento  controlado  em  conjunto.  A  participação  do  investidor  nos 
resultados resultantes dessas transações deve ser eliminada.  
28A. Os resultados decorrentes de transações descendentes (downstream) entre a controladora e a 
controlada não devem ser  reconhecidos nas demonstrações contábeis  individuais da controladora 
enquanto  os  ativos  transacionados  estiverem  no  balanço  de  adquirente  pertencente  ao  mesmo 
grupo econômico. O dispositivo neste  item deve ser aplicado  inclusive quando a controladora  for, 
por sua vez, controlada de outra entidade do mesmo grupo econômico.
28B.  Os  resultados  decorrentes  de  transações  ascendentes  (upstream)  entre  a  controlada  e  a 
controladora  e  de  transações  entre  controladas  do  mesmo  grupo  econômico  devem  ser 
reconhecidos nas demonstrações contábeis da vendedora, mas não devem ser  reconhecidas nas 
demonstrações contábeis individuais da controladora enquanto os ativos transacionados estiverem 
no balanço de adquirente pertencente ao grupo econômico.
“Em  outras  palavras,  não  é  reconhecido  via MEP  a  parte  do  investidor  nos  lucros  não 
realizados gerados por  sua  investida,  igualmente  ao que  consta  na Lei, mas determina 
algo além da  lei: não permite  reconhecimento do  lucro no  investidor quando ele próprio 
tenha gerado em vendas para a controlada(s).” (FIPECAFI, Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, 
Atuariais e Financeiras. Manual de contabilidade societária. 2a ed., São Paulo: Atlas, 2013, pág. 229).
De acordo  com as  alterações  produzidas  pelo CPC 18  (R2)  e  ICPC 09  (R1),  tem­se  o 
seguinte:
COLIGADAS OU EMPREENDIMENTO CONTROLADO EM CONJUNTO  (CPC 18  (R2)  item 
28; ICPC 09 (R1) itens 48 a 54; itens 57 a 59)
1) Devem ser eliminados os  lucros não realizados resultantes de venda da Coligada 
para a Investidora ou da Investidora para a Coligada.
2) Deve ser eliminado apenas o lucro referente à participação da empresa investidora. 
O lucro referente à participação de terceiros é considerado realizado.
3) Na  venda  da  Coligada  para  a  Investidora,  o  lucro  não  realizado  é  deduzido  do 
Resultado de Equivalência Patrimonial.
upstream = transações ascendentes = venda da coligada para a investidora ou da
                    controlada para a controladora
downstream = transações descendentes = venda da investidora para a coligada ou
                         da controladora para a controlada
4) Na  venda  da  Investidora  para  a  Coligada,  o  lucro  não  realizado  é  eliminado  na 
linha do Resultado de Equivalência Patrimonial:
Resultado de Equivalência Patrimonial 100
(­) Lucros não realizados com Coligadas (10)
5) Na venda da Investidora para a Coligada, o lucro não realizado deve ser controlado 
em subcontas do valor do Investimento:
Investimento em Coligadas – Cia. A 100
(­) Lucros a realizar com Coligadas – Cia. A (10)
CONTROLADAS (CPC 18 (R2) item 28A; 28B; 28C; ICPC 09 (R1) itens 55 a 56B)
1) Devem ser eliminados os lucros não realizados resultantes de venda da Controlada 
para a Controladora ou da Controladora para a Controlada.
2) Na venda da Controlada para a Controladora, deve­se eliminar somente a parte do 
investidor nos lucros não realizados gerados pela controlada. (ICPC 09, item 56)
3) Na venda da Controlada para a Controladora, o lucro não realizado é deduzido do 
Resultado de Equivalência Patrimonial.
4) Na venda da Controladora para a controlada, deve­se eliminar 100% do lucro não 
realizado. (ICPC 09, item 55B)
5) Na venda da Controladora para a Controlada, o lucro não realizado é eliminado na 
linha do Resultado de Equivalência Patrimonial:
Resultado de Equivalência Patrimonial 100
(­) Lucros não realizados com Controladas (10)
6) Na  venda  da  Controladora  para  a  Controlada,  o  lucro  não  realizado  deve  ser 
controlado em subcontas do valor do Investimento:
Investimento em Controladas – Cia. A 100
(­) Lucros a realizar com Controladas – Cia. A (10)
Os  lucros  não  realizados  podem  recorrer  de  transações  envolvendo  qualquer  tipo  de 
ativo, sendo o mais comum o lucronão realizado em estoques.
Para melhor entendimento,  vejamos, através de exemplos, a apuração e contabilização 
dos lucros não realizados nos estoques.
Exemplo 1  – Lucros não  realizados em  transações de vendas de Coligada para  a 
Investidora
 A Cia.  Investida adquiriu 100 unidades de determinada mercadoria por R$ 50,00 cada 
uma. Em seguida  vende essas mercadorias  para  a Cia.  Investidora  por R$ 70,00  cada 
uma.  Vamos  admitir  que,  no  mesmo  exercício,  a  Cia.  Investidora  nada  venda  para 
terceiros, permanecendo, portanto, o  total das mercadorias no ativo da Cia.  Investidora, 
desconsiderando­se o efeito dos tributos sobre o lucro.
Vamos admitir, ainda, que a única movimentação no patrimônio líquido da Cia. Investida 
no período foi o Lucro Líquido do Exercício no valor de R$ 50.000,00 e que a participação 
da Cia. Investidora na Cia. Investida seja de 40%.
CIA. INVESTIDA CIA. INVESTIDORA
Venda (100 x 70,00)  7.000 Venda  ­
Custo (100 x 50,00) (5.000) Custo  ­
Lucro  2.000 Lucro ­
Deve ser eliminado apenas o lucro referente à participação da empresa investidora.
Lucro Líquido da Cia. Investida 50.000,00
(­)  Lucros Não Realizados  contidos  nos  estoques 
da Cia. Investidora (2.000,00)
Lucro Líquido Ajustado para fins de MEP 48.000,00
Percentual de Participação 40%
Receita de Equivalência Patrimonial  19.200,00
Contabilização
D = Investimentos em Coligadas 19.200,00
C = Resultado de Equivalência Patrimonial 19.200,00
Exemplo 2 – Lucros não realizados em transações de vendas da Investidora para a 
Coligada
Admitamos,  agora,  que  a  venda,  nas  condições  acima,  fosse  da  Investidora  para  sua 
Coligada.
CIA. INVESTIDORA CIA. INVESTIDA
Venda (100 x 70,00)  7.000 Venda  ­
Custo (100 x 50,00) (5.000) Custo  ­
Lucro  2.000 Lucro ­
Cálculo do Lucro não realizado
Lucro Líquido da Cia. Investida 50.000,00
Percentual de Participação 40%
Receita de Equivalência Patrimonial 20.000,00
Lucros Não Realizados contidos nos estoques da 
Cia. Investida 2.000,00
Percentual de Participação  40%
Lucros Não Realizados com coligadas 800,00
 
Contabilização
D = Investimentos em Coligadas 20.000,00
C = Resultado de Equivalência Patrimonial 20.000,00
D = Lucros Não Realizados com Coligadas  800,00
C = Lucros a Realizar com Coligadas 800,00
A  conta  Lucros  Não  Realizados  com  Coligadas  é  uma  conta  de  resultado  e  reduz, 
portanto,  o  resultado  do  Investidor  pelos  lucros  não  realizados  na  venda  para  sua 
coligada.
A  conta  Lucros  a  Realizar  com  Coligadas  é  uma  conta  redutora  de  Investimentos  em 
Coligadas.  Isto  significa  que  quando  a  investidora  vende  para  sua  coligada  e  recebe  o 
valor da venda é como se essa coligada estivesse devolvendo parte do investimento para 
a investidora.
Na Demonstração do Resultado do Exercício da Cia. Investidora, a representação será da 
seguinte forma:
 Resultado de Equivalência Patrimonial 20.000,00
(­) Lucros Não Realizados com Coligadas  (800,00)           19.200,00
No  Balanço  Patrimonial  da  Cia.  Investidora  o  valor  do  Investimento  ficará  assim 
demonstrado:
Investimentos em Coligadas Valor do Investimento
(­) Lucros a Realizar com Coligadas (800,00)
À  medida  que  o  Ativo  que  deu  origem  ao  lucro  não  realizado,  no  nosso  exemplo  os 
estoques,  forem realizados pelo uso, perda ou venda, o valor deve ser reconhecido nos 
Investimentos.
Supondo­se  que,  no  ano  seguinte,  a  Cia.  Investida  venda  para  terceiros  esses  ativos, 
deve­se proceder ao seguinte lançamento:
D = Lucros a Realizar com Coligadas 800,00
C = Lucros não Realizados com Coligadas 800,00
Note­se  que  o  lançamento  foi  invertido,  de  forma  que  o  valor  do  Investimento  passe  a 
apresentar o saldo que teria senão houvesse venda de mercadorias para a Cia. Investida.
Exemplo 3 – Lucros não realizados em transações de vendas de Controlada para a 
Controladora
Quando a Controlada vende para a Controladora, o procedimento é exatamente igual ao 
demonstrado no caso de venda da Coligada para a Investidora. Deve­se, apenas, tomar o 
cuidado  no  Balanço  Consolidado.  É  necessário  calcular  a  participação  dos  não 
controladores que têm direito à sua porcentagem sobre o lucro total da controlada. Para 
eles não importa se a venda foi feita para a Controladora.
Exemplo 4 – Lucros não realizados em transações de vendas de Controladora para 
a Controlada
O  item  28C  do  CPC  18  (R2),  de  acordo  com  a  ICPC  09  (R1)  determina  que  a 
Controladora  deverá  eliminar  o  total  do  lucro  não  realizado  em  suas  próprias 
demonstrações  individuais,  de  forma  a  produzir  o  mesmo  efeito  que  a  consolidação 
produziria no resultado e no patrimônio líquido.
Continuamos  com  o  mesmo  exemplo,  só  que,  agora,  a  Controladora  vende  para  a 
Controlada.  Vamos  admitir  que  a  participação  da  Controladora  na  Controlada,  seja  de 
60%.
Lucro Líquido da Cia. Controlada 50.000,00
Percentual de Participação 60%
Receita de Equivalência Patrimonial 30.000,00
Lucros Não Realizados contidos nos estoques da 
Cia. Controlada (2.000,00)
Resultado  da  Equivalência  Patrimonial  após 
eliminação 28.000,00
Em se tratando de controlada os lucros não realizados são totalmente eliminados.
Contabilização
D = Investimentos em Controladas 30.000,00
C = Resultado de Equivalência Patrimonial 30.000,00
D = Lucros Não Realizados com Controladas  2.000,00
C = Lucros a Realizar com Controladas 2.000,00
Na Demonstração do Resultado do Exercício da Cia. Controladora, a representação será 
da seguinte forma:
Resultado de Equivalência Patrimonial 30.000,00
(­) Lucros Não Realizados com Controladas  (2.000,00)           28.000,00
Exemplo 5 – Lucros não  realizados em  transações de vendas de  Investida para a 
Investidora com parte dos lucros já realizada
Nos exemplos anteriores, consideramos que a empresa compradora nada havia vendido 
a terceiros.
Vamos  considerar,  agora,  que  a  Cia.  Investidora  venda,  para  terceiros,  metade  das 
mercadorias adquiridas da Cia. Investida, a qual apurou, no exercício, um lucro líquido de 
R$ 50.000,00. 
1) Cálculo do Lucro Não Realizado
Venda da Cia. Investida para a Cia. Investidora 7.000,00
(­) Custo das Vendas na Cia. Investida (5.000,00)
Lucro Bruto na Cia. Investida 2.000,00
Margem de Lucro (Lucro Bruto ÷ Receita de Venda) 28,57143%
Cálculo do lucro contido nos estoques da Cia. Investidora
Estoque adquirido da Cia. Investida 7.000,00
(­) Estoque vendido a Terceiros (50%) (3.500,00)
Saldo em estoque na Cia. Investidora (50%) 3.500,00
Percentual da Margem de Lucro  28,57143%
Lucro não realizado contido nos estoques 1.000,00
Cálculo do Estoque na Cia. Investidora, sem lucro
Saldo do estoque na Cia. Investidora (50%) 3.500,00
(­) Lucro não realizado contido nos estoques (28,57143%) (1.000,00)
Estoque sem lucro ou o preço de custo para o grupo 2.500,00
Conciliação do estoque sem lucro
Estoque adquirido da Cia. Investida (sem lucro) 5.000,00
Estoque sem lucro (50%) 2.500,00
OU
Saldo remanescente no estoque 3.500,00
Lucro Não Realizado (Margem de Lucro 28,57143%) 1.000,00
2) Cálculo do Resultado de Equivalência Patrimonial
Lucro Líquido da Cia. Investida 50.000,00
(­) Lucros não realizados contidos nos estoques (1.000,00)
49.000,00
Percentual de participação  60%
Resultado de Equivalência Patrimonial 29.400,00
Contabilização
D = Investimentos em Controladas 29.400,00
C = Resultado de Equivalência Patrimonial 29.400,00
Exercício 1
Uma determinada sociedade empresária vendeu mercadorias para a sua controladora por 
R$ 300.000,00, auferindo um lucro de R$ 50.000,00. No final do exercício remanescia no 
estoque da controladora 50% das mercadorias adquiridas da controlada. O valor do ajuste 
referente ao  lucro não  realizado,para  fins de cálculo da equivalência patrimonial,  é de: 
(Exame de Suficiência­Bacharel em Ciências Contábeis­1ª ed.2011)
Solução
Exercício 2
A empresa A detém 20% do capital  total da empresa B. No exercício de X1, a empresa 
Investidora vende para a sua  investida um ativo com valor contábil de R$ 1.000.000,00 
por  R$  1.400.000,00.  O  tributo  sobre  esse  lucro  é  de  R$  150.000,00  de  forma  que  o 
resultado da investidora está afetado pelo valor líquido de R$ 250.000,00. Considerando­
se exclusivamente esta operação, e que o Lucro Líquido do exercício da Investida seja de 
R$  700.000,00  no  final  do  exercício  a  investidora  deverá,  eliminar  no  Resultado  de 
Equivalência Patrimonial o valor de: (ICPC 09, item 50­adaptada)
Solução
Exercício 3
A Cia. Georgia detém 80% do capital total da Cia. Atlanta. No decorrer do exercício de X1, 
a empresa controlada vende para sua controladora estoques de mercadorias no valor de 
R$  100.000,00,  obtendo  uma  margem  de  lucro  de  50%  nessa  operação.  Ao  final  do 
período, a controladora informa que havia repassado a terceiros por R$ 200.000,00, parte 
destes  estoques,  mantendo  ainda  em  seus  ativos  R$  20.000,00  relativos  a  essa 
aquisição. Considere que o lucro líquido apurado pela Cia. Atlanta, no final do exercício, 
foi de R$ 80.000,00
Ao  final  do  exercício  a  Cia.  Georgia  deve  eliminar  do  Resultado  de  Equivalência 
Patrimonial, o valor de:
Exercício 4
A Cia. Amazonas é controladora da Cia. Solimões e da Cia. Rio Negro, com as seguintes 
participações:
Cia. Solimões 85%
Cia. Rio Negro 65%
Em  31/12/X1,  o  patrimônio  líquido  da  Cia.  Amazonas  era  de  R$  800.000,00,  da  Cia. 
Solimões  era  de  R$  310.000,00  e  da  Cia.  Rio  Negro,  R$  430.000,00.  No  balanço 
patrimonial  de  31/12/X2  a Cia.  Solimões  obteve  um  lucro  de R$  52.000,00  e  propôs  a 
distribuição de 30% desse lucro para serem pagos em X3, enquanto que a Cia. Rio Negro 
obteve um lucro de R$ 58.000,00 e propôs a distribuição de 40% desse lucro para serem 
pagos, também, em X3.
Durante o ano de X2, a Cia. Amazonas vendeu, com uma margem de lucro de 30%, R$ 
45.500,00 em mercadorias para a Cia. Solimões e R$ 31.000,00 para a Cia. Rio Negro. 
Todas  as  vendas  da  controladora  para  as  controladas  ficam  nos  estoques  das 
controladas.
Ainda em X2, a Cia. Solimões vendeu mercadorias para a controladora e obteve um lucro 
de  R$  18.000,00,  enquanto  a  Cia.  Rio  Negro  obteve  um  lucro  de  R$  32.000,00  com 
vendas para a controladora. As mercadorias adquiridas das controladas foram revendidas 
para  terceiros  durante  o  ano  de X2,  pela  controladora. Os  investimentos  são  avaliados 
pelo MEP – Método da Equivalência Patrimonial.
Pede­se Calcular e Contabilizar o Resultado de Equivalência Patrimonial.

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