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AÇÃO PENAL

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AULA 01 - INQUERITO POLICIAL - INTRODUÇÃO E CARACTERISTICAS 
01 – CONCEITO DE INQUÉRITO POLICIAL 
É o conjunto de diligencias realizadas pela policia judiciária para apuração de uma infração penal 
e de sua autoria, a fim de que o titular da ação penal possa ingressar em juízo (artigo 4º, CPP). 
Trata-se de procedimento persecutório de caráter administrativo instaurado pela autoridade 
policial. Tem como destinatários imediatos o Ministério Público, titular exclusivo da ação penal 
pública (artigo 129, I, da CF), e o ofendido titular da ação penal privada (CPP, art. 30); como 
destinatário mediato tem o juiz, que se utilizará dos elementos de informação nele constantes, 
para o recebimento da peça inicial e para a formação do seu convencimento quanto à 
necessidade de decretação de medidas cautelares 
02 – POLICIA JUDICIÁRIA 
A policia é uma instituição de direito público destinada a manter a paz pública e a segurança 
individual. 
A doutrina apresenta a seguinte classificação para polícia: 
a) quanto ao lugar de atividade: terrestre, marítima ou aérea; 
b) quanto à exteriorização: ostensiva e secreta; 
c) quanto à organização: leiga ou de carreira; 
d) quanto ao objeto: 
- administrativa (ou de segurança): caráter preventivo, objetiva impedir a prática de atos lesivos 
a bens individuais e coletivos; atua com grande discricionariedade, independente de autorização 
judicial; 
- judiciária: função auxiliar à justiça (daí a designação), atua quando os atos que a polícia 
administrativa pretendia impedir que não foram evitados. 
Possui a finalidade de apurar as infrações penais e suas respectivas autorias, a fim de fornecer 
ao titular da ação penal elementos para propô-la. Cabe a ela o primeiro momento de atividade 
repressiva do Estado. Atribuída no âmbito estadual às polícias civis, dirigidas por delegados de 
policia de carreira, sem prejuízo de outras autoridades (art. 144, parágrafo 4º, CF); na esfera 
federal, as atividades da polícia judiciária cabem, com exclusividade, à polícia federal (CF, artigo 
144, parágrafo 1º, IV) 
03 - FINALIDADE 
A finalidade do inquérito policial é a apuração de fato que configure infração penal e a respectiva 
autoria para servir de base à ação penal ou às outras providencias cautelares. 
04 – INQUÉRITOS EXTRAPOLICIAIS 
O artigo 4º, parágrafo único, do Código de Processo Penal deixa claro que o inquérito realizado 
pela polícia judiciária não é a única forma de investigação criminal. 
Há outras, como, por exemplo, o inquérito realizado pelas autoridades militares para apuração 
de infrações de competência da Justiça Militar (IPM); as investigações efetuados pelas 
Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI), as quais terão poderes de investigação próprios 
das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, e 
serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelos Senado Federal, em conjunto ou 
separadamente, mediante 1/3 de seus membros, para apuração de fato determinado, com 
duração limitada no tempo (CF, art. 58, parágrafo 3º) ; o inquérito civil público, instaurado pelo 
Ministério Público para proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros 
interesses difusos e coletivos (CF, art. 129, III), e que, eventualmente, poderá apurar também a 
existência de crime conexo ao objeto da investigação; o inquérito em caso de infração penal 
cometida na sede ou na dependência do Supremo Tribunal Federal; o inquérito instaurado pela 
Câmara dos Deputados ou Senado Federal. 
A Lei n º 11.101/05 revogou o inquérito judicial presidido por juiz de direito visando à apuração 
de infrações falimentares. Atualmente, os juizes em qualquer fase processual, em casos de 
indícios de crime falimentar, cientificará o Ministério Público para providências. 
05 – CARACTERISTICAS DO INQUERITO POLICIAL 
As Características do Inquérito Policial, em resumo, seguem abaixo: 
a) Procedimento escrito – com fulcro no artigo 9º. do CPP não se concebe a existência de uma 
investigação verbal, sendo que as peças devem ser reduzidas a termo e rubricadas pelas 
autoridades competentes. 
b) Oficialidade – atividade investigatória deverá ser feita por órgãos oficiais, não podendo ficar 
a cargo do particular, ainda que a titularidade da ação penal seja atribuída pelo ofendido. 
c) Oficiosidade – Independente de provocação existe a atividade das autoridades, e diante da 
noticia de uma infração penal a Instauração do Inquérito Policial é obrigatória. 
d) Sigiloso – Nos termos do artigo 20 do CPP, o Inquérito Policial é sigiloso, ressalvada a atuação 
do Ministério Publico, bem como, o acesso dos advogados, nos termos do artigo 7º. , XIII, Lei nº 
8.906/94, nesse caso, somente haverá impedimento diante da decretação judicial do Sigilo. 
e) Autoritariedade – trata-se de característica prevista no texto constitucional, artigo 144º. § 4º., 
CF. De sorte que o Inquérito Policial, necessariamente, é presidido por autoridade pública . 
f) Indisponibilidade – O Inquérito Policial, nos termos do artigo 17º, CPP, não poderá ser 
arquivado por decisão d autoridade policial. Os casos de arquivamento do Inquérito Policial 
serão tratados nas aulas subseqüentes. 
g) Inquisitivo – Trata-se de procedimento investigativo, de forma que é secreto e escrito, não se 
aplicando os princípios do contraditório e da ampla defesa. O s únicos Inquéritos que admitem 
o contraditório e a ampla defesa são: Inquérito instaurado pela Policial Federal, a pedido do 
Ministro da Justiça, visando a expulsão de estrangeiro ( Lei nº 6.815/80, artigo 70º.) 
AULA 02 - OUTRAS CARACTERISTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL E PROCEDIMENTO 
DE INVESTIGAÇÃO NA LEI 9.099/95 
1 – VALOR PROBATÓRIO DO INQUERITO POLICIAL 
O Inquérito Policial tem conteúdo informativo, tendo por finalidade fornecer ao Ministério 
Público o Ofendido elementos necessários para propositura da ação penal. No entanto, se o 
valor probatório é relativo, na medida em que as informações não são colhidas sob a égide do 
contraditório e ampla defesa. Em razão disso a confissão extra judicial, por exemplo, terá 
validade apenas como elemento de convicção do juízo. 
2 – VICIOS DO INQUÉRITO POLICIAL 
Considerando que o Inquérito Policial possui características meramente informativas destinado 
a formação da opnio delicti, seus vícios não acarretam nulidades processuais. No entanto, no 
que se refere as irregularidades tais como: auto de prisão em flagrante ou auto de busca e 
apreensão irregular, teremos que as referidas irregularidades poderão gerar a invalidade e a 
ineficácia dos atos inquinados. 
3 – PROCEDIMENTO INVESTIGATIVO – JUIZADO ESPECIAL – LEI 9.099/95. 
Em se tratando de crime de menor potencial ofensivo, conforme a definição atribuída pela Lei 
9099/95, o Inquérito Policial é substituído por simples boletim de ocorrência circunstanciado, 
lavrado pela autoridade policial, denominado “termo circunstanciado” no qual constará uma 
narração sucinta dos fatos, bem como, a indicação da vitima, do autor e das testemunhas, no 
máximo no número de 3 (Três). 
Lavrado o Termo, este será imediatamente encaminhado ao juizado de pequenas causas 
criminais. 
4 – DISPENSABILIDADE DO INQUÉRITO POLICIAL 
O Inquérito Policial não é fase obrigatória a persecução penal, podendo ser dispensado caso o 
Ministério Público ou o ofendido já disponha de suficientes elementos para propositura da ação 
penal, conforme dispõe os artigos 12º., 27º., 39º., e 46º. do CPP. 
5- INCOMUNICABILIDADE NO INQUÉRITO POLICIAL 
Trata-se de aspecto que visa impedir a comunicação do preso com terceiros que venham 
prejudicar á apuração dos fatos, podendo ser imposta quando o interesse da sociedade ou a 
conveniência da investigação o exigir. O artigo 21º. do CPP, prevê que incomunicabilidade do 
preso não excederá de 3 (três) dias e será decretada por despacho fundamentado do juiz, a 
requerimento a autoridade policialou do órgão do Ministério Público, respeitadas as 
prerrogativas dos advogados. 
Em contra partida, para muitos doutrinadores, a incomunicabilidade do preso é 
constitucionalmente vedada (artigo 136º § 3º., IV). De qualquer sorte, é importante ressaltar 
que a incomunicabilidade não se estende jamais ao advogado, nos termos do artigo 7º. III, do 
EOAB. 
AULA 03 - FORMAS DE INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL 
1 – Notitia Criminis 
É com base na notitia criminis (Noticia do Crime) que se dá o inicio das investigações. Da´-se o 
nome de notitia criminis ao conhecimento espontâneo ou provocada por parte da autoridade 
policial de um fato aparentemente criminoso. A notitia criminis pode ocorrer de três maneiras: 
a) Notitia Criminis de cognição direta, imediata, espontânea ou inqualificada – a autoridade 
toma conhecimento do fato através de sua atividade rotineira, de jornais, investigações pela 
descoberta ocasional, denuncias anônimas (delação apocrífa). 
b) Notitia Criminis de cognição indireta ou mediata, provocada ou qualificada – a autoridade 
toam conhecimento através de um ato formal, qual seja, a delatio criminis (artigo 5º, II, CPP e 
§§ 1º. e 5º.), requisição de autoridade judiciária do Ministério Público (artigo 5º, II ,CPP) e 
requisição do Ministro da Justiça (artigo 7º. § 3º., “b”, CP e artigo 141º. , I c/c . § único do artigo 
145) e representação do ofendido (artigo 5º, § 4º. do CPP). 
c) Notitia Criminis de cognição coercitiva – trata-se dos casos de prisão em flagrante (artigo 
322º. CPP), em que a noticia do crime se dá com a apresentação do autor. Importante frisar que 
se o modo de Instauração é comum a qualquer espécie de infração seja qual for o tipo de ação, 
pública incondicionada, pública condicionada a representação ou, até mesmo, privada. 
2- INÍCIO DO INQUÉRITO POLICIAL 
Neste tópico, vamos tratar a respeito do início do Inquérito Policial considerando as 
peculiaridades presentes em cada espécie de ação penal, ou seja, ação penal publica 
incondicionada, pública condicionada a representação e privada. 
a) Crime de Ação Penal Pública Incondicionada 
O Inquérito Policial poderá ser instaurado de duas formas: 
- De Ofício – A Autoridade tem obrigação de instaurar o Inquérito policial, independente de 
provocação, sempre que tomar conhecimento imediato e direto, o mesmo, nos casos de prisão 
em flagrante. O ato de instauração, que é a portaria deverá conter o esclarecimento das 
circunstâncias conhecidas, local, dia, hora, autor, vitima, testemunhas e a capitulação da 
infração penal. Cumpre anotar, por fim, que a autoridade policial não poderá instaurar o 
Inquérito senão houver justa causa, por exemplo, o fato não configurar, nem em tese, ilícito 
penal, quando estiver extinta a punibilidade ou quando não houver sinais de existência do fato. 
- Por requisição da autoridade Judiciária ou do Ministério Público – Ocorre nas hipóteses 
apresentadas na redação do artigo 40º., CPP. Tanto Ministério Público como o Poder Judiciário 
poderão conhecer diretamente de autos ou papéis que evidenciem a pratica de ilícito penal e 
requisitar a autoridade policial a Instauração do Inquérito. Nesses casos, a Autoridade Policial 
não pode se recusar a instaurar o Inquérito, pois a requisição tem natureza de determinação, de 
ordem, muito embora inexista subordinação hierárquica. 
Ainda a respeito do assunto temos a delatio criminis, que consiste na comunicação de um crime 
feita pela vitima a qualquer do povo. A doutrina distingue a “delação simples” da “delação 
postulatória” em que se dá a notícia do fato com todas as circunstâncias, individualização do 
suspeito, a indicação de seus sinais característicos, a indicação de testemunhas e outros meios 
de prova (artigo5º. II, § 1º. e alíneas do CPP). 
Caso autoridade policial indefira a instauração caberá recurso ao Secretário de Negócios da 
Segurança Pública ou ao Delegado de Policia Geral (artigo5º §2º, CPP). Se for policia federal, 
caberá recurso para Superintendência deste órgão. 
Em relação a delação anônima, a entendimentos que a consideram valida desde que tomadas 
as cautelas. Em contrapartida, a entendimentos que opinam como sendo invalida diante da 
redação apresentada pelo artigo 5º, CPP que veda o anonimato. 
b) Crime de Ação Penal Pública Condicionada 
O Inquérito Policial será instaurado mediante duas espécies de representação: 
- Representação do Ofendido ou de seu representante legal – Se o crime for de ação penal 
pública condicionada a representação, o inquérito policial somente poderá ser instaurado diante 
do oferecimento desta. Trata-se do principio da oportunidade, ou seja, a manifestação do 
ofendido informa a ação penal pública condicionada até o momento do oferecimento da 
denuncia. 
A representação consiste em simples manifestação de vontade da vitima ou de quem 
legalmente a representa no sentido de autorizar a persecução. 
- Requisição do Ministro da Justiça – no caso de crime cometido por estrangeiro contra 
brasileiro, fora do Brasil; no caso de crimes contra honra, pouco importando se cometidos 
publicamente ou não, contra chefe de governo estrangeiro; no caso de crime contra honra em 
que o presidente da República for ofendido; em algumas hipóteses previstas na Lei de Imprensa, 
no código penal militar. A requisição deve ser encaminhada ao chefe do Ministério Público, o 
qual poderá, desde logo, oferecer a denuncia ou requisitar diligências a polícia. 
c) Crime de Ação Penal Privada 
Em se tratando de crime de ação penal privada nem autoridade judiciária, nem o Ministério 
Público podem requisitar a instauração de Inquérito Policial, sendo que esta depende de 
requisição do Ofendido, seja verbal ou escrita. 
O Inquérito Policial deve ser instaurado num prazo que possibilite sua conclusão e o 
oferecimento da denuncia ou queixa, respeitado o prazo decadencial de seis meses a contar da 
data do fato. Se o requerimento de instauração for indeferido nada impede a interposição de 
Recuso para o Secretário de Segurança Pública. 
 AULA 04 - FASES DO INQUÉRITO POLICIAL 
1- PEÇAS INAUGURAIS DO INQUÉRITO POLICIAL 
O Inquérito Policial pode ser instaurado através de: 
a) Portaria – Quando instaurado ex-officio. 
b) Auto de prisão em flagrante – qualquer espécie de infração penal (cognição coercitiva) 
c) Requerimento do Ofendido ou de seu representante - ação penal privada ou pública 
incondicionada. Quando for pública condicionada, o requerimento será recebido como 
representação. 
d) Requisição do MP ou da Autoridade Judiciária – Nos casos de ação penal pública 
incondicionada ou condicionada a representação. 
e) Representação do Ofendido ou de seu representante legal – Nos casos de ação penal pública 
condicionada. 
2 – INDICIAMENTO 
Trata-se da imputação da pratica de um ato ilícito penal sempre que houver razoáveis indícios 
de sua autoria e materialidade. Declara-se o mero suspeito como sendo o provável autor da 
infração penal. 
O indiciado deverá ser interrogado pela Autoridade Policial, que poderá, para tanto, conduzi-
lo coercitivamente a sua presença no caso de descumprimento injustiçado de intimação. O 
indiciado não está obrigado a responder as perguntas e o delegado não é obrigado a nomear 
advogado na oportunidade do interrogatório, mas somente permitir ao preso para que, 
querendo, entre em contato com seu advogado. O interrogatório não precisa ser presenciado 
por testemunha, mas seu termo deve conter a assinatura de duas testemunhas, do delegado 
e do indiciado. 
Se o interrogado não quiser, não puder ou não souber assinar tal circunstância deverá ser 
consignada no termo (artigo 195º, CPP) 
3 – ENCERRAMENTO 
No encerramento não se coloca opiniões, nem julgamentos, porém, indica testemunhas e 
diligências não realizadas. Justificando as razões da classificação sem que o Ministério Público 
se vincule a esta, tão pouco ficará adstrito a classificaçãocriminal realizada. 
4- PRAZO DO INQUÉRITO POLICIAL 
Nos termos do artigo 10º, do CPP, quando o indiciado estiver em liberdade, a autoridade policial 
deverá concluir as investigações no prazo de 30 (trinta) dias, contados do recebimento da notitia 
criminis. O § 3º. do mesmo artigo permite a prorrogação do prazo, desde que, o fato seja de 
difícil elucidação. 
Mesmo que finalizado o Inquérito Policial, o Ministério Público poderá devolvê-lo para novas 
diligências (artigo16º, CPP), o que deve ser aplicado em analogia ao ofendido em ação de sua 
iniciativa. 
Caso o juiz entenda que as diligências complementares são desnecessárias, não pode indeferir 
a volta dos autos a polícia e ficaria sujeito ao Recurso de Correição Parcial. o Procedimento 
correto, nesse caso, é o previsto no artigo 28º do CPP, ou seja, o juiz deverá remeter os autos 
ao Procurador Geral de Justiça para que este insista na diligência ou nomeie, desde logo, outro 
Promotor para oferecer a denuncia. Obviamente, esta regra não se estende ao titular da Ação 
Privada, já que não há qualquer motivo para que o juiz indefira o pedido de retorno dos autos a 
delegacia de origem para novas diligências. Assim, em se tratando de Ação Penal Pública, o juiz 
exerce uma função anormal: a de fiscal do Principio da Obrigatoriedade da Ação Penal, o qual, 
não informa a Ação Penal Privada. 
Se o indiciado estiver preso, o prazo para conclusão do Inquérito é de 10 (dez) dias, contados 
da efetivação da prisão. tal prazo em regra, é improrrogável. Mas, não configura 
constrangimento ilegal a demora razoável do procedimento, em casos de diligências 
imprescindíveis ou presença de muitos réus. 
Se for decretada a prisão temporária, o tempo de prisão será acrescido do prazo para 
encerramento do Inquérito Policial (10 dias) para conclusão das investigações. 
Tratando-se de Inquérito instaurado a requerimento do ofendido para apuração de crime de 
Ação Privada, uma vez concluídas as investigações, os autos serão remetidos ao juízo 
competente, onde aguardarão o impulso de quem de direito. Não há disposição legal sobre a 
necessidade de intimação do ofendido. Assim, é conveniente que acompanhe o desenrolar das 
investigações a fim de observar o prazo estabelecido no artigo 38 do CPP. 
5 – ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL 
O arquivamento do Inquérito Policial somente cabe ao juiz, a requerimento do Ministério 
Público (artigo 28º. do CPP), que é o exclusivo titular da Ação Penal Pública. O juiz não pode 
determinar, sem o requerimento do Ministério Público, o arquivamento do Inquérito Policial, se 
o fizer, da decisão caberá recurso de Correição Parcial. 
O despacho de arquivamento é irrecorrível. Cabe ressalvar os crimes contra economia popular 
(Lei nº1.571/51) nesses casos, da decisão cabe Recurso Oficial. E, também, no caso das 
contravenções previstas nos artigos 58 e 60 do DEC Lei nº 6.259/44, nesses casos, da decisão 
caberá Recurso em Sentido Estrito. 
A decisão de arquivamento com fundamento na ausência de provas não faz coisa julgada, já 
que o procedimento poderá ser reaberto. No entanto, a decisão de arquivamento que decidir 
no mérito, como por exemplo, reconhecer a atipicidade do fato, não permite a reabertura do 
Inquérito Policial. 
Nos casos de Ação Penal Privada, não há necessidade do ofendido solicitar o arquivamento do 
Inquérito, se, porventura, entender que não há elementos para dar inicio ao processo, basta 
deixar que o prazo decadencial transcorra sem o oferecimento da Queixa-Crime. 
AULA 05 - DIREITO DE AÇÃO E TEORIAS 
01 – DIREITO DE AÇÃO 
O instituto da ação, na teoria geral do processo, deve ser estruturado no que lhe é básico 
e essencial, na teoria geral do processo. A ação é um direito subjetivo processual que 
surge em razão da existência de um litígio, seja civil ou penal. 
Ante a pretensão insatisfeita de que o litígio provém, aquele cuja exigência ficou desatendida 
propõe a ação, a fim de que o Estado, no exercício da Jurisdição, faça justiça, compondo, 
segundo o direito objetivo, o conflito intersubjetivo de interesses em que a lide se 
consubstancia. 
Abolida a autodefesa, ou seja, a resolução privada dos conflitos de interesses, cabe ao Estado a 
função jurisdicional de dar a cada um o que é seu, aplicando o direito objetivo à situação 
conflituosa. 
Para poder exercer a função de administrar a justiça, um dos fins do Estado, este põe a 
disposição de todos os órgãos promovê-la, uma vez que o Estado proibiu aos particulares a 
realização da justiça com as próprias mãos. 
O particular, ou seja, qualquer pessoa, tem o direito de invocar a prestação jurisdicional do 
Estado já que a este cabe administrar a justiça. 
Destaca-se, assim, diante do inciso XXXV, do artigo 5º, da Constituição Federal, a função 
jurisdicional do Estado, na medida em que visa aplicar a lei a uma hipótese controvertida 
mediante processo regular, produzindo, afinal, coisa julgada, com o que substitui, 
definitivamente a vontade das partes. 
Esse direito à prestação jurisdicional estende-se também ao Estado- Administração quando a 
este não é permitido a auto-execução de determinados atos e funções, como ocorre, por 
exemplo, com o direito de punir. 
O direito de punir, jus puniendi, que é de natureza administrativa, mas de coação indireta diante 
da limitação da autodefesa estatal, obriga o Estado Administração a comparecer perante o 
Estado Juiz para propor a ação penal para que seja ele realizado. A ação é, assim, um direito de 
natureza pública, que pertence ao indivíduo, como pessoa, e ao próprio Estado, enquanto 
administração, perante os órgãos destinados para tal fim. 
02- TEORIA SOBRE O DIREITO DE AÇÃO 
Há várias teorias para fins de definição da natureza jurídica do direito de ação. 
Numa concepção tradicional, advinda do direito romano, Coutoure afirmava que a ação seria o 
próprio direito material, substancial, reagindo contra ação ou violação, seria o próprio direito 
em movimento. 
Savigny afirmava que a ação e direito material constituíam uma só e mesma coisa; o direito de 
agir, além de não ser autônomo, se constituiria em um direito de ordem privada, uma relação 
entre as partes em razão de um negócio jurídico. 
Esse conceito privativista da ação passou porém a ser veementemente combatido com a 
polêmica de Windscheid e Muther. Windscheid passou a afirmar que a ação não é um direito 
exigido em juízo, mas o poder de exigir algo de outrem, o poder de pretender alguma coisa de 
alguém, criando assim o conceito de pretensão. 
De outro lado, Muther mostrou a distinção entre o direito lesado e o direito de agir. Segundo 
ele, a ação, mesmo no direito romano não consistia um direito do autor contra o réu, mas um 
verdadeiro direito contra o Estado. É o direito de reclamar, de exigir do Estado-Juiz para que 
este torne respeitado o direito violado. O Estado, iniciada a ação, é quem tem direito contra o 
réu. 
Chiovenda trouxe, então, a teoria de que a ação é um direito potestativo, ou seja, o poder 
jurídico de realizar as condições para atuação da lei, ou seja, de influir, com a própria 
manifestação de vontade, sobre a situação de outro sujeito, sem o concurso de vontade deste. 
A ação seria, assim, um direito potestativo, exercido em relação ao adversário, que nada pode 
fazer para impedi-lo, visando à produção de efeitos jurídicos. 
Por fim, Degenkolb e Plóz estruturaram a teoria da ação como direito abstrato, ou seja, um 
poder jurídico independente do fundamento ou da falta de fundamento da pretensão. Nesse 
sentido, não importa a existência ou não do direito material, o réu não pode impedir que o autor 
ingresse em juízo com ação, o direito de ação é independente do direito material, que pode 
existir ou não quando proposta a ação. 
Atualmente, esta é a doutrina mais aceita, em que pesem as críticas quanto ao termo “abstrato” 
para designar poder jurídico, independente de fundamento ou faltade fundamento da 
pretensão. 
03 – CARACTERÍSTICAS E CONCEITO 
O direito de ação é autônomo, porque não se confunde com o direito subjetivo material que 
ampararia a pretensão deduzida em juízo, pois, se fosse assim, não se poderia compreender 
como sendo direito de ação o que foi, ao final, julgado improcedente. 
A ação tem um conteúdo próprio e totalmente diverso do direito material a que esta ligado. 
Entende-se como sendo o destinatário da ação não o sujeito passivo, mas sim, o Estado, 
representado pelo órgão judiciário, a quem se endereça o pedido sobre a pretensão. 
O direito de ação é abstrato, na medida em que independe do resultado final do processo, de 
que o autor tenha ou não razão, ou de que obtenha ou não êxito no que pretende. 
O direito de ação é instrumental, na medida em que possui por finalidade atingir a jurisdição por 
meio do processo para composição da lide. Esse direito instrumental, porém, só existe porque 
é conexo ao caso concreto, pois ingressa-se em juízo pretendendo algo específico. 
A ação é um direito subjetivo, pois seu titular pode exigir do Estado-Juiz a prestação jurisdicional 
e é um direito público, pois serve para a aplicação do direito público que é o de provocar a 
atuação jurisdicional. 
04 – CONDIÇÕES DA AÇÃO 
Considerando que o direito agir é conexo a uma pretensão e, portanto, ligado a uma situação 
jurídica concreta, subordina-se ele a condições. As condições da ação se relacionam com a 
pretensão a ser julgada e devem ser apreciadas antes do julgamento sobre procedência ou 
improcedência, são elas: 
- possibilidade jurídica do pedido; 
- interesse de agir (legítimo interesse); 
- legitimidade de parte (legitimação para agir) 
A possibilidade jurídica do pedido se refere à providencia admitida pelo direito objetivo. 
Somente quando o direito objetivo material admitir o pedido é que alguém poderá ser titular 
do direito de ação. Temos que o artigo 295, parágrafo único, III, do Código de Processo Civil, 
considera inepta a petição inicial quando o pedido for juridicamente impossível. 
O interesse de agir consiste na formulação de uma pretensão necessária e adequada à satisfação 
do interesse contido no direito subjetivo de que se diz titular. Por isso, se diz que são os 
requisitos para existência do interesse de agir: necessidade e adequação. 
A necessidade se refere à utilização das vias jurisdicionais e a adequação do provimento e do 
procedimento. 
A legitimidade de parte (legitimação para agir ou legitimatio ad causam) possui fundamento no 
artigo 6º, do Código de Processo Civil, o qual determina que ninguém poderá pleitear em nome 
próprio direito alheio, salvo quando autorizado por lei. 
05 – CONCEITO 
Considerando os conceitos, características e condições da ação, temos, agora, que conceituar 
“ação penal”. Considerando que o direito de punir é aplicado pelo Estado, a ação penal consiste 
na atuação correspondente ao direito à jurisdição, que se exercita perante os órgãos da Justiça 
Criminal, ou seja, é o direito de invocar o Poder Judiciário para aplicar o direito penal objetivo. 
A natureza jurídica da ação penal não se diferencia em qualquer aspecto da natureza jurídica da 
ação civil, sendo que seu pressuposto é o litígio, ou a pretensão insatisfeita surgida com a prática 
de um ilícito penal. 
06- CONDIÇÕES 
O artigo 43, III, do Código de Processo Penal, exige, para o recebimento da denúncia ou queixa, 
a presença das condições exigidas pela lei, ou seja, condições genéricas e específicas para o 
exercício desse direito, inclusive, no campo penal. 
As condições gerais, de admissibilidade do julgamento da lide, denominadas condições da ação, 
são as mesmas do direito de ação civil, quais sejam, possibilidade jurídica do pedido, interesse 
de agir e legitimação ad causam. As condições especiais são exisgidas pelas peculiaridades que 
apresenta o funcionamento da justiça penal, conforme a espécie da ação penal. Ambas, gerais 
e especiais, compõem as chamadas condições de procedibilidade. 
Em primeiro lugar, exige-se a possibilidade jurídica do pedido, ou seja, é necessário que seja 
admissível, em tese, o direito objetivo-material reclamado no pedido de prestação jurisdicional 
penal. O pedido é impossível quando não se pode instaurar ação penal se o fato narrado na 
denúncia não constituir crime – artigo 43, I, CPP – no mesmo sentido, não se pode pedir a 
imposição de pena a caso que não possui correspondência legal como sendo crime. 
Há legitimação para agir quando a parte é titular de um dos interesses do litígio. Na ação penal, 
a parte legítima, como sujeito ativo, é apenas o Estado- Administração, único titular do direito 
de punir. 
No entanto, a lei, em algumas situações, outorga o direito de exercer a ação ao ofendido na ação 
privada. Nesses casos, ocorre legitimação extraordinário ou substituição processual, em que a 
lei autoriza alguém a propor a ação em nome próprio na defesa de interesse alheio, no caso do 
Estado. 
Outrossim, deve-se observar a legitimidade passiva para configurar no pólo da ação, sendo que 
esta deve ser proposta em face do autor do fato. Evidentemente, que falta legitimação quando 
a denúncia imputa crime à testemunha, à menor, à parlamentar em gozo das imunidades. 
Há parte da doutrina que menciona as condições negativas da ação, tais como, coisa julgada, 
decadência e renuncia, porém, essas condições podem ser consideradas como pressupostos 
processuais. 
07- CONDIÇÕES OBJETIVAS DE PUNIBILIDADE 
Não há disposição expressa na lei brasileira a respeito das chamadas condições objetivas de 
punibilidade. Há casos, porém, em que a punibilidade, por razões de política criminal, esta na 
dependência do aperfeiçoamento de elementos ou circunstancias não encontradas na descrição 
típica do crime e exteriores à conduta. 
Tratam-se das chamadas condições objetivas porque independem, para serem considerados 
como condições para a punibilidade, de estarem cobertadas pelo agente. Deve-se entender que, 
constituindo-se a condição objetiva de punbilidade de acontecimento futuro e incerto, não 
coberto pelo dolo do agente, é ela exterior ao tipo e, em conseqüência, ao crime. 
São exemplos de condições objetivas de punibilidade: sentença declaratória de falência nos 
crimes falimentares, nas quais a ação é anterior à decisão, desde que a conduta típica não tenha 
sido causa da quebra; a circunstancia do fato ser punível no país em que foi praticado e estar 
incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição nos crimes praticados 
fora do território nacional (artigo 7º, p. 2º, b e c, do CP). 
A inexistência de condição objetiva de punibilidade impede a instauração da ação penal mas, 
proposta esta, há decisão de mérito. 
Não se confundem as chamadas escusas absolutórias, em que não se impõe a pena em casos 
especiais por circunstancias especiais do agente ou em decorrência de seu comportamento 
posterior, tal como é previsto nos artigos 181, incisos I e II, e 348, p. 2º, imunidades referentes 
aos crimes contra o patrimônio e favorecimento pessoal, respectivamente. 
08 – CONDIÇÕES DE PROCEDIBILIDADE 
As condições de procedibilidade são as que condicionam o exercício da ação penal, possuem 
caráter processual e atêm somente à admissibilidade da persecução penal. 
São condições de procedibilidade: a entrada do agente no território nacional no caso de crime 
praticado no exterior – artigo 7º, p. 2º, a, do CP – requisição do Ministro da Justiça nos crimes 
contra honra previstos no Código Penal contra o Presidente da República ou contra chefe de 
governo estrangeiro – artigo 145, parágrafo único, do CP – a representação do ofendido em 
determinados crimes – artigos 130, 140, c.c. 141, II, 147, 151, do CP – o transito em julgado da 
sentença em que ocorreu falso testemunho ou falsa perícia para se instaurar inquérito policial 
e ação penal contra o autor desse delito. 
Ascondições de procedibilidade podem atuar sobre o mérito, sobre a ação ou sobre o processo, 
tudo dependendo dos efeitos que a lei lhes der, o momento em que são reconhecidas pelo juiz 
ou em razão de outras circunstancias. A falta de representação do ofendido, por exemplo, dá 
causa à absolvição na ocasião do recebimento da denúncia ou na ocasião do prolatação da 
sentença de mérito e, na ausência desta, declarar extinta a punibilidade. 
09- PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS 
Os pressupostos processuais dizem a respeito da existência do processo e à validade da relação 
processual. 
Ou seja, para que exista, juridicamente, um processo penal, se faz necessária uma demanda 
onde se exteriorize uma pretensão punitiva ou de liberdade, um órgão investido de jurisdição e 
partes que tenham personalidade jurídica processual válida são: correta propositura da ação, 
feita perante autoridade jurisdicional, por uma entidade capaz de ser parte em juízo. 
De outro lado, mencionam-se os pressupostos de validade do processo que inexistem quando 
há vício ou defeito de atos processuais. Refere-se à doutrina, como exemplos: falta de 
pressuposto de validade, litispendência, coisa julgada, perempção, ausência de tentativa de 
conciliação. 
10- CLASSIFICAÇÃO 
Diante de seu conteúdo e, seguindo a Teoria Geral do Processo, as ações distinguem-se em: 
conhecimento – declaratória, constitutiva e condenatória – cautelares e ações executivas. 
A ação penal de conhecimento é aquela em que a prestação jurisdicional consiste numa decisão 
sobre situação jurídica disciplinada no Direito Penal. 
São exemplos de ação penal declaratória: hábeas corpus preventivo, em que o pedido é de 
declarar a existência de uma ameaça à liberdade de locomoção. 
Trata-se de ação penal constitutiva aquela destinada a criar, extinguir ou modificar uma situação 
jurídica sob a regulamentação do direito penal ou formal, apontam-se como exemplos as 
referentes ao pedido de homologação de sentença penal estrangeira e o de revisão criminal 
(que é uma rescisória no campo penal) 
No que se refere à ação penal condenatória, destacadamente a mais relevante no campo penal, 
é a que tem por objetivo o reconhecimento de uma pretensão punitiva ou aplicação de medida 
de segurança, para que seja imposto ao réu o preceito sancionador da norma incriminadora. 
A ação penal executiva ocorre quando há execução de pena de multa (164 e 170, da LEP). 
Prevalece o entendimento doutrinário de que a execução das demais penas é feita de oficio, 
sem citação e, portanto, não há que se falar, nessas hipóteses, em ação executiva, mas de 
prolongamento da ação penal condenatória. 
A ação cautelar, em que há a antecipação provisória das prováveis conseqüências de uma 
decisão de ação principal em que se procura afastar o periculum in mora assegurando-se a 
eficácia futura desse processo, possui, como exemplos: perícia complementar – artigo 168, CPP 
– prisão preventiva – artigo 311, CPP. 
Outra classificação empregada à ação penal leva em consideração o titular do direito de agir, 
tendo assim, a seguinte classificação: ação penal pública e ação penal privada. A primeira é, 
também, classificada em pública condicionada à representação e incondicionada. Essa 
classificação será tratada nas aulas seguintes. 
 AULA 06 - AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA 
AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA 
• CONCEITO 
Toda Ação Penal é pública, em princípio, pois é ela um direito subjetivo perante o Estado-Juiz. A 
distinção que se faz de ação pública e ação privada se estabelece em razão da legitimidade para 
agir: se é promovida pelo próprio Estado-Administração, por intermédio do Ministério Público, 
é ela ação penal pública; se a lei defere o direito de agir à vítima, é ação penal privada. 
O artigo 24 do CPP, dispõe que: “Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia 
ao Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça 
ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo”. 
Na nossa legislação, a ação penal pública incondicionada, promovida pelo Ministério 
Público distinguem-se, assim, desde que não haja manifestação da vontade da vítima ou 
qualquer pessoa, da ação penal pública condicionada, em que o órgão oficial depende, para a 
propositura, da representação da vítima ou da requisição do Ministério da Justiça, conforme 
dispõe a Lei. Observando-se que , em decorrência da Lei nº 8.699/93, foi acrescentado o artigo 
24º. § 2º. (sem que numerasse o parágrafo único como primeiro), o qual dispões:” Seja qual for 
o crime, quando praticado em detrimento do patrimônio ou interesse da União, Estado e 
Município, a ação penal será pública.” 
• Titularidade 
A Constituição da República atribui ao Ministério Público, com exclusividade, a propositura da 
Ação Penal Pública, seja ela condicionada ou incondicionada (art. 129, I, CR/88). 
A Constituição prevê, todavia, o art. 5º, LIX, uma única exceção caso o Ministério Público não 
ofereça denúncia no prazo legal, é admitida a propositura da ação penal privada subsidiária, 
proposta pelo ofendido ou seu representante legal. A ressalva esta prevista no art. 29, do 
Código de Processo Penal e art. 100, do Código Penal. 
 
 • Princípios da Ação Penal Pública Incondicionada 
 1) Obrigatoriedade 
O Ministério Público não pode recursar-se dar início à ação penal. 
O art. 28, do Código de Processo Penal exige que o Ministério Público exponha as razões do 
convencimento sempre que pedir o arquivamento dos autos do inquérito policial. 
Parte da doutrina entende que este principio sofreu mitigação com a regra do art. 98, I, da 
Constituição da República, que possibilita a transação penal entre Ministério Público e autor do 
fato, nas infrações penais de menor potencial ofensivo (crimes apenados com, no máximo, dois 
anos de pena privativa de liberdade e contravenções penais). A possibilidade de transação 
apresenta previsão no art. 76, da Lei nº 9.099/95 e substitui o principio da obrigatoriedade em 
razão da discricionariedade que o Ministério Público apresenta (ou seja, passa a ter liberdade 
de dispor da ação penal, embora esta liberdade não seja absoluta) 
 2) Indisponibilidade 
O Ministério Público não pode desistir da ação penal depois que já tiver oferecido. A proibição 
consta expressamente no art. 42, do Código de Processo Penal. 
Parte da doutrina entende que este principio não vigora no caso das infrações regidas pela Lei 
nº 9.099/95, cujo art. 89 concede ao Ministério Público, caso preenchidos os requisitos, a 
possibilidade de propor ao acusado, após o oferecimento da denúncia a suspensão condicional 
do processo por um prazo de dois a quatro anos, cuja fluência acarretará na extinção da 
punibilidade (art. 89, §5º). 
 3) Oficialidade 
Os órgãos da persecução penal são oficiais, isto é, públicos. 
O Estado é o titular exclusivo do direito de punir, que só se efetiva pelo devido processo legal, 
que possui início com a propositura da ação penal. 
 4) Autoridade 
As autoridades públicas são encarregadas da persecução penal seja na fase do inquérito policial 
como também na fase judicial. 
 5) Oficiosidade 
Os encarregados da persecução penal devem agir de ofício, independente de provocação, 
exceto nas hipóteses em que ação penal pública for condicionada à representação ou requisição 
do Ministro da Justiça (art. 100, §1º, CP; art. 24, CPP) 
 6) Indivisibilidade 
Também é aplicado à ação penal privada (art. 48, CPP). 
Significa que ação penal pública deve abranger todos aqueles que cometeram a infração penal. 
O Ministério Público não poderá escolher, dentre os indiciados, quais serão processados. 
Parte da doutrina entende que aplica-se à ação penal pública o principio da DIVISIBILIDADE, e 
não o da indivisibilidade, pois o Ministério Público poderia processar apenas um dos ofensores 
para, posteriormente,coletar mais provas e, finalmente, processar os demais. 
A adoção do principio da DIVISIBILIDADE na ação penal pública, na verdade, é amplamente 
majoritária na jurisprudência e permite ao Ministério Público excluir alguns coautores ou 
partícipes da denúncia, desde que mediante prévia justificação. 
 7) Intranscendência 
A ação penal só pode ser proposta contra a pessoa a quem se imputa a prática do delito. 
Há sistemas em que a indenização por dano ex delicto também faz parte da pena, devendo, por 
isso, ser requerida pelo órgão da acusação em face do responsável civil. Contudo, não é o 
sistema adotado pelo Brasil. 
AULA 07 - AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA 
AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA 
• Conceito 
É aquela cujo exercício se subordina a uma condição. 
Essa condição pode ser a manifestação da vontade do ofendido, do representante legal ou do 
Ministro da Justiça. 
Mesmo nesses casos a ação penal continua sendo pública, exclusiva do Ministério Público, cuja 
atividade fica apenas dependendo de uma dessas condições (art. 24, CPP, art. 100, §1º, CP) 
Os casos sujeitos à representação e à requisição estão expressos na lei. 
• Ação Penal Pública condicionada à representação 
O Ministério Público só pode dar inicio a esta ação se a vítima ou o representante legal o 
autorizarem por meio da manifestação de vontade. Em virtude disse, tratam-se de crimes que 
afetam profundamente a esfera íntima do individuo. Inexistindo permissão da vítima, nem 
sequer será possível a instauração do inquérito policial (art. 5º, §4º, CR/88) 
Todavia, uma vez iniciada a ação penal, o Ministério Público a assume incondicionalmente, a 
qual passa a observar o principio da indisponibilidade da ação penal. 
 • Natureza Jurídica da representação 
Trata-se de condição objetiva de procedibilidade. Sem a representação do ofendido ou, quando 
for o caso, sem a requisição do Ministro da Justiça, não se pode dar inicio à persecução penal. 
São requisitos especiais, exigidos por lei ao lado daqueles gerais a todas as ações para que se 
possa exigir a prestação jurisdicional. 
O não exercício do direito de representação acarreta a extinção da punibilidade (art. 107, IV, CP) 
 • Titular do direito de representação 
Se o ofendido tiver menos de 18 anos ou for mentalmente enfermo, o direito de representação 
cabe exclusivamente a quem tenha qualidade para representa-lo. 
Pode também ser exercido por procurador com poderes especiais (art. 39, CPP). 
No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de 
representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (art. 24, §1º, CPP). 
Se o ofendido for incapaz e não possuir representante legal, o juiz, de ofício ou a requerimento 
do Ministério Público, nomeará um curador especial para analisar a conveniência de oferecer 
representação. Esse mesmo procedimento será aplicado caso o interesse do representante 
colidirem com o interesse do incapaz (art. 33, CPP) 
 • Prazo 
O prazo para o exercício da representação esta previsto no art. 38, CPP. Isto é seis meses, 
contados do dia em que vier a saber quem é o autor do crime ou, em caso de ação penal 
subsidiária, do dia em que se esgotar o prazo para oferecimento da denúncia. 
É prazo decadencial, por isso não se suspende nem se prorroga. 
Em se tratando do menor de 18 anos ou, se maior possuidor de doença mental, o prazo não 
fluirá para ele enquanto não cessar a incapacidade, assim, não se pode falar em decadência de 
um direito que não se pode exercer. Contudo, o prazo flui para o representante legal, desde que 
ele saiba quem é o autor do delito. 
A doutrina defende que existem dois prazos: o do representante legal, que se inicia a partir do 
conhecimento da autoria e do menor, que só começa correr a partir do dia que completar 18 
anos. 
No caso de morte ou ausência judicialmente declarada do ofendido, o prazo, caso a decadência 
ainda não tenha se operado, começa a correr da data em que o cônjuge, ascendente, 
descendente ou irmão tomarem conhecimento da autoria (art. 38, parágrafo único, CPP). 
Vale observar que a representação não possui forma especial. 
 • Destinatários 
Pode ser dirigida ao juiz, ao representante do Ministério Público ou à autoridade policial. Se 
presentes todos requisitos indispensáveis à propositura da ação penal, o Ministério Público 
poderá oferecer denúncia, inclusive, dispensando o inquérito policial. 
 • Irretratabilidade 
Após o oferecimento da denúncia a representação é irretratável. 
A retratação só pode ser feita antes de oferecida a denúncia e pela mesma pessoa que 
representou. 
Em pese posições contrárias na doutrina, a jurisprudência entende possível a retratação da 
retratação, isto é o desejo do ofendido abrir mão da retratação. 
 • Não vinculação 
A representação não obriga o Ministério Público a oferecer a denúncia, devendo este analisar 
se é ou não o caso de propor a ação penal, podendo concluir tanto pela instauração, 
arquivamento ou retorno para diligências do inquérito policial. Além do que não esta vinculado 
à definição jurídica do fato constante na representação. 
 
• Ação Penal Pública condicionada à requisição do Ministro da 
Justiça 
A requisição é um ato político, tendo em vista que há certos crimes em que a conveniência da 
persecução penal esta subordinada a essa conveniência política. 
 
- Hipóteses de requisição: crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil (art. 
7, §3º, CP); crimes contra honra cometidos contra chefe de governo estrangeiro (art. 141, I, c/c 
art. 145, CP); crimes praticados contra Presidente da República (art. 141, I, c/c art. 145, CP). 
- Prazo para oferecimento da requisição: A lei é omissa. Entende-se que pode ser oferecida a 
qualquer tempo. 
- Retratação da requisição: Não deve ser admitida. 
- Vinculação da requisição: não obriga o Ministério Público a oferecer denúncia. A requisição é 
uma autorização política para o Ministério Público desempenhar este papel. 
- Destinatário da requisição: é o Ministério Público. 
AULA 08 - AÇÃO PENAL PRIVADA 
AÇÃO PENAL PRIVADA 
• Conceito 
É aquela em que o Estado, titular exclusivo do direito de punir transfere a legitimidade para 
propositura da ação penal à vítima ou ao seu representante legal. 
A principal distinção entre ação penal privada é pública reside justamente na legitimidade. 
Mesmo na ação penal privada, o Estado continua sendo o único titular do direito de punir e, 
portanto, da pretensão punitiva. Apenas por razões de política criminal é que ele outorga ao 
particular o direito de ação. Portanto, trata-se de legitimação extraordinária, ou substituição 
processual, pois o ofendido, ao exercer a queixa, defende um interesse alheio (do Estado) em 
nome próprio. 
 
• Titular 
É o ofendido ou o seu representante legal (art. 100, §2º, CP; art. 30, CPP). 
A denominação atribuída pela legislação consiste em querelante, para o ofendido e querelado, 
para o réu. 
Se o ofendido for menor de 18 anos, ou mentalmente enfermo, ou apresentar retardo mental, 
e não tiver representante legal, ou seu interesse colidir com o interesse do representante legal, 
o direito de queixa poderá ser exercido por curado especial nomeado para o ato (art. 33, CPP). 
No caso de morte do ofendido ou declaração de ausência, o direito de queixa, ou de dar 
prosseguimento à acusação, passa ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (art. 31, CPP) 
As fundações, associações e sociedades legalmente constituídas podem promover ação penal 
privada, devendo, entretanto, ser representadas por seus diretores ou pessoas indicadas em seu 
estatuto. 
O Ministério Público não tem legitimidade para propositura da ação penal privada, pois a lei 
legitimou a própria vítima. 
 
• Princípios da Ação Penal Privada 
a) Principio da oportunidadeou conveniência 
O ofendido tem faculdade de propor ou não a ação penal de acordo com sua conveniência, ao 
contrário da ação penal pública. Diante disso, se a autoridade policial se deparar com uma 
situação de flagrante delito de ação privada, ela só poderá prender o agente se houver expressa 
autorização do particular (art. 5º, §5º, CPP). 
 
b) Principio da disponibilidade 
A decisão de prosseguir ou não até o final é do ofendido. É possível dispor do conteúdo do 
processo até o transito em julgado da sentença condenatória por meio do perdão ou da 
perempção (arts. 51 e 60, CPP). 
 
c) Principio da indivisibilidade 
Esta previsto no art. 48, CPP. 
O ofendido pode escolher propor ou não a ação. Não pode, todavia, optar dentre os ofensores 
que irá processar. Isto é, processa todos ou nenhum. 
Do contrário restará configurada a renúncia tácita, com a consequente extinção da punibilidade 
de todos demandados. 
 
• Prazo da ação penal privada 
Esta previsto no art. 38, CPP. 
Será de seis meses, contados do dia em que souberem a autoria do crime. 
Há exceções a esta regra: 
a) Crime de induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento: seis meses, contados a 
partir do transito em julgado da sentença que, por erro ou impedimento, anule o casamento 
(art. 236, parágrafo único, CP) 
b) Nos crimes de ação privada contra a propriedade imaterial: trinta dias, contados da 
homologação do laudo pericial (art. 529, CPP) 
O prazo é decadencial, conforme art. 10, CP, computa-se o dia do começo e exclui-se o do final, 
não se prorroga em face do domingo, feriado ou férias. 
No caso do ofendido menor de 18 anos, o prazo decadencial só se inicia no dia em que completar 
18 anos e não no dia em que tomou conhecimento da autoria. 
Tratando-se de ação penal privada subsidiária, o prazo será de seis meses a contar do 
encerramento do prazo para o Ministério Público (art. 29, CPP) 
Na hipótese de crime continuado, o prazo incidirá isoladamente sobre cada crime, iniciando-se 
a partir do conhecimento da respectiva autoria (despreza-se a continuidade delitiva para esse 
fim). 
No crime permanente, o prazo começa a partir do primeiro instante em que a vítima tomou 
conhecimento da autoria, e não a partir do momento em que cessou a permanência (não se 
aplica, portanto, a regra do prazo prescricional). 
Nos crimes habituais inicia-se a partir do último ato. 
Vale enfatizar que a instauração do inquérito policial não interrompe o prazo decadencial, por 
isso o ofendido deverá atentar-se ao prazo que possibilite a conclusão do inquérito e o 
oferecimento da queixa no prazo legal.

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