Buscar

resposta a acusação

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

AO JUÍZO DE DIREITO DA VARA CRININA- MA 
Processo sob o n.º 
GABRIELA, já qualificada nos autos da ação penal em epígrafe, vem, respeitosamente diante de 
vossa Excelência, através de seu advogado infrafirmado, com procuração acostado, com 
fundamento no artigo 396-A do CPP, oferecer RESPOSTA À ACUSAÇÃO, nos seguintes termos: 
DOS FATOS 
Narra a denúncia que no dia 24.12.2010 a acusada, então com 20 (vinte) anos de idade, ingressou 
em um grande supermercado da região e escondeu em sua roupa, 2 (dois) pacotes de macarrão, 
cujo valor totalizava à época R$ m18,00 (dezoito) reais. Ocorre que a conduta da denunciada foi 
percebida pelo fiscal de segurança, que realizou a abordagem no momento em que essa saia do 
estabelecimento comercial, sem pagar pelos bens, apreendendo os dois produtos escondidos. 
Em sede policial, a denunciada confirmou os fatos, reiterando a ausência de recursos financeiros 
e a situação de fome e risco físico de seu filho, ora menor de idade. Juntado à folha de 
Antecedentes Criminais, sem conter outras anotações, o laudo de avaliação dos bens subtraídos 
confirmando o valor. 
Por tais razões, a denunciada foi denunciada pelo Ministério Público pela prática do crime, 
previsto no arti. 155, caput, c/c art. 14, inciso II, ambos do Código Penal. 
A Denúncia foi recebida em 18.01.2011, entretanto, como a denunciada não possuía endereço 
fixo, está não foi localizada para ser citada, sendo que o processo prosseguiu regularmente sem 
suspensão, esperando a localização da denunciada para citação. 
Insta salientar que a denunciada compareceu no cartório no dia 16.03.2015, sendo 
consequentemente citada, bem como intimada para o oferecimento da resposta à acusação. 
2. DAS PRELIMINARES 
Da prescrição 
Narra a denúncia que o fato imputado para Gabriela foi praticado em 24.12.2010, sendo que 
nesta data Gabriela contava com 20 anos de idade, ou seja, menor de 21 anos de idade. 
O crime imputado à ré f oi de furto simples, com pena máxima cominada em 04 anos. Nos moldes 
do art. 109, IV, do Código Penal, os crimes cujas penas 
máximas não excedem quatro anos prescrevem em 08 anos. 
 
Ocorre que a ré à data do fato era menor de 21 anos de idade, e nas esteiras do art. 
115 do Código Penal, o prazo prescricional é reduzido pela metade quando o criminoso 
era, ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos. Desta forma, deve ser reconhecido 
que o crime imputado a Gabriela encontra-se prescrito, pois entre a data do recebimento 
da denúncia (18.01.2011) e a data em que ela foi citada (16.03.2015) transcorreu lapso 
temporal de mais de quatro anos, devendo ser declarada a extinção da sua punibilidade 
(art. 107, IV, do Código Penal). 
 
Assim, verificada a extinção de punibilidade em decorrência da prescrição, com base no 
art. 397, IV, do Código 
de Processo Penal, deve o magistrado absolver sumariamente a ré 
 
3. DO MÉRITO 
 
a) Do princípio da insignificância 
 
Imperioso reconhecer que diante do valor dos bens subtraídos (dezoito reais) e do contexto 
do delito cometido a ocorrência do princípio da insignificância na ação delituosa da ré. Os 
requisitos elencados pelo Supremo Tribunal Federal que fundamentam a aplicação do 
princípio da insignificância se encontram presentes na situação, quais sejam, ausência da 
periculosidade social da ação, mínima ofensividade da conduta do agente, ínfimo grau de 
reprovabilidade do comportamento e inexpressividade da lesão jurídica causada. Gabriela 
agiu motivada por não mais aguentar ver o filho chorar e ficar doente em razão da ausência 
de alimentação, o bem subtraído foi restituído ao estabelecimento comercial. Além do mais, 
dois pacotes de macarrão jamais ensejariam dano a uma grande rede de supermercado. 
 
Sabe-se que a conduta da ré amolda-se ao tipo penal do furto, previsto no art. 155 do 
Código Penal. A ramifica-se em formal e material. A tipicidade formal é aquela conduta 
que se subsome ao tipo penal. Gabriela subtraiu coisa alheia móvel, logo sua conduta é 
formalmente típica. A tipicidade material é quando há efetiva lesão ao bem jurídico protegido 
pela norma penal, o que não se vislumbra na conduta de Gabriela. Assim, há de se 
reconhecer que sua conduta foi atípica, não houve infração penal, devendo ser absolvida 
sumariamente com base no art. 397, III do Código de Processo Penal. 
 
b) Do estado de necessidade 
 
Na conduta de Gabriela, há uma causa manifesta de exclusão de ilicitude, qual seja, o 
Estado de Necessidade (art. 23, I, do Código Penal). Dispõe o art. 24 do Código Penal que 
se considera em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que 
não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo 
sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. 
 
É de claridade cristalina que Gabriela não provocou por sua vontade a situação de fome 
e risco físico de seu filho, sendo que ela ao terminar o relacionamento amoroso com 
Patrick, por não mais suportar as agressões físicas sofridas, foi expulsa do imóvel que 
residia em comunidade carente. Ao ser expulsa com seu filho, que à época do f ato tinha 
dois anos de idade, pernoitava em igrejas e outros locais de acesso público, alimentando-
se a partir de ajudas recebidas de desconhecidos. Não possuía familiares no Estado nem 
outros conhecidos. Dessa forma, não tendo a quem recorrer para ajudá-la com alimentos 
e sem conseguir emprego, a sua situação se tornou de t al f forma extrema que não era 
razoável exigir de Gabriela que sacrificasse a integridade física de seu filho a fim não 
causar lesão de ínfimo valor a uma grande rede 
de supermercado. Maria, sua amiga que também era moradora de rua, tinha todo o 
conhecimento de suas necessidades. 
 
Assim, deve ser a ré ser absolvida com base no art. 397, I, do Código de Processo Penal. 
 
5. PEDIDOS 
 
Diante de todo o exposto, requer: 
 
a) absolvição sumária da ré com base no art. 397, IV, do Código de Processo Penal, 
em decorrência da 
prescrição. 
b) absolvição sumária da ré com base no art. 397, III, do Código de Processo Penal, em 
decorrência do 
princípio da insignificância; 
c) absolvição sumária da ré com base no art. 397, I, do Código de Processo Penal, em 
decorrência do 
estado de necessidade; 
d) arrolamento e intimação da testemunha Maria 
 
ROL DE TESTEMUNHAS 
1. MARIA 
2. AS MESMAS DA DENÚNCIA. 
Nestes termos, 
Pede deferimento

Outros materiais