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AULA VII – TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO Relação jurídica Macapá-AP, MAIO DE 2015 TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO Relação jurídica Relação jurídica: conceitos e distinções. Elementos da relação jurídica: Espécies de relações jurídicas: Relações jurídicas de direito material e de direito processual. TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO Relação jurídica . Relação jurídica: conceito e distinções. Nas palavras do jurista brasileiro Miguel Reale: “Quando uma relação de homem para homem se subsume ao modelo normativo instaurado pelo legislador, essa realidade concreta é reconhecida como sendo relação jurídica.” (Lições Preliminares de Direito, p. 211.) A afirmação de Reale significa que uma relação social (entre pessoas) transforma-se em uma relação jurídica quando seus efeitos podem ser subordinados às prescrições e determinações legais. Podendo-se, desta forma, afirmar que nem toda relação social será uma relação jurídica, mas toda relação jurídica é uma relação social. TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO Relação jurídica . Relação jurídica: conceito Relação jurídica No plano objetivo (relativo ao objeto) — relação jurídica é toda relação social tutelada ou regulada pelo Direito. No plano subjetivo (relativo aos sujeitos) — relação jurídica é o vínculo entre duas ou mais pessoas conferindo-se a uma ou algumas delas o direito subjetivo de exigir da(s) outra(s) o cumprimento de um dever. TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO Relação jurídica . elementos da relação jurídica: Basicamente, constitui-se a relação jurídica de quatro elementos essenciais: sujeito ativo; Sujeito passivo; Vinculo jurídico ou vínculo de atributividade; objeto (fato gerador). TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO Relação jurídica . fonte das relações jurídicas: fonte da relação jurídica é aquilo a partir do que ela se origina. É o nascedouro, é a causa da própria relação jurídica (fato jurídico). O fato jurídico é um acontecimento que, dependente ou não da nossa vontade, dá origem a uma relação jurídica. TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO Relação jurídica . espécies: Podem ser relativas e absolutas. Relativas: são ditas quando dizem respeito e vinculam aos seus efeitos apenas as pessoas diretamente envolvidas. As pessoas estranhas a relação não são abrangidas e não ficam absolutamente vinculadas. São chamadas relativas justamente porque somente envolvem as partes relacionadas entre sí. São também chamadas de relações pessoais. Ex.: as relações de família, relações contratuais,etc. absolutas: são ditas quando vinculam aos seus efeitos todas e quaisquer pessoas e não apenas as pessoas diretamente envolvidas. A característica delas está exatamente na extensão dos seus efeitos a todos em geral. Compreendem as relações de direito personalíssimos e as de direitos reais, de que são exemplos, de um lado, a liberdade de locomoção, os direitos à honra, ao nome, à vida, etc. e de outro, o direito de propriedade, o usufruto, a habitação, o penhor, a hipoteca, etc. TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO Relação jurídica . Sujeitos da relação jurídica: O sujeito ativo: como titular do direito que terá a faculdade (facultas agendi — permissão normativa) de exercê-lo em face do sujeito passivo, exigindo o cumprimento de um determinado dever jurídico. O sujeito passivo :aquele que está subordinado (norma agendi — dever jurídico) ao direito do sujeito ativo. ATENÇÃO: Para fazer parte de uma relação jurídica é necessário ser uma pessoa. No Direito moderno, pessoa passou a ser sinônimo de sujeito de direitos ou sujeito de relação jurídica, ente físico ou coletivo suscetível de direitos e obrigações. TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO Relação jurídica . Personalidade e capacidade: O ordenamento jurídico destina-se a reger as relações sociais entre indivíduos e grupos. As pessoas, às quais as regras jurídicas se destinam, chamam-se sujeitos de direitos, que podem ser tanto uma pessoa natural ou física quanto uma pessoa jurídica, que é um ente coletivo. PESSOA FÍSICA OU NATURAL: É o ser humano com personalidade jurídica. (Denominação preferida pela doutrina mais moderna). PESSOAS JURÍDICAS: Decorrem da união de pessoas ou patrimônios para a consecução de determinados fins, reconhecidos pela norma jurídica que lhes confere personalidade jurídica própria. (Pessoa moral, pessoa civil, pessoa fictícia, ser de existência moral). TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO Relação jurídica . CURIOSIDADE: Paulo Nader diz: “Todo fato regulado por norma jurídica constitui sempre um vínculo entre pessoas”. Sujeito ou titular é o portador de direitos ou deveres de uma relação jurídica. No passado a realidade era outra, como o fato conhecido que Calígula, imperador romano, chegou a nomear seu cavalo para o cargo de consul. TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO Relação jurídica . Início e fim da personalidade: O início da personalidade é regulado pelo CC/2002, no art. 2º: “A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida, mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”. Ao referir-se ao nascituro, a lei alcança, ipso facto, a condição do embrião. Nos processos judiciais em que se manifesta o interesse do nascituro, é designado um curador ao ventre, durante o seu período de vida intra-uterina. A personalidade cessa, conforme o art. 6º do CC/2002, com a morte e pela declaração de ausência por ato do juiz. TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO Relação jurídica . Fatos jurídicos: FATO JURÍDICO LATO SENSU: São acontecimentos que produzem efeitos jurídicos, originando, modificando ou extinguindo relações jurídicas. Assim, fato jurídico em sentido amplo é o elemento que dá origem aos direitos subjetivos, impulsionando a criação da relação jurídica, concretizando as normas jurídicas. FATO JURÍDICO STRICTO SENSU: São acontecimentos independentes da vontade humana que produzem efeitos jurídicos (criando, modificando ou extinguindo direitos). FATO ORDINÁRIO: São os mais comuns e de maior importância, pois são previsíveis e regulares, como: nascimento, morte, maioridade, aluvião, avulsão, decurso do tempo (usucapião, prescrição e decadência) etc. FATO EXTRAORDINÁRIO: São os que escapam à previsibilidade ou controle humano: caso fortuito e força maior. Caracterizam-se pela presença de dois requisitos: a) objetivo: inevitabilidade do evento; b) subjetivo: ausência de culpa na produção do acontecimento. TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO Relação jurídica . Atos jurídicos: ATO JURÍDICO LATO SENSU: São fatos jurídicos voluntários — decorrem da manifestação da vontade humana. São atos que constituem em simples declarações de vontade que produzem efeitos já estabelecidos na lei. ATO LÍCITO: São os praticados em conformidade com a lei, a moral e os bons costumes. ATO ILÍCITO: É ato praticado com culpa em sentido amplo que produz lesão a um bem jurídico e faz nascer a obrigação de indenizar, como por exemplo, o abuso de direito previsto no art. 187, CC. TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO Relação jurídica . Atos jurídicos: ATO JURÍDICO STRICTO SENSU: É o ato que gera consequências jurídicas previstas em lei e não pelas partes interessadas, como casamento, reconhecimento de paternidade, fixação de domicílio, apropriação de coisa abandonada etc. Surgem como mero pressuposto de efeito jurídico preordenado pela lei. NEGÓCIO JURÍDICO: São atos jurídicos que consistem em declarações de vontade humana destinadas a produzir determinados efeitos, permitidos em lei e desejados pelo agente como contratos e testamentos. ATO-FATO JURÍDICO: Ressalta-se a consequência do ato, o fato resultante, sem se levar em consideração a vontade de praticá-lo. Muitas vezes o efeito do ato não é buscado nem imaginado pelo agente, mas decorre de uma conduta e é sancionado pela lei, como no caso da pessoa que acha casualmente um tesouro. A conduta do agente não tinha por fim imediato adquirir-lhe a metade,mas tal acaba ocorrendo por força do disposto no art. 1.264, CC. TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO Relação jurídica . Espécies de relações jurídicas: ABSTRATAS E CONCRETAS; SIMPLES E COMPLEXAS; PRINCIPAIS E ACESSÓRIAS; PÚBLICAS E PRIVADAS ; PESSOAIS, OBRIGACIONAIS E REAIS; ABSOLUTAS E RELATIVAS: ESPECIAIS (SOLENES) OU INFORMAIS ; DURÁVEIS, NÃO DURÁVEIS E EFÊMERAS; TRIANGULARES (TRILATERAIS), BILATERAIS E PLURILATERAIS TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO Relação jurídica . Relação jurídica de Direito Material e de Direito Processual: Quando se pretende dar proteção judicial a uma relação jurídica a chamamos de tutela (defesa) do direito, devendo ser realizada por meio da intervenção do Poder Público (Poder Judiciário). Pode-se afirmar que a todo direito subjetivo corresponde uma pretensão (faculdade de exigir uma prestação de outrem) e a toda pretensão corresponde uma ação (meio processual para se obter uma tutela do direito ameaçado ou violado). TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO Relação jurídica . Relação jurídica de Direito Material e de Direito Processual: Há 45 anos, nossa vida é transformar a sua. Obrigado.
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