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MODELO ATIVIDADE FINAL 2

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PROGRAMA FORMAÇÃO PELA ESCOLA/FNDE
CURSO COMPETÊNCIAS BÁSICAS
TRANSPORTE ESCOLAR 
Franciele Rodrigues
Salto, SP – 02 de abril de 2018.
1 . INTRODUÇÃO
Sabe-se que o contexto social brasileiro é permeado pela falta de igualdade ao exercício de muitos dos direitos fundamentais do cidadão. A simples disponibilização do ensino público e gratuito por muitas vezes não é garantia de acesso e permanência do aluno na escola. 
Dentre os fatores que implicam a frequência regular dos alunos, o modo em que este se locomoverá de sua residência até a escola diariamente é fator de extrema relevância.
Este estudo tem por objetivo pontuar questões relacionadas ao transporte escolar, mais precisamente as más condições e até mesmo sua ausência que é objetivo de análise e reflexão e alvo de políticas públicas em nosso país.
2 . PROGRAMAS DE TRANSPORTE ESCOLAR E SEUS DESÁFIOS
Muitos estudantes da rede pública de ensino necessitam do transporte escolar, e essa demanda faz com que o gestor público tenha uma grande responsabilidade em oferecer condições adequadas para os alunos se deslocarem de casa até a escola na qual estão matriculados.
Por conta de situações que envolvem recursos escassos e dificuldades no planejamento e execução, algumas comunidades enfrentam desafios complexos onde não são oferecidos um transporte de qualidade, com segurança e que seja suficientemente abrangente. 
Por meio do FNDE o Ministério da Educação executa atualmente o Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar e o Programa Caminho da Escola, objetivando atender os alunos que moram distantes de suas escolas, por meio de assistência financeira em caráter suplementar, aos estados, Distrito Federal e municípios.
Com certeza todos já ouviram ou foram protagonistas de uma história de dificuldade em chegar até a escola na infância.
“Saíamos antes do sol nascer de casa, andávamos cerca de 1 hora e meia por uma estrada de terra, quando chovia íamos descalço e minha mãe carregava uma garrafa com água para lavarmos os pés quando chegávamos próximo a escola”.
 Maria, 35 anos.
“Saio cedo de casa, eu e meus colegas andamos cerca de um quilômetro até chegar na estrada onde o ônibus passa, quando chove muito o ônibus não vai porque as estradas são de terra e ele atola, então quando chegamos ao ponto esperamos um pouco aí voltamos pra casa de novo. ” 
Luiz, 13 anos.
Os dois relatos acima, apesar de serem vividos em épocas diferentes relatam uma realidade ainda bem parecida. É inegável que os projetos assistenciais melhoraram significativamente a vida de alguns estudantes, mas as deficiências encontradas também são visíveis. 
Em uma busca rápida na web podemos acessar diversas situações de negligência, descaso pelo transporte escolar e o desvio de recursos que deveriam ser utilizados para o mesmo. Como por exemplo a reportagem exibida na G1 globo.com, onde um ônibus escolar da Prefeitura de Salto de Pirapora é flagrado transportando servidores públicos para irem almoçar, enquanto o ônibus que transporta alunos é flagrado em superlotação, com até 03 crianças por banco, sem qualquer conforto para as crianças e em total risco a suas vidas. Ainda se falando em reportagem, foi exibida no começo do ano presente uma triste matéria onde pais e alunos do interior do Piauí reivindicavam transporte digno, os alunos eram transportados em boias para atravessarem o rio na tentativa de ter um futuro melhor através da educação.
Enquanto Luiz autor do relato citado, morador de Salto/SP, anda cerca de um quilometro até chegar no ônibus escolar, em uma outra situação oposta, agora onde os alunos são beneficiados, encontramos também em Salto, mais precisamente no bairro Salto de São José, alunos que recebem o benefício do transporte escolar morando em distância cerca de 900 metros da escola, exclusivamente por não terem na ponte situada entre a escola e o bairro onde residem uma passarela de travessia.
O Programa O Caminho da Escola “vem garantindo uma rigorosa padronização dos ônibus, embarcações e bicicletas escolares, a redução substancial nos custos de aquisições destes veículos em consequência do ganho em compras em grande escala e da desoneração tributária, agilidade e transparência nas aquisições, com a entrega do bem diretamente ao ente estadual ou municipal beneficiário, sem o tradicional repasse de recursos, e ainda maior segurança no transporte dos alunos beneficiados”. Entretanto ainda estamos longe de atingir de forma igualitária o direito de todos ao acesso à educação. 
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
 
As dificuldades ao acesso à escola em um transporte escolar de qualidade são muitas, problemas estes que os Programas de assistências do governo poderiam vir a sanar se fossem efetivamente conhecidos e fiscalizados por todos os envolvidos desde os gestores públicos até a comunidade em geral.
Em alguns casos a solução seria a criação ou ampliação de frota de veículos de transporte escolar mais seguro e confortável para os estudantes, em outros casos a fiscalização dos transportes existentes assim como a rota que eles percorrem é essencial para garantir a igualdade ao acesso à escola. De todas as formas a garantia só virá com cidadãos mais conscientes de sua obrigação em conhecer e participar efetivamente de sua comunidade. 
4 REFERÊNCIAS
http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2015/05/onibus-escolares-no-interior-de-sp-transportam-funcionarios-do-governo.html (Consulta 27/03/2018)
https://g1.globo.com/to/tocantins/noticia/alunos-deixam-de-ir-para-escola-por-falta-de-transporte-na-zona-rural-de-peixe.ghtml (Consulta 27/03/2018)
https://jus.com.br/artigos/9239/transporte-escolar-a-obrigacao-do-poder-publico-municipal-no-desenvolvimento-do-programa (Consulta 31/03/2018)
file:///C:/Users/Downloads/guia_do_transporte_escolar.pdf (Consulta 31/03/2018)
http://www.fnde.gov.br/acesso-a-informacao/institucional/legislacao/item/5032-resolução-cd-fnde-nº-45,-de-20-de-novembro-de-2013 (Consulta 31/03/2018)

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