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Shistosoma mansoni

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 São parasitos dos plexos venosos da parede intestinal que causam inflamação e fibrose.
Causa a esquistossomíase intestinal ou mansônica 
É a única espécie que ocorre no Brasil, visto não existirem aqui os moluscos vetores das demais espécies.
África, Antilhas e América do Sul.
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Doença: Esquistossomíase, Esquistosomose, Bilharziose, Moléstia de Pirajá da Silva, “Xistose”, “Barriga d’água”, “mal- do- caramujo”
No mundo- 250 a 200 milhões de pessoas infectadas
Brasil mais de 6 milhões de infectados.
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Posição Taxonômica:
Filo Platyhelminthes
	Classe Trematoda 
	 Família Schistosomatidae
		 Gênero Schistosoma
			Espécies Schistosoma mansoni 
			 Schistosoma haematobium
	 		 Schistosoma japonicum
			 Schistosoma intercalatum
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S. mansoni
S. haematobium 
S. japonicum 
Onchomelania 
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Mede 110 a 180 µm de comprimento
 Formato oval, espículo lateral
 Duplo envoltório
 Ovo maduro- miracídeo
 No meio externo, o ovo pode sobreviver 2 a 5 dias, em fezes formadas.
Não suporta a dessecação.
 
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Forma alongada 
Epitélio ciliado 
Terebratorium
Glândulas adesivas ( =penetração) -seta vermelha).
Células germinativas
2 pares de células excretoras - os solenócitos - (seta azul) com seus canais
 Esquema da organização do miracídio de S. mansoni. 
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Sua expectativa de vida é curta, devendo penetrar em um molusco no mesmo dia da eclosão.
Apresenta acentuado fototropismo
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Corpo piriforme
Cauda bifurcada (fucocercária) 
O corpo possui duas ventosas (oral e acetabular)
Um esboço de tubo digestivo 
Glândulas de penetração e pares de solenócitos 
Nada quase sempre em direção á superfície (geotropismo negativo). 
Esquema de uma cercária.
Eliminação diária de cercárias de origem humana (B,C) e de roedores (A,D).
A eliminação de cercárias pelos moluscos obedece a um ritmo circadiano, regulado pela luz.
 Inicia-se por volta das 9 horas da manhã, com pico em torno das 11 horas (em linhagens humanas) e declina em seguida.
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Eliminação diária de cercárias de origem humana (B,C) e de roedores (A,D).
Seu poder infectante dura cerca de 8 horas, e diminui em seguida, ainda que, no laboratório, elas possam manter-se vivas por 2 ou 3 dias.
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Durante a penetração através da pele do hospedeiro vertebrado, as cercárias abandonam a cauda, tornam-se alongadas e seu tegumento modifica-se. 
Nessas condições passam a chamar-se esquistossômulos.
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 Sexos separados 
 Dimorfismo sexual
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Macho - 1 cm de comprimento 
Extremidade anterior - 2 ventosas: a oral e o acetábulo. 
O restante do corpo enrola-se ventralmente de modo a formar um canal longitudinal - o canal ginecóforo - onde a fêmea adulta está normalmente inserida. 
O tegumento do macho - revestido de espinhos e tubérculos
A fêmea (1,5 cm) é delgada e cilíndrica 
Tegumento praticamente liso.
Suas ventosas são pequenas.
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Região anterior de Schistosoma (macho): a, ventosa oral;
 b, primeiro segmento intestinal; 
c, acetábulo; 
d, vesícula seminal; 
e, testículo; 
f, lóbulo testicular (6 ou 8)
g, segmento bifurcado do intestino; 
h, início do cécum. 
Não há cirro- órgão copulador
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27 a 30 dias- formação completa das cercárias (cerca de 28oC) 
Esporocisto I (esporocisto mãe, esporocisto primário)
	 ↓
	Esporocistos II (14 dias) → cercárias
		 ↓ 
		Esporocistos III → cercárias
				 ↓ 
			Esporocistos IV → cercárias, etc.
Esse processo explica a produção intermitente de cercárias pelos moluscos infectados.
1 miracídeo - 100 a 300 mil cercárias. Miracídeo leva definido o sexo das cercárias. 
Cercária vista em microscopia de varredura.
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Crescimento do S. mansoni : 0, corpo cercariano; 1, esquistos-sômulo; 2 a 6 crescimento dos vermes que começam a pôr ovos depois de 35 dias. 
Os esquistossômulos que não foram destruídos na pele, nos 2 ou 3 primeiros dias, penetram em um vaso e são levados pela corrente circulatória até o sistema venoso intrahepático, condição para que possam desenvolver-se até vermes adultos, machos e fêmeas.
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Período de Incubação
       
 Em média de 2-6 semanas após a infecção.
 
Período de Transmissibilidade
       
 A partir de 5 semanas, após a infecção, o homem pode eliminar ovos de S. mansoni viáveis nas fezes, permanecendo assim por muitos anos.
 Adulto- 5 anos (30 anos)
 
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A fibrose esquistossomótica
Fêmeas fazem postura.
Alguns ovos permaneçam na mucosa sem sair, seus produtos desencadeiam uma reação inflamatória local de tipo granuloma.
Evoluem para é a formação de uma estrutura cicatricial fibrosa.
Restos de um ovo morto de S. mansoni envolvido pela reação inflamatória granuloma-tosa. 
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A fibrose esquistossomótica
Com a acumulação de granulomas, a mucosa intestinal vai ficando fibrosada.
Os ovos são arrastados pela corrente sanguínea do sistema porta em direção ao fígado, onde serão retidos nos espaços porta.
Esquema do sistema porta para explicar o arraste de ovos do intestino (seta azul) para o fígado (seta vermelha).
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Produção e destino dos ovos
 O acúmulo e formação de granulomas em torno dos ovos vai desenvolvendo progressivamente uma fibrose esquistos-somótica periportal (A).
Nas fases avançadas da doença, isso cria obstáculos para a circulação hepática e hipertensão no sistema da veia porta. O fígado apresenta-se, então, endurecido e com superfície irregular (B).
A: Corte de fígado esquistossomótico mostrando zonas claras de fibrose nos espaços porta (seta). 
B: Superfície do fígado fibrosado, com retração nas áreas de fibrose.
A
B
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Quadros clínicos da esquistossomíase
FASE AGUDA (INICIAL)
Penetração das cercárias: dermatite, exantema, prurido ou manifestações alérgicas locais (2 ou 3 dias e regride em seguida).
Nos pulmões e fígado pode haver manifestações discretas e passageiras, quando lá chegam os esquistossômulos. 
A morte destes produz inflamação, necrose e depois cicatrização.
Conforme o número de parasitos e a reação do paciente, pode haver : febre, eosinofilia, linfadenite, esplenomegalia e urticária, 2 a 3 semanas depois.
O quadro é dito forma toxêmica da esquistossomíase. Mas nem sempre está presente.
Dermatite cercariana
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Esquistossomíase crônica
Fibrose hepática dificulta a circulação portal intra-hepática.
Surgem hipertensão no território da veia porta, maior esplenomegalia e ascite, bem como circulação colateral entre o sistema porta e o das veias cavas.
Formam-se varizes esofagogástricas e há tendência a hemorragias (hematême-ses), que podem ser graves.
Há desnutrição e o quadro clínico se torna mais grave.
Em conseqüência das lesões hepáticas e esplênicas, há hipoproteinemia, anemia, leucopenia, plaquetopenia e deficiência da coagulação. 
Paciente desnutrido, com ascite e veias dilatadas na parede abdominal.
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Complicações da esquistossomíase
Ovos levados para os pulmões, através da circulação colateral, produzem fibrose pulmonar.
 Há cianose e evolução para uma forma da doença com insuficiência cardíaca, dita cor pulmonale esquistossomó-tico.
Localizações de ovos, ou até de vermes erráticos, na medula espinhal, mesmo em casos de infecções leves, podem determinar processos inflamatórios e fibróticos que causam quadros hemiplégicos graves.
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hepatosplenomegaly child: Ten year old girl with severe. 
Adult patient with severe hepatosplenomegaly and ascites due to schistosoma mansoni.
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Introduzido século XVI com o tráfico escravagista. 
Faixa oriental que vai do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe, alargando-se nos estados da Bahia, Minas Gerais e áreas do Espírito Santo. 
Focos de transmissão isolados encontram-se do Pará ao Rio Grande do Sul, sendo os do sul de
formação recente.
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Pará .............................		1,09%
Maranhão ....................		3,39
Piaui ............................		0,03
Ceará ...........................	2,60
Rio Grande do Norte ...		8,03
Paraíba ........................		9,99
Pernambuco ................	13,85
Alagoas ....................... 21,05
Sergipe ........................ 23,57 
Bahia ..........................	12,24%
Minas Gerais ..............	10,85
Espírito Santo ............		9,37
Rio de Janeiro ............		1,37
Paraná ........................		1,59
Santa Catarina ........... 		0,26
Rondônia ....................		3,15
Goiás ..........................		0,03
Mato Grosso .................	 ...
Os dados não permitem comparações rigorosas entre as regiões, sendo indicativos da situação. 
Em 1997, a FUNASA estimou que a taxa de exames positivos, por Estado, seria a seguinte:
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Moluscos pulmonados aquáticos da família Planorbidae e do gênero Biomphalaria.
Concha enrolada em espiral plana, sangue vermelho
No Brasil, as espécies envolvidas são essencialmente três:
Biomphalaria glabrata B. straminea B. tenagophila
Conchas vazias das três espécies, vistas pelo lado direito e com a face esquerda voltada para cima, a fim de mostrar a depressão umbilical.
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       O homem é o reservatório principal. 
 No Brasil, foram encontrados infectados roedores, marsupiais, carnívoros silvestres e ruminantes. Ainda não está bem definida a participação desses animais na transmissão da doença.
 
	Caramujos do gênero Biomphalaria
 B. glabrata é o vetor mais importante (Américas), principal no Brasil 
 B. straminea - importante na transmissão da esquistossomose no Nordeste do Brasil.
 B. tenagophila- (Mais ao Sul do País), desde sul da Bahia, leste do RJ até o Rio Grande do Sul.
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Fatores sócio-econômicos
 Pobreza e falta de saneamento básico concorrem para tornar as pessoas dependentes de coleções de águas superficiais onde há risco.
Foto OMS
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 DIAGNÓSTICO
Clínico
Parasitológico
 Direto:
Exame de Fezes- método de sedimentação (Hoffmann),Método de Kato- Katz
Biópsia ou raspagem da mucosa retal
 Indireto:
Pouca aplicação prática
Intradermorreação, Fixação de complemento, Hemaglutinação indireta, Radioimunoensaio, Imunofluorêcnia indireta, Elisa.
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Método de sedimentação espontânea- Hoffmann ou Lutz
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Inquéritos epidemiológicos- quantifica a carga parasitária
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Biópsia retal
É uma técnica invasiva e praticável apenas em pacientes hospitalizados, 
Os ovos podem ser vistos em uma fase imatura (Fig. A) ou uns maduros e outros já mortos, como na Fig. B.
A biópsia é usada como critério de cura em estudos clínicos.
A
B
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PROFILAXIA
 Tratamento dos doentes
 Melhoria das condições sócio-econômicas da população
 Educação sanitária e saneamento básico
 Combate ao caramujos e destruição dos focos de contágio
 Não entrar em contato com água que possa estar contaminada nas horas mais quente e luminosas do dia (10 às 16 horas)
Uso de botas e luvas de borracha se o contato com a água for inevitável
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