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SUMÁRIO 1. Definição ....................................................................... 3 2. Epidemiologia .............................................................. 3 3. Agente etiológico ....................................................... 5 4. Clínica ...........................................................................10 5. Diagnóstico diferencial ..........................................15 6. Diagnóstico ................................................................15 7. Tratamento .................................................................15 8. Notificação ..................................................................16 9. Estratégias de prevenção .....................................16 Referências Bibliográficas ........................................18 3ESQUISTOSSOMOSE 1. DEFINIÇÃO A esquistossomose mansoni é uma doença infecto parasitária, causada pelo trematódeo Schistosoma man- soni, que têm como hospedeiros in- termediários caramujos de água doce e as formas adultas habitam os va- sos mesentéricos do hospedeiro de- finitivo (homem). Pode evoluir desde formas assintomáticas até formas clínicas extremamente graves com comprometimento hepático e conse- quente hipertensão portal. A sinto- matologia apresentada depende da localização, da quantidade do parasi- ta nos diferentes órgãos, das reações do organismo humano e da resposta ao tratamento. SE LIGA! A esquistossomose é conhe- cida, também, por outros nomes: Bi- lharziose, Xistose, Xistosa, Doença dos Caramujos, Barriga d’Água, Doença de Manson-Pirajá da Silva, entre outros. Os primeiros ovos de Schistosoma fo- ram encontrados em múmias em 1250 a.C.. No século XIX foram encontrados, pela primeira vez, em veias mesenté- ricas, e os vermes ficaram conhecidos como “esquistossomos”, porém os ver- mes só foram descritos no início do sé- culo XX. As espécies conhecidas, pelo ponto de origem (mansoni, hematóbia e japônica), foram dispersadas em ou- tros continentes permitindo grandes fluxos migratórios, chegando ao Bra- sil por meio de escravos originários da costa ocidental da África. Atualmente são conhecidas mais três que afetam o homem: S. intercalatum, S. mekon- gi e o S. malayensis. Somente o S. mansoni existe nas Américas do Sul e Central. 2. EPIDEMIOLOGIA A esquistossomose é uma das para- sitoses mais disseminadas no mun- do, ocupando o segundo lugar (após a malária), de acordo com a Organização Mundial de Saúde. Atinge 54 países endêmicos. Nas Américas encontram- -se áreas endêmicas no Brasil, Surina- me, Venezuela e Ilhas do Caribe. O Brasil é o país que possui a maior área endêmica. Estima-se uma pre- valência de infestação por S. mansoni em 10-12 milhões de casos distribuí- dos em diversos estados ao longo de quase toda a costa litorânea da região Nordeste, a partir do Rio Grande do Norte em direção ao Sul, incluídas as zonas quentes e úmidas dos estados da Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia, onde se interioriza alcançando Minas Gerais, no Sudes- te, seguindo o trajeto de importantes bacias hidrográficas. A ocorrência de formas graves e óbitos fazem da es- quistossomose uma das parasitoses de maior transcendência. A morbida- de da esquistossomose representa grande dano à saúde da população, à sua qualidade de vida e perdas de natureza econômica. 4ESQUISTOSSOMOSE Figura 1. Distribuição da esquistossomose. Brasil 2012. Fonte: MS. Existência do caramujo transmissor Contato com a água contaminada Fazer tarefas domésticas em águas contaminadas, como lavar roupas Morar em comunidades rurais, especialmente populações agrícolas e de pesca Morar em região onde há falta de saneamento básico Morar em regiões onde não há água potável Tabela 1. Fatores de risco 5ESQUISTOSSOMOSE 3. AGENTE ETIOLÓGICO Características gerais A esquistossomose é uma doença causada pelo parasita Schistosoma mansoni, como já vimos. Este hel- minto representa a classe Trematoda (de forma foliácea, não segmenta- dos e com presença de ventosas), do filo Platelmintos (vermes achatados). Possui cor esbranquiçada ou leitosa e possuem duas ventosas (anterior e ventral), capazes de fixar o parasita na parede do vaso. SE LIGA! Schistosoma mansoni é um platelminto da classe Trematoda e sub- classe Digenea. SEXO TAMANHO CARACTERÍSTICA MACHO 6,5-12 mm Achatado, porém, devido ao enrolamento ventral de suas bordas corpo- rais para formar o canal ginecóforo, adquire um aspecto cilíndrico FÊMEA 15 mm (2x maior) Mais fina que o macho. Perfeitamente cilíndrica, com as extremidades afiladas. Tabela 2. Característica macho x fêmea Figura 2. Casal de S. mansoni. Fêmea no canal ginecó- foro do macho. Fonte: MS. Ciclo evolutivo Apresenta as seguintes formas evo- lutivas: ovo, miracídeo, larva cercaria e esquistossômulo. Os ovos medem 150 micrômetros de comprimento por 60 micrômetros de largura, quando maduros. Possuem formato oval, apresentando na sua parte mais larga um espículo lateral voltado para trás. Os ovos contêm o embrião em formação. Após 6-7 os ovos tornam-se maduros e uma pe- quena parte consegue atravessar a parede capilar, caindo no lúmen intes- tinal e sendo eliminado pelas fezes. O restante fica retido nos pequenos vasos ou circula pelo sistema porta. O ovo sobrevive 20 dias nos tecidos e fora do corpo, sobrevive 48 horas, sob exposição solar. 6ESQUISTOSSOMOSE Figura 3. Ovos de S. mansoni. Fonte: MS. Para que o ovo liberte o embrião, é necessário contato com a água. De- pois que a água penetra por osmose no ovo e rompe sua casca, o miracídio movimenta-se ativamente em busca do caramujo hospedeiro intermediário. Figura 4. Miracídio. Fonte: MS. 7ESQUISTOSSOMOSE A penetração do miracídio no interior do molusco hospedeiro intermediário ocorre devido à atividade de substân- cias histolíticas que são secretadas por suas glândulas cefálicas. Após 48 horas, o miracídio perde a mobilidade e se transforma em esporocisto primá- rio, cujas células germinativas se mul- tiplicam e dão origem a esporocistos secundários. Após quatro a sete se- manas da infecção, o molusco come- ça a liberar cercarias. Cada miracídio pode gerar até 300.000 cercárias. A liberação das cercárias é influen- ciada pela luz solar e temperatura da água (25-30ºC) e esta possui longe- vidade de 2 dias. Figura 5. Cercária. Fonte: MS. A cercaria irá infectar o hospedeiro definitivo. A penetração ocorre ativa- mente, por meio de ação combinada da secreção lítica das glândulas ante- riores e dos movimentos vibratórios, sobretudo da cauda, a cercária produz uma irritação de intensidade variável de indivíduo para indivíduo (urticária e exsudato pápulo-eritematoso em 8ESQUISTOSSOMOSE SE LIGA! A migração dos ovos do vaso para a luz intestinal provoca micro-he- morragias e áreas de inflamação res- ponsáveis pelo aparecimento de diarreia mucossanguinolenta e de outros distúr- bios gastrointestinais. Os ovos que não conseguem alcançar a luz intestinal por ficarem retidos nos tecidos, preferencial- mente fígado e intestinos, são os res- ponsáveis pela formação de granulomas que, no fígado, podem ocluir, total ou parcialmente, a passagem do sangue, e juntamente com a fibrose periportal vão ocasionar as manifestações das formas mais graves da doença. O período de incubação é de 2-6 se- manas após a infecção. A transmis- são não ocorre por contato direto e também não ocorre autoinfecção. É necessário, obrigatoriamente, que o esquistossoma saia do hospedei- ro definitivo e passe pelo ciclo com- plementar no interior do hospedeiro intermediário, para poder infectar o homem. Hospedeiro intermediário Os caramujos são os hospedeiros in- termediários naturais. No Brasil, per- tencem à família Planorbidae (ha- bitam coleções hídricas lênticas) e gênero Biomphalaria. Três espécies possuem importância epidemioló- gica: Biomphalaria glabrata (mais importante devido nível de infecção e distribuição), Biomphalaria tena- gophila e Biomphalariastraminea. alguns casos). O processo de pene- tração dura de dois a 15 minutos. No hospedeiro definitivo elas perdem a cauda e se transformam em esquis- tossômulos, indo para a circulação sanguínea e/ou linfática, atingem a cir- culação venosa, vão ao coração e aos pulmões, onde permanecem algum tempo e podem causar certas altera- ções mórbidas. Retornam posterior- mente ao coração, de onde são lan- çados através das artérias aos pontos mais diversos do organismo, sendo o fígado o órgão preferencial de loca- lização do parasita. No fígado, estas formas jovens se diferenciam sexual- mente e crescem, alimentando-se de sangue. Ainda imaturos, os parasitas migram para a veia porta, passando daí às suas tributárias mesentéricas, onde completam sua evolução. O acasalamento inicia cerca de 27 dias após a migração dos esquistos- somos para as veias mesen- téricas. Os ver- mes adultos se localizam no fí- gado e nos ra- mos terminais das veias me- sentéricas, daí migram para as vênulas da submucosa in- testinal, onde serão coloca- dos os ovos. 9ESQUISTOSSOMOSE SAIBA MAIS! A infecção pelo S. mansoni pode acontecer em roedores (Nectomys squamipes), marsupiais (Didelphis marsupialis) e ruminantes. Porém, o ser humano é o hospedeiro definitivo de maior importância epidemiológica. Biomphalaria globrata Concha grande e lisa; Diâmetro: 40 mm; Giros arredondados, aumentando gradativamente o seu diâmetro; Cor: escura/marrom Biomphalaria stramínea Concha pequena, com os lados umbilicados; Diâmetro: 16,5 mm; Giros arredondados, aumentando rapidamente o seu diâmetro; Biomphalaria tenagophila Concha grande, apresentando uma “quilha” (carena) em ambos os lados; Diâmetro: 35 mm; Giros carenados: mais acentuadamente à esquerda, aumentando lentamente o seu diâmetro; CARACTERÍSTICAS DOS HOSPEDEIROS INTERMEDIÁRIOS De um modo geral são encontrados em pequenas coleções de água doce com velocidade inferior a 30 cm/s, com presença de vegetação vertical ou flutuante (indispensável para sua alimentação). São hermafroditas, mas pode ter fecundação cruzada (ma- cho+fêmea, cada um assume um pa- pel). São bem fáceis de se disseminar, já que podem fazer autofecundação gerando 10 milhões de descenden- tes em três meses, cada um. Possui sobrevida de aproximadamente um ano. Eles começam a eliminar cercá- rias após quatro a sete semanas da infecção pelos miracídios, e assim se mantêm por vários meses. 10ESQUISTOSSOMOSE 2. Ovos em contato com a água liberam os miracídeos 3. Miracídeo penetra no tecido do molusco do gênero Biomphalaria 4. Esporocistos no molusco (sucessivas gerações) 5. Cercária sai do caramujo e nada livremente em busca do hospdeiro vertebrado 1. Ovo do parasito liberado pelas fezes 6. Penetra na pele Ovos migram para fígado ou eliminados nas fezes. 7. Cercária perde a causa durante penetração = esquistostossômulo 8. Circulaçaõ. Migração para o sistema porta hepático e transformação em adultos Casal de adultos migram para a veia mesentérica inferior. Fêmea inicia ovoposição CICLO BIOLÓGICO DO S. MANSONI 4. CLÍNICA A evolução clínica da es- quistossomose mansoni depende da resposta do hospedeiro à invasão, ao desenvolvimento e à ovi- posição do verme. 11ESQUISTOSSOMOSE Classificação De acordo com a gravidade: MAPA MENTAL – CLASSIFICAÇÃO DA ESQUISTOSSOMOSE ESQUISTOSSOMOSE Formas agudas Forma crônica FASE INICIAL FASE TARDIA Assintomática Hepatoinstestinal vasculopulmonar, glomerulopatia, neurológica, etc. Sintomática Hepática Formas complicadas Hepatoesplênica Fase inicial Começa após o contato com a cerca- ria. observa-se infiltrado de polimor- fonucleares ao redor dos parasitos e nas proximidades dos vasos. Mais tarde, surgem linfócitos e macrófa- gos. Predomínio de reação alérgica + alterações dermatológicas. Forma aguda Pode ser assintomática ou sintomáti- ca. Na assintomática, pode-se notar apenas alterações laboratoriais = eo- sinofilia e ovos viáveis de S. manso- ni nas fezes. Já na sintomática, logo após o contato pode existir manifes- tação pruriginosa na pele, dura 24-72 horas até 15 dias e cede espontane- amente. Chama-se de dermatite cer- cariana (micropápulas eritematosas). 12ESQUISTOSSOMOSE Figura 6. Dermatite cercariana. Fonte: MS Os sintomas surgem cerca de três a quatro semanas após a contaminação e incluem: linfodenopatia, mal-estar, febre, hiporexia, tosse seca, sudorese, dores musculares, dor na região do fí- gado ou do intestino, diarreia, cefaleia e prostração, entre outros. A intensi- dade dos sintomas aumenta entre a quinta e a sexta semana, coincidindo com o início da oviposição. O doente apresenta-se abatido, com hepato- megalia e esplenomegalia dolorosas, taquicardia e hipotensão arterial. Em exames laboratoriais encontra-se eosinofilia elevada (>1000 cels/mm³). Parasitológico identifica ovos viáveis do verme. Biópsia hepática revela o característico granuloma esquistos- somótico na fase necrótico-exsuda- tiva. As provas de função hepática (fosfatase alcalina, gama glutamil transferase e transaminases) encon- tram-se elevadas. Possível idenficar hepatoesplenomegalia no exame ultrassonográfico. Os sintomas podem durar 90 dias, com remissão espontânea, ocorrendo ausência da febre e diminuição de fí- gado e baço. Fase tardia Alguns indivíduos irão evoluir da forma aguda para a crônica. Geralmente são pacientes que apresentam modulação satisfatória do granuloma, indo de um granuloma necrótico-exsudativo para um produtivo com menor número de células inflamatórias, sem área de ne- crose e com mais fibra colágena. • Forma hepatointestinal: O ul- trassom do abdômen presença 13ESQUISTOSSOMOSE de espessamento periportal pode sugerir progressão para a forma hepatoesplênica. Geralmente as- sintomático, quando apresenta queixas, são inespecíficas: desâ- nimo, indisposição para o trabalho, tonturas, cefaleia e sintomas distô- nicos. Os sintomas digestivos po- dem predominar: sensação de ple- nitude, flatulência, dor epigástrica e hiporexia. Observam-se surtos diarreicos e, por vezes, disenteri- formes, intercalados com consti- pação intestinal crônica. No qual são sintomas gerais de parasitoses intestinais. No exame físico, pode apresentar dor à palpação dos có- lons, hepatomegalia. Geralmente baço não palpável. • Forma hepática: Pode ser assinto- mática. Quando presente sintomas, relacionado à fígado e intestino. Ao exame físico, o fígado é palpável e endurecido, à semelhança do que acontece na forma hepatoesplê- nica. Na ultrassonografia, verifica- -se a presença de fibrose hepática, moderada ou intensa. Nessa forma clínica, o paciente não apresenta varizes de esôfago e sangramento decorrente da ruptura de varizes. • Forma hepatoesplênica: Pode se apresentar como compensada, descompensada ou complicada. O paciente irá apresentar esple- nomegalia associada à hiperten- são portal e varizes de esôfago. Os outros sintomas são inespecí- ficos: dor abdominal, desconforto hipocôndrio direito, sensação de peso. A ascite inscreve-se entre as manifestações mais comuns de descompensação no esquistosso- mótico, com frequência iniciando- -se após episódio de hemorragia digestiva alta. Figura 7. Forma hepatoesplênica. Forma compensada/ Forma descompensada. Fonte: MS 14ESQUISTOSSOMOSE • Forma neurológica: Os ovos po- dem atingir o SNC. Os vermes mi- gram para os vasos que nutrem as células do sistema nervoso e aí depositam os ovos. A lesão mais frequente na esquistossomose mansônica é a mielite transversa. As manifestações clínicas nos pa- cientes são pobres, mas casos de epilepsia, acidente vascular cere- bral e tumores cerebrais já foram descritos na literatura. O diagnós- tico e o tratamento, nesses casos, são geralmente cirúrgicos. • Forma pulmonar: Os ovos, vermes mortos e a vasculite pode causar obstrução vascular e consequente hipertensão pulmonar. Pode tam- bém apresentar a forma cianótica.Os sintomas e sinais clínicos carac- terizam a síndrome do cor pulmo- nale. Observam-se síncope de es- forço, hiperfonese de P2, impulsão na região mesogástrica e sinais de insuficiência cardíaca. SAIBA MAIS! Após 4-8 semanas de infestação, quando o S. mansoni atinge a forma adulta e se instala na circulação mesentérica, o paciente pode evoluir com síndrome febril aguda eosinofílica, na qual é uma reação aos antígenos do verme. Após a disseminação e instalação dos ovos eliminados pelas fêmeas adultas forma-se uma reação imunológica local contra esses ovos, que irá formar um granuloma esquistossomótico, especialmente na mucosa colorretal e nos espaços-porta do fígado. Parte dos ovos que ficam retidos na microvasculatura da muco- sa colorretal, e não são eliminados nas fezes, migram para a circulação porta, atingindo os espaços-portas e indo para outros órgãos, como pulmão e SNC. Os ovos retidos nos espa- ços-porta hepáticos são responsáveis pela forma hepática e pela forma hepatoesplênica da esquistossomose crônica. O granuloma ao redor do ovo, pode evoluir para uma fibrose periportal nodular, deno- minada fibrose de Symmers. Figura 8. Granuloma esquistossomótico. Fonte: Unicamp 15ESQUISTOSSOMOSE MANIFESTAÇÕES DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Dermatite cercariana Pode ser confundida com dermatite por larvas de hel- mintos ou por produtos químicos lançados no rio Esquistossomose aguda Doenças infecciosas, como febre tifoide, malária, hepati- tes virais, estrongiloidiase, amebíase, mononucleose, tb miliar e ancilostomose aguda. Esquistossomose crônica Parasitose Tabela 3. Principais diagnósticos diferenciais 5. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 6. DIAGNÓSTICO Como existem diversas formas clí- nicas, o diagnóstico só é confirmado com os exames laboratoriais. • Métodos diretos: Visualização ou na demonstração da presença de ovos de S. mansoni nas fezes ou tecidos ou de antígenos circulan- tes do parasito. Através do parasi- tológico de fezes, pesquisa do an- tígeno ou biopsia do tecido. • Métodos indiretos: envolve rea- ção de antígeno-anticorpo, como Elisa (para identificação IgG, igM, igA, IgG), reação periovular (incu- bação de ovos com soro do pa- ciente. Técnica trabalhosa), intra- dermorreação (não recomendada atualmente). 7. TRATAMENTO O tratamento depende da forma clíni- ca da doença: • Fase aguda: A dermatite cercaria- na é tratada com anti-histamínicos locais e corticosteroides tópicos. Em caso de febre, pode ser neces- sário internar, porém recomenda- -se hidratação, repouso e antitér- micos. Iniciar o uso da prednisona 1 mg/kg/dia, que deve ser associa- do ao tratamento específico. • Fase crônica: O tratamento es- pecífico é feito com Praziquantel e Oxaminiquine. MEDICAMENTO POSOLOGIA Praziquantel Todas as fases. Dose: 40 mg/Kg. Dose única Oxaminiquine Age em todos os estágios evolutivos. Dose: 15 mg/Kg. Dose única 16ESQUISTOSSOMOSE 8. NOTIFICAÇÃO É uma doença de notificação compul- sória nas áreas não endêmicas e de formas graves, em áreas endêmicas. 9. ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO O controle da esquistossomose é ba- seado no tratamento coletivo de co- munidades de risco, acesso a água potável e saneamento básico, educa- ção em saúde e controle de caramu- jos em lagos e rios. Avaliação de cura São realizados três exames de fezes no quarto mês após o tratamento + biopsia retal 4º-6º mês de tratamento. + 3 Parasitológicos de fezes no 4º mês Biopsia retal 4º- 6º mês PREVENÇÃO Educação em saúde Tratamento dos infectados Saneamento básico Acesso à agua potável Controle do hospdeiro intermediário MAPA MENTAL - PREVENÇÃO DA ESQUISTOSSOMOSE 17ESQUISTOSSOMOSE ESQUISTOSSOMOSE Doença infecto parasitária Fase tardia Quadro clínico 54 países endêmicos (África+Ásia) Brasil maior área endêmica (RN, PB, PE, SE, BA) Diagnóstico Tratamento: analgesia + antibioticoterapia Fase inicial Neuro: mielite transversa Hepatoesplenica: Varizes esofáicas Forma aguda: Dermatite cercariana + febre + hepatomegalia + esplenomagalia Hepatoinstetinal: hepatomegalia Lab: eosinofilia (>1000) Parasitologico + Schistosoma mansoni = helminto/ classe Trematoda (de forma foliácea, não segmentados e com presença de ventosas), do filo Platelmintos (vermes achatados Hospedeiro intermediário: Biomphalaria glabrata, Biomphalaria tenagophila e Biomphalaria straminea. Confirmação: Detecção de ovos ou antígeno circulante Fase inicial: anti- histamínico + antitérmico + Prednisona 1 mg/Kg Fase tardia: Prazinquantel 40 mg/Kg DU + Oxaminiquine 15 mg/Kg DU 18ESQUISTOSSOMOSE REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de Vigilância em Saúde / Mi- nistério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2014 Secretaria de saúde. Programa de controle de esquistossomose. 2017. Secretaria de saúde. Esquistossomose. 2017. Unicamp. Granulomas esquistossomóticos no fígado. Disponível em: <Anatpat.unicamp.br>. 19ESQUISTOSSOMOSE
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