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DIREITO CIVIL VII - SUCESSÕES

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DIREITO CIVIL VII - SUCESSÕES 
Professora: Thatiana de Arêa Leão Candil 
 
1. Conceito 
 
Disciplina a transmissão do patrimônio (bens, direitos e obrigações) do falecido aos seus 
sucessores. 
 
Toda vez que é falado em direito das sucessões, é em relação causa mortis (quando uma 
pessoa faleceu, sendo assim uma pessoa assume o lugar do morto, substituindo-o na sucessão). 
 
 
DA SUCESSAO EM GERAL 
 
Regras que se aplicaram tanto para sucessão legitima quanto para a testamentaria. 
 
1. Abertura da Sucessão e momento da transmissão da herança (artigo 1784 e 1787, CC): 
A abertura se dá no momento do falecimento do autor da herança (extinção da personalidade civil), 
havendo transmissão imediata – no exato instante da morte - da propriedade da herança aos 
herdeiros legítimos e testamentários (Princípio da Saisine). 
 
2. Espécies 
2.1 Quanto a fonte ou origem (artigo 1786, CC) 
 
2.1.1 Legitima: aquela que decorre da lei, sempre que o falecido não tiver feito testamento, ou for 
considerado invalido, ou vier a caducar. Ou ainda, quando o testador ao dispor de seus bens, não 
abranger a totalidade destes. A lei quem diz quem são os herdeiros da herança, por meio de uma 
ordem de vocação hereditária (artigo 1829,CC). Se dividem em: 
 
Necessários: aqueles previstos no artigo 1845, CC, são eles: descendentes, ascendentes e o 
cônjuge sobrevivente, a lei o reserva metade da herança 
Facultativos: aqueles previstos no artigo 1850, CC, são os colaterais, e não tem direito. 
 
2.1.2 Testamentaria: É a que decorre da disposição de última vontade podendo ser testamento 
(artigo 1857 – 1880, CC) e/ou codicilo (artigo 1881, CC). O testamento é mais complexo, pois temos 
seis espécies. O codicilo é um só. É um documento particular que não precisa de testemunha. Se 
deixar bens imóveis, não pode ser por codicilo, somente por testamento. Os herdeiros podem ser: 
 
Instituídos: recebem um percentual da herança, uma quota parte ou a integralidade da herança. Só 
saberá qual será o percentual depois da partilha. Ex.: ‘deixo 20% do meu patrimônio para fulano de 
tal’. 
Legatários: recebem os bens certos e determinados, chamado de bem legado. Ex.: ‘deixo minha 
casa, localizada (...) para ciclano’. 
 
2.2 Quanto aos seus efeitos: 
- Universal: quando os herdeiros são chamados a receber uma quota parte da herança ou a 
integralidade dela. Não se sabe quais bens serão destinados para cada um dos herdeiros; 
- Singular: quando o beneficiário tiver um bem certo e determinado. Ex.: deixou para alguém “a 
metade da fazenda X”. 
 
3. Liberdade para testar (artigo 1789, CC). 
Depende do tipo de herdeiros que a pessoa possui, se possui herdeiros necessários, possuirá 
liberdade para testar somente sobre 50% de seus bens. 
 
4. Lugar em que se abre a sucessão (artigo 1785, CC) 
É o último domicílio da pessoa falecida o local adequado para abertura da sucessão. Esse 
local passa a ser o juízo competente para as ações relativas a esse fato, o inventario, a partilha, a 
arrecadação, o cumprimento de disposições de ultima vontade e praticamente todas as ações e que 
o espolio seja parte, no polo ativo ou passivo, pouco importando aonde tenha ocorrido o óbito. 
Contudo, caso um estrangeiro, domiciliado em seu pais, possua algum bem no Brasil, um 
imóvel em alguma praia do Nordeste por exemplo vindo a falecer, como seu domicilio é fora do 
nosso pais, reputar-se-ia aberta a sucessão neste local, no exterior. Mas caso ele tivesse filhos ou 
cônjuge brasileiro, a sucessão de seus bens situados no Brasil, obrigatoriamente, observaria a lei 
brasileira a não ser que a lei estrangeira fosse mais benéfica. 
 
 
DA HERANCA E SUA ADMINISTRACAO 
 
Vimos que morre a pessoa e automaticamente se transmite seus patrimônios (massa de 
bens universal e indivisível até a partilha) para os herdeiros, sendo assim é feito o inventário – 
levantamento dos bens - e depois a partilha. 
 
1. Indivisibilidade da herança (artigo 1791, CC) 
 
Desde a morte até a partilha (fim do inventário), considera-se a herança indivisível, ou seja, 
os herdeiros não conseguem vislumbrar quais bens cada um ficará na totalidade, apenas é possível 
prever a cota parte (1/3, 25%, etc.) de cada um. No momento da partilha, aí sim, cada um saberá 
quais bens específicos herdarão. 
 
2. Responsabilidade dos herdeiros (artigo 1792, CC) 
 
Além dos bens e direito deixados, há obrigações. Os herdeiros respondem pelas dividas do 
morto, pagando com os bens que estão recebendo, nos limites da forca da herança, se ele deixou 
bem são pagos com eles, se o morto não deixou nada, não há dívida a ser quitada. E se as dividas 
forem superiores aos bens? Paga o que conseguir, e o restante os credores vão sair no prejuízo. 
 
O problema na pratica é que o morto não deixa bens, e não faz inventario, porque não tem 
bens não precisa fazer inventario, então os credores vão direto nos herdeiros falando que eles 
possuem bens e condições de pagar etc, mas é pessoal do herdeiro, então ele faz um inventario 
negativo (constando que não deixou bens – resolução 35, CNJ). 
 
3. Abertura do inventario (artigo 1796 e 1797, CC e artigo 611, CPC) 
 
É diferente da abertura da sucessão, que ocorre com a morte da pessoa. A abertura do 
inventário é a comunicação ao juiz que determinada pessoa faleceu e os herdeiros solicitam 
abertura de inventário, o inventário deve ser aberto em até 2 meses contados da morte da pessoa, 
e deve ser finalizado, via de regra, em até 12 meses, conforme art. 611, CPC. 
Deve-se desconsiderar o prazo de 30 dias do art. 1796, CC e considerar o prazo de 60 dias 
do art. 611 do CPC. Conta-se o prazo a partir da morte. 
E se passar do prazo de abertura do inventario? Pode ter multa, depende do estado aonde 
os bens estiverem localizados. No estado do Paraná não há sanção, mas há o ITCMD. 
Caso seja um inventário extrajudicial (cartório de títulos e documentos), a escritura poderá 
ser lavrada em qualquer local do Brasil, conforme resolução 35 do CNJ, logo, não se aplicam as 
regras do CPC; 
Da data da morte até a abertura do inventário, os bens são geridos por um administrador 
provisório, conforme rol do art. 1797, CC; 
Caso o falecido tenha deixado dois herdeiros obrigatórios e tenha feito testamento deixando 
todos seus bens a apenas 1 dos filhos, este testamento será válido, no entanto, seu conteúdo 
deverá ser ajustado, já que metade da herança deve obrigatoriamente ser dividida de maneira igual 
entre os dois herdeiros. É a chamada ‘redução das disposições testamentárias’. 
Para fazer a abertura no inventario: em juízo faz o endereçamento para família e 
sucessões, e vai dizer que o fulano morreu, juntar a certidão de óbito, requer a abertura do 
inventario. Se não sabe o valor dos bens, faz um valor estimativo. Depois de aberto o inventario o 
juiz vai nomear o inventariante (pessoa que vai administrar o espolio), então até ser nomeado a lei 
coloca uma ordem de preferência: cônjuge, herdeiros (se tiver vários, o mais velho), o 
testamenteiro, se não tiver nenhum, alguém de confiança do juiz. 
 
Se o inventario for feito em cartório pode ser em qualquer lugar do Brasil. 
 
4. Cessão de direitos hereditários (artigo 1793 a 1795, CC) 
 
Eh negócio jurídico intervivos e consiste na transferência que o herdeiro (legitimo ou 
testamentário) faz a outrem de todo o quinhão hereditário ou de parte dele que lhe compete após a 
abertura da sucessão, podendo ser a título oneroso ou gratuito. 
 
Pode-se falar em cessão de direito hereditários a partir da morte da pessoa e pode-se 
discutir esta cessão até a partilha dos bens; 
Quando antes do bem ou direito deixar de ser universal e indivisível posso “ceder” ele. 
Se a herança é um bem imóvel = feito por escritura pública 
 
- Intervivos: Porque quem realiza a sessão são os herdeiros. São chamados decedentes, e a 
pessoa que vai adquirir esses direitos é chamado de cessionário. 
- Título oneroso: como se fosse uma compra e venda, mas quando se fala em compra e venda é 
como se estivesse individualizando o bem, e aqui não tem isso, então é uma cessa de bem. 
- Título Gratuito: como se fosse uma doação. 
 
 
DA VOCAÇÃO HEREDITÁRIA 
(Art. 1798 a 1803, CC) 
 
1. Legitimação para suceder (Artigo 1798, CC) 
 
É a legitimação para o recebimento de uma herança. Vale para a sucessão legitima e 
testamentária. O morto não recebe herança. A lei só chama as pessoas vivas e concebidas 
(nascituro) no momento da abertura da sucessão, para receber a herança. Se o nascituro morrer, a 
herança é transmitida a seus herdeiros. 
Se herança for deixada por testamento e o herdeiro falece antes da abertura da sucessão, a 
cláusula do testamento caduca, perde aplicabilidade. 
2. Legitimação para suceder por testamento (Artigo 1799, CC) 
 
Quem pode receber por testamento, além das pessoas vivas e nascituras? Ex: tem uma 
sobrinha com 10 anos e gostaria de garantir a herança dos filhos que ela vier a ter, “deixo minha 
parte disponível para os filhos de minha sobrinha. ” Nesse caso, se ela ainda não tem filho, após 
que doar a herança e acabo morrendo, a minha sobrinha tem o prazo de 2 anos para ela ter o filho, 
para que assim recebe a herança. 
 
- Artigo 1800 § 4: prazo de 2 anos. Passou de 2 anos não engravidou, perde o direito. Se não for 
concebido no prazo de 2 anos, vai para os herdeiros legítimos. 
- Substituição testamentária: é indicar um substituto da pessoa mencionada no primeiro lugar. Ex: 
se nesse prazo de 2 anos ela não engravida, vai para os herdeiros legítimos, mas se eu não quero 
que vai para eles, posso indicar um substituto “deixo minha parte para os filhos da minha sobrinha, 
se não for concebido no prazo da lei, quero que fique com minha sobrinha”. 
- Posso deixar meus bens em vida para criar uma fundação ou ser transferido para uma pessoa 
jurídica que vai ser criado ainda. 
 
3. Falta de legitimação na sucessão testamentária (Artigo 1801, CC) 
 
Pessoa proibida de receber a herança. Posso deixar para quem eu quiser, desde que essa 
pessoa seja legitima, caso contrário é clausula nula. 
I. Testamento escrito a rogo é escrito por uma terceira pessoa, mas quem assina é o testador. A 
pessoa que escreve ao pode ser beneficiário. Os ascendentes de quem está escrevendo o 
testamento para o testado também não podem ser beneficiários. Os descendentes também não 
podem. Ex.: Eu dito o meu testamento para que o Fulano escreva. 
II. As testemunhas do testamento. 
III. Primeira parte: O amante não pode ser beneficiário, cláusula nula. Não pode ser deixado nem 
para os ascendentes e nem descendentes. Mas pode ser deixado para o filho da mulher com o 
amante. Segunda parte: a culpa não se discute, separação de fato: quando não é separado 
legalmente. Quando estou separado de fato e já mora a 5 anos com outra pessoa é caracterizada 
união estável. Sendo assim eu posso ter o meu companheiro como beneficiário. 
IV. O tabelião, civil ou militar, ou o comandante ou escrivão, perante quem se fizer, assim como o 
que fizer ou aprovar o testamento. 
 
 
ACEITAÇÃO DA HERANÇA 
 
1. Conceito: Quando ocorre a morte, nasce a abertura da sucessão e a transmissão 
automática aos herdeiros (artigo 1.784, CC), porem por mais que a transmissão seja automática os 
herdeiros podem manifestar sua vontade “eu quero essa herança, ou não quero”. Então teremos a 
aceitação que é transmissão da herança, ou a renúncia que aonde ele não quer a herança. 
Portanto, aceitação é o ato pelo qual o sucessor legitimo ou testamentário manifesta sua vontade de 
receber a herança que lhe foi transmitida com a morte. 
 
2. Espécies (art. 1805, CC) 
a) Expressa – aquela manifestada por escrito. 
b) Tácita – ele não diz “eu aceito”, mas tem todas as atitudes que um herdeiro faria. Quando 
pratica algum ato nos bens do falecido. Obs.: Quando o locador morre e o locatário liga para o 
herdeiro para que receba o aluguel, isso não quer dizer que o herdeiro está aceitando a herança. 
c) Presumida (artigo 1.807, CC) - Mais comum. A lei diz que durante 20 dias o herdeiro pode 
ficar em silencio, passado os 20 dias os interessados já podem solicitar para o juiz intima-los prazo 
de até 30 dias para que se manifestem se aceitam ou não. Se caso recebe essa manifestação e fica 
em silencio e passado esses dias e ele não se manifesta, presume-se a aceitação. A partir desse 
dia pode praticar atos como qualidade de herdeiro ou não precisa fazer nada. Ex.: Abriu a 
sucessão, o autor da herança deixou 3 filhos, o filho 1 aceitou, fez uma aceitação expressa, o outro 
10 dias depois abriu o inventário e fez o levantamento do patrimônio, e fez uma aceitação tácita. E o 
filho 3 está quieto, não pratica ato nenhum, não sabe se vai aceitar ou renunciar. Os outros 2 tem 
interesse em saber? Sim, porque daí vai ser dividia em 3. 
 
3. Quanto a pessoa que manifesta aceitação 
a) Direta: manifestada pelo próprio herdeiro chamado a sucessão. 
b) Indireta: é quando alguém aceita em nome do herdeiro. 
 
Exemplos 
1. Aceitação pelos sucessores do herdeiro, que faleceu após a abertura da sucessão, mas antes de 
aceitar a herança (1809 CC). 
2. Aceitação pelo mandatário: quando o herdeiro da autorização para que uma outra pessoa 
represente seus interesses. 
3. Aceitação pelo tutor ou curador: o tutor é aquele que cuida do menor que não tem pai ou mãe, 
aceitação em nome do menor ou curatelado. 
4. Aceitação pelos credores do herdeiro renunciante (1813 CC): o prazo do credor é de 30 dias. Não 
são credores do morto. O credor pode com autorização do juiz aceitar a herança do sucessor. 
 
4. Impossibilidade de aceitação parcial (artigo 1.808, CC) 
Ou o herdeiro aceita ou renúncia, não existe meio termo. Não é possível aceitação parcial. 
Aceitação a prazo também não é possível: “eu aceito mais só daqui 2 anos”, “eu aceito, só se for o 
apartamento, a casa não”. 
 
5. Irrevogabilidade (artigo 1.812, CC) 
Caso o herdeiro aceitou, não pode se retratar ou dizer que não quer mais, pois o ato de 
aceitação é irretratável, irrevogável. Uma vez aceita a herança, ela se torna definitiva no patrimônio 
do herdeiro. 
 
 
RENÚNCIA DA HERANÇA 
 
- Conceito: é o ato solene pelo qual o herdeiro (legatário, legitimo ou instituído) manifesta sua 
intenção de não receber a herança do falecido. A única espécie de renúncia é expressa. Para uma 
pessoa renunciar a mesma precisa ser capaz, por exemplo o menor não pode renunciar. 
 
1. Renúncia expressa (art. 1806, CC) 
Única forma de formalizar a renúncia é de maneira expressa, por: (i) por instrumento público 
ou (ii) comparece no cartório onde tramita o inventário e, por termo nos autos, manifesta sua 
renúncia. Se casado (regime parcial) o cônjuge precisa anuir para confirmar a renúncia. 
2. Distinção entre renuncia abdicativa e renúncia translativa. 
A renúncia abdicativa é a própria renúncia. É o herdeiro dizer “não quero”. Já renúncia 
translativa não é renúncia e sim aceitação + cessão gratuita, quando alguém renuncia em favor de 
alguém; “Eu renuncio em favor do meu irmão”. Neste caso, a herança se confirma e, 
posteriormente, configura-se a doação, logo, incidirá tributação nas duas operações. Se a pessoa 
escolhe para quem vai a herança a pessoa está aceitando e pagará o imposto do recebimento da 
herança e também sob a cessão da herança. 
 
3. Impossibilidade de renúncia parcial (art. 1808, CC). 
- Efeitos: retroagem a data da morte. 
 
a) Afastar o renunciante da sucessão (art. 1804, §único, CC) 
b) Direito de acrescer entre os coerdeiros (art. 1810, CC) 
c) Os descendentes do renunciante não podem representá-lo, mas podem ser chamados por 
direito próprio. (art. 1811, CC) 
d) Irrevogabilidade (art. 1812, CC).Para entender o artigo 1.811, CC é preciso compreender esses conceitos: 
- Sucessão por direito próprio ou por cabeça: ocorre quando o beneficiado é o próprio sucessor do 
falecido. Ex.: filho recebe a herança do pai. 
- Sucessão por direito de representação ou por estirpe: ocorre quando o herdeiro falece antes do 
autor da herança, quando a pessoa é chamada para assumir o lugar de quem deveria suceder 
diretamente. Ex.: neto que recebe a herança do avo no lugar de seu pré-morto. 
 
Exemplos: 
“A” morre. A primeira classe que a lei é a classe chamada é a descendente (direito próprio). 
Ex. o pai morre, e quem são chamados primeiro são os filhos. 
“A” está vivo e um filho de “A” morre em 2014. Em 2016 morre “A” então a lei chamará os 
filhos do filho em 2014 para receber a sua cota parte do filho morto. (Direito de representação) Art. 
1851 CC 
“A” morto e “B” renuncia, a parte de quem renúncia volta para o monte e é divido entre os 
demais herdeiros. Os herdeiros de quem renunciou não tem como os filhos representar. Mesmo que 
tenha filho menor. 
Se um filho do pai morto renunciar, acresce ao monte do irmão. 
“A” e “B” morto e “C” e “D” renúncia. A lei vai chamar os netos para receber a herança por 
cabeça, porque não tem nenhum herdeiro da primeira classe para receber a herança. 
Quando os herdeiros de 1 grau estiverem mortos ou todos renunciarem, os seus filhos 
(netos) serão chamados por cabeça, inclusive os do renunciante. 
Menor de idade não pode renunciar e nem representar. 
 
 
 
2º BIMESTRE 
 
DOS EXCLUIDOS DA SUCESSÃO POR INDIGNIDADE 
(Art. 1814, CC) 
 
- Conceito: A indignidade é uma sanção civil que acarreta a perda do direito sucessório, aplicada 
ao sucessor legitimo ou testamentário que houver praticado determinados atos de ingratidão. Nesse 
caso, o beneficiário com a transmissão da herança – seja na qualidade de herdeiro ou legatário – 
vem a praticar atos atentatórios contra a pessoa ou a honra do autor da herança, ou sus familiares, 
ou tenta alterar de alguma forma os atos de ultima vontade do falecido. O indigno é 
considerado/equiparado pré-morto. É a morte civil. 
 
- Pressupostos: 
a) Ter ocorrido uma das hipóteses do Art. 1814, atos atentatórios contra vida, a honra e a 
liberdade de testar; 
b) Não ter sido o indigno perdoado pelo ofendido (Não houve o perdão); 
c) Existência de propositura de ação de indignidade com sentença judicial transitada em 
julgado. Deve ser proposta no juízo da sucessão. Somente pode entrar com a ação quem se 
beneficia da herança deixada, ou seja, que possui interesse econômico. 
 
Mesmo condenado em juízo criminal, se a ação de indignidade não for proposta no juízo da 
sucessão, o indigno continua apto a receber a herança. A ação precisará ser proposta uma única 
vez e será válida contra os parentes próximos (elencados no inciso I do art. 1814) da vítima alvo do 
ato de indignidade. A ação de indignidade deve ser proposta em até 4 anos da morte do autor da 
herança, independentemente da falta de conhecimento da autoria do crime. 
- Causas de exclusão (art. 1814, CC) 
I. Homicídio doloso consumado ou tentado, contra as pessoas listadas. Portanto na incidência de 
homicídio culposo não haverá incidência da norma. O filho mata o pai. No momento da morte, a 
herança foi dívida. Mas se o irmão não propor uma ação de indignidade, o filho que matou o pai 
receberá a herança. “Mão ensanguentada não apanha a herança”. O prazo para o irmão entra com 
a ação de indignidade é de 4 anos a partir da data da morte. Precisa ser autor, co-autor ou 
partícipe. Na ação de indignidade, se um irmão não quiser entrar e o outro quer, se aproveita a 
ação. Não precisa ter cometido a indignidade contra o autor da pena para ser excluído, se cometer 
contra as pessoas próximas ao autor da herança, também será indigno. Se o indigno tiver filhos, o 
irmão do indigno não pode entrar com a ação e sim só os filhos do indigno. Herdeiro instituído se 
matar o autor da herança, pode ser afastado pelos interessados. Os filhos do legatário não 
recebem. 
II. Crime de denunciação caluniosa: o filho que faz calunia contra o autor da herança também é 
indigno. 
III. Exemplo: Marido e mulher não tem ascendentes e nem descendentes. Acontece que a mulher 
faz um testamento cerrado, e o marido pensou que não ficará com nada. Aí o marido queima o 
testamento. O juiz pede para o marido trazer o testamento porque foi queimado. Então os irmãos da 
morta entraram com uma ação de indignidade por ter queimado o testamento. 
 
- Procedimento para obtenção da exclusão (art. 1815, CC) 
Deve ser proposta em até 4 anos após a morte do autor da herança (abertura da sucessão). 
Trata-se de prazo decadencial. Como regra legal, o prazo não deve ser contado contra 
absolutamente incapaz; 
Podem propor esta ação todos que possuam interesse econômico com o afastamento do 
indigno. Caso haja mais de um interessado, a sentença da ação proposta por um deles aproveita 
aos demais. Trata-se de ação declaratória com efeitos ex-tunc. 
 
- Reabilitação ou perdão do indigno. (art. 1818, CC) 
a) Perdão expresso (caput): é o manifestado por escrito em testamento ou em ato autêntico 
(instrumento particular com firma reconhecida); 
b) Perdão tácito (§único): é aquele em que o autor da herança, é quando simplesmente o autor 
deixa algo (apto) para o filho que o ofendeu, isso significa que perdoou. O perdão está limitado ao 
apto e os demais podem excluí-lo do resto da herança. Não podemos compreender com a volta do 
relacionamento entre ambos. 
 
- Efeitos da exclusão 
a) Pessoalidade da pena (art. 1816, “caput” CC): A sanção civil não pode passar da pessoa do 
ofensor. O indigno é considerado como morto pela lei, então os filhos do indigno podem representá-
lo, sucedendo seu lugar. 
b) Perda do direito à administração, usufruto e sucessão de tais bens (1816, §único CC): Não 
pode administrar, usufruir e nem receber como herança do filho. Daquilo que a pessoa é exclusa 
perde a dignidade e não poderá mais ter acesso ao bem do morto. 
c) Retroação dos efeitos da sentença. 
d) Validade dos atos praticados. 
e) Restituição frutos (1817, §único CC) 
 
- Bens ereptícios: São os bens negados ao sucessor indigno, e em relação a estes o indigno não 
terá direito ao usufruto ou a administração nem a sucessão eventual destes bens, consoante o 
parágrafo único do artigo 1.816, CC. 
 
- Legitimidade: somente os outros herdeiros, e eventualmente algum legatário, poderiam figurar no 
polo ativo da demanda. Tem sido admitida, também, a autoria por parte do MP, ou do Munícipio, ou 
Distrito Federal, se não houver mais herdeiros conhecidos, assim também como de credores de 
herdeiros que se beneficiariam com a exclusão do indigno. 
 
Enunciados das jornadas do CJF: 116. Art. 1815: o MP por forca do artigo 1815 do CC, 
desde que presente o interesse público, tem legitimidade para promover ação visando a 
declaração de indignidade de herdeiro ou legatário. 
 
 
HERANÇA JACENTE E VACANTE 
(Art. 1819 a 1823, CC e Art. 738, CPC) 
 
Falecendo alguém sem herdeiros conhecidos ou aparentes, nem testamento, a lei determina 
o início de um procedimento para buscar encontrar sucessores. Os bens serão inicialmente 
arrecadados e ficarão sob a guarda e conservação de um curador até a entrega a algum sucessor 
que tenha se habilitado legitimamente, ou até que seja a herança declara vacante (1819, CC). 
 
Herança Jacente: a pessoa não deixa herdeiros notoriamente conhecidos; 
Herança vacante: não possui herdeiros, os bens são destinados ao município. 
 
O curador nomeado representara a herança em juízo ativa e passivamente. Feita a 
arrecadação dos bens do falecido e ultimado o inventario, serão expedidos editais que será 
estampado 3 vezes, com intervalo de 30 dias para cada um, no órgão oficial e na imprensa da 
comarca, para que venham a habilitar-seos sucessores do finado no prazo de 6 meses contados da 
primeira publicação. 
Passado um ano da primeira publicação do edital, não havendo herdeiro habilitado, ou 
habilitação pendente, será a herança declarada vacante. 
A declaração de vacância da herança exclui da sucessão qualquer herdeiro colateral que 
não houvesse ainda se habilitado, mas não prejudica os outros herdeiros 
(ascendente/descendente/cônjuge - herdeiros necessários) que poderão ainda se habilitar no prazo 
decadencial de cinco anos, contados da abertura da sucessão e não da declaração de vacância. Os 
credores também podem entrar com a petição de herança a partir do momento que o juiz declara a 
herança vacante. A herança só é jacente se não tiver herdeiros conhecidos. Se tiver herdeiros, mas 
eles renunciam, não terá herança jacente e sim herança vacante porque vai direto para o Estado. 
Decorridos os cinco anos mencionados, sem o aparecimento de qualquer herdeiro, os bens 
arrecadados passarão ao domínio do Munícipio ou do Distrito federal, se localizados nas 
respectivas circunscrições, incorporando-se ao domino da união quando situados em território 
federal. 
A herança só pode ser declarada vacante quando todas as habilitações forem julgadas 
improcedentes. 
 
Ex.: O morto não deixou herdeiros, mas fez um testamento e deixou apenas 20% para o Deoclécio 
e os outros 80% será jacente onde alguém pode se habilitar e se não houver habilitação vira 
herança vacante, direto para o Estado. 
 
 
PETIÇÃO DE HERANÇA 
(Art. 1824, CC) 
 
É uma ação cuja finalidade é o reconhecimento da qualidade de herdeiro para reivindicar a 
heranças deixada. A petição é dirigida contra os herdeiros já conhecidos ou contra município no 
caso de herança vacante. Se a petição de herança for proposta durante o inventário, este será 
suspenso. 
Súmula 149, STF: embora a investigação de paternidade não prescreva, há prescrição para 
ingressar com ação de petição de herança. O prazo máximo para a propositura desta ação é de 10 
anos. 
Eventual reconhecimento de novo herdeiro, após concretização de inventário, não causará danos a 
terceiros de boa-fé, quando os negócios forem onerosos. Os herdeiros que terão que devolver parte 
ou integralidade da herança poderão ser acionados para devolver os valores ao novo herdeiro 
reconhecido; 
 
SUCESSÃO LEGITIMA 
(Art. 1829, CC) 
 
I – Descendentes (cônjuge concorre) 
1) o “de cujus” deixou descendentes? Sim 
2) o “de cujus” era casado ou mantinha união estável? Não 
 
 Descendentes de grau mais próximo excluem os de grau mais remoto; 
 Os filhos recebem sempre por direito próprio ou por cabeça; 
 No caso de filho pré-morto, os filhos do morto (netos do autor da herança) podem reivindicar 
a parte da herança que caberia ao pré-morto. Neste caso, recebem a herança por direito de 
representação; 
 Filhos de herdeiro declarado indigno também pode exercer o direito de representação e 
requerer a parte da herança. 
II – Ascendentes (cônjuge concorre) 
1) o “de cujus” deixou descendentes? Não 
2) o “de cujus” deixou ascendentes? Sim 
3) o “de cujus” era casado ou mantinha união estável? Não 
 Ascendentes de grau mais próximo excluem os de grau mais remoto; 
 Na classe dos ascendentes não existe direito de representação; 
 Na classe dos ascendentes, a divisão é feita por linhas, paterna e materna. Ou seja, no caso 
de pais mortos, a herança será de 50% para cada linha, mesmo que uma linha tenha avó e 
avô e a outra só avó, por exemplo, igualmente será de 50% para cada linha. 
III – Colaterais (cônjuge concorre) 
1) O de cujus deixou descendente? Não 
2) Deixou ascendente? Não 
3) Deixou cônjuge? Não 
4) Deixou colaterais? Sim 
 
 Irmãos são colaterais de segundo grau. 
 Sobrinhos e tios de terceiro grau. 
 Primos, tios avos e sobrinhos netos de quarto grau. 
 Só até o quarto tem direito a herança. Ex.: filho do primo não tem mais direito. 
 
São 5 os pontos que devem ser observados nessa matéria: 
 
1. Os mais próximos excluem os mais remotos. 
Existe representação somente em favor dos sobrinhos. 
Se meu irmão D é falecido, os filhos dele recebem minha herança por representação, 
enquanto meus outros irmãos são por direito próprio. 
Se meu irmão C é indigno e tem um filho vivo e outro morto, a herança vai para o vivo, e se 
esse morto tiver filhos (que seriam meus sobrinhos netos), não desce a eles, pois não atinge mais. 
 
2. Salvo em representação. 
Na falta de irmãos, chama os sobrinhos por direito próprio ou cabeça, e na falta dos 
sobrinhos, chama os tios, se não tem tio, chama os de quarto grau, se não tem vai ser jacente e 
depois de entregue ao município se torna vacante (artigo 1843, caput, CC). 
 
3. Os sobrinhos têm ordem de preferência aos tios. 
 
4. Irmão bilateral recebe o dobro dos irmãos unilaterais. 
 
A lei distingue os irmãos bilaterais (mesmo pai e mesma mãe, também chamado de 
germanos) de unilaterais (do mesmo pai ou mãe, que podem ser chamados também de 
consanguíneos ou no caso de serem adotados: uterinos). 
Enquanto meus irmãos B e C que são bilaterais recebem duas quotas, meu irmão que é 
unilateral recebera uma quota. Então, se eu faleci, a totalidade dos meus bens e direitos (100%), 
será dividida pela soma dos algarismos (1 quota do D + 2 do B + 2 do C) = 100/5: 20% para D e B e 
C terão 40% cada (ambos por cabeça ou direito próprio). 
Se nesse exemplo, meu irmão bilateral B está morto, seus filhos podem representar, 
dividindo os 40% que seria de B. 
Artigos 1829, IV, 1839, 1840, 1841, 1842, 1843, p.1, CC. 
 
5. Sobrinhos bilaterais também recebem o dobro das quotas dos unilaterais (por cabeça 
ou direito próprio). 
 
Então, se meu irmão D unilateral renunciar e tiver dois filhos, o B bilateral morreu e teve 
dois filhos e dois netos, e o C bilateral se torna indigno tem dois filhos e um neto, ser feita dessa 
forma: 
D 1+1 B 2+2 C 2+2 = 100/10 = 10% resultando em 
D 10% para cada filho, B 20% para cada filho, C 20% para cada filho. 
Aos sobrinhos netos não se estende o direito de representação. 
 
 
DA ORDEM DA VOCAÇÃO HEREDITÁRIA 
1) O falecido deixou descendente? Sim. 
2) O falecido deixou cônjuge? Sim. 
3) Eles estavam separados de fato? Não - Art. 1.830. 
4) Qual o regime de bens do casamento? Art. 1829, I. 
5) O cônjuge sobrevivente terá direito real de habitação? (Moradia). Art. 1831 
 
Art. 1.830. Somente é reconhecido direito sucessório ao cônjuge sobrevivente se, ao tempo 
da morte do outro, não estavam separados judicialmente, nem separados de fato há mais de 
dois anos, salvo prova, neste caso, de que essa convivência se tornara impossível sem 
culpa do sobrevivente. 
 
Se estiverem separados de fato até dois anos o cônjuge sobrevivente concorre com os 
descendestes, mas se a separação de fato for superiora dois anos, não tem direito sucessório. 
 Regra: o cônjuge sobrevivente concorrerá com os descendentes. 
 Exceção = salvo se = não concorrerá: nos regimes que estão expressos no Art. 1829, I. 
 
Não concorrerá 
- Comunhão Universal, (quem meia não herda): nesse regime o cônjuge não concorre com os 
filhos; a herança irá só para os filhos. “A” é casado com “B” no regime de comunhão universal de 
bens. A regra do regime universal de bens é tudo o que o casal tinha antes e após o casamento, 
são dos dois, ou seja, todo o patrimônio é comum. O direito sucessório temos sempre que 
diferenciar meação de herança. Primeira coisa quando uma pessoa morre e deixa 
cônjuge/companheiro, temos que fazer essa diferenciação. Meação é direito de família, existe um 
regime de bens que permite que alguns bens ou todo o patrimônio se comunique durante o 
casamento. Herança é regra do direito sucessório. Meação e herança são coisas diferente. ”A e “B”possuem dois filhos o “C” e o “D”. “A” morre, a primeira coisa que temos que saber o que pertence a 
“A” e o que pertence a “B”. Se eles fossem se divorciar como seria a divisão dos bens? Seria 
metade para cada porque tudo se comunica. Então 50% já é de “B”, que chamamos de meação; e 
os outros 50% são de “A” já em direito de 50% que também chamamos de meação. Na morte seria 
a mesma coisa. “A” morreu? O que é de “A” e o que é de “B”? Nesse caso 50% é de e os outros 
50% são de “B”. Como “A” é o morto, aquilo que pertence ao morto será chamado de herança que 
deixará para os herdeiros dele. Os herdeiros de “A” são os descendentes, os dois filhos que são os 
primeiros a serem chamados. Só que a lei diz que o cônjuge pode concorrer com os descendentes. 
Só que nesse caso o “B” que é o cônjuge não concorre porque são casados em comunhão 
universal de bens. Quem irá receber os 50% da herança de “A” serão os dois filhos que será dívida 
em duas partes, 25% para cada filho. O cônjuge não herdeiro porque ele já tem a metade. 
- Separação obrigatória de bens, (Art. 1641), são pessoas que não podem escolher o regime de 
casamento - os maiores de 70 e os menores de 18 anos, q qdo tiver infração de causa suspensiva. 
Nesse regime temos a súmula 377, STF: “NO REGIME DE SEPARAÇÃO LEGAL DE BENS, 
COMUNICAM-SE OS ADQUIRIDOS NA CONSTÂNCIA DO CASAMENTO. ” 
Se os bens se comunicam na constância do casamento, isso significa que o outro já é 
meeiro e não será herdeiro. 
- Comunhão parcial sem bens particulares: só comunica os bens adquiridos durante o 
casamento. 
Ex.: Um tio muito rico meu morreu e deixou em seu testamento os seus bens para mim, só que eu 
sou casada no regime de comunhão parcial sem bens particulares. O meu marido tem direito a essa 
herança? Não, porque é bem particular. Doações que o meu pai fez para mim, mas eu sou casada, 
não se comunica com o meu marido. Então tem bens que recebemos durante o casamento nesse 
regime que podem não se comunicar que são chamados de bens particulares. Então, nós podemos 
durante o casamento nesse regime de comunhão parcial sem bens particulares, ter um patrimônio 
comum que é adquirido durante o casamento, mas podemos ter aqueles bens que mesmo sendo 
adquirido durante o casamento não se comunicaram com o cônjuge, que são chamados de bens 
particulares. “A” e “B” se casaram, mas não tinham nada antes do casamento e tudo o que eles 
adquiriram foi durante o casamento a título oneroso, então o patrimônio todo é comum. Então ele 
não tem bens particulares. “A” morre, metade já é de “B”, para quem vai a metade do morto? Para 
os herdeiros, os filhos. Porque que o cônjuge não herda? Porque quem meia não herda. E se “A” 
tivesse deixado bens particulares? O cônjuge vai concorrer? A lei diz que concorre. Então, só para 
vocês perceberem, o legislador pensou o seguinte: se todo o patrimônio é comum e se o cônjuge já 
é meeiro, ele não precisa receber a herança, ele não é herdeiro. O raciocínio é o mesmo, regime de 
comunhão parcial de bens sem bens particulares, todo o patrimônio é comum e quem meia não 
herda. Irá só para os filhos. 
Concorrerá: 
- Participação final nos aquestos: durante o casamento não se comunica, mas no final se 
comunica. Então se esses bens são aqueles que se comunicaram durante o casamento “B” é 
meeiro, mas não herdeiro. “B” vai concorrer com os filhos nos bens particulares. Se todos os 
descendentes forem comuns, o cônjuge irá concorrer em partes iguais, não podendo ter uma cota 
menor do que 25%. Se todos os filhos são só do morto, a divisão será em partes iguais. E se tiver 
filiação hibrida continua sendo dividido em partes iguais. 
- Comunhão parcial com bens particular: adquirem bens durante o casamento, mas “A” quando 
casou já tinha um apartamento. “B” terá direito a metade desse apartamento? Não. Nós vamos 
chamar de bem particular, 100% dele. Se eles forem se separar “A” ficará com 100% do apto e os 
bens adquiridos durante o casamento ser divido em 50% para cada um. “A” morre. O que é “A” e o 
que é de “B”? 100% do apartamento é de “A” e 50% do patrimônio comum. E de “B” será 50% do 
patrimônio comum. Então em relação ao patrimônio comum eles são meeiros. Pergunta: o cônjuge 
concorre com os descendentes no regime parcial quando o morto deixa bens particulares? A lei diz 
que sim, mas ele vai concorrer somente nos bens particulares. A lógica é, se no patrimônio comum 
ele já é meeiro, então ele não é herdeiro. Mas é nos bens particulares? Nos bens particulares ele 
não é meeiro, ele herdeiro. Então será aplicado o Art. 1832. Então vamos lá!!! Patrimônio comum 
50% de “A” e 50% de “B”. “B” já é meeiro, ele vai concorrer com os dois filhos na parte da herança 
do morto? Não, porque quem meia não herda na meação do morto. Então nos 50% do patrimônio 
comum só herdam os filhos. Mas nesse 100% do apto que é um bem particular o cônjuge 
sobrevivente não é meeiro, então ele é herdeiro. Então vamos dividir esse 100% do apto em 3 
partes iguais. 
Art. 1.832. Em concorrência com os descendentes (art. 1.829, inciso I) caberá ao cônjuge 
quinhão igual ao dos que sucederem por cabeça, não podendo a sua quota ser 
inferior à quarta parte da herança, se for ascendente dos herdeiros com que concorrer. 
 
“A” e “B” possuem dois. “A” morre. “B” concorre com os descendentes nos bens particulares. Então 
o 100% do apto será dividido em 3 partes iguais e o bem comum será dividido somente entre os 2 
filhos. 
“A” e “B” possuem três filhos. “A” morre. “B” concorre com os descendentes nos bens particulares. 
Então o 100% do apto será dividido em 4 partes iguais e o bem comum será dividido somente entre 
os 3 filhos. 
“A” e “B” possuem quatro ou mais filhos. “A” morre. “B” concorre com os descendentes nos bens 
particulares com uma reserva de 25% ou 1/4 do patrimônio ficará para o cônjuge e os 75% será 
dividido entre os 4 filhos. 
Quando todos os descendentes forem comuns, o cônjuge sobrevivente terá o direito de 
receber no mínimo 25%. 
“A” e “B” não tiveram filhos, mas “A” teve 6 filhos do casamento anterior. Então, “A” morre e deixa 
os 6 filhos, mas não teve filhos com “B”. Temos que saber o que é de “A” e o que é de “B” (já 
sabemos). O cônjuge concorre com os descendentes, mas só nos bens particulares. Mas o cônjuge 
não concorre nos 50% do que é do morto. Então esse 50% será dividido em 6 partes iguais. Mas 
nos bens particulares, o cônjuge concorre, e os 100% do apto será dividido em 7 partes iguais. 
Quando todos os filhos são do morto, não se tem a reserva de 1/4 ou 25%. Quando os 
descendentes são exclusivos do morto, a herança dos bens particulares será dividida em partes 
iguais. 
Se “A” e “B” tiverem 6 filhos exclusivos (fora do casamento) e 6 filhos comuns. A meação do morto 
será dívida em 12 partes iguais. E os bens particulares será dividido em parte iguais, não tem 
reserva de 25% ou ¼ para o cônjuge sobrevivente. 
- Separação total/absoluta: é quando é convencionado que não irá se comunicar durante o 
casamento. Nada se comunica. Tudo o que estiver em nome de “A” será de “A” e tudo o que estiver 
em nome de “B” será de “B”. Não tem bens comuns. “B” não é meeiro, mas “B” concorre com os 
descendentes do falecido? Sim, concorre nos bens particulares do morto. Bom se eu escolho o 
regime de bens para que os bens não se comuniquem durante o casamento, com a morte o cônjuge 
será chamado para receber a herança. Protege se caso ele se divorciarem, mas a regra para a 
sucessão é outra, é para proteger o cônjuge que não tem meação. Então o cônjuge não é meeiro, 
mas é herdeiro. Isso será dividido de que forma? Depende. Se todos os descendentes forem 
comuns, o cônjuge ficará com 25% e o restante será dividido entre os filhos. Se todos os 
descendentes foremsó do morto, será dividido em partes iguais. Se tiver a concorrência dos 
descendentes comuns mais os exclusivos, será dividido em partes iguais. 
 Descendentes comuns: reserva 1/4 ou 25% para o cônjuge 
 Descendentes exclusivos: partes iguais com o cônjuge. 
 Descendentes exclusivos + descendentes comuns: divide em partes iguais com o 
cônjuge. (Filiação hibrida) 
 
Art. 1.832. Em concorrência com os descendentes (art. 1.829, inciso I) caberá ao cônjuge 
quinhão igual ao dos que sucederem por cabeça, não podendo a sua quota ser inferior à 
quarta parte da herança, se for ascendente dos herdeiros com que concorrer. 
 
CÔNJUGE CONCORRENDO COM O DESCENDENTE 
(Art. 1829, CC) 
 
1) O falecido deixou descendentes? Sim. (Porque os descendentes são os primeiros na ordem 
sucessória) 
2) O falecido era casado? Sim. (Porque na primeira ordem prevalece os descendentes em 
concorrência com o cônjuge sobrevivente) 
3) O cônjuge estava separado de fato? Não. (Porque se eles estivem separados de fato a mais 
de 02 anos, o cônjuge sobrevivente não terá direito a receber a herança) 
4) Qual o regime de bens do casamento? (Porque hoje o cônjuge pode concorrer com os 
descendentes na herança deixada pelo falecido, a depender do regime de bens do 
casamento. Em alguns regimes o cônjuge não concorre). 
5) O cônjuge sobrevivente tem direito a habitação? Sim, desde que seja o único imóvel de 
natureza residencial. Art. 1831 
6) O cônjuge quando concorre com os ascendentes no direito de habitação? Não desde que 
seja o único bem. 
 
O cônjuge não concorrerá com os descendentes nos seguintes regimes: 
 Comunhão universal de bens 
 Separação obrigatória de bens os filhos, netos, bisnetos recebem 
sozinhos 
 Separação parcial sem bens particulares seguindo a ordem de vocação hereditária. 
 
Grau mais próximo excluem grau mais remoto. Aqueles que estão na classe dos 
descendentes em grau mais próximo exclui o de grau mais remoto, salvo direito de representação. 
O cônjuge sobrevivente concorrerá com os descendentes (somente nos bens particulares). 
 Participação final nos aquestos 
 Separação total (convencional) 
 Comunhão parcial com bens particulares 
 
A e B casados com regime comunhão parcial de bens. Durante o casamento tiveram dois 
filhos. Durante o casamento “A” recebeu uma herança do pai dele, essa herança de comunica a 
“B”? Não, porque é bem particular. Durante o casamento a mãe fez uma doação para ele, esse bem 
se comunica com o cônjuge? Não, pq é bem particular. Durante o casamento ele recebeu o prêmio 
da loteria, esse prêmio se comunica com “B”? Sim se comunica. Durante o casamento ele guardou 
dois anos do salário dele e comprou um apartamento, esse bem se comunica com ”B”? Sim 
comunica, sendo bem comum. BP de “A”: herança, e uma doação. BC: prêmio da loteria e um apto. 
Dos bens comuns com a morte de “A”, metade já pertence a “B” a título de meação. O outros 
50% pertence a “A” mais o 100% dos bens particulares. O cônjuge “B”, concorrera com os 
descendentes na totalidade da herança de “A”? Não, só vai concorrer nos bens particulares. Esse 
50% será dividido de que forma? 25% para cada filho. Os bens particulares, o cônjuge é meeiro? 
Não é meeiro, mas é herdeiro. Será dividido os 100% em 3 partes iguais. 
- “A” e “B” tem 3 filhos. 
BC: os 50% (bem comum) do morto será dividido entre os 3 filhos. 
BP: os bens particulares do morto serão divididos em 4 partes iguais, 25 para cada um. 
- “A” e “B” tem 4 ou mais filhos. 
BC: os 50% (bem comum) do morto será dividido entre os 4 filhos. 
BP: agora tem reserva de 25% ou 1/4 para o cônjuge sobrevivente (o cônjuge não pode receber 
uma cota inferior a 25%), e o restante será dividido em 4 partes 
O cônjuge quando concorre com os descendentes comuns, ele pode receber mais que 25%, o que 
ele não pode receber é menos que 25%. 
“A” e “B” não tiveram filhos, mas “A” tem 2 filhos exclusivos. Com a morte de “A”: 
BC: metade já é de “B”. Então os 50% será divido entre os dois filhos exclusivos de “A”. 
O cônjuge concorre com o descendente 
somente sobre os bens particulares 
BP: o cônjuge concorre com os filhos exclusivos e será dividido em partes iguais. SEMPRE EM 
PARTES IGUAIS. 
Quando todos os filhos forem exclusivos, o cônjuge não terá direito a reserva da quarta parte (25% 
ou 1/4) dos bens particulares. 
Quando todos os filhos forem comuns, o cônjuge terá direito a reserva da quarta parte (25% ou 1/4) 
dos bens particulares. 
Art. 1.832. Em concorrência com os descendentes (art. 1.829, inciso I) caberá ao cônjuge 
quinhão igual ao dos que sucederem por cabeça, não podendo a sua quota ser inferior à 
quarta parte da herança, se for ascendente dos herdeiros com que concorrer. 
 
Quando tivermos descendência hibrida, descendentes comuns concorrendo descendentes 
exclusivos, divide em partes iguais. 
O legislador só dará essa reserva da quarta parte qdo todos só descendentes forem comuns. Pq 
parte do pressuposto de qdo um dos cônjuges faltar que os bens que ele recebeu, inclusive de 
herança vão para os filhos. 
Separação total/convencional 
“A” e “B” são casados sob o regime de separação convencional de bens. Antes de casar “A” tinha 
uma casa, essa casa se comunica a “B”, não porque é um bem particular. Casados “A” recebeu 
uma herança do pai, essa herança de comunica a “B”? Não, porque é bem particular. Durante o 
casamento “A” recebeu a doação de um tio muito rico que ele tem, essa casa também não se 
comunica com “B” porque é bem particular. Durante o casamento “A” guardou dois anos do salário 
dele, e comprou um apto e colocou em seu nome, esse apto também não se comunica com “B”, 
porque é bem particular de “A”. Durante o casamento “A” recebeu um prêmio da loteria, esse prêmio 
também não se comunica a “B”, porque é um bem particular de “A”. Nesse regime nada de 
comunica entre os cônjuges, a não ser que eles queiram. A regra é que nada se comunique, nem os 
frutos. 
“A” morrer. “B” concorre com os descendentes nesse regime de bens? Sim, por ser bem particular. 
“A” deixou 2 filhos comuns. O patrimônio comum de “A” será dividido em 3 partes iguais. 
“A” deixou 3 filhos comuns. O patrimônio comum de “A” será dividido em 4 partes iguais. 
“A” deixou 4 filhos comuns. O patrimônio comum de “A” será dividido deixando a quarta parte da 
reserva para o cônjuge e o restante entre os 4 filhos. 
“A” deixou 5 filhos comuns. O patrimônio comum de “A” será dividido deixando a quarta parte da 
reserva para o cônjuge e o restante entre os 4 filhos. 
“A” e “B” não tem filhos, mas “A” tem 10 filhos. 
O cônjuge irá concorrer com os 10 filhos? Sim. Será dividido 100% dos bens particulares em 11 
partes iguais. Não tem reserva da quarta parte. 
“A” e “B” são casados e tem 2 filhos comuns e “A” tem 10 filhos exclusivos. A herança será dividida 
em 13 partes iguais. 
O cônjuge sobrevivente terá direito real de habitação (moradia), se não tiver herdado nenhum 
outro bem. 
Art. 1.831. Ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, será assegurado, 
sem prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o direito real de habitação 
relativamente ao imóvel destinado à residência da família, desde que seja o único daquela 
natureza a inventariar. 
 
Sem descendentes: 
Na falta dos descendentes, a lei chama os ascendentes para concorrer com o cônjuge sobrevivente. 
Aparece o irmão do morto, eu pergunto: 
1) O falecido deixou descendentes? Não 
2) O falecido deixou ascendentes? Sim 
3) O falecido deixou cônjuge sobrevivente? Sim 
 
O cônjuge sobrevivente concorrerá com os ascendentes do falecido em todos os 
regimes de bens, independente de regimes de bens escolhidos por eles e na totalidade da 
herança (aquilo que é do morto).“A” e “B” são casados no regime de CUB. “A” tem pai e mãe, avós paternos e maternos vivos. “A” 
não tem descendentes. O que “A” e “B” adquiriram durante o casamento é comum. Tudo o que “A” 
tinha antes do casamento e tudo o que “A” adquiriu depois do casamento pertence aos dois. Regra 
tudo se comunica na CUB. Na CUB, 50% já é de “B” a título de meação, e do morto é 50% a título 
de herança. Pergunta: quem são os herdeiros de “A”? O cônjuge e os ascendente, sendo divido em 
3 partes iguais. Quando o cônjuge concorre com os ascendentes, o cônjuge meia e herda. Porque 
com os ascendentes o cônjuge concorre independente do regime, ou seja, em todos os regimes ele 
irá concorrer, vai concorrer no que é do morto, no que chamamos de herança. Aqui 50% é do morto, 
então nesse 50% vamos atribuir ao cônjuge sobrevivente, para o pai e para a mãe. Lembrando a 
regra dos ascendentes, grau mais próximo exclui grau mais remoto, entre pais e avós, a herança 
será dividida entre os pais. 
Pai morto, mãe viva e cônjuge sobrevivente. 
“A” morreu, o pai de “A” já é falecido, mas tem mãe viva e deixo “B” que é o cônjuge sobrevivente. A 
pergunta é: O cônjuge sobrevivente com a mãe do falecido? Sim. “B” já é meeiro nesse patrimônio a 
título de meação, onde que ele irá concorrer? Na meação do morto. Será pego esse 50% que 
pertence a morto e será dividido em 2 partes, 25% para a mãe e 25% para o cônjuge. Aqui o 
cônjuge é meeiro e herdeiro. Então fica 75% do patrimônio para “B” e 25% para a mãe de “A”. 
Mãe morte e pai morto, mas tem avós paternos e maternos. 
O cônjuge concorre com os avós? Sim. Só que agora a lei diz, quando o morto deixa pai, mãe e 
cônjuge é dividido por 3. Quando o morto deixa pai e cônjuge, divide por 2. Agora, se não tiver 
nenhum ascendente de primeiro grau, pai ou mãe, metade da herança será deixado para o cônjuge 
sobrevivente, e outra metade será dividido entre as duas linhas. Aqui a herança é sobre o 
patrimônio total, sendo 50%, onde metade será destinado para “B” e a outra metade dos 50% será 
dividido entre as duas linhas, sendo a linha materna e a linha paterna. 
Art. 1.836. Na falta de descendentes, são chamados à sucessão os ascendentes, em 
concorrência com o cônjuge sobrevivente. 
§ 1
o
 Na classe dos ascendentes, o grau mais próximo exclui o mais remoto, sem distinção de 
linhas. 
§ 2
o
 Havendo igualdade em grau e diversidade em linha, os ascendentes da linha paterna 
herdam a metade, cabendo a outra aos da linha materna. 
 
Art. 1.837. Concorrendo com ascendente em primeiro grau (pai e mãe), ao cônjuge tocará um 
terço da herança; caber-lhe-á a metade desta se houver um só ascendente, ou se maior for 
aquele grau. 
“A” deixou avó materna, e avós paternos e cônjuge sobrevivente. O cônjuge concorre com os avós? 
Sim, então ele já tem direito a metade da herança do morto, sendo 25%. Os outros 25% será 
dividido em duas linhas, sendo 12,5% para a avó materna e 12,5% para ser dividido entre os avós 
paternos. 
“A” morre. Só deixou avó materna e cônjuge sobrevivente. Patrimônio comum, metade já é de “B”. A 
parte do morto, metade será para “B” sendo os 25% e os outros 25% para a avó materna. A regra é 
a mesmo em todos os regimes. 
“A” morre e seus pais renunciam a herança, quem receberá serão os avós do morto. 
Comunhão parcial de bens 
“A” e “B” são casados sob o regime de comunhão parcial de bens, onde os bens adquiridos durante 
o casamento se comunicam. Só que “A” tem bens particulares que recebeu de herança e de 
doação. “A” morre e deixa pai, mãe e cônjuge. No regime de comunhão parcial de bens, o cônjuge 
concorre com os ascendentes? Sim e concorre em tudo o que é do morto. Desse patrimônio comum 
“B” é meeiro onde 50% já é de “B” a título de meação. Então será pego os 50% + os 100% e dividir 
por 3 partes iguais. Se fosse com descendentes o cônjuge só concorreria com os bens particulares. 
Mas quando o cônjuge concorre com os ascendentes, ele concorre na totalidade da herança do 
morto, sendo a meação do morto + os bens particulares do morto. 
“A” não deixou pai mas deixou mãe. A herança será dividida em 2 partes, dos 50% dos bens do 
morto ficará 25% para o cônjuge e 25% para a mãe. E dos 100% dos bens do morto ficará 25% 
para o cônjuge e 25% para a mãe. 
“A” não deixou nem pai e nem mãe. Mas deixou avó materna e avô paterno e cônjuge. Os 50% do 
morto será dividido em 3 partes, 25% para o cônjuge e 12,5% para cada linha. Os 100% do morto 
será dividido em 3 partes, 50% para o cônjuge e 25% para cada linha. É a aplicação do Art. 1837. 
O cônjuge quando concorre com os pais e avós, tem direito real de habitação? Sim terá direito rela 
de habitação. Segue o Art. 1831. 
Art. 1.831. Ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, será assegurado, 
sem prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o direito real de habitação 
relativamente ao imóvel destinado à residência da família, desde que seja o único daquela 
natureza a inventariar. 
Na falta de ascendentes e de descendentes, o falecido deixou irmãos, sobrinhos, tios, primos, tios-
avôs, sobrinhos, neto e cônjuge sobrevivente. O cônjuge recebe tudo independente do regime de 
casamento. 
Art. 1.838. Em falta de descendentes e ascendentes, será deferida a sucessão por inteiro ao 
cônjuge sobrevivente. 
Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: 
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este 
com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 
1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver 
deixado bens particulares; (observar os Art. 1830 a 1835) 
II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge; (observar 1836 e 1837) 
III - ao cônjuge sobrevivente; (observar o 1838) 
IV - aos colaterais. (observar o 1839 a 1843) 
 
Verificar se estavam separados de fato há mais de 02 anos e se tem direito real de habitação. 
 
Regras: 
 O grau mais próximo exclui o mais remoto. 
 Só existe direito de representação a favor dos sobrinhos. 
 A lei diferencia os bilaterais dos unilaterais. 
 A lei diferencia os sobrinhos bilaterais dos unilaterais. 
 Por mais que irmãos, sobrinhos e tios esteja no mesmo grau, a lei prefere os sobrinhos. 
 Se o morto não deixa ascendentes, descendentes ou colaterais quem recebe a herança 
é o município. 
 
Art. 1845, CC - DOS HERDEIROS NECESSÁRIO 
Art. 1845 -> legítima 
Art. 1.845. São herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes e o cônjuge. 
Art. 1846 -> Herdeiros legítimos 
Art. 1.846. Pertence aos herdeiros necessários, de pleno direito, a metade dos bens da herança, 
constituindo a legítima. 
Os herdeiros necessários: descendentes, ascendentes e o cônjuge. Pertence de pleno 
direito aos herdeiros necessários 50% da legítima. 
Art. 1847 -> Calculo da legitima. 
A abertura da sucessão ocorre no exato momento da morte. 
 
Art. 1.847. Calcula-se a legítima sobre o valor dos bens existentes na abertura da sucessão, 
abatidas as dívidas e as despesas do funeral, adicionando-se, em seguida, o valor dos bens 
sujeitos a colação. 
Ex.: “A” tem 2 filhos e vários bens no valor de 500.000,00. Dois anos antes de morrer, “A” resolve 
doar um apto para o filho1 no valor de 100.000,00. A lei diz que toda a doação que o pai fizer para o 
filho equivale ao adiantamento da legítima. Isso significa que o apto que “A” doou para o filho1 já é 
uma antecipação da sua legítima. Agora no momento da abertura da sucessão, surge o momento 
que terá que trazer o valor do bem a conferencia. Se é um adiantamento teremos de somar o valor 
do bem. Então, 100.000,00 o filho1 recebe há 2 anos, então teremos um acréscimo totalizando a 
legítimano valor de 500.000,00. Porque a finalidade de trazer o valor do bem na conferencia é só 
para descontar da legítimas. Como o valor da herança é de 500.000,00, será dado 250.000,00 para 
o filho2 e o filho1 só receberá 150.000,00, pois já tinha recebido antes de seu pai morrer um apto no 
valor de 100.000,00, e nesse caso o filho1 só recebe a diferença. Nesse caso houve igualdade no 
recebimento da legitima. 
Art. 1848 -> Cláusulas restritivas de direito 
- Incomunicabilidade: os bens não se comunicam 
- Impenhorabilidade: os bens não podem ser empenhorados 
- Inalienabilidade: os bens não podem ser vendidos (3 utilidades: não é passível de penhora e nem 
de comunicação, porque é uma super cláusula - Art. 1911). 
O autor da herança resolve fazer um testamento e quer estabelecer cláusulas restritivas de 
direito. Essas cláusulas só podem ser estabelecidas somente da parte disponível da legítima 
(regra). 
O autor da herança tem o filho1 e o filho2. Sobre os bens disponíveis o autor da herança 
pode estabelecer cláusulas restritivas de direito, mas sobre a legítima, a regra é que não pode, 
porque parte do pressuposto de que o que vem da legítima tem que vir livre, não pode vir com 
condições, encargos ou com cláusulas que restrinjam os direitos dos herdeiros. Exceção: salvo se 
houver justa causa declarada no testamento, como, se o filho for pródigo, gasta muito. As cláusulas 
restritivas de direito sob a legítima precisam justificar, mas sob os bens disponíveis não. 
 
Art. 1.848. Salvo se houver justa causa, declarada no testamento (exceção), não pode o 
testador estabelecer cláusula de inalienabilidade, impenhorabilidade, e de incomunicabilidade, 
sobre os bens da legítima. (regra) 
§ 1o Não é permitido ao testador estabelecer a conversão dos bens da legítima em outros de 
espécie diversa. 
§ 2o Mediante autorização judicial e havendo justa causa, podem ser alienados os bens 
gravados, convertendo-se o produto em outros bens, que ficarão sub-rogados nos ônus dos 
primeiros. 
 
Art. 1.911. A cláusula de inalienabilidade (cláusula 3 em 1), imposta aos bens por ato de 
liberalidade, implica impenhorabilidade e incomunicabilidade. 
Parágrafo único. No caso de desapropriação de bens clausulados, ou de sua alienação, por 
conveniência econômica do donatário ou do herdeiro, mediante autorização judicial, o produto 
da venda converter-se-á em outros bens, sobre os quais incidirão as restrições apostas aos 
primeiros. 
 
Art. 1.849. O herdeiro necessário, a quem o testador deixar a sua parte disponível, ou algum 
legado, não perderá o direito à legítima. 
 
A parte disponível pode ser deixada para qualquer pessoa. E se for utilizada somente uma 
parte dessa parte disponível, o restante irá para os herdeiros legítimos. Posso deixar a parte 
disponível para um dos meus filhos e não perde o direito da legítima. 
Art. 1.850. Para excluir da sucessão os herdeiros colaterais (facultativos), basta que o 
testador disponha de seu patrimônio sem os contemplar. 
 
Só tenho herdeiro facultativos, se eu fizer um testamento e quiser excluir os meus irmãos eu 
posso. 
Art. 1851 ao 1.856, CC -> DIREITO DE REPRESENTAÇÃO 
 “A” morre e deixa o filho1 e o filho2. O filho1 tem 2 filhos (filho1.1 e o filho1.2). Todos vivos. 
Um belo dia morre filho1 e abre-se a sucessão e deixando 2 filhos e seu patrimônio é 
automaticamente transferidos aos seus herdeiros e a herança será dividida em 2 partes. O filho1.1 
do filho 1 renúncia e o filho 1.2 aceita. Ocorre que agora abre a sucessão de “A”. Com a morte de 
“A” os herdeiros são os filhos (filho1 e o filho2). “A” tem o filho2 está vivo, mas tem o filho1 morto. A 
lei diz que o filho do filho morto pode exercer o dto de representação. A dúvida é a seguinte: como o 
filho1.1 renunciou a herança, será que agora ele pode representar seu pai (filho1) na sucessão do 
avô? Pode, significa que agora abre novamente a oportunidade de aceitar ou renunciar. 
A+ B “A” e o filho1 morrem ao mesmo tempo e não tem como saber quem morreu primeiro. 
Existe direito de representação em favor dos descendentes de um herdeiro comoriente? Sim os 
filhos do comoriente podem exercer o direito de representação. 
Esse direito de representação que estudamos na sucessão legítima, não existe na sucessão 
testamentária. 
 
SUCESSÃO TESTAMENTARIA 
Quando começamos o estudo, vimos que tem duas espécies de sucessão. A legitima que é 
a que decorre de lei, com sucessores legítimos - divididos em necessários e facultativos. E a outra é 
a testamentaria, que é a que decorre de disposição de ultima vontade e pode ser por testamento, ou 
codicilo. 
 
1. Testamento 
Negócio jurídico personalíssimo (só a própria pessoa pode dispor de seus bens), unilateral, 
gratuito (pois a testadora não vai ganhar nada, deixando esse testamento para alguém), solene 
(pois há normas de ordem pública, sob pena do testamento não puder ser cumprido), e revogável (a 
qualquer tempo o autor da herança pode mudar) pelo qual alguém dispõe no todo ou em parte de 
seus bens, para depois de sua morte. Ou determina providencias de caráter pessoal (por exemplo, 
reconhecer filho pelo testamento, ou nomear tutor para o filho, perdoar filho indigno). 
Obs.: Reconhecimento é ato irrevogável. Testamento é revogável. E reconhecimento por 
testamento é ato irrevogável. Art. 1609, III e 1610, CC. 
2. Capacidade testamentaria ativa e passiva 
Qualquer pessoa que tenha pleno discernimento, a partir dos 16 anos pode fazer um 
testamento. No momento que ele está elaborando o testamento, que vai ser verificada se a pessoa 
tem capacidade ativa. Então por exemplo, se a pessoa faz elabora o testamento com 15 anos, não 
terá validade. 
Pode receber por testamento, qualquer pessoa, tanto natural quanto jurídica. Aqueles que 
estão proibidos por forca de lei não podem ser beneficiados por testamento – art. 1801, CC, sob 
pena de nulidade de clausula. 
3. Testamentos ordinários 
 
a) Público: forma mais segura de se testar, porque todo testamento é lavrado pelo tabelião, no 
seu livro de notas, pois tem fé pública. Requisitos para elaborar testamento público é ter 
duas testemunhas. Após, vai ser lido para ver se estão sendo respeitadas as vontades da 
pessoa que fez o testamento. 
Caso a pessoa não contou para ninguém que fez testamento, e quem quiser saber pode 
oficiar a central, para saber se a pessoa deixou testamento. 
Permite a assinatura a rogo (pedir para um terceiro assinar). 
b) Cerrado: Tem a vantagem de ser o único testamento que não terá seu conteúdo lido na 
presença das testemunhas e do tabelião. Então se tem um segredo, pode se valer do 
testamento cerrado. Não existe registro do conteúdo do testamento, apenas registro que foi 
lavrado - Caso o indivíduo perder após leva-lo para casa, não tem o que fazer. 
Não precisa de testemunhas para a elaboração dele, mas para ser lavrado precisa de 2 
testemunhas. Após levado no tabelião, vai ocorrer um ato pelo qual o tabelião vai testar a 
autenticidade do documento, denominado auto de aprovação (“no dia XXX apareceu XXX e duas 
testemunhas XXX para que seja lavrado...), assim será feita a leitura do auto de aprovação na 
presença do testador e das duas testemunhas. 
Obs.: Caso a assinatura do testador tenha ficado na última linha da folha, o tabelião vai dar um 
“visto” na folha que acabou, e o auto de aprovação começa na outra página. 
O conteúdo do testamento pode ser escrito por uma outra pessoa, esse tipo de testamento é 
o único que admite o conteúdo a rogo. 
Pode ser escrito em qualquer idioma. Pode ser feito manualmente ou computador. 
Única pessoa que pode abrir o testamento cerrado, é o juiz de direito. Até se o próprio 
testador abrir, considerar-se-á invalido. 
Art. 1868 ao 1875.c) Particular: O pior que tem. Não tem registro que foi lavrado, então corre o risco de os 
herdeiros não ficarem sabendo dele. A única vantagem que tem, é que não possui custo 
algum. Preciso de 3 testemunhas. Farei o testamento na minha casa, de forma manuscrita 
ou mecânica. Pode ser em outro idioma, desde que as testemunhas compreendam. Como 
aqui não teve tabelião reconhecendo o testamento, quem vai reconhecer é o juiz de direito 
no momento da abertura, pedindo para as testemunhas confirmarem o ato da lavratura do 
testamento, então poderá ser confirmado. 
Obs.: E se as 3 testemunhas morreram ou estão em lugar incerto? Não pode ser cumprido. Mas 
caso só 1 testemunha compareça, não tem problema, pode fazer a abertura. 
A elaboração do testamento pode se dar sem testemunha. Só pode ocorrer em situações 
excepcionais Ex.: sofro acidente de carro, que sou lançado muito longe, e como fui longe vão 
demorar para me encontrar, e no momento ali quero fazer meu testamento, mesmo que não 
tenho testemunhas, a lei permite que possa fazer meu testamento em circunstancias 
excepcionais, assinado pelo testador, sem testemunhas. 
Art. 1876 ao 1880, CC. 
4. Testamentos especiais 
Aqueles elaborados em determinadas circunstancias especiais. 
a) Marítimo: Estou em viagem pela costa brasileira, mas passei mal, acho que vou morrer, mas 
não quero morrer se antes deixar um testamento, mas quero perante o tabelião (público ou 
cerrado). Se for público, a lei diz que o comandante do navio poderá lavrar meu testamento 
no diário de bordo e chamo duas testemunhas que vão assinar. E se for cerrado, preciso do 
auto de aprovação, então o comandante faz também, registrando no diário de bordo 
também. Eh um testamento ordinário. 
b) Aeronáutico: Se aplica as mesmas regras do marítimo. Art. 1888 ao 1892, CC 
c) Militar: Único que pode ser feito oralmente. Art. 1893 ao 1896. 
No cerrado a exceção trazida é a seguinte, se houver a menção do dia mês e ano, e 
assinatura de todos na capa do testamento, o testamento não caducara em 90 dias (Art. 1894 E 
1895, CC). 
Nuncupativo é o testamento lavrado oralmente pelo testador, no momento de sua última 
vontade (Art. 1896, CC). 
5. Testemunhas Testamentais 
Quem pode ser testemunha de um testamento? Qualquer pessoa pode ser testemunha a 
partir dos 16 anos. 
São as pessoas que vão presenciar a elaboração do testamento, a exemplo do testamento 
público. Ela ao verificar se aquelas formalidades exigidas em lei foram observadas, caso contrário o 
testamento será nulo. 
No artigo 228, CC o código traz quem não pode ser testemunha: menores de 16 anos, o 
interessado no litigio, o amigo íntimo, inimigo, os cônjuges, ascendentes, descentes, colaterais até 
terceiro grau de alguma das partes, por consanguinidade ou afinidade. 
Entretanto, a jurisprudência já pacificou o entendimento que o amigo íntimo pode sim ser 
testemunha. 
6. Codicilo 
Está previsto no artigo 1881 ao 1885. São disposições de ultima vontade (além do 
testamento). O Codicilo não pode ser utilizado em todas as condições como o testamento, serve 
para pequenas condições de ultima vontade. É um documento particular feito pelo testador sem a 
presença de testemunhas. 
Bens imóveis não posso deixar no codicilo. Ex.: como quero meu enterro, para quem vou 
deixar minhas bijuterias, etc. A jurisprudência traz que é considerado de pouco valor aquilo que não 
ultrapasse 10% dos bens dele. 
Traz o testamenteiro, o executor do testamento. O testador que nomeia. Se não o fizer, o 
juiz pode. 
Testamento revoga testamento e codicilo, porem codicilo não revoga testamento. Ex.: Se eu 
faço um codicilo hoje, posteriormente eu resolvo fazer um testamento, esse testamento terá que 
mencionar a existência do codicilo sob pena de estar revogado. 
Codicilo fica lacrado como o testamento cerrado. 
7. Impugnação a validade 
O testamento será nulo quando não observar os requisitos legais, e anulável quando houver vicio. 
O testamento pode ser nulo no todo ou em parte (art.1801, CC). Ex.: eu e meu marido vamos fazer 
um testamento particular para os dois ao mesmo tempo, entretanto o art. 1863. Diz que é proibido 
quando duas ou mais pessoas que querem se valer da mesma cédula testamentaria. Nulidade total. 
Art. 1859, CC. Em 5 anos a contar do registro extingue-se o direito de impugnar a validade do 
testamento (ex.: sujeito morreu o testamento tem que ser apresentado para o juiz, o juiz recebe o 
testamento e manda registrar e a partir desse registro começa a contar). 
A anulação também pode ser total ou parcial. Ex.: não preciso justificar o porquê deixo tal coisa 
para tal pessoa, entretanto se eu colocar, tem que ser verdadeira, sob pena de anulação parcial 
daquela clausula. Ainda se for comprovada que não foi A que me salvou, por mais que esteja no 
meu testamento, mas B, o bem vai para B. 
Art. 1909, CC. Extingue-se em 4 anos o direito de anular, de quando o interessado tiver 
conhecimento do vício. 
 
REVOGAÇÃO DO TESTAMENTO 
- Conceito: É o ato consciente do testador que revela o seu propósito de tornar ineficaz a 
manifestação de sua vontade contida em testamento anterior. 
Próprio testador alterar a manifestação de vontade feita anteriormente. Art. 1.969, CC. 
- Espécie: 
a) Quanto à forma utilizada: 
 Expressa: aquela manifestada por escrito, o sujeito vai se manifestar no sentido de demonstrar 
que quer tirar a eficácia da manifestação anterior. 
 Tácita: quando houver incompatibilidade do conteúdo para cumprir todas as cláusulas do 
testamento apresentado. 
Testamento serrado (lacrado), só poderá ser aberto pelo juiz, mas se o testador abrir seu 
testamento ele está automaticamente revogando todo o testamento. Art. 1.972, CC. 
b) Quanto a sua extensão: Art. 1.970, CC. 
 Total: de todo o testamento. Em uma das cláusulas coloca-se: revogo inteiramente em 100%o 
testamento público anterior (total). 
 Parcial: de parte do testamento. Ex.: revogo a clausula 2º do testamento anterior. 
Art. 1.971. A revogação produzirá seus efeitos, ainda quando o testamento, que a encerra, 
vier a caducar por exclusão, incapacidade ou renúncia do herdeiro nele nomeado; não valerá, 
se o testamento revogatório for anulado por omissão ou infração de solenidades essenciais 
ou por vícios intrínsecos. 
 
Ex: No testamento público o AP iria para Deoclécio, mas foi revogado e direcionado o AP para 
Beraldo pelo testamento particular. Mas Beraldo não quer o AP, ele renuncia, assim o AP não vai 
para Deoclecio, ele será juntado para distribuição para os outros descendentes/herdeiros. No 
mesmo sentido, se caso Beraldo não tivesse capacidade para receber o AP, não voltaria para 
Deoclécio. 
Ex² segunda parte do art. 1.971: Os descendentes pediram anulação do testamento particular que o 
AP foi direcionado para Beraldo, porque o morto enquanto era vivo, foi coagido para revogar o 
testamento anterior, que era para Deoclécio o AP, assim se for provado a coação e o juiz deferir, o 
AP irá voltar para Deoclecio. 
 
ROMPIMENTO DO TESTAMENTO 
- Conceito: Ocorre o rompimento do testador por determinação legal, na presunção de que o 
testador não teria disposto de seus bens em testamento se soubesse da existência de algum 
herdeiro necessário. 
O testador não fala nada, não é por vontade do testador, mas sim pela lei, por determinação legal. 
- O autor da herança não tem herdeiros necessários ou não sabe da existência (descendentes, 
ascendentes e o cônjuge): 
Art. 1.973. Sobrevindo descendente sucessível ao testador, que não o tinha ou não o 
conhecia quando testou, rompe-se o testamento em todas as suas disposições, se esse 
descendente sobreviver ao testador. 
 
Ex.: João morreu, depois de 1 mês, surgeum filho (que entrou com uma investigação de 
paternidade), assim será rompido em todas as suas cláusulas, pois João não conhecia seu filho e 
não sabia. 
Art. 1.974. Rompe-se também o testamento feito na ignorância de existirem outros herdeiros 
necessários. 
 
Ex: Não tenho ascendente, descendente, e nem cônjuge. Faço um testamento para meu amigo 
Paulo. Mas 2 anos depois surge meu marido que eu achava que tinha morrido, assim haverá o 
rompimento do testamento, ainda que fosse só a parte disponível. 
Art. 1.975. Não se rompe o testamento, se o testador dispuser da sua metade, não 
contemplando os herdeiros necessários de cuja existência saiba, ou quando os exclua dessa 
parte. 
 
 
DESERDAÇÃO 
- Conceito: Única possibilidade de efetivamente afastar o herdeiro necessário do testamento. É o 
ato pelo qual alguém apontando como causa, uma das razoes permitidas em lei, afasta da 
sucessão por meio de testamento um herdeiro necessário. 
- Distinção entre deserdação e indignidade: 
 DESERDAÇÃO INDIGNIDADE 
É o autor da herança quem pune o 
responsável, em testamento nos casos 
previstos em lei. 
Não decorre do autor da herança, 
decorre da própria lei. 
Feira por testamento pelo próprio autor 
da herança. 
É pedida por terceiros e obtida por 
sentença judicial. 
Os fatos são anteriores a abertura da 
sucessão. 
Os fatos podem ser anteriores 
concomitantes ou posteriores a abertura 
da sucessão. 
Afasta os herdeiros necessários Afasta os herdeiros legítimos, instituídos 
e legatários. 
Eh feita por testamento pelo próprio 
autor da herança. 1.814, 1.962, 1.963, 
CC 
Eh pedida por terceiros e obtida por 
sentença judicial. 1.814, CC 
 
- Requisitos de eficácia da deserdação: 
a) Existência de herdeiros necessários: Art. 1.961, CC. 
Art. 1.961. Os herdeiros necessários podem ser privados de sua legítima, ou deserdados, em 
todos os casos em que podem ser excluídos da sucessão. 
 
Casos que forem excluídos da sucessão: art. 1.814, CC. 
b) Testamento válido com expressa declaração de causa: Art. 1.964, CC. 
Art. 1.964. Somente com expressa declaração de causa pode a deserdação ser ordenada em 
testamento. 
 
Precisa ser valido, pois se for nulo não produzira efeitos. Precisa declarar o motivo pelo qual está 
deserdando, pois, esse motivo precisa encontrar previsão legal. Ex.: deserdo meu filho porque ele 
tentou tirar minha vida. 
c) Causas previstas em lei: Art. 1.814, 1.962 e 1.963, CC. 
Art. 1.962. Além das causas mencionadas no art. 1.814, autorizam a deserdação dos 
descendentes por seus ascendentes: Pai que deserda filho. 
I - ofensa física; qualquer ofensa física no corpo. 
II - injúria grave; precisa ser grave! 
III - relações ilícitas com a madrasta ou com o padrasto; envolvimento sexual. 
IV - desamparo do ascendente em alienação mental ou grave enfermidade. Ex.: pai está 
doente, e filho o abandona. 
 
Art. 1.963. Além das causas enumeradas no art. 1.814, autorizam a deserdação dos 
ascendentes pelos descendentes: Filho que deserda pai. 
I - ofensa física; II - injúria grave; III - relações ilícitas com a mulher ou companheira do filho 
ou a do neto, ou com o marido ou companheiro da filha ou o da neta; IV - desamparo do filho 
ou neto com deficiência mental ou grave enfermidade. 
 
d) Propositura de ação de deserdação: Art. 1.965, CC. 
Temos um herdeiro necessário, temos um testamento que diz o motivo previsto em lei, mas 
isso não é o suficiente porque precisamos de uma ação ordinária de deserdação. O interessado terá 
que entrar com essa ação. 
Ex.: Fiz um testamento dizendo que um filho tentou tirar a minha vida, mas não conseguiu, e 
no testamento eu o deserdei dizendo os motivos no testamento. Dois anos depois eu morro, mas só 
o cumprimento do testamento não é o suficiente, será necessário que alguém que irá se beneficiar 
com o afastamento do deserdado entre com ação de deserdação. Os interessados vão mostrar que 
aquele motivo declarado no testamento realmente aconteceu e será dado nessa ação de 
deserdação o direito do réu que será deserdado de provar o contrário, direito ao contraditório e a 
ampla defesa, porque pode ser mentira o que consta no testamento contra ele. 
O prazo para a propositura dessa ação é de 4 anos a contar da abertura do testamento. 
 
Art. 1.965. Ao herdeiro instituído, ou àquele a quem aproveite a deserdação, incumbe provar 
a veracidade da causa alegada pelo testador. Parágrafo único. O direito de provar a causa da 
deserdação extingue-se no prazo de quatro anos, a contar da data da abertura do testamento. 
 
- Efeitos: Indigno e deserdado são excluídos e considerados pré-mortos. A natureza jurídica é 
declaratória com efeito ex tunc. Tem direito de representação e não pode administrar os bens do 
filho. 
 
DO INVENTARIO 
1. Conceito 
Temos duas fases no mesmo processo, o inventario e a partilha. Em um primeiro momento será feito 
o levantamento do patrimônio - o sujeito morreu, com a morte abre-se o patrimônio e é transmitido aos 
herdeiros (princípio de saisine), porem está tudo no nome do morto, e deve ser regularizada (2 meses, posso 
abrir depois mas pagará multa) 
A finalidade do inventario é fazer um levantamento do patrimônio do falecido, detalhar, esclarecer, 
quais os patrimônios (bens, direitos e obrigações) que essa pessoa deixou. 
Em segundo momento, depois de ser pago todas as dívidas do morto, será feita a partilha, dividindo o 
que sobrou, o patrimônio líquido que cabe aos herdeiros. 
2. Espécies 
- Inventario extrajudicial ou administrativo/em cartório (art.610, p. 1 e 2, CPC, e resolução n.35, CNJ). 
Trazido em 2007, pela lei N. 11.441. Todo inventario tem que ter advogado. Se tiver algum herdeiro 
incapaz não cabe inventario em cartório. O questionamento que deve ser feito é: 
1. Todos são capazes? 
2. Tem acordo da forma de divisão do dinheiro? 
3. Tem testamento? 
 
Se tiver um herdeiro que não concorda, tem que ir em juízo. 
Se tiver testamento, tem que ir para o juiz. Entretanto, o estado de SP tem admitido o inventario em 
cartório mesmo com testamento, e a tendência é que isso passe a ser uma regra. Sendo assim, atualmente 
para ir no cartório fazer inventario precisa da certidão negativa de testamento (se for testamento público ou 
cerrado), para saber se tem ou não, para saber da possibilidade de fazer o inventario em cartório. 
 
Qual o foro competente? O último domicilio do falecido não se aplica para o inventario em cartório. 
Podendo ser feito em qualquer lugar do brasil. Inclusive tem diferença de valores, de local para local. Ex.: os 
herdeiros estão passeando em Florianópolis, se tiverem toda a documentação, podem fazer lá mesmo. 
 
Resolução n 35, CNJ: Art. 1' Para a lavratura dos atos notariais de que trata a Lei no 
11.441107, é livre a escolha do tabelião de notas, não se aplicando as regras de competência 
do Código de Processo Civil. 
 
Esse inventario feito em cartório não precisa ser homologado pelo juiz. 
Art. 610. Havendo testamento ou interessado incapaz, proceder-se-á ao inventário judicial. 
§ 1o Se todos forem capazes e concordes, o inventário e a partilha poderão ser feitos por 
escritura pública, a qual constituirá documento hábil para qualquer ato de registro, bem como 
para levantamento de importância depositada em instituições financeiras. 
§ 2o O tabelião somente lavrará a escritura pública se todas as partes interessadas 
estiverem assistidas por advogado ou por defensor público, cuja qualificação e assinatura 
constarão do ato notarial. 
 
- Inventario Judicial 
a) Pelo rito do arrolamento sumario – art. 659, CPC 
Mais célere. Então se cumprir esses requisitos, será esse, caso não, passar para o próximo rito: 
Aqui todos os herdeiros precisam ser capazes.

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