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DIREITO CIVIL VII - SUCESSÕES Professora: Thatiana de Arêa Leão Candil 1. Conceito Disciplina a transmissão do patrimônio (bens, direitos e obrigações) do falecido aos seus sucessores. Toda vez que é falado em direito das sucessões, é em relação causa mortis (quando uma pessoa faleceu, sendo assim uma pessoa assume o lugar do morto, substituindo-o na sucessão). DA SUCESSAO EM GERAL Regras que se aplicaram tanto para sucessão legitima quanto para a testamentaria. 1. Abertura da Sucessão e momento da transmissão da herança (artigo 1784 e 1787, CC): A abertura se dá no momento do falecimento do autor da herança (extinção da personalidade civil), havendo transmissão imediata – no exato instante da morte - da propriedade da herança aos herdeiros legítimos e testamentários (Princípio da Saisine). 2. Espécies 2.1 Quanto a fonte ou origem (artigo 1786, CC) 2.1.1 Legitima: aquela que decorre da lei, sempre que o falecido não tiver feito testamento, ou for considerado invalido, ou vier a caducar. Ou ainda, quando o testador ao dispor de seus bens, não abranger a totalidade destes. A lei quem diz quem são os herdeiros da herança, por meio de uma ordem de vocação hereditária (artigo 1829,CC). Se dividem em: Necessários: aqueles previstos no artigo 1845, CC, são eles: descendentes, ascendentes e o cônjuge sobrevivente, a lei o reserva metade da herança Facultativos: aqueles previstos no artigo 1850, CC, são os colaterais, e não tem direito. 2.1.2 Testamentaria: É a que decorre da disposição de última vontade podendo ser testamento (artigo 1857 – 1880, CC) e/ou codicilo (artigo 1881, CC). O testamento é mais complexo, pois temos seis espécies. O codicilo é um só. É um documento particular que não precisa de testemunha. Se deixar bens imóveis, não pode ser por codicilo, somente por testamento. Os herdeiros podem ser: Instituídos: recebem um percentual da herança, uma quota parte ou a integralidade da herança. Só saberá qual será o percentual depois da partilha. Ex.: ‘deixo 20% do meu patrimônio para fulano de tal’. Legatários: recebem os bens certos e determinados, chamado de bem legado. Ex.: ‘deixo minha casa, localizada (...) para ciclano’. 2.2 Quanto aos seus efeitos: - Universal: quando os herdeiros são chamados a receber uma quota parte da herança ou a integralidade dela. Não se sabe quais bens serão destinados para cada um dos herdeiros; - Singular: quando o beneficiário tiver um bem certo e determinado. Ex.: deixou para alguém “a metade da fazenda X”. 3. Liberdade para testar (artigo 1789, CC). Depende do tipo de herdeiros que a pessoa possui, se possui herdeiros necessários, possuirá liberdade para testar somente sobre 50% de seus bens. 4. Lugar em que se abre a sucessão (artigo 1785, CC) É o último domicílio da pessoa falecida o local adequado para abertura da sucessão. Esse local passa a ser o juízo competente para as ações relativas a esse fato, o inventario, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de ultima vontade e praticamente todas as ações e que o espolio seja parte, no polo ativo ou passivo, pouco importando aonde tenha ocorrido o óbito. Contudo, caso um estrangeiro, domiciliado em seu pais, possua algum bem no Brasil, um imóvel em alguma praia do Nordeste por exemplo vindo a falecer, como seu domicilio é fora do nosso pais, reputar-se-ia aberta a sucessão neste local, no exterior. Mas caso ele tivesse filhos ou cônjuge brasileiro, a sucessão de seus bens situados no Brasil, obrigatoriamente, observaria a lei brasileira a não ser que a lei estrangeira fosse mais benéfica. DA HERANCA E SUA ADMINISTRACAO Vimos que morre a pessoa e automaticamente se transmite seus patrimônios (massa de bens universal e indivisível até a partilha) para os herdeiros, sendo assim é feito o inventário – levantamento dos bens - e depois a partilha. 1. Indivisibilidade da herança (artigo 1791, CC) Desde a morte até a partilha (fim do inventário), considera-se a herança indivisível, ou seja, os herdeiros não conseguem vislumbrar quais bens cada um ficará na totalidade, apenas é possível prever a cota parte (1/3, 25%, etc.) de cada um. No momento da partilha, aí sim, cada um saberá quais bens específicos herdarão. 2. Responsabilidade dos herdeiros (artigo 1792, CC) Além dos bens e direito deixados, há obrigações. Os herdeiros respondem pelas dividas do morto, pagando com os bens que estão recebendo, nos limites da forca da herança, se ele deixou bem são pagos com eles, se o morto não deixou nada, não há dívida a ser quitada. E se as dividas forem superiores aos bens? Paga o que conseguir, e o restante os credores vão sair no prejuízo. O problema na pratica é que o morto não deixa bens, e não faz inventario, porque não tem bens não precisa fazer inventario, então os credores vão direto nos herdeiros falando que eles possuem bens e condições de pagar etc, mas é pessoal do herdeiro, então ele faz um inventario negativo (constando que não deixou bens – resolução 35, CNJ). 3. Abertura do inventario (artigo 1796 e 1797, CC e artigo 611, CPC) É diferente da abertura da sucessão, que ocorre com a morte da pessoa. A abertura do inventário é a comunicação ao juiz que determinada pessoa faleceu e os herdeiros solicitam abertura de inventário, o inventário deve ser aberto em até 2 meses contados da morte da pessoa, e deve ser finalizado, via de regra, em até 12 meses, conforme art. 611, CPC. Deve-se desconsiderar o prazo de 30 dias do art. 1796, CC e considerar o prazo de 60 dias do art. 611 do CPC. Conta-se o prazo a partir da morte. E se passar do prazo de abertura do inventario? Pode ter multa, depende do estado aonde os bens estiverem localizados. No estado do Paraná não há sanção, mas há o ITCMD. Caso seja um inventário extrajudicial (cartório de títulos e documentos), a escritura poderá ser lavrada em qualquer local do Brasil, conforme resolução 35 do CNJ, logo, não se aplicam as regras do CPC; Da data da morte até a abertura do inventário, os bens são geridos por um administrador provisório, conforme rol do art. 1797, CC; Caso o falecido tenha deixado dois herdeiros obrigatórios e tenha feito testamento deixando todos seus bens a apenas 1 dos filhos, este testamento será válido, no entanto, seu conteúdo deverá ser ajustado, já que metade da herança deve obrigatoriamente ser dividida de maneira igual entre os dois herdeiros. É a chamada ‘redução das disposições testamentárias’. Para fazer a abertura no inventario: em juízo faz o endereçamento para família e sucessões, e vai dizer que o fulano morreu, juntar a certidão de óbito, requer a abertura do inventario. Se não sabe o valor dos bens, faz um valor estimativo. Depois de aberto o inventario o juiz vai nomear o inventariante (pessoa que vai administrar o espolio), então até ser nomeado a lei coloca uma ordem de preferência: cônjuge, herdeiros (se tiver vários, o mais velho), o testamenteiro, se não tiver nenhum, alguém de confiança do juiz. Se o inventario for feito em cartório pode ser em qualquer lugar do Brasil. 4. Cessão de direitos hereditários (artigo 1793 a 1795, CC) Eh negócio jurídico intervivos e consiste na transferência que o herdeiro (legitimo ou testamentário) faz a outrem de todo o quinhão hereditário ou de parte dele que lhe compete após a abertura da sucessão, podendo ser a título oneroso ou gratuito. Pode-se falar em cessão de direito hereditários a partir da morte da pessoa e pode-se discutir esta cessão até a partilha dos bens; Quando antes do bem ou direito deixar de ser universal e indivisível posso “ceder” ele. Se a herança é um bem imóvel = feito por escritura pública - Intervivos: Porque quem realiza a sessão são os herdeiros. São chamados decedentes, e a pessoa que vai adquirir esses direitos é chamado de cessionário. - Título oneroso: como se fosse uma compra e venda, mas quando se fala em compra e venda é como se estivesse individualizando o bem, e aqui não tem isso, então é uma cessa de bem. - Título Gratuito: como se fosse uma doação. DA VOCAÇÃO HEREDITÁRIA (Art. 1798 a 1803, CC) 1. Legitimação para suceder (Artigo 1798, CC) É a legitimação para o recebimento de uma herança. Vale para a sucessão legitima e testamentária. O morto não recebe herança. A lei só chama as pessoas vivas e concebidas (nascituro) no momento da abertura da sucessão, para receber a herança. Se o nascituro morrer, a herança é transmitida a seus herdeiros. Se herança for deixada por testamento e o herdeiro falece antes da abertura da sucessão, a cláusula do testamento caduca, perde aplicabilidade. 2. Legitimação para suceder por testamento (Artigo 1799, CC) Quem pode receber por testamento, além das pessoas vivas e nascituras? Ex: tem uma sobrinha com 10 anos e gostaria de garantir a herança dos filhos que ela vier a ter, “deixo minha parte disponível para os filhos de minha sobrinha. ” Nesse caso, se ela ainda não tem filho, após que doar a herança e acabo morrendo, a minha sobrinha tem o prazo de 2 anos para ela ter o filho, para que assim recebe a herança. - Artigo 1800 § 4: prazo de 2 anos. Passou de 2 anos não engravidou, perde o direito. Se não for concebido no prazo de 2 anos, vai para os herdeiros legítimos. - Substituição testamentária: é indicar um substituto da pessoa mencionada no primeiro lugar. Ex: se nesse prazo de 2 anos ela não engravida, vai para os herdeiros legítimos, mas se eu não quero que vai para eles, posso indicar um substituto “deixo minha parte para os filhos da minha sobrinha, se não for concebido no prazo da lei, quero que fique com minha sobrinha”. - Posso deixar meus bens em vida para criar uma fundação ou ser transferido para uma pessoa jurídica que vai ser criado ainda. 3. Falta de legitimação na sucessão testamentária (Artigo 1801, CC) Pessoa proibida de receber a herança. Posso deixar para quem eu quiser, desde que essa pessoa seja legitima, caso contrário é clausula nula. I. Testamento escrito a rogo é escrito por uma terceira pessoa, mas quem assina é o testador. A pessoa que escreve ao pode ser beneficiário. Os ascendentes de quem está escrevendo o testamento para o testado também não podem ser beneficiários. Os descendentes também não podem. Ex.: Eu dito o meu testamento para que o Fulano escreva. II. As testemunhas do testamento. III. Primeira parte: O amante não pode ser beneficiário, cláusula nula. Não pode ser deixado nem para os ascendentes e nem descendentes. Mas pode ser deixado para o filho da mulher com o amante. Segunda parte: a culpa não se discute, separação de fato: quando não é separado legalmente. Quando estou separado de fato e já mora a 5 anos com outra pessoa é caracterizada união estável. Sendo assim eu posso ter o meu companheiro como beneficiário. IV. O tabelião, civil ou militar, ou o comandante ou escrivão, perante quem se fizer, assim como o que fizer ou aprovar o testamento. ACEITAÇÃO DA HERANÇA 1. Conceito: Quando ocorre a morte, nasce a abertura da sucessão e a transmissão automática aos herdeiros (artigo 1.784, CC), porem por mais que a transmissão seja automática os herdeiros podem manifestar sua vontade “eu quero essa herança, ou não quero”. Então teremos a aceitação que é transmissão da herança, ou a renúncia que aonde ele não quer a herança. Portanto, aceitação é o ato pelo qual o sucessor legitimo ou testamentário manifesta sua vontade de receber a herança que lhe foi transmitida com a morte. 2. Espécies (art. 1805, CC) a) Expressa – aquela manifestada por escrito. b) Tácita – ele não diz “eu aceito”, mas tem todas as atitudes que um herdeiro faria. Quando pratica algum ato nos bens do falecido. Obs.: Quando o locador morre e o locatário liga para o herdeiro para que receba o aluguel, isso não quer dizer que o herdeiro está aceitando a herança. c) Presumida (artigo 1.807, CC) - Mais comum. A lei diz que durante 20 dias o herdeiro pode ficar em silencio, passado os 20 dias os interessados já podem solicitar para o juiz intima-los prazo de até 30 dias para que se manifestem se aceitam ou não. Se caso recebe essa manifestação e fica em silencio e passado esses dias e ele não se manifesta, presume-se a aceitação. A partir desse dia pode praticar atos como qualidade de herdeiro ou não precisa fazer nada. Ex.: Abriu a sucessão, o autor da herança deixou 3 filhos, o filho 1 aceitou, fez uma aceitação expressa, o outro 10 dias depois abriu o inventário e fez o levantamento do patrimônio, e fez uma aceitação tácita. E o filho 3 está quieto, não pratica ato nenhum, não sabe se vai aceitar ou renunciar. Os outros 2 tem interesse em saber? Sim, porque daí vai ser dividia em 3. 3. Quanto a pessoa que manifesta aceitação a) Direta: manifestada pelo próprio herdeiro chamado a sucessão. b) Indireta: é quando alguém aceita em nome do herdeiro. Exemplos 1. Aceitação pelos sucessores do herdeiro, que faleceu após a abertura da sucessão, mas antes de aceitar a herança (1809 CC). 2. Aceitação pelo mandatário: quando o herdeiro da autorização para que uma outra pessoa represente seus interesses. 3. Aceitação pelo tutor ou curador: o tutor é aquele que cuida do menor que não tem pai ou mãe, aceitação em nome do menor ou curatelado. 4. Aceitação pelos credores do herdeiro renunciante (1813 CC): o prazo do credor é de 30 dias. Não são credores do morto. O credor pode com autorização do juiz aceitar a herança do sucessor. 4. Impossibilidade de aceitação parcial (artigo 1.808, CC) Ou o herdeiro aceita ou renúncia, não existe meio termo. Não é possível aceitação parcial. Aceitação a prazo também não é possível: “eu aceito mais só daqui 2 anos”, “eu aceito, só se for o apartamento, a casa não”. 5. Irrevogabilidade (artigo 1.812, CC) Caso o herdeiro aceitou, não pode se retratar ou dizer que não quer mais, pois o ato de aceitação é irretratável, irrevogável. Uma vez aceita a herança, ela se torna definitiva no patrimônio do herdeiro. RENÚNCIA DA HERANÇA - Conceito: é o ato solene pelo qual o herdeiro (legatário, legitimo ou instituído) manifesta sua intenção de não receber a herança do falecido. A única espécie de renúncia é expressa. Para uma pessoa renunciar a mesma precisa ser capaz, por exemplo o menor não pode renunciar. 1. Renúncia expressa (art. 1806, CC) Única forma de formalizar a renúncia é de maneira expressa, por: (i) por instrumento público ou (ii) comparece no cartório onde tramita o inventário e, por termo nos autos, manifesta sua renúncia. Se casado (regime parcial) o cônjuge precisa anuir para confirmar a renúncia. 2. Distinção entre renuncia abdicativa e renúncia translativa. A renúncia abdicativa é a própria renúncia. É o herdeiro dizer “não quero”. Já renúncia translativa não é renúncia e sim aceitação + cessão gratuita, quando alguém renuncia em favor de alguém; “Eu renuncio em favor do meu irmão”. Neste caso, a herança se confirma e, posteriormente, configura-se a doação, logo, incidirá tributação nas duas operações. Se a pessoa escolhe para quem vai a herança a pessoa está aceitando e pagará o imposto do recebimento da herança e também sob a cessão da herança. 3. Impossibilidade de renúncia parcial (art. 1808, CC). - Efeitos: retroagem a data da morte. a) Afastar o renunciante da sucessão (art. 1804, §único, CC) b) Direito de acrescer entre os coerdeiros (art. 1810, CC) c) Os descendentes do renunciante não podem representá-lo, mas podem ser chamados por direito próprio. (art. 1811, CC) d) Irrevogabilidade (art. 1812, CC).Para entender o artigo 1.811, CC é preciso compreender esses conceitos: - Sucessão por direito próprio ou por cabeça: ocorre quando o beneficiado é o próprio sucessor do falecido. Ex.: filho recebe a herança do pai. - Sucessão por direito de representação ou por estirpe: ocorre quando o herdeiro falece antes do autor da herança, quando a pessoa é chamada para assumir o lugar de quem deveria suceder diretamente. Ex.: neto que recebe a herança do avo no lugar de seu pré-morto. Exemplos: “A” morre. A primeira classe que a lei é a classe chamada é a descendente (direito próprio). Ex. o pai morre, e quem são chamados primeiro são os filhos. “A” está vivo e um filho de “A” morre em 2014. Em 2016 morre “A” então a lei chamará os filhos do filho em 2014 para receber a sua cota parte do filho morto. (Direito de representação) Art. 1851 CC “A” morto e “B” renuncia, a parte de quem renúncia volta para o monte e é divido entre os demais herdeiros. Os herdeiros de quem renunciou não tem como os filhos representar. Mesmo que tenha filho menor. Se um filho do pai morto renunciar, acresce ao monte do irmão. “A” e “B” morto e “C” e “D” renúncia. A lei vai chamar os netos para receber a herança por cabeça, porque não tem nenhum herdeiro da primeira classe para receber a herança. Quando os herdeiros de 1 grau estiverem mortos ou todos renunciarem, os seus filhos (netos) serão chamados por cabeça, inclusive os do renunciante. Menor de idade não pode renunciar e nem representar. 2º BIMESTRE DOS EXCLUIDOS DA SUCESSÃO POR INDIGNIDADE (Art. 1814, CC) - Conceito: A indignidade é uma sanção civil que acarreta a perda do direito sucessório, aplicada ao sucessor legitimo ou testamentário que houver praticado determinados atos de ingratidão. Nesse caso, o beneficiário com a transmissão da herança – seja na qualidade de herdeiro ou legatário – vem a praticar atos atentatórios contra a pessoa ou a honra do autor da herança, ou sus familiares, ou tenta alterar de alguma forma os atos de ultima vontade do falecido. O indigno é considerado/equiparado pré-morto. É a morte civil. - Pressupostos: a) Ter ocorrido uma das hipóteses do Art. 1814, atos atentatórios contra vida, a honra e a liberdade de testar; b) Não ter sido o indigno perdoado pelo ofendido (Não houve o perdão); c) Existência de propositura de ação de indignidade com sentença judicial transitada em julgado. Deve ser proposta no juízo da sucessão. Somente pode entrar com a ação quem se beneficia da herança deixada, ou seja, que possui interesse econômico. Mesmo condenado em juízo criminal, se a ação de indignidade não for proposta no juízo da sucessão, o indigno continua apto a receber a herança. A ação precisará ser proposta uma única vez e será válida contra os parentes próximos (elencados no inciso I do art. 1814) da vítima alvo do ato de indignidade. A ação de indignidade deve ser proposta em até 4 anos da morte do autor da herança, independentemente da falta de conhecimento da autoria do crime. - Causas de exclusão (art. 1814, CC) I. Homicídio doloso consumado ou tentado, contra as pessoas listadas. Portanto na incidência de homicídio culposo não haverá incidência da norma. O filho mata o pai. No momento da morte, a herança foi dívida. Mas se o irmão não propor uma ação de indignidade, o filho que matou o pai receberá a herança. “Mão ensanguentada não apanha a herança”. O prazo para o irmão entra com a ação de indignidade é de 4 anos a partir da data da morte. Precisa ser autor, co-autor ou partícipe. Na ação de indignidade, se um irmão não quiser entrar e o outro quer, se aproveita a ação. Não precisa ter cometido a indignidade contra o autor da pena para ser excluído, se cometer contra as pessoas próximas ao autor da herança, também será indigno. Se o indigno tiver filhos, o irmão do indigno não pode entrar com a ação e sim só os filhos do indigno. Herdeiro instituído se matar o autor da herança, pode ser afastado pelos interessados. Os filhos do legatário não recebem. II. Crime de denunciação caluniosa: o filho que faz calunia contra o autor da herança também é indigno. III. Exemplo: Marido e mulher não tem ascendentes e nem descendentes. Acontece que a mulher faz um testamento cerrado, e o marido pensou que não ficará com nada. Aí o marido queima o testamento. O juiz pede para o marido trazer o testamento porque foi queimado. Então os irmãos da morta entraram com uma ação de indignidade por ter queimado o testamento. - Procedimento para obtenção da exclusão (art. 1815, CC) Deve ser proposta em até 4 anos após a morte do autor da herança (abertura da sucessão). Trata-se de prazo decadencial. Como regra legal, o prazo não deve ser contado contra absolutamente incapaz; Podem propor esta ação todos que possuam interesse econômico com o afastamento do indigno. Caso haja mais de um interessado, a sentença da ação proposta por um deles aproveita aos demais. Trata-se de ação declaratória com efeitos ex-tunc. - Reabilitação ou perdão do indigno. (art. 1818, CC) a) Perdão expresso (caput): é o manifestado por escrito em testamento ou em ato autêntico (instrumento particular com firma reconhecida); b) Perdão tácito (§único): é aquele em que o autor da herança, é quando simplesmente o autor deixa algo (apto) para o filho que o ofendeu, isso significa que perdoou. O perdão está limitado ao apto e os demais podem excluí-lo do resto da herança. Não podemos compreender com a volta do relacionamento entre ambos. - Efeitos da exclusão a) Pessoalidade da pena (art. 1816, “caput” CC): A sanção civil não pode passar da pessoa do ofensor. O indigno é considerado como morto pela lei, então os filhos do indigno podem representá- lo, sucedendo seu lugar. b) Perda do direito à administração, usufruto e sucessão de tais bens (1816, §único CC): Não pode administrar, usufruir e nem receber como herança do filho. Daquilo que a pessoa é exclusa perde a dignidade e não poderá mais ter acesso ao bem do morto. c) Retroação dos efeitos da sentença. d) Validade dos atos praticados. e) Restituição frutos (1817, §único CC) - Bens ereptícios: São os bens negados ao sucessor indigno, e em relação a estes o indigno não terá direito ao usufruto ou a administração nem a sucessão eventual destes bens, consoante o parágrafo único do artigo 1.816, CC. - Legitimidade: somente os outros herdeiros, e eventualmente algum legatário, poderiam figurar no polo ativo da demanda. Tem sido admitida, também, a autoria por parte do MP, ou do Munícipio, ou Distrito Federal, se não houver mais herdeiros conhecidos, assim também como de credores de herdeiros que se beneficiariam com a exclusão do indigno. Enunciados das jornadas do CJF: 116. Art. 1815: o MP por forca do artigo 1815 do CC, desde que presente o interesse público, tem legitimidade para promover ação visando a declaração de indignidade de herdeiro ou legatário. HERANÇA JACENTE E VACANTE (Art. 1819 a 1823, CC e Art. 738, CPC) Falecendo alguém sem herdeiros conhecidos ou aparentes, nem testamento, a lei determina o início de um procedimento para buscar encontrar sucessores. Os bens serão inicialmente arrecadados e ficarão sob a guarda e conservação de um curador até a entrega a algum sucessor que tenha se habilitado legitimamente, ou até que seja a herança declara vacante (1819, CC). Herança Jacente: a pessoa não deixa herdeiros notoriamente conhecidos; Herança vacante: não possui herdeiros, os bens são destinados ao município. O curador nomeado representara a herança em juízo ativa e passivamente. Feita a arrecadação dos bens do falecido e ultimado o inventario, serão expedidos editais que será estampado 3 vezes, com intervalo de 30 dias para cada um, no órgão oficial e na imprensa da comarca, para que venham a habilitar-seos sucessores do finado no prazo de 6 meses contados da primeira publicação. Passado um ano da primeira publicação do edital, não havendo herdeiro habilitado, ou habilitação pendente, será a herança declarada vacante. A declaração de vacância da herança exclui da sucessão qualquer herdeiro colateral que não houvesse ainda se habilitado, mas não prejudica os outros herdeiros (ascendente/descendente/cônjuge - herdeiros necessários) que poderão ainda se habilitar no prazo decadencial de cinco anos, contados da abertura da sucessão e não da declaração de vacância. Os credores também podem entrar com a petição de herança a partir do momento que o juiz declara a herança vacante. A herança só é jacente se não tiver herdeiros conhecidos. Se tiver herdeiros, mas eles renunciam, não terá herança jacente e sim herança vacante porque vai direto para o Estado. Decorridos os cinco anos mencionados, sem o aparecimento de qualquer herdeiro, os bens arrecadados passarão ao domínio do Munícipio ou do Distrito federal, se localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domino da união quando situados em território federal. A herança só pode ser declarada vacante quando todas as habilitações forem julgadas improcedentes. Ex.: O morto não deixou herdeiros, mas fez um testamento e deixou apenas 20% para o Deoclécio e os outros 80% será jacente onde alguém pode se habilitar e se não houver habilitação vira herança vacante, direto para o Estado. PETIÇÃO DE HERANÇA (Art. 1824, CC) É uma ação cuja finalidade é o reconhecimento da qualidade de herdeiro para reivindicar a heranças deixada. A petição é dirigida contra os herdeiros já conhecidos ou contra município no caso de herança vacante. Se a petição de herança for proposta durante o inventário, este será suspenso. Súmula 149, STF: embora a investigação de paternidade não prescreva, há prescrição para ingressar com ação de petição de herança. O prazo máximo para a propositura desta ação é de 10 anos. Eventual reconhecimento de novo herdeiro, após concretização de inventário, não causará danos a terceiros de boa-fé, quando os negócios forem onerosos. Os herdeiros que terão que devolver parte ou integralidade da herança poderão ser acionados para devolver os valores ao novo herdeiro reconhecido; SUCESSÃO LEGITIMA (Art. 1829, CC) I – Descendentes (cônjuge concorre) 1) o “de cujus” deixou descendentes? Sim 2) o “de cujus” era casado ou mantinha união estável? Não Descendentes de grau mais próximo excluem os de grau mais remoto; Os filhos recebem sempre por direito próprio ou por cabeça; No caso de filho pré-morto, os filhos do morto (netos do autor da herança) podem reivindicar a parte da herança que caberia ao pré-morto. Neste caso, recebem a herança por direito de representação; Filhos de herdeiro declarado indigno também pode exercer o direito de representação e requerer a parte da herança. II – Ascendentes (cônjuge concorre) 1) o “de cujus” deixou descendentes? Não 2) o “de cujus” deixou ascendentes? Sim 3) o “de cujus” era casado ou mantinha união estável? Não Ascendentes de grau mais próximo excluem os de grau mais remoto; Na classe dos ascendentes não existe direito de representação; Na classe dos ascendentes, a divisão é feita por linhas, paterna e materna. Ou seja, no caso de pais mortos, a herança será de 50% para cada linha, mesmo que uma linha tenha avó e avô e a outra só avó, por exemplo, igualmente será de 50% para cada linha. III – Colaterais (cônjuge concorre) 1) O de cujus deixou descendente? Não 2) Deixou ascendente? Não 3) Deixou cônjuge? Não 4) Deixou colaterais? Sim Irmãos são colaterais de segundo grau. Sobrinhos e tios de terceiro grau. Primos, tios avos e sobrinhos netos de quarto grau. Só até o quarto tem direito a herança. Ex.: filho do primo não tem mais direito. São 5 os pontos que devem ser observados nessa matéria: 1. Os mais próximos excluem os mais remotos. Existe representação somente em favor dos sobrinhos. Se meu irmão D é falecido, os filhos dele recebem minha herança por representação, enquanto meus outros irmãos são por direito próprio. Se meu irmão C é indigno e tem um filho vivo e outro morto, a herança vai para o vivo, e se esse morto tiver filhos (que seriam meus sobrinhos netos), não desce a eles, pois não atinge mais. 2. Salvo em representação. Na falta de irmãos, chama os sobrinhos por direito próprio ou cabeça, e na falta dos sobrinhos, chama os tios, se não tem tio, chama os de quarto grau, se não tem vai ser jacente e depois de entregue ao município se torna vacante (artigo 1843, caput, CC). 3. Os sobrinhos têm ordem de preferência aos tios. 4. Irmão bilateral recebe o dobro dos irmãos unilaterais. A lei distingue os irmãos bilaterais (mesmo pai e mesma mãe, também chamado de germanos) de unilaterais (do mesmo pai ou mãe, que podem ser chamados também de consanguíneos ou no caso de serem adotados: uterinos). Enquanto meus irmãos B e C que são bilaterais recebem duas quotas, meu irmão que é unilateral recebera uma quota. Então, se eu faleci, a totalidade dos meus bens e direitos (100%), será dividida pela soma dos algarismos (1 quota do D + 2 do B + 2 do C) = 100/5: 20% para D e B e C terão 40% cada (ambos por cabeça ou direito próprio). Se nesse exemplo, meu irmão bilateral B está morto, seus filhos podem representar, dividindo os 40% que seria de B. Artigos 1829, IV, 1839, 1840, 1841, 1842, 1843, p.1, CC. 5. Sobrinhos bilaterais também recebem o dobro das quotas dos unilaterais (por cabeça ou direito próprio). Então, se meu irmão D unilateral renunciar e tiver dois filhos, o B bilateral morreu e teve dois filhos e dois netos, e o C bilateral se torna indigno tem dois filhos e um neto, ser feita dessa forma: D 1+1 B 2+2 C 2+2 = 100/10 = 10% resultando em D 10% para cada filho, B 20% para cada filho, C 20% para cada filho. Aos sobrinhos netos não se estende o direito de representação. DA ORDEM DA VOCAÇÃO HEREDITÁRIA 1) O falecido deixou descendente? Sim. 2) O falecido deixou cônjuge? Sim. 3) Eles estavam separados de fato? Não - Art. 1.830. 4) Qual o regime de bens do casamento? Art. 1829, I. 5) O cônjuge sobrevivente terá direito real de habitação? (Moradia). Art. 1831 Art. 1.830. Somente é reconhecido direito sucessório ao cônjuge sobrevivente se, ao tempo da morte do outro, não estavam separados judicialmente, nem separados de fato há mais de dois anos, salvo prova, neste caso, de que essa convivência se tornara impossível sem culpa do sobrevivente. Se estiverem separados de fato até dois anos o cônjuge sobrevivente concorre com os descendestes, mas se a separação de fato for superiora dois anos, não tem direito sucessório. Regra: o cônjuge sobrevivente concorrerá com os descendentes. Exceção = salvo se = não concorrerá: nos regimes que estão expressos no Art. 1829, I. Não concorrerá - Comunhão Universal, (quem meia não herda): nesse regime o cônjuge não concorre com os filhos; a herança irá só para os filhos. “A” é casado com “B” no regime de comunhão universal de bens. A regra do regime universal de bens é tudo o que o casal tinha antes e após o casamento, são dos dois, ou seja, todo o patrimônio é comum. O direito sucessório temos sempre que diferenciar meação de herança. Primeira coisa quando uma pessoa morre e deixa cônjuge/companheiro, temos que fazer essa diferenciação. Meação é direito de família, existe um regime de bens que permite que alguns bens ou todo o patrimônio se comunique durante o casamento. Herança é regra do direito sucessório. Meação e herança são coisas diferente. ”A e “B”possuem dois filhos o “C” e o “D”. “A” morre, a primeira coisa que temos que saber o que pertence a “A” e o que pertence a “B”. Se eles fossem se divorciar como seria a divisão dos bens? Seria metade para cada porque tudo se comunica. Então 50% já é de “B”, que chamamos de meação; e os outros 50% são de “A” já em direito de 50% que também chamamos de meação. Na morte seria a mesma coisa. “A” morreu? O que é de “A” e o que é de “B”? Nesse caso 50% é de e os outros 50% são de “B”. Como “A” é o morto, aquilo que pertence ao morto será chamado de herança que deixará para os herdeiros dele. Os herdeiros de “A” são os descendentes, os dois filhos que são os primeiros a serem chamados. Só que a lei diz que o cônjuge pode concorrer com os descendentes. Só que nesse caso o “B” que é o cônjuge não concorre porque são casados em comunhão universal de bens. Quem irá receber os 50% da herança de “A” serão os dois filhos que será dívida em duas partes, 25% para cada filho. O cônjuge não herdeiro porque ele já tem a metade. - Separação obrigatória de bens, (Art. 1641), são pessoas que não podem escolher o regime de casamento - os maiores de 70 e os menores de 18 anos, q qdo tiver infração de causa suspensiva. Nesse regime temos a súmula 377, STF: “NO REGIME DE SEPARAÇÃO LEGAL DE BENS, COMUNICAM-SE OS ADQUIRIDOS NA CONSTÂNCIA DO CASAMENTO. ” Se os bens se comunicam na constância do casamento, isso significa que o outro já é meeiro e não será herdeiro. - Comunhão parcial sem bens particulares: só comunica os bens adquiridos durante o casamento. Ex.: Um tio muito rico meu morreu e deixou em seu testamento os seus bens para mim, só que eu sou casada no regime de comunhão parcial sem bens particulares. O meu marido tem direito a essa herança? Não, porque é bem particular. Doações que o meu pai fez para mim, mas eu sou casada, não se comunica com o meu marido. Então tem bens que recebemos durante o casamento nesse regime que podem não se comunicar que são chamados de bens particulares. Então, nós podemos durante o casamento nesse regime de comunhão parcial sem bens particulares, ter um patrimônio comum que é adquirido durante o casamento, mas podemos ter aqueles bens que mesmo sendo adquirido durante o casamento não se comunicaram com o cônjuge, que são chamados de bens particulares. “A” e “B” se casaram, mas não tinham nada antes do casamento e tudo o que eles adquiriram foi durante o casamento a título oneroso, então o patrimônio todo é comum. Então ele não tem bens particulares. “A” morre, metade já é de “B”, para quem vai a metade do morto? Para os herdeiros, os filhos. Porque que o cônjuge não herda? Porque quem meia não herda. E se “A” tivesse deixado bens particulares? O cônjuge vai concorrer? A lei diz que concorre. Então, só para vocês perceberem, o legislador pensou o seguinte: se todo o patrimônio é comum e se o cônjuge já é meeiro, ele não precisa receber a herança, ele não é herdeiro. O raciocínio é o mesmo, regime de comunhão parcial de bens sem bens particulares, todo o patrimônio é comum e quem meia não herda. Irá só para os filhos. Concorrerá: - Participação final nos aquestos: durante o casamento não se comunica, mas no final se comunica. Então se esses bens são aqueles que se comunicaram durante o casamento “B” é meeiro, mas não herdeiro. “B” vai concorrer com os filhos nos bens particulares. Se todos os descendentes forem comuns, o cônjuge irá concorrer em partes iguais, não podendo ter uma cota menor do que 25%. Se todos os filhos são só do morto, a divisão será em partes iguais. E se tiver filiação hibrida continua sendo dividido em partes iguais. - Comunhão parcial com bens particular: adquirem bens durante o casamento, mas “A” quando casou já tinha um apartamento. “B” terá direito a metade desse apartamento? Não. Nós vamos chamar de bem particular, 100% dele. Se eles forem se separar “A” ficará com 100% do apto e os bens adquiridos durante o casamento ser divido em 50% para cada um. “A” morre. O que é “A” e o que é de “B”? 100% do apartamento é de “A” e 50% do patrimônio comum. E de “B” será 50% do patrimônio comum. Então em relação ao patrimônio comum eles são meeiros. Pergunta: o cônjuge concorre com os descendentes no regime parcial quando o morto deixa bens particulares? A lei diz que sim, mas ele vai concorrer somente nos bens particulares. A lógica é, se no patrimônio comum ele já é meeiro, então ele não é herdeiro. Mas é nos bens particulares? Nos bens particulares ele não é meeiro, ele herdeiro. Então será aplicado o Art. 1832. Então vamos lá!!! Patrimônio comum 50% de “A” e 50% de “B”. “B” já é meeiro, ele vai concorrer com os dois filhos na parte da herança do morto? Não, porque quem meia não herda na meação do morto. Então nos 50% do patrimônio comum só herdam os filhos. Mas nesse 100% do apto que é um bem particular o cônjuge sobrevivente não é meeiro, então ele é herdeiro. Então vamos dividir esse 100% do apto em 3 partes iguais. Art. 1.832. Em concorrência com os descendentes (art. 1.829, inciso I) caberá ao cônjuge quinhão igual ao dos que sucederem por cabeça, não podendo a sua quota ser inferior à quarta parte da herança, se for ascendente dos herdeiros com que concorrer. “A” e “B” possuem dois. “A” morre. “B” concorre com os descendentes nos bens particulares. Então o 100% do apto será dividido em 3 partes iguais e o bem comum será dividido somente entre os 2 filhos. “A” e “B” possuem três filhos. “A” morre. “B” concorre com os descendentes nos bens particulares. Então o 100% do apto será dividido em 4 partes iguais e o bem comum será dividido somente entre os 3 filhos. “A” e “B” possuem quatro ou mais filhos. “A” morre. “B” concorre com os descendentes nos bens particulares com uma reserva de 25% ou 1/4 do patrimônio ficará para o cônjuge e os 75% será dividido entre os 4 filhos. Quando todos os descendentes forem comuns, o cônjuge sobrevivente terá o direito de receber no mínimo 25%. “A” e “B” não tiveram filhos, mas “A” teve 6 filhos do casamento anterior. Então, “A” morre e deixa os 6 filhos, mas não teve filhos com “B”. Temos que saber o que é de “A” e o que é de “B” (já sabemos). O cônjuge concorre com os descendentes, mas só nos bens particulares. Mas o cônjuge não concorre nos 50% do que é do morto. Então esse 50% será dividido em 6 partes iguais. Mas nos bens particulares, o cônjuge concorre, e os 100% do apto será dividido em 7 partes iguais. Quando todos os filhos são do morto, não se tem a reserva de 1/4 ou 25%. Quando os descendentes são exclusivos do morto, a herança dos bens particulares será dividida em partes iguais. Se “A” e “B” tiverem 6 filhos exclusivos (fora do casamento) e 6 filhos comuns. A meação do morto será dívida em 12 partes iguais. E os bens particulares será dividido em parte iguais, não tem reserva de 25% ou ¼ para o cônjuge sobrevivente. - Separação total/absoluta: é quando é convencionado que não irá se comunicar durante o casamento. Nada se comunica. Tudo o que estiver em nome de “A” será de “A” e tudo o que estiver em nome de “B” será de “B”. Não tem bens comuns. “B” não é meeiro, mas “B” concorre com os descendentes do falecido? Sim, concorre nos bens particulares do morto. Bom se eu escolho o regime de bens para que os bens não se comuniquem durante o casamento, com a morte o cônjuge será chamado para receber a herança. Protege se caso ele se divorciarem, mas a regra para a sucessão é outra, é para proteger o cônjuge que não tem meação. Então o cônjuge não é meeiro, mas é herdeiro. Isso será dividido de que forma? Depende. Se todos os descendentes forem comuns, o cônjuge ficará com 25% e o restante será dividido entre os filhos. Se todos os descendentes foremsó do morto, será dividido em partes iguais. Se tiver a concorrência dos descendentes comuns mais os exclusivos, será dividido em partes iguais. Descendentes comuns: reserva 1/4 ou 25% para o cônjuge Descendentes exclusivos: partes iguais com o cônjuge. Descendentes exclusivos + descendentes comuns: divide em partes iguais com o cônjuge. (Filiação hibrida) Art. 1.832. Em concorrência com os descendentes (art. 1.829, inciso I) caberá ao cônjuge quinhão igual ao dos que sucederem por cabeça, não podendo a sua quota ser inferior à quarta parte da herança, se for ascendente dos herdeiros com que concorrer. CÔNJUGE CONCORRENDO COM O DESCENDENTE (Art. 1829, CC) 1) O falecido deixou descendentes? Sim. (Porque os descendentes são os primeiros na ordem sucessória) 2) O falecido era casado? Sim. (Porque na primeira ordem prevalece os descendentes em concorrência com o cônjuge sobrevivente) 3) O cônjuge estava separado de fato? Não. (Porque se eles estivem separados de fato a mais de 02 anos, o cônjuge sobrevivente não terá direito a receber a herança) 4) Qual o regime de bens do casamento? (Porque hoje o cônjuge pode concorrer com os descendentes na herança deixada pelo falecido, a depender do regime de bens do casamento. Em alguns regimes o cônjuge não concorre). 5) O cônjuge sobrevivente tem direito a habitação? Sim, desde que seja o único imóvel de natureza residencial. Art. 1831 6) O cônjuge quando concorre com os ascendentes no direito de habitação? Não desde que seja o único bem. O cônjuge não concorrerá com os descendentes nos seguintes regimes: Comunhão universal de bens Separação obrigatória de bens os filhos, netos, bisnetos recebem sozinhos Separação parcial sem bens particulares seguindo a ordem de vocação hereditária. Grau mais próximo excluem grau mais remoto. Aqueles que estão na classe dos descendentes em grau mais próximo exclui o de grau mais remoto, salvo direito de representação. O cônjuge sobrevivente concorrerá com os descendentes (somente nos bens particulares). Participação final nos aquestos Separação total (convencional) Comunhão parcial com bens particulares A e B casados com regime comunhão parcial de bens. Durante o casamento tiveram dois filhos. Durante o casamento “A” recebeu uma herança do pai dele, essa herança de comunica a “B”? Não, porque é bem particular. Durante o casamento a mãe fez uma doação para ele, esse bem se comunica com o cônjuge? Não, pq é bem particular. Durante o casamento ele recebeu o prêmio da loteria, esse prêmio se comunica com “B”? Sim se comunica. Durante o casamento ele guardou dois anos do salário dele e comprou um apartamento, esse bem se comunica com ”B”? Sim comunica, sendo bem comum. BP de “A”: herança, e uma doação. BC: prêmio da loteria e um apto. Dos bens comuns com a morte de “A”, metade já pertence a “B” a título de meação. O outros 50% pertence a “A” mais o 100% dos bens particulares. O cônjuge “B”, concorrera com os descendentes na totalidade da herança de “A”? Não, só vai concorrer nos bens particulares. Esse 50% será dividido de que forma? 25% para cada filho. Os bens particulares, o cônjuge é meeiro? Não é meeiro, mas é herdeiro. Será dividido os 100% em 3 partes iguais. - “A” e “B” tem 3 filhos. BC: os 50% (bem comum) do morto será dividido entre os 3 filhos. BP: os bens particulares do morto serão divididos em 4 partes iguais, 25 para cada um. - “A” e “B” tem 4 ou mais filhos. BC: os 50% (bem comum) do morto será dividido entre os 4 filhos. BP: agora tem reserva de 25% ou 1/4 para o cônjuge sobrevivente (o cônjuge não pode receber uma cota inferior a 25%), e o restante será dividido em 4 partes O cônjuge quando concorre com os descendentes comuns, ele pode receber mais que 25%, o que ele não pode receber é menos que 25%. “A” e “B” não tiveram filhos, mas “A” tem 2 filhos exclusivos. Com a morte de “A”: BC: metade já é de “B”. Então os 50% será divido entre os dois filhos exclusivos de “A”. O cônjuge concorre com o descendente somente sobre os bens particulares BP: o cônjuge concorre com os filhos exclusivos e será dividido em partes iguais. SEMPRE EM PARTES IGUAIS. Quando todos os filhos forem exclusivos, o cônjuge não terá direito a reserva da quarta parte (25% ou 1/4) dos bens particulares. Quando todos os filhos forem comuns, o cônjuge terá direito a reserva da quarta parte (25% ou 1/4) dos bens particulares. Art. 1.832. Em concorrência com os descendentes (art. 1.829, inciso I) caberá ao cônjuge quinhão igual ao dos que sucederem por cabeça, não podendo a sua quota ser inferior à quarta parte da herança, se for ascendente dos herdeiros com que concorrer. Quando tivermos descendência hibrida, descendentes comuns concorrendo descendentes exclusivos, divide em partes iguais. O legislador só dará essa reserva da quarta parte qdo todos só descendentes forem comuns. Pq parte do pressuposto de qdo um dos cônjuges faltar que os bens que ele recebeu, inclusive de herança vão para os filhos. Separação total/convencional “A” e “B” são casados sob o regime de separação convencional de bens. Antes de casar “A” tinha uma casa, essa casa se comunica a “B”, não porque é um bem particular. Casados “A” recebeu uma herança do pai, essa herança de comunica a “B”? Não, porque é bem particular. Durante o casamento “A” recebeu a doação de um tio muito rico que ele tem, essa casa também não se comunica com “B” porque é bem particular. Durante o casamento “A” guardou dois anos do salário dele, e comprou um apto e colocou em seu nome, esse apto também não se comunica com “B”, porque é bem particular de “A”. Durante o casamento “A” recebeu um prêmio da loteria, esse prêmio também não se comunica a “B”, porque é um bem particular de “A”. Nesse regime nada de comunica entre os cônjuges, a não ser que eles queiram. A regra é que nada se comunique, nem os frutos. “A” morrer. “B” concorre com os descendentes nesse regime de bens? Sim, por ser bem particular. “A” deixou 2 filhos comuns. O patrimônio comum de “A” será dividido em 3 partes iguais. “A” deixou 3 filhos comuns. O patrimônio comum de “A” será dividido em 4 partes iguais. “A” deixou 4 filhos comuns. O patrimônio comum de “A” será dividido deixando a quarta parte da reserva para o cônjuge e o restante entre os 4 filhos. “A” deixou 5 filhos comuns. O patrimônio comum de “A” será dividido deixando a quarta parte da reserva para o cônjuge e o restante entre os 4 filhos. “A” e “B” não tem filhos, mas “A” tem 10 filhos. O cônjuge irá concorrer com os 10 filhos? Sim. Será dividido 100% dos bens particulares em 11 partes iguais. Não tem reserva da quarta parte. “A” e “B” são casados e tem 2 filhos comuns e “A” tem 10 filhos exclusivos. A herança será dividida em 13 partes iguais. O cônjuge sobrevivente terá direito real de habitação (moradia), se não tiver herdado nenhum outro bem. Art. 1.831. Ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, será assegurado, sem prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o direito real de habitação relativamente ao imóvel destinado à residência da família, desde que seja o único daquela natureza a inventariar. Sem descendentes: Na falta dos descendentes, a lei chama os ascendentes para concorrer com o cônjuge sobrevivente. Aparece o irmão do morto, eu pergunto: 1) O falecido deixou descendentes? Não 2) O falecido deixou ascendentes? Sim 3) O falecido deixou cônjuge sobrevivente? Sim O cônjuge sobrevivente concorrerá com os ascendentes do falecido em todos os regimes de bens, independente de regimes de bens escolhidos por eles e na totalidade da herança (aquilo que é do morto).“A” e “B” são casados no regime de CUB. “A” tem pai e mãe, avós paternos e maternos vivos. “A” não tem descendentes. O que “A” e “B” adquiriram durante o casamento é comum. Tudo o que “A” tinha antes do casamento e tudo o que “A” adquiriu depois do casamento pertence aos dois. Regra tudo se comunica na CUB. Na CUB, 50% já é de “B” a título de meação, e do morto é 50% a título de herança. Pergunta: quem são os herdeiros de “A”? O cônjuge e os ascendente, sendo divido em 3 partes iguais. Quando o cônjuge concorre com os ascendentes, o cônjuge meia e herda. Porque com os ascendentes o cônjuge concorre independente do regime, ou seja, em todos os regimes ele irá concorrer, vai concorrer no que é do morto, no que chamamos de herança. Aqui 50% é do morto, então nesse 50% vamos atribuir ao cônjuge sobrevivente, para o pai e para a mãe. Lembrando a regra dos ascendentes, grau mais próximo exclui grau mais remoto, entre pais e avós, a herança será dividida entre os pais. Pai morto, mãe viva e cônjuge sobrevivente. “A” morreu, o pai de “A” já é falecido, mas tem mãe viva e deixo “B” que é o cônjuge sobrevivente. A pergunta é: O cônjuge sobrevivente com a mãe do falecido? Sim. “B” já é meeiro nesse patrimônio a título de meação, onde que ele irá concorrer? Na meação do morto. Será pego esse 50% que pertence a morto e será dividido em 2 partes, 25% para a mãe e 25% para o cônjuge. Aqui o cônjuge é meeiro e herdeiro. Então fica 75% do patrimônio para “B” e 25% para a mãe de “A”. Mãe morte e pai morto, mas tem avós paternos e maternos. O cônjuge concorre com os avós? Sim. Só que agora a lei diz, quando o morto deixa pai, mãe e cônjuge é dividido por 3. Quando o morto deixa pai e cônjuge, divide por 2. Agora, se não tiver nenhum ascendente de primeiro grau, pai ou mãe, metade da herança será deixado para o cônjuge sobrevivente, e outra metade será dividido entre as duas linhas. Aqui a herança é sobre o patrimônio total, sendo 50%, onde metade será destinado para “B” e a outra metade dos 50% será dividido entre as duas linhas, sendo a linha materna e a linha paterna. Art. 1.836. Na falta de descendentes, são chamados à sucessão os ascendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente. § 1 o Na classe dos ascendentes, o grau mais próximo exclui o mais remoto, sem distinção de linhas. § 2 o Havendo igualdade em grau e diversidade em linha, os ascendentes da linha paterna herdam a metade, cabendo a outra aos da linha materna. Art. 1.837. Concorrendo com ascendente em primeiro grau (pai e mãe), ao cônjuge tocará um terço da herança; caber-lhe-á a metade desta se houver um só ascendente, ou se maior for aquele grau. “A” deixou avó materna, e avós paternos e cônjuge sobrevivente. O cônjuge concorre com os avós? Sim, então ele já tem direito a metade da herança do morto, sendo 25%. Os outros 25% será dividido em duas linhas, sendo 12,5% para a avó materna e 12,5% para ser dividido entre os avós paternos. “A” morre. Só deixou avó materna e cônjuge sobrevivente. Patrimônio comum, metade já é de “B”. A parte do morto, metade será para “B” sendo os 25% e os outros 25% para a avó materna. A regra é a mesmo em todos os regimes. “A” morre e seus pais renunciam a herança, quem receberá serão os avós do morto. Comunhão parcial de bens “A” e “B” são casados sob o regime de comunhão parcial de bens, onde os bens adquiridos durante o casamento se comunicam. Só que “A” tem bens particulares que recebeu de herança e de doação. “A” morre e deixa pai, mãe e cônjuge. No regime de comunhão parcial de bens, o cônjuge concorre com os ascendentes? Sim e concorre em tudo o que é do morto. Desse patrimônio comum “B” é meeiro onde 50% já é de “B” a título de meação. Então será pego os 50% + os 100% e dividir por 3 partes iguais. Se fosse com descendentes o cônjuge só concorreria com os bens particulares. Mas quando o cônjuge concorre com os ascendentes, ele concorre na totalidade da herança do morto, sendo a meação do morto + os bens particulares do morto. “A” não deixou pai mas deixou mãe. A herança será dividida em 2 partes, dos 50% dos bens do morto ficará 25% para o cônjuge e 25% para a mãe. E dos 100% dos bens do morto ficará 25% para o cônjuge e 25% para a mãe. “A” não deixou nem pai e nem mãe. Mas deixou avó materna e avô paterno e cônjuge. Os 50% do morto será dividido em 3 partes, 25% para o cônjuge e 12,5% para cada linha. Os 100% do morto será dividido em 3 partes, 50% para o cônjuge e 25% para cada linha. É a aplicação do Art. 1837. O cônjuge quando concorre com os pais e avós, tem direito real de habitação? Sim terá direito rela de habitação. Segue o Art. 1831. Art. 1.831. Ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, será assegurado, sem prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o direito real de habitação relativamente ao imóvel destinado à residência da família, desde que seja o único daquela natureza a inventariar. Na falta de ascendentes e de descendentes, o falecido deixou irmãos, sobrinhos, tios, primos, tios- avôs, sobrinhos, neto e cônjuge sobrevivente. O cônjuge recebe tudo independente do regime de casamento. Art. 1.838. Em falta de descendentes e ascendentes, será deferida a sucessão por inteiro ao cônjuge sobrevivente. Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares; (observar os Art. 1830 a 1835) II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge; (observar 1836 e 1837) III - ao cônjuge sobrevivente; (observar o 1838) IV - aos colaterais. (observar o 1839 a 1843) Verificar se estavam separados de fato há mais de 02 anos e se tem direito real de habitação. Regras: O grau mais próximo exclui o mais remoto. Só existe direito de representação a favor dos sobrinhos. A lei diferencia os bilaterais dos unilaterais. A lei diferencia os sobrinhos bilaterais dos unilaterais. Por mais que irmãos, sobrinhos e tios esteja no mesmo grau, a lei prefere os sobrinhos. Se o morto não deixa ascendentes, descendentes ou colaterais quem recebe a herança é o município. Art. 1845, CC - DOS HERDEIROS NECESSÁRIO Art. 1845 -> legítima Art. 1.845. São herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes e o cônjuge. Art. 1846 -> Herdeiros legítimos Art. 1.846. Pertence aos herdeiros necessários, de pleno direito, a metade dos bens da herança, constituindo a legítima. Os herdeiros necessários: descendentes, ascendentes e o cônjuge. Pertence de pleno direito aos herdeiros necessários 50% da legítima. Art. 1847 -> Calculo da legitima. A abertura da sucessão ocorre no exato momento da morte. Art. 1.847. Calcula-se a legítima sobre o valor dos bens existentes na abertura da sucessão, abatidas as dívidas e as despesas do funeral, adicionando-se, em seguida, o valor dos bens sujeitos a colação. Ex.: “A” tem 2 filhos e vários bens no valor de 500.000,00. Dois anos antes de morrer, “A” resolve doar um apto para o filho1 no valor de 100.000,00. A lei diz que toda a doação que o pai fizer para o filho equivale ao adiantamento da legítima. Isso significa que o apto que “A” doou para o filho1 já é uma antecipação da sua legítima. Agora no momento da abertura da sucessão, surge o momento que terá que trazer o valor do bem a conferencia. Se é um adiantamento teremos de somar o valor do bem. Então, 100.000,00 o filho1 recebe há 2 anos, então teremos um acréscimo totalizando a legítimano valor de 500.000,00. Porque a finalidade de trazer o valor do bem na conferencia é só para descontar da legítimas. Como o valor da herança é de 500.000,00, será dado 250.000,00 para o filho2 e o filho1 só receberá 150.000,00, pois já tinha recebido antes de seu pai morrer um apto no valor de 100.000,00, e nesse caso o filho1 só recebe a diferença. Nesse caso houve igualdade no recebimento da legitima. Art. 1848 -> Cláusulas restritivas de direito - Incomunicabilidade: os bens não se comunicam - Impenhorabilidade: os bens não podem ser empenhorados - Inalienabilidade: os bens não podem ser vendidos (3 utilidades: não é passível de penhora e nem de comunicação, porque é uma super cláusula - Art. 1911). O autor da herança resolve fazer um testamento e quer estabelecer cláusulas restritivas de direito. Essas cláusulas só podem ser estabelecidas somente da parte disponível da legítima (regra). O autor da herança tem o filho1 e o filho2. Sobre os bens disponíveis o autor da herança pode estabelecer cláusulas restritivas de direito, mas sobre a legítima, a regra é que não pode, porque parte do pressuposto de que o que vem da legítima tem que vir livre, não pode vir com condições, encargos ou com cláusulas que restrinjam os direitos dos herdeiros. Exceção: salvo se houver justa causa declarada no testamento, como, se o filho for pródigo, gasta muito. As cláusulas restritivas de direito sob a legítima precisam justificar, mas sob os bens disponíveis não. Art. 1.848. Salvo se houver justa causa, declarada no testamento (exceção), não pode o testador estabelecer cláusula de inalienabilidade, impenhorabilidade, e de incomunicabilidade, sobre os bens da legítima. (regra) § 1o Não é permitido ao testador estabelecer a conversão dos bens da legítima em outros de espécie diversa. § 2o Mediante autorização judicial e havendo justa causa, podem ser alienados os bens gravados, convertendo-se o produto em outros bens, que ficarão sub-rogados nos ônus dos primeiros. Art. 1.911. A cláusula de inalienabilidade (cláusula 3 em 1), imposta aos bens por ato de liberalidade, implica impenhorabilidade e incomunicabilidade. Parágrafo único. No caso de desapropriação de bens clausulados, ou de sua alienação, por conveniência econômica do donatário ou do herdeiro, mediante autorização judicial, o produto da venda converter-se-á em outros bens, sobre os quais incidirão as restrições apostas aos primeiros. Art. 1.849. O herdeiro necessário, a quem o testador deixar a sua parte disponível, ou algum legado, não perderá o direito à legítima. A parte disponível pode ser deixada para qualquer pessoa. E se for utilizada somente uma parte dessa parte disponível, o restante irá para os herdeiros legítimos. Posso deixar a parte disponível para um dos meus filhos e não perde o direito da legítima. Art. 1.850. Para excluir da sucessão os herdeiros colaterais (facultativos), basta que o testador disponha de seu patrimônio sem os contemplar. Só tenho herdeiro facultativos, se eu fizer um testamento e quiser excluir os meus irmãos eu posso. Art. 1851 ao 1.856, CC -> DIREITO DE REPRESENTAÇÃO “A” morre e deixa o filho1 e o filho2. O filho1 tem 2 filhos (filho1.1 e o filho1.2). Todos vivos. Um belo dia morre filho1 e abre-se a sucessão e deixando 2 filhos e seu patrimônio é automaticamente transferidos aos seus herdeiros e a herança será dividida em 2 partes. O filho1.1 do filho 1 renúncia e o filho 1.2 aceita. Ocorre que agora abre a sucessão de “A”. Com a morte de “A” os herdeiros são os filhos (filho1 e o filho2). “A” tem o filho2 está vivo, mas tem o filho1 morto. A lei diz que o filho do filho morto pode exercer o dto de representação. A dúvida é a seguinte: como o filho1.1 renunciou a herança, será que agora ele pode representar seu pai (filho1) na sucessão do avô? Pode, significa que agora abre novamente a oportunidade de aceitar ou renunciar. A+ B “A” e o filho1 morrem ao mesmo tempo e não tem como saber quem morreu primeiro. Existe direito de representação em favor dos descendentes de um herdeiro comoriente? Sim os filhos do comoriente podem exercer o direito de representação. Esse direito de representação que estudamos na sucessão legítima, não existe na sucessão testamentária. SUCESSÃO TESTAMENTARIA Quando começamos o estudo, vimos que tem duas espécies de sucessão. A legitima que é a que decorre de lei, com sucessores legítimos - divididos em necessários e facultativos. E a outra é a testamentaria, que é a que decorre de disposição de ultima vontade e pode ser por testamento, ou codicilo. 1. Testamento Negócio jurídico personalíssimo (só a própria pessoa pode dispor de seus bens), unilateral, gratuito (pois a testadora não vai ganhar nada, deixando esse testamento para alguém), solene (pois há normas de ordem pública, sob pena do testamento não puder ser cumprido), e revogável (a qualquer tempo o autor da herança pode mudar) pelo qual alguém dispõe no todo ou em parte de seus bens, para depois de sua morte. Ou determina providencias de caráter pessoal (por exemplo, reconhecer filho pelo testamento, ou nomear tutor para o filho, perdoar filho indigno). Obs.: Reconhecimento é ato irrevogável. Testamento é revogável. E reconhecimento por testamento é ato irrevogável. Art. 1609, III e 1610, CC. 2. Capacidade testamentaria ativa e passiva Qualquer pessoa que tenha pleno discernimento, a partir dos 16 anos pode fazer um testamento. No momento que ele está elaborando o testamento, que vai ser verificada se a pessoa tem capacidade ativa. Então por exemplo, se a pessoa faz elabora o testamento com 15 anos, não terá validade. Pode receber por testamento, qualquer pessoa, tanto natural quanto jurídica. Aqueles que estão proibidos por forca de lei não podem ser beneficiados por testamento – art. 1801, CC, sob pena de nulidade de clausula. 3. Testamentos ordinários a) Público: forma mais segura de se testar, porque todo testamento é lavrado pelo tabelião, no seu livro de notas, pois tem fé pública. Requisitos para elaborar testamento público é ter duas testemunhas. Após, vai ser lido para ver se estão sendo respeitadas as vontades da pessoa que fez o testamento. Caso a pessoa não contou para ninguém que fez testamento, e quem quiser saber pode oficiar a central, para saber se a pessoa deixou testamento. Permite a assinatura a rogo (pedir para um terceiro assinar). b) Cerrado: Tem a vantagem de ser o único testamento que não terá seu conteúdo lido na presença das testemunhas e do tabelião. Então se tem um segredo, pode se valer do testamento cerrado. Não existe registro do conteúdo do testamento, apenas registro que foi lavrado - Caso o indivíduo perder após leva-lo para casa, não tem o que fazer. Não precisa de testemunhas para a elaboração dele, mas para ser lavrado precisa de 2 testemunhas. Após levado no tabelião, vai ocorrer um ato pelo qual o tabelião vai testar a autenticidade do documento, denominado auto de aprovação (“no dia XXX apareceu XXX e duas testemunhas XXX para que seja lavrado...), assim será feita a leitura do auto de aprovação na presença do testador e das duas testemunhas. Obs.: Caso a assinatura do testador tenha ficado na última linha da folha, o tabelião vai dar um “visto” na folha que acabou, e o auto de aprovação começa na outra página. O conteúdo do testamento pode ser escrito por uma outra pessoa, esse tipo de testamento é o único que admite o conteúdo a rogo. Pode ser escrito em qualquer idioma. Pode ser feito manualmente ou computador. Única pessoa que pode abrir o testamento cerrado, é o juiz de direito. Até se o próprio testador abrir, considerar-se-á invalido. Art. 1868 ao 1875.c) Particular: O pior que tem. Não tem registro que foi lavrado, então corre o risco de os herdeiros não ficarem sabendo dele. A única vantagem que tem, é que não possui custo algum. Preciso de 3 testemunhas. Farei o testamento na minha casa, de forma manuscrita ou mecânica. Pode ser em outro idioma, desde que as testemunhas compreendam. Como aqui não teve tabelião reconhecendo o testamento, quem vai reconhecer é o juiz de direito no momento da abertura, pedindo para as testemunhas confirmarem o ato da lavratura do testamento, então poderá ser confirmado. Obs.: E se as 3 testemunhas morreram ou estão em lugar incerto? Não pode ser cumprido. Mas caso só 1 testemunha compareça, não tem problema, pode fazer a abertura. A elaboração do testamento pode se dar sem testemunha. Só pode ocorrer em situações excepcionais Ex.: sofro acidente de carro, que sou lançado muito longe, e como fui longe vão demorar para me encontrar, e no momento ali quero fazer meu testamento, mesmo que não tenho testemunhas, a lei permite que possa fazer meu testamento em circunstancias excepcionais, assinado pelo testador, sem testemunhas. Art. 1876 ao 1880, CC. 4. Testamentos especiais Aqueles elaborados em determinadas circunstancias especiais. a) Marítimo: Estou em viagem pela costa brasileira, mas passei mal, acho que vou morrer, mas não quero morrer se antes deixar um testamento, mas quero perante o tabelião (público ou cerrado). Se for público, a lei diz que o comandante do navio poderá lavrar meu testamento no diário de bordo e chamo duas testemunhas que vão assinar. E se for cerrado, preciso do auto de aprovação, então o comandante faz também, registrando no diário de bordo também. Eh um testamento ordinário. b) Aeronáutico: Se aplica as mesmas regras do marítimo. Art. 1888 ao 1892, CC c) Militar: Único que pode ser feito oralmente. Art. 1893 ao 1896. No cerrado a exceção trazida é a seguinte, se houver a menção do dia mês e ano, e assinatura de todos na capa do testamento, o testamento não caducara em 90 dias (Art. 1894 E 1895, CC). Nuncupativo é o testamento lavrado oralmente pelo testador, no momento de sua última vontade (Art. 1896, CC). 5. Testemunhas Testamentais Quem pode ser testemunha de um testamento? Qualquer pessoa pode ser testemunha a partir dos 16 anos. São as pessoas que vão presenciar a elaboração do testamento, a exemplo do testamento público. Ela ao verificar se aquelas formalidades exigidas em lei foram observadas, caso contrário o testamento será nulo. No artigo 228, CC o código traz quem não pode ser testemunha: menores de 16 anos, o interessado no litigio, o amigo íntimo, inimigo, os cônjuges, ascendentes, descentes, colaterais até terceiro grau de alguma das partes, por consanguinidade ou afinidade. Entretanto, a jurisprudência já pacificou o entendimento que o amigo íntimo pode sim ser testemunha. 6. Codicilo Está previsto no artigo 1881 ao 1885. São disposições de ultima vontade (além do testamento). O Codicilo não pode ser utilizado em todas as condições como o testamento, serve para pequenas condições de ultima vontade. É um documento particular feito pelo testador sem a presença de testemunhas. Bens imóveis não posso deixar no codicilo. Ex.: como quero meu enterro, para quem vou deixar minhas bijuterias, etc. A jurisprudência traz que é considerado de pouco valor aquilo que não ultrapasse 10% dos bens dele. Traz o testamenteiro, o executor do testamento. O testador que nomeia. Se não o fizer, o juiz pode. Testamento revoga testamento e codicilo, porem codicilo não revoga testamento. Ex.: Se eu faço um codicilo hoje, posteriormente eu resolvo fazer um testamento, esse testamento terá que mencionar a existência do codicilo sob pena de estar revogado. Codicilo fica lacrado como o testamento cerrado. 7. Impugnação a validade O testamento será nulo quando não observar os requisitos legais, e anulável quando houver vicio. O testamento pode ser nulo no todo ou em parte (art.1801, CC). Ex.: eu e meu marido vamos fazer um testamento particular para os dois ao mesmo tempo, entretanto o art. 1863. Diz que é proibido quando duas ou mais pessoas que querem se valer da mesma cédula testamentaria. Nulidade total. Art. 1859, CC. Em 5 anos a contar do registro extingue-se o direito de impugnar a validade do testamento (ex.: sujeito morreu o testamento tem que ser apresentado para o juiz, o juiz recebe o testamento e manda registrar e a partir desse registro começa a contar). A anulação também pode ser total ou parcial. Ex.: não preciso justificar o porquê deixo tal coisa para tal pessoa, entretanto se eu colocar, tem que ser verdadeira, sob pena de anulação parcial daquela clausula. Ainda se for comprovada que não foi A que me salvou, por mais que esteja no meu testamento, mas B, o bem vai para B. Art. 1909, CC. Extingue-se em 4 anos o direito de anular, de quando o interessado tiver conhecimento do vício. REVOGAÇÃO DO TESTAMENTO - Conceito: É o ato consciente do testador que revela o seu propósito de tornar ineficaz a manifestação de sua vontade contida em testamento anterior. Próprio testador alterar a manifestação de vontade feita anteriormente. Art. 1.969, CC. - Espécie: a) Quanto à forma utilizada: Expressa: aquela manifestada por escrito, o sujeito vai se manifestar no sentido de demonstrar que quer tirar a eficácia da manifestação anterior. Tácita: quando houver incompatibilidade do conteúdo para cumprir todas as cláusulas do testamento apresentado. Testamento serrado (lacrado), só poderá ser aberto pelo juiz, mas se o testador abrir seu testamento ele está automaticamente revogando todo o testamento. Art. 1.972, CC. b) Quanto a sua extensão: Art. 1.970, CC. Total: de todo o testamento. Em uma das cláusulas coloca-se: revogo inteiramente em 100%o testamento público anterior (total). Parcial: de parte do testamento. Ex.: revogo a clausula 2º do testamento anterior. Art. 1.971. A revogação produzirá seus efeitos, ainda quando o testamento, que a encerra, vier a caducar por exclusão, incapacidade ou renúncia do herdeiro nele nomeado; não valerá, se o testamento revogatório for anulado por omissão ou infração de solenidades essenciais ou por vícios intrínsecos. Ex: No testamento público o AP iria para Deoclécio, mas foi revogado e direcionado o AP para Beraldo pelo testamento particular. Mas Beraldo não quer o AP, ele renuncia, assim o AP não vai para Deoclecio, ele será juntado para distribuição para os outros descendentes/herdeiros. No mesmo sentido, se caso Beraldo não tivesse capacidade para receber o AP, não voltaria para Deoclécio. Ex² segunda parte do art. 1.971: Os descendentes pediram anulação do testamento particular que o AP foi direcionado para Beraldo, porque o morto enquanto era vivo, foi coagido para revogar o testamento anterior, que era para Deoclécio o AP, assim se for provado a coação e o juiz deferir, o AP irá voltar para Deoclecio. ROMPIMENTO DO TESTAMENTO - Conceito: Ocorre o rompimento do testador por determinação legal, na presunção de que o testador não teria disposto de seus bens em testamento se soubesse da existência de algum herdeiro necessário. O testador não fala nada, não é por vontade do testador, mas sim pela lei, por determinação legal. - O autor da herança não tem herdeiros necessários ou não sabe da existência (descendentes, ascendentes e o cônjuge): Art. 1.973. Sobrevindo descendente sucessível ao testador, que não o tinha ou não o conhecia quando testou, rompe-se o testamento em todas as suas disposições, se esse descendente sobreviver ao testador. Ex.: João morreu, depois de 1 mês, surgeum filho (que entrou com uma investigação de paternidade), assim será rompido em todas as suas cláusulas, pois João não conhecia seu filho e não sabia. Art. 1.974. Rompe-se também o testamento feito na ignorância de existirem outros herdeiros necessários. Ex: Não tenho ascendente, descendente, e nem cônjuge. Faço um testamento para meu amigo Paulo. Mas 2 anos depois surge meu marido que eu achava que tinha morrido, assim haverá o rompimento do testamento, ainda que fosse só a parte disponível. Art. 1.975. Não se rompe o testamento, se o testador dispuser da sua metade, não contemplando os herdeiros necessários de cuja existência saiba, ou quando os exclua dessa parte. DESERDAÇÃO - Conceito: Única possibilidade de efetivamente afastar o herdeiro necessário do testamento. É o ato pelo qual alguém apontando como causa, uma das razoes permitidas em lei, afasta da sucessão por meio de testamento um herdeiro necessário. - Distinção entre deserdação e indignidade: DESERDAÇÃO INDIGNIDADE É o autor da herança quem pune o responsável, em testamento nos casos previstos em lei. Não decorre do autor da herança, decorre da própria lei. Feira por testamento pelo próprio autor da herança. É pedida por terceiros e obtida por sentença judicial. Os fatos são anteriores a abertura da sucessão. Os fatos podem ser anteriores concomitantes ou posteriores a abertura da sucessão. Afasta os herdeiros necessários Afasta os herdeiros legítimos, instituídos e legatários. Eh feita por testamento pelo próprio autor da herança. 1.814, 1.962, 1.963, CC Eh pedida por terceiros e obtida por sentença judicial. 1.814, CC - Requisitos de eficácia da deserdação: a) Existência de herdeiros necessários: Art. 1.961, CC. Art. 1.961. Os herdeiros necessários podem ser privados de sua legítima, ou deserdados, em todos os casos em que podem ser excluídos da sucessão. Casos que forem excluídos da sucessão: art. 1.814, CC. b) Testamento válido com expressa declaração de causa: Art. 1.964, CC. Art. 1.964. Somente com expressa declaração de causa pode a deserdação ser ordenada em testamento. Precisa ser valido, pois se for nulo não produzira efeitos. Precisa declarar o motivo pelo qual está deserdando, pois, esse motivo precisa encontrar previsão legal. Ex.: deserdo meu filho porque ele tentou tirar minha vida. c) Causas previstas em lei: Art. 1.814, 1.962 e 1.963, CC. Art. 1.962. Além das causas mencionadas no art. 1.814, autorizam a deserdação dos descendentes por seus ascendentes: Pai que deserda filho. I - ofensa física; qualquer ofensa física no corpo. II - injúria grave; precisa ser grave! III - relações ilícitas com a madrasta ou com o padrasto; envolvimento sexual. IV - desamparo do ascendente em alienação mental ou grave enfermidade. Ex.: pai está doente, e filho o abandona. Art. 1.963. Além das causas enumeradas no art. 1.814, autorizam a deserdação dos ascendentes pelos descendentes: Filho que deserda pai. I - ofensa física; II - injúria grave; III - relações ilícitas com a mulher ou companheira do filho ou a do neto, ou com o marido ou companheiro da filha ou o da neta; IV - desamparo do filho ou neto com deficiência mental ou grave enfermidade. d) Propositura de ação de deserdação: Art. 1.965, CC. Temos um herdeiro necessário, temos um testamento que diz o motivo previsto em lei, mas isso não é o suficiente porque precisamos de uma ação ordinária de deserdação. O interessado terá que entrar com essa ação. Ex.: Fiz um testamento dizendo que um filho tentou tirar a minha vida, mas não conseguiu, e no testamento eu o deserdei dizendo os motivos no testamento. Dois anos depois eu morro, mas só o cumprimento do testamento não é o suficiente, será necessário que alguém que irá se beneficiar com o afastamento do deserdado entre com ação de deserdação. Os interessados vão mostrar que aquele motivo declarado no testamento realmente aconteceu e será dado nessa ação de deserdação o direito do réu que será deserdado de provar o contrário, direito ao contraditório e a ampla defesa, porque pode ser mentira o que consta no testamento contra ele. O prazo para a propositura dessa ação é de 4 anos a contar da abertura do testamento. Art. 1.965. Ao herdeiro instituído, ou àquele a quem aproveite a deserdação, incumbe provar a veracidade da causa alegada pelo testador. Parágrafo único. O direito de provar a causa da deserdação extingue-se no prazo de quatro anos, a contar da data da abertura do testamento. - Efeitos: Indigno e deserdado são excluídos e considerados pré-mortos. A natureza jurídica é declaratória com efeito ex tunc. Tem direito de representação e não pode administrar os bens do filho. DO INVENTARIO 1. Conceito Temos duas fases no mesmo processo, o inventario e a partilha. Em um primeiro momento será feito o levantamento do patrimônio - o sujeito morreu, com a morte abre-se o patrimônio e é transmitido aos herdeiros (princípio de saisine), porem está tudo no nome do morto, e deve ser regularizada (2 meses, posso abrir depois mas pagará multa) A finalidade do inventario é fazer um levantamento do patrimônio do falecido, detalhar, esclarecer, quais os patrimônios (bens, direitos e obrigações) que essa pessoa deixou. Em segundo momento, depois de ser pago todas as dívidas do morto, será feita a partilha, dividindo o que sobrou, o patrimônio líquido que cabe aos herdeiros. 2. Espécies - Inventario extrajudicial ou administrativo/em cartório (art.610, p. 1 e 2, CPC, e resolução n.35, CNJ). Trazido em 2007, pela lei N. 11.441. Todo inventario tem que ter advogado. Se tiver algum herdeiro incapaz não cabe inventario em cartório. O questionamento que deve ser feito é: 1. Todos são capazes? 2. Tem acordo da forma de divisão do dinheiro? 3. Tem testamento? Se tiver um herdeiro que não concorda, tem que ir em juízo. Se tiver testamento, tem que ir para o juiz. Entretanto, o estado de SP tem admitido o inventario em cartório mesmo com testamento, e a tendência é que isso passe a ser uma regra. Sendo assim, atualmente para ir no cartório fazer inventario precisa da certidão negativa de testamento (se for testamento público ou cerrado), para saber se tem ou não, para saber da possibilidade de fazer o inventario em cartório. Qual o foro competente? O último domicilio do falecido não se aplica para o inventario em cartório. Podendo ser feito em qualquer lugar do brasil. Inclusive tem diferença de valores, de local para local. Ex.: os herdeiros estão passeando em Florianópolis, se tiverem toda a documentação, podem fazer lá mesmo. Resolução n 35, CNJ: Art. 1' Para a lavratura dos atos notariais de que trata a Lei no 11.441107, é livre a escolha do tabelião de notas, não se aplicando as regras de competência do Código de Processo Civil. Esse inventario feito em cartório não precisa ser homologado pelo juiz. Art. 610. Havendo testamento ou interessado incapaz, proceder-se-á ao inventário judicial. § 1o Se todos forem capazes e concordes, o inventário e a partilha poderão ser feitos por escritura pública, a qual constituirá documento hábil para qualquer ato de registro, bem como para levantamento de importância depositada em instituições financeiras. § 2o O tabelião somente lavrará a escritura pública se todas as partes interessadas estiverem assistidas por advogado ou por defensor público, cuja qualificação e assinatura constarão do ato notarial. - Inventario Judicial a) Pelo rito do arrolamento sumario – art. 659, CPC Mais célere. Então se cumprir esses requisitos, será esse, caso não, passar para o próximo rito: Aqui todos os herdeiros precisam ser capazes.
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