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28 Correlações clínicas Berne Transporte de oxigênio e dióxido de carbono

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Transporte de oxigênio e dióxido de carbono
Correlações clínicas
Berne
 A mensuração da DPCO: um exemplo
 
 	 Um paciente com fibrose intersticial pulmonar (um processo restritivo) inala uma golfada única de 0,3% de CO desde o volume residual até a capacidade pulmonar total. Ele segura sua respiração por 10 segundos e, então, expira. Após o gás ser eliminado do espaço morto, uma amostra representativa do gás alveolar é obtida próxima do final da expiração. A média da pressão alveolar do CO é de 0,1 torr, e a quantidade de CO inspirado de 0,25ml. Portanto, a capacidade de difusão para CO nesse paciente será:
	 DPCO = VCO / PACO 
	 DPCO = 0,25 X 60 / 0,1
	 DPCO = 15 ml/min/torr
	 A faixa de variação normal para DPCO é de 20 a 30 ml/min/torr. Em pacientes com fibrose intersticial pulmonar, há uma resposta inflamatória alveolar inicial e subsequente formação de cicatrização. A inflamação e cicatrização tecidual tornam espesso o espaço intersticial, dificultando a difusão do gás. Consequentemente, a DPCO diminui. Isso é uma característica clássica de um processo de doença pulmonar restritiva; o gás entra imediatamente nos alvéolos, mas sua capacidade para se difundir para o sangue é restrita. 
 Anemia falciforme
	 Em uma herdada condição homozigótica conhecida como anemia falciforme, indivíduos têm a substituição de um aminoácido (valina do lugar do ácido glutâmico) na cadeia beta da molécula de hemoglobina. Isso cria uma hemoglobina falciforme (HbS), que, quando não ligada ao O2 (desoxiemoglobina), forma um gel que distorce a forma normalmente bicôncava das hemácias, que assumem uma forma semilunar ou forma de “foice”. Essa mudança na forma aumenta a tendência das hemácias formarem trombos ou coágulos que obstruem pequenos vasos, criando uma condição clínica conhecida como “crise falciforme”. Os sintomas dessas crises variam dependendo do sítio de obstrução. Se ocorrer no sistema nervoso central, o paciente sofre um acidente vascular cerebral. Se ocorrer nos pulmões, o paciente pode desenvolver um infarto (morte tecidual) do tecido pulmonar. Se a molécula estiver na forma hemizigótica, a condição clínica reduz a expectativa de vida. Contudo, se a molécula estiver na forma heterozigótica, a condição clínica não coloca a vida em risco e os indivíduos são resistentes à malária. Desse modo, há uma vantagem de sobrevida para o indivíduo heterozigótico em regiões do mundo onde a malária é prevalente. 
 Conteúdo de O2: um exemplo
	 Uma gasometria arterial revela uma PaO2 de 60 torr e uma saturação de O2 (SaO2) de 90%. A hemoglobina do paciente é de 14 g/dl. Qual é o conteúdo total de O2 (ligado à Hb e dissolvido)?
Conteúdo de O2 ligado à Hb
 Conteúdo O2 ligado à Hb = 1,34ml/g Hgb X 14g Hgb/dl de sangue X saturação de 0,9
 Conteúdo de O2 ligado à Hb = 16,88 ml/dl sangue
Conteúdo de O2 dissolvido
 Conteúdo de O2 dissolvido = PaO2 X solubilidade de O2 
 Conteúdo de O2 dissolvido = 60 torr X 0,00304ml O2/dl 
 Conteúdo de O2 dissolvido = 0,18 ml O2/dl sangue 
Conteúdo total de O2
 Conteúdo total de O2 = 16,88 ml/dl + 0,18 ml/dl
 Conteúdo total de O2 = 17,06 ml/dl de sangue
	 O paciente é tratado com 30% de suplemento de O2 e uma repetição da gasometria arterial revela uma PaO2 de 95 torr, com uma saturação de O2 de 97%. Qual é o conteúdo total de O2 agora?
Conteúdo de O2 ligado à Hb
 Conteúdo O2 ligado à Hb = 1,34ml/g Hgb X 14g Hgb/dl de sangue X saturação de 0,97
 Conteúdo de O2 ligado à Hb = 18,20 ml/dl sangue
Conteúdo de O2 dissolvido
 Conteúdo de O2 dissolvido = PaO2 X solubilidade de O2 
 Conteúdo de O2 dissolvido = 95 torr X 0,00304ml O2/dl 
 Conteúdo de O2 dissolvido = 0,29 ml O2/dl sangue 
Conteúdo total de O2
 Conteúdo total de O2 = 18,20 ml/dl + 0,29 ml/dl
 Conteúdo total de O2 = 18,49 ml/dl de sangue
	 A terapia com oxigênio aumentou de forma significante o conteúdo total de O2. Observe, novamente, a contribuição muito pequena do O2 dissolvido para o conteúdo total de O2.
 Análise gasosa de sangue arterial: um exemplo
 
	 Uma mulher de 55 anos está perturbada, pelo fato de ter testemunhado um assalto a banco. Conduzida ao pronto-socorro em um estado agitado e sem fôlego, ela notadamente hiperventila. Submetida a um exame físico na última semana, os valores de seus gases sanguíneos estavam dentro da faixa de normalidade: PaO2 = 84 mmHg (níveis da PaO2 normal normalmente declinam com a idade). Uma forma para calcular o valor ideal é PAO2 = 110 – idade/2; para essa paciente, 110 – 55/2 = 110 – 18 = 86), PaCO2 = 40 mmHg e pH 7,4. Qual seria o prognóstico dos valores dos gases sanguíneos arteriais na condição presente? (Para propósito de cálculo, assumimos que sua ventilação aumentou em 50%).
 PaCO2 = 30 mmHg. Se a taxa de ventilação dobrou (aumento de 100%), a PaCO2 teria diminuído para metade (20 mmHg). Consequentemente, um aumento de 50% diminuiria a PaCO2 em 10 mmHg.
 PaO2 = 94 mmHg. A lei básica dos gases mostra que a pressão total deve permanecer constante. Consequentemente, a diminuição alveolar na PCO2 deve ser acompanhada por um aumento igual de 10 mmHg na PO2 usando a equação do ar alveolar e um coeficiente respiratório = 0,8.
 pH = 7,48. Uma mudança brusca na PaCO2 de 10 mmHg é acompanhada por uma mudança inversa correspondente no pH de 0,08 unidade. A PaCO2 influencia a concentração de H+ pela via do ácido carbônico para o bicarbonato. Uma diminuição na PaCO2 resulta em uma diminuição dos íons H+ e um aumento no pH.

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