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Brasília-DF. Higiene do TrabalHo – riscos Físicos no ambienTe de TrabalHo Elaboração Paulo Rogério Albuquerque de Oliveira Produção Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração Sumário APrESEntAção ................................................................................................................................. 4 orgAnizAção do CAdErno dE EStudoS E PESquiSA .................................................................... 5 introdução.................................................................................................................................... 7 unidAdE i LINHAS GERAIS SOBRE HIGIENE DO TRABALHO ....................................................................................... 9 CAPÍtuLo 1 PERIGO, RIScO E fATOR DE RIScO ......................................................................................... 14 CAPÍtuLo 2 A PRáTIcA DE HIGIENE DO TRABALHO .................................................................................... 15 unidAdE ii AcÚSTIcA ........................................................................................................................................... 23 CAPÍtuLo 1 AcÚSTIcA .............................................................................................................................. 23 unidAdE iii TEMPERATURAS ANORMAIS E VIBRAÇÕES ............................................................................................. 70 CAPÍtuLo 1 TERMOLOGIA ......................................................................................................................... 70 CAPÍtuLo 2 VIBRAÇÕES ............................................................................................................................ 94 unidAdE iV PRESSÕES ANORMAIS E RADIAÇÕES .................................................................................................. 134 CAPÍtuLo 1 PRESSÕES ANORMAIS ........................................................................................................... 134 CAPÍtuLo 2 RADIAÇÕES IONIzANTES ....................................................................................................... 141 PArA (não) FinALizAr ................................................................................................................... 158 rEFErênCiAS ................................................................................................................................ 159 4 Apresentação Caro aluno A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD. Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo. Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira. Conselho Editorial 5 organização do Caderno de Estudos e Pesquisa Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para refl exão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao fi nal, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares. A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos e Pesquisa. Provocação Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor conteudista. Para refletir Questões inseridas no decorrer do estudo a fi m de que o aluno faça uma pausa e refl ita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante que ele verifi que seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As refl exões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões. Sugestão de estudo complementar Sugestões de leituras adicionais, fi lmes e sites para aprofundamento do estudo, discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso. Praticando Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer o processo de aprendizagem do aluno. 6 Atenção Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a síntese/conclusão do assunto abordado. Saiba mais Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões sobre o assunto abordado. Sintetizando Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos. Exercício de fi xação Atividades que buscam reforçar a assimilação e fi xação dos períodos que o autor/ conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não há registro de menção). Avaliação Final Questionário com 10 questões objetivas, baseadas nos objetivos do curso, que visam verifi car a aprendizagem do curso (há registro de menção). É a única atividade do curso que vale nota, ou seja, é a atividade que o aluno fará para saber se pode ou não receber a certifi cação. Para (não) fi nalizar Texto integrador, ao fi nal do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado. 7 introdução Bem-vindo(a) à disciplina Higiene do Trabalho – HT. Este é o nosso Caderno de Estudos e Pesquisa, material básico aos conhecimentos exigidos da Engenharia de Segurança do Trabalho – EST. Esta disciplina, em razão do programa, foi dividida em três tomos: Higiene do Trabalho I (HT-I), Higiene do Trabalho II (HT-II) e Higiene do Trabalho III (HT-III). A HT-I, por ser a primeira, introduz a matéria no contexto da EST, para na sequencia discutir de forma minuciosa fenômenos físicos e seus desdobramentos para saúde do trabalhador. A HT-II aborda os fatores de riscos químicos, definições básicas, gestão do meio ambiente do trabalho, estratégias de amostragem, limites de tolerância e intervenção ambiental. A HT-III aborda os fatores de riscos biológicos, bem como princípios de ventilação industrial e seus desdobramentos para saúde do trabalhador. Os conteúdos foram organizados em unidades de estudo, subdivididas em capítulos. Os ícones servirão de recursos de aprendizagem. Especial atenção deve ser dada ao ícone “Praticando”, pois oferece uma curiosidade, uma chamada à reflexão ou uma aplicação prática. Desejamos a você um trabalho proveitoso sobre os temas abordados! Lembre- se de que, apesar de distantes, estamos muito próximos. objetivos » Abordar criticamente a inserção da higiene do trabalho. » Possibilitar ao EST classificar e identificar perigo, risco e fator de risco ambiental. » Compreender, especificar e calcular e aplicar conhecimentos relacionados à acústica com ênfase ao meio ambiente do trabalho. » Compreender, especificar e calcular e aplicar conhecimentos, com ênfase ao meio ambiente do trabalho, relacionado à acústica; às vibrações; àtermologia; às pressões anormais e às radiações ionizantes e não ionizantes. 8 9 unidAdE iLinHAS gErAiS SoBrE HigiEnE do trABALHo O trabalho é essencial à vida, ao desenvolvimento e à satisfação pessoal. As atividades indispensáveis tais como a produção de alimentos, a extração de matéria-prima, o fabrico de mercadorias, serviços de produção e o fornecimento de energia envolvem processos, operações e materiais que, em maior ou menor medida, criam riscos para a saúde dos trabalhadores, os vizinhos, comunidades e o meio-ambiente em geral. De um lado a atividade econômica é indispensável à sociedade, de outro, em alguns casos, é sabidamente deletéria para quem nela trabalha. Esse é o baricentro político ─ filosófico ─ ideológico que serve de centro de gravidade à Engenharia de Segurança do Trabalho ─ EST, qual seja: alguém adoecerá/morrerá para que outros usufruam! A geração e a emissão de fatores de risco no ambiente de trabalho podem ser prevenidas por meio de intervenções adequadas para controlar os riscos, para não só proteger a saúde dos trabalhadores, mas também reduzir o dano ao ambiente que são normalmente associados à industrialização. Se uma substância química nociva de um processo é removida, ela não afetará os trabalhadores e não contaminará o meio-ambiente. Higiene do Trabalho (industrial ou ocupacional) é a ciência que se dedica especificamente à prevenção e ao controle dos riscos decorrentes dos processos de trabalho. Os objetivos de higiene industrial são a proteção e a promoção da saúde dos trabalhadores, a proteção do ambiente e contribuir para um desenvolvimento seguro e sustentável. Derivada da engenharia, e na sequência, da Engenharia de Segurança do Trabalho – EST, HT é a disciplina que se dedica especificamente à prevenção e controle dos riscos decorrentes de processos de trabalho. Todo EST é higienista, mas nem todo higienista é EST! Os objetivos da higiene industrial são: promover a saúde dos trabalhadores e contribuir para o desenvolvimento seguro e sustentável. A EST evoluiu da proteção para a promoção, conforme sábio resumo do Professor Sebastião Oliveira1, conforme Figura 1: 1 OLIVEIRA, Sebastião Geraldo. Indenizações por Acidente do Trabalho ou Doença Ocupacional.Editora LTr – 2005, p.350. 10 unidAdE i │ LinHAS gErAiS SoBrE HigiEnE do trABALHo figura 1. Evolução etimológica da razão de ser da Engenharia de Segurança do Trabalho – EST. fonte: Apresentação do Desembargador Sebastião Geraldo de Oliveira – TRT 3ª Região Sobre Política Nacional sobre Segurança e Saúde no Trabalho no 1º seminário de prevenção de acidentes do trabalho– TST. Brasília – 20 out. 2011. Para a higiene industrial: proteger a saúde dos trabalhadores não deve ser subestimado. Mesmo quando se puder diagnosticar e tratar a doença do trabalho/profi ssional, deve-se garantir que não ocorrerá no futuro, se a exposição não cessar. Por meio do controle dos riscos à saúde pode quebrar o ciclo vicioso que é ilustrado abaixo: f igura 2. Interações entre as pessoas e o meio ambiente. 11 LinHAS gErAiS SoBrE HigiEnE do trABALHo │ unidAdE i fonte: Apostilado da enciclopédia da OIT . Disponível em: <www.ilo.org>. Higiene do Trabalho (industrial ou ainda ocupacional) é a ciência de antecipar, identificar, avaliar e controlar os fatores de risco provenientes do processo produtivo do meio ambiente de trabalho ou a relação entre eles que poderá implicar agravo à saúde e ao bem-estar dos trabalhadores, tendo em conta o impacto sobre as comunidades, os vizinhos e o ambiente em geral. As medidas preventivas devem começar bem antes de qualquer dano revelado para saúde, mas principalmente antes da exposição. O ambiente de trabalho deve ser objeto de acompanhamento continuado de forma a detectar, eliminar e controlar fatores de risco perigosos e fatores para que não sejam prejudiciais. Saúde do trabalhador requer uma abordagem interdisciplinar com a participação de disciplinas-chave, uma das quais a higiene industrial. A Figura 3, mostra um diagrama dos domínios de intervenção do EST-higienista com demais áreas biológicas. Existem diferentes definições de higiene industrial, embora todas, essencialmente, tenham o mesmo significado: direcionado para o mesmo objetivo fundamental de proteger e promover saúde e bem-estar dos trabalhadores e para proteger o ambiente em geral. Higiene industrial ainda que não tenha sido universalmente reconhecida como uma profissão, já o é em muitos países. Nesta obra se adota a seguinte definição: 12 unidAdE i │ LinHAS gErAiS SoBrE HigiEnE do trABALHo figura 3. Momento de intervenção – EST (higienista) e áreas da biologia. fonte: Apostilado da enciclopédia da OIT . Disponível em: < www.ilo.org>. Também não se deve esquecer a relação estreita entre a saúde do trabalhador e o equilíbrio ambiental porque a prevenção de poluição proveniente de fontes industriais, processos adequados de tratamento e eliminação de resíduos perigosos devem começar no local de trabalho. figura 4. Atribuições do EST quanto à aplicação da HT. Compete ao EST-Higienista industrial 1. prever os riscos de saúde que podem surgir como resultado do trabalho processos, operações e equipamentos e aconselhar no planejamento e design; 2. identificar e atender no ambiente de trabalho a presença (ou potencial) de fatores físicos, químicos e biológicos e outros fatores e sua interação. Fatores que podem afetar a saúde eo bem-estar trabalhadores; 3. conhecer as possíveis rotas de entrada de agentes no corpo e impacto humano desses agentes e outros fatores sobre a saúde; 4. avaliar a exposição dos trabalhadores aos fatores potencialmente prejudiciais; 5. avaliar os resultados; 6. avaliar os processos e os métodos de trabalho, a partir da geração, transmissão, propagação de fatores potencialmente lesivos, com fito de eliminar ou reduzir a exposição para níveis aceitáveis; 13 LinHAS gErAiS SoBrE HigiEnE do trABALHo │ unidAdE i 7. desenvolver e recomendar estratégias de controle e avaliar a sua eficácia, sozinho ou em colaboração com outros profissionais para garantir controle eficaz e econômico; 8. Participar de análise de risco global e gestão de um processo do agente, ou local de trabalho, e contribuir para o estabelecimento prioridades para a gestão de riscos; 9. educar, formar, informar e aconselhar as pessoas de todos os níveis fazendo uso de todas as mídias disponíveis; 10. trabalhar efetivamente em uma equipe interdisciplinar com outros profissionais envolvidos; 11. identificar os fatores de risco e fatores que podem impactar o meio ambiente, bem como compreender a necessidade de integrar a prática Higiene do Trabalho à proteção ambiental. fonte: Autor. 14 CAPÍtuLo 1 Perigo, risco e fator de risco De início é bom definir e estabalecer essa nomenclatura, segunda a qual: perigo é a situação, coisa ou condição potencialmente capaz de gerar um dano à saúde; risco é a probabilidade de ocorrência de um particular agravo à saúde ─ probabilidade desse perigo se consumar; fator de risco é o elemento ou característica positivamente associado ao risco (ou probabilidade) de desenvolver agravo à saude do trabalhador. O fator de risco decorre de um fenômeno multi causal partícipe do processo adoecedor, como predisponente, facilitador um desencadeador, isolado ou combinado, de forma direta ou indireta, em serie ou em paralelo ao desfecho nefasto. Só faz sentido falar em agente nocivo em relações monocausais. o que é mais perigoso, viajar de ônibus ou de avião a jato? Para melhor visualização, apresenta-se a seguir alguns diagramas. De supetão diríamos que é ônibus o mais perigoso, afinal quase todos os dias há notícias envolvendo tragédias rodoviárias. Todavia a resposta correta é deavião, pois as energias (potencial e cinética) relacionadas ao deslocamento aéreo são milhares de vezes maiores que àquelas terrestres, situação que torna milagre a possibilidade de haver sobrevivente pós-acidente aeronáutico. figura 5. Teoria do Risco (perigo x probabilidade). fonte: Autor. Para efeito deste curso essas palavras são sinônimas porque a literatura é bem diversa quanto a essa nomeclatura, porém é bom que se distinga de pronto tais diferenças. 15 CAPÍtuLo 2 A prática de Higiene do trabalho Os estágios clássicos da prática de Higiene do Trabalho são os seguintes: » identificação de riscos potenciais à saúde no ambiente ambiente de trabalho; » avaliação de risco como um processo que permite avaliar exposição e tirar conclusões sobre o nível de risco para a saúde humana; » prevenção e controle de riscos como um processo de desenvolver e implementar estratégias para eliminar ou reduzir níveis aceitáveis a presença de fatores de risco e os fatores do local de trabalho, tendo em conta a proteção o meio ambiente. A abordagem ideal para a prevenção de risco é uma performance de prevenção precoce e integrada, incluindo: » avaliação dos efeitos na saúde dos trabalhadores e impacto ambiental, antes de projetar e instalando, se qualquer uma, um novo local de trabalho; » seleção da tecnologia mais segura, menos perigoso e mais limpa (“produção limpa”); » local apropriado do ponto de vista ambiental; » projeto adequado, com uma distribuição e tecnologia controle adequado, que fornece gerenciamento e evacuação resíduos segura e resíduos daí resultante; » desenvolvimento de diretrizes e normas para a formação pessoal sobre o bom funcionamento dos processos, práticas seguras de trabalho, manutenção e procedimentos de emergência. A importância de se antecipar e evitar qualquer contaminação meio ambiente é crucial. Aumenta-se a tendência de se considerar novas tecnologias a partir dos potenciais impactos negativos e sua prevenção, considerando a concepção e instalação do processo até o tratamento dos resíduos e desperdícios resultantes. Algumas catástrofes ambientais que ocorreram tanto em países desenvolvidos e em desenvolvimento poderiam ter sido evitados por meio da implementação de estratégias de controle e aos procedimentos de emergência no local de trabalho. 16 unidAdE i │ LinHAS gErAiS SoBrE HigiEnE do trABALHo Os aspectos econômicos devem ser analisados em termos ir além da mera consideração de custos iniciais, alternativas mais caras que oferecem uma boa proteção à saúde e ao ambiente pode ser mais econômico para longo prazo. Classicamente os fatores de risco à saúde são classificados em cinco espécies, da seguinte forma: figura 6. classificação dos fatores de risco. fonte: Ministério da Saúde do Brasil. Organização Pan-Americana da Saúde no Brasil. Doenças relacionadas ao trabalho: manual de procedimentos para os serviços de saúde / Ministério da Saúde do Brasil, Organização Pan-Americana da Saúde no Brasil; organizado por Elizabeth costa Dias; colaboradores Idelberto Muniz Almeida et al – Brasília: Ministério da Saúde do Brasil, 2001, pp.28-29. O escopo da Higiente do Trabalho diz respeito aos três primeiros: físico, químico e biológico. As avaliações em higiene do trabalho As avaliações em higiene do trabalho são realizadas para valorar a exposição dos trabalhadores e para obter informações que permitem definir o projeto ou estabelecer medidas de eficiência e controle. Diga-se de passagem, que pela Res.CONFEA no 1.010/2005, avaliar é uma das competências exclusivas do EST. Avaliar implica medir alguma grandeza e comparar com uma referência. Em Higiene do Trabalho, avaliação ambiental ─ avaliação da exposição ocupacional ─ de um agente químico (ou intensidade de energia física) consiste na medida concentração deste na atmosfera e a comparação com o Limite de Exposição Ocupacional ─ LEO. Objetivos de uma avaliação: » Descobrir o que está causando determinados sinais ou sintomas nos funcionários. 17 LinHAS gErAiS SoBrE HigiEnE do trABALHo │ unidAdE i » Atender uma reclamação trabalhista ou notificação de um agente de fiscalização. » Caracterizar a insalubridade do ponto de vista legal. » Identificar as substâncias eventualmente presentes. » Verificar a eficiência de uma medida de controle instalada. » Realizar avaliação prevista no Programa de Prevenção de Riscos Ambientais ─ PPRA e dentro de um programa de monitorização ambiental e biológica. » Suportar obrigações acessórias tributárias e previdenciárias. » Instrumentalizar inquérito para apuração de crimes. Aprofunda-se sobre a avaliação da exposição dos trabalhadores aos riscos químicos, físicos e fatores de risco biológicos mais adiante. No entanto, a guia de introdução, fazem-se aqui os primeiros comentários gerais no domínio da higiene industrial. É importante notar que nenhuma avaliação de risco é um fim em si mesmo, mas deve ser entendido como parte de um processo muito mais amplo que começa no momento da prospescção amabiental (descoberta de fatores de risco em particular, capaz de danos à saúde) até a fase final de controle. A avaliação de riscos facilita a prevenção de riscos, mas em nenhum caso a substitui. Avaliação da exposição O objetivo da avaliação da exposição é determinar a frequência, magnitude e duração da exposição dos trabalhadores a um fator de risco. Legislações nacionais foram elaboradas para definir os valores segundo os quais a avaliação produziria efeitos fiscais, previdenciários, sanitários, penais, trabalhista (normas da RFB, INSS, Ministério da Previdência, Ministério da Saúde e Ministério do Trabalho e Fundacentro), bem como internacional, por exemplo, o padrão EN 689, elaborado pelo Comité Européen de Normalização (Comité Europeu de Normalização, CEN 1994). O procedimento mais comum para avaliar a exposição aos poluentes do ar é avaliar a exposição à inalação, para os quais é necessário determinar a concentração atmosférica aos que os trabalhadores estão expostos (ou, no caso de partículas suspensas no ar, o concentração atmosférica da fração relevante ─ fração respirável) e a duração da exposição. No entanto, quando outra via (além da inalação) contribuir significativamente para a absorção de uma substância química, pode ser emitido um julgamento errôneo se 18 unidAdE i │ LinHAS gErAiS SoBrE HigiEnE do trABALHo avaliado restritamente à inalação. Em tais casos deve ser apreciado o total de exposição, e uma ferramenta muito útil para este é o controle biológico (monitoramento de exames médicos periódicos). A prática de Higiene do Trabalho aborda três tipos de situações: » os estudos iniciais para avaliar a exposição dos trabalhadores; » acompanhamento, controle/fiscalização; » avaliação da exposição em estudos epidemiológicos. Uma das razões principais para determinar se há uma exposição a um fator de risco perigoso no ambiente de trabalho é decidir se alguma intervenção é necessária. Muitas vezes, mas não sempre, consiste em comprovar com base em uma norma, salvo se houve ou não ultrapassagem de um limite de exposição ocupacional – LEO. Determinando o “pior caso” de exposição pode ser suficiente para alcançar este objetivo. Se a exposição esperada se apresenta longe dos valores LEO, a exatidão e precisão dessas avaliações quantitativas podem ser menores do que aquelas situações próximas a esses limites. Na verdade, quando os perigos são evidentes, pode ser mais conveniente começar por investir em controles ambientais para então efetuar avaliações mais precisas, só depois de introduzí-los. Avaliações de acompanhamento são necessários em muitas ocasiões, especialmente quando há necessidade de instalar ou melhorar medidasde controle ou, ainda, quando se preveem mudanças nos processos ou materiais usados. Nestes casos, as avaliações quantitativas desempenham um papel importante no monitoramento para: » avaliar a verificação da validade sobre a eficiência ou para detectar possível falhas nos sistemas de controle; » descobrir se houve mudanças nos processos, exemplo, temperatura de operação ou nas matérias primas, que mudaram a situação de exposição. Sempre que se realiza uma avaliação em relação a um estudo epidemiológico para obter dados quantitativos entre a exposição e os efeitos sobre saúde, as características de exposição devem ser descritas em um elevado grau de exatidão. Neste caso, devem se caracterizar adequadamente todos os níveis de exposição, já que não seria suficiente, por exemplo, caracterizar apenas a exposição para o pior caso. Seria ideal, embora difícil, na prática, que em todos os momentos houvesse registros precisos e exatos de 19 LinHAS gErAiS SoBrE HigiEnE do trABALHo │ unidAdE i exposição, já que no futuro poderá exigir dados longitudinais retrógrados (diacrônicos) sobre a exposição. Para a avaliação de dados ser representativa da exposição dos trabalhadores de modo econômico (não desperdiçar recursos) deve-se projetar e implementar uma estratégia adequada de amostragem, tendo em conta todas as fontes potenciais de variabilidade. As estratégias de amostragem e técnicas de medição são descritas mais à frente no tópico “Avaliação do ambiente de trabalho”. interpretação dos resultados O grau de incerteza na estimativa de um parâmetro de exposição, como a concentração média real de um contaminante atmosférica, é determinada por tratamento estatístico dos resultados obtidos a partir de medições diferentes (exemplo: amostragem e análise). A confiabilidade dos resultados depende do coeficiente de variação do “sistema de medição” e o número de medições. Uma vez alcançada confiabilidade aceitável dos resultados, o próximo passo é considerar as consequências exposição para a saúde: o que isso significa à saúde dos trabalhadores expostos? Em futuro próximo? Terá repercussões em gerações futuras? O processo de avaliação só termina quando a interpretação dos resultados das medições é cotejada com dados de referência (algumas vezes chamados de «dados sobre a avaliação de risco») obtidos da toxicologia experimental, epidemiologia e, em alguns casos, ensaios clínicos. Deve ser aclarado que a avaliação de risco tem sido usada para se referir a dois tipos de avaliações: » Avaliação da natureza e magnitude de risco ligado à exposição de substâncias,substâncias químicas e outros fatores de risco na avaliação geral (ambiental); » Risco para um trabalhador em particular ou um grupo particular de trabalhadores de um local de trabalho específico. Ambientação 2: texto para leituras – Epidemiologia Epidemiologia (epi=sobre; demo=população; logoa=estudo) é uma ciência que estuda quantitativamente a distribuição dos fenômenos de saúde/doença, e seus fatores condicionantes e determinantes, nas populações humanas. Alguns autores também incluem na definição que a epidemiologia permite ainda a avaliação da eficácia das intervenções realizadas no âmbito da saúde pública. 20 unidAdE i │ LinHAS gErAiS SoBrE HigiEnE do trABALHo Considerada como a principal “ciência básica” da saúde coletiva, a Epidemiologia analisa a ocorrência de doenças em massa, ou seja, em sociedades, coletividades, classes socias, grupos específicos, dentre outros levando em consideração causas categoricas dos geradores estados ou eventos relacionados à saúde das populações características e suas aplicações no controle de problemas de saúde. Desta maneira, podemos entender a epidemiologia como a ciência que estuda o comportamento das doenças em uma determinada comunidade, levando em consideração diversas características ligadas à pessoa, espaço físico e também tempo, desta maneira é possível determinar as medidas de prevenção e controle mais indicadas para o problema em questão como também avaliar quais serão as estratégias a serem adotadas e se as mesmas causaram impactos, diminuindo e controlando a ocorrência da doença em análise. Vale ressaltar que, enquanto a clínica trata a doença individualmente, a epidemiologia aborda o processo saúde-doença em populações ou grupos de pessoas. A análise de determinação causal das doenças em uma coletividade humana, dividida em classes sociais e/ ou grupos específicos de populações (ou a distribuição desigual das doenças nas sociedades) exige da epidemiologia uma interação transdisciplinar e estabelece sua dependência a outras ciências a exemplo das: Ciências Sociais (Antropologia, Sociologia, Etnologia); Ciência Política; Estatística; Economia; Demografia; Ecologia e História. Na prática da higiene industrial, os resultados da avaliação da exposição geralmente são comparados com os limites de exposição ocupacional adotados, que visam proporcionar uma orientação para estabelecimento de objetivos e controles. Quando a exposição excede esses limites, deve-se tomar medidas corretivas imediatas, que por meio de melhoria das medidas de controle existentes, quer pela introdução de novos controles. De fato, as intervenções preventivas devem começar quando a exposição chega ao “nível de ação”, que varia consoante o país que varia de 20% a 50% do LEO. Um baixo nível de ação é a melhor garantia contra problemas futuros. Infelizmente, o Brasil adota 50% do LEO como nível de ação. Ambientação 3: Praticando – qual é o nível de ação e o que significa? Segundo a Norma regulamentadora no 9 – MTE e a Norma de Higiene Ocupacional de Ruido - NHO-01, defina qual é o nível de ação e o que significa para a HT. 21 LinHAS gErAiS SoBrE HigiEnE do trABALHo │ unidAdE i Comparar os resultados da avaliação da exposição com limites de exposição ocupacional é uma simplificação, uma vez que, entre as inadequações, não se tem em conta muitos fatores que influenciam a absorção de substâncias química (tal como a susceptibilidade individual, atividade física e o tamanho do corpo de cada indivíduo). Além disso, na maioria dos ambientes, a exposição no local de trabalho ocorre simultaneamente à exposição de vários fatores de risco, por conseguinte, muito importante levar em conta as exposições combinadas e suas interações, como as consequências para a saúde da exposição a um único fator de risco pode ser muito diferente daquelas combinadas, especialmente quando há sinergia ou potencialização de efeitos. Medições de controle As medições são destinadas a investigar a presença de fatores de risco e parâmetros de exposição no ambiente de trabalho podem ser extremamente úteis para planejar e projetar medidas de controle e métodos trabalho. Os objetivos dessas medidas são: » identificar e caracterizar as fontes e natureza de poluição; » localizar pontos “quentes” em recintos ou sistemas fechados; » identificar vias para o meio ambiente trabalho; » comparar as intervenções de controle diferentes; » verificar trajetórias de transmissão de energia, fluxo de ar contaminado, entre outros. Os instrumentos de leitura direta são extremamente úteis para fins de controle, especialmente aqueles que permitem realização de uma amostragem contínua e em tempo real, detectando situações de exposição em que de outra forma não seria possivel. Exemplos deste tipo de instrumentos são os detectores de fotoionização, analisadores infravermelhos, medidores e aerossóis tubos indicadores. Este método é uma excelente ferramenta para comparar a eficácia sobre medidas de controle diversas, tais como ventilação e métodos de trabalho, o que contribui para melhoria do projeto. As mediçõessão necessárias para avaliar a eficiência das medidas de controle. Neste caso, coletam-se amostras ambientais da fonte ou área, separadamente ou com as amostras pessoais para avaliar a exposição dos trabalhadores. A avaliação da dose realmente recebida pelo trabalhador, seja de um agente químico ou de um físico presente na situação de trabalho, depende da concentração, quando se trata de um contaminante atmosférico, ou da intensidade, quando se refere a um agente 22 unidAdE i │ LinHAS gErAiS SoBrE HigiEnE do trABALHo físico, e do tempo de exposição. Exemplos: segundo as normas vigentes, a exposição ao ruído não deve ultrapassar 85 dBA para uma exposição ocupacional de 8 horas diárias, porém pode ir a 88 dBA para 4 horas diárias ou a 91 dBA para 2 horas diárias. A exposição ao calor em um ambiente com Índice de Bulbo Úmido ─ Termômetro de Globo (IBUTG) igual a 29,5oC, para trabalho moderado, não é aceitável para trabalho contínuo, porém o seria para um esquema de 50% de trabalho e 50% de descanso em local fresco, por hora, ou seja, 30 minutos de trabalho, 30 minutos de descanso. Para garantir a validade deste procedimento considerando as técnicas utilizadas, os métodos devem ser igual ou equivalente em acurácia, resolução e precisão, antes e depois de colher amostras ou fazer medidas. Com esse apanhado é possível agora enveredar ao tema central: Fatores de Riscos Físicos. 23 unidAdE iiACÚStiCA Esta unidade é composta das energias da natureza mais importantes ao equilíbrio ambiental à saúde do trabalhador mediante aplicação da Engenharia. Foi separada por área de conhecimento. CAPÍtuLo 1 Acústica Por que os bebês choram de modo semelhante (frequência e intensidade)? Por que a buzina de navio é mais rouca que a de moto? Essas perguntas condutoras são importantes para, de início, revisarmos conhecimentos e estabelecermos nomenclaturas, nesse sentido: Acústica → parte da Física que estuda as oscilações e ondas em meios elásticos (estuda o som). As ondas sonoras são longitudinais, isto é, sua direção de propagação é paralela à de vibrações das partículas do meio em que se propaga. Som → sensação percebida pelo cérebro devido à chegada de uma onda sonora no ouvido. Por definição, o som é uma variação da pressão atmosférica capaz de sensibilizar nossos ouvidos. Velocidade de uma onda sonora → depende das propriedades elásticas e inerciais do meio. No mecanismo da audição, as partes que compõem os ouvidos médio e interno vibram na direção em que a onda se propaga, desde os tímpanos até os cílios do ouvido interno. A vibração é movimento, oscilação, balanço de objetos, de coisas. Quando, pelo tato, sentimos a oscilação de uma corda de violão, sabemos intuitivamente o que é uma vibração. 24 unidAdE ii │ ACÚStiCA Há vibrações que não são detectáveis por órgãos sensoriais humanos. Na verdade, apenas uma pequena porção das vibrações o é. Oscilação percebida → Tátil → Vibração. Oscilação percebida → Ouvido → Som. Frequências altas são chamadas de agudas e as baixas, de graves. Período (T): tempo de duração de 1 ciclo completo. Comprimento de onda (λ): deslocamento ou distância percorrida pela onda propagada, referente a 1 ciclo. Ruído: “misturas” de sons indistinguíveis com diferentes frequências; quando molesto, nocivo ou indesejado é denominado barulho. Pressão sonora → variação dinâmica na pressão atmosférica que pode ser detectada pelo ouvido humano, expressa em Pascal – Pa (N/m2). Propriedades elásticas do som figura 7. Geometria do Som. β módulo de elasticidade volumar do meio; Ƭ → tensão; Ƹ→ deformação fonte: Autor figura 8. Relação Tensão x Deformação. Pela lei de Hooke → relação linear entre tensões e defor- mações Т= E * ε; E módulo de elasticidade (Young). fonte: Autor. 25 ACÚStiCA │ unidAdE ii Os corpos elásticos conduzem melhor o som. É importante diferenciar elasticidade de extensibilidade. Como exemplo, veja as diferenças entre o comportamento mecânico da borracha, do aço e da goma de mascar; borracha é elástica e extensível; o aço é elástico, mas pouco extensível; a goma de mascar é plástica e extensível. Corpo é elástico → ao cessar o efeito de uma deformação ele recupera a forma original, caso isso não aconteça, ele será um corpo plástico. Resiliência → propriedade que o corpo possui de devolver a energia armazenada na deformação. Desde que não se exceda certo limite de elasticidade, todo corpo elástico é resiliente. Todo corpo plástico pode ser elástico. Alguns são mais plásticos que elásticos, outros, mais elásticos que plásticos. Na Física, comumente ouvimos falar de ondas, mais popularmente, ouvimos falar das ondas sonoras. O que não sabemos é que diferente das ondas do mar, na física, onda é um conjunto de oscilações que não transportam matéria e sim energia, ou seja, dada certa oscilação ao passo que ela se repete, formamos uma onda, que transporta somente energia e não matéria. As ondas podem ser classificadas quanto a sua natureza, quanto a sua forma e quanto à direção de propagação. Quanto à natureza, existem dois tipos de ondas. Mecânica ou Eletromagnética: » Onda Mecânica é aquela que só poderá se propagar em meios materiais, ou seja, na água, no ar, em um fio, tudo o que é material. Exemplo: som; » Onda Eletromagnética é aquela que se propaga em meios materiais ou não, como o vácuo (não material) ou a água (material). Exemplo: luz solar. Quanto à forma de uma onda, podemos classificá-la em longitudinal e transversal: » Onda Longitudinal é aquela que se propaga na mesma direção à do movimento. Exemplo: a vibração de uma mola, que ocorre na mesma direção do seu movimento; » Onda Transversal é aquela que tem sua propagação perpendicular ao movimento. Exemplo: ondas em lago causadas por uma pessoa, onde a perturbação é causada na vertical, porém o movimento da onda é na horizontal. Ainda sobre a classificação das ondas pode-se dizer quanto à direção da propagação: Unidimensional, Bidimensional ou Tridimensional: » Unidimensional é aquela que tem seu movimento numa única direção. Exemplo: mola; 26 unidAdE ii │ ACÚStiCA » Bidimensional é aquela que tem como rumo um único plano. Exemplo: ondas em um lago; » Tridimensional é aquela que se propaga em todas as direções espaciais. Exemplo: ondas sonoras. Quando uma fonte sonora (lâmina, corda, membrana etc.) é colocada para vibrar, ela provoca em toda sua volta, no meio que a envolve (normalmente o ar), ondas mecânicas longitudinais, que, por meio de sucessivas compressões e rarefações das partículas desse meio, viajam em todas as direções (meio tridimensional), formando, assim, uma onda sonora2. figura 9. Ondas mecânicas longitudinais omnidirecionais, características e gráficos. 2 Disponível em: <https://phet.colorado.edu/sims/normal-modes/normal-modes_pt_BR.html>. 27 ACÚStiCA │ unidAdE ii fonte: Autor. Como curiosidade, acesse ao site3 e brinque de estimular ondas com extremidade livre, fixa e infinita, bem como ajustando o amortecedor. figura 10. Diferença som e barulho. fonte: Autor. qualidades fisiológicas do som: intensidade, altura e timbre intensidade A intensidade do som está relacionada com a amplitude. É a característica do som que permite distinguir um som forte de um som fraco e está relacionada com a energia 3 Disponível em: <https://phet.colorado.edu/sims/wave-on-a-string/wave-on-a-string_pt_BR.html>. 28 unidAdE ii │ ACÚStiCA transportada pela onda que decai do próximo (forte) ao afastado da fonte (fraco). Som mais forte tem maior amplitude e mais fraco, menor amplitude. Popularmente, é o botão do volume que define a intensidade: o indivíduo aumenta o volume do rádio ao girar o botão no sentido domáximo. figura 11. Disposição gráfica de dois sinais sonoros forte (alta amplitude) e fraco (baixa amplitude). fonte: <https://phet.colorado.edu/pt_BR/simulation/fourier>. O som se propaga em um meio material elástico, espalhando-se em todas as direções, e as frentes de onda têm formato esférico. A intensidade sonora ou sonoridade de uma onda esférica, em um determinado ponto, é definida pela expressão: ����������� � ��������������������)���������������������������������������������m2) A potência da fonte – Po – no SI em Watt (W) e a I – Intensidade ou intensidade sonora ou sonoridade da onda esférica (W/m2) 4.5 4 Disponível em:< https://www.youtube.com/watch?v=1yaqUI4b974>. 5 Disponível em:< https://www.youtube.com/watch?v=qNf9nzvnd1k>. 29 ACÚStiCA │ unidAdE ii figura 12. As intensidades são inversamente proporcionais aos quadrados das distâncias à fonte. I = ��� I = �� ���� Potência da fonte – Po (W) e S – área da superfície esférica (m2). S=4��2 (r – raio da superfície esférica) Frente de onda 1 I1=Po/4�r12; Frente de onda 2 I2=Po/4��22. Dividindo 1 por 2, obtemos ���� = ��� ��� fonte: Autor. As intensidades de onda são inversamente proporcionais aos quadrados das distâncias à fonte. A intensidade mínima do som percebido pelo ouvido humano (limiar de audição) é, aproximadamente, de 10-12 W/m2 (equivalente a 2.10-5Pa). A partir de 1W/ m2, provoca-se dor, limiar da dor (equivalente a 2.102Pa). Assim, o ouvido humano pode perceber normalmente sons cuja intensidade varie de 10-12W/m2 a 102W/m2 ou 2.10-5Pa a 2.102Pa. Os rangers (intervalos de máximo e mínimo) flutuam em 1014W/m2 e 107Pa. Como esse intervalo audível é muito grande e considerando a função logarítmica como a que mais se aproxima da curva de audibilidade humana, convencionou-se utilizar a escala logarítmica para expressá-lo. Assim, nasceu o Bell6 , em homenagem ao físico inventor do telefone. Em termos gerais, pode-se afirmar que os sons são produzidos por vibração. Qualquer que seja a fonte emissora, entretanto, para ser percebida, ela precisa de um meio de propagação e de um meio receptor. O meio de propagação é o ar, enquanto o receptor é o ouvido humano. Dentre as várias definições de ruído tem-se que, ruído é o som na ocasião imprópria em lugar impróprio (SING, APUD BARROS, 1993), e para (SAPPINTON, APUD BARROS, 1993) ruído é o som indesejável. Os fenômenos audíveis pelo homem são vibrações transmitidas via aérea ou sólida cuja frequência se situa entre 20 e 20000 Hz e cuja intensidade mínima corresponde a uma pressão de 2 ×10-5 Pa ou potência de 10-16W / cm2 . Os ruídos caracterizam-se por sua intensidade global e pela sua composição espectral, isto é, sua intensidade em cada uma das diferentes frequências ou faixas de frequências que as compõem. As faixas de frequências padronizadas e mais utilizadas são denominadas de bandas de frequência de 1/1 oitava ou 1/3 de oitava. As bandas 6 Alexander Graham Bell (Edimburgo, 3 de março de 1847 – Nova Escócia, 2 de agosto de 1922) foi um cientista, inventor e fundador da companhia telefônica Bell. Embora, historicamente, Bell tenha sido considerado como o inventor do telefone, o italiano Antonio Meucci foi reconhecido como o seu verdadeiro inventor, em 11 de junho de 2002, pelo Congresso dos Estados Unidos, pela Resolução nº. 269. Meucci vendeu o protótipo do aparelho a Bell nos anos 1870. 30 unidAdE ii │ ACÚStiCA de frequências abrangem uma faixa delimitada pelas frequências inferior e superior e são denominadas pelas frequências centrais. Na figura 13 são apresentadas as frequências centrais, inferiores e superiores das bandas de frequências em 1/1 e 1/3 de oitava. figura 13. Bandas de frequências utilizadas em medidas acústicas. fonte: Gerges (1992). A grandeza física detectada pelo ouvido humano como sensação auditiva é a pressão sonora. A faixa de pressão sonora percebida pelo ouvido humano é grande, variando de 2 ×10-5 Pa a 20Pa. Como a percepção do ouvido é logarítmica a avaliação do ruído é feita pelo nível de pressão sonora medido em decibel (dB). Para a faixa de pressão sonora de 2 ×10-5 Pa a 20Pa os níveis de pressão sonora correspondem ao intervalo de 0 a 140 dB. Seguem alguns tipos de ruídos percebidos e os valores de nível de pressão sonora correspondentes. 31 ACÚStiCA │ unidAdE ii figura 14. Níveis de pressão para alguns tipos de ruídos. fonte: Adaptado de GINN (1978). Indica-se a impressão subjetiva percebida para diferentes faixas de nível depressão sonora. Na tabela abaixo há alguns valores de níveis sonoros em decibéis (dB) bem como alguns valores das relações entre níveis sonoros e intensidades. Os níveis de 90 a 180 decibéis são extremamente perigosos no caso de exposição constante, e a faixa de maior sensibilidade do ouvido humano está compreendida entre 1.000 Hz e 4.000 Hz. figura 15. Impressão subjetiva percebida para diferentes faixas de nível de pressão sonora. fonte: Adaptado de LAVILLE (1977). A interferência na comunicação depende dos níveis de pressão sonora. A seguir, são apresentados alguns intervalos dos níveis de pressão sonora e a respectiva interferência na comunicação. figura 16. Níveis de pressão sonora e a interferência na comunicação. fonte: Adaptado de LAVILLE (1977). 32 unidAdE ii │ ACÚStiCA Os ruídos percebidos em um ambiente podem ser de origem interna ou externa. A transmissão deruídos para o interior dos ambientes pode ser feita por meio do ar e da estrutura da edificação. Em geral são oriundos de portas, janelas e aberturas. A reflexão sonora pelas paredes e o tempo de reverberação do ambiente podem influenciar nos níveis sonoros observados no interior dos ambientes. Reflexão e reverberação estão associados aos materiais de revestimento das superfícies. Por definição o Bell = log I I� que tem como referência o limiar de audibilidade (Io). O NS (nível sonoro ou nível de intensidade ou intensidade auditiva) de determinado som, em Bell, que é a relação (quantas vezes maior) está esse som (I) em relação àquele limiar. figura 17. Escalas comparativas entre W, B e dB. fonte: Autor. Aplica-se o submúltiplo deci ao nível sonoro NS (dB = ���B) por conta do melhor ajuste da escala. Assim, tem-se a seguinte formulação: O nível sonoro NS (dB) para o limiar de audibilidade - I=10-12W/m2 - será: NS=10logI/Io NS= 10log(10-12/10-12) NS/10=log(1) 10NS/10=1 10NS/10=100 NS/10=0 NS=0 (dB) Pelo processo inverso, quando NS=0(dB) 0=10log(I/10-12)0/10=logI/Io 0=logI/Io100=I/10- 12I=100.10-12I=10-12W/m2. O nível sonoro NS (dB) para o limite da dor - I=1W/m2 - será: NS=10logI/Io NS=10log1/10-12 NS/10=log1012 10NS/10=1012 NS/10=12Bell NS=120dB. Pelo processo inverso, quando NS=120 (dB) 120=10log(I/10-12) 120/10=logI/10-121012=I/10- 12I=100I=1W/m2. 33 ACÚStiCA │ unidAdE ii figura 18. Espectro auditivo – parâmetros de audibilidade e limites. fonte: Autor. Altura A altura do som está relacionada com sua frequência, ou seja, a altura (tom) é a qualidade do som que permite ao ouvido distinguir um som grave, de baixa frequência, de um som agudo, de alta frequência. figura 19. comparação som alto e baixo – frequência. Agudo → ↑ freq → som alto Grave → ↓ freq → som baixo fonte: Autor. O som mais grave audível por um ouvido humano é de, aproximadamente, 20 Hz e o mais agudo é de, aproximadamente, 20.000 Hz. Para que dois sons distintos possam 34 UNIDADE II │ ACÚSTICA ser comparados, em relação às suas alturas, define-se entre eles o intervalo acústico (IA) pela expressão: ܫܣ ൌ ೌ್ fa – frequência do som A; fb – frequência do som B. timbre O timbre é uma qualidade sonora que permitedistinguir dois sons de mesma altura (mesma frequência) e mesma intensidade (volume), emitidos por instrumentos diferentes que toquem a mesma nota musical ou acorde. Figura 20. Timbre – ondas de mesma frequência e amplitudes com sensações distintas. fonte: Gerges (1992) Assim, distingue-se a mesma nota musical emitida por um violão ou por um piano, pois o timbre difere nos dois instrumentos e fornece sensações sonoras diversas, devido às diferentes composições de harmônicos gerados por instrumento. Comprimento de onda, frequência, amplitude e fase Os fenômenos ondulatórios podem ser estudados em sua forma mais simples, para se entender os seus constituintes mais básicos. A forma mais simples de onda sonora é aquela descrita por funções harmônicas do tipo senoidal, que possuem uma característica periódica, isto é, repetem-se em certo intervalo de tempo. Todo e qualquer fenômeno ondulatório longitudinal, seja ele periódico ou não, pode ser decomposto em um número de unidades deste tipo. A onda periódica senoidal é 35 ACÚSTICA │ UNIDADE II derivada de um movimento circular. Se plotarmos em um gráfico o movimento de uma roda, vamos obter uma representação análoga (similar) a um movimento de partículas em um meio que equivale à onda sonora senoidal. É preciso fazer notar, imediatamente, que nenhum som natural produz uma onda senoide pura, apesar de alguns, como o do diapasão, aproximarem-se muito dessa forma de onda. A senoide é resultado de um movimento circular no tempo. figura 21. A onda periódica senoidal derivada do movimento circular (fase, amplitude e período da onda). fonte: fonte: Philips Eletronics (2000). p.12. Desta senoide podem-se dizer muitas coisas: que ela se repete em um período T (em segundos, normalmente); que ela tem uma amplitude de deslocamento A, que varia de 0 até ‘+’ ou ‘–‘ ; e que, quando se propaga no espaço, ela tem um comprimento de onda (λ) que é a medida de espaço entre dois momentos idênticos da onda (metros). Lembre-se de que, em se tratando de onda sonora, ela deverá propagar-se pelo meio, em uma velocidade constante. Dizer que esta onda se repete em um período T de tempo é a mesma coisa, em um raciocínio inverso, que dizer que há uma frequência de acontecimentos ou repetições em um período de tempo. Pode-se dizer que essa frequência de acontecimentos é de uma vez por período, o que nos traz a definição de outra quantidade importante para o estudo de ondas: a frequência que é o inverso do período, f = 1 /T. A frequência é geralmente medida em 1/segundos (s-1) e, no caso específico de ondas periódicas como senoide, em ciclos por segundo, que é a definição da medida chamada Hertz (Hz). A frequência f (ou o período) e o comprimento de onda λ relacionam-se por meio da velocidade de propagação V, pelo produto V = f.λ. A última quantidade que deve ser definida quanto às senoides é a fase, que determina a posição inicial de uma onda ou a posição do começo do movimento. Ela é medida em graus ou em radianos, por ser relacionada com o ângulo inicial do movimento. Nos 36 UNIDADE II │ ACÚSTICA exemplos acima, a fase é zero graus, pois o ângulo inicial do movimento, medido do centro da circunferência, é zero. Podemos, então, observar estas quantidades de uma forma gráfica. Nível de energia sonora A intensidade possui uma faixa de valores muito ampla. Como vimos, para se ter uma ideia, a mais alta voz humana pode produzir uma energia em torno de 1 miliwatt (0,001 W), equivalente a uma intensidade acústica de 8.10-5 W/m2 a uma distância de 1 metro. E, claro, o ouvido humano pode responder a intensidades muito mais baixas do que isso na maioria das frequências sensitivas. Um avião a jato pode produzir uma energia acústica de 100 kW e isso é somente uma porcentagem da energia total produzida pelo seu motor. Para concorrer com essa extensa faixa de atuação, uma escala de nível logarítmico é novamente utilizada, com a potência de referência escolhida para ser compatível com aquele desenvolvimento do nível de pressão sonora. O nível de energia sonora é dado por: E a potência de referência (Wref) é dada como 10 -12 Watts (limiar de audibilidade). Considera-se importante notar que o nível de energia sonora é uma propriedade inerente à fonte que produz o som. Ela pode ser a mesma em todas as direções (omnidirecional) ou pode ter diferentes valores em torno da superfície da fonte. Nível de pressão sonora Para determinar o nível sonoro (em dB), é necessário que se conheça ou o valor de sua pressão sonora P (N/m2) ou a sua intensidade acústica. Conforme anteriormente afirmado, a frequência em que o som é emitido não interfere no nível de pressão sonora (NPS), seja essa frequência de som grave, médio ou agudo, pois o NPS está relacionado com a amplitude (volume) da pressão na equação: (8) Em que Po é a pressão sonora de referência (2.10-5 N/m2). Conhecendo-se a intensidade acústica, a pressão sonora pode ser obtida por meio da relação: 37 ACÚSTICA │ UNIDADE II Em que é a densidade do meio e c, a velocidade de propagação da onda nesse meio, como tais grandezas são admitidas como constantes em um dado sistema, tem-se a proporcionalidade entre I e P, como visto na seção anterior. Para os instrumentos de medição do nível de som, que são ajustados para apresentar uma resposta linear, não importa qual a frequência do som: apresentam o mesmo número de decibéis para sons de igual amplitude de pressão sonora, mesmo que suas frequências sejam distintas. O ouvido humano, entretanto, apresenta uma sensibilidade diferente para cada frequência. Assim, um som grave será percebido como se fosse menos intenso do que um som médio de mesmo nível de pressão sonora. Para o ouvido humano, sons de frequências diferentes soam com intensidade de níveis sonoros diferentes. Em instrumentos de medição de som ajustados à percepção, isso ocorre de forma linear. Portanto, o nível é uma indicação física da amplitude, ao passo que a audibilidade é uma indicação subjetiva, variando de um indivíduo para outro. figura 22. nível de energia sonora (NES) e nível de pressão sonora (NPS) versus distância da fonte. fonte: Gerges (1992). figura 23. nível de energia sonora (nES) e nível de pressão sonora (NPS) versus distância da fonte. fonte: Gerges (1992). 38 UNIDADE II │ ACÚSTICA Observando-se a figura acima, constatamos que há um decréscimo da ordem de 6 dB à medida que se dobra a distância. Nesse caso, partindo-se de um nível de energia sonora (NES) de 159 dB na fonte (motor do avião), temos um nível de pressão sonora (NPS) de 120 dB a uma distância de 25 m. Tem-se, então, NPS = [NES – 20 log r – 11], e pode-se calcular o nível de pressão sonora que chega até os ouvidos do receptor conhecendo-se o nível de energia sonora da fonte e a distância (r) entre o receptor e a fonte. Assim, para as respectivas distâncias de 25 m, 50 m, 100 m, 200 m e um valor para uma distância bem mais elevada, como, por exemplo, 12.800 m, têm-se: figura 24. Tabela com os NPS para NES a respectivas distâncias da fonte. fonte: Autor. Vem a corroborar com o conceito de que uma grande quantidade de energia é representada por um número aparentemente pequeno transcrito em decibéis. Para uma grande redução dessa energia, seja ela por isolamento acústico, por barreira acústica ou, ainda, como nesse exemplo, pelas perdas ocasionadas pela distância da fonte até o receptor, aparentemente a redução em decibéis não parece ser tão significativa, embora se possa afirmar fisicamente que o seja. E que também por isso o isolamento acústico de ambientes fechados é um assunto bastante complexo, cuja solução depende de vários fatores (técnicos e econômicos) e de bom senso para se conseguir um nível aceitável de convivência com o ruído.Exemplo. Uma pequena fonte, cujo nível de potência sonora L W Qual é o nível de é 110 dB, está pendurada livremente ao ar livre. Qual o nível de pressão sonora a 20 m da fonte? 39 ACÚSTICA │ UNIDADE II Exemplo. O nível de pressão sonora medido a cinco pés de uma fonte sonora de radiação é 98 dB. Qual é pressão sonora a 20 pés ao longo da mesma linha radial? Intensidade é equivalente algébrico de pressão para velocidade do meio constante. vP m s mN m s J m W I . 2 . 22 ==== 1. Que é o fator de dobra (q) em dB? O que significa? Considerando a formulação = 0 log10 I IdB calcule o incremento em dB quando se dobra o NIS (W/m2), em outras palavras, quanto aumenta em dB quando I = 2.I0? dB = 10 log( ���) para I = 2 I0 dB = 10 log( ��� �� )dB = 3,010 . O aumento é de 3, ou seja, cada aumento/redução da intensidade em um fator 2/1, tem-se uma adição ou subtração de 3dB. A intensidade do som está relacionada com a amplitude. Som mais forte tem maior amplitude e som mais fraco, menor amplitude. Os níveis de 90 a 180 decibéis são extremamente perigosos no caso de exposição constante. A faixa de maior sensibilidade do ouvido humano está compreendida entre 1.000 Hz e 4.000 Hz. NS – o nível sonoro ou nível de intensidade ou intensidade auditiva é medido em decibel (dB), enquanto a intensidade sonora ou intensidade física sonora do nível sonoro NS, medida em W/m2. Io – menor intensidade física sonora audível (2.10 -5Pa→10-12W/m2), “limiar de audibilidade”. Como o decibel não é linear, não pode ser somado ou subtraído algebricamente. Para se somar dois níveis de ruído em dB, deve-se transformar cada um em Pascal; então, somar-se-iam algebricamente e, ao final, o resultado seria transformado de Pascal para dB. Esse método não é prático. A fórmula genérica para a combinação de “n” níveis em dB é L(n)= 10 log (Σ 10Li /10). Para várias fontes iguais (muito comum em ambiente industrial), o nível sonoro total de “n” fontes idênticas é dado por NS(t) = 10.log(n) + L, onde L é o nível sonoro de apenas uma fonte. 40 UNIDADE II │ ACÚSTICA O timbre é uma qualidade sonora que permite distinguir dois sons de mesma altura (mesma frequência) e mesma intensidade, emitidos por instrumentos diferentes e que toquem a mesma nota musical ou acorde. Frequência é o número de vezes que a oscilação (de pressão) é repetida, na unidade de tempo, medida em ciclos por segundo ou Hertz (Hz). Ruído é um fenômeno físico que, no caso da acústica, indica uma mistura de sons, cujas frequências não seguem uma regra precisa. O som mais fraco que o ouvido humano saudável pode detectar é de 20 milionésimos de um pascal (ou 20 µPa, 20 micro pascals). Surpreendentemente, o ouvido humano pode suportar pressões acima de um milhão de vezes mais altas. Assim, para medir o som em Pa, chega- se a números bastante grandes e de difícil manejo. Para evitar isso, outra escala foi criada – a escala decibel (dB). A escala decibel usa o limiar da audição de 20 µPa como o seu ponto de partida ou pressão de referência, definido em 0 dB. Cada vez que se multiplica por 10 a pressão sonora em Pascal, adiciona-se 20 dB ao nível em dB. Dessa forma, a escala dB comprime as milhões de unidades de uma escala em apenas 120 dB de outra escala. Comprimento de onda (λ) → é obtido pela velocidade (v) e a frequência (f ) do som, que representa a distância física no ar entre um pico de onda até o próximo ݒ ൌ ߣǤ ख़. . Reflexão do som – fenômeno que ocorre quando o som que estava propagando-se n um meio atinge uma superfície refletora e retorna ao meio de origem. Esse fenômeno dá origem ao eco e à reverberação. Eco – fenômeno em que conseguimos ouvir nitidamente um som refletido por obstáculos refletores, uma ou mais vezes sucessivas. Nosso ouvido só consegue distinguir dois sons sucessivos em um intervalo de tempo igual ou maior que 0,10 segundos. Sendo, a velocidade do som no ar de 340m/s, temos que V=x/t → 340=x/0,1 → x=34m (ida e volta). Assim, uma pessoa consegue ouvir o eco de sua própria voz se estiver afastada do obstáculo refletor, no mínimo, 17m. Reverberação – ocorre quando o som direto e refletido se superpõe chegando ao ouvido, o que ocorre quando a superfície refletora está a uma distância menor que 17m da fonte emissora. Os sons diminuem ou aumentam de intensidade e ficam indistintos. 41 ACÚSTICA │ UNIDADE II Sonar – trata-se de um dispositivo que emite ultrassons que chegam aos objetos, sofrem reflexão e captam os ecos, permitindo localizá-los pela medida do tempo entre a emissão e a recepção do som, Sendo, conhecida a velocidade de propagação do som na água. Muito utilizado na orientação da navegação, fornece o perfil do fundo do mar, na localização de cardumes. Radar – funciona como o sonar, mas em vez de ondas ultrassônicas, emite ondas eletromagnéticas que são refletidas por objetos distantes, permitindo, assim, sua localização. Qual a origem do ruído? O ruído, na sociedade moderna, provém de diversas fontes e as mais frequentes são: mecânica, choques, vibrações, aerodinâmica, ressonâncias (dutos), turbulências (curvas, cotovelos etc.), hidrodinâmica, cavitação, , eletromagnética, magnetostrição e explosões. Altura do som está relacionada com sua frequência, ou seja, a altura (tom) é a qualidade do som que permite ao ouvido distinguir um som grave, de baixa frequência, de um som agudo, de alta frequência. Energia acústica e a percepção humana As avaliações em higiene do trabalho são realizadas para valorar a exposição dos trabalhadores e para obter informações que permitem definir o projeto ou estabelecer medidas de eficiência e controle. Diga-se de passagem, que, pela Resolução CONFEA nº 1.010/2005, “avaliar” é uma das competências exclusivas do EST. O objetivo da avaliação da exposição é determinar a energia, frequência, magnitude e duração da exposição dos trabalhadores ao ruído. Orientações normativas foram elaboradas sobre o tema, tais como as normas da RFB, INSS, Fundacentro, Ministérios da Previdência, da Saúde e do Trabalho. Para melhor compreender e exercer as atribuições de EST, é fundamental entender o comportamento do ouvido humano à energia sonora. Assim, tendo em vista que o parâmetro de energia estudado é a pressão sonora, que é uma variação de pressão no meio de propagação, deve ser observado que variações de pressão, como a pressão atmosférica, são muito lentas para serem detectadas pelo ouvido humano. Porém, se essas variações ocorrerem mais rapidamente – no mínimo 20 vezes por segundo (20 Hz) –, elas podem ser ouvidas. O ouvido humano responde a uma larga faixa de frequência (faixa audível), que vai de 16-20 Hz a 16-20 kHz. Fora dessa faixa, o ouvido humano é insensível ao som correspondente. Estudos demonstram que o ouvido humano não responde linearmente às diversas frequências, ou seja, para certas faixas de frequência ele é mais ou menos sensível. 42 UNIDADE II │ ACÚSTICA Um dos estudos mais importantes que revelaram a não linearidade foi a experiência realizada por Fletcher e Munson7, que resultou nas curvas isoaudíveis. Nível de audibilidade é o NPS necessário para que um ouvido jovem, são e médio escute um tom qualquer com a mesma sensação (potência, força) que um de 1 kHz. A unidade de nível de audibilidade é o fon (ou phon) → equivalente ao NPS (dB) quando f = 1.000 Hz. Um som com uma única frequência é muitas vezes denominado tom. figura 25. curvas isofônicas – NPS (dB) x frequência (Hz) – não linearidade nas curvas isoaudíveis a 1 kHz – fon (ou phon). fonte: Gerges (1992). Note-se, então, que o ouvido apresenta-se bastante insensível a sons gravese sensibilidade máxima entre os 3.500 e os 4.000 Hz, perto da primeira zona de ressonância que ocorre no ouvido externo. A segunda zona de ressonância ocorre perto dos 13 kHz. Você consegue explicar por quê? Por que os bebês choram de modo semelhante (frequência e intensidade)? Por que a buzina de navio é mais rouca que a de moto? A capacidade de distinguir a mínima alteração no tom de um som depende da frequência, da intensidade sonora, da duração do som, da velocidade da alteração, bem como do próprio treino auditivo do ouvinte. O ouvido humano é bastante sensível a diferenças de frequências entre dois sons. Em sons graves, mudanças de frequência de 1 Hz podem ser detectadas. As diferenças nas frequências das duas notam mais graves do piano é de apenas 1,6 Hz. Aos 1.000 Hz, a maior parte das pessoas é capaz de distinguir mudanças na frequência com o valor de 3 Hz. Aos 100 Hz, mudanças na frequência podem ser notas a partir dos 0,3 Hz, ou seja, o ouvido é sensível não propriamente a mudanças 7 Em 1933, dois pesquisadores, Fletcher e Munson, mediram a sensibilidade do ouvido humano a diferentes frequências puras (senoidais) e estabeleceram a relação entre frequências, amplitudes e volume percebido. Essas curvas mostraram o quão alto um som deve ser em termos de medida de amplitude de pressão para ter o mesmo volume de um som de 1 kHz. Essas curvas mostraram o quanto varia a sensibilidade do ouvido ao longo do espectro de nossa audição. Essa referência de audibilidade a 1 kHz foi denominada de fon. 43 ACÚSTICA │ UNIDADE II absolutas da frequência, mas sim a uma razão entre a zona de frequências do som que se está a ouvir e da mudança efetuada. As curvas isofônicas mostram algumas características de nossa audição que são importantes: » existem alguns picos de sensibilidade acima de 1 kHz. Isso é devido aos efeitos de ressonância do canal auditivo, que é um tubo de cerca de 25 mm, com um lado aberto e outro fechado, o que resulta em um pico de ressonância por volta de 3.4 kHz e, devido à sua forma regular, um outro pico menor a 13 kHz. O efeito dessas ressonâncias é aumentar a sensibilidade do ouvido àquelas frequências; » o segundo ponto a ser notado é que existe uma dependência de amplitude na sensibilidade do ouvido. Isso é devido à maneira como o ouvido atua – transdutor e interpretador do som –, e, como consequência, a frequência depende da amplitude. Esse efeito é particularmente notável em baixas frequências, em que quanto menor a amplitude, menos sensível é o ouvido. O resultado desses efeitos é que a sensibilidade do ouvido é função tanto da frequência quanto da amplitude. Portanto, dois sons de diferentes frequências, mas de amplitudes iguais, podem soar com volumes completamente diferentes. Por exemplo, um som a 20 Hz soará com muito menos volume que um de mesma amplitude a 4 kHz. Sons de diferentes frequências, então, deverão ter amplitudes de pressão diferentes para serem percebidos como tendo a mesma amplitude. O volume percebido de sons senoidais, como função da frequência e do nível de pressão sonora, é dado pela escala de fons. Trata-se de um a escala de julgamentos subjetivos baseada nos níveis de pressão sonora percebidos em um som senoidal de 1 kHz. Então, a curva para N fonos intercepta a frequência de 1 kHz em N dB NPS, por definição. Pode-se notar que as curvas de fonos começam a ficar mais planas em níveis de pressão sonora mais altas. Por isso, o relativo balanço entre as diferentes regiões de frequências, grave, médio e agudo é alterado sempre que se varia o nível de amplitude dos sons. Isso é percebido no dia a dia, quando ouvimos uma gravação e abaixamos o volume do aparelho de som, resultando na supressão de parte dos agudos e dos graves, e com isso ficamos com um som carregado de médios, sem muito brilho ou expressão. Curvas de ponderação dos medidores de pressão sonora As curvas isofônicas, analogamente, definem linhas de sensação “constante”, medidas em fones, cuja unidade, o fon, procura simular o nível subjetivo de sonoridade, 44 UNIDADE II │ ACÚSTICA fazendo-o aproximar-se da sensação de um som, no qual f = 1 kHz. Para compensar essa peculiaridade do ouvido humano, foram introduzidos nos medidores de nível sonoro filtros eletrônicos com a finalidade de aproximar a resposta do instrumento à resposta do ouvido humano. São chamadas “curvas de ponderação” (A, B, C)8. » Escala de ponderação A ─ para simular a resposta do ouvido humano ao som de nível de pressão baixa. » Escala de ponderação B ─ para simular a resposta do ouvido humano ao som de nível de pressão média. » Escala de ponderação C ─ para simular a resposta do ouvido humano ao som de nível de pressão alta, e fornece resposta aproximadamente igual em todas as frequências. » Escala de ponderação D ─ para simular a resposta do apresentam aplicações bastante limitadas e ouvido humano ao ruído de avião. figura 26.curvas de atenuação relativa dos circuitos de ponderação A, B e c. fonte: Magrab (1975). 8 Cuidado. O dB “compensado” funciona como uma avaliação “subjetiva” ou do risco ao homem; o dB (linear) é uma avaliação objetiva do ruído no ambiente e é importante para se conhecer uma fonte de ruído. Em outras palavras, dB(A) não é expressão física da fonte sonora, mas subjetiva de como é percebida pelo ser humano. Só há uma exceção, segundo a qual dB(A) é igual a dB: para 1 kHz (fon), por definição. 45 ACÚSTICA │ UNIDADE II figura 27.correspondencia entre mecanbismno de audição humana e instrumentos de medição. fonte: Magrab (1975). figura 28.correspondencia entre mecanbismno de audição humana e instrumentos de medição. fonte: folheto de divulgação Brüel e Kjaer do Brasil. Dessas curvas, a curva A é a que melhor se ajusta à natureza humana. Os medidores de ruído dispõem de um computador para as velocidades de respostas, de acordo com o tipo de ruído a ser medido. A diferença entre tais posições está no tempo de integração do sinal ou constante de tempo. 46 UNIDADE II │ ACÚSTICA Slow – resposta lenta – avaliação de ruídos contínuos ou intermitentes, avaliação de fontes não estáveis. Fast – resposta rápida – avaliação legal de ruído de impacto (com ponderação dB (C)). Impulse – resposta de impulso – para avaliação legal de ruído de impacto (com ponderação linear). Tipos de ruído: o ruído contínuo é o que permanece estável com variações máximas de 3 dB(A) durante um longo período. O ruído intermitente é um ruído com variações maiores ou menores de intensidade. O ruído de impacto apresenta picos com duração menor de 1 segundo a intervalos superiores a 1 segundo. Na representação gráfica em onda senoidal, os valores máximos e mínimos atingidos por ela são os valores de pico. Tomando-se toda a amplitude (positiva e negativa) da onda, temos o valor pico a pico. No caso da avaliação de ruído, o que interessa é o valor eficaz dessa onda, uma vez que o valor médio aritmético entre semiciclo positivo e negativo seria zero. O valor eficaz é uma média quadrática (root mean square – RMS). figura 29. O valor eficaz é uma média quadrática (root mean square – RMS). fonte: folheto de divulgação Brüel Kjaer, 1982. Para se avaliar um sinal acústico (vibratório), que vale inclusive para o capítulo de vibrações, devem ser conhecidas algumas medidas: figura 30.correspondência entre mecanbismno de audição humana e instrumentos de medição. fonte: folheto de divulgação Brüel Kjaer do Brasil, Medição de vibração, 1982. 47 ACÚSTICA │ UNIDADE II No quadro seguinte, a legenda: (1) indica o valor RMS, (2) indica o nível médio, (3) indica o valor de pico a pico e (4) indica o valor de pico. A relação entre (4) e (1) define o fator de crista. Os valores de pico, que indicam os valores máximos, masnão trazem qualquer informação acerca da duração ou tempo de movimento, são particularmente usados na indicação de níveis de impacto de curta duração. Os valores médios, que indicam apenas a média da exposição sem qualquer relação com a realidade do movimento, são usados quando se quer levar em conta um valor da quantidade física da amplitude em um determinado tempo. O valor da raiz média quadrática (RMS) ou valor eficaz, que é a raiz quadrada dos valores quadrados médios dos movimentos, é a mais importante medida da amplitude, porque mostra a média da energia contida no movimento vibratório. Portanto, mostra o potencial destrutivo da vibração. O fator de forma (RMS/Vmédio) e o fator de crista (Valor Pico/RMS) permitem conhecer a homogeneidade do fenômeno em estudo ao longo do período. Valores de fator de forma próximos de √2 indicam fenômeno do tipo senoidal. Grandes valores para o fator de crista indicam a presença de algum pico destacado, provavelmente resultante de fenômenos repetitivos a intervalos regulares. O valor pico-a-pico indica a máxima amplitude da onda e é usado, por exemplo, onde o deslocamento vibratório da máquina é parte crítica na tensão máxima de elementos de máquina. Avaliação ambiental Como determinar de nível de ruído de fonte em presença de ruído de fundo?9. Uma maneira de se realizar tal determinação seria desativar as demais fontes, ou seja, eliminar todo o ruído de fundo e fazer a medição apenas da fonte de interesse. Assim, pode ser utilizado o conceito da “subtração” de dB, por meio da qual se determina o nível da fonte a partir do conhecimento do “decréscimo” global advindo da desativação da fonte de interesse. São utilizadas as terminologias e o gráfico abaixo. Contudo, tal procedimento nem sempre é simples ou viável, na prática. Exemplo: quanto representa a contribuição da fonte (Ls) em um ambiente cuja NPS total (fonte e fundo) produz 60 dB, Sendo, o fundo de 53 dB? Solução: (Ls+n) = 60 dB e Ln = 53 dB. Pela abscissa, tem-se → (Ls+n) -Ln = 7 dB → na ordenada → ΔL = 1 dB. 9 Ruído de fundo – é o ruído de todas as fontes secundárias, ou seja, quando se estuda o ruído de uma determinada fonte num ambiente, o ruído emitido pelas demais é considerado ruído de fundo. 48 UNIDADE II │ ACÚSTICA Ls = (Ls+n) -ΔL = 60-1 = 59 dB. Nota: ao se desligar a fonte, o ruído total se altera pouco, ou seja, ela (Ls) é pouco importante; ao contrário, se ao desligar a fonte, o ruído total cai muito, é sinal que a fonte (Ls) é determinante no ruído total (naquele ponto de medição). figura 31. ábaco para deduções de ruído em dB (Ls+n = ruído total (fonte e fundo) e Ln = ruído de fundo. fonte: Gerges (1992). Exemplo. Três ventiladores produzem a determinada distância, níveis de ruído de 86, 84 e 89 dB quando operados individualmente. Qual é o nível sonoro cumulativo no ponto determinado se todos estiverem operando ao mesmo tempo? Outro método popular e fácil de usar, porém menos acurado, para combinação de níveis de decibéis, utiliza o gráfico apresentado a seguir. Assim, como exemplo, o nível de ruído de um ventilador centrífugo pequeno é de 75 dB. O nível de um ventilador maior adjacente é de 81 dB. Qual é o nível combinado? A diferença entre os dois níveis: 81 dB - 75 dB = 6 dB. De acordo com gráfico abaixo na abscissa 6, a curva corresponde à ordenada de 1 dB. Adicione 1 dB ao mais alto dos dois níveis: 81 dB + 1 dB = 82 dB. Perceba que quando as duas máquinas tiverem intensidades iguais, a diferença é igual a zero, o que determina a soma de 3 dB. Essa é mais uma prova que a fator de dobra é 3 dB e que portanto a NR 15 (Anexo 1 ) está errada ao dobrar a cada 5 dB. 49 ACÚSTICA │ UNIDADE II figura 32. Gráfico para combinar ou Adicionar Níveis Sonoros. fonte: Gerges (1992). Métricas do ruído para fins de avaliação ambiental O nível de ruído equivalente (Level Equivalent – Leq) 1011 representa um nível de ruído contínuo em dB(A), que possui o mesmo potencial de lesão auditiva que o nível de ruído variável amostrado. A dose de ruído é uma variante do ruído equivalente, para o qual o tempo de medição é fixado em 8 horas. A única diferença entre a dose de ruído e o ruído equivalente é que a dose é expressa em percentagem da exposição diária tolerada. Leq significa Nível Equivalente (Equivalent Level) e representa o nível médio de ruído durante um determinado período de tempo, utilizando-se o incremento de duplicação de dose “3”. A regra do princípio da equivalência para avaliação de ruído considera que toda vez que a energia acústica em um determinado ambiente dobra, há um aumento de três decibéis no nível de ruído. Por este motivo, quando se usa a sigla Leq, subentende-se que a avaliação foi realizada utilizando-se o Incremento de Duplicação de Dose “3”. Caso seja utilizado outro valor de incremento, não poderemos chamar o resultado de Leq. Lavg significa Nível Médio (Average Level) e representa a média do nível de ruído durante um determinado período de tempo, utilizando-se qualquer incremento de duplicação de dose, com exceção do “3”. O anexo 1 da NR-15 não especifica qual o incremento de duplicação de dose utilizado para o cálculo dos limites de tolerância estabelecidos, porém, após a análise da tabela, verifica-se que toda vez que há um aumento de 5 decibéis em determinado nível, o tempo de exposição cai pela metade, concluindo-se 10 Laeq (8 h) equivalent continuous sound for 8 hr 11 Curiosidade. Leq e Lavg são referentes à mesma grandeza e consistem no nível médio ponderado sobre o período de medição, que pode ser considerado como nível de pressão sonora contínuo, em regime permanente, que produziria a mesma dose de exposição que o ruído real, flutuante, no mesmo período de tempo. Diferem quanto à formula devido ao fator de dobra. Se q=3, chama-se Leq; se q=5, Lavg. Bizu, se na formulação houver a constante 16,61 ( ����� = � ���� = 16,61) , ou, o numeral 5, já se sabe que se trata do q=5. 50 UNIDADE II │ ACÚSTICA assim, que os limites da legislação brasileira foram definidos utilizando-se o incremento de duplicação de dose “5”. Os níveis de ruído industriais e exteriores flutuam ou variam de maneira aleatória com o tempo, e o potencial de dano à audição depende não só do seu nível, mas também da sua duração. Para o nível de ruído contínuo, torna-se fácil avaliar o efeito, mas se ele varia com o tempo, deve-se realizar uma dosimetria, de forma que todos os dados de nível de pressão sonora e tempo possam ser analisados com o consequente cálculo do Leq. A necessidade de se usar um dosímetro de ruído se deve à dificuldade de serem realizados os cálculos integrais diferenciais à mão. Há que se combinar intensidade e tempo de exposição. Os limites de tolerância para exposição a ruído contínuo ou intermitente são representados por níveis máximos permitidos, segundo o tempo diário de exposição ou, alternativamente, por tempos máximos de exposição diária em função dos níveis de ruído existentes. Esses níveis serão medidos em dB(A), resposta lenta. O Anexo 1 da NR-15 deve ser empregada apenas para fins de apuração: pagar ou não adicional de insalubridade. Para tudo mais (INSS, RFB, Controle Ambiental, Prevenção enfim) deve-se usar a NHO 01 da Fundacentro. Isso porque, além de errada matematicamente (a dobra é de 3dB e não 5dB como a NR15 dispõe), a NR 15 não se presta à prevenção por conta de seu caráter político, definido pelo tripartismo, ou seja a preocupação é quanto sairá do bolso do patrão e não a integridade do trabalhador. Para fins de prevenção adota-se a NHO 01, inclusive por força de norma fiscal no tocante ao Financiamento da Aposentadoria Especial ─ FAE12. Correlações entre a terminologia em Português e inglês As principais correlações entre
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