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Trabalho anturio

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA
CAMPUS CAPITÃO POÇO
CURSO DE AGRONOMIA
DISCIPLINA: FLORICULTURA TROPICAL
DOCENTE: SÍGLIA DEMÉTRIO
DISCENTE: MARIA KALYANE FARIAS DA SILVA-20130401036
ANTÚRIO (Anthurium andraeanum Linden)
CAPITÃO POÇO-PA
2016
ANTÚRIO (Anthurium andraeanum Linden)
Introdução
O antúrio pertence à família Araceae que compreende aproximadamente 115 gêneros, sendo que estudos recentes mostraram que se trata de uma família com mais de 3.200 espécies, das quais a maioria é nativa dos trópicos. E dentre elas destaca-se a Anthurium andraeanum Linden, devido ao tamanho, a coloração e a longevidade de suas inflorescências, a qual tornou-se uma importante fonte de renda em diversos países. O genêro Anthurium compreende mais de 600 espécies. Este gênero é nativo da Venezuela e colômbia, foi levado para a Europa pelo botânico francês Eduard André.
Características botânicas
Os antúrios são plantas semi-herbáceas, eretas, e o que normalmente se conhece por flor é na verdade um conjunto formado por uma espádice e pela espata. A espádice é uma inflorescência constituída por flores minúsculas dispostas em espiral, sendo protegida por uma folha modificada (bráctea) denominada espata (Figura 1). As flores são hermafroditas e apresentam o fenômeno da protoginia, ou seja, os órgãos sexuais femininos atingem primeiramente a maturidade e tornam-se receptivos, enquanto as estruturas masculinas ainda se encontram imaturas, dificultando a autofecundação e favorecendo a fertilização cruzada. O caule da planta de antúrio é compacto, ascendente, arborescente, com internódios geralmente curtos que emitem raízes aéreas. As folhas são de coloração verde, coriáceas, inteiras, partidas ou lobadas, muito variadas em forma e tamanho, com uma nervura mediana mais destacada e outras laterais que se dirigem para as margens e se unem formando um contorno mais ou menos nítido. 
Importância da espécie
Os antúrios podem ser distribuídos em três classes principais: antúrios para paisagismo, de vaso e de corte. É a segunda flor tropical mais comercializada no mercado mundial, perdendo apenas para as orquídeas. No Brasil, os antúrios vêm sendo largamente utilizados na floricultura e no paisagismo, e, atualmente, é a principal espécie de flor tropical de interesse econômico (ANEFALOS et al., 2010), destacando-se tanto no mercado interno quanto no externo. Suas inflorescências atingem o maior preço unitário, quando comparado ao de outras flores tropicais, além de possuírem longa durabilidade e resistência. No Brasil, a principal região produtora fica situada no Vale do Ribeira em São Paulo, onde o cultivo é sob telados, porém, Bahia, Ceará e Pernambuco, são potenciais regiões de produção.
Tipos de propagação
	O antúrio pode ser propagado tanto pelo método sexuado quanto assexuado. A propagação sexuada é um processo lento, demandando, geralmente, cinco anos para atingir o ápice da produção. Devido à ocorrência da protoginia, a propagação em grande escala por sementes torna-se inviável. As plantas são desuniformes em vigor, tamanho e produtividade; e as inflorescências nas cores, formas e tamanhos A propagação assexuada é feita convencionalmente por divisão de touceiras ou por estaquia. Esses métodos apresentam como desvantagens o baixo número de mudas produzidas e a possibilidade de disseminação de pragas e doenças. Além destes dois métodos pode ser utilizada também a micropropagação, tendo em vista que quantidade qualidade de mudas é um fator limitante para os outros tipos de propagação, este método torna-se viável.
Cultivo
	Os antúrios podem ser cultivados diretamente no solo, em canteiros ou em vasos. Para o seu adequado desenvolvimento preferem regiões onde a temperatura diurna fique entre 20ºC e 28ºC e noturna, acima de 18ºC. A umidade relativa do ar em dias ensolarados deve ser superior a 50%, em dias nublados de 70% a 80% e, no máximo, 90% durante a noite. Devem ser cultivadas em locais protegidos dos raios solares diretos, variando o grau de sombreamento conforme a idade das plantas e condições climáticas predominantes no local, sobretudo temperatura e luz. Para a adequação do nível de sombreamento, adota-se a proteção com malhas de polietileno que proporcionam 70% a 80% de redução da incidência luminosa para atingir a sua eficiência máxima para o cultivo de antúrios. 
As plantas de antúrio exigem boa disponibilidade de água e podem ser supridas através da irrigação, podendo ser por microaspersão ou gotejamento, sendo necessário que se mantenha o solo permanentemente úmido. O antúrio é muito exigente em termos de nutrientes, principalmente nos dois primeiros anos de cultivo. Para o aumento do comprimento do pedúnculo, do tamanho de espata, do número de flores por planta, das massas das hastes florais e florescimento precoce recomenda-se a aplicação de nitrogênio, fósforo e potássio nas dosagens de 30, 20 e 50 g/m2, respectivamente, aos 3, 6 e 9 meses após o plantio. Para a cultura em produção, recomenda-se a adubação química, com aplicação de 200 kg/ha de nitrogênio, 50 kg/ha para o fósforo (P2O5) e 150 kg/ha de potássio (K2O), porém, sempre utilizando como base os resultados das análises do solo. As plantas de antúrio requerem solos ácidos, na qual aplica-se o calcário para elevar a saturação por bases a 40%.
Os antúrios são plantas relativamente resistentes às doenças, porém algumas podem tornar-se sérios problemas, dependendo das condições climáticas e das variedades cultivadas. Os principais problemas fitossanitários são:
Doenças fúngicas: Podridão de raízes (Phytophthora sp. e Pythium splendens); Antracnose (Colletotrichum gloeosporioides Penz.);
Bacterioses: Pseudomonas sp. e Xanthomonas campestris pv.dieffenbachiae;
Viroses: Dasheen mosaic virus – DsMV;
As pragas mais comuns são: pulgões, cochonilhas, tripes, lagartas, besouros, vespas, ácaros, nematóides e moluscos, que se alimentam de tecido vegetal, ocasionando sérios prejuízos quanto atacam as hastes florais.
Cultivares
	Como resultado de mais de 20 anos de trabalho de pesquisa, em 1998 o Instituto Agronômico, Campinas/SP, apresentou doze seleções de antúrio, as quais foram consideradas um marco na floricultura brasileira, sendo elas, a IAC Astral (coral), IAC Cananéia (branca rosada), IAC Eidibel (vermelho forte), IAC Ômega (coral), IAC Iguape (vinho escuro), IAC Isla (bicolor branca e verde), IAC Luau (branca), IAC Juréia (coral), Júpiter (branca creme), Juquiá (coral), Netuno (vinho-escura) e Rubi (vermelho escura) (Tombolato, 2000). Em continuidade ao trabalho de seleção de antúrios em 2002, a instituição apresentou uma nova seleção, denominada “Tribos Indígenas Brasileiras”. Esta nova série compunha-se de doze novas seleções: Aikanã (verde), Apalai (vermelha clara), Aruak (branca com nervuras rosas), Ianomâmi (bicolor laranja forte com bordos verdes), Kauê (marrom), Kinã (verde com nervuras marrons), Krahô (vermelha), Krenak (bicolor branca com bordos verdes), Parakanã (branca), Terena (bicolor rosa com bordos verdes), Xavante (bicolor salmão com bordos verdes) e Zoe (rosa encarnada).
Dentre as cultivares brasileiras de antúrio, a IAC Eidibel‟ destacou-se em relação às demais por seu formato, cor e brilho e, atualmente, é a mais cultivada no Brasil. Outras cultivares largamente cultivados no Brasil são: IAC Luau e Apalai
Padrão de comercialização
	Tamanho da Flor: 6-25 cm de diâmetro 
	Comprimento da haste: 25-50 cm 
	Ponto de maturação: O ponto ideal é de 25% da espádice em coloração madura, porém espádices com 1005 de coloração madura também podem ser comercializadas.
Qualidade
	Defeitos Leves: Danos mecânicos nas brácteas e hastes quebradas.
	Defeitos graves: Podem evoluir durante o processo de comercialização. Danos de doenças, danos de pragas, queimas ou manchas. 
O ponto de colheita é indicado pela mudança da coloração da espádice e a proporção de flores abertas sobre a espádice, cuja abertura ocorreria da base para o ápice. De modo geral, as inflorescências deantúrio são colhidas quando metade a 2/3 de suas flores estiverem maduras e levando-se também em consideração a rigidez do pedúnculo logo abaixo da espata e a total expansão da espata. Não se recomendam colheitas precoces, pois reduz muito a vida pós-colheita das inflorescências de antúrio, e ao contrário, colheitas tardias comprometem a qualidade do produto final.
Longevidade
Possuem longa durabilidade e resistência, em média de 25 a 30 dias, podendo chegar a 40 dias (JUNQUEIRA, PEETZ, 2008).
	
Referências 
ANEFALOS, L. C.; TOMBOLATO, A. F. C.; RICORDI, A. Panorama atual e perspectivas futuras da cadeia produtiva de flores tropicais: o caso do antúrio. Revista Brasileira de Horticultura Ornamental, Campinas, v. 16, n. 1, p. 107-111, 2010.
CARVALHO, A. C. P. P. de; PINHEIRO, M. V. M.; DIAS, G. de M. G.; BARROS, L. de M. Estiolamento In Vitro: Uma Alternativa para a Produção de Mudas Micropropagadas de Antúrio. Fortaleza, CE: Embrapa Agroindústria Tropical, Dezembro, 2011. 8p. (Embrapa Agroindústria Tropical, Circular Técnica, 36).
JUNQUEIRA, A. H.; PEETZ, M. da S. Cultivares de Anthurium en el mercado brasileño. Horticultura Internacional, p. 38-41, 2008
NOMURA, E. S.; FUZITANI, E. J.; JÚNIOR, E. R. D. Cultivo do Antúrio. Pesquisa & Tecnologia, vol. 9, n. 1, Jan-Jun, 2012.08p.
TOMBOLATO, A. F. C.; CASTRO, A. C. R. Flores Tropicais. In:. Araceae. 1.ed. Brasilia, DF,2005. p. 43-57.

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