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fichamentos direito constitucional - administração pública e poder legislativo

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DIREITO CONSTITUCIONAL II – UCSAL
ALUNA: REBECA DE ALMEIDA FERREIRA OLIVEIRA. MAT. 100934733
FICHAMENTO 01: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
➡ Conjunto de entidades formadas para a organização e funcionamento do Estado e do Governo. Dividem-se em: 
Administração Pública Direta: Órgãos públicos de caráter centralizado que estão ligados ao governo federal, estadual ou municipal, portanto, são administradas pelo Poder Executivo, Judiciário e Legislativo. Ao contrário da Administração Indireta, não possui personalidade jurídica própria. Seus funcionários são admitidos por concurso público prévio, sendo contratados sob as regras de estatuto próprio.
 
Administração Pública Indireta: São órgãos descentralizados, órgãos dependentes e constitucionais-governamentais, que possuem orçamento próprio e é administrado através de pessoas jurídicas, tem autonomia. Sendo as: autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista. 
Art. 18º da CF: A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. [...]
Art. 37º da CF: A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência [...]
Decreto Lei nº 200 de 25 de Fevereiro de 1967
Art. 4º A Administração Federal compreende:
I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios.
II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria:
 a) Autarquias;
 b) Emprêsas Públicas;
 c) Sociedades de Economia Mista.
 d) fundações públicas. (Incluído pela Lei nº 7.596, de 1987)
§ 1º As entidades compreendidas na Administração Indireta consideram-se vinculadas ao Ministério em cuja área de competência estiver enquadrada sua principal atividade.
Parágrafo único. As entidades compreendidas na Administração Indireta vinculam-se ao Ministério em cuja área de competência estiver enquadrada sua principal atividade. (Renumerado pela Lei nº 7.596, de 1987)
§ 2º Equiparam-se às Emprêsas Públicas, para os efeitos desta lei, as Fundações instituídas em virtude de lei federal e de cujos recursos participe a União, quaisquer que sejam suas finalidades. (Revogado pelo Decreto-Lei 900, de 1969)
§ 2 º As fundações instituídas em virtude de lei federal ou de cujos recursos participe a União integram também a Administração Federal indireta, para os efeitos de: (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 2.299, de 1986) (Revogado pela Lei nº 7.596, de 1987)
 a) subordinação aos mecanismos e normas de fiscalização, controle e gestão financeira; (Incluído pelo Decreto-Lei nº 2.299, de 1986)
 b) inclusão de seus cargos, empregos, funções e respectivos titulares no Plano de Classificação de Cargos instituído pela Lei n º 5.645, de 10 de dezembro de 1970. (Incluído pelo Decreto-Lei nº 2.299, de 1986)
§ 3 º Excetuam-se do disposto na alínea b do parágrafo anterior as fundações universitárias e as destinadas à pesquisa, ao ensino e às atividades culturais. (Incluído pelo Decreto-Lei nº 2.299, de 1986) (Revogado pela Lei nº 7.596, de 1987)
➡ PRINCÍPIOS:
> Legalidade: Tudo que não é juridicamente proibido é juridicamente permitido. É uma garantia constitucional quanto ao abuso de poder, portanto, ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer senão em virtude da lei.
- Art. 5º, II, CF
- Art. 5º XXXIX, CF. 
> Moralidade: O benefício trazido a todos é menor do que o ônus suportado pelo receptor do ato. Exige um Direito Ético em todas as instâncias do Estado, sendo um complemento ao princípio da legalidade, fazendo com que haja eficácia e na realização da Justiça, visto que exige uma proporcionalidade entre os meios e fins para atingi-la, os sacrifícios impostos e aos benefícios coletivos. 
“A partir do momento em que o Estado toma para si a tarefa de regular as relações jurídicas da sociedade, função ordenadora, isto é, “de coordenação dos interesses que se manifestam na vida social, de modo a organizar a cooperação entre pessoas e compor conflitos”” 
- Art. 5º, LXXIII, CF. 
> Probidade Administrativa: Constituí um verdadeiro dever funcional do agente que atua em nome do Estado, devendo este, no exercício de suas funções e com zelo ao patrimônio público, buscar sempre o interesse público primário (interesse geral da sociedade). 
- Art. 11 da Lei n. 8.429/92
- Art. 37, § 4º. 
 * Improbidade administrativa: corrupção administrativa. Pode gerar dano material ao patrimônio público.  “Numa primeira aproximação, improbidade administrativa é o designativo técnico para a chamada corrupção administrativa, que, sob diversas formas, promove o desvirtuamento da Administração Pública e afronta os princípios nucleares da ordem jurídica (Estado de Direito, democrático e Republicano), revelando-se pela obtenção de vantagens patrimoniais indevidas a expensas do erário, pelo exercício nocivo das funções e empregos públicos, pelo 'tráfico de influência' nas esferas da Administração Pública e pelo favorecimento de poucos em detrimento dos interesses da sociedade, mediante a concessão de obséquios e privilégios ilícitos.”
- Lei 1.079/1950 
- Art. 85, V, CF/88. 
> Impessoalidade: Promover tratamento igual e sem discriminação a todos, levando as autoridades ou funcionários não possuírem privilégios, tendo que todos da sociedade se beneficiarem com a finalidade da administração. Impõe a observância as finalidades públicas.
- Relacionado com o Estado Democrático de Direito e com o princípio da isonomia. 
- A igualdade é fundamento do princípio da impessoalidade administrativa, contudo, não é igual. A igualdade é uma garantia constitucional aos cidadãos, a impessoalidade se refere à administração. 
> Publicidade: Todos devem ter acesso às atividades administrativas em geral. 
- Art. 5, XXXIII, CF/88.
> Responsabilidade do Estado: Art. 37, §6, CF/88: As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
➡ ESTRUTURA:
ADM. PÚBLICA INDIRETA
> Autarquia: São pessoas jurídicas de direito público, tendo o serviço descentralizado, criadas por leis específicas, com personalidade jurídica própria, que tem visam satisfazer os interesses da sociedade (como educação, saúde). São constituídas pelo seu próprio quadro de servidores (integrando mediante concurso público). Precisam ser criadas por lei. 
- Agência Reguladora, que é uma autarquia de regime especial, que tem como características: mais autonomia que as autarquias comuns, por conta da sua função de regular, fiscalizar e normatizar as atividades econômicas desestatizadas. 
- Agência Executiva: Art. 51, Lei 9.649/98. 
Art. 5º, I do Decreto- Lei 200/67: requerem para o seu melhor funcionamento a gestão administrativa e financeira descentralizada. 
Art. 51, §1, §2, da Lei 9.649/98: As agências especiais reguladoras tem natureza de autarquias especiais, são vinculadas a algum Ministério e seus diretores são nomeados pelo Presidente para cumprir o mandato.
Lei nº 9.649 de 27 de Maio de 1998
Dispõe sobre a organização da Presidência da República e dos Ministérios, e dá outras providências.
Art. 51. O Poder Executivo poderá qualificar como Agência Executiva a autarquia ou fundação que tenha cumprido os seguintes requisitos:
I - ter um plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional em andamento;
II - ter celebrado Contrato de Gestão com o respectivo Ministério supervisor.
§ 1o A qualificação como Agência Executiva será feita em ato do Presidente da República.
§ 2o O Poder Executivo editará medidas de organização administrativa específicas paraas Agências Executivas, visando assegurar a sua autonomia de gestão, bem como a disponibilidade de recursos orçamentários e financeiros para o cumprimento dos objetivos e metas definidos nos Contratos de Gestão.
> Fundações Públicas: Art. 5º, IV do Decreto-Lei n. 200/67: “a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes. (Incluído pela Lei nº 7.596, de 1987)” 
- Art. 37, XIX da CF/88: Para que seja de Direito Público, ela precisa ser criada por lei; para que seja de Direito Privado, precisa ser autorizada por lei.
- Quadro de servidores próprios, integrado mediante concurso público.
> Empresa Pública: Art. 5º, II do Decreto-Lei. 200/67: “a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criado por lei para a exploração de atividade econômica que o Governo seja levado a exercer por força de contingência ou de conveniência administrativa podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)”
- Regime Jurídico: art. 173, CF. 
- Art. 37, XIX da CF/88. – Somente pode ser criado por autorização por lei específica.
- Art. 175, CF/88: Prestação de serviço público assumido pelo Estado.
> Sociedade de Economia Mista: Art. 5º, III do Decreto-Lei. 200/67: “entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, criada por lei para o exercício de atividade de natureza mercantil, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam, em sua maioria, à União ou à entidade da Administração Indireta.”
- União entre Estado e entes privados.
- Seu quadro de empregados é Celetista.
- Capital Público (maior quantidade) e Privado. 
- Podem prestar serviço público ou explorar atividade econômica. Art. 173, caput, CF/88: “a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo”
- Art. 37, XIX da CF/88.
 - O Estado é obrigado a participar da direção da empresa, como forma de legitimar as diretrizes da atividade que lhe foi conferida.
- Art. 173 da CF.
- Art. 175, CF/88: Prestação de serviço público assumido pelo Estado.
* Para-estatais: pessoas jurídicas de direito privado que prestam atividades não lucrativas de interesse público, agindo em paralelo ao Estado e não fazendo parte da estrutura estatal.
➡ SERVIÇOS PÚBLICOS: Serviço Público é todo aquele prestado pela Administração ou por seus delegados, sob normas e controles estatais, para satisfazer necessidades essenciais ou secundárias da coletividade ou simples conveniência do Estado. A distribuição dos serviços públicos deve atender a critérios jurídicos, técnicos e econômicos, que  respondem pela legitimidade, eficiência e economicidade na sua prestação. 
- Arts. 21, XI, XII, XXIII. CF/88
- Art. 25, §2º. CF/88
- Art. 175, caput. = Dever do Poder publico, diretamente ou por delegação a prestação de serviços públicos. 
Sentido lato: Todos os serviços que são prestados pelo Estado.
Sentido restrito: Apenas os serviços prestados pela Administração Pública, excluindo, por exemplo, as atividades do Poder Judiciário, Legislativo, as de caráter tributário, as exercidas com base no poder de polícia e as atividade-meio da administração. 
- Lei 8.987/95: Regulamentação do serviço público.
- Princípios: Art. 6, §1. CF/88
> Princípio da generalidade: Os serviços prestados devem abranger a todos a sociedade, ou seja, não pode oferecer um serviço que promova um tratamento indiscriminado. Todos devem ter as mesmas condições de uso. 
- A Lei n. 8.987/95 prevê a possibilidade de serem estabelecidas tarifas diferenciadas em função das características técnicas e dos custos específicos provenientes do atendimento aos distintos segmentos de usuário. 
> Princípio da continuidade:  Art. 6º , § 3º  da lei 8.987/95
A prestação de serviços públicos não deve sofrer interrupção, de forma a evitar colapsos nas múltiplas atividades particulares. A continuidade deve estimular o Estado ao aperfeiçoamento e à extensão do serviço, recorrendo à tecnologia moderna de forma a adaptar-se a atividade às novas exigências sociais (CARVALHO FILHO, 2009).
- Servidor público civil é garantido constitucionalmente o direito de greve e sindicalização (artigo 37, VII, CF/88) nos termos e condições estabelecidos em lei específica, além do direito à livre associação sindical (CARVALHO, 2015).
> Princípio da eficiência: Os serviços públicos devem ser prestados com a maior eficiência possível, em conexão com o princípio da continuidade. Para isso, o Estado deve atualizar-se mediante os avanços tecnológicos, de modo que a execução seja mais proveitosa e com menor dispêndio. Periodicamente deve ser feita uma avaliação sobre o proveito do serviço prestado, com o objetivo de adequar o serviço à demanda social. Em face da importância dessa adequação da Administração, a Emenda Constitucional nº 19/98 incluiu no artigo 37 na CF/88 o princípio da eficiência entre os já postulados para guiar os objetivos administrativos (CARVALHO FILHO, 2009).
> Princípio da modicidade: Os serviços públicos devem ser remunerados a preços módicos, avaliando-se o poder aquisitivo do usuário para que não deixe de ser beneficiário. Esse princípio traduz a ideia de que o lucro não é objetivo da função administrativa (CARVALHO FILHO, 2009).
- De acordo com princípio da modicidade, as tarifas cobradas para os usuários dos serviços devem ser as mais baixas possíveis, a fim de manter a prestação do serviço à maior parte da coletividade, uma vez que a cobrança de valores exorbitantes limitaria a fruição a determinadas camadas da população, excluindo as demais de atividades essenciais ao bem estar. Alguns doutrinadores mais tradicionais chegavam a pregar a aplicação do princípio da gratuidade, não admitindo a cobrança de tarifas pela execução das atividades públicas, entendimento já superado pela doutrina moderna (CARVALHO, 2015).
➡ AGENTES PÚBLICOS: "São pessoas físicas titulares de cargos do primeiro escalão do Governo que exercem funções políticas e constitucionais. Seu vínculo com o Estado não decorre de natureza profissional e sim política, sendo eles investidos em cargos, funções, mandatos ou comissões, por nomeação, eleição, designação ou delegação para executar as prerrogativas previstas ma Constituição ou Leis".
- Pode ter caráter temporário ou definitivo.
- Art. 48, X: Aprovação de leis para que criem, transformem ou extingam cargos. 
Devem se submeter aos arts. 48,X; Art. 96, I, b. CF.
São os servidores públicos lato sensu, ou seja, pessoas físicas vinculadas a um regime jurídico que prestam serviços à Administração Pública direta ou indireta, mediante remuneração paga com recursos públicos. Compreendem as seguintes espécies: 
- estatutário – servidor público stricto sensu; 
- celetista – empregado público; 
- temporário – contratado. 
a) Servidor público estatutário – pessoa física que ocupa cargo público, mediante concurso público, se sujeitando ao regime jurídico estatutário estabelecido pela lei de cada uma das unidades federativas (no âmbito federal: Lei 8.112/90). 
b) Servidor público celetista – pessoa física que ocupa emprego público, mediante concurso público, se sujeitando ao regime jurídico celetista (CLT). 
c) Servidor público temporário – pessoa física contratada temporariamente pela Administração para prestar serviços de caráter emergencial e de excepcional interesse público, não ocupando cargo nem emprego público, mas apenas exercendo função pública. É admitido de forma precária e temporária sob o regime administrativo. 
FICHAMENTO 02: PODER LEGISLATIVO
- Sistema de pesose contrapesos (sistema judiciário, legislativo e executivo): fiscalização mútua.
- Exerce funções de fiscalizar, administrar, legislar e julgar.
- Art. 52, §1 e II.
➡ ESTRUTURA: Caracterizado pela estrutura bicameral, é composto pelas duas casas: Senado Federal e a Câmara dos Deputados, não havendo hierarquia entre as casas, sendo que o que uma decidir será revisto pela outra.
Art. 52 - Senador: Três representantes de cada Estado e do Distrito Federal, eleitos pelo sistema majoritário, tendo um mandato de 8 anos.
Art. 51, Art. 45 CF/88 - Deputado: Representantes do povo, eleito pelo sistema proporcional e em casa Estado e no Distrito Federal.
• Câmara dos deputados + Senado federal (art. 48): Nessas situações de atuação conjunta, a manifestação do Poder Legislativo da União ocorre por meio de LEI (ordinária ou complementar), com a participação do Presidente da República, sancionando ou vetando. 
➡ CONGRESSO NACIONAL: Legislatura: Art. 44, parágrafo único, CF/88.
• Congresso Nacional (art. 49): Ao se manifestar, o Congresso Nacional o faz através DECRETO LEGISLATIVO (sem a participação do chefe do Executivo).
Sessões legislativas e legislatura: Por legislatura, compreende-se o período de quatro anos de execução das atividades pelo Congresso Nacional. Sessão Legislativa é o período anual, em que o Congresso se reúne anualmente, com início em 02 de fevereiro e recesso a partir de 17.07, com retorno em 01.08 e encerramento em 22.12. E, por fim, por período legislativo revelam-se os períodos semestrais. Assim, a cada sessão legislativa se compõe por dois períodos legislativos (os dois acima mencionados); cada legislatura se compõe por quatro sessões legislativas ou oito períodos legislativos. 
- Cada legislatura se divide em 4 sessões legislativas (art. 57).
- Sessão ordinária (art. 57, caput) – Uma sessão legislativa se divide em dois períodos legislativos: 1º - 02/02 a 17/07; 2º - 01/08 a 22/12.
- Sessão extraordinária (Art. 57, §6º): O presidente do Senado, que preside a Mesa (órgão da direção) do Congresso Nacional, convoca o Congresso Nacional extrardionariamente, em situações de emergência constitucional; ou em caso de urgência e interesse público relevante (Art. 57, §6º, II, com redação da EC n. 50/06)
- Art. 57, §6º, I: Emergência Constitucional.
- Diferença entre a sessão legislativa ordinária e extraordinária: Art. 57, §7º, §8º. 
 Comissões parlamentares: Art. 58 da CF/88; Art. 47. 
➡ FUNÇÃO DE FISCALIZAÇÃO: Relacionada diretamente ao controle externo realizado pelo Congresso Nacional e exercido com auxílio do Tribunal de Contas da União (TCU), tal função, tem como intuito, apurar por meio de fiscalização direta as contas e patrimônio Público da União e das entidades da administração direta e indireta, com observância ao disposto pelo art. 70 da CF, à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas.
O art. 71, inciso II da Carta Magna estabelece que o TCU exercerá essa função em auxílio ao Congresso Nacional, julgando as contas dos administradores e responsabilidade destes sobres os bens públicos. Porém, o Ministro Gilmar Mendes em sua obra de Direito Constitucional observa que, que tais atribuições auxiliadoras do TCU não terão natureza de julgamento, não produzindo coisa julgada e não impedindo um revisão judicial por meio do Poder Judiciário; só estarão imunes a revisão do Judiciário seus atos decisórios que imputem débitos ou multas que se constituam em títulos executivos extrajudiciais executados por meio da Advocacia Geral da União.
Já em relação ao desempenho destas funções pelo Congresso Nacional, de forma esclarecedora, na doutrina do Ministro Gilmar Mendes pode-se extrair a abrangência desta fiscalização e controle. Vejamos:
No desempenho da sua função fiscalizador, o Congresso Nacional pode desejar acompanhar de perto o que acontece no governo do País. Para isso, a Câmara dos Deputados, o Senado e qualquer das Comissões dessas Casas estão aptos para convocar Ministros da República ou titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República, para que prestem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente estabelecido, podendo, se o Legislativo o preferir, deles requerer informações por escrito. Configura crime de responsabilidade o desatendimento a esses chamados.
Nesta função fiscalizatória, o Congresso Nacional tem como modus operanrdi no exercício de suas atribuições, as comissões parlamentares, que serão exercidas a depender da discussão fomentada de fiscalização e controle, as quais de modo ilustrativo têm-se: Comissão temática ou em razão da matéria (permanente) – art. 58, § 2º da CF/88; Comissão especial ou temporária; Comissão parlamentar de inquérito – art. 58, § 3º da CF/88; Comissão mista; e Comissão representativa (que ocorre durante o recesso) – art. 58, § 4º da CF/88.
Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI): O Congresso Nacional deve reconhecer a realidade do País, a que lhe cabe conferir conformação política. Por isso, também investiga fatos, perscruta como as leis que edita estão sendo aplicadas e busca assenhorar-se do que acontece na área da sua competência. Faz tudo isso com vistas a desempenhar, com maior precisão, as suas funções deliberativas. Desta forma, as comissões parlamentares de inquérito são concebidas para viabilizar o inquérito necessário ao exercício preciso do poder de fiscalizar e decidir, entregue ao Legislativo. 
 “Reunir dados e informações para o exercício das funções constitucionais conferidas ao parlamento”
Características: 
- Art. 58, § 3º; Lei 1.579/52
Qualquer das casas do Congresso pode instaurar CPI
- Fato determinado: Ficam impedidos devessas generalizadas, fatos sem fundamentos. Deve ser um fato específico, bem delineado, de modoa não deixar dúvidas sobre o objeto a ser investigado. Tudo que diz respeito ao fato principal deve ser investigado. (HC 71.231)
- Requisitos para instauração de CPI:
CPI da Câmara dos Deputados => votos de 1/3 dos deputados;
CPI do Senado Federal => votos de 1/3 dos senadores;
CPI (Mista) do Congresso – CPMI => votos de 1/3 dos deputados + 1/3 dos senadores.
- Em primeiro lugar, as CPIs não podem violar direitos individuais. Exemplo: sigilo profissional. 
- A CPI não tem poderes para investigar atos de conteúdo jurisdicional, não podendo, portanto, rever os fundamentos de uma sentença judicial. Entretanto, é lícito investigar atos de caráter não jurisdicional emanados do Poder Judiciário, de seus integrantes ou de seus servidores, especialmente se cuidar de atos, que, por efeito de expressa determinação constitucional, se exponham à fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Poder Legislativo ou que traduzam comportamentos configuradores de infrações político-administrativas eventualmente praticadas por Juízes do STF, que se acham sujeitos, em processo de impeachment, à jurisdição política do SF. 
- O segredo de justiça não pode ser levantado por CPI. 
- De acordo com o postulado da reserva constitucional de jurisdição, as CPIs não podem praticar atos de jurisdição atribuídos exclusivamente ao Judiciário. NÃO PODEM: 
a) Determinar diligência de BUSCA DOMICILIAR; só pode ser verificada por ordem judicial
b) Determinar a INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA para fins de investigação criminal ou instrução processual penal. 
c) Dar ORDEM DE PRISÃO, salvo no caso de flagrante delito, como por crime de falso testemunho. Provimentos como sequestro, arresto: Decretar MEDIDAS ACAUTELATÓRIAS legal, indisponibilidade de bens, proibição de ausentar-se do país. Servem para assegurar a eficácia de eventual sentença condenatória. A CPI não tem poder geral de cautela do juiz. 
e) Impor PENALIDADES ou CONDENAÇÕES.
PROCESSO LEGISLATIVO: conjunto de atos realizados pelos órgãos legislativos visando à formação de normas de Direito (vide art. 59). O modo pelo qual estes atos se realizam chama-se “procedimento”.
 
Procedimentos legislativos: 3 tipos:
Ordinário - é o comum, mais demorado, para elaboraçãode leis ordinárias e leis complementares. Não tem prazo para terminar
Sumário - é aquele marcado pelo regime de urgência (vide art. 64, §§ 1º e 4º).
Especiais - estabelecidos para elaboração de emendas constitucionais, leis financeiras, delegadas, medidas provisórias, resoluções e decretos legislativos.
Processo legislativo ordinário: FASE INTRODUTÓRIA
INICIATIVA - ato que dá início ao processo de elaboração da lei. É exercida com a apresentação de um projeto de lei. Pode ser:
- Ampla (geral, concorrente - vide art. 61, “caput”). Popular: 61, § 2º
 - Privativa (reservada, exclusiva - vide arts. 61, § 1º e 84, III e XXIII, 93, 99, 128, § 5º, 61)
FASE CONSTITUTIVA
 1. DELIBERAÇÃO PARLAMENTAR: discussão e votação do projeto (cf. Reg. Interno)
Pressuposto: quorum p/ instalação (art. 47 - maioria absoluta
 Discussão: comissões/ plenário
 Votação: maioria simples (lei ordinária - art. 47)
                maioria absoluta (lei complementar - art. 69)
Concluída a votação: projeto vai à Câmara revisora (vide art. 65):
 Se aprova - projeto vai para o Executivo (sanção/veto)
Se emenda - projeto volta à casa de origem.
Se rejeita - projeto é arquivado (vide art. 67).
 Não tem prazo para se completar (regra). Exceção: pedido de urgência (art. 64). Não mais existe aprovação por decurso de prazo.
2. DELIBERAÇÃO EXECUTIVA:
 SANÇÃO / VETO (art. 66)- ambos fundam-se em juízo de valor sobre: constitucionalidade do projeto (forma) e interesse público (mérito).
 Sanção é a aquiescência  do Chefe do Executivo  aos termos do projeto. Prazo: 15 dias (do recebimento - art. 66, § 1º ). Pode ser total ou parcial (art. 66, § 2º ), expressa ou tácita (art. 66, § 3º ).
 Veto - Chefe do Executivo discorda dos termos do projeto. Deve ser motivado. Pode ser total ou parcial. Em qualquer caso, o projeto retorna ao Legislativo para nova apreciação em sessão conjunta, oportunidade em que o veto será aceito ou rejeitado (art. 66, §§ 4º, 5º e 6º). O veto encerra idéia de supressão, nunca de acréscimo. Não existe veto de palavra ou trechos de palavras (art. 66, § 2º ).
FASE COMPLEMENTAR
 1. PROMULGAÇÃO: enunciação solene, feita ao público, da existência da lei. É a partir dela que a lei passa a existir (toma a data da promulgação). Prazo: 48h. Regra: cabe ao Presidente. Exceção: Se não o fizer nos casos de sanção tácita ou rejeição de veto, cabe, sucessivamente, ao Pres. do Senado e ao Vice (art. 66, § 7º). Importante: lei promulgada depois, revoga lei promulgada antes, mesmo que esta última seja publicada depois.
2. PUBLICAÇÃO: é o ato de comunicação da lei. Finalidade: torná-la de todos conhecida. Com ela a lei ganha obrigatoriedade (tem que ser por todos obedecida). Assim, a promulgação torna a lei executável. Mas é a publicação que a torna obrigatória para todos. 
Medida provisória: art. 62. Casos de urgência e relevância. Iniciativa exclusiva do Executivo. Tem, imediatamente, força de lei. Deve ser apreciada pelo Cong. em 60 dias (prorrogável por mais 60) ou perde a eficácia (vide EC 32/01).
 Projetos de leis financeiras: (plano plurianual, LDO, orçamentos, abertura de créditos). Iniciativa exclusiva do Executivo.
 Projetos de Emenda à constituição - vide art. 60. Observar: não há iniciativa isolada de deputado ou senador. É discutida e votada em dois turnos. Aprovação: maioria absoluta percentual (3/5). Promulgação feita pela Mesa do Congresso (não há sanção ou veto).
MEDIDA PROVISÓRIA:
1. EFEITOS IMEDIATOS DA MP:
1º Efeito imediato – É o efeito de natureza normativa. A partir do momento em que é editada (antes da aprovação pelo Congresso), a MP já possui eficácia imediata. O efeito é, pois, a inovação no mundo jurídico. OBS.: A MP não pode ser convalidada pelo decurso de prazo. Ela tem que ser expressamente aprovada pelo Congresso Nacional. O antigo decreto-lei não era assim (podia ser aprovado por decurso de prazo).
2º Efeito imediato – É o efeito de natureza ritual (segundo o STF). É um efeito de rito, de procedimento. Consiste na provocação do Congresso Nacional para que promova o adequado procedimento de conversão em lei. OBS.: O ministro Celso de Mello fala sobre esse 2 efeitos na ADI-MC 293 DF: “A edição de medida provisória gera dois efeitos imediatos. O primeiro efeito é de ordem normativa, eis que a medida provisória – que possui vigência e eficácia imediatas – inova, em caráter inaugural, a ordem jurídica. O segundo efeito é de natureza ritual, eis que a publicação da medida provisória atua como verdadeira “provocatio ad agendum”, estimulando o Congresso Nacional a instaurar o adequado procedimento de conversão em lei”.
2. PRAZO PARA CONVERSÃO EM LEI:
Antes da EC 32/01, o prazo da MP era de 30 dias e, segundo a jurisprudência do STF, poderia ser reeditada indefinidamente, desde que dentro do prazo de 30 dias. Não havia limites para a sua reedição. As medidas provisórias que foram editadas antes da EC 32 se submetem a esse modelo. Então, temos, ainda hoje, medidas provisórias que estão dentro do regime constitucional antigo. Vide súmula 651: A medida provisória não apreciada pelo Congresso Nacional podia, até a EC 32/2001, ser reeditada dentro do seu prazo de eficácia de trinta dias, mantidos os efeitos de lei desde a primeira edição.
Segundo o regime anterior, esse prazo não era suspenso durante o recesso e podia ser reeditada várias vezes.
Com o avento da EC 32/01 alterou-se o prazo. Hoje o prazo de vigência da MP, que produz efeitos desde a sua edição, é de 60 dias. Esse prazo é prorrogado automaticamente se ela não for aprovada dentro deste período. Isso não é reedição, mas prorrogação e ocorre de forma automática. O Presidente da República não precisa reeditar a MP. Automaticamente, se em 60 dias ela não for aprovada, ela é prorrogada por mais 60.
Quanto à reedição, não existe na Constituição qualquer limitação com relação ao número de reedições. Estas podem ocorrer indefinidas vezes. O que a Constituição veda é que a reedição ocorra dentro de uma mesma sessão legislativa. Isso está previsto no art. 62, § 10, da CF.
Sessão Legislativa – é o período anual que vai do dia 02/02 a 17/07 (sessão legislativa ordinária do 1º semestre), vem o recesso, depois começa de novo no dia 01/08 e vai até o dia 22/12.
Uma MP editada em um ano pode ser reeditada no mesmo ano em que foi rejeitada? Existe essa possibilidade. 
OBS.: o prazo de 60 dias não é contado durante o período de recesso do Congresso, ficando suspenso. Ao contrário do que acontecia antes com o decreto-lei (o prazo de 30 dias era contado continuamente). Isso faz com que a MP possa ficar em vigor sem ser aprovada no Congresso por muito mais de 120 dias.
OBS.: Outro ato que não pode ser reeditado dentro da mesma sessão legislativa (não pode ser objeto de deliberação), além da medida provisória, é a proposta de emenda à Constituição. Ela tem a mesma vedação que tem a MP. Está no art. 60, § 5º, da CF.
3. REGIME DE URGÊNCIA:
Quando a MP é editada, se não for analisada no Congresso Nacional dentro do prazo de 45 dias, ela entra em regime de urgência: tranca a pauta de votação da Casa onde estiver tramitando.
Procedimento: A MP editada sempre começa sendo analisada por uma comissão mista e depois vai para a Câmara dos Deputados. Se a Câmara dos Deputados demorar para analisar a MP, ela vai trancar a pauta da Câmara. E quando a Câmara analisar, vai para o Senado, trancando a pauta do Senado. Então, mesmo que o Senado não tenha qualquer culpa nessa demora, acaba a MP trancando a pauta do Senado se houver demora da Câmara na apreciação da medida provisória.
Solução adotada para evitar o trancamento de pauta (por Michel Temer – Presidente da Câmara): ele diz que a MP só pode tratar de matéria residual (de leis ordinárias). Essas matérias residuais, segundo o Regimento Interno do Congresso, são analisadas apenas em sessões ordinárias que ocorrem no Congresso de 3ª a 5ª feira. Então, quando a MP tranca a pauta, ela só tranca a pauta nas sessões ordinárias, que ocorrem de 3ª a 5ª. Nas sessões extraordinárias, que ocorrem nos outrosdias (2ª e 6ª) o Congresso ficaria livre para poder votar. Foi um artifício que ele encontrou para evitar que a MP ficasse trancando a pauta do Congresso, como tem acontecido. O volume de medidas provisórias é tão grande, que o Congresso não tem tempo de legislar. E aí Temer criou esse artifício. Tranca-se a pauta das sessões ordinárias. Nas extraordinárias, não. Nessas podem votar proposta de emenda, lei complementar, resolução. Só não podem votar lei ordinária. Resguardam-se, portanto, os outros atos do processo legislativo.
OBS.: Os partidos impetraram MS 27.931/DF questionando o ato do Michel Temer. O mandado de segurança ainda não foi julgado pelo Plenário Supremo. Houve apenas o indeferimento da liminar pelo relator Min. Celso de Mello, o qual achou que o entendimento adotado por Michel Temer era o correto porque, com isso, ele fazia com que a Casa pudesse exercer a sua função típica, que é legislar. A tendência é de que esse entendimento prevaleça.
4. O TRÂMITE:
{MP é editada pelo Presidente da República } uma comissão mista do Congresso Nacional analisa e emitir um parecer a respeito da MP  Em seguida, a MP vai para a Câmara dos Deputados (lembrando que o processo legislativo, em regra, começa na Câmara dos Deputados, seja qual for a espécie normativa. Só quando um Senador ou comissão do Senado propõe é que começa no Senado. Na Câmara, vai para a Comissão de Constituição e Justiça e depois é votada em Plenário, segue para o Senado, onde acontece a mesma coisa: vai para a CCJ e depois para o Plenário do Senado. Depois de aprovada, a MP só precisará ser sancionada pelo Presidente da República se a Câmara dos Deputados ou o Senado fizerem alguma alteração em seu conteúdo. 
Havendo alteração ou rejeição (e isso vale também para rejeição) da medida provisória, as relações ocorridas durante seu período de vigência devem ser reguladas pelo decreto legislativo, o qual deverá ser elaborado no prazo de 60 dias pelo Congresso. Se o decreto legislativo não for feito, aí fica valendo a MP para o período em que ela vigorou.
5. REVOGAÇÃO:
Presidente da República pode editar a MP e ela entrar em regime de urgência e trancar a pauta do Congresso. Aí o Presidente quer que outros assuntos mais urgentes sejam adotados, o que ele faz? Já que ele não pode tirar aquela MP da apreciação do Congresso, ele edita outra MP revogando a anterior. Aí o prazo começa a contar da segunda e não da primeira. Então, mais 45 dias para trancar a pauta novamente. Nesse caso, o Congresso Nacional vai analisar primeiro a MP revogadora e vai aprovando-a ou rejeitando-a. Se ele aprovar, a anterior fica definitivamente revogada; Se rejeitar a segunda MP, aquela que havia sido revogada volta a produzir efeitos pelo período que restava. Assim temos: no 46º dia, a segunda MP foi editada revogando a primeira. Se a segunda MP for rejeitada, a primeira MP vai continuar em vigor por mais 14, para completar os 60 dias e será prorrogada por mais 60 dias.
OBS.: MP não revoga lei. São atos emanados de autoridades diferentes. A MP é editada pelo Presidente. Não pode revogar uma lei do Congresso. O que ocorre em caso de serem incompatíveis é a suspensão da eficácia da lei pela MP. Caso a MP, que suspendeu a eficácia da lei, seja rejeitada pelo Congresso, a lei volta a produzir efeitos novamente. É uma hipótese de efeito repristinatório tácito.
6. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE DA MP:
Aspecto formal – São os requisitos constitucionais exigidos pela Constituição. A relevância e a urgência.
Aspecto material – Analisa se o conteúdo da MP está compatível com a CF.
“Os requisitos constitucionais de relevância e urgência devem ser analisados pelo Legislativo e pelo Executivo quando da edição da MP. No entanto, quando a inconstitucionalidade for flagrante e objetiva, o Poder Judiciário poderá declará-la.”
- Os requisitos do aspecto formal para a edição de uma MP, em princípio, não devem ser analisados pelo Judiciário porque possuem caráter eminentemente político. Em alguns casos, no entanto, a inconstitucionalidade é flagrante. O Judiciário, portanto, pode analisar os requisitos constitucionais, embora não seja a regra ele fazer isso, mas apenas excepcionalmente.
- No que se refere ao aspecto material, o Judiciário pode analisar:
A compatibilidade entre o conteúdo da MP e o da Constituição
As limitações materiais impostas à MP pelo art. 62, §§ 1º e 2º (temas cujo tratamento é vedado via MP) – o Judiciário, caso o Congresso não o faça, poderá, se provocado, declarar a inconstitucionalidade.
OBS.: Em caso de MP objeto de ADI. O mérito da ADI não vai ser julgado antes do prazo da MP ser convertida em lei. Ou a MP vai ser rejeitada antes do julgamento da ADI ou ela vai ser convertida em lei. Se a MP for rejeitada ou alterada na matéria questionada, a ADI é extinta por perda do objeto. Se houver conversão em lei, deve ser feito o aditamento da petição inicial pelo requerente. A ADI não segue se aquele ponto impugnado não foi alterado. Portanto, a conversão da MP em lei não convalida os vícios originários da MP. Deve haver o controle abstrato para assegurar a supremacia da Constituição. Se não há ameaça, a ADI perde o objeto. Se continua ameaçando, seja por ser convertida em lei, seja por continuar como MP, a ADI prossegue até o julgamento final.
7. LIMITAÇÕES MATERIAIS:
-MP não pode tratar de matéria de lei complementar (tem previsão expressa) e MP não pode tratar de matéria reservada.
- Qualquer matéria que seja reservada a alguma autoridade ou que seja reservada a algum ato normativo, não pode ser tratada por medida provisória.
- Em relação aos direitos fundamentais, não são todos eles que não podem ser tratados por meio de MP. Há dois direitos fundamentais que podem ser tratados por medida provisória:
MP pode tratar de direitos individuais.
MP pode tratar de direitos sociais.
São vedados apenas aqueles direitos fundamentais do art. 12 ao art. 17 de nacionalidade e políticos). Quanto aos direitos fundamentais do art. 5º ao art. 11 (individuais e sociais), não há qualquer vedação de serem regulamentados por medida provisória.
 Outra vedação importante:
- Não pode ser tratado por MP: Direito penal (não importa se é norma incriminadora ou não)
- Não pode ser tratado por MP: Direito processual (civil e penal)
- Em relação aos impostos, podem ser objeto de MP:
Impostos extrafiscais (II, IE, IPI e IOF) – Estes  não se submetem ao princípio da anterioridade. Se o Presidente, via MP, aumentou a alíquota desses impostos, tem vigência imediata. Não precisa esperar o exercício financeiro seguinte.
Impostos extraordinários – Além dos impostos extrafiscais o Presidente também pode alterar a alíquota nos casos de impostos extraordinários como, por exemplo, caso de guerra declarada.
Demais impostos – Tirando os impostos extrafiscais e extraordinários, em relação aos demais, a MP funciona como um projeto de lei. Isso porque, em relação aos demais impostos deve ser observado o princípio da anterioridade do direito tributário. A MP, portanto, é como se fosse um projeto de lei visto que o princípio da anterioridade deve ser contado, não da edição da MP, mas da sua conversão em lei. Ou seja, se foi editada em 2009, convertida em lei em 2010, somente em 2011 é que o imposto poderia ser exigido.
A diferença, portanto, pode ser resumida da seguinte forma: em relação aos impostos extrafiscais e extraordinários, a incidência da MP é imediata; em relação aos demais, respeita-se o princípio da anterioridade tributária – MP incide no exercício financeiro seguinte à sua conversão em lei (MP funciona como projeto de lei).
8. MP’s NOS ESTADOS E MUNICÍPIOS:
Essa questão foi enfrentada pelo STF apenas no âmbito estadual. E o entendimento é nesse sentido: como a MP faz parte do processo legislativo e como o processo legislativo deve observar o princípio da simetria constitucional (tanto que as regras básicas do processo legislativo são regras de observância obrigatória, tendo que ser observadas nos Estados e Municípios), com base nesse princípio,o Supremo admitiu que as Constituições estaduais atribuíssem medida provisória para o Governador. Só que, para isso, tem que haver previsão na Constituição Estadual.
Para que a medida provisória seja válida na constituição estadual, esta deve obedecer também àqueles mesmos requisitos previstos na CF.
Além do princípio da simetria, a Min. Ellen Gracie utilizou outro argumento, mencionando o art. 25, § 2º, da CF, que fala do gás canalizado. Nesse dispositivo, seria dado a entender que os Estados poderiam editar medida provisória, conceber medida provisória em sua constituição. E essa vedação só teria lógica se fosse para os estados e não para o Presidente, já que não é matéria de competência da União.
Quanto aos Municípios, também possuem autorização para editar medida provisória. O fundamento seria o mesmo: princípio da simetria. Só que para esse caso, o princípio da simetria atua da seguinte maneira: a lei orgânica municipal primeiro tem que observar a Constituição Estadual e esta, por sua vez, tem que observar a Constituição Federal. Então, para que a lei orgânica do município possa trazer a previsão de MP seria necessário que houvesse essa previsão na Constituição Estadual porque, caso contrário, não haveria essa simetria. Esse não é, entretanto, um entendimento pacífico.
ESTATUTO CONGRESSISTA: É o conjunto de responsabilidades, imunidades (inviolabilidades) e prerrogativas que cercam a função do parlamentar. Garantindo que o parlamentar possa exercer sua atividade de forma LIVRE e INDEPENDENTE.
FORO PRIVILEGIADO (irrenunciável - pertence ao cargo e não a pessoa).
Art. 60 §4º, III Separação dos poderes (cláusula pétrea). Desta forma, não é possível acabar com o Estatuto do Congressistas por meio de Emenda Constitucional. 
IMUNIDADES MATERIAIS (Art. 53, caput): É o mesmo que Inviolabilidade dos parlamentares. O parlamentar não pode ser tolhido (calor da emoção). Fora do plenário é preciso analisar, se tratar de conteúdo político (estensão da imunidade), se conteúdo pessoal (respoderam como um cidadão comum).
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. 
Obs.: A prerrogativa de foro funcional é criminal. Quanto mais alto o cargo, mais alto o tribunal de julgamento.
DIPLOMAÇÃO (antes da posse) - TSE: Ato que afirma que a eleição foi válida. Fixação da prerrogativa de foro. 
Eleições ocorrem em Outubro - diplomação - mesmo ano. Posse - ano seguinte.
Crime antes da diplomação - Justiça Comum.
Crime após diplomação - STF
Obs.: Se houver processo anterior na J. Comum é transferido para o STF. Se o mandato acabar e o processo ainda tramitar, volta para J. Comum. (ciranda processual). 
Crime doloso contra vida (STF - se após diplomação).  
Só pode ser preso se crime doloso contra vida.
Súmula 704: Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados.
IMUNIDADES FORMAIS
Regra: não há prisão.
a) Prisão (art. 53, §2º) "Regra não há prisão": “não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável” (CF, art. 53, § 2º)
*prerrogativa de foro - criminal funcional (afasta Tribunal do Juri)
Em caso de prisão em flagrante, os autos são remetidos a respectiva casa em até 24h (câmera/senado). Ela poderá deliberar por maioria de seus membros deliberar pela soltura do parlamentar. (faculdade).  Além da possibilidade de prisão em flagrante, tem a hipótese de prisao fruto de sentença condenatória transitada em julgado.
b) Processual (Art. 53, §3º a §5º)
Parlamentar comete crime, é denunciado, os autos são recebidos pelo STF que dá ciência a casa respectiva. Qualquer partido político com representação na casa (não precisa ser do mesmo partido) pode pedir a SUSTAÇÃO DO PROCESSO. A casa tem 45 dias (prazo fatal - improrrogáveis) para decidir se o processo será sustado ou proceguirá no STF. Em caso de suspensão, o STF irá lavrar o termo de SUSPENSÃO DA PRESCRIÇÃO. O pedido pode ser feito até o o trânsito em julgado da sentença. 
Atenção: Só há sustação do processo após diplomação.
VEREADORES E DEPUTADOS DISTRITAIS
Art. 27,  §1º (observância obrigatória nas Constituições Estaduais).
Imunidade material - abrangência nacional. (prisão e processo).
Deputados Estaduais são julgados pelo TJ, inclusive em crimes dolosos contra vida (prerrogativa de foro funcional prevista na CF).
E crime doloso contra vida? Prerrogativa de foro funcional prevista em CF, afasta o Tribunal do Juri.
Deputados Distritais (Art. 32, §3º): 
Julgados pelo TJ/DF
Imunidade formal e material nos mesmos moldes do art. 27, §1º.
Vereadores (Art. 29, VIII):
A imunidade (inviolabildiade material - civil e criminal - gestos, opiniões, palavras e voros) só abrange a circunscrição do município (áreas metropolitanas). A CF foi mais "econômica". Poderá ser preso como qualquer pessoa comum e nao há possibilidade suspensão do processo. 
Os vereadores NÃO gozam de PRERROGATIVAS (inviolabilidades formais). STF (quanto a prisão e processo).
Obs.: Prerrogativa de foro funcional (faculdade da Constituição Estadual). Ex.: RJ vereadores são julgados pelo TJ.

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