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Aula 2 Contexto Histórico de Problemas e Desastres ambientais e as Armas Químicas Prof. Dr. Gilson Alves Quináglia Química Ambiental: a ciência das interações Química Ambiental Processos Abióticos Água e sedimentos, solo e ar Fontes renováveis Legislações Contexto social, saúde pública, desastres Processos Bióticos Homem e demais seres vivos Toxicologia Impactos Ambientais Resolução Conama Nº 0001 “qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; e a qualidade dos recursos ambientais”. Roma há 7.000 anos: um exemplo � O Sistema de Esgotamento Romanao era denominado Cloaca máxima, do latim Cloaca Maxima); � Construído pelo Rei de Roma Tarquino Prisco, era um sistema de esgoto com intuito de drenar os drenar os pântanos locais e remover os dejetos de uma das cidades mais populosas do mundo na época, despejando-os no Rio Tibre; � Atualmente usada para drenagem de águas pluviais. Roma: 500 anos A.C Envenenamento por chumbo (Pb): Romanos da alta classe usavam acetato de chumbo para tornar o vinho mais adocidado. Peste Negra: 1343-1353) Peste Negra ou Peste Bubônica: causada pela bactéria Yersinia pestis) dizimou mais de 200 milhões na Europa). Revolução Industrial: Inglaterra 1830-1890 Industrialização acelerada: problemas de Saúde Pública pelo uso de água de rios com esgoto como fonte de abastecimento, higiene. �Cólera (epidemia): 1831-32, 1848-49, 1854 e 1867; �Tifo; �Febre escarlate (bactérias estreptococo): poluição fecal, atinge crianças abaixo de anos de idade, manchas vermelhas pelo corpo. Fosgênio na 1ª Guerra Mundial (1914-1918) COCl2(g) � CO(g) + Cl2(g) Δ Fosgênio: efeitos tóxicos � Sintomas agudos (imediatos) da inalação são: tosse, pressão no peito, lacrimação, (24-72 h) dificuldade e dor ao respirar e eventual cianose (coloração azul-arroxeada da pele), asfixia, etc. � Sintomas crônicos (vários meses) são: tosse, catarro sanguinolento e mal estar geral. � Não é cancerígeno. Os sintomas dependem da concentração inalada e da duração da exposição! Gás Mostarda na 1ª Guerra Mundial (1914-1918) � Vesicante: que faz nascer bolhas na pele); � Foi inventado pelos ingleses na década de 1820; � Usado na 1ª guerra pela Alemanha em julho de 1917; � Composto a base de enxofre, C4H8Cl2S, conhecido como Ipirita. Gás Mostarda: vesicante � Vesicante (blistering agent): que faz nascer bolhas na pele); � Danos ao trato respiratório; � Vômitos; � Cegueira temporária devido à queimadura da membrana ocular (conjuntiva). � Elevadas concentrações x exposição: soldados morriam de 4-5 semanas por danos respiratórios; � Forma compostos intermediários com o DNA levando a morte das célula. Gás Mostarda: efeitos tóxicos Segunda Gerra Mundial (1939-1945) Hiroshima Em 06 de agosto de 1945, um bombardeiro B-29, apelidado de Enola Gay, despejou uma bomba de urânio (ironicamente chamada de “little boy”) sobre a cidade de Hiroshima, que explodiu a 580 metros do solo. � Temperatura nas proximidades do epicentro da bomba: 3.000 – 4.000 oC; � População: 250.000 habitantes. � Número de mortes atingiu após explosão: 66.000 e 69.000 feridos. Nagasaki Em 09 de agosto de 1945, um bombardeiro B-29, outro bombardeiro B-29, o Bockscar, despejou a “Fat Man”, uma bomba de plutônio mais potente que a que havia explodido sobre Hiroshima. � População: 195.000 habitantes. � Número de mortes atingiu após explosão: 39.000 e 25.000 feridos. Mais Desastres Nucleares... Chernobyl (1986) – Ucrânia (ex-URSS) em 26/04/1986: Reator explode e libera uma nuvem radioativa, com 70 toneladas de urânio e 900 de grafite, na atmosfera. O acidente foi o responsável pela morte de mais 4.000 pessoas na explosão, 270 mil por desenvolver algum tipo de câncer e, dessas, 93 mil morreram em virtude do câncer. Fukushima, Japão – Vazamento Nuclear: 11/03/2011 � Explosão e derretimento de 3 reatores (Urânio e Plutônio; � Japoneses usaram água do mar para apagar o incêndio; � 110 mil toneladas de água radioativa contaminaram o mar; � Radiação ainda é inimigo constante para a população; � A usina ainda está em operação. Césio-137 – Goiânia, Go, Brasil, 13/12/1987. Doença de Minamata (1932-1968) Japão: Fim do Período Feudal Necessidade de Industrialização Período Edo (1603-1868) 1906: Fundação da Chisso como SOGI ELECTRIC COMPANY/ NIPPON CHISSO HIRYO K.K 1932: A Chisso Co. inicia a fabricação de Acetaldeído. Como Tudo Começou... Setembro de 1958: Chisso começa a lançar o efluente direto no Rio Minamata Hachiman pool 01/05/1956: Marca o reconhecimento oficial da Doença de Minamata (ainda um mistério para os médicos). Doença de Minamata Fonte: Guidebook, Walk in Minamata, 2007 Antigo Hospital da Chisso Talidomida � 1954: na Alemanha a droga Talidomina é desenvolvida para controlar a ansiedade, tensão e náuseas. � 1957: a Talidomida começa ser comercializada em 146 países. No Brasil em 1958. � 1960: primeiros casos de efeitos teratogênicos (mal formação dos fetos) provocando a doença Focomelia (aproximação/encurtamento dos membros junto ao tronco, tornando- os semelhantes aos de focas). � 1961: a Talidomida é retirada de circulação em todos os países. Têm início processos indenizatórios em diversos países. No Brasil é proibida em 1965. � 1965: o médico israelense (Dr. Jacobo Sheskin) descobre efeitos benéficos da Talidomida no tratamento da hanseníase (lepra). A Talidomida volta a ser comercializada. � 1976: no Brasil tem início os processos judiciais contra os laboratórios e a União. Décadas 1990 e 2000: a diversificação e a continuidade do uso da droga no tratamento de Lupus, Câncer, Leucemia, Vitiligo, Aftas, Tuberculose, etc. geraram o nascimento de dezenas de novos casos de crianças vitimadas pela droga (2º e 3º Geração); principalmente em função da desinformação, inclusive de profissionais da área da saúde e pela AUTOMEDICAÇÃO, uma prática constante no Brasil (fonte: www.talidomida.org.br). Bophal: Tragédia (1984) Efeitos Tóxicos do Isocianato de Metila �Vômitos, queimadura nos olhos, nariz e garganta; �Edema pulmonar ( acúmulo de líquido nos pulmões); provocando a morte por falência respiratória; �Efeitos no sistema neurológico(dor de cabeça, distúrbio do equilíbrio, depressão, fadiga e irritabilidade); �Ativistas e grupos de apoio às vítimas alegaram mais de 150 mil sofreram sequelas e contraíram doenças como câncer, cegueira, danos no fígado e nos rins após a contaminação. Após 3 décadas: planta continua abandonada Desastre no Golfo do México: 2010 A plataforma Deepwater Horizon, da petrolífera inglesa British Petroleum (BP), explodiu e provocou a morte de sete trabalhadores e o vazamento de cerca de 5 milhões de barris de petróleo no mar. Consequências Ambientais � Extensão do vazamento foi 1.500 km no litoral norte-americano; � Impacto na água, nas praias e vegetação; � Contaminou e matou milhares de animais; � Nos ovos das aves ainda são encontrados substâncias do petróleo nos dias de hoje. Desastre emMariana, MG (2015) Vazamento de Rejeitos da Hydro Alunorte, Mineradora da Cidade de Barcarena, Pará (17/02/2018) Barcarena está a 112 km de Belém O Rejeito da Mineradora Hydro Alunorte � As fortes chuvas (dias 16 e 17/02/2018) provocaram alagamentosem Barcarena e águas de coloração avermelhada atingiram comunidades da região. � Formado por bauxita que é uma rocha de coloração avermelhada e é matéria-prima para a produção da alumina. � Bauxita: 50 a 70% de Al2O3, 0 a 25% de Fe2O3; 12 a 40% de H2O, 2 a 30% de SiO2 além de TiO2, V2O3
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