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Ciência dos Materiais Prof°: Kelly Gomes Departamento de Engenharia de Energias Renováveis – DEER Defeitos Cristalinos Período 2018.1 1 2 I UNIDADE a) Noções Gerais sobre Materiais Tipos, Características, Definições e Aplicações. Materiais cristalinos e não-cristalinos b) Estrutura Cristalina Introdução: Conceito, Tipos (cúbicas e hexagonais, etc). Polimorfismo (alotropia) Cálculos de massa específica (parâmetros da célula unitária) Pontos, planos e direções cristalográficas Densidade linear e densidade planar c) Difração de Raios-X d) Defeitos Cristalinos 1ª Avaliação (Escrita e sem consulta) INTRODUÇÃO 3 Profª. Kelly Gomes Num sólido real, não existe uma ordem perfeita nos materiais cristalinos; Existem influências positivas e negativas; Esses defeitos apresentam grande influência nas propriedades dos materiais; Correspondem a uma irregularidade na rede cristalina da ordem de um diâmetro atômico , ocorrendo em uma ou mais dimensões Sua classificação é feita de acordo com sua geometria TIPOS DE DEFEITOS 4 Profª. Kelly Gomes a) PONTUAIS (0-D) b) LINEARES (1-D) c) INTERFACIAIS (2-D) d) VOLUME (3-D) DEFEITOS PONTUAIS 5 Profª. Kelly Gomes Associados a uma ou duas posições atômicas Podem aparecer como lacunas ou auto-intersticiais Empacotamento imperfeito na cristalização ou vibrações térmicas Lacunas Auto-intersticiais DEFEITOS PONTUAIS: LACUNAS 6 Profª. Kelly Gomes É um sítio vago na rede cristalina. Todos os sólidos cristalinos contem lacunas (principio da termodinâmica – aumento da entropia). Onde: N=nº total de sítios atômicos Qv-energia necessária para a formação de lacunas T=temperatura em Kelvin k=constante de Boltzmann (1,38 x 10-23 J/átomo ou 8,62 x 10-5 eV/átomo) O número de lacunas em equilíbrio depende da temperatura. NV= N e - QV kT DEFEITOS PONTUAIS: LACUNAS 7 Profª. Kelly Gomes Ex.: Calcule o nº de lacunas em equilíbrio, por m3 de Cu, a 1000ºC. A energia para a formação da lacuna é de 0,9 eV/átomo. O peso atómico do átomo é de 63,5g/mol e a massa especifica é de 8,4 g/cm3. Solução: N= NAρ = ACu NV = 2,19 x 10 25 lacunas/m3 6,022 x 1023 (átomos/mol) x 8,4 (g/cm3) x 106 (cm3/m3) = 7,97 x 1028 átomos/m3 63,5 (g/mol) NV= N.e -QV k.T - 0,9 (eV) 8 8,62x10-5 (eV/K) x 1273 (K) = 7,97 x 1028 (átomos/m3) e DEFEITOS PONTUAIS: LACUNAS 8 Profª. Kelly Gomes Cristal covalente: vacância Cristal iônico: par de vacâncias Defeito de Schottky DEFEITOS PONTUAIS: LACUNAS 9 Profª. Kelly Gomes Defeito de Schottky e Defeito Frenkel DEFEITOS PONTUAIS: LACUNAS 10 Profª. Kelly Gomes Condição de Eletroneutralidade A compensação de carga leva à formação de vazios. DEFEITOS PONTUAIS: AUTOINTERSTICIAL 11 Profª. Kelly Gomes É um átomo do cristal que se encontra comprimido em um sítio intersticial. Nos metais, esse defeito introduz distorções relativamente grandes em sua vizinhança na rede cristalina. Existe apenas em concentrações muito reduzidas. DEFEITOS LINEARES 12 Profª. Kelly Gomes Desalinhamento na rede cristalina Podem aparecer como: Se formam a partir da Cristalização ou Cisalhamento. Ocorrem devido à Deformações Plásticas, ao Processo de Solidificação e às Tensões Térmicas (Processo Solidificação Rápida). Discordância Aresta ou em Cunha Discordância Espiral Discordância Mista DEFEITOS LINEARES: DISCORDÂNCIA EM ARESTA 13 Profª. Kelly Gomes É um defeito que fica centralizado sobre a linha definida ao longo da extremidade de um semiplano extra de átomos; Essa extremidade é denominada de linha de discordância. a) Um cristal perfeito; b) Um plano extra é inserido no cristal (a); c) O vetor de burgers b equivale à distância necessária para fechar o contorno formado pelo mesmo número de átomos ao redor da discordância de aresta. DEFEITOS LINEARES: DISCORDÂNCIA EM RESTA 14 Profª. Kelly Gomes O vetor de Burgers b é perpendicular à linha de discordância em uma discordância de aresta. DEFEITOS LINEARES: DISCORDÂNCIA ESPIRAL 15 Profª. Kelly Gomes Gerada a partir de uma tensão cisalhante capaz de produzir uma distorção na rede. a) Um cristal perfeito; b) e c) Deslocamento de uma secção transversal da ordem de um espaçamento atômico. O vetor de Burgers b é paralelo à linha de discordância em uma discordância em espiral. DEFEITOS LINEARES: DISCORDÂNCIA MISTA 16 Profª. Kelly Gomes É uma combinação das outras duas discordâncias (Aresta e Espiral); DEFEITOS LINEARES: DISCORDÂNCIA MISTA 17 Profª. Kelly Gomes Discordâncias de aresta ou em espiral raramente ocorrem separadamente. DEFEITOS LINEARES: ESFORÇOS ENVOLVIDOS 18 Profª. Kelly Gomes DEFEITOS INTERFACIAIS 19 Profª. Kelly Gomes São contornos bidimensionais que separam duas regiões com estruturas cristalinas e/ou orientações cristalográficas diferentes. Esses defeitos incluem: Superfícies Externas; Contornos de Grãos; Contornos de Fases; Contornos de Maclas; Falhas de Empilhamento. DEFEITOS INTERFACIAIS: SUPERFÍCIE EXTERNA 20 Profª. Kelly Gomes É a superfície ao longo da qual termina a estrutura do cristal. Os átomos não estão ligados ao nº máx. de vizinhos mais próximos e, consequentemente, apresentam um maior Estado de Energia que os átomos sob a superfície. DEFEITOS INTERFACIAIS: CONTORNO DE GRÃOS 21 Profª. Kelly Gomes .Separa 2 pequenos grãos ou cristais que possuem diferentes orientações cristalográficas; No contorno do grão entre dois grãos adjacentes há uma zona de transição, a qual não está alinhada com nenhum dos grãos; Nos contornos de grão, existe uma Energia Interfacial superior ao átomos do interior dos grãos DEFEITOS INTERFACIAIS: CONTORNO DE GRÃOS 22 Profª. Kelly Gomes Microestrutura do Pd (100x) Os átomos próximos à fronteira dos 3 grãos não têm um espaçamento uniforme ou ordenamento. DEFEITOS INTERFACIAIS: CONTORNO DE GRÃOS 23 Profª. Kelly Gomes Podem ter vários graus de desalinhamento cristalográficos: Baixo (ou pequeno) Ângulo: Desajuste de orientação pequeno e podem ter contorno de inclinação e contorno de torção. Alto Ângulo: Desajuste de orientação elevado. DEFEITOS INTERFACIAIS: CONTORNO DE FASES 24 Profª. Kelly Gomes Existem nos materiais multifásicos, nos quais há uma fase diferente em cada lado do contorno. Cada uma das fases possui características físicas e/ou químicas distintas. DEFEITOS INTERFACIAIS: CONTORNO DE MACLA 25 Profª. Kelly Gomes É um tipo de contorno no qual existe uma simetria em espelho da rede cristalina As maclas resultam de deslocamento atômicos produzidos a partir da aplicação de forças mecânicas de cisalhamento (mecânica) e também por recozimento (térmica). Exemplo DEFEITOS INTERFACIAIS: FALHA DE EMPILHAMENTO 27 Profª. Kelly Gomes São falhas encontradas nos metais CFC quando existe interrupção na sequencia de empilhamento dos planos compactos. IMPUREZAS NOS SÓLIDOS 28 Profª. Kelly Gomes Não existem metais totalmente puros; Há sempre Impurezas em Cristais Metálicos, que podem ser vistos como Defeitos Pontuais; Adicionar átomos de um metal em outro formam Ligas metálicas; Essas ligas são, na verdade, Soluções Sólidas (é quando adiciona-se átomos do soluto e a estrutura do solvente é mantida, sem formação de nenhum precipitado) 29 Profª. Kelly Gomes IMPUREZAS NOS SÓLIDOS: SOLUÇÕES SÓLIDAS Nas Soluções Sólidas temos: SOLVENTE: Elemento ou composto presente em maior quantidade, SOLUTO: Elemento ou composto presente em menor quantidade,FASE: Porção homogênea de um material com características físicas e químicas uniformes. IMPUREZAS NOS SÓLIDOS: SOLUÇÕES SÓLIDAS 30 Profª. Kelly Gomes As Soluções Sólidas podem ser: Substitucionais: Átomos do solvente são substituídos por átomos do soluto no reticulado e a estrutura do solvente não muda, apenas se deforma; Intersticiais: Os átomos do soluto “espremem-se” nos interstícios da rede cristalina do solvente. Ocorre, principalmente, quando a diferença de tamanho entre soluto e solvente é grande. A máxima solubilidade é menor que 10 %. Obs.: Temos dois ou mais elementos dispersos em uma única fase. IMPUREZAS NOS SÓLIDOS: SOLUÇÕES SÓLIDAS 31 Profª. Kelly Gomes SUBSTITUCIONAIS INTERSTICIAIS IMPUREZAS NOS SÓLIDOS: SOLUÇÕES SÓLIDAS 32 Profª. Kelly Gomes SUBSTITUCIONAIS Favorecido por: 1) Pequena diferença no raio atômico dos átomos; 2) Estruturas cristalinas iguais; 3) Eletronegatividade (devem apresentar valores próximos de eletronegatividade, que mede a tendência de um átomo, em uma ligação, de ganhar elétrons); 4) Uma vez que todos os demais fatores são iguais, um metal se dissolve mais facilmente em um outro de maior valência. IMPUREZAS NOS SÓLIDOS: SOLUÇÕES SÓLIDAS 33 Profª. Kelly Gomes INTERSTICIAIS Favorecido por: 1) Grande diferença de raio atômico dos átomos; 2) Menor Fator de Empacotamento; 3) Possibilitam menor dissolução do que soluções substitucionais. 34 Profª. Kelly Gomes COMPOSIÇÃO DAS SOLUÇÕES Frequentemente se faz necessário expressar a composição ou concentração de uma liga em termos de seus elementos constituintes; Podem ser expressas em termos de: Percentagem em peso (%p) Percentagem atômica (%a). 35 Profª. Kelly Gomes COMPOSIÇÃO DAS SOLUÇÕES Percentagem em Peso (%p) C1 = m1 x 100 C1 = m2 x 100 m1 + m2 m1 + m2 Percentagem Atômica (%a) C’1 = nm1 x 100 C’2 = nm2 x 100 nm1 + nm2 nm1 + nm2 nm1 = m1 1 A1 Onde: m1 : massa do elemento 1 A1 : massa atômica do elemento 1 n1 : número de moles do elemento 1 36 Profª. Kelly Gomes COMPOSIÇÃO DAS SOLUÇÕES: CONVERSÃO De Percentagem Atômica para Percentagem em Peso C1 = C’1 A1 x 100 C2 = C’2 A2 x 100 C’1 A1 + C’2 A2 C’1 A1 + C’2 A2 De Percentagem em Peso para Percentagem Atômica C’1 = C1 A2 x 100 C’2 = C2 A1 x 100 C1 A2 + C2 A1 C1 A2 + C2 A1 37 Profª. Kelly Gomes DEFEITOS DE VOLUME Podem ser classificados como poros, fraturas ou inclusões. POROS: Podem modificar substancialmente as propriedades ópticas, mecânicas e térmicas de um material; FRATURAS: Podem afetar as propriedades mecânicas do material; INCLUSÕES: Podem modificar substancialmente as propriedades elétricas, mecânicas e ópticas de um material. 38 Profª. Kelly Gomes DEFEITOS DE VOLUME 39 Profª. Kelly Gomes TÉCNICAS DE CARACTERIZAÇÕES: MICROSCOPIA MICROSCOPIA Microscopia Óptica Microscopia Eletrônica de Varredura Microscopia Eletrônica de Transmissão MICROESTRUTURA Tamanho de Grãos, Forma, Fases, Defeitos, Deformações, etc. 40 Profª. Kelly Gomes TÉCNICAS DE CARACTERIZAÇÕES: MICROSCOPIA 41 Profª. Kelly Gomes TÉCNICAS DE CARACTERIZAÇÕES: MICROSCOPIA 42 Profª. Kelly Gomes TÉCNICAS DE CARACTERIZAÇÕES: MICROSCOPIA 43 Profª. Kelly Gomes TÉCNICAS DE CARACTERIZAÇÕES: MICROSCOPIA 44 Profª. Kelly Gomes EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 1) Qual a composição, em % atômica, de uma liga que consiste em 97%p Fe - 3%p Si? CFe' = CFe. ASi x 100 CFe.ASi + CSi.AFe CFe' = 94,2 at% = 97. ( 28,09 g/mol ) x 100 97.(28,09g/mol) + 3.(55,85g/mol) CSi' = CSi. AFe x 100 CSi.AFe + CFe.ASi = 3. ( 55,85 g/mol ) x 100 3.(55,85g/mol) + 97.(28,09g/mol) CSi' = 5,8 at% 45 Profª. Kelly Gomes EXERCÍCIOS PROPOSTOS 1) Calcule o número de átomos por m3 no Al. 2) O ouro forma uma solução sólido substitucional com a prata. Calcule o número de átomos de Au por cm3 para uma liga Ag - Au que contém 10%p Au - 90%p Ag. As massas especificas para o Au puro e a Ag pura são 19,32 e 10,49 g/cm3, respectivamente. 3) O molibdênio forma uma solução sólido substitucional com o tungstênio. Calcule a porcentagem em peso de Mo que deve ser adicionada ao W para produzir uma liga que contém 1,0 x 1022 átomos de Mo por cm3. As massas especificas do Mo puro e do W puro são 10,22 e 19,30 g/cm3, respectivamente.
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