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1 SISTEMAS DISPERSOS 2 DEFINIÇÕES SISTEMAS DISPERSOS Sistemas bifásicos Fase dispersa (descontínua) (menor quantidade) Meio dispersante (contínua) (maior quantidade) Dispersa Dispersante 3 Solução Dispersão fina Dispersão grosseira < 1nm 1-1000nm >1mm Suspensões Emulsões Macromoléculas Nanopartículas Micelas Sistemas dispersos DIMENSÕES DA FASE DISPERSA 4 Soluções Dispersão Fina Dispersão Grosseira 1000nm = 1 m 5 6 7 SOLUÇÕES Soluto dissolvido no solvente; Soluto < 1nm; Não podem ser observados com auxílio de microscópios; Sistema HOMOGÊNEO e ESTÁVEL; Exemplos: solução aquosa de NaCl, solução aquosa de glicose. 8 DISPERSÕES FINAS (COLÓIDES) Fase dispersa: 1-1000nm; Sistema HETEROGÊNEO ao microscópio (homogêneo a olho nu); Tipos: Dispersões de nanopartículas (enxofre coloidal) Dispersões micelares (tensoativos acima da cmc); Dispersões de macromoléculas (vacinas, anticorpos, gelatina, carboximetilcelulose sódica, Cabopol® dispersos em água). Exemplo: leite, gelatina, microemulsão, géis. 9 DISPERSÕES GROSSEIRAS Fase dispersa: partículas ou gotículas > 1000nm dispersas em líquido (água); Sistemas heterogêneo e relativamente estáveis: partículas sedimentam por ação da gravidade; Exemplos: suspensões e emulsões de uso farmacêutico. 10 TIPOS DE SISTEMAS DISPERSOS Fase dispersa Meio dispersante Nome Exemplos Líquido Gás Aerossóis líquidos Neblina, Aerossóis Sólido Gás Aerossóis sólidos Fumaça, Aerossóis Gás Líquido Espuma Espuma (detergente) Líquido Líquido Emulsão líquida Leite, Emulsões farmacêuticas Sólido Líquido Dispersão coloidal Suspensão Gelatina em água Suspensão de hidróxido de alumínio Gás Sólido Espuma sólida Poliestireno Chocolate aerado Líquido Sólido Emulsão Sólida Pomada, Supositório Sólido Sólido Suspensão sólida Plástico colorido 11 SISTEMAS DISPERSOS • DISPERSÕES FINAS OU COLÓIDES (macromoléculas ou pequenas partículas) • DISPERSÕES GROSSEIRAS (emulsões e suspensões) 12 DISPERSÕES FINAS OU COLÓIDES Colóides apresentam afinidade diferente pela fase dispersante: • Colóides liofílicos • Colóides liofóbicos 13 • Colóides liofílicos -Apresentam afinidade pelo meio dispersante; -Constituem dispersões estáveis; -Aumentam a viscosidade do sistema; -Dispersam espontaneamente no fase dispersante (água). 14 Preparação dos Colóides liofílicos Dispersão espontânea (mistura das fases dispersa e dispersante). Dispersões de macromoléculas em água (goma arábica, metilcelulose e gelatina); Dispersões micelares (tensoativos dispersam espontaneamente em água e agregam- se em micelas acima da cmc). Sistema micelar é utilizado para dispersar fármacos hidrofóbicos em água permitindo a sua administração intravenosa, oral ou tópica. 15 • Colóides liofóbicos - Não apresentam afinidade pelo meio dispersante; -Constituem sistemas dispersos termodinamicamente instáveis; -Alteram pouco a viscosidade do sistema; Métodos de preparação: Dispersão ou Condensação. 16 Dispersão por fragmentação Quebra de partículas grosseiras em partículas coloidais utilizando moinhos coloidais ou tratamento ultra-sônico (ondas ultra sônicas). Moinho Coloidal 17 Dispersão por condensação Processo inverso da fragmentação porque consiste na aglomeração de moléculas em partículas coloidais. • Reação química Colóides são preparador por reações químicas originam soluções supersaturadas que depositam-se na fase dispersa na forma de partículas coloidais. NaCl + AgNO3 AgCl + NaNO3 Partículas Coloidais de prata (Prata coloidal) (antibiótico, queimaduras, câncer, acne) 18 • Mudança do solvente (coacervação) Diminuição da solubilidade do soluto de uma solução que deposita no meio dispersante na forma de partículas coloidais. Solução de enxofre em acetona Enxofre coloidal (nanopartículas de enxofre são marcadas com elemento radioativo para detecçao de tumores de mama) Verter em água quente 19 PURIFICAÇÃO 1-Diálise Membrana sintética de acetato de celulose; Pequenas moléculas, íons e meio dispersante (água) atravessa a membrana a favor de um gradiente de concentração (do meio mais concentrado para o meio menos concentrado); Partículas coloidais ficam retidas. 20 Representação esquemática de uma membrana de diálise Fase doadora Fase receptora 21 Ultrafiltração Equipamento (bomba) PRESSÃO Colóide Filtro Aplicação: purificação de produtos farmacêuticas biotecnológicos 22 Propriedades dos Colóides (Dispersões Grosseiras) 1-Tamanho Dispersões coloidais (partículas 1-1000nm), Determinação do tamanho: macromoléculas (cromatografia de exclusão) micelas, partículas ou gotículas (espalhamento de luz) 2-Morfologia Nanopartículas, Macromoléculas e Micelas têm forma esférica. Dispersões finas de argila (bentonita) têm forma irregular: placas e agulhas. Análise morfológica: Microscopia Eletrônica: MEV ou MET. 23 3-Propriedades cinéticas Movimento browniano, Difusão e Sedimentação. Movimento browniano As partículas coloidais apresentam movimento de ziguezague caudado por colisões com as moléculas da fase dispersante. Movimento ajuda a manter as partículas coloidais em suspensão. 24 D A (Cs - C) (dm/dt) = h Difusão Devido ao movimento browniano os colóides e tendem a se difundir do meio mais concentrado para o meio menos concentrado até obtenção de um colóide homogêneo. Velocidade de difusão pode ser entendida pela equação da lei de Fick: Membrana permeável dm/dt = velocidade de difusão D = coeficiente de difusão A = área superficial de difusão Cs = concentração do colóide no meio mais concentrado C = concentração do colóide no meio menos concentrado h = espessura da membrana 25 Sedimentação Velocidade de sedimentação pode ser entendida pela equação da lei de Stokes: V = 2r2 (d2-d1) g 9 Sistemas dispersos cujas partículas ou macromoléculas são < 500nm são estáveis e não sofrem sedimentação (exemplo: leite, gelatina, prata coloidal, enxofre coloidal). Dispersões cujas partículas são > 500nm existe ação da força da gravidade e sedimentação (suspensões) 26 4-Viscosidade Propriedade que pode ser entendida como a resistência ao fluxo após aplicação de uma força no sistema disperso. Colóides liofílicos aumentam a viscosidade do sistemas (gel, gelatina); Colóides liofóbicos alteram muito pouco a viscosidade (suspensão de hidróxido de alumínio). 27 4-Propriedades ópticas Efeito Tyndall: “Quando um raio de luz atravessa uma dispersão coloidal e atinge uma partícula há espalhamento da luz” • Devido a esse efeito os colóides apresentam aspecto turvo. • Quanto > o tamanho da partícula, > o espalhamento de luz e por esse princípio pode-se determina o tamanho das partículas. 28 Como posso diferenciar um solução de uma colóide sol? SOLUÇÃO COLÓIDE Dispersão líquido-gás 29 5-Propriedades elétricas Sistemas dispersos (colóides) podem adquirircarga por: • Dissolução desigual de íons que compõe a partícula: Exemplo: partículas de AgI em solução com excesso de íons iodeto adquirem carga negativa. Ionização dos grupos de superfície da partícula ou macromolécula, sendo que neste caso a ionização dependerão do pKa do grupo ionizável e do pH do meio; Exemplo: proteína pode adquirir carga positiva, negativa ou neutra (PI: ponto isoelétrico) dependendo do pH do meio. • Eletroforese: movimento de partículas ou macromoléculas carregadas eletricamente por ação de um campo elétrico. • Potencial zeta: medida do campo elétrico ao redor de uma partícula. 30 Reologia aplicada a farmácia 31 Reologia • O que é reologia? RHEOS = fluxo e LOGOS = conhecimento A reologia é o estudo do fluxo e das deformação dos materiais de interesse farmacêutico. • O que o viscosidade? Viscosidade é a resistência de um material ao fluxo após a aplicação de uma força. = viscosidade F = tensão de cisalhamento G = velocidade de cisalhamento F G Tensão de cisalhamento V e lo ci d ad e d e ci sa lh am e nt o Curva de fluxo T = 32 Materiais de interesse farmacêutico Divididos em 2 grupos: materiais com fluxo Newtonianos e Não Newtonianos. • Materiais com fluxo Newtonianos: F é proporcional G e a viscosidade é constante. Tensão de cisalhamento V e lo c id a d e d e c is a lh a m e n to Curva de fluxo Velocidade de cisalhamento V is c o s id a d e Reograma Exemplos: água, etanol, solução de glicose, solução de cloreto de sódio 33 MATERIAIS COM FLUXO NÃO NEWTONIANOS Viscosidade ( ) varia com a velocidade de cisalhamento (G); Constituem formulações de interesse farmacêutico: DISPERSÕES COLOIDAIS, EMULSÕES, SUSPENSÕES, GÉIS, POMADAS Materiais com fluxo não Newtonianos podem ser divididos em: PLÁSTICO PSEUDOPLÁSTCO DILATANTE 34 Tensão de cisalhamento V e lo ci d ad e d e ci sa lh am e nt o Curva de fluxo Velocidade de cisalhamento V is co si d ad e Reograma Cedência Plástico Pseudoplástico Dilatante Plástico: pomadas a base de vaselina e cera Pseudoplástico: géis de CMC, Carbopol e Pluronic Dilatantes: pastas (contém alto teor de material sólido) Materiais com fluxo não Newtonianos 35 MATERIAIS COM FLUXO PLÁSTICO Fluem quando a força aplicada ultrapassa certo valor de tensão de cisalhamento (ponto de cedência), a viscosidade diminui e o material escoa. Exemplos: pomadas a base de vaselina e cera. Tensão de cisalhamento V e lo ci d ad e d e ci sa lh am e nt o Curva de fluxo Velocidade de cisalhamento V is co si d ad e Reograma A- Repouso: as partículas permanecem agrupadas (não há fluxo); B- Ponto de cedência: as partículas deslocam-se no mesmo sentido ocorrendo fluxo . Pressão Externa A B Cedência 36 MATERIAIS COM FLUXO PSEUDOPLÁSTICO Fluem a partir do momento da aplicação da tensão de cisalhamento, a viscosidade diminui e o material escoa (não há ponto de cedência). Exemplos: Géis de Carboximetilcelulose, Carbopol e Pluronic®. Tensão de cisalhamento V e lo ci d ad e d e ci sa lh am e nt o Curva de fluxo Velocidade de cisalhamento V is co si d ad e Reograma A-Em repouso as moléculas do polímero estão ligadas entre si formando uma estrutura que aprisiona a água (alta viscosidade). B-Aplicando-se uma tensão ocorre quebra da estrutura e liberação das moléculas de água (queda da viscosidade) Pressão H2O H2O H2O H2O H2O H2O H2O H2O H2O H2O H2O H2O H2O 37 MATERIAIS COM FLUXO DILATANTE Quando submetidos a uma tensão de cisalhamento expandem o volume e aumentam sua viscosidade tornando-se semi-sólidos ou sólidos. Exemplo: pastas (contém grande quantidade de material sólido particulado) B-Aplicando-se uma tensão ocorre a formação de agregados e os espaços entre elas é ampliado e passa a ser ocupado pelo dispersante ocorrendo expansão de volume e aumento da viscosidade. Tensão de cisalhamento V e lo ci d ad e d e ci sa lh am e nt o Curva de fluxo Velocidade de cisalhamento V is co si d ad e Reograma A-Em repouso as partículas permanecem densamente empacotadas e o espaço entre elas é mínimo. Empacotamento Expansão A B Pressão A B 38 TIXOTROPIA “Mudança pelo toque”; Fenômeno físico-químico de transformação isotérmica gel-sol reversível; Formas farmacêuticas semi-sólidas quando submetidas a uma tensão de cisalhamento, diminuem a viscosidade e escoam o que facilita a entrada e saída do material da embalagem e a espalhabilidade sobre a superfície corporal, entretanto, cessada a tensão ocorre aumento da viscosidade e a formulação volta ao estado semi-sólido evitando escorrimento. Exemplos: suspensão de hidróxido de alumínio ou de bentonita, géis, cremes e pomadas. 39 Determinação da viscosidade e análise reológica VISCOSÍMETRO Mede valores de viscosidade em função da velocidade de cisalhamento para caracterização do tipo de fluxo do material: NEWTONIANO NÃO NEWTONIANO (Plástico, Pseudoplástico ou Dilatante) Viscosímetro de Brookfield (análise de semi-sólidos na Farmácia Universitária). Velocidade de cisalhamento V is c o s id a d e Reograma 40 Bibliografia recomendada Tecnologia Farmacêutica. PRISTA, J.N; ALVES, A. C; MORGADO, R. 1996, 4º Ed., Fundação Calouste Gulberkian. Delineamento de Formas Farmacêuticas. AULTON, M.E. 2005, 2º Ed., Artmed.
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