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1 INTRODUÇÃO Empresas buscam se tornar competitivas para manter posição no mercado em que atuam ou mesmo explorar oportunidades surgidas. Numa situação onde seja necessária uma tomada de decisão, que envolva n variáveis, e se tenha várias alternativas para optar ou mesmo determinar uma escala de prioridade entre as alternativas, é fundamental a escolha de um método eficaz para a tomada de decisões em diversos cenários. O processo de análise hierárquica AHP (Analytic Hierarchy Process), é uma ferramenta de auxílio à tomada de decisão que foi criada para situações onde decisões complexas e importantes devem ser tomadas. Frequentemente, empresas se deparam com situações onde terão que tomar decisões importantes com o objetivo de alavancar o seu desenvolvimento. Diante disso, é necessário que sejam tomadas decisões com maior probabilidade de acertos, visando à obtenção do sucesso, considerando os critérios mais relevantes para a escolha e assim poder minimizar as chances de se optar pela escolha errada. O método de tomada de decisão AHP (Analytic Hierarchy Process) nos proporciona maior chance de fazermos a escolha certa, perante decisões importantes e complexas. Esse método foi elaborado por Saaty (1980), partindo de um princípio onde é feita uma sequência de comparações aos pares entre todos os critérios escolhidos como base de avaliação. A metodologia AHP já é aplicada em diferentes áreas. Podemos verificar na literatura recente, a sua aplicação em áreas como: na seleção de um sistema de gestão integrado (AZEREDO et al., 2009), na priorização de serviços de TI (GOMEDE e BARROS, 2012), na priorização de projetos na gestão de portfólio (VARGAS, 2010), na seleção de técnicas de manutenção (FILHO et al., 2010), na tomada de decisões gerenciais (MARINS et al., 2009), no planejamento de ordens de manutenção (MARTINS, 2010), no controle de qualidade industrial (BADRI, 2001), na seleção de fornecedores (SAEN, 2007), no auxílio à tomada de decisão na área de manufatura (VAN DE WATER e VAN PEET, 2006), entre outros. Esse trabalho adotou o método AHP para selecionar que equipamento da planta industrial de uma empresa produtora de ”drywall” (gesso acartonado) operando na região do Cariri-Ce, deve ser foco estratégico da manutenção. Dessa forma os custos de produção tenderam a diminuir e os ganhos da empresa maximizar sem que houvesse aumento de produção mas redução nas perdas e falhas. 2 REFERENCIAL TEÓRICO O processo de análise hierárquica foi criado e desenvolvido por Thomas L. Saaty durante a década de 70, onde no ano de 1971 deu origem ao método quando ainda trabalhava no Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Em 1972, desenvolveu o método com um estudo sobre o racionamento de energia para as indústrias e criando no mesmo ano, a escala que relaciona as opiniões aos números (escala fundamental de Saaty). O método ganhou uma maturidade significativa com o Estudo dos Transportes do Sudão em 1973 e ganhou um considerável incremento teórico entre os anos de 1974 e 1978 (JORDÃO e PEREIRA, 2006). A metodologia AHP tem como princípio a representação de um problema, através de uma estruturação hierárquica, onde o método prioriza fatores quantitativos ou qualitativos na análise de alternativas (LUCENA, 2003). “O AHP ajuda o tomador de decisão a enxergar melhor seu problema, mas não elimina a necessidade do apoio de especialistas fornecendo informações para complementar o cenário a ser analisado pelo tomador de decisão” (NUNES JUNIOR, 2006). Essa ferramenta apresenta vantagens como simplicidade, fácil uso e capacidade de lidar com estruturas complexas, porém Chan e Chan (2004) citam três aspectos positivos a favor do AHP que o diferencia dos demais métodos, que são: habilidade de lidar com atributos tangíveis e intangíveis, habilidade de estruturar problemas de forma hierárquica e habilidade de monitorar a consistência com que um decisor faz um julgamento. Embora seja uma ferramenta eficaz da estratégia, Thomas (2006 apud MARTINS e COELHO, 2012) descreveu algumas críticas ao AHP, como: conversão de escala verbal para numérica baseada em pressupostos não testados, possibilidade de inconsistência nos julgamentos e grande número de comparações. Segundo Silva e Belderrain (2005 apud MARTINS e COELHO, 2012) a aplicação do método AHP pode ser dividida, de forma geral, em etapas de estruturação hierárquica do problema de decisão e modelagem do método propriamente. A estruturação da hierarquia do método pode ser visualizada logo abaixo: Figura 01: Estruturação simples da hierarquia do AHP. Pode ser visto que, no topo da estrutura fica o objetivo que é o problema que queremos solucionar. Logo abaixo ficam os critérios, que serão os aspectos de avaliação nos quais iremos analisar e comparar cada alternativa. Na base da estrutura ficam as alternativas de escolha, das quais será selecionada uma como alternativa mais viável após os cálculos e analises do método. Alguns autores também chamam essa etapa de decomposição, que tem como princípio a construção de uma estrutura hierárquica para representar um problema decisão, representando o topo o objetivo global e os níveis mais baixos representam os critérios e as alternativas. No processo de modelagem, primeiramente é feito um julgamento dos critérios que irá determinar os pesos que cada um irá ter, estabelecendo o grau de importância deles em relação a outro, ou seja, fazendo comparação aos pares, e a avaliação subjetiva de importância será convertida em números obedecendo a uma escala de importância criada por Saaty que é conhecida como escala fundamental de Saaty, conforme é mostrado na tabela 1. Quadro 01: Escala fundamental de Saaty. Escala Avaliação Recíproco Explicação Igualmente importante 1 1 Os dois critérios contribuem igualmente para o objetivo Moderadamente mais importante 3 1/3 Julgamento levemente superior Fortemente mais importante 5 1/5 Julgamento fortemente superior Muito fortemente mais importante 7 1/7 Dominância de preferência reconhecida Absolutamente mais importante 9 1/9 Dominância de preferência comprovada Valores intermediários 2,4,6,8 Dúvida . Fonte: Adaptado de Saaty (1980). Após essa etapa são realizadas comparações paritárias (aos pares), O AHP transforma as comparações em números que são processados e comparados. Essa capacidade de conversão de dados empíricos em um modelo matemático é o principal diferencial do AHP com relação a outras técnicas comparativas (GOMEDE e BARROS, 2012). 3. MÉTODO A pesquisa foi classificada segundo os seus objetivos, de acordo com Gil (2008), como exploratória. O estudo foi realizado em uma empresa de “dry wall” no setor de manutenção da empresa para a definição da melhor alternativa em termos da definição da importância a ser dada a determinado equipamento. Foi utilizado como técnica o emprego do método AHP para a definição da prioridade. Os dados para o trabalho foram coletados junto ao setor sendo usado como critérios para a classificação dos equipamentos: confiabilidade, número de interrupções na linha de produção dificuldade de manutenção e o risco a segurança operacional. Os dados foram tratados por meio do uso do software Expert Choice, o qual permitiu a obtenção de resultados os quais foram analisados e geraram as conclusões do trabalho. 4. LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS Dentre os vários equipamentos existentes no processo de produção da empresa, foram escolhidos cinco com maior potencial de risco a segurança do trabalhador e perdas (Prejuízos monetários). Um equipamentoé um conjunto de componentes interligados com que se realiza materialmente uma atividade de uma instalação, como por exemplo, um trator, um disjuntor, um britador, de acordo com Tavares (1996). Então os equipamentos escolhidos nesse trabalho são compostos por componentes mecânicos, elétricos e pneumáticos. Os equipamentos escolhidos são: Conjunto ponte rolante Conjunto míxer Mesas de transferência Secador Serra de acabamento Conjunto ponte rolante – É composto por três motores : o motor de movimento transversal, motor de movimento longitudinal e o motor de elevação além de um controle de acionamento dos motores e a estrutura metálica que delimita a área de locomoção da via. O conjunto ponte rolante é usado para transportar os big bags (grandes sacos) de gesso, para abastecer o silo do processo. O mesmo tem função primordial no início do processo. O conjunto ponte rolante possui elevado risco de acidente, por transportar grandes cargas (aproximadamente 1 tonelada cada saco). O mesmo apresenta uma confiabilidade 36,79% e interrompeu a linha de produção apenas uma vez em 2014 devido a uma falha que demorou a ser reparada. O conjunto ponte rolante pode ser visualizado nas figuras 2(a) e 2(b). Figura 02: Conjunto ponte rolante. (a) (b) Fonte: Empresa Conjunto míxer – No misturador ocorre a mistura de gesso e água com os aditivos (sólidos e líquidos), o quais formam a pasta que é lançada na cartolina para a formação da chapa de gesso. O conjunto míxer, é composto por um motor que rotaciona o eixo principal, um motor raspador do gesso que está entrando e três cilindros pneumáticos, somando também o sistema elétrico do qual ele é controlado. Sua função é fundamental no processo, pois é nele que a composição da chapa é formada e muitos problemas do produto podem ser originados nessa parte da manufatura. O míxer apresenta um pequeno risco a segurança do trabalhador, mas embora pequeno, foi verificado um acidente com afastamento de funcionário. O equipamento apresentou confiabilidade de 4,98%. O misturador com os três cilindros pneumáticos é mostrado na figura 3(a). O motor que rotaciona o eixo do misturador é mostrado na figura 3(b). Figura 03: Conjunto míxer. (a) (b) Fonte: Empresa Mesas de transferência – Compõem um setor da fábrica chamado transferência úmida, onde as chapas passam antes de passarem ao secador. São distribuídas as atividades em uma mesa de aceleração, duas mesas de recepção, duas correias de transferência, dois retornadores e uma mesa de elevação, que distribui as chapas nos pisos do secador. Este conjunto apresenta uma confiabilidade de 4,98%, com 3 interrupções na linha de produção, com comprometimento razoável à segurança operacional devido ao número de elementos móveis. Nas figuras abaixo são apresentadas as mesas com os retornadores em movimento na figura 4(a) e um dos cilindros pneumáticos que elevam as mesas de recepção na figura 4(b). Figura 04: Mesas de transferência. (a) (b) Fonte: Empresa Secador – O secador é composto por dois queimadores, cinco ventiladores, um exaustor e quatro sensores de temperatura, além do sistema elétrico envolvido. As chapas são distribuídas no secador, pela mesa de elevação, nos seis pisos que o secador possui. Este equipamento é responsável pela secagem adequada das chapas, onde uma vez que se perde o controle da temperatura do secador, as chapas podem sair calcinadas ou úmidas, gerando elevado número de perdas, devido ao grande número de chapas que estão dentro do secador e sujeitas às consequências da falha. O secador tem 0,25% de confiabilidade e ocasionou a interrupção da produção 6 vezes no ano. O secador proporciona um considerável risco físico devido a temperatura na qual opera e ao ruído gerado pelos queimadores. A estrutura do secador é mostrada na figura 5(a) e um dos queimadores do secador na figura 5(b). Figura 05: Secador. (a) (b) Fonte: Empresa Serra de acabamento –A serra de acabamento é formado por três motores sendo dois motores que rotacionam os discos de corte que ficam um de cada lado do equipamento, e o motor que traciona os empurradores. Neste equipamento também há o risco de acidentes, uma vez que é necessário fazer a retirada manual das margens cortadas de perto dos discos de corte. Apresenta uma confiabilidade de 36,79% de acordo com as falhas que se manifestaram, porém não chegou a interromper nenhuma vez a produção de chapas. Por ser um equipamento composto por elementos mais simples, mostra uma dificuldade de manutenção inferior aos demais. É mostrado uma vista superior do equipamento completo na figura 6(a) e os motores dos discos de corte na figura 6(b). Figura 06: Serra de acabamento. (a) (b) Fonte: Empresa Percebe-se a importância dos equipamentos descritos para o processo de produção da empresa tornando fundamental o estudo proposto acerca da necessidade de uma tomada de decisão correta na manutenção deste maquinário. 5 APLICAÇÃO DO AHP NA TOMADA DE DECISÕES NO SETOR DE MANUTENÇÃO A aplicação do método AHP nos forneceu subsídios para a definição de qual equipamento à empresa necessita de maior atenção da manutenção, sendo feita essa análise na perspectiva dos critérios escolhidos. Dessa maneira, a estrutura hierárquica desse estudo de caso se apresentou da seguinte forma, como mostra a figura 9: Figura 07: Estrutura hierárquica do estudo de caso. Essa análise não foi totalmente subjetiva, pois os critérios confiabilidade e número de interrupções na linha foram critérios de atributos diretos, ou seja, eles admitiam valores numéricos que foram determinados na coleta de dados dos equipamentos. Esses valores só precisaram ser normalizados para serem lançados no software utilizado no caso o Expert Choice. Após os julgamentos usando a escala fundamental de Saaty, a matriz obtida pode ser vista no quadro 6. Quadro 02: Matriz comparativa dos critérios. Confiabilidade Nº de interrupções na linha Dificuldade de manutenção Risco a segurança operacional Confiabilidade 1 1/4 1/2 3 Nº de interrupções na linha 4 1 2 4 Dificuldade de manutenção 2 1/2 1 3 Risco a segurança operacional 1/3 1/4 1/3 1 O software Expert Choice definiu os pesos relativos os quais, mostraram os valores exposto no gráfico 1: Gráfico 01: Pesos relativos dos critérios. Fonte: Expert Choice Foi obtido uma inconsistência de apenas 4%, chegou-se aos pesos de 16,3% para confiabilidade, 48,8% para o número de interrupções na linha, 26,4% para dificuldade de manutenção e 8,5% para o risco a segurança operacional. Para normalização dos valores de confiabilidade dos equipamentos citados no levantamento de dados, precisou-se primeiramente a harmonização, já que para esse critério, quanto menor for o valor, melhor é de se julgar a preferência. A harmonização foi feita com a divisão da soma dos valores pelo o valor de cada alternativa e a normalização foi realizada com a divisão do valor harmonizado da alternativa pela a soma dos valores harmonizados conforme dados visualizados no quadro 7: Quadro 07: Normalização dos valores das alternativas para o critério confiabilidade. Alternativas Confiabilidade Harmonização Normalização Ponte rolante 36,79% 2,2775 0,0061 Conjunto míxer 4,98% 16,8253 0,0451 Mesas de transferência 4,98% 16,8253 0,0451 Secador 0,25% 335,1600 0,8977 Serra de acabamento 36,79% 2,27750,0061 Total 83,79% 373,3656 1,0000 Usou-se os valores normalizados, no software Expert Choice e foram encontrados os seguintes graus de preferência em relação à confiabilidade, conforme o gráfico 2: Gráfico 02: Pesos das alternativas na perspectiva do critério confiabilidade. Fonte: Expert Choice Para o critério “número de interrupções na linha” os valores não precisaram ser harmonizados, pois para este caso, quanto maior for o valor, melhor é de se julgar a preferência. O quadro 8 apresenta os resultados obtidos: Quadro 08: Normalização dos valores das alternativas para o critério número de interrupções na linha. Alternativas Nº de interrupções na linha Normalização Ponte rolante 1 0,0769 Conjunto míxer 3 0,2308 Mesas de transferência 3 0,2308 Secador 6 0,4615 Serra de acabamento 0 0,0000 Total 13 1 Os valores normalizados foram em seguida levados ao Expert Choice obtendo os resultados do gráfico 3: Gráfico 03: Pesos das alternativas na perspectiva do critério número de interrupções na linha. Fonte: Expert Choice Para o critério de dificuldade de manutenção não há valores tangíveis ou mensuráveis, foi usada a matriz comparativa. Fazendo comparações aos pares entre as alternativas e obedecendo à escala fundamental de Saaty, foi possível transformar uma análise subjetiva em valores numéricos. Então as alternativas foram julgadas conforme segue no quadro 9: Quadro 09: Matriz comparativa das alternativas na perspectiva do critério de dificuldade de manutenção. Ponte rolante Conjunto míxer Mesas de transferência Secador Serra de acabamento Ponte rolante 1 3 4 1/3 5 Conjunto míxer 1/3 1 3 1/3 4 Mesas de transferência 1/4 1/3 1 1/5 3 Secador 3 3 5 1 7 Serra de acabamento 1/5 1/4 1/3 1/7 1 Apresentando os pesos relativos contidos no gráfico 4: Gráfico 04: Pesos das alternativas na perspectiva do critério dificuldade de manutenção. Fonte: Expert Choice O último critério julgado nas alternativas foi o risco a segurança operacional que os equipamentos oferecem. Da mesma forma que o critério anterior, utilizou-se a matriz comparativa para julgar as alternativas aos pares, conforme dados descritos no quadro 10. Quadro 10: Matriz comparativa das alternativas na perspectiva do critério de risco a segurança operacional. Ponte rolante Conjunto míxer Mesas de transferência Secador Serra de acabamento Ponte rolante 1 5 8 3 5 Conjunto míxer 1/5 1 1 1/4 2 Mesas de transferência 1/8 1 1 1/4 1 Secador 1/3 4 4 1 5 Serra de acabamento 1/5 1/2 1 1/5 1 Os julgamentos geraram os pesos relativos descritos no gráfico 5 através do Expert Choice: Gráfico 05: Pesos das alternativas na perspectiva do critério de risco a segurança operacional. Fonte: Expert Choice 5 RESULTADOS OBTIDOS Após serem feitos todos os julgamentos necessários, chegou-se ao resultado da eleição do equipamento que necessita de maior atenção da manutenção, como também a ordem de priorização dessa atenção, conforme descrito no gráfico 6. Gráfico 06: Síntese dos resultados obtidos do processo de análise hierárquica. Fonte: Expert Choice Pode-se visualizar, a partir do gráfico acima, que o secador é o que necessita de maior atenção, com um percentual de prioridade que chega 48,4%, em segundo, o conjunto míxer com 17,9%, em seguida a ponte rolante com 16,2%, em seqüência as mesas de transferência com 15,6% e em último a serra de acabamento com 1,9% de prioridade. É importante citar que a inconsistência geral (razão de coerência) da análise teve 5% de inconsistência que é a metade do tolerável. A análise de sensibilidade é quem nos mostra isso como no gráfico 7 a seguir: Gráfico 07: Análise de sensibilidade das alternativas em relação aos pesos dos critérios, situação atual. Fonte: Expert Choice No gráfico 7, observamos que o secador admite a maior contribuição para se atingir o objetivo, mesmo que aumente os pesos de todos os critérios com exceção de um, o risco a segurança operacional. Vejamos no gráfico 8, a partir de qual valor para esse critério, o secador deixa de ser o de maior contribuição. Gráfico 08: Análise de sensibilidade com o peso do critério “risco a segurança operacional” alterado. Fonte: Expert Choice Percebeu-se que, se o critério “risco a segurança operacional” tivesse peso maior ou igual a 62,0%, a ponte rolante que seria o equipamento selecionado como o que precisa de maior atenção da manutenção. 6 CONCLUSÕES A aplicação do método AHP mostrou a ordem de prioridade a ser ditada na obtenção de melhores resultados no setor de manutenção da empresa analisada. A tomada de decisão com a metodologia AHP proporcionou elementos baseados em critérios quantitativos para a determinação de quais equipamentos merecem maior interesse na condução do processo produtivo. A coleta de dados, no início do trabalho nos revelou que existe a necessidade de haver uma prioridade de atendimento da manutenção, em meio a tantos equipamentos que há na planta. Sabendo disso, buscou-se aplicar o método de tomada de decisão AHP, que nos mostrasse qual equipamento é o que precisa de maior atenção da manutenção e pondo os demais em sequência da prioridade. Com isso, verificou-se ser possível selecionar os principais equipamentos da linha de produção para aplicação do AHP. Os critérios usados para a análise foram: valores de confiabilidade e interrupções, e critérios qualitativos como a dificuldade de manutenção e o risco a segurança operacional oferecida pelo equipamento. Ao longo do trabalho, o método AHP mostrou diferentes cenários e gerou resposta simples e objetiva, convertendo uma avaliação subjetiva em valores numéricos, possibilitando uma análise determinante para o processo. Os resultados apresentados pelo Expert Choice, mostram que o secador é o equipamento que necessita de maior atenção da manutenção chegando a um percentual de prioridade de 48,4%, sendo mais que o dobro do valor atingindo pelo segundo equipamento priorizado. A aplicação do método AHP mostrou, o nível de comprometimento da produção industrial a partir das paradas para manutenção dos equipamentos, sendo que o secador é o equipamento que possui maior comprometimento à empresa caso ocorra parada. O trabalho permite estabelecer prioridades na manutenção e possibilidades de aperfeiçoamento desta função na empresa. Como sugestão de trabalhos futuros, a partir das informações contidas neste relatório, apontamos elaboração e implementação acompanhada de planos de manutenção para os equipamentos e a possibilidade análise preditiva para os equipamentos na linha de produção. 7 REFERÊNCIAS AZEREDO, J. S.; JUNIOR, G. G. P.; SANTOS, R. B. O.; BARRETO, D. N. S.; GONÇALVES, T. J. M. Utilização do método de análise hierárquica (AHP) para a seleção de um sistema integrado de gestão (ERP). Encontro Nacional de Engenharia de Produção, Ano 29, Salvador, BA, 2009. 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