Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Equilíbrio Ácido-Base e Gasometria Profª Darlene Cabral UNIFENAS Ver influencias na amostra temper. pH VIDE: http://widoctor.com.br/interpretac ao-da-gasometria- arterial/http://widoctor.com.br/inte rpretacao-da-gasometria-arterial/ http://saudeexperts.com.br/deseq uilibrio-acido-base-para- interpretacao-da-gasometria- arterial-parte-1/ Proteínas 15% Ácidos Nucleicos 7% Lipídeos 2% Carboidratos 15% Sais Minerais 2% Outros 1% Composição química das células Profª Darlene Cabral 1. Solvente de líquidos corpóreos. 2. Meio de transporte de moléculas. 3. Facilita reações químicas. 4. Atuação nas reações de hidrólise. 5. Regulação térmica. 6. Ação lubrificante. 7. Equilíbrio osmótico. 8. Equilíbrio ácido-base. 9. "Matéria-prima" para a realização da fotossíntese. Funções da Água • Permeia todas as porções de todas as células; • Todos os aspectos de estrutura celular e suas funções são adaptadas às propriedades físico-químicas da água. Profª Darlene Cabral A água é considerada um líquido neutro por ser o que menos se dissocia ou ioniza. Para cada 1 molécula de água dissociada em H+ e OH-, há 10.000.000 de moléculas não dissociadas => H2O ↔ H+ (10-7) + OH- (10-7) A água, portanto, tem o pH=7 Ionização da Água O pH é o inverso do logaritmo da concentração de H + 25ºC Profª Darlene Cabral pH é a medida da concentração dos íons hidrogênio nos líquidos O pH do sangue varia entre 7,35 e 7,45 A redução do pH é denominada acidose O aumento do pH constitui a alcalose Ambos, acidose e alcalose, podem afetar a estrutura e a atividade de biomoléculas, diminuindo acentuadamente a eficiência das reações químicas celulares A medida de pH no sangue e na urina são parâmetros importantes no diagnóstico clínico. Medida do potencial Hidrogeniônico - pH Profª Darlene Cabral Equilíbrio ácido-base do sangue É o controle da concentração de íons hidrogênios nos líquidos corporais, que depende do balanço entre produção e excreção de H+. Profª Darlene Cabral 2 Ácidos do organismo Metabolismo geral produz ácidos Ácidos não voláteis – Excreção urinária Metabolismo lipídico – Cetoácidos, ác. fosfórico Metabolismo glicídico – Ácido lático, pirúvico, cítrico Metabolismo proteico – Ácido sulfúrico, Ácido fosfórico Metabolismo nucleoproteínas – Ácido úrico Ácido volátil – Excreção pulmonar H2CO3 (H2O + CO2 ) Profª Darlene Cabral H20 + CO2 H2CO3 CO2 METABOLISMO H + HCO3- H + H + URINA H2O AC AC Profª Darlene Cabral SISTEMAS DE REGULAÇÃO DO pH Sistema Tampão Regulação Respiratória Regulação Renal Equilíbrio ácido-base Regulação Sangue – Tampão Bicarbonato Hemoglobina e outras Proteínas Pulmões Controle da ventilação - pO2 e pCO2 Rins Eliminação de ácidos Tampão Bicarbonato e Fosfato Eliminação da Amônia Profª Darlene Cabral Mecanismo regulador do pH sanguíneo Sistemas-tampão plasmático, hemático e o intersticial Imediato Tamponamento, que amortiza a variação de pH a despeito da constante adição de ácidos A regulação pulmonar ou respiratória Rápido – 1 a 15 minutos » Elimina ácido volátil (CO2) A regulação renal ou metabólica Lento, mas eficaz – horas ou dias » Elimina ácidos fixos regenerando o bicarbonato de sódio consumido no tamponamento Profª Darlene Cabral I. Sistemas Tampão do Organismo Atuação: Líquido intravascular – sangue Líquido intersticial – tecidos Líquido intracelular – interior das células Tampões Ácidos Bases Conjugadas Principal ação Tamponante Percentagem Tampão Bicarbonato CO2 ; H2CO3 HCO3 - Extracelular 64 % Hemoglobina HHb Hb - Eritrócitos 28 % Proteínas HProt Prot- Intracelular 7% Tampão Fosfato H2PO4 - HPO4 2- Intracelular 1 % Profª Darlene Cabral Importância do estudo do tampão bicarbonato Centros respiratórios são regulados pela [CO2] no sangue, permitindo manter o tampão nas concentrações convenientes; Sistema, quantitativamente, mais abundante no plasma sanguíneo. CO2 Profª Darlene Cabral 3 A produção de CO2 é contínua: Metabolismo energético CO2 CO2 CO2 Profª Darlene Cabral (H2O + CO2 H2CO3 H + + HCO3 -) AC AC AC = Anidrase Carbônica O H2CO3 é um ácido volátil e é representado pelo CO2 Anidrase carbônica Enzima existente nos eritrócitos ou glóbulos vermelhos, pulmões, rins. Catalisa a hidratação do CO2 nos eritrócitos, e, depois, a desidratação do ácido carbônico liberando CO2 para o ar pulmonar. Profª Darlene Cabral Em pH 7,4 Relação HCO3 - / H2CO3 = 20:1 pH = pKa + log [HCO3-] [H2CO3] Tampão Bicarbonato Equação de Henderson-Hasselbach H2O + CO2 H2CO3 H + + HCO3 - (componente metabólico) (componente respiratório) O ácido carbônico não pode ser medido em laboratório, mas é proporcional à concentração de CO2, que é medido na forma de pCO2 pH = 6,33 + log [HCO3] 0,03 x pCO2 Profª Darlene Cabral Tampão Bicarbonato Compensação na acidose metabólica (adição de ácido) Ácido carbônico é muito instável – dissocia-se de imediato H2CO3 CO2 + H2O Regulação respiratória (hiperventilação) AC Profª Darlene Cabral Ácido Tampão Bicarbonato Compensação na alcalose metabólica (adição de base) O bicarbonato é eliminado via renal OH– + H2CO3 HCO3– + H2O Regulação renal (associado à hipoventilação) Profª Darlene Cabral Base Tampão Fosfato H2PO4 - HPO4 2- + H+ Intracelular e renal Profª Darlene Cabral Neutraliza base Neutraliza ácido 4 Sistema tampão das proteínas Proteínas (intracelulares) Profª Darlene Cabral Recebe um H+ tornando NH3, base conjugada quando o meio estiver ácido. Doa esse H+, passando a ser COO–, ácido fraco. Meio básico, formando H2O. Aminoácidos Sistema tampão das proteínas Profª Darlene Cabral A função respiratória processa-se mediante três atividades distintas: Ventilação Perfusão Difusão II. Mecanismo Regulador Respiratório Profª Darlene Cabral II. Mecanismo Regulador Respiratório Fatores que influenciam o Centro Respiratório pO2 pCO2 pH fluxo sanguíneo temperatura Profª Darlene Cabral Influência da tensão de CO2 (pCO2) e do pH sobre a respiração: Na acidose (pH): O aumento de CO2 ou da acidez no sangue estimula o centro respiratório: Na alcalose ( ↑pH): inibição do centro respiratório para retenção de CO2: HIPERVENTILAÇÃO HIPOVENTILAÇÃO Profª Darlene Cabral pO2 do sangue arterial Estímulo da respiração com aumento da ventilação pulmonar Este fenômeno é importante no ajuste fisiológico da respiração sob tensões baixas de O2 atmosférico em grandes altitudes. Exemplo: jogo de futebol na Bolívia Influência da tensãode O2 (pO2) Profª Darlene Cabral 5 Regulação respiratória do pH Profª Darlene Cabral AC AC Na Acidose – ↓ pH: Hiperventilação (elimina CO2) – ↓ paCO2 Na Alcalose – ↑pH: Hipoventilação (retém CO2) – ↑ paCO2 Compensação respiratória do pH SANGUE Centro respiratório Pulmão Modifica a ventilação alveolar Compensação Compensação Profª Darlene Cabral III. Ajuste Renal Néfron Profª Darlene Cabral Mecanismos de Ajuste Renal 1) Reabsorve o bicarbonato filtrado, impedindo sua perda na urina. Regenera o bicarbonato consumido no tamponamento periférico, refazendo seus estoques. 2) Secreção de próton H+ (ácido) → Troca de H+ e K+ por Na+ 3) Eliminação de ácidos fixos (não voláteis) Recupera 01 HCO3 – para cada 01 H+ 4) Produção de amônia a partir da glutamina Profª Darlene Cabral HCO3- Regulação Renal do pH NH4 + H + Na+ Profª Darlene Cabral Produção de amônia Eliminação de ácidos fixos Reabsorve o bicarbonato Mecanismo de Ajuste Renal Tampão renal amônia Principal mecanismo renal O rim sintetiza e armazena glutamina – degrada na acidose para produzir 2 bicarbonatos e 2 amônias Profª Darlene Cabral Glutamina http://dc171.4shared.com/doc/NBR7Zt06/preview.html Produção de amônio nas células intercaladas alfa dos ductos coletores. Degradação de 01 glutamina: Gera dois bicarbonatos (HCO3 – ) que são reabsorvidos (produção de tampão bicarbonato) Elimina amônia – NH4 + (Excreção de ácidos) 6 Mecanismo de Ajuste Renal Tampão renal amônia Profª Darlene Cabral http://dc171.4shared.com/doc/NBR7Zt06/preview.html Produção de amônio (NH4) nos túbulos proximais, a partir da glutamina. (Adaptado de Valtin, H.; Schafer, J.A.) Produção de amônio nas células intercaladas alfa dos ductos coletores. O amônio é secretado em troca do sódio e o bicarbonato reabsorvido para o sangue. FILTRADO – LUZ TUBULAR Totalmente automatizado, utiliza quantidades extremamente pequenas de sangue arterial ou venoso. Diversos parâmetros são obtidos, como por exemplo: pH sanguíneo, pressão parcial de O2 pressão parcial de CO2, podem medir também eletrólitos e Hb Outros parâmetros são calculados. Profª Darlene Cabral Analisador de Gases Sanguíneos: Suporte essencial para pacientes internados em UTI e atendidos em PS. Gasometria Profª Darlene Cabral Gasometria Eletrodos especiais para a determinação do pH, da pressão parcial de dióxido de carbono (PCO2) e da pressão parcial de oxigênio (PO2), em temperatura controlada. Calibração prévia para uso, obtida por comparação com soluções padronizadas. A taxa de hemoglobina do sangue do paciente deve ser informada, para a correção do valor das bases em excesso ou em déficit (BE). Estes cálculos consideram a presença do sistema tampão da hemoglobina. Parâmetros e Valores de Referência Parâmetros Sangue arterial Sangue venoso pH 7,35 – 7,45 7,32 – 7,43 pCO2 35 – 45 mm/Hg 38 – 50 mmHg pO2 80 – 95 mmHg 35 – 40 mmHg Sat. O2 90 – 100% 60 a 75% HCO3 (BR) 22 – 28 mM/L 22 – 26 mM/L BE -3,0 – +3,0 mM/L -2 – +2 mM/L Profª Darlene Cabral Formato do laudo: Qual a amostra adequada? Sangue venoso Mostra todos os parâmetros necessários para avaliação do desequilíbrio ácido-base Sangue arterial Melhor avaliação da oxigenação (pO2) Profª Darlene Cabral 7 Cuidados na coleta da amostra Utilizar seringa própria que contém heparina lítica balanceada (para não haver alteração de resultados dos eletrólitos) ou heparinizar a seringa preferencialmente com heparina lítica. O anticoagulante deve ser liofilizado, evitando assim a diluição da amostra. Deixar que o sangue flua para a seringa e, imediatamente após a coleta, observar e retirar qualquer bolha de ar. Homogeneizar e vedar a seringa ou vedar a agulha utilizando uma rolha de borracha afim de não comprometer os valores de pO2. Analisar imediatamente após a coleta ou enviar na própria seringa, refrigerada entre 0 e 4°C (estável por 1 hora sob refrigeração). Seringa de gasometria vedada e pronta para ser enviada ao Laboratório. Profª Darlene Cabral Forma correta para análise da amostra. AMOSTRA PARA GASOMETRIA Cuidados na coleta da amostra Tempo de espera no máximo 20 min. à temperatura ambiente. Resfriamento da amostra (1 a 4oC) para reduzir o consumo de oxigênio pelos leucócitos, evitando a diminuição da pO2 e aumento da pCO2. Interferências Bolhas de ar - ↓ ou ↑ pCO2 (perda gasosa ↓; metabolismo celular ↑) Excesso de heparina - ↓ pCO2 Temperatura e pH Antes de introduzir a amostra no analisador de gases, a amostra deve ser homogeneizada novamente rolando a seringa entre as mãos e desprezar a 1ª gota de sangue em uma gaze (expelindo assim um possível coágulo que se forme na extremidade da seringa). Ver Gasometria e pH do sangue Parâmetros medidos – Hemogasimetria pH (potencial de hidrogênio) pCO2 (pressão parcial do gás Carbônico) pO2 (pressão parcial de oxigênio) Parâmetros estimados Equação Henderson-Hasselbach e Nomogramas BE (Base Excess) – dial alcalose ou acidose (+ ou -) BR (Bicarbonato Real) – concentração de HCO3 - ou BA (Bicarbonato atual) sO2 – Saturação de de Hb por O2 Conteúdo de CO2 – determinado a partir da pCO2 Profª Darlene Cabral Gasometria, pH e outros parâmetros Controle da ventilação Oxigenação pO2, sO2, Hb, outros Ventilação pulmonar PaCO2 Estado ácido-base pH Excesso de bases (BE - Base Excess) Bicarbonato Real (BR) – mostra distúrbios metabólicos Eletrólitos (ionograma) Dosagem do K+ sérico; Na+; Cl-; Mg+; Ca++; fosfato sérico Cálculo do intervalo aniônico (anion gap, D AG) Ureia e creatinina Profª Darlene Cabral Gasometria e pH do sangue http://amandaraphaelabioifes.wordpress.com/2011/02/25/sistema-respiratorio/ Profª Darlene Cabral pO2 (pressão parcial de oxigênio) - Representa a pressão parcial de oxigênio no ar alveolar e é medida em milímetros de mercúrio (mmHg). É a medida da pressão parcial do oxigênio no sangue arterial, mas refere-se apenas ao oxigênio dissolvido no plasma (3%). Não reflete a disponibilidade total de oxigênio para os tecidos. CONSULTAR: http://www.uff.br/WebQuest/pdf/acidobase.htm 8 Gasometria e pH do sangue http://aman daraphaela bioifes.word press.com/ 2011/02/25/ sistema- respiratorio/ Profª Darlene Cabral CONSULTAR: http://www.uff.br/WebQuest/pdf/acidobase.htm pCO2 (pressão parcial de CO2) A pressão parcial de CO2 do sangue arterial exprime a eficácia da ventilação alveolar, sendo praticamente a mesma do CO2 alveolar, dada a grande difusibilidade deste gás. VR: 35 a 45 mmHg. Se a PaCO2 estiver menor que 35 mmHg, o paciente está hiperventilando, e se o pH estiver maior que 7,45, ele está em Alcalose Respiratória. Se a PCO2 estiver maior que 45 mmHg, o paciente está hipoventilando, e se o pH estiver menor que 7,35, ele está em Acidose Respiratória. Gasometria e pH do sangue Profª Darlene Cabral sO2 – Saturação de O2 Mede a proporção em que o oxigênio está ligado à hemoglobina e é expressa em percentual. É um melhor indicador da disponibilidade total de oxigênio para ascélulas do organismo. A afinidade do oxigênio pela hemoglobina se altera devido à temperatura e ao pH do sangue. Adapatado de http://cwx.prenhall.com/bookbind /pubbooks/mcmurrygob/medialib/m edia_portfolio/text_images/FG28_1 2.JPG http://nutricionhuesca.blogspot.com.br/2011/02/tema-23.html Gasometria e pH do sangue Profª Darlene Cabral HCO3 – Bicarbonato As alterações na concentração de bicarbonato no plasma podem desencadear desequilíbrios ácido- básicos por distúrbios metabólicos. Se o HCO3- estiver maior que 28 mEq/L com desvio do pH > 7,45, o paciente está em Alcalose Metabólica. Se o HCO3- estiver menor que 22 mEq/L com desvio do pH < 7,35, o paciente está em Acidose Metabólica. Gasometria e pH do sangue BE (Base Excess) – dial alcalose ou acidose É a diferença entre o buffer base (total de bases) do paciente e o buffer base normal -3,0 a +3,0mEq/L Sinaliza o excesso ou o déficit de bases, permitindo avaliar a gravidade do distúrbio metabólico. O excesso de bases é encontrado nas alcaloses, e o déficit, nas acidoses. O BE não se altera nos distúrbios respiratórios agudos, pois não há tempo hábil para a resposta compensatória renal. Profª Darlene Cabral Gasometria e pH do sangue BE (Base Excess) – dial alcalose ou acidose Excesso de bases: BE for positivo e maior que + 3,0 mEq/L: Significa que existe um aumento do total de bases, isto é, o organismo está retendo bases, devido a um distúrbio metabólico primário (alcalose metabólica - ver adiante) ou compensatório (retenção renal de HCO3 para compensar o aumento da PCO2 de uma acidose respiratória crônica). Déficit de bases: Se o BE for negativo e menor que - 3,0 mEq/L: Significa que houve uma redução do total de bases, ou seja, o organismo perdeu bases, devido a um distúrbio metabólico primário (acidose metabólica - ver adiante) ou compensatório (excreção renal de HCO3 para compensar a diminuição da PCO2 de uma alcalose respiratória crônica – ver adiante). Profª Darlene Cabral Distúrbios Ácido-Base 7,35 7,45 ACIDOSE ALCALOSE 6,85 7,95 MORTE CELULAR Profª Darlene Cabral pH – potencial hidrogeniônico O QUE AVALIAR? 9 O QUE AVALIAR? ALCALOSE ALCALOSE ACIDOSE ACIDOSE 35 < pCO2 >45 40 mmHg 22 < HCO3 > 28 24 mmHg Respiratória Metabólica Um pH normal não indica necessariamente a ausência de um distúrbio ácido-básico, dependendo do grau de compensação. Profª Darlene Cabral Tipos Acidose: pH < 7,35 Alcalose: pH > 7,45 Etiologia Respiratória: Alterações da pCO2 por dificuldade de ventilação (trocas gasosas) nos alvéolos pCO2 diminuído (<35 mmHg) = Alcalose respiratória pCO2 aumentado (> 45 mmHg) = Acidose respiratória Metabólica: Alterações da concentração de [HCO3 -] Bicarbonato diminuído (<20 mmol/L) = Acidose metabólica Bicarbonato aumentado (> 33 mmol/L) = Alcalose metabólica Profª Darlene Cabral Classificação dos desvios do Equilíbrio Ácido-Base Alterações metabólicas Compensação respiratória Alterações respiratórias Compensação metabólica Distúrbios mistos Profª Darlene Cabral Patogênese Hipoventilação e redução da eliminação de CO2 pelos pulmões insuficiência respiratória aguda (IRA) ou crônica (IRC). Alterações Hipoventilação ↑pCO2 (> 45mmHg) ↓ pH (< 7,35) BR – [HCO3 -] N ou ↑ (compensação) BE – Normal (agudo não compensado) ↓pH = 6,33 + log [HCO3 -] < 20 (0,0307 x pCO2↑) 1 BR = Bicarbonato Real BE = Base Excess (Excesso de Base) Profª Darlene Cabral Acidose respiratória Acidose respiratória Principais Causas DPOC (Doenças Pulmonares Obstrutivas Crônicas) Ex: fibrose, enfisema Pneumonias severas Doenças das vias respiratórias (bronquite, asma) Insuficiência cardíaca congestiva Alterações no SNC: doenças como AVE, TCE (trauma), tumor e fármacos (morfina, álcool) Obstrução das vias respiratórias Doenças neuromusculares (lesão medular, miopatias, miastenia gravis) Profª Darlene Cabral Estado de compensação Compensação metabólica – rápido: Tamponamento H+ + HCO3 - H2CO3 Compensação Renal (2 a 5 dias) Eliminação de ácidos fixos pelos rins – processo lento Aumento da recuperação de HCO3 - Reabsorção de bicarbonato ↑ HCO3 - Glutamina – Produção de bicarbonato/ eliminação de amônia »NORMALIZAÇÃO DO pH Profª Darlene Cabral HCO3- NH4 + H+ Acidose respiratória 10 Patogênese Hiperventilação e perda excessiva de CO2 pelos pulmões. Alterações Hiperventilação ↓ pCO2 (< 35mmHg) ↑ pH (>7,45) BR – [HCO3 -] N ou ↓ (compensação) BE – Normal (agudo não compensado) ↑pH = 6,33 + log [HCO3 -] > 20 (0,0307 x pCO2 ↓) 1 Profª Darlene Cabral Alcalose respiratória Principais causas Hipóxia Hiperventilação por ventilação mecânica (perfusão) Grandes altitudes Anemia severa Fármacos (salicilatos – causam estímulo do centro respiratório) Alterações do SNC (febre alta, trauma, crise de ansiedade, tumores, meningite, encefalite, hipertensão intracraniana) Hipertireoidismo Estado de compensação Tamponamento sanguíneo Redução da secreção renal de H+ ( rentenção de H+) Redução da recuperação renal de HCO3 - (excreção de HCO3 -) – Urina alcalina »NORMALIZAÇÃO DO pH Profª Darlene Cabral Alcalose respiratória Acidose metabólica Patogênese ↑ da produção de ácidos não voláteis; ↓ da excreção renal de ácidos, ↓ da recuperação renal de HCO3 - [< 24 mmol/L], perda excessiva de HCO3 - Alterações [HCO3 -] ↓ pCO2 N (Quadro inicial) ou ↓ na compensação ↓ pH (< 7,35) BE – ↓ ↓pH = 6,33 + log [HCO3 -] ↓ < 20 (0,0307 x pCO2) 1 A pCO2 está normal no início Profª Darlene Cabral Principais causas Aumento da produção de ácidos fixos Por transtorno metabólico Acidose diabética (cetoacidose - ácido acetoacético, betahidroxibutírico) Acidose de jejum (cetoacidose) Acidose láctica (choque, hipoxemia) Por ingresso de subst. produtoras de ácidos Intoxicação de metanol, etilenoglicol, paraldeído e salicilato Ingesta de aminoácidos em estado de cloridrato Por perda de base Diarreia e fístulas (biliar e pancreática - perdas de grandes quantidades de bicarbonato nas fezes – cólera, colite ulcerativa , disenterias graves) Inibidores de anidrase carbônica Diminuição da eliminação renal de H+ Acidose urêmica, acidose tubular renal, insuf. suprarrenal, etc Profª Darlene Cabral Acidose metabólica Estado de compensação Tamponamento sanguíneo (vide teoria) Hiperventilação - ↑ da eliminação de CO2 Aumento da excreção renal de H+ Aumento da recuperação renal de HCO3 - (reabsorção de HCO3 -) Produção renal de HCO3 - e excreção de amônia »NORMALIZAÇÃO DO pH Profª Darlene Cabral Acidose metabólica Patogênese Aumento da retenção de HCO3 -, perda de H+ Alterações [HCO3 -] ↑ pCO2 N (Quadro inicial) ou ↑ na compensação ↑ pH (> 7,45) BE ↑ ↑ pH = 6,33 + log [HCO3 -]↑ > 20(0,0307 x pCO2) 1 Profª Darlene Cabral Alcalose metabólica 11 Principais causas Perda de H+ Vômitos intensos e prolongados Hiperaldosteronismo Síndrome de Cushing Administração prolongada de corticóides Perda excessiva de íons K+ pelos rins (↑Na+ - ↓H+) Uso contínuo de antiácidos estomacais (bicarbonato) Profª Darlene Cabral Alcalose metabólica Estado de compensação Tamponamento (vide teoria) Hipoventilação - ↑ da retenção de CO2 ↓ da secreção renal de H+ ( rentenção de H+) ↓ da recuperação renal de HCO3 - (excreção de HCO3 -) – Urina alcalina »NORMALIZAÇÃO DO pH Profª Darlene Cabral Alcalose metabólica Distúrbios primários – pH & gases Distúrbio pH pCO2 BE HCO3- Alcalose respiratória N ou N ou Acidose respiratória N ou N ou Alcalose metabólica N ou Acidose metabólica N ou Profª Darlene Cabral Interpretação da gasometria Nomograma de Sigaarden-Andersen Alcalose respiratória aguda. Acidose metabólica aguda e crônica. Alcalose metabólica aguda e crônica. Acidose respiratória aguda e crônica. Acidose respiratória aguda. Profª Darlene Cabral Eletrólitos Cátions Ânions Sódio 142 mEq/L Bicarbonato 25 mEq/L Potássio 5 mEq/L Cloro 105 mEq/L Cálcio iônico 5 mEq/L Fosfato 2 mEq/L Magnésio 3 mEq/L Sulfato 1 mEq/L Ácidos orgânicos 6 mEq/L Proteínas 16 mEq/L Total 155 mEq/L Total 155 mEq/L Composição eletrolítica do sangue O hiato aniônio ou intervalo aniônico ou anion gap é a diferença entre os cátions presentes no sangue (sódio) e os ânions (bicarbonato e cloro). Considerando o princípio da eletroneutralidade, tem-se: Para calcular o intervalo aniônico ou anion gap (AG): Na + + cátions não mensuráveis = Cl - + HCO3 - + ânions não mensuráveis AG = Na + – (Cl - + HCO3 - ) Anion Gap (AG) ou Hiato Aniônico (VR= 8 a 16 mEq/L) 12 Anion Gap (AG) ou Hiato Aniônico O principal uso do hiato aniônico é no diagnóstico diferencial das acidoses metabólicas: Acidose metabólica com hiato aniônico normal Acidose metabólica com hiato aniônico elevado. Deve ser calculado em todos os casos de suspeita de distúrbio ácido-básico pois pode identificar uma desordem mesmo quando o pH é normal ou alcalêmico. Um aumento do AG significa elevação de ânions plasmáticos não mensuráveis, incluindo lactato e são mais preocupantes. Profª Darlene Cabral Na 140 HCO3 24 Cl 100 Cátions Ânions mEq/L AG AG (Anion Gap) = sódio - (cloro + bicarbonato) VR = 8 + 4 mEq/L (quando elevado indica a presença de acidose) Profª Darlene Cabral Causas de aumento do Anion Gap plasmático Etiologia Acidose láctica Cetoacidose Insuf. de filtração renal Salicilato Metanol Etilenoglicol Paraldeído Ânion não mensurado Lactato b-OH butirato, acetoacetato Sulfato, fosfato, urato Salicilato, cetoânions, lactato Formaldeído Glicolato, oxalato Acetato Proteínas Profª Darlene Cabral Distúrbios e compensação do pH do sangue Boa semana! Profª Darlene Cabral COLETA DE SANGUE ARTERIAL Material Seringa (1 – 3mL) rinsada com heparina lítica (deixar mínima quantidade no espaço morto da seringa) Agulha hipodérmica de pequeno calibre (22 a 25G) Álcool a 70% iodado - Assepsia Profª Darlene Cabral 13 PUNÇÃO ARTERIAL Riscos: Sangramento, hematoma, dor local Embolia Infecção Trombose da artéria puncionada Indicação absoluta quando se trata de gasometria arterial Eventualidades recém-nascidos, pressão muito baixa, choque Locais de punção: artéria radial, artéria femoral, artéria braquial. Profª Darlene Cabral PUNÇÃO ARTERIAL 1. Lavar as mãos e calçar luvas, 2. Utilizar seringa para gasometria com heparina lítica. 3. O paciente deve repousar por 30 minutos, 4. Palpar a artéria e realizar anti-sepsia com iodo-povidona e álcool a 70%. Deixar secar. 5. Puncioná-la em ângulo de 30º a 90º, 6. Deixar fluir o sangue naturalmente - Coletar cerca de 2 mL de sangue, 7. Remover agulha e seringa, 8. Aplicar pressão ao local puncionado com gaze estéril de 5-15minutos; Profª Darlene Cabral PUNÇÃO ARTERIAL 9. Retirar bolhas de ar e colocar tampa hermética (tampa de ponta tipo Luer-lock) sobre a ponta da seringa; 10.Girar a seringa suavemente entre as mãos para misturar o sangue e a heparina; Analisar imediatamente ou colocar a amostra imersa em água com gelo (temperatura entre 1 e 5oC) para reduzir o consumo de oxigênio pelos leucócitos, evitando a diminuição da pO2 e aumento da pCO2 e alteração do pH. Ocorre glicólise anaeróbica se demorar Estável por até 15 minutos. Profª Darlene Cabral Interferências Bolhas de ar - ↓ou ↑ a pCO2 dependendo dos seus níveis plasmáticos Excesso de heparina - ↓ pCO2 A heparina é alcalina (pH ~6,8) e, quando em excesso na amostra pode falsear a determinação do pH. Interpretação da gasometria - pH Passo 1: Olhe para o pH: Está normal, ácido ou alcalino em relação à faixa normal (7,35-7,45)? Se o pH estiver ácido (acidemia), é por que existe uma acidose. Se o pH estiver alcalino (alcalemia), é por que existe uma alcalose. Se o pH estiver normal, de duas uma: ou não há distúrbio ácido-básico, ou há dois distúrbios que se compensaram. Profª Darlene Cabral Interpretação da gasometria - pH Passo 2: Qual o distúrbio ácido-básico que justifica este pH? pH ácido (< 7,35) - Pode ser justificado: pelo aumento da PCO2 (acidose respiratória), ou pela redução do HCO3- (acidose metabólica). pH alcalino (> 7,45) - Pode ser justificado: pela redução da PCO2 (alcalose respiratória) ou pelo aumento do HCO3- (alcalose metabólica). Profª Darlene Cabral Interpretação da gasometria - pH Passo 2: Qual o distúrbio ácido-básico que justifica este pH? BE (+3 a -3 mEq/L): base excess ou DB (Défice de Bases) cálculo realizado a partir dos valores de pH, de pCO2 e da [Hb]: sinaliza o excesso ou o déficit de bases, permite avaliar a gravidade do distúrbio metabólico ou respiratório crônico Excesso de bases = alcaloses Déficit = acidoses. Profª Darlene Cabral 14 Interpretação da gasometria - pH EXEMPLOS: Caso 1: pH= 7,52 () PC02 = 22mmHg () HC03- = 24mEq/L () BE = - 2,6 mEq/L Alcalose Respiratória Profª Darlene Cabral Parâmetros Sangue arterial pH 7,35 – 7,45 pCO2 35 – 45 mm/Hg HCO3 (BR) 21 – 31 mM/L BE -3,0 – +3,0 mM/L ??? Interpretação da gasometria - pH Caso 2: pH= 7,30 () PC02 = 27mmHg () HC03- = 13mEq/L () BE (DB)= -8,2 mEq/L DB = Défice de Bases Acidose Metabólica Profª Darlene Cabral Parâmetros Sangue arterial pH 7,35 – 7,45 pCO2 35 – 45 mm/Hg HCO3 (BR) 21 – 31 mM/L BE -3,0 – +3,0 mM/L Interpretação da gasometria - pH Caso 3: pH =7,21 () PC02 = 80mmHg () HC03- real = 29mEq/L BE = +0,5 mEq/L Acidose Respiratória Profª Darlene Cabral Parâmetros Sangue arterial pH 7,35 – 7,45 pCO2 35 – 45 mm/Hg HCO3 (BR) 21 – 31 mM/L BE -3,0 – +3,0 mM/L Interpretação da gasometria - pHCaso 4: pH= 7,47 () PCO2= 58 mmHg () HCO3- = 37mEq/L () BE = +5,5 mEq/L Alcalose Metabólica Profª Darlene Cabral Parâmetros Sangue arterial pH 7,35 – 7,45 pCO2 35 – 45 mm/Hg HCO3 (BR) 21 – 31 mM/L BE -3,0 – +3,0 mM/L
Compartilhar