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SOARES, Carmen Lúcia. Educação Física: Raízes Européias e Brasil. Campinas, SP: Autores Associados, 2001. Referência Biblioteca Funorte: 796 (81) S676e Capítulo I: As bases políticas, econômicas e sociais da Educação Física (Gênese da Educação Física nos ideais burgueses do Séc. XVIII). 1)A ciência e a construção do homem novo necessário ao capital: homem produtivo/ homem biológico - Séc. XIX – corpo e sua utilização enquanto força de trabalho. Estado burguês e classe burguesa x classe operária. Para manter a hegemonia burguesa era preciso criar um homem novo: aspectos mentais, intelectuais, culturais e físicos. - Educação Física: encarna e expressa gestos automatizados, disciplinados e se faz protagonista de um corpo “saudável”. - Homem entendido como um ser que se humaniza pelas relações sociais e ocupa o centro de criação da nova sociedade. Passa a ser explicado e definido nos limites biológicos, a partir de leis próprias que o mundo físico e humano deve obedecer e a ciência descobrir. -Abordagem POSITIVISTA: baseada na física, biologia, história natural, mecanicista e individualista. Explicação das desigualdades como naturais. - Educação Física (tanto no interior da instituição escolar quanto fora dela, será a expressão de uma visão biologizada e naturalizada da sociedade e dos indivíduos. Idéias de hierarquia, ordem, disciplina, fixidez, esforço individual, saúde como responsabilidade individual, competição e concorrência). - Influência da EUGENIA: ciência capaz de explicar biologicamente a humanidade, fornecendo uma ênfase exacerbada na raça e no nascimento. Teorias raciais. Brasil: Educação Física colada aos ideais eugênicos de regeneração e embranquecimento da raça. Domínio do corpo biológico valorizado. 2)Da saúde do “corpo biológico” à saúde do “corpo social”: o pensamento médico higienista e a definição dos hábitos da família moderna - Desenvolvimento da Ciência Médica: Medicina Social. - Classes no poder: queriam encontrar outras causas que não as SOCIAIS para dar conta de explicar a degradação física, social e intelectual da classe operária. Poderiam ser causas biológicas, do meio físico, naturais e morais. -Europa do Séc. XIX: Discurso HIGIENISTA Forte caráter moralizador, normativo e adaptativo-educativo como instrumentos de intervenção na sociedade. Busca alterar hábitos, costumes, crenças e valores. Educação Física, moral, intelectual e sexual. -Educação Física: cuidados corporais e higiênicos considerados pelos médicos como necessários à prevenção das doenças e à manutenção da saúde. -Educação Física construída por uma sociedade naturalizada e biologizada será então tomada como a “educação do físico”e associada diretamente à saúde do “corpo biológico” (social), com forte influência dos médicos higienistas. Capítulo II: Em nome da saúde do corpo social 1) Instituição Escolar e Educação Física: “contribuição” para manter e prevenir a saúde do corpo social. -Segundo quartel do Séc. XIX, a burguesia já afirmava que a força física de uma nação interfere em sua prosperidade. Era preciso adestrar o corpo, desenvolver o vigor físico, disciplina-lo para sua função de produção e reprodução do capital. - As políticas de educação escolar, juntamente com as políticas de saúde em suas expressões higienistas e sanitaristas, complementam o cerco ao trabalhador. - Fenômeno educacional e a escola: enquanto espaço institucional vão adquirir diferentes contornos em função dos interesses de classe no poder. - Meados do Séc. XIX: Escolarização compreendida como conjunto de mecanismos para controle das formas de pensamento e de ação do “corpo social”, ganhando espaço o conteúdo referido ao exercício físico como elemento da educação.
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