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1 IMPOTÊNCIA COEUNDI Impotência em que o animal não consegue realizar a cópula de maneira adequada, havendo diminuição de libido. ALTERAÇÕES DO DESENVOLVIMENTO FIMOSE E PARAFIMOSE A diminuição congênita do diâmetro do óstio prepucial pode impedir a protrusão do pênis fimose), ou impedir o retorno do pênis à bainha prepucial (parafimose). A fimose e a parafimose podem ser decorrentes de processos inflamatórios ou neoplásicos. HIPOSPADIA Hipospadia é uma condição na qual o óstio uretral externo está localizado ventralmente no pênis, podendo abrir-se entre sua posição normal na glande até o arco isquiádico. Pode haver uma ou varias aberturas na uretra, ou toda a uretra encontrar-se aberta. Em bovinos, é um achado frequente quando os rebanhos são altamente consanguíneos. PÊNIS BÍFIDO Pênis bífido, duplo ou diphallus é uma alteração muito rara, caracterizado pela presença de duas glandes. PERSISTÊNCIA DO FRÊNULO PENIANO O frênulo peniano é um feixe de tecido conjuntivo que une o prepúcio à parte ventral da glande e sua persistência congênita causa desvio do pênis, impedindo a protrusão normal. É um achado mais comum em touros das raças Shorthorn e Aberdeen Angus. ALTERAÇÕES CIRCULATÓRIAS HEMATOMA PENIANO O hematoma peniano é resultante do rompimento traumático da túnica albugínea, geralmente em decorrência de acidentes durante a cópula. Ocorre com frequência em bovinos. ALTERAÇÕES INFLAMATÓRIAS ACROBUSTITE Acrobustite é um processo inflamatório crônico do prepúcio com estreitamento do seu óstio e com consequente não exteriorização do pênis. Bovinos que apresentam umbigo grande, como nas raças zebuínas, são os mais suscetíveis. O prolapso da mucosa prepucial e o consequente traumatismo constituem a causa. BALANOPOSTITE Balanopostite é a inflamação da glande e do prepúcio, denominada, respectivamente, de balanite e de postite. Muitos agentes que causam vaginite e aborto nas fêmeas, como, por exemplo, o Tritrichomonas foetus, causam balanopostite nos machos, mas a infecção é quase sempre inaparente. O vírus da vulvovaginite pustular (herpesvírus bovino tipo 1) causa vaginite, endometrite e aborto nas fêmeas bovinas e balanopostite nos touros. Também em suínos, equinos (exantema coital) e cães, os herpesvírus têm sido incriminados como causa de balanopostite e de vaginite. Estudos epidemiológicos indicam que o número de touros portadores assintomáticos de agentes de doenças venéreas como a campilobacteriose e a tricomonose é bastante elevado no nosso meio. No estado do Mato Grosso do Sul, 56% de 132 touros examinados foram positivos para campilobacteriose. Em uma avaliação envolvendo amostras provenientes dos estados de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, São 2 Paulo, Bahia, Rio de Janeiro, Goiás, Pernambuco e Distrito Federal, foram detectadas 249 amostras positivas entre 910 amostras examinadas. O Tritrichomonas foetus também tem sido detectado com frequência em touros brasileiros. Este agente se localiza preferencialmente nas criptas da mu- cosa peniana e com menor frequência nas criptas prepuciais. Os organismos estão presentes em debris celulares (esmegma prepucial) depositados nessas criptas. Normalmente, esses agentes não são detectados na uretra ou nas glândulas sexuais acessórias. Secreção prepucial purulenta é frequentemente observada em cães, e, na maioria dos casos, este achado carece de importância clinica. Contudo, estudos recentes demonstraram que a leishmaniose visceral está frequentemente associada a balanite e postite, ou balanopostite histiocitária difusa, com abundancia de amastigotas de Leishmania chagasi intralesionais, com localização intracitoplasmática em macrófagos. Conforme salientado no capítulo sobre epidídimo, o agente tem tropismo pelo sistema genital masculino, particularmente pelo epidídimo e pela genitália externa. Além disso, foram comprovadas a eliminação de Leishmania pelo sêmen e a transmissão venérea da infecção na ausência do vetor invertebrado. NEOPLASIAS DO PÊNIS E DO PREPÚCIO Os tumores de pênis geralmente são observados na glande e ocorrem mais frequentemente nos caninos, bovinos e equinos. Nos bovinos, o mais comum é o fibropapiloma, uma neoplasia de transmissão venérea, possivelmente causada por uma variação do vírus do papiloma cutâneo. Pode apresentar cura espontânea e caracteriza-se por revelar formações nodulares, lembrando o aspecto de uma couve-flor. Nos equinos, o mais comum é o carcinoma de células escamosas. Aparentemente, o esmegma prepucial tem participação na gênese desse tumor. Nos cães, o tumor venéreo transmissível, conhecido também como tumor de Sticker, granuloma venéreo ou sarcoma transmissível, é um tumor que tem a particularidade de ser facilmente transplantado. Pode ter cura espontânea e fornecer certo grau de imunidade ao hospedeiro. Assim, um cão que teve tumor venéreo torna-se resistente, e seu soro dado a outro cão protege este contra o tumor. Admite-se que seja causado por um vírus, embora sua etiologia ainda não esteja esclarecida. Historicamente, foi o primeiro tumor a ser transmitido por via experimental de um cão para outro. Aparece sob a forma de nódulos avermelhados, sangra e ulcera-se facilmente; é pouco infiltrativo e raramente apresenta metástase. É de transmissão venérea. Uma particularidade que tem chamado a atenção para esse tumor é o número de cromossomos nas células neoplásicas: as células normais do cão possuem 78 cromossomos, enquanto as células neoplásicas possuem 58, diferindo do histiocitoma, cujas células têm o número normal de cromossomos da espécie canina. Este tipo de neoplasia apresenta regressão espontânea e também resultado satisfatório à quimioterapia. Durante sua regressão, ocorre parada da proliferação das células tumorais, aumento no número de células apoptóticas, aumento no infiltrado leucocitário, particularmente linfócitos T e proliferação de tecido conjuntivo fibroso. O tumor venéreo transmissível pode ter localização extragenital, sobretudo nas mucosas (oral, ocular e nasal) e esporadicamente na pele. A disseminação dessa neoplasia para outras partes do corpo ocorre, na maioria das vezes, por implantação das células neoplásicas, e não pela distribuição dessas células por via hematógena.
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