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Princípios Gerais do Direito Penal

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Princípios Gerais do Direito Penal
Abaixo estão listados os princípios mais importantes do Direito Penal, como anterioridade da norma, devido processo legal, inocência, retroatividade de lei mais benéfica, direito à defesa, dentre outros.
Anterioridade da Norma ou Princípio da Legalidade
Dentro desse princípio, há a exigência de uma lei anterior que defina a prática de um ato reprovável como crime. Caso o ato não seja caracterizado crime, então o praticante não será condenado. “Não existe crime, ou pena, sem lei prévia que o defina.”
Devido Processo Legal
Não há possibilidade do juiz condenar um acusado qualquer, de maneira arbitrária, sendo que quem praticou o crime tem o direito de ter um julgamento justo. Os tribunais de exceção, no caso, estão proibidos. Eles são característicos daqueles em que o acusado já tem conhecimento prévio da condenação, mesmo antes do veredicto. Logo, o julgamento passa a ser definido como farsa que justifica a pena, embora aparente um caráter justo e isento.
Princípio da Inocência
Presumidamente, todo cidadão é inocente, salvo quando se prova o contrário. Logo, quem precisa provar a culpa do acusado é o Estado, e não ele provar sua inocência. “Para o direito penal, na dúvida, é melhor que um culpado seja solto, do que um inocente punido.
Retroatividade da Lei mais Benéfica
“Quando o fato não é mais considerado crime pela nova lei, ocorre o fenômeno da abolitio criminis.” O acusado pode ser beneficiado caso a sua pena seja diminuída, ou o crime ser descriminalizado (ou seja, deixarem de ser crimes, como foi o caso do adultério e da sedução), após a condenação. Entretanto, em caso contrário, se a lei se tornar mais severa, não será aplicada ao réu.
Direito à Defesa
“Se a pessoa não tiver recurso para contratar um defensor, o Estado proporcionará a defesa.” Independentemente do crime praticado e das suas circunstâncias, qualquer acusado tem direito à defesa.
Princípio da Legalidade
Limita o poder punitivo do Estado, não havendo crime, caso não haja lei que defina a infração penal e lhe imponha uma pena. A lei penal é fundamentada formalmente pela previsão da infração penal, e é dela que se retira a fonte exclusiva da aplicação da pena.
Princípio da Intervenção Mínima
Sua principal função é orientar e limitar o poder incriminador do Estado. Considera um ato como crime, somente se constituir proteção a determinado bem jurídico. Se recorre ao Direito Penal, apenas quando os meios de controle estatal e jurídicos foram insuficientes.
Princípio da Fragmentariedade
Estabelece que nem toda ameaça de lesão ou lesão são proibidos de acordo com a lei penal, como da mesma forma, nem tudo tem sua proteção. O Código Penal se limita aos fatos mais graves e que sugerem maior importância, tendo caráter seletivo de ilicitude.
Princípio da Culpabilidade
Habilidade de tornar alguém incapaz de praticar infração penal, possibilitando a aplicação de uma pena com limites de individualização. Ou seja, àquele autor de um fato considerado antijurídico, não pode ser responsabilizado pelo seu resultado, caso não tenha agido com culpa ou dolo.
Princípio da Humanidade
O poder punitivo estatal é vedado por esse princípio, que proíbe a aplicação de penas cruéis como a capital e a prisão perpétua, pois são sanções que atingem a dignidade da pessoa humana. Prioriza-se a ressocialização do condenado através da execução penal, e não a sua degradação.
Princípio da Dignidade da Pessoa Humana
Previsto na Constituição Federal de 1988, esse princípio defende a dignidade do homem, protegendo-o das ações indevidas e arbitrárias do Estado. A razão deve prevalecer acima da emoção, no momento de se julgar a criminalidade do pior dos delinquentes, jamais intervindo como instrumento repugnante ou vexatório.
Princípio da Insignificância
Também conhecido como bagatela, o princípio da insignificância analisa a proporção entre a gravidade da conduta do criminoso, e a necessidade da intervenção estatal sobre isso.
Princípio da Adequação Social
Condutas socialmente permitidas, adequadas ou até mesmo toleradas não devem ser tipificadas pela lei penal, mas somente aquelas condutas de relevância social. O princípio seleciona os comportamentos, além de determinar valores aos mesmos.
Princípio do in dúbio pro reo
Na dúvida sobre a acusação da prática de uma infração penal, o acusado, em seu julgamento final, deverá ser absorvido. Quando não houver provas suficientes, havendo dúvidas, acata-se a interpretação mais favorável ao réu.
Princípio da Igualdade
Princípio que rege a aplicação da lei penal de maneira igualitária a todos os cidadãos. Prioriza-se a igualdade material acima da formal, buscando a não discriminação e proibido diferenças de tratamento, como está prescrito na Constituição Federal de 1988.
Princípio da Exclusiva Proteção dos Bens Jurídicos
Também conhecido como da ofensividade ou da lesividade, ocorre quando há lesão ou ameaça ao bem jurídico protegido por lei. Esse bem jurídico poder ser a vida, integridade física, propriedade, etc.
Princípio da Efetividade
De acordo com esse princípio, o Direito Penal, quando na sua intervenção, deve sempre ser eficaz e agindo de maneira preventiva e, quanto necessário, repreensiva.
Princípio da Proporcionalidade
Destina-se ao legislador, quando for criar uma norma com base na previsão de um fato abstrato, que leve em consideração a constituição de uma pena proporcional a prática antijurídica. Num segundo momento, quando se tratar de fatos concretos, o Estado-juiz, aplicador da lei penal, deve ter em mente aplicar pena proporcional, dentro dos critérios objetivos e subjetivos, ao injusto praticado.
Princípio do ne bis in idem
Para a prática de uma única infração penal, deverá haver somente uma punição criminal, impossibilitando a existência de duas ou mais punições.
Princípios do Direito Processual Penal
Esse é o assunto de maior relevância dentro das definições de Direito Processual Penal. Ele só se torna legal quando há obediência a todos esses princípios. Todo e qualquer processo penal se respalda, direta ou indiretamente, nos princípios que o regem. Entretanto, há casos em que se admitem exceções aos casos, por força do mandamento constitucional ou infraconstitucional, pois os princípios, como quase tudo no Direito, não são absolutos.
Os princípios do Direito Processual Penal se complementam; alguns, entretanto, não se integram o tempo todo, devido a sua própria natureza e finalidade; mas raramente se contradizem.
Verdade Real
Este princípio não permite que se crie artificialismos ou formalismos que sejam capazes de criar obstáculos ao conhecimento verdadeiro de um fato, sua autoria, circunstâncias e real maneira que ele ocorreu. A apuração da verdade é a prioridade no processo penal.
Oralidade
Neste princípio, quando acusação e defesa fazem declarações, a validade delas depende, primeiramente, do seu pronunciamento oral. Verifica-se uma tendência em desburocratilizar o processo penal brasileiro, tornando-o mais oralizado.
Imparcialidade do Juiz
Este princípio exige que o juiz não julgue motivado por sentimentos que possam obscurecer o caráter e os valores da finalidade primária do Direito, a justiça. Ela deve ser aplicada segundo as normas jurídicas, colocadas em prática quando necessário. Os interesses da própria conveniência do magistrado não podem se sobressair no pronunciamento jurisdicional que ele realizará. Como os outros princípios, o da Imparcialidade do Juiz também não é absoluto. No conflito entre jus puniendi e o jus libertatis, a balança da justiça deve se inclinar a favor do último.
Igualdade das Partes
Por este princípio, as partes exercem idênticos direitos, ônus, obrigações e faculdades, além de se encontrarem no mesmo pé de igualdade, em juízo. Nenhuma das partes é mais importante, mais merecedora de direitos que a outra.
Livre Convencimento
O juiz, perante um processo, não pode julgá-lo segundo extra autos, ou seja, baseado em fatos que tomou conhecimento fora do processo. Isso torna-se umpressuposto do princípio, pois evita as tomadas de decisões parciais.
Publicidade
Este princípio trata da obrigatoriedade de todos atos processuais serem públicos, impossibilitados de sofrer qualquer tipo de restrição ou censura. O processo não é e não pode ser sigiloso. Há limites na publicidade, dependendo do processo (no caso de vítima de estupro, por exemplo).
Obrigatoriedade
O princípio da obrigatoriedade determina o dever da autoridade policial em tomar conhecimento dos crimes que são apurados por meio de ação penal pública, seja ela condicionada ou incondicionada, e instaurar um inquérito policial de ofício. Já o órgão do Ministério Público deve promover, através da denúncia, a ação penal.
Indisponibilidade
Muito semelhante ao princípio da obrigatoriedade, no princípio da indisponibilidade, o inquérito policial já está instaurado e não poderá ser arquivado de ofício pela autoridade policial. Já o Ministério Público não poderá desistir da denúncia oferecida, nem do recurso intermediado.
Contraditório
Conhecido também como bilateralidade da audiência, esse princípio garante a ampla defesa do acusado, sem qualquer tipo de restrição; mas também cabe à acusação ir contra os argumentos apresentados pelo réu. Na fase pré-processual, ou seja, no inquérito policial, não se faz exigência do contraditório.
Iniciativa das Partes
A tutela jurisdicional é invocada por uma ação penal, um direito instrumental, obedecendo a composição de uma lide penal. Nos crimes de ação penal pública, o Ministério Público representa a titularidade da ação penal, e nos de ação privada, o ofendido ou o seu representante legal. Portanto, se o titular da ação deseja que o autor do crime seja processado e julgado, ele deverá promover uma ação penal respectiva aquele caso.
Impulso Oficial
Para que o processo não fique paralisado, o magistrado investido da jurisdição penal, poderá dar continuidade ao processo, não sendo necessário sua invocação para prática dos atos cabíveis.
Juiz Natural
Este princípio prevê que para um dado fato a ser julgado, o órgão ou juiz incumbido do julgamento, deverá estar designado para aquele caso. Ou seja, após um fato, é constitucionalmente vedado a criação ou designação de órgão ou tribunal. No Código de Processo Penal Brasileiro, o juiz é tratado como órgão jurisdicional, assumindo caráter impessoal, não importando a sua pessoa física no desenrolar do processo.
Devido Processo Legal
Este princípio consiste no direito de não haver privação da liberdade e de seus bens, não tendo garantia da tramitação de um processo desenvolvido na maneira que a lei estabelece. Para este princípio, que dá origem a vários outros como o contraditório, igualdade das partes, imparcialidade do juiz, juiz natural, iniciativa das partes, oficialidade e inadmissibilidade das provas obtidas ilicitamente, não há exceções.
Oficialidade
O princípio da oficialidade determina os órgãos encarregados de determinadas funções, assim como à Polícia cabe a apuração das infrações penais e ao Ministério Público, a ação penal. Este princípio só é absoluto nas ações públicas.
Inadmissibilidade das Provas Obtidas Ilicitamente
As provas proibidas (ilegítimas e ilícitas) não são autorizadas durante o processo penal, segundo este princípio. A Constituição Brasileira é a única no mundo que proíbe obtenção ilícita de provas. Em tese, a defesa pode obter provas ilicitamente para provar inocência, mas a acusação não.
Presunção de Inocência
A presunção de inocência, também conhecida como estado de inocência considera indiciados e acusados inocentes, até que haja sentença condenatória definitiva.
Favor Rei
Cabe ao acusador provar a culpa do réu, e não a do réu provar a sua inocência. Em caso de dúvida (insuficiência de provas) da responsabilidade pelo delito, o juiz deve absolver o réu.
Duplo Grau de Jurisdição
Possibilidade de uma decisão jurídica ser reexaminada, por uma instância superior.

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