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FUNDAMENTOS DA ECONOMIA Aulas 01 a 10

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FUNDAMENTOS DA ECONOMIA
Aula 01 – Conceitos Básicos
Diariamente, temos que fazer escolhas do que comprar, do que abrir mão de comprar em detrimento de outro bem ou um plano futuro, enfim... tomamos decisões a todo momento nas nossas vidas. As escolhas fazem parte e elas também compõem o cerne da Economia.
Tanto indivíduos como a sociedade precisam tomar uma série de decisões econômicas, de forma a conciliar o uso dos recursos escassos com as infinitas necessidades e desejos. É importante estudar Economia para entender o mundo que nos cerca e as escolhas necessárias que fazemos e perceber o objeto do estudo da Economia.
Ao fim desta aula, você deverá ser capaz de cumprir os objetivos abaixo descritos:
Reconhecer a importância do estudo da Economia.
Analisar as questões econômicas fundamentais.
Tempos modernos: uma breve contextualização
A todo o momento somos “bombardeados” por questões econômicas nos jornais, na televisão e nas redes.
Questões como aumento de preços, desemprego, comportamento das taxas de juros, déficit governamental, vulnerabilidade externa, período de crise econômica ou de crescimento dentre outros, são temas que fazem parte da nossa rotina e são discutidos por cidadãos comuns.
Outras questões que a Economia estuda e que afetam o consumidor, assalariado, empresário etc.:
Como controlar a inflação?
Como fazer a Economia crescer mais?
O que foi a crise econômica mundial? Ela já acabou?
Qual o problema do aumento da importação de produtos chineses?
Por que os impostos são tão altos no Brasil?
O que é uma reforma fiscal?
Por que a renda no Brasil é muito concentrada?
O estudo da Economia nos ajuda a despertar o interesse por esses assuntos e a tentar formular respostas para essas e outras perguntas.
A importância de estudar Economia
O conhecimento de Economia é muito útil no dia a dia. É tão útil, que vários desses dados você já tem e não se deu conta disso.
Vejamos um exemplo do nosso material didático (p. 11): seu time de futebol, que tem uma grande torcida, vai ter um jogo decisivo no sábado. Você vai deixar para comprar o ingresso, no próprio sábado, um pouco antes da partida?
O cambista vende caro porque, a essa altura, não há mais ingressos disponíveis nas bilheterias, mas ainda tem pessoas querendo comprar. Dito de outra forma:
Há pouca oferta de ingressos >Os que têm estão com os cambistas>Mas há procura por ingressos
Os cambistas sabem disso e por isso vendem caro. Se você entende a lógica de situações desse tipo, você conhece os princípios básicos da chamada lei da oferta e da demanda.
Foi a “escola da vida” que te ensinou, não foi um curso de Economia.
Ensinou, e você aprendeu, por que é algo útil no dia a dia. Mas a “escola da vida” não ensina tudo, caso contrário ninguém estudaria, nem faria faculdade. Vejamos agora um tipo de situação em que o conhecimento de Economia é importante.
Suponha que você queira comprar uma televisão nova e existam duas opções, a vista ou em 24 vezes com juros de 2% ao mês, mas com uma prestação baixa. Suponha também que a inflação seja de 0,5% ao mês e a caderneta de poupança renda 0,6% ao mês. A maioria das pessoas optaria por pagar a prazo, afinal a prestação é baixa e cabe bem no salário. Essa solução é a mais cômoda, mas não é a melhor.
Você estará pagando de juros o equivalente a 4 vezes o valor da inflação e durante 24 meses! Não é necessário fazer cálculos para confirmar, é evidente que, nesse caso, “o barato sai caro”.
Para chegar a essa conclusão você comparou a taxa de juros com a taxa de inflação e o rendimento da caderneta de poupança, e (implicitamente) confrontou o preço a vista com o preço a prazo. Com noções de Economia é mais fácil fazer esse tipo de raciocínio.
O objeto de estudo da Economia
Mas o que trata a Economia? 
Qual o objeto de estudo da Economia?
A definição mais conhecida de Economia é: “uma ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade escolhem empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as várias pessoas e os grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas da melhor maneira possível” (BRAGA; VASCONCELLOS, 2011).
Nessa definição, temos vários conceitos importantes: recursos produtivos, escolha, escassez, necessidades, distribuição.
Para satisfazer o maior número dessas necessidades, a sociedade conta com recursos ou fatores de produção como:
TERRA – TRABALHO – CAPITAL
Esses recursos, no entanto, são bastante limitados e, assim, nem todas as necessidades podem simultaneamente ser satisfeitas.
Desejos de consumo da sociedade
Como já foi dito, o objetivo principal da atividade econômica é o de atender as necessidades humanas. Hoje, pelos novos conceitos e realidades, pode-se ampliar esse entendimento para as necessidades do planeta (sustentabilidade). 
Atenção:
 A escassez desses recursos, então, torna-se o problema fundamental de cada sociedade. Como resultado, a sociedade, através do instrumental fornecido pela Ciência Econômica (princípios, teorias, modelos) procura usar recursos escassos (fatores de produção) tão eficientemente quanto possível, a fim de produzir o máximo de bens e serviços que deseja. O campo de atuação da Economia seria, então, o estudo e a administração da escassez dos fatores de produção.
Objetivando apenas em nós, seres humanos, as necessidades representam os desejos de consumo da sociedade.
Observa-se que são ilimitadas e diversificadas. De um modo geral, quando as necessidades básicas (alimentação, moradia, vestuário) são atendidas, o indivíduo passa a ter outras como educação, lazer, melhoria do seu padrão de vida (maior casa, melhores roupas, automóvel etc.).
Uma vez atendidas plenamente as necessidades ditas materiais, o indivíduo passa a sentir outro tipo de necessidade: a estima dos amigos, o reconhecimento e a aceitação do grupo social que frequenta, necessidade de status e assim por diante.
A DEFINIÇÃO DA ECONOMIA SUGERE QUE EXISTE DOIS LADOS A SEREM EQUILIBRADOS:
A disponibilidade de cursos produtivos escassos
As necessidades humanas ilimitadas
É fato que toda ciência possui sua própria terminologia, e a Ciência Econômica não é diferente.
Por esse motivo, para que você já possa ir se familiarizando e conseguindo mais facilidade nas leituras dos textos, apresentamos, a seguir, alguns dos conceitos mais frequentes encontrados na literatura econômica.
Acreditamos que o esquecimento de alguns não invalida a tentativa de ajuda. Clique aqui para baixar um arquivo com esses conceitos.
Conceitos frequentes na literatura econômica 
 Fatores de produção: meios disponíveis para gerar os produtos que a sociedade necessita. Sua principal característica é a escassez;
  Custo de oportunidade de um fator de produção: sua melhor utilização no processo produtivo; 
  Bens livres: existem em relativa abundância e, por isso, não caracterizam um problema econômico (a água do mar, o ar etc.);
  Bens econômicos: existem com uma relativa escassez, não suficientes para todos. Como tal, têm um valor (preço) de mercado; 
 Processo produtivo: vem a ser o processo de produção utilizado naquele produto que a sociedade deseja obter;
  Produto: o que se obtém do processo produtivo. Subdivide-se em bens e serviços; 
 Bens: a parte física ou tangível (palpável) do produto gerado na Economia (pão, móveis, livros, roupas etc.);
  Serviços: parte intangível (não palpável) do produto total da Economia (educação, saúde, turismo etc.);
  Bens e serviços de consumo: resultam do processo produtivo destinado ao consumo (alimentos, lazer etc.);
  Bens e serviços de capital ou de produção: destinam-se à produção de outros bens e serviços (máquinas, construções, equipamentos etc.);
  Bens e serviços intermediários: aqueles que, depois de produzidos, retornam ao processo produtivo para produzir outros bens e serviço; 
 Curva de possibilidades de produção: é uma figura gráfica, representada por uma curva, mostrando as diversas combinações de produção de uma economia quandotodos os seus fatores de produção estão sendo utilizados, ou seja, quando não há desemprego dos fatores de produção. Serão, portanto, alternativas de produção máxima;
  Agentes econômicos: definidos como sendo as famílias, as empresas e o governo; 
  Sistema econômico: o modelo escolhido para administrar a economia (capitalismo, socialismo etc.); 
 Demanda ou procura de um produto: representa as quantidades que se deseja comprar de um determinado produto, por unidade de tempo, aos vários níveis de preços possíveis;
  Oferta de um produto: representa as quantidades de um determinado bem que a empresa deseja produzir e vender, por unidade de tempo, aos vários níveis de preços possíveis;
Equilíbrio de mercado: aquela situação que uma vez alcançada, tende a ser mantida;
  Função de produção de um produto: a forma como os fatores de produção são combinados no processo produtivo;
  Exportações: uma parte do que é produzido por um país e vendido ao exterior;
  Importações: as compras que um país faz de outros países;
  Taxa de câmbio: o preço da moeda estrangeira (que se esteja considerando) em relação à moeda do país; 
 Balanço de pagamentos: registro de todas as operações do país com o resto do mundo.
  Balança comercial: uma das contas do balanço de pagamentos que trata das transações internacionais de bens. Suas principais rubricas são: exportações e importações;
  Balança de serviços: outra conta do balanço de pagamentos que trata das transações dos serviços;
  Moeda: tudo aquilo que, tendo aceitação, sirva de instrumento de troca entre bens e serviços; 
 Inflação: uma alta sucessiva e consecutiva nos níveis de preços da economia; 
 Liquidez: a capacidade de algo ser comercializado. Assim, quanto maior for a procura de um bem ou serviço, maior sua liquidez; 
 Taxa de juros: o preço do dinheiro;
  Produto interno bruto: a soma dos valores de todos os bens e serviços produzidos em uma economia, durante certo período de tempo (normalmente, 1 ano);
  Renda nacional: a soma das remunerações dos fatores de produção sob a forma de salários, juros, lucros e aluguéis. Quanto mais elevada, maior a possibilidade de consumo na economia;  Crescimento econômico: ocorrerá quando o produto gerado pela economia, em um determinado período de tempo, crescer mais do que a população;
  Desenvolvimento econômico: situação em que, além do crescimento econômico, ocorre uma melhor distribuição do produto pela sociedade
As questões econômicas fundamentais, escassez e necessidades
A escassez dos recursos ou fatores de produção e as necessidades ilimitadas da sociedade geram os chamados “problemas econômicos fundamentais”:
O que e quanto produzir:
A sociedade terá que escolher, dentro do leque de possibilidades de produção, quais os produtos a serem produzidos e em que quantidades.
Como produzir:
A sociedade terá que escolher quais os recursos ou fatores de produção serão utilizados para gerar os produtos e que tecnologia utilizar.
Para quem produzir:
A sociedade deverá decidir o mercado consumidor se pretende atingir
Como já foi dito, essas questões só existem porque há escassez e necessidades a serem atendidas.
Estamos tratando aqui apenas dos bens econômicos, que são aqueles que são relativamente escassos e precisam ser produzidos e, portanto, não são abundantes e oferecidos gratuitamente pela natureza, como é o caso dos bens livres (ex.: ar, água, luz solar etc.) As necessidades vão definir o tamanho do mercado consumidor de um produto.”
O modo como as sociedades tentam resolver os problemas econômicos fundamentais dependendo da forma que cada país organiza sua economia, ou seja, do sistema econômico.
Um sistema econômico pode ser definido da seguinte maneira:
“Forma política, social e econômica pela qual está organizada a sociedade. É um particular sistema de organização da produção, distribuição e consumo de todos os bens e serviços que as pessoas utilizam buscando uma melhoria no padrão de vida e no bem-estar”.
Problemas econômicos fundamentais
A escassez dos recursos ou fatores de produção e as necessidades ilimitadas da sociedade geram os chamados “problemas econômicos fundamentais”:
1 - O que e quanto produzir – a sociedade terá que escolher, dentro do leque de possibilidades de produção, quais os produtos a serem produzidos e em que quantidades.
2 - Como produzir – a sociedade terá que escolher quais os recursos ou fatores de produção serão utilizados para gerar os produtos e que tecnologia utilizar.
3 - Para quem produzir – a sociedade deverá decidir o mercado consumidor se pretende atingir.
Grupos de sistemas econômicos
De forma geral, os sistemas econômicos podem ser classificados em dois grandes grupos.
Nos dois sistemas, ocorrem as trocas econômicas que são vantajosas para os agentes econômicos perante a escassez de recursos porque possibilitam a divisão e a especialização da produção, da distribuição, da comercialização e do consumo em uma organização econômica.
*Sistema Econômico Centralizado ou Planificado: Organizado diretamente por uma agência de estado, onde todo e qualquer planejamento das condições econômicas está vinculado diretamente pelas decisões desta entidade e onde os meios de produção pertencem, de maneira geral, a ela.
*Sistema Econômica Capitalista ou de Mercado: O funcionamento da economia é regido pelas forças de mercado, predominando a livre iniciativa e a propriedade privada dos fatores de produção.
Leia o capítulo 1 do livro Economia: o que você você precisa saber.
Aula 02 - Fatores de Produção e Agentes Econômicos
Pela existência da escassez dos fatores ou recursos de produção, a produção total de um país tem um limite máximo, ou seja, há uma produção potencial quando todos os recursos disponíveis estão empregados. Precisamos de um modelo que de forma simplificada, mas suficientemente exata, represente esses dilemas na alocação de recursos, incorporando, necessariamente as noções de eficiência e de crescimento em um sentido econômico. 
A curva de possibilidades de produção é que nos permite conhecer e operar, em bases simplificadas, um modelo que retrate essas condições, e o custo de oportunidade, ou custo da escolha, ou custo alternativo.
Para entender o funcionamento do sistema econômico há necessidade de analisar os fluxos reais e monetários assim como os agentes econômicos e os fatores de produção.
Ao fim desta aula, você deverá ser capaz de cumprir os objetivos abaixo descritos:
1. Conceituar fatores de produção e agentes econômicos;
2. Reconhecer os conceitos de curva de possibilidade de produção e custo de oportunidade;
3. Identificar o fluxo circular de renda e produção.
Fatores ou recursos de produção
Na primeira aula, abordamos superficialmente o conceito de fatores de produção. Agora, chegou o momento de nos determos um pouco mais sobre esse tema. Como vimos, consideram-se fatores de produção os meios disponíveis para se gerar os produtos que a sociedade necessita.
Sua principal característica é a escassez, no sentido de que, na maioria das vezes, são limitados em quantidade. Esse é, sem dúvida, o cerne da questão econômica: a escassez dos fatores de produção.
Outra característica é a versatilidade, significando que um mesmo fator de produção possui a capacidade de poder ser utilizado em vários processos produtivos. Isso fica demonstrado, por exemplo, ao observarmos que um mesmo trator pode ser utilizado...
Sua principal característica é a escassez, no sentido de que, na maioria das vezes, são limitados em quantidade. Esse é, sem dúvida, o cerne da questão econômica: a escassez dos fatores de produção.
Fator de produção terra ou recursos naturais
Constitui a base sobre a qual se exercem as atividades dos demais recursos.
Tratam-se das reservas naturais (solo e subsolo), águas (oceanos, mares, rios, lagos), pluviosidade e clima, flora e fauna e até fatores extraterrestres (como, por exemplo, a fonte inesgotável da energia solar e a influência lunar sobre as marés).
Fator de produção trabalho
Aparcela da população apta a desenvolver uma atividade econômica é considerada de fator trabalho.
Atenção: Trata-se, portanto, da população total deduzindo-se as crianças e os idosos. A esse contingente de pessoas aptas dá-se o nome de população econômica (PE).
Custo de Oportunidade
Vimos, na aula anterior, que a Economia é uma ciência que lida com escolhas, pois devemos decidir quais desejos serão atendidos com a utilização de quais recursos.
Sempre que escolhemos produzir determinado bem devemos abrir mão de recursos que poderiam ser empregados na produção de outros bens, significando o custo de oportunidade na produção de um bem.
Atenção: Este é um dos conceitos mais importantes da Economia, se aplicando tanto à alocação de recursos como às decisões entre investimentos alternativos
Curva de Possibilidades de Produção
Deslocamento “para fora”
O custo de oportunidade não é o ganho relativo a uma escolha, nem ao custo da produção do que foi escolhido, mas corresponde ao que se deixou de ter ou ao sacrifício do que se deixou de produzir ao se fazer determinada escolha.
Esse dilema nas escolhas é representado pela Curva de Possibilidades de Produção (ou Curva de Transformação da Produção). A curva é um bom exemplo de um modelo utilizado para, de forma simplificada, representar a realidade. Essa curva, que é uma representação simplificada de uma economia, é sempre côncava e, em cada eixo, há um produto.
A área delimitada pela curva é a de possibilidades de produção para aquela economia em relação aos dois produtos, que são os únicos produzidos, no caso alimentos (em toneladas) e máquinas (quantidade).
Deslocamento “para fora”
Isso significa que qualquer ponto além da curva é impossível de ser alcançado. A produção máxima é alcançada quando a economia está em algum ponto da borda da curva. Esse é seu limite, o limite das possibilidades de produção.
Havendo maior produtividade ou disponibilidade de fatores a curva se desloca para a direita (“para fora”).
Atenção: A área delimitada pela curva é dada pela capacidade produtiva da economia, que por sua vez depende da disponibilidade de fatores produtivos. Portanto, quanto maior a disponibilidade de fatores de produção, maior a capacidade produtiva da economia.
Deslocamento “para dentro”
Havendo menor produtividade ou disponibilidade, o deslocamento é para a esquerda (“para dentro”).
Atenção: A curva expressa o dilema clássico da Economia. Não há recursos para se produzir tudo o que se deseja e é necessário fazer escolhas. Sempre para se produzir mais de um produto é necessário se produzir menos de outro, até a situação limite em que toda a capacidade produtiva da economia está voltada para a produção de apenas um produto.
Fluxo circular de renda e produção
A contrapartida da utilização dos fatores de produção no processo produtivo é sua remuneração. No caso do trabalho, a contrapartida são os salários, e no caso do capital são os lucros.
Supondo-se uma economia onde existam apenas famílias e empresas, os proprietários dos fatores de produção são as famílias, que emprestam esses fatores produtivos às empresas, para que elas viabilizem a produção de bens. Os agentes econômicos são, portanto, as famílias e as empresas, que são as entidades que propiciam o processo produtivo.
As famílias e as empresas interagem em dois mercados, o de fatores e o de produtos.
No mercado de fatores as famílias emprestam capital e trabalho para as empresas utilizarem na produção em troca de uma remuneração, no caso salários e lucros/dividendos. O valor da remuneração é negociado entre as partes.
Trata-se apenas de empréstimo, com regras definidas, dos fatores produtivos e não venda desses fatores. Se fosse venda, no caso do trabalho, estaríamos no regime de escravidão e não de trabalho assalariado. O trabalhador pode, a hora que quiser, pedir demissão, e o acionista pode vender suas ações quando desejar.
No mercado de produtos as empresas vendem seus produtos às famílias que para comprá-los utilizam a renda obtida no mercado de fatores. Portanto, os dois mercados estão interligados como mostra a figura do fluxo circular.
Essa vinculação dos mercados mostra que pagar baixos salários — se por um lado diminui o custo de produção das empresas — por outro diminui seu mercado consumidor, pois as famílias ficam com menos dinheiro para gastar. Essas relações estão sintetizadas no fluxo circular, que mostra como para cada fluxo real, há uma contrapartida monetária. Afinal, a economia trata de acompanhar transações que ocorrem em valores em moeda.
Leia o capítulo 6 do livro Economia: o que você precisa saber.
Assista: Escassez, os problemas econômicos fundamentais e a curva de possibilidades de produção Fatores produtivos, fluxo circular Custo de oportunidade.
Aula 03 – História do Pensamento Econômico
Para entender as discussões acadêmicas sobre a economia atual temos que nos debruçar no que já foi escrito e estudado. A evolução sumária da Economia, ao longo dos tempos, faz-se necessária para o entendimento das teorias e pressupostos atuais.
Outro objetivo dessa aula é diferenciar o sistema econômico capitalista do socialista e destacar como a Economia se divide de forma didática para seu estudo. Nas próximas aulas, inclusive, vamos trabalhar sumariamente com essas divisões: Microeconomia e Macroeconomia.
Por fim, vamos fazer uma contextualização da Ciência Econômica e, principalmente, da sua relação com as diferentes profissões.
Ao fim desta aula, você deverá ser capaz de cumprir os objetivos abaixo descritos:
1. Reconhecer a História da Ciência Econômica: evolução e principais referências;
2. Analisar os principais componentes de uma economia de mercado; 
3. Distinguir economia de planejamento central versus economia de mercado;
4. Estudar os ramos da Economia e a relação das demais ciências e áreas de conhecimento com a Ciência Econômica.
História do pensamento econômico
Há um consenso em que a teoria econômica foi sistematizada, em 1776, com Adam Smith.
Mas como era tratada a economia nos períodos anteriores?
Na antiguidade, a atividade econômica era tratada como parte da Filosofia, Moral e Ética. 
 No século XVI, podemos destacar o mercantilismo, com as preocupações sobre a acumulação de riquezas de uma nação pela quantidade de metais preciosos que a nação possuía. E, no século XVII, a fisiocracia, com a ideia da sustentação da economia regida pela lei natural.
Mas foi Adam Smith (imagem) que conseguiu sintetizar, estabelecer um corpo teórico próprio.
Escola clássica
A Economia, como uma ciência específica, nasce com os economistas clássicos. Para eles, o liberalismo e o individualismo estavam associados ao bem comum: o homem, ao maximizar sua satisfação pessoal, como o mínimo de esforço, estaria contribuindo para o máximo do bem-estar social. Vamos destacar alguns pensadores da Escola Clássica:
Adam Smith
As duas principais ideias de Adam Smith permanecem no debate econômico atual: a “mão invisível” e a “divisão de trabalho”.
Vamos começar pela questão da “mão invisível” do mercado.
Segundo Adam Smith, somos todos individualistas e procuramos, no mundo econômico, sempre o que é melhor para nós. Só que ao fazer isso, como que guiados por uma mão invisível, estamos contribuindo para o melhor da sociedade. Ou seja, imagine a costureira, ela fará a melhor costura possível; assim como o padeiro fará o melhor pão. No final das contas, a sociedade terá a melhor costura e o melhor pão, pelo melhor preço.
Mas por que a costureira e o padeiro agem dessa forma? Por existir a pressão da concorrência e porque querem ser bem-sucedidos e ter lucro.
O interessante, na teoria de Smith, é que os agentes econômicos não possuem plano prévio ou orientação externa, é a mão invisível! Ou seja, se cada um procurar fazer o melhor, chega-se a uma situação que é a melhor para a sociedade.
Mas é necessário destacar um ponto importante: isso só é possível frente a livre concorrência, e a não intervenção do governo nas questões econômicas. Essa filosofia se perpetuanos dias de hoje, por aqueles que defendem pouca intervenção do governo na economia: “deixe o mercado em paz, não intervenha governo, pois a mão invisível vai solucionar os problemas econômicos”.
A ideia de Smith era a menor intervenção do governo na economia, mas não uma ausência de governo. O governo tinha um papel importante, por exemplo, nas áreas sociais e de infraestrutura.
Outro ponto a ser destacado é a divisão do trabalho. Ela traz a especialização, uma maior produção por trabalhador (maior produtividade) e, consequentemente, o barateamento do produto, pois se produz mais com o mesmo número de trabalhadores.
O crescimento do mercado é o que impulsiona a especialização.
David Ricardo
O trabalho de Adam Smith foi aperfeiçoado pelo discípulo David Ricardo. A maior contribuição de Ricardo à teoria econômica foi provavelmente a teoria das vantagens comparativas, apresentada no livro Princípios de Economia política e tributação.
Para Ricardo, o país deveria se especializar no produto em que tem mais vantagens comparativas. O que significa isso? Um país tem vantagem comparativa em um produto, quando o outro, com quem compete, tem alto custo de oportunidade ao fabricar produto, mesmo sendo mais eficiente na produção.
No exemplo construído por esse autor, existem dois países (Inglaterra e Portugal), dois produtos (tecido e vinho) e apenas um fator de produção (mão de obra). A partir da utilização do fator trabalho, obtém-se a produção dos bens mencionados, conforme o quadro a seguir:
Quantidade de homens/hora para a produção de uma unidade de mercadoria
	
	INGLATERRA
	PORTUGAL
	TECIDO
	100 homens/hora
	90 homens/hora
	VINHO
	120homens/hora
	80 homens/hora
Em termos absolutos, Portugal é mais produtivo em ambas as mercadorias. Mas, em termos relativos, o custo de produção de tecidos, em Portugal, é maior que o da produção de vinho; e, na Inglaterra, o custo da produção de vinho é maior que o da produção de tecidos. Comparativamente, Portugal tem vantagem relativa na produção de vinho, e a Inglaterra na produção de tecidos.
A Economia Neoclássica
Podemos destacar como o principal economista da corrente neoclássica, Alfred Marshall (1842-1924)
Ele escreveu o livro Princípios de Economia, que foi a base conceitual fundamental da Microeconomia nas suas fórmulas matemáticas e apresentação gráfica.
Escola keynesiana
O destaque é para John Maynard Keynes (1883-1946), citado como o criador da Macroeconomia.
Na sua obra, Teoria geral do emprego, juro e moeda, ele criticava o pensamento dominante da época, a Lei de Say. Para essa “lei”, toda oferta gera sua demanda.
A “revolução keynesiana”, assim chamadas as ideias de Keynes, mudaram a forma de pensar a economia e foi dominante até os anos 1970.
Para Keynes, a demanda da economia é composta pelo consumo das famílias, o investimento e os gastos do governo, em uma economia fechada. Em épocas de recessão, caberia ao governo gerar a demanda através de gastos públicos.
Milton Friedman (1912- 2006), com o monetarismo, significou reação do pensamento neoclássico à revolução keynesiana.
Celso Furtado (1920-2004), com o estruturalismo, foi o divisor de águas apresentando o pensamento de que o desenvolvimento econômico da América Latina dependia da sua industrialização.
Divisões da Economia
Ao tratar como as pessoas físicas e jurídicas (e a sociedade) decidem empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, a Economia pode fazer isso basicamente através de duas metodologias ou divisões de análise.
Microeconomia => Analisa o comportamento individual das unidades econômicas.
Macroeconomia => Analisa o funcionamento da Economia como um todo, de um país. Realiza uma visão simplificada e abstrata da Economia.
As duas divisões ocupam as mesmas questões da ciência econômica, mas se fixam em perspectivas distintas.
Sistema econômico de mercado capitalista X Sistema econômico centralizado ou planificado
De forma geral, os sistemas econômicos podem ser classificados em dois grandes grupos:
Sistema econômico capitalista ou de mercado: O funcionamento da economia é regido pelas forças de mercado, predominando a livre-iniciativa e a propriedade privada dos fatores de produção.
Sistema econômico centralizado ou planificado: Organizado diretamente por uma agência de Estado, onde todo e qualquer planejamento das condições econômicas está vinculado diretamente às decisões desta entidade e onde os meios de produção pertencem, de uma maneira geral, a ela.
Nos dois sistemas, ocorrem as trocas econômicas. As trocas econômicas são vantajosas para os agentes econômicos perante a escassez de recursos porque possibilitam a divisão e especialização da produção, da distribuição, da comercialização e do consumo em uma organização econômica.
A economia e sua relação com as diferentes profissões
Os gestores e os contadores precisam de conhecimentos econômicos para obter uma visão do mercado onde atuam, assim como o país e o mundo
No âmbito do Direito, algumas leis têm implicações econômicas, como na área da concorrência e da defesa do consumidor. Além da ligação estreita com o Direito Comercial.
A relação com Economia é também muito estreita nas áreas de Publicidade, Propaganda e Marketing, pois são necessários estudos de mercado, captação de recursos, preferências dos consumidores.
As questões que envolvem a Geografia determinaram as decisões de produção, da localização de portos, a Economia do meio ambiente, dentre outras.
O curso de História é uma das bases do estudo da Economia. Não é possível entender uma sem a outra.
Leia o capítulo 2 do livro Economia: o que você precisa saber.
Aula 04 – Abordagem Microeconômica – Análise de Mercado
O estudo da Economia se divide em dois grandes ramos, como já foi visto: a Microeconomia e a Macroeconomia. Nesta aula, vamos dar início à abordagem microeconômica, ou seja, analisar como a oferta e a demanda interagem e estabelecem o equilíbrio de mercado.
Par a análise de mercado, vamos apresentar os conceitos de oferta, demanda e equilíbrio. Ou seja, o comportamento daqueles que querem adquirir bens e serviços e daqueles que querem vender bens e serviços em busca de um ponto de equilíbrio.
Vamos contextualizar as decisões de consumo da sociedade e os seus reflexos no mercado de bens e serviços, e como o estado pode alterar esse equilíbrio com impostos, políticas de subsídios e tabelamento de preços.
Ao fim desta aula, você deverá ser capaz de cumprir os objetivos abaixo descritos:
1. Definir os conceitos de demanda, oferta e equilíbrio de mercado;
2. Analisar a interferência do Estado no equilíbrio de mercado.
O que é mercado?
O mercado é o local onde atuam as forças de demanda e oferta em busca de um equilíbrio.
As trocas econômicas são realizadas nos mercados interno e externo.
Nestes mercados, atuam conjuntamente as forças da demanda e da oferta por mercadorias ou produtos.
Então, os preços dos produtos podem ser definidos em função da quantidade de reais (R$) necessários para obter em troca de uma determinada quantidade de mercadorias. Fixando preços para todos os produtos, o mercado permite a coordenação dos compradores e dos vendedores, assegurando a viabilidade do sistema capitalista por meio do chamado livre jogo da oferta e demanda.
Atenção: Por isso importante estudarmos sobre a demanda e a oferta. Mas ao estudar Microeconomia, precisamos estabelecer em mente a hipótese de trabalho: a hipótese de “tudo mais constante”.
A Microeconomia utiliza a hipótese de “tudo mais constante” (coeteris paribus, em latim) na construção dos seus modelos.
O objetivo é isolar a uma determinada variável, cujo efeito se pretende investigar, supondo-se que outras variáveis permanecem constantes, ou seja, que não interfiram no fenômeno investigado.
Como exemplo, sabemos que a demanda (ou a procura) de um bem é afetada pelo preço e pela renda dos consumidores.
Em um determinado momento, precisamos analisar o efeito do preço sobre a demanda.
Para analisar o efeito dessa variável(preço) sobre a demanda, manteremos a renda dos consumidores constante (coeteris paribus), faremos a alteração do preço e saberemos o resultado na demanda.
Entendendo a demanda e a procura
Por que precisamos adquirir bens e serviços?
Porque nos são úteis, ou seja, há uma satisfação de nós, consumidores, proporcionada pelo consumo. Podemos, então, hierarquizar nossa cesta de consumo.
A demanda (ou a procura) de uma determinada pessoa ou grupo de pessoas por um determinado produto indica o quanto esta pessoa ou grupo de pessoas desejam consumir, a dado preço, esse produto em um determinado período de tempo.
Segundo Vasconcellos, na maioria das vezes, os fatores que afetam a quantidade procurada (demandada) do produto podem ser representados por uma função, chamada função geral da demanda, como segue:
Qx = f (Px, Py, Pz, R)/t
Em microeconomia, a empresa (ou firma) é o local onde fatores de produção são combinados, segundo um processo de produção escolhido, gerando os produtos, com o objetivo de maximizar seus resultados em termos de produção e lucro.
A oferta (de uma mercadoria em um determinado mercado) é a quantidade de um produto X que um produtor ou conjunto de produtores está disposto a vender, a determinado preço, em um período de tempo.
Equilíbrio de mercado
O equilíbrio do mercado pode ser definido pela interação entre demanda e oferta de mercado para um bem ou serviço.
Da interação entre essas curvas define-se um ponto de equilíbrio E, ao qual correspondem o preço e a quantidade de equilíbrio.
Desse modo, a noção de equilíbrio de mercado corresponde à coincidência de desejos entre consumidores e produtores, evidenciando uma situação onde não há excesso ou escassez de oferta ou de demanda. Neste ponto, os planos dos compradores são consistentes com o plano dos vendedores.
Em uma economia de mercado, o mecanismo de preços leva automaticamente ao equilíbrio.
Na figura apresentada, perceba que para qualquer preço superior a p0 a quantidade que os ofertantes desejam vender é maior do que a que os consumidores desejam comprar, evidenciando um excesso de oferta. Por outro lado, para qualquer preço inferior a p0, surgirá um excesso de demanda.
ATENÇÃO: Nessas situações, não existe compatibilidade de desejos. No entanto, quando ocorre excesso de oferta, os vendedores com estoques não planejados terão que diminuir seus preços, concorrendo pelos escassos consumidores. Já quando ocorre um excesso de demanda, os consumidores estarão dispostos a pagar mais pelos produtos escassos. Estas ações resultam em ajustes de preços, retornando-se a uma situação de equilíbrio no ponto E na qual são eliminadas as pressões para alterar preços.
Interferência externa
Mas é importante salientar que essa “convergência” para o equilíbrio ocorre sem qualquer interferência do governo ou de outro agente externo.
E o governo pode interferir nesse equilíbrio?
Claro que sim! Vejamos a agora.
Estabelecimento de impostos
Um imposto sobre bens e serviços vai recair em um aumento de custos para a empresa. Se quiser manter a quantidade ofertada, a empresa deverá aumentar o preço do seu produto (repassando o imposto para o consumidor), ou reduzir o custo em outra área de produção. Ou então, reduzir a quantidade ofertada.
Política de preços mínimos na agricultura
A finalidade é garantir preço para as atividades agrícolas, pecuárias e extrativas. O governo pode comprar os produtos dos produtores (atualmente menos utilizado) ou conceder empréstimos para produtores ou cooperativas para estocar seu produto e vender em um período mais favorável.
Tabelamento
Intervenção do governo na tentativa de coibir abusos de preços por parte dos ofertadores e frear um processo inflacionário. Já foi utilizado aqui no Brasil no Plano Cruzado, por exemplo.
Leia o capítulo 3 do livro Economia: o que você precisa saber.
Aula 05 – Abordagem Microeconômica – Estrutura de Mercado
Como visto na aula anterior, existem vários fatores que podem alterar a demanda e oferta do mercado. Fundamentalmente, a Teoria Microeconômica enuncia que as empresas pretendem maximizar o seu lucro total, e para isso tentam encontrar uma determinada quantidade de produção onde a RMg = CMg.
Mas todos os mercados são iguais? O comportamento do ofertador no mercado onde ele é o único produtor daquele bem é o mesmo de um ofertador que possui concorrentes? Claro que não. As empresas estão envolvidas em várias formas, ou estruturas, de mercado.
Nesta aula, vamos compreender as principais estruturas dos mercados existentes na economia e suas características. Apresentar os parâmetros de identificação das estruturas de mercado e suas características: concorrência perfeita, monopólio, oligopólio e concorrência monopolística.
Ao fim desta aula, você deverá ser capaz de cumprir os objetivos abaixo descritos:
1. Apresentar as características que diferenciam as estruturas de mercado;
2. Identificar as principais estruturas de mercado: concorrência perfeita, monopólio, oligopólio e concorrência monopolística.
Premissa
Na análise padrão, que fizemos de demanda e oferta, implicitamente estava sendo suposta uma estrutura de mercado em um contexto de uma estrutura chamada de “concorrência perfeita”.
Observamos, por outro lado, que as relações entre compradores e vendedores seguem padrões diferentes dependendo do tamanho desse mercado, do número de vendedores, do número de compradores e, até mesmo, do tipo de produto comercializado.
Consequentemente, a forma como os preços são determinados varia de acordo com as características do mercado. Essas características é que fornecem base para uma classificação genérica dos diversos tipos de mercados. As estruturas de mercado dependem, fundamentalmente, de três características:
Número de empresas que compõe este mercado
Tipo de Produto
Possibilidade de acesso de novas empresas no merco
A análise simplista que faremos irá considerar quatro alternativas de estruturas de oferta para atender o mercado consumidor de um determinado produto.
Conceitualmente, esses mercados são denominados de concorrência perfeita, concorrência monopolística, oligopólio e monopólio. As características de cada um desses apresentaremos a seguir.
Concorrência perfeita
Pelo próprio nome, o mercado de concorrência perfeita é aquele onde a concorrência entre os agentes econômicos, devido ao seu grande número, é a mais significativa.
É uma estrutura utópica, pois os mercados altamente concorrenciais existentes, na realidade, são apenas aproximações desse modelo.
A consequência lógica desse número excessivo de participantes é que cada um deles se torna incapaz de sozinho, alterar as condições de mercado. Assim, tanto consumidores como produtores não conseguem afetar os níveis de oferta e procura do produto e o seu preço de equilíbrio.
Nesse tipo de mercado, existem as seguintes premissas:
Existência de um grande número de compradores e vendedores, refletindo uma situação de mercado atomizado, como se fossem átomos.
Produtos homogêneos, ou seja, não há diferença entre os produtos ofertados pelas outras empresas. São substitutos perfeitos entre si, inviabilizando preços diferentes do mercado.
Transparência do mercado, os agentes possuem completa informação e conhecimento sobre o preço do produto.
Ausência de barreiras à entrada ou à saída de novos concorrentes, ou seja, há livre entrada e saída de firmas no mercado
Racionalidade por parte dos agentes, ou seja, a visão da empresa que faz com que as empresas sempre maximizem o seu lucro e que os consumidores maximizem a satisfação ou utilidade derivada do consumo de um bem.
Na situação de concorrência perfeita, como o produto é homogêneo e a empresa possui uma posição pequena, em relação ao seu mercado, a empresa não pode influenciar o preço de mercado, ou seja, o preço de mercado é um dado fixado para empresas e consumidores.
Monopólio
É uma estrutura com condições totalmente opostas à concorrência perfeita.
O prefixo mono, como se sabe, significa a unidade. Assim, monopólio representa ocaso limite de um mercado onde só existe um único produtor (ou fornecedor) de um bem ou serviço.
Por esse motivo, preço e quantidades produzidas serão determinadas pela empresa monopolista. Normalmente, os produtos vendidos, nesse tipo de mercado, costumam exigir altíssimos níveis de investimento, fazendo com que o acesso de algum concorrente seja muito difícil.
Nesse tipo de mercado, existem as seguintes premissas:
Uma empresa detém 100% da produção de um determinado mercado
 Produto sem substituo próximo
Elevadas barreiras à entrada de novos concorrentes
Por que os monopólios surgem e/ou são mantidos?
Uma estrutura onde não há concorrência nem substituto próximo para o produto, os consumidores acabam sendo submetidos às condições impostas pelo ofertador. Mas por que os monopólios surgem e/ou são mantidos?
Algumas situações, vejamos:
A presença de patentes: Quando a empresa e a única que detém a tecnologia para produzir aquele bem. Dependendo do tempo de duração da patente no mercado em que opera, a patente pode promover a uma determinada firma uma posição monopolista.
Controle de matéria-prima básica: Quando uma empresa tem um acesso exclusivo a uma matéria-prima essencial pode levá-la a consolidação de posições de monopólio.
Monopólio natural ou puro: Existem situações que promovem esse tipo de monopólio, como por exemplo, quando a empresa já está instalada no mercado operando com grandes plantas produtivas, elevadas economias de escala e custos unitários baixos. Outra situação é quando o próprio mercado exige um volume de capital elevado e acaba por criar barreias à entrada de novos concorrentes.
Oligopólio
É uma estrutura de mercado intermediária entre a concorrência perfeita e o monopólio.
O número de ofertadores é reduzido, mas essa quantidade pode ser variável. Como são poucos, as ações de uma das empresas podem afetar as demais. Nesse tipo de mercado, existem as seguintes premissas
Pequeno número de ofertadores
Produto pode ser homogêneo ou diferenciado
Elevadas barreiras à entrada de novos concorrentes
Há uma interdependência entre as firmas, pois a ação de uma empresa pode produzir efeitos diretos nas outras do mercado.
Por outro lado, há momentos nos quais as empresas podem optar por não competir e, sim, cooperar, visando, por exemplo, a evitar uma guerra de preços entre elas.
Geralmente, quando o mercado é muito concentrado, ou seja, quando há poucas empresas no mercado, elas acabam buscando algum tipo de acordo e cooperação.
O Brasil possui uma legislação específica que busca coibir os abusos de poder econômico em defesa da concorrência e do consumidor.
Concorrência monopolística
É um mercado que, apesar de ter um grande número de ofertadores e consumidores, há uma heterogeneidade dos produtos.
Nesse tipo de mercado, existem as seguintes premissas:
Grande número de ofertadores
Produto é diferenciado, seja por características físicas ou pela propaganda e prestação de serviços complementares (exemplo: pós venda), mas há substituto próximos;
Não há barreiras à entrada de novos concorrentes.
É interessante destacar uma característica desse tipo de estrutura de mercado: cada empresa possui certo poder sobre os preços, uma vez que os produtos são diferenciados, ou seja, o consumidor pode escolher, de acordo com a sua preferência, a marca do produto. A empresa americana Apple Inc. é um exemplo que cumpre com todas as características.
Como não há barreiras à entrada de novos competidores...
A longo prazo: A tendência é um lucro normal e a curto prazo um lucro extraordinário.
A curto prazo: Exatamente por ter lucros extraordinários, acabam por atrair novos concorrentes até chegar ao ponto de lucro normal.
Leia o capítulo 3 do livro Economia: o que você precisa saber.
Aula 06 – Abordagem Macroeconômica: Noções da Contabilidade Social e Metas de 
Chegou o momento de nos atermos às questões fundamentais de que se trata a Macroeconomia. Esses assuntos, definidos para o curto prazo (conjunturais) e para o longo prazo (estruturais), indicam que seu conhecimento é de real importância para o estudante na medida em que determina as prioridades elementares de qualquer política econômica. Ou seja, compreender conceitos importantes na área macroeconômica como Produto Interno Bruto — PIB, Pib per capita, Renda Nacional Bruta e demais agregados.
Além disso, você terá contato com os instrumentos de política econômica que o governo dispõe para conduzir a economia de acordo com os objetivos que deseja alcançar. Esses instrumentos, as políticas macroeconômicas, serão detalhados nas aulas seguintes.
Ao fim desta aula, você deverá ser capaz de cumprir os objetivos abaixo descritos:
Reconhecer os conceitos iniciais da Macroeconomia com as noções de Contabilidade Social;
Identificar as metas de curto e longo prazo de que trata a Macroeconomia;
Distinguir os instrumentos de política macroeconômica de que dispõe o governo para conduzir a economia rumo às metas desejadas.
Premissa
O estudo da Macroeconomia está baseado na atividade econômica global, isto é, de todos os indivíduos, empresas, mercados e governo, no que se refere à compreensão dos chamados agregados econômicos, tais como o produto interno bruto, PIB per capita.
 Então, vamos começar pelas definições de alguns agregados macroeconômicos.
PIB
A principal medida do Sistema Nacional de Contabilidade é o Produto Interno Bruto (PIB).
O PIB de um país representa a produção de todas as unidades da economia (empresas públicas e privadas produtoras de bens e prestadoras de serviços, trabalhadores autônomos, governo etc.), em um determinado período de tempo, a preços de mercado. Essa medida consegue, de uma forma abrangente, medir o porte da economia.
É importante destacar que a mensuração do Produto Interno Bruto considera todos os bens e serviços produzidos em um período, mas não é levado em conta o desgaste do estoque de riqueza da Economia.
Como é calculado o PIB?
Existem três diferentes óticas de mensuração do produto da Economia:
Ótica do Produto: O cálculo do PIB pela ótica do produto mede o valor agregado em cada etapa do processo de produção de bens e serviços.
Vamos explicar com um exemplo: Considere a produção de iogurtes por uma firma industrial. Suponha que sejam produzidos 500 litros de iogurte por ano, ao preço médio de R$2,00, logo o valor da produção da firma no ano será de 500*R$ 2,00=R$1.000,00. Como medir a contribuição da firma para o PIB do país?
Para chegarmos a real contribuição, no PIB da economia, devemos descontar do valor da produção de cada firma o que foi adquirido de outras firmas, ou seja, o produto intermediário. Desta forma estaremos considerando aquilo que cada firma agrega de valor durante o seu processo de produção.
Seguindo no exemplo, suponha que a firma compre o equivalente a R$300,00 de leite para produzir os 500 litros de iogurte. Logo, o valor adicionado (ou agregado) da firma produtora de iogurte no ano terá sido de R$700,00 (R$1000,00 menos R$300,00), e esta é sua contribuição ao PIB, e não R$1.000,00.
Assim, o PIB pela ótica do produto é calculado:
Ótica do produto = Valor da Produção – Valor dos Consumos Intermediários
Ótica da Renda: A medida do PIB pela ótica da renda consiste em somar todos os pagamentos efetuados como:
salários (remuneração pelo trabalho), 
aluguéis (remuneração pela propriedade), 
lucro (remuneração ao capital de risco), 
juros (remuneração ao capital). 
Ótica da renda = Soma das remunerações dos fatores de produção
Ótica da Despesa: Por fim, a mensuração do PIB pela ótica da despesa considera que, em contas nacionais, toda produção de bens e serviços é destinada ou para gasto corrente (consumo) ou gasto em formação de capital (investimento). A medida de PIB pode ser obtida então pela soma do total dos gastos dos agentes econômicos em consumo de bens e serviços, e em investimento para ampliação de capacidade produtiva ou manutenção do equipamento.
Ótica da despesa = Soma dos gastos com bens de consumo final e bens de investimentoem capital
PIB per capita
Mas podemos afirmar que se o PIB do país está aumentando, a sua população está mais rica?
Uma das maneiras para medir isso é o PIB per capita, ou seja, dividindo o PIB anual do país pela população residente no mesmo período de tempo.
Mas será que o PIB per capita é uma mensuração satisfatória da qualidade de vida dos habitantes do país?
Apesar de muito utilizada, essa medida pode não ser considerada uma representação satisfatória do nível de qualidade de vida. O PIB per capita mede a renda média da população.
Por exemplo, suponha a população de um país composta por 1 pessoa ganhando $7000,00 por ano e 9 ganhando R$700,00 por ano, que corresponde ao salário mínimo do país. Se for calculada a média será de R$1330,00 e estará bem acima do salário mínimo.
Uma população com renda elevada?
Não, o cálculo não consegue refletir grande parte da população.
Em economias como a nossa, com uma distribuição de renda concentrada, o PIB per capita não consegue representar a qualidade de vida do brasileiro. Veremos que precisamos de indicadores como IDH para melhorar essa análise.
De qualquer forma, a taxa de crescimento do PIB per capita é uma medida importante para qualificar o crescimento do PIB ao longo do tempo. Podemos ter uma taxa de crescimento do PIB positiva, porém um PIB per capita negativo. Veja a tabela a seguir mostrando o crescimento real do PIB brasileiro, população residente e PIB per capita %.
Renda Nacional Bruta (RNB)
Como foi visto pelo cálculo do PIB pela ótica da renda, parte da remuneração dos fatores de produção pode não ficar dentro do país, se, por exemplo, os fatores de produção forem de não residentes.
O PIB de um país considera toda a produção em um território, independente da origem do recurso, e a RNB considera a remuneração à produção apenas aos residentes.
Tendo o valor do PIB, para se chegar ao valor da RNB, é necessário calcular o saldo entre os pagamentos de rendas recebidas do exterior e o pagamento das rendas enviadas ao exterior. Se o saldo for positivo, ou seja, se o país recebe mais recursos como renda do que paga, então se soma ao PIB para se obter a RNB; se o saldo for negativo, ou seja, o país envia ao exterior mais recursos como renda do que recebe, então se subtrai do PIB e, neste caso, a RNB será menor do que o PIB.
Emprego e Desemprego
Ouvimos nos noticiários, lemos no jornal sobre um grande problema da economia brasileira que é o desemprego.
Mas como se mede o desemprego?
Para se chegar a uma medida é necessário calcular primeiro a população em idade de trabalhar, ou seja, do total da população exclui-se quem não está em idade de formação escolar básica (abaixo de 14 anos pela nova pesquisa do IBGE), os idosos, os incapacitados ao trabalho etc.
Temos o fator de produção trabalho, ou seja, a força de trabalho de uma economia, o contingente de pessoas em idade de trabalhar e disponível para o trabalho. Dessa força calculam-se quantos estão efetivamente trabalhando, em uma data, e quantos desejam trabalhar, mas não encontram ocupação.
A medida da taxa de desemprego, ou taxa de desocupação, é a proporção das pessoas que não estavam ocupadas (mas que procuraram emprego nos últimos 30 dias em relação à data da entrevista) em relação ao total da força de trabalho.
Taxa de desocupação (%) = (pessoas desocupadas/pessoas na força de trabalho) *100
Metas de curto e longo prazo da Macroeconomia
Como vimos anteriormente, um sistema econômico (maneira como a economia é administrada) se depara com algumas questões fundamentais. Essas questões denominam-se
Questões conjunturais (curto prazo) => São questões conjunturais de uma economia o emprego e a inflação.
Questões estruturais (longo prazo) => São questões estruturais de uma economia o crescimento e o desenvolvimento econômico
Instrumentos de política macroeconômica
As ferramentas de política econômica que o governo dispõe para conduzir a economia a atingir as metas de curto e longo prazo, são chamadas instrumentos de política macroeconômica.
Nas próximas aulas, vamos tratar de cada uma delas, por enquanto vamos apenas nos familiarizar:
Política Fiscal: São instrumentos que o governo dispõe para arrecadar tributos e controlar suas despesas (política tributária e política de gastos públicos).
Por exemplo, para atingir o objetivo de promover crescimento econômico, o governo pode reduzir a carga tributária (com isso aumenta a demanda agregada) e aumentar os gastos públicos (promovendo mais emprego, produção e consumo). Se o objetivo for o controle de inflação, os instrumentos devem seguir o sentido inverso.
Política Monetária: É a atuação do governo na quantidade de moeda, títulos de dívida pública e taxa básica de juros (SELIC). Por exemplo, se a meta for de reduzir a inflação, as medidas de política monetária devem ser de retrair a base monetária, ou seja, aumentar a SELIC, os depósitos compulsórios e/ou a venda de títulos de dívida pública. Se a meta for de crescimento econômico, as medidas seriam inversas.
 Política Cambial e Comercial: A política cambial é a atuação do governo no mercado cambial. Vamos estudar sobre os regimes cambiais existentes e o atual modelo brasileiro.
A política comercial tem a ver com medidas adotadas pelo governo no objetivo de intervir nas transações com o exterior. As tarifas alfandegárias cobradas sobre os produtos importados retratam bem essa interferência. Quanto maior a tarifa mais dificultadas se tornarão as importações e mais protegida da concorrência externa estará a indústria nacional e, consequentemente, seus empregados.
Política de Rendas: Refere-se à intervenção do governo na formação de rendas, ou seja, aluguéis e salários, podendo também tratar do controle e congelamento de preços. Um exemplo é a determinação do salário mínimo pelo governo.
Leia o capítulo 4 do livro Economia: o que você precisa saber.
Aula 07 – Abordagem Macroeconômica: Moeda e Inflação
A todo o momento lemos nos jornais, ouvimos nos debates sobre e inflação brasileira, vemos o “dragão inflacionário” estampado nas revistas... Mas o que é inflação?
Bom, como a inflação é um fenômeno monetário, é importante esclarecer o que é moeda e quais suas funções.
Nesta aula, vamos definir moeda e suas funções dentro da economia. Com essas definições, poderemos compreender os principais tipos de inflação, ou seja, inflação de demanda, inflação de custos e inflação inercial, e os impactos da inflação nos agregados macroeconômicos.
Ao fim desta aula, você deverá ser capaz de cumprir os objetivos abaixo descritos:
 - Ter contato com o conceito de moeda, sua evolução, tipos e funções;
- Definir inflação, tipos de inflação e consequências para a economia.
Então vamos começar pela moeda!
Conceitualmente, o termo “moeda” é usado para denominar tudo aquilo que geralmente é aceito como meio de trocas de bens e serviços. Significa dizer, portanto, que a condição necessária para que algo possa ser aceito.
Mas como chegamos à moeda que utilizamos hoje? Vejamos como foi a evolução do sistema de trocas até o dia atual...
Sistema de trocas e a evolução da moeda
Não se pode afirmar com exatidão quando surgiu e qual foi a primeira moeda. Remontando aos primórdios da civilização, imagina-se facilmente que o homem primitivo produzia tudo quanto bastava ao seu sustento. Suas necessidades limitavam-se à garantia de sua sobrevivência.
As associações e o desenvolvimento natural da vida em grupo criaram, porém, outras necessidades para cuja satisfação o indivíduo, isoladamente, se viu impotente. Sua autossuficiência se reduzia na medida do crescimento de suas necessidades
Nesta cadeia de raciocínio, o próximo elo foi a introdução paulatina da divisão e especialização do trabalho: cada indivíduo passou a produzir um ou poucos produtos, consumindo uma parte deles e tentando passar a outro o excedente em troca de outros bens que necessitava.
Estabeleceu-se, então, um sistema de trocas diretas, conhecido por escambo, de mercadorias por mercadorias, mercadorias por serviçosou serviços por serviços.
Dificuldades da economia de escambo
É fácil imaginar as dificuldades para um razoável funcionamento dessa economia de escambo:
Primeiro, exige uma permanente coincidência de interesses (o indivíduo “A” dispõe de arroz e quer trocar por carne; para se realizar essa troca, é imprescindível que ele encontre um indivíduo “B” que tenha carne e queira arroz!).
Segundo, há a dificuldade de se estabelecer as relações ou preços de troca (valores entre dois bens bastante diferentes).
Por tudo isso, esse sistema, que vigorou na mais remota antiguidade, era claramente ineficiente. As mudanças requeridas se realizaram lentamente.
Moeda Mercadoria => Geralmente, escolhia-se uma mercadoria que fosse relativamente escassa e não facilmente perecível (nem sempre possível). A história registra que, em diferentes locais e épocas, foram usados como moeda: sal, peles, fumo, gado, trigo, rum, carne seca, ferro, cobre, dentre outros.
Moeda Metálica => Sem dúvida, de todas as mercadorias, a preferência maior recaía, geralmente, sobre os metais, não só pela sua relativa escassez, mas, também, pela sua durabilidade e fácil divisibilidade. Muito embora o ferro, o cobre e o bronze tenham sido bastante utilizados, houve uma predominância do uso dos metais preciosos, notadamente a prata e o ouro.
Moeda Papel => Com o tempo, e diante da crescente demanda por tais certificados, as casas de custódia passaram a emitir certificados cujo valor global em circulação excedia o valor total dos metais preciosos ali depositados. A experiência acumulada pelos custodiares mostrava que nem todos os depositantes resgatavam, ao mesmo tempo, seus depósitos. Além do mais, enquanto alguns vinham para reconverter seus certificados em ouro, outros vinham para depositar. Assim, com um encaixe metálico menor, era possível garantir a liquidez dos certificados, isto é, garantir as reconversões que, em média, na semana ou no mês, correspondia a apenas uma fração do total dos certificados em circulação.
Papel Moeda => Com o crescimento do volume e valor das transações, o manejo de grandes quantidades de metais preciosos tornou-se problemático pelas dificuldades de transporte e os riscos envolvidos. Pouco a pouco, nota-se o aparecimento de casas de custódia desses metais em diversos pontos. Essas casas passaram a receber em depósito os metais preciosos dos comerciantes, emitindo em troca um recibo ou certificado de valor correspondente. Esse certificado recebeu a denominação de moeda papel e era generalizadamente aceito nas transações. Sua característica principal era possuir lastro integral (100%) em ouro, isto é, a qualquer momento o possuidor do certificado poderia ir à casa de custódia emissora e reconvertê-lo em ouro ou prata. Daí sua crescente aceitabilidade como meio de pagamento em substituição aos próprios metais preciosos.
Então vamos começar pela moeda!
Ocorreu, assim, um novo marco histórico na evolução das formas de moeda: a passagem da moeda papel para os certificados emitidos sem o correspondente lastro em ouro ou prata e que vieram a ser chamados de papel moeda. Pouco a pouco o papel moeda passou a ter uso generalizado como meio de pagamento nas transações pelo simples fato de que sua aceitação era geral, não se questionando sobre a possibilidade de convertê-lo ou não em ouro.
O esquema a seguir retrata como se desenvolveu o sistema de trocas e a devolução da moeda:
 Direita Escambo
Sistemas de trocas
 Indireita Mercadoria Moeda, Moeda Metálica, Moeda Papel, Papel 
 Moeda
ATENÇÂO: Num processo evolutivo normal, e com o intuito de evitar riscos de emissões exageradas, o passo seguinte foi a proibição de emissão de papel moeda pelos bancos privados (antigas casas de custódia), limitando-se o direito de sua emissão a uma instituição oficial que, pouco a pouco, se transformou nos atuais bancos centrais de cada país.
Tipos de moeda
Numa classificação didática, temos, hoje, as seguintes espécies ou formas de moeda:
Moeda manual: Vem a ser aquela emitida pela Casa da Moeda, representada pelas cédulas e moedas metálicas em circulação.
Moeda escritural ou bancária: Representada pelos depósitos à vista nos bancos comerciais. Vale lembrar que se trata das chamadas moedas fiduciárias (isto é, em que se tem fé ou se acredita), já que não possuem valor intrínseco, constituindo-se em moeda simplesmente porque têm aceitação generalizada nas transações econômicas.
Funções da moeda
Bom, já que agora sabemos um pouco sobre o sistema de trocas e dos tipos da moeda, vamos às suas funções:
Instrumento de troca: Tendo aceitação generalizada como meio de pagamento nas transações, a moeda exerce sua função mais cristalina e fundamental – que é servir como instrumento ou intermediária de trocas entre os indivíduos para satisfação de ambas as partes.
Padrão de referência de valor: Nesse caso, a moeda possibilita que todos os fatores de produção e os produtos (bens e serviços) possam ter seus valores expressos em unidades monetárias, propiciando a fácil avaliação e comparação de todos os recursos e produtos disponíveis na Economia.
Reserva de valor: A moeda desempenha, também, a função de reserva de valor no sentido de que o indivíduo pode manter sua riqueza (ou parte dela) sob a forma de moeda, por um período de tempo, sabendo que, amanhã ou depois, esse ativo será aceito em qualquer transação por ter liquidez absoluta. Trata-se, no entanto, de uma função que merece duas ressalvas: primeiro, se o indivíduo prefere manter sua riqueza sob a forma de moeda, ele deixa de ganhar, pois a moeda em si não gera rendimentos; segundo, e ao contrário, em períodos inflacionários o indivíduo perde com a desvalorização da moeda.
Inflação
A inflação é definida como sendo um aumento contínuo e generalizado do nível geral de preços, em outras palavras, uma perda progressiva do poder de compra da moeda. Em uma economia com inflação é necessário cada vez mais moeda para se comprar a mesma quantidade de bens e serviços.
Inflação basicamente significa alta de preços. Mas uma alta de preços que têm algumas características próprias. Observe:
É geral, sobem os preços de todos os bens, serviços etc. na mesma proporção, uns mais, outros menos, mas todos sobem.
É durável, o movimento de elevação dos preços não é um ponto no tempo, não é feito de avanços e recuos estáticos, mas persistente (e às vezes, demorado).
É progressiva ou acumulativa. A inflação alimenta-se a si mesmo e pode aos poucos, aumentar a sua velocidade de alta (ou até mesmo de baixa).
Mas o que faz aparecer esse fenômeno que chamamos de inflação, melhor dizendo, quais são as suas causas, de âmbito socioeconômico, com os seus respectivos efeitos, não só em toda a vida econômica, como também na vida política, na vida social e até na vida individual de cada pessoa que forma a sociedade de um país?
As suas causas estão diretamente ligadas ao que podemos identificar e classificar como tipos básicos de inflação.
 INFLAÇÃO DA DEMANDA: A inflação de demanda é o tipo de inflação causada por um excesso de procura, dada a oferta disponível de bens e serviços na economia. Entre os fatores que fazem aparecer este fenômeno, cabe destacar: o aumento da renda disponível das pessoas; expansão dos gastos públicos (sendo que o governo é um dos agentes que demandam bens e serviços na economia, pressionando o nível da demanda agregada, que, dependendo de como o governo mexe com os seus gastos, ele pode até gerar um déficit público, e fazer gerar mais ainda um maior nível de demanda global do país); expansão do crédito e redução da taxa de juros (aumentando a liquidez, a moeda em circulação e, por conseguinte, os gastos da sociedade) e as expectativas dos agentes econômicos.
É importantedestacar que o aumento excedente da demanda só causa inflação, se a economia do país estiver tendendo a chegar no pleno emprego da utilização dos recursos (ou fatores) de produção disponíveis na economia do país
INFLAÇÃO DE CUSTOS ( OU DE OFERTA): Uma determinada experiência brasileira demonstra que pode haver inflação, mesmo sem a presença de um excesso de demanda sobre a oferta: a demanda pode permanecer inalterada, isto é, não é excessiva em relação à oferta, e, não obstante, aparece a inflação, porque os custos (despesas com a produção) sobem, melhor dizendo, há a chamada inflação de custos (ou de oferta). Entre os fatores que fazem aparecer este outro fenômeno inflacionário, cabe destacar: a taxa de juros (ao mesmo tempo em que contribui para reduzir a demanda, gera um aumento dos custos de produção, pois as empresas muitas vezes pegam dinheiro emprestado em bancos), a desvalorização cambial (pois gera um aumento nos preços dos produtos importados que servem de matéria-prima), os preços externos de determinados produtos (tais como o preço internacional do petróleo), custo da mão de obra (devido a aumentos salariais) e aumento de impostos.
O empresário, a empresa, trata de passar adiante essas elevações de despesas e eleva o preço de venda do seu produto. E a maior ou menor proporção que o empresário, ou a empresa, conseguirá repassar tais elevações para o preço do seu produto, depende das condições que se tem em relação ao seu poder de concentração de mercado, ou a maior ou menor concorrência que se tem neste mesmo mercado.
INFLAÇÃO INERCIAL: O último tipo de inflação que pode ocorrer, independente de pressões de demanda e/ou de custos, é a inflação que está associada aos mecanismos de indexação da economia, melhor dizendo, a chamada inflação inercial. Ela é desenvolvida por meio da garantia que se tem de reajustar preços, a partir da constatação da existência de inflação, onde a inflação de hoje passa a ser o piso para a inflação de amanhã, mesmo não se tendo pressões de demanda e de custos, onde a inflação pode não ceder.
Distorções do Processo Inflacionário
A principal consequência de um processo inflacionário são as disparidades de preços, porque os preços dos produtos variam com taxas diferentes. Portanto, com a inflação, os preços relativos mudam: os preços de alguns insumos aumentam mais do que o de outros, as empresas tendem a variar a intensidade com que são usados.
Por outro lado, estes tendem a gerar expectativas de que a inflação tenderá a subir no futuro (gerando expectativas de inflação futura), onde procurarão resguardar as suas margens de lucro, aumentando os preços dos seus produtos.
E, ao mesmo tempo, um processo inflacionário provoca distorções sobre as finanças públicas; pois este processo acaba gerando uma defasagem entre o fato gerador e o recolhimento efetivo do imposto; assim, quanto maior a inflação, menor tende a ser a arrecadação do governo.
E, ao mesmo tempo, um processo inflacionário provoca distorções sobre as finanças públicas; pois este processo acaba gerando uma defasagem entre o fato gerador e o recolhimento efetivo do imposto; assim, quanto maior a inflação, menor tende a ser a arrecadação do governo.
Veja um quadro que apresentam as importantes correntes econômicas sobre o tema inflação.
ATENÇÃO: É importante informar, porém, que nenhuma das correntes econômicas, isoladamente, é suficiente para explicar o comportamento da inflação nas últimas décadas da economia brasileira. Na verdade, o que se observa é que há algum grau de complementação entre tais teorias.
QUADRO Leia o capítulo 4 do livro Economia: o que você precisa saber.
Aula 08 – Políticas Macroeconômicas – Monetária e Fiscal
A todo o momento lemos nos jornais, ouvimos nos debates sobre e inflação brasileira, vemos o “dragão inflacionário” estampado nas revistas... Mas o que é inflação?
Bom, como a inflação é um fenômeno monetário, é importante esclarecer o que é moeda e quais suas funções.
Nesta aula, vamos definir moeda e suas funções dentro da economia. Com essas definições, poderemos compreender os principais tipos de inflação, ou seja, inflação de demanda, inflação de custos e inflação inercial, e os impactos da inflação nos agregados macroeconômicos.
Ao fim desta aula, você deverá ser capaz de cumprir os objetivos abaixo descritos:
- Reconhecer como os instrumentos de Política Monetária podem ser utilizados para o controle do processo inflacionário;
- Analisar os instrumentos da Política Fiscal em busca do equilíbrio fiscal.
Política Monetária e seus Instrumentos
A política monetária refere-se à atuação do governo no sentido de controlar as condições de liquidez do país. Com esse objetivo, o governo atua sobre a quantidade de moeda na economia, sobre a capacidade de concessão de empréstimos por parte dos bancos e, por consequência, sobre os níveis das taxas de juros.
Na realidade, o mercado monetário é como outro qualquer, onde existe demanda, oferta e preços de equilíbrio.
ATENÇÃO: A política monetária é a maneira pela qual o governo atua, de uma maneira geral, sobre a quantidade de moeda, de crédito e das taxas de juros.
Mas, antes de começarmos, umas considerações importantes:
Conceito de Moeda na Política Monetária => Muitas coisas são usadas como dinheiro, inclusive o cartão de crédito. Mas o conceito de moeda que é usado na Política Monetária é o M1. M1 = papel-moeda em poder da sociedade + depósitos em conta corrente bancária Obs.: Quando se fala “sociedade”, não contabilizamos as moedas que estão em poder do governo.
Demanda por Moeda (M1) => É a quantidade de moeda (M1) que a coletividade deseja deter em um determinado momento. As pessoas demandam moeda (M1):
Para Transações (compras/vendas);
Por Precaução (contra a incerteza na economia) e
Por Especulação (guardar provisão de moedas para quando aparecer um investimento interessante).
Oferta de Moeda (M1)=> Quantidade de moeda disponível para a sociedade em um determinado momento; o Banco Central é o órgão do governo encarregado por controlar a oferta de moeda.
Como o Banco Central controla a Oferta de Moeda (M1)? É o que veremos a seguir.
Por meio dos instrumentos monetários, que são quatro. Vamos ver cada um deles:
Emissão de papel moeda: Vale realçar o fato de que o papel moeda (as notas de Real e as moedinhas que usamos no dia a dia) é emitido apenas para atender as necessidades de pagamentos, geralmente de pequeno valor, e essa emissão tem pouca importância para a política monetária, de qualquer forma, só serve para gerar um aumento da oferta de moeda.
Percentual de depósito compulsório (ou reservas bancárias): É uma parte dos depósitos a vista que o banco recebe diariamente, e que ele é obrigado a depositar no Banco Central.
Ao provocar o aumento ou uma dedução do depósito compulsório (ou reservas bancárias) o Banco Central espera aumentar ou reduzir o montante dos depósitos à vista nos bancos. O banco comercial faz a intermediação financeira. Quanto mais recursos ele tiver livres para aplicar/emprestar, mais ele realiza operações, elevando a oferta de M1 na economia. Isto porque os bancos podem multiplicar, na forma de depósitos à vista, a moeda criada pelo Banco Central – ou seja, as reservas bancárias.
Logo, se o Banco Central aumentar o seu depósito compulsório, reduz a oferta de M1. Já se o Banco Central diminuir o depósito compulsório aumenta a oferta de M1.
Linhas de Redesconto: Repasse de verba do Banco Central para os bancos comerciais (usando aquele dinheiro que é guardado sob a forma de depósito compulsório). Isto só ocorre com dois objetivos:
Empréstimo de Liquides (repasse de dinheiro temporário, só até o banco comercial se reorganizar para honrar um volume maior de saque dos correntistas);
Linhas especiais de créditos (Ex. Créditos Exportadores: Dinheiro com um custo mais baixo para o exportador. Vem do Banco Central para os bancos comerciais.)
 Saiba Mais
 Se o Banco Central aumenta a taxa de redesconto, os bancos devem atuar mais comedidamentena concessão de crédito, porque pagarão mais caro para obter reservas bancárias, caso necessitem. Por outro lado, quando reduz a taxa de redesconto, o Banco Central está sinalizando que os bancos podem aumentar os empréstimos concedidos aos clientes.
Operações de Mercado Aberto: Compra e venda de títulos da dívida pública. Ao vender os títulos da dívida pública à sociedade, o governo recolhe moeda; logo, uma operação de venda de títulos leva a uma redução na oferta de moeda.
Já na hora em que o governo compra/resgata os títulos da dívida pública da sociedade, devolve o valor e o rendimento em moeda. Assim, uma operação de compra de títulos pelo governo leva a um aumento na oferta de moeda.
Comentários importantes sobre a dívida pública interna
É gerada quando o governo vende títulos ao público, para captar dinheiro rápido, e oferecendo, em troca, um rendimento deste dinheiro em certo prazo. Os bancos comerciais são compradores habituais. A dívida surge de uma necessidade de gasto do Estado, que não quer financiá-la diretamente por um aumento de tributos. Além disso, a dívida é um dos instrumentos de política monetária.
Taxa de Juros SELIC (Sistema Especial de Liquidação e Custódia): A oferta de moeda permite que o Banco Central determine a taxa de juros, que resulta da relação entre oferta e demanda de moeda. Supondo constante a demanda por moeda, a sua oferta passa a ser a maneira de influenciar a taxa de juros.
Aumento de oferta de moeda juros SELIC
 Redução da oferta de moeda juros SELIC
COPOM: Quem decide qual será o melhor nível desta taxa é o COPOM (Comitê de Política Monetária). A cada 45 dias, o COPOM se reúne para decidir qual será a meta desejada. Nessa decisão, são consideradas as metas de inflação para o ano e o nível de atividade da economia, entre outros.
Fonte: Banco Central do Brasil
A política fiscal é realizada pelo governo ao administrar seus gastos e ao decidir como vai financiá-los.
Para dar conta de suas tarefas de forma sustentável, o governo deve cobrir seus gastos com sua receita, ou seja, por meio da cobrança de impostos e tarifas.
	
Exemplos de Receitas do Governo
	
Exemplos de Gastos do Governo
	
Coleta de impostos diretos e indiretos
	
Gastos dos Ministérios, secretarias e autarquias
	
Contribuições à Previdência Social
	Gastos com Transferências à população (como aposentadorias, bolsas de estudos, fome zero, etc.)
	
Outras Receitas: Taxas, multas, aluguéis, etc.
	
Subsídios (Transferências às empresas.)
Tipos de Política Monetária
A política fiscal pode ser contracionista (= recessiva) ou expansionista. Diz-se contracionista quando reduz a demanda agregada, e expansionista, quando expande a demanda agregada.
Política fiscal contracionista: ocorre se o governo corta gastos com o setor privado, ou aumenta os impostos. Se o governo diminui gastos, também reduz a demanda agregada. Já se o governo aumenta os tributos, isto afeta indiretamente a demanda agregada, por meio de consumo e investimento. Afinal, pagando mais impostos, o consumidor poderá reduzir o consumo e as empresas, eventualmente, reduzem o investimento. Os preços dos exportados podem se tornar menos competitivos, devido aos impostos embutidos:
Impostos sobem e gastos gov. caem Inv. Produção emprego, consumo produto
Uma política fiscal expansionista ocorre se o governo aumenta seus gastos com o setor privado, ou reduz os impostos. Se o governo aumenta gastos, também aumenta a demanda agregada. Já se o governo reduz os tributos, isto aumenta indiretamente a demanda agregada, por meio de consumo e investimento. A redução de impostos se reflete em mais capacidade de gasto, tanto para consumo quanto para investimento:
Impostos caem e gastos gov. sobem inv. produção emprego,   consumo,    produto
Efeitos da Política Fiscal sobre a Inflação
Como visto, uma política fiscal expansionista aquece a demanda agregada. Desta forma, as vendas aumentam, criando um ambiente mais propício à elevação de preços.
Por isto, uma política fiscal expansionista pode contribuir para o aumento da inflação, mesmo que a economia não esteja próxima ao nível de pleno emprego. Já se a economia estiver operando próxima do nível máximo, com certeza haverá inflação, neste caso, inflação de demanda.
ATENÇÃO: Quando o governo tem como meta estabilizar os preços, costuma aplicar política fiscal contracionista. A lógica é a seguinte: esta política reduz a demanda agregada, logo reduz o investimento produtivo e o emprego. O consumo cai, o que dificulta aumentos de preços. Um empresário pode manter seus preços altos, mas não os aumenta, se as vendas estão caindo.
Resultados do Governo
Para manter o equilíbrio fiscal, o governo pode se endividar junto à sociedade e também emitir moeda. Mas para que sua dívida não provoque pressão inflacionária, o governo não deve mais emitir dinheiro, seu endividamento deve ser financiado através da emissão de títulos da dívida pública.
Os títulos são comprados por investidores institucionais, bancos etc.
Saiba Mais;
O governo paga os famosos juros da dívida pública, sendo que o total pago é fortemente influenciado pela taxa de juros dos títulos da dívida pública. Esta, por sua vez, está em grande parte vinculada à SELIC.
São e 3 as formas de calcular o saldo entre receitas e gastos do Governo, em reais:
Resultado Primário: Receitas menos gastos, sem incluir, nesta conta, pagamento de juros e correção monetária pelo governo, ou seja, a dívida pública. Normalmente, o governo brasileiro tem buscado superávit primário.
Resultado Operacional: Receitas menos gastos, incluindo o pagamento de juros da dívida pública. Neste conceito, o resultado mais comum é de déficit.
Resultado Nominal: Receitas menos gastos, incluindo o pagamento de juros da dívida pública, mais a correção monetária ou cambial (alguns títulos têm rendimento correspondente à variação do câmbio). Este é o conceito mais completo; normalmente é um déficit. O financiamento do déficit nominal se dá através da colocação de mais títulos públicos no mercado, elevando, dessa maneira, a dívida pública.
Dívida Bruta e Dívida Líquida
Veja a evolução da nossa dívida pública em proporção ao PIB. A “dívida bruta” engloba todo tipo de débito do Estado brasileiro:
Títulos públicos vendidos ao “mercado”;
Empréstimos bancários;
Empréstimos feitos por organismos internacionais;
Débitos estaduais e municipais assumidos pelo governo federal.
Já no cálculo da “dívida líquida”, desconta-se tudo o que o país já tem em caixa tanto em reais depositados aqui, como em dólares mantidos no exterior — ou vai receber no futuro. Inclusive aquilo que vai receber do mesmo “mercado” de quem o Brasil é devedor.
Leia o capítulo 5 do livro Economia: o que você precisa saber.
Aula 09 – Políticas Macroeconômicas – Cambial e Comercial
Escutamos nos telejornais, lemos nos jornais e revistas a valorização e/ou a desvalorização do dólar frente à moeda nacional e as consequências para a economia brasileira.
Mas, como a moeda norte-americana se valoriza? Como se desvaloriza? Quais os efeitos?
Vamos entender alguns conceitos importantes, nesta aula, para clarear um pouco essas discussões, ou seja, vamos entender os princípios da Política Cambial.
Outra política macroeconômica que vamos estudar é a Comercial. Esta consiste na atuação do Governo com medidas para influenciar as exportações e importações, sem que seja necessário mexer na taxa de câmbio. E, como isso, fechamos a parte da matéria que diz respeito às políticas macroeconômicas.
Ao fim desta aula, você deverá ser capaz de cumprir os objetivos abaixo descritos: 
Definir câmbio, regimes cambiais e Política Cambial;
Reconhecer a Política Comercial e sua capacidade de influenciar a economia na busca das metas macroeconômicas.
Política Cambial e Comercial
A política comercial tem a ver com medidas adotadas pelo governo no objetivo de intervir nas transações

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