Buscar

Aula 01 PSICOSSOMATICA UM ESTUDO HISTÓRICO E EPISTEMOLÓGICO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Psicologia: Ciência e Profissão 
Print version ISSN 1414-9893 
Psicol. cienc. prof. vol.20 no.4 Brasília Dec. 2000 
http://dx.doi.org/10.1590/S1414-98932000000400008 
ARTIGOS 
 
Psicossomática um estudo histórico e epistemológico 
 
 
Ednéia Albino Nunes Cerchiari* 
Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul 
Endereço para correspondência 
 
 
 
RESUMO 
Artigo originado da Dissertação de Mestrado “ Uma Contribuição ao Estudo da 
Relação Câncer de Mama e Alexitimia”1. Trata-se de um detalhado estudo teórico 
sobre o tema, abrangendo a psicossomática desde suas origens às abordagens 
atuais. Procura fazer um levantamento de quais doenças que se encontram sob 
esta denominação e qual o fator etiológico predominante se biológico ou psíquico. 
Analisa também a alexitimia em sua relação com a psicossomática. Sugerir ainda o 
termo somatopsicose como o mais indicado para referenciar as doenças designadas 
psicossomáticas. 
Palavras-chave: Psicossomática, Alexitimia, Somatopsicose. 
 
ABSTRACT 
This article originated from the mastership dissertation “ A Contribution to the 
study on the relationship of breast cancer and alexithymia” . The detailed study 
about this teme shows the deasese psychosomatic from yours origin until now. This 
study shows yet which desease are called desease psychosomatic and which factor 
etiologic main and if the desease are biologic or psychic. This study analyses the 
alexitymia and yours relationship with psychosomatic. The author suggests the 
word somatic-psycosis with the best word to indicate deseases called deseases 
psychosomatics. 
Keywords: Psychosomatic, Alexithymia, Somatic-psycosis. 
 
O termo psicossomático, após séculos de estruturação, surgiu no século passado, 
através de Heinroth, com a criação das expressões psicossomática (1918) e 
somatopsíquica (1928). (Mello Filho, 1992). 
No entanto, o movimento consolidou-se somente em meados deste século, através 
das contribuições pioneiras de Franz Alexander e da Escola de Chicago. Contudo, as 
dúvidas referentes à relação mente corpo continuam expressas na própria 
denominação – psicossomática - e ainda continua a ser usada por muitos 
estudiosos destes fenômenos. 
Para Alexander, o termo psicossomático “deve ser usado apenas para indicar um 
método de abordagem, tanto em pesquisa quanto em terapia, ou seja, o uso 
simultâneo e coordenado de métodos e conceitos somáticos - de um lado e 
métodos e conceitos psicológicos por outro lado”. (Alexander, 1989, p.42). 
A. Dias (1992, p.31), refletindo a relação entre sujeito e linguagem, começa por 
criticar o termo psicossomático. Afirma que é um termo gasto, pois “entrou no 
domínio do psiquiátrico e da medicina com uma tal amplitude que, se bem que 
criando um novo espaço de investigação, também o diluiu noutros espaços afins”. 
Propõe ainda que,a partir de algumas indicações deixadas por Bion, há necessidade 
de se interrogar quanto à inespecificidade do termo psicossomático e sua 
pertinência. 
O termo psicossomático, na expressão mais comum, pode reportar-se tanto ao 
quesito da origem psicológica de determinadas doenças orgânicas, quanto 
às “repercussões afetivas do estado de doença física no indivíduo, como até 
confundir-se com simulação e hipocondria, onde toma um sentido negativo”. 
(Cardoso, 1995, p.5). 
No sentido mais preciso, o termo circunscreve áreas específicas, sobreponíveis ou 
não, quando se refere à medicina psicossomática, doenças psicossomáticas ou 
psicossomática. 
A denominação de medicina psicossomática, de acordo com seu campo 
epistemológico, “é um estudo das relações mente corpo com ênfase na explicação 
da patologia somática, uma proposta de assistência integral e uma transcrição para 
a linguagem psicológica dos sintomas corporais”. (Ekstermam, 1992, p.77). 
Sami-Ali (1992, p.159) ao refletir sobre a ligação entre o orgânico e o relacional 
começa por distinguir medicina psicossomática e psicossomática. Assim, a medicina 
psicossomática é “uma maneira de introduzir variáveis psicológicas num domínio 
que se define como orgânico, adicionando variáveis psíquicas às variáveis 
orgânicas”. 
A Psicossomática proposta por ele, no entanto, é um modelo teórico e uma 
metodologia específica, onde o somático é percebido em sua complexidade e não 
na falha psíquica. Desta forma, Sami-Ali inspira-se na psicanálise, mas a utiliza 
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Nota
Introjetar doenças que ouve.
Ignis
Nota
Fingir doenças
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
somente como ponto de partida “para a elaboração de outros conceitos” (Sami-Ali, 
loc. cit.), afastando-se, desta forma, dos modelos freudianos. 
O conceito de doença psicossomática, sua classificação e diagnóstico, é outra 
questão polêmica. Halliday (1943,1945,1946,1948, cit. Alexander, 1989, p.43) 
propõe que a úlcera péptica, a artrite reumatóide, a hipertensão, o hipertireodismo 
essencial e outras estariam inclusos nas doenças psicossomáticas. O ponto de 
partida deste autor firma-se na hipótese de que o fator etiológico proeminente 
nestas doenças é o fator psicológico. 
No entanto, Alexander2 (1989) diz que, teoricamente, “cada doença é 
psicossomática, uma vez que fatores emocionais influenciam todos os processos do 
corpo, através das vias nervosas humorais e que os fenômenos somáticos e 
psicológicos ocorrem no mesmo organismo e são apenas dois aspectos do mesmo 
processo”. 
Portanto, a designação de psicossomática, devido a “seu esforço de delimitação e 
rigor no seu objeto e métodos”, foi distanciado-se cada vez mais da Medicina 
Psicossomática. No entanto, “isso não significa que se caminhe no sentido da 
síntese de um modelo psicossomático”, contudo situa-se numa “perspectiva 
específica no modo de encarar os fenômenos de doença”. E tampouco significa que 
se tenha resolvido antigas questões do impasse das teorias monistas e dualistas da 
relação corpo-espírito (Cardoso, 1995, p.5). 
 
Evolução Histórica do Conceito 
Se partirmos do pressuposto da unidade funcional soma-psyche, na qual a 
psicossomática se funda, “ela constitui, mais uma vez, uma resposta à velha 
questão da relação corpo espírito”. (Weiss e English, 1952, cit. Cardoso, 1995, 
p.7), assunto provavelmente tão antigo quanto à própria humanidade, uma vez que 
a relação entre corpo e espírito foi e continua a ser assunto tão controvertido e 
fecundo. 
Ao fazer referência a insônia e a influência das paixões na tuberculose, epilepsia e 
cancro, J. C. Heinroth, psiquiatra alemão, utiliza pela primeira vez, em 1818, o 
termo psicossomática. A medicina psicossomática, a partir do século passado, como 
reação à tradição dualista cartesiana, surge com a proposta holística na maneira de 
olhar a doença. Somente no século posterior, o termo psicossomática é retomado, 
influenciado pelo desenvolvimento da psicanálise e do modelo freudiano, iniciando, 
desta forma, sua estruturação. 
A medicina, conhecedora “das descobertas e da teorização da psicanálise, das 
investigações no campo da reflexiologia por Pavlov (1976), da neurofisiologia por 
Cannon (1911) e da conceptualização da noção de stress por Selye 
(1956).” (Cardoso, 1995, op. cit.), utiliza destas valiosas contribuições para fazer 
uma nova leitura dos fenômenos. 
A história da psicossomática, poderia ser dividida em duas grandes correntes: de 
um lado, as correntes inspiradas“nas teorias psicanalíticas e com base no conceito 
de doença psicossomática”; de outro lado, a “inspiração biológica, alicerçada no 
conceito de stress”. (Dantzer, 1989 cit. Cardoso, 1995, op. cit.). 
Ignis
RealceIgnis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Para Mello Filho (1992), a evolução da psicossomática ocorreu em fases. A 
primeira, denominada de fase inicial ou psicanalítica, sob a influência das teorias 
psicanalíticas, teve seu interesse voltado para os estudos da origem inconsciente 
das doenças, das teorias da regressão e dos ganhos secundários da doença. A 
segunda, também chamada de fase intermediária, influenciada pelo modelo 
Behaviorista, valorizou as pesquisas tanto em homens como em animais, deixando 
assim grande legado aos estudos do stress. A terceira fase, denominada de atual 
ou multidisciplinar, valorizou o social, a interação e interconexão entre os 
profissionais das várias áreas da saúde. 
 
Precursores Contribuições da Psicanálise 
A psicossomática e a psicanálise estão articuladas histórica e praticamente, mesmo 
que Freud, em momento algum, tenha se preocupado em criar uma teoria 
psicossomática. Devido ao fato de seus conceitos fomentarem grandes discussões e 
fundamentarem inúmeros modelos, ele é considerado um dos percursores mais 
influentes nesta área (Dejours et al.., 1980; Dejours, 1988, cit. Cardoso, 1995). 
Freud (1895), em seus estudos sobre a histeria, “aborda a componente somática 
do sintoma de um ponto de vista econômico e conceptualiza o fenômeno de 
conexão, a que atribui o sentido de expressão simbólica do conflito”. (A. Dias 1976 
cit. Cardoso, 1995, op. cit.). 
Diferentemente de Janet que “afirmava um valor negativo, fosse para organização 
mental subjacente (subconsciente) ou para o sistema neurótico (astenia)”, Freud 
propõe um valor positivo à “descompensação neurótica, via o estudo do fenômeno 
histérico” (A. Dias, 1992, op. cit.), delimitando, assim, o pensamento psicanalítico 
do pensamento psicológico da época. 
A noção de complacência somática3 é introduzida por Freud, constituindo objeto de 
controvérsia, ainda hoje, por aqueles que defendem “o assimbolismo ou estupidez 
do sintoma e da escolha do órgão, contra os que acreditam no seu valor simbólico”. 
(Cardoso, 1995). Ao tentar “articular o somático e o psíquico”, Freud faz a distinção 
entre as psiconeuroses e as neuroses atuais, contribuindo sobremaneira a algumas 
teorias psicossomática (Sami-Ali, 1992, op. cit.). 
Freud introduziu a expressão complacência somática para se referir à “escolha da 
neurose histérica e a escolha do órgão ou do aparelho corporal sobre o qual se dá a 
conversão”. (Laplanche e Pontalis, 1995, p.69), onde o corpo ou um órgão 
específico facilitaria a expressão simbólica do conflito inconsciente. Ao questionar a 
determinação do sintoma, no caso Dora, Freud (1905) levanta a polêmica questão 
referente à origem dos sintomas histéricos, ou seja, se seriam de origem psíquica 
ou somática. Para ele, no entanto, a questão da origem dos sintomas histéricos, 
não está em escolher entre a origem psíquica e a somática, uma vez que “todo 
sintoma histérico requer a participação de ambos. Não pode ocorrer sem a 
presença de uma certa complacência somática fornecida por algum processo 
normal ou patológico no interior de um órgão do corpo ou com ele relacionado”. 
(Freud, 1905, Vol. VII, p. 47-48). Portanto, para Freud, é esta complacência 
somática que “proporciona aos processos psíquicos inconscientes uma saída no 
corporal” (Freud, 1905, loc. cit.). 
Nas psiconeuroses os sintomas provêm do recalcado num processo de insucesso do 
recalcamento e de retorno do recalcado. Ou seja, o “conflito intrapsíquico e as 
tentativas para sua elaboração tomariam o lugar central, com existência de 
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
fantasma e neurose de transfert” (Cardoso, 1995, p.9). Enquanto que nas neuroses 
atuais (neurastenia, neurose de angustia e hipocondria) não há mediação psíquica 
e a patologia reflete, diretamente, uma economia sexual perturbada, conseqüência 
de um excesso ou insuficiência de descarga, “seria a realidade a tomar maior 
importância, ficando o conflito fora do acesso do sujeito” (Sami-Ali, cit. Cardoso, 
1995, p.9). 
Vemos que, os contributos da psicanálise para a teoria psicossomática são valiosos, 
uma vez que, “qualquer que seja o momento de sua elaboração, a teoria 
psicossomática permanece estreitamente ligada à psicopatologia e mais 
especialmente à noção de psiconeurose, o que continua sendo a norma mesmo 
quando dela nos afastamos deliberadamente” (Sami-Ali, 1993, p.86). 
 
Escola Psicossomática Americana 
Na América, o interesse pela psicossomática surge por volta dos anos 30, 
consolidando-se em meados deste século com Alexander e Dunbar da Escola de 
Chicago. Estes autores consideram que os transtornos psicossomáticos 
seriam “conseqüência de estados de tensão crônica, relativa à expressão 
inadequada de determinadas vivências, que seriam derivadas para o corpo”. 
(Cardoso, 1995, p.10). Defendem ainda a questão da especificidade da doença 
psicossomática numa visão psicogenética. De acordo com a hipótese da 
especificidade, “as diferentes doenças psicossomáticas corresponderiam diferentes 
‘factores psicológicos’, que para Dunbar seriam os tipos de personalidade e para 
Alexander os conflitos ou ‘situações de vida significantes’”(Cardoso, 1995, loc. cit.) 
A. Dias (1992), criticando os dois grandes ramos da psicossomática (Escola 
Americana e Escola de Paris), diz que o modelo de Alexander e os que dele derivam 
é um modelo médico “que, entreabindo as portas à ‘neurose de órgão’, lhes fechara 
imediatamente pela imposição do anatômico que ‘exigia’ uma explicação do 
localisacional fisiológico”. ( A.Dias, 1992, p.39). Este autor ainda salienta que existe 
“insuficiência epistemológica crucial” no modelo de Alexander, quando este defende 
a questão da especificidade, ao tentar acoplar ao órgão e sua doença diferentes 
personalidades, onde a cada vivência emocional corresponderia uma síndrome 
específica de alterações físicas. 
Alexander (1989, p.37), analisando o conceito Freudiano de histeria conversiva em 
psicossomática faz uma distinção entre sintoma conversivo e neurose vegetativa. 
Para ele, o sintoma conversivo é “uma expressão simbólica de um conteúdo 
psicológico emocionalmente definido”, cuja finalidade é “expressar e aliviar tensões 
emocionais”, através dos sistemas neuromuscular voluntário ou perceptivo. 
Enquanto a neurose vegetativa é uma resposta fisiológica dos órgãos vegetativos a 
estados que podem ser ou não constantes. 
Para este autor, apenas no campo das inervações voluntárias pode haver a 
expressão simbólica do conteúdo psicológico, enquanto que é pouco provável que 
nos órgãos internos haja expressão simbólica. Para explicar este funcionamento, 
Alexander cria a noção de “neurose orgânica”, que abrange todos os “distúrbios 
funcionais” dos órgãos vegetativos, causados por impulsos nervosos, originados por 
processos emocionais “que ocorrem em algum lugar nas áreas cortical e subcortical 
do cérebro” (Alexander, 1989, p.37). 
Portanto, segundo este autor, a tensão emocional proveniente de conflitos 
vivenciados ou afetos específicos reprimidos estimulariam a função de órgãos 
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
específicos, verificando-se, a partir daí, “uma espécie de ‘estase anormal de 
energia’, pelo aumento ou persistência da produção dos concomitantes fisiológicos 
das emoções, perturbadora do seu funcionamento normal”, isto é, o que em um 
primeiro momento “se traduziria por uma alteração da função” posteriormente se 
constituiria em “uma transformação orgânica”, ou seja, “passaria de sintoma 
funcionala sintoma orgânico” (Cardoso, 1995, p.11). 
Do ponto de vista psicodinâmico, Alexander (1989, p.11), divide os distúrbios 
emocionais das funções vegetativas em duas categorias, sendo que correspondem 
a duas atitudes emocionais específicas. A primeira categoria se refere às atitudes 
emocionais de “preparação para luta ou fuga” e a segunda à “retirada da 
atividade” dirigida para o exterior. E, do ponto de vista fisiológico, as atitudes 
emocionais, da primeira categoria, estão sob o comando do sistema nervoso 
simpático; e, a segunda categoria, sob o sistema nervoso parassimpático. Partindo 
deste princípio, distingue as doenças relacionadas ao sistema nervoso simpático 
como respostas ativas, e as doenças relacionadas ao sistema nervoso 
parassimpático como respostas passivas. “O primeiro grupo incluíria doenças como 
a hipertensão arterial, a diabetes, a epilepsia, etc... enquanto do segundo grupo 
fariam parte afecções como asma, as colites, a úlcera duodenal, etc...” (Cardoso, 
1995, p.11). 
A teoria da especificidade4 norteia todos os pontos de vista de Alexander. Para ele, 
a especificidade orgânica seria responsável pela fragilidade de determinados 
órgãos. “Está aliada a constelações emocionais ou psicodinâmicas dos sujeitos e 
que a par de conflitos inconscientes específicos organizaria modos de defesa 
também específicas, poderia levar ao aparecimento de determinadas doenças, 
servindo a situação exterior de desencadeante” (Cardoso, 1995, loc. cit.). 
O conceito de que há uma predisposição para determinadas doenças conforme o 
tipo de personalidade é muito antigo e ainda presente no pensamento médico. 
Dunbar, a partir da aplicação de “métodos modernos de diagnóstico 
psicodinâmico”(Alexander, 1989, p.59) explora este campo fértil e “desenvolve a 
noção de perfil de personalidade, enquanto factor pré-mórbido determinante no 
aparecimento de certas doenças psicossomáticas” (Cardoso, 1995, op. cit.). 
Em seu estudo de perfis, esta autora procura “associar a um perfil psicológico uma 
patologia orgânica precisa”(Sami-Ali, 1993, p.86), chegando, inclusive, a um 
impressionante perfil do paciente coronariano, dos pacientes fraturados e 
propensos a acidentes, dos pacientes diabéticos etc.... Nestes estudos de perfis, 
Dunbar (1943, cit. Alexander, 1989) descreve determinadas “correlações 
estatísticas entre a doença e o tipo de personalidade”. (Alexander, 1989, p.59). O 
perfil do paciente coronariano parece ser o mais precioso de seus perfis. Para ela, 
este paciente demonstra ser uma pessoa constantemente batalhadora. Apresenta 
ter um elevado grau de controle e persistência e, também, uma aparência distinta, 
tendo como objetivo primordial o sucesso e a realização e, para atingir estes 
objetivos, o mesmo planeja a longo prazo. 
Outro perfil estudado por ela se refere ao paciente fraturado. Ao contrário dos 
pacientes coronarianos, estes“Tendem a agir sob impulso repentino e, 
freqüentemente, manifestam hostilidade mal controlada contra pessoas em posição 
de autoridade; ao mesmo tempo, seu comportamento é motivado por sentimentos 
de culpa e mostra uma tendência a auto-punição” (Alexander, 1989, p.59) 
Através destes estudos de perfis, Dunbar, conclui que determinados tipos de 
personalidades tenderiam a assumir ou não ocupações de responsabilidade. 
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Alvarez (1930, cit. Alexander, 1989), clínico e estudioso de perfis, tem aperfeiçoado 
o “conceito de personalidade própria do portador de úlcera péptica” (Alexander, 
1989, p.58), concluindo que estas pessoas demonstram características do tipo 
empreendedor, enérgico e agressivo. No entanto, Draper (1924, cit. Alexander, 
1989) diz que um grande número de pacientes com úlcera péptica demonstram que 
sob a aparência de empreendedor, enérgico e agressivo há característica de 
dependência e, “conforme ele as expressou, femininas” (Alexander, 1989, loc. cit.). 
As doenças endócrinas é outro terreno fecundo para a “correlação de traços de 
personalidades com quadros de doença” (Alexander, 1989, p.58). O paciente com 
hipertireoidismo demonstra ser “extremamente tenso, irritável e sensível”, 
(Alexander, 1989, op. cit.), enquanto que o paciente com hipotireoidismo 
demonstra ser uma pessoa“embotada, fleumática e lenta” (Alexander, 1989, op. 
cit.). 
Alexander, criticando estes perfis psicológicos de Dunbar, afirma que os 
mesmos “revelam, primariamente, a defesa do paciente e não os conflitos que 
podem estar relacionados especificamente à gênese da doença”(Alexander, 1989, 
op. cit.) e que os estudos psicodinâmicos têm revelado que determinados 
“distúrbios das funções vegetativas podem ser correlacionadas diretamente com 
estados emocionais específicos e não com configurações de personalidades 
superficiais, como descritas nos perfis de personalidade” (Alexander, 1989, op. 
cit.). 
Na mesma perspectiva de Dunbar, Friedman e Rosenman, (1959, cit. Léon, 1993), 
na década de 50, ao investigarem seus pacientes com doenças coronarianas, 
concluem que determinados indivíduos que apresentam uma acentuada urgência de 
tempo associada a uma intensa hostilidade, grande fluência verbal, atividade 
psicomotora intensa, ambição e competição estariam mais suscetíveis às doenças 
coronarianas. A este tipo de padrão de conduta que predispõe o indivíduo a 
doenças coronarianas, estes autores denominaram de Padrão de Conduta tipo A, ou 
personalidade tipo A . 
Apesar da aceitação e da popularidade desta teoria nos anos 70, alguns autores 
(Price, 1982; De Flores e Valdes, 1986; cit. Léon, 1993, op. cit.) questionam o peso 
destas características nas doenças coronarianas. “Parece que somente certas 
características da personalidade do tipo A, tais como a agressividade e a cólera, 
poderiam ser ligadas à aparição de doenças coronárias. Um outro problema ameaça 
a validade do tipo A, é o fato de ele não predizer os riscos coronários em 
mulheres” (Paulhan, et al. , 1994, p. 34, tradução nossa). 
 
Escola Psicossomática de Paris 
Em uma reversão de perspectiva das escolas americanas, no final dos anos 50, a 
França, a partir de nomes com o P. Marty, M de M’Uzan, M. Fain e C. David, inicia 
uma investigação em psicossomática. 
Para A. Dias (1992), esses autores, ao utilizarem uma “escuta analítica” destes 
sujeitos, ao invés de escutar “o sujeito via órgão”, diferenciaram-se 
substancialmente da escola psicossomática americana. Ao realizarem esta forma de 
escuta, “Marty e seus colegas” se surpreenderam, pois descobriram que estes 
sujeitos “não estavam falando de nada”. No entanto, este nada “possibilitou aos 
investigadores franceses a formulação de uma gigantesca negatividade simbólica, 
aonde o pensamento operatório, a precariedade onírica e a ausência de fantasia se 
Ignis
Realce
impunham como esfinges aos decifradores do enigma psicossomático” (A Dias, 
1992, p.40). 
Para estes autores, o termo “psicossomática” se refere à designação de 
uma “abordagem de pacientes, de uma técnica psicoterápica e de uma teoria”, 
(Rocha, 1989, p.104) cujo interesse é a compreensão do que ocorre na mente dos 
sujeitos que respondem aos conflitos e aos acontecimentos somatizando. Esta 
forma peculiar de organização mental apresenta as seguintes 
características: “dificuldade de fantasiar livremente, pobreza de associações 
subjetivas, dificuldade de estabelecer uma transferência, pobreza de investimentos 
libidinais e ausência de reações afetivas diante de perdas e outros acontecimentos 
traumáticos”, (Rocha, 1989, loc. cit.). A este grupo de características, nomearam 
de “relação branca”, “vida operatória”.Marty e M’Uzan (1983, cit. Silva e Caldeira, 1992, p.113),. a partir dos estudos 
realizados por Fain e David, sobre a vida onírica e aplicados à seus pacientes, 
perceberam que estes tinham uma forma peculiar de pensar e de lidar com suas 
emoções. A esta forma de pensamento, estes autores denominaram 
de “pensamento operatório”. Portanto, o conceito de “pensamento 
operatório” surgiu nos últimos anos como conseqüência do desenvolvimento da 
escola francesa e americana, para designar a forma de pensar e de lidar com 
emoções de pacientes definidos como psicossomáticos. 
Esta forma peculiar de pensamento seria para eles um pensamento consciente que 
se organizaria por causa da“falha do pré-consciente”, acarretando assim 
impossibilidade de comunicação entre o consciente e o inconsciente. 
Conseqüentemente , os sujeitos que apresentam esse estilo peculiar de 
pensamento teriam uma pobreza fantasmática e uma precária vida onírica. 
Portanto, a capacidade simbólica e o valor de sublimação seriam quase inexistentes 
acarretando um prejuízo considerável da capacidade de produção, quer científica 
quer artística, desses sujeitos. 
Essa estrutura de pensamento apresenta duas características fundamentais: a 
primeira se refere a um pensamento consciente que se manifesta sem vínculo 
algum com o orgânico e sem atividade fantasmática de considerável valor; e a 
segunda diz respeito ao fato do pensamento reproduzir simplesmente uma ação, ou 
seja, não há significado para o ato, mas apenas a palavra ilustrando a ação. Nesse 
sentido, a palavra seria apenas para descarregar uma tensão. Ela é vazia, 
desprovida de qualquer elaboração e sem nenhuma ligação “con una atividaded 
fantasmática situado en un grado apreciable5 ” (Martin y M’Uzan, 1963, p.715); é 
apenas uma reprodução do ato, não há distância do significante perante o 
significado. 
Do ponto de vista funcional, Marty e M’Uzan (1963) procuram relacionar a 
singularidade do pensamento operatório ao processo primário e secundário. 
O fato de se encontrar, nesse tipo de pensamento, orientação para a realidade 
sensível, preocupação com o lógico, com a continuidade e com a casualidade nos 
remeteria a uma modalidade do processo secundário, no entanto a atividade deste 
estilo de pensamento se fixa, principalmente, às coisas e não às expressões 
simbólicas e à imaginação. Quanto à noção de cronologia, esta se utiliza do 
processo secundário, no entanto, ocorre, em uma unidade de tempo limitado. 
Para esses autores, em um primeiro momento parece que não há nenhuma relação 
entre o pensamento operatório e o processo primário. No entanto, determinadas 
manifestações verbais perversas ou agressivas, que surgem de repente 
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
desconectadas do contexto, denunciam uma certa ligação com o inconsciente. 
Apesar da existência dessa ligação, o contato estabelecido entre eles ocorre “en el 
nível mas boyo, el menos elaborado, mas acá de las primeiras elaboraciones 
integradoras de la vida pulsional6 ”. (Marty y M’Uzan, 1963, p.719). 
 
Escola de Boston e Conceito de Alexitimia 
Jonhn Nemiah e Peter Sifneos, dois analistas americanos, nos anos 70, que se 
propuseram a realizar pesquisas sobre a forma peculiar de se comunicar dos 
pacientes psicossomáticos, constataram, por meio do estudo minucioso de 
entrevistas psiquiátricas, gravadas com pacientes que apresentavam alguma 
doença psicossomática clássica, que dezesseis desses pacientes demonstraram uma 
impressionante dificuldade de expressar ou descrever suas emoções através da 
palavra, assim como uma acentuada diminuição dos pensamentos fantasmáticos. 
Posteriormente, após repetidas observações, estes autores concluíram que os 
pacientes com doenças psicossomáticas clássicas, ao contrário dos pacientes 
psiconeuróticos, apresentavam freqüentemente uma desordem específica nas suas 
funções afetivas e simbólicas, acarretando uma forma de se comunicar confusa e 
improdutiva (Taylor, 1990). 
A esta maneira peculiar de se comunicar desses pacientes, Sifneos(1972) 
denominou de alexitimia, sendo que a etimiologia da palavra alexitimia é de origem 
grega (a = falta de, lexis = palavra, thymos = emoção), significando falta de 
palavras para as emoções (Taylor, 1990) 
A alexitimia, apesar de inicialmente ter sido relacionada a perturbações 
psicossomáticas clássicas, atualmente, pode ser encontrada em um grande número 
de sujeitos que padecem de diversas perturbações físicas e psicopatológicas, quer 
como um estilo peculiar do funcionamento mental, quer como resposta do sujeito 
às“situações vividas como ameaçadoras pela difícil contenção psíquica das emoções 
dolorosas” (Teixeira e col., p.381). 
Apesar desses estudos atuais demonstrarem que essa maneira peculiar de se 
comunicar não é específica dos pacientes com doenças psicossomáticas clássicas, a 
contribuição de Nemiah e Sifneos é de importância fundamental, pois chamaram a 
atenção para um aspecto do funcionamento psíquico relevante tanto para a 
medicina psicossomática quanto para a psicanálise. Apontaram, principalmente 
para a psicanálise atual, uma direção a tomar sobre a exploração da vida intra-
psíquica via estudo da comunicação entre paciente e analista. 
Embora sejam várias as investigações no sentido de encontrar uma única 
explicação etiológica para a alexitimia, Nemiah (1977, cit. Taylor 1990) acredita na 
hipótese de que haja múltiplos fatores exercendo influências no desenvolvimento 
deste fenômeno tão complexo. Taylor (1988), concorda com esta hipótese e 
ressalta que a maneira de se comunicar é influenciada, não somente por fatores 
genéticos, neuropsicológicos e intra-psíquicos, mas também por fatores sócio-
culturais, pelo nível intelectual e pelos modelos dos discursos familiares. 
De acordo com Mc Dougall (1974, cit. Taylor 1990), ao contrário do que acontece 
na histeria de conversão, onde o corpo se rende à dramatização simbólica do 
conflito intra-psíquico, no fenômeno alexitímico o corpo segrega seus próprios 
pensamentos. Sendo este corpo sentido como se pertencesse a alguém (mãe) ou a 
alguma coisa (mundo externo). Para essa autora, o fenômeno alexitímico acontece 
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Nota
Segregar: pôr de lado, marginalizar, separar.
em decorrência de perturbações da relação mãe-filho, sendo esse fenômeno uma 
patologia pré-neurótica extremamente precoce dominada pelos mecanismos de 
defesa de clivagem e de identificação projetiva (Mc Dougall, 1980, 1982 cit. Taylor, 
1990). Essas perturbações correspondem à fase do desenvolvimento simbiótico, 
onde as representações de si e as representações do objeto não são nitidamente 
diferenciadas e também os símbolos não são utilizados de forma concreta. 
Portanto, do ponto de vista de Mc Dougall (1982), a alexitimia é uma “dèfense 
singulièrement forte contre la douleur psychique et les anxiétés psychotiques 
associées aux objtes internes archaiques7 ” (Taylor, 1990, p. 778). 
Krystal (1973, cit. Silva e Caldeira, 1992) realizou estudos em toxicômanos, vítimas 
de holocaustos e indivíduos psicossomáticos, e concluiu que a alexitimia é mais que 
uma defesa, como postulou Mc Dougall, é uma parada do desenvolvimento afetivo 
decorrente de um traumatismo infantil, ou uma regressão da “fonction affetictive-
cognitive après un traumatisme catastrophique à l’agê adulte8 ”(Krystal, 
1979,1982-1983cit. Taylor, 1990, p. 778). Portanto, a concepção de alexitimia de 
Krystal se aproxima da noção de Bion (1977) de “d’une fonction alpha déficente9 ” 
e também da concepção Kleiniana de “fixation ou de régression par rapport à la 
position paranóide-schizóide10” (Taylor, 1990, p. 779). 
De acordo com o exposto anteriormente, a alexitimia é um constructo derivado da 
clínica baseado em observações e minuciosos estudos das entrevistas de consultas 
psiquiátricas em pacientes com doenças psicossomáticas clássicas. 
Nemiah e Sifneos (1970, cit. Taylor, 1990) perceberam, através desses estudos 
que havia uma nítida diferença na maneira como se queixavam os pacientes 
alexitímicos dos pacientes neuróticos. Enquanto os pacientes neuróticos se 
queixavam de sintomas emocionais e dificuldades psicológicas, os pacientes 
alexitímicos se queixavam de sintomas somáticos, onde na maioria das vezes não 
havia qualquer ligação entre os sintomas e qualquer doença física que pudessem 
ter. A maneira como esses pacientes se comunicavam se caracterizava por um 
pensamento simbólico em que as pulsões, os sentimentos e os desejos não 
apareciam. Sendo esse um pensamento vulgar, particular, preocupado com 
detalhes e acontecimentos externos, ou seja, voltado para o mundo exterior em 
detrimento do mundo interior. 
Outra característica, apontada por esses autores, se refere a uma extraordinária 
dificuldade desses sujeitos em reconhecer e descrever seus próprios sentimentos, 
assim como, em diferenciar as sensações corporais dos estados emocionais. 
(Nemiah, Freyberger e Sifneos, 1976, cit. Taylor, 1990). Ainda, nessa concepção, 
esses sujeitos demonstraram ser hiperadaptados e com elevado grau de 
“conformismo social”, aparentando ser às vezes um neurótico com “une 
personnalité hystérique ou un caractére obsessionnel11 ” (Taylor, 1990, p. 771). No 
entanto, Nemiah (1973) faz uma distinção, dizendo que as personalidades 
alexitímicas apresentam uma ausência de pensamento fantasmático associados ao 
conflito psicológico (Taylor, 1990). 
 
A Explicação Biológica e Neurofisiológica em Psicossomática 
Chrousos e Gold (1993) definem estresse “como um estado de desarmonia ou de 
homeostase ameaçada”. (Chrousos e Gold, 1993, p. 479). Para estes autores, 
Heracleitus foi o primeiro a sugerir que um “estado estático, sem alteração, não era 
condição natural” (Chrousos e Gold, 1993, op. cit.) dos organismos vivos, mas sim 
a capacidade, de se submeterem a alterações constantes. Empédocles, logo após 
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
esta idéia, propõe que a condição necessária para a sobrevivência dos seres vivos 
consiste no equilíbrio e harmonia dos elementos em oposição dinâmica. 
Partindo desta concepção, Hipócrates, cem anos depois, define saúde como sendo 
um equilíbrio harmonioso dos“elementos e das qualidades de vida” (Chrousos e 
Gold, 1993, p.480) e doença como “desarmonia sistemática destes elementos”. 
(Chrousos e Gold, 1993, loc. cit.). Hipócrates sugere ainda que as forças que 
provocam a desarmonia - a doença - têm sua origem nas “fontes naturais e não de 
fontes sobrenaturais e que as forças de contra equilíbrio ou adaptativas eram 
também de origem natural” (Chrousos e Gold, 1993, loc. cit.). 
Thomas Sydenham, no período da Renascença, amplia o conceito de doença de 
Hipócrates quando a define como“uma desarmonia sistemática trazida à tona 
devido às forças perturbadoras” (Chrousos e Gold, 1993, loc. cit.), sugerindo que 
uma resposta adaptativa a estas forças poderia acarretar alterações patológicas. 
No século XIX, ao tornar mais ampla a noção de harmonia ou de estado de 
estabilidade, Claude Bernard, introduz o conceito do “milieu interieu, ou o princípio 
de um equilíbrio fisiológico interno dinâmico” (Chrousos e Gold, 1993, loc. cit.). 
Posteriomente, Walter Cannon, fisiologista notável criou o termo homeostase, 
ampliando-o tanto a parâmetros emocionais quanto a físicos. Através de suas 
pesquisas com animais percebeu que, quando estes eram submetidos a estímulos 
desequilibradores de sua homeostase, se preparavam para “a luta ou fuga”, 
apresentando alterações somáticas12 e que estas alterações eram 
desencadeadas “por descargas adrenérgicas da medula da supra-renal e de 
noradrenalina em fibras pós-ganglionares” (Rodrigues e Gasparini, 1992, p.99). 
Partindo destas descobertas, Cannon “teorizou em 1934 a relação entre emoções e 
alterações fisiológicas e hormonais, enquanto função adaptativa do organismo às 
solicitações ou agressões externas” (Luban-Plozza, 1979, cit. Cardoso, 1995, p.15). 
Na década de 30, Hans Selye, endocrinologista, radicado no Canadá, “pegou 
emprestado o termo ‘estresse’ da física e o utilizou para significar as ações mútuas 
de forças que têm lugar através de qualquer seção do corpo”. (Chrousos e Gold, 
1993, p.480). Através de seus estudos, demonstrou que um organismo, quando 
exposto a um esforço provocado por um estímulo que ameace sua homeostase, 
reage com o corpo todo e de “forma uniforme e inespecífica” (Rodrigues e 
Gasparini, 1992, loc. cit.). A esta forma de reagir, Selye denominou de Síndrome 
Geral de Adaptação, “chegando assim a noção de stress” (Cardoso, 1995, loc. cit.). 
Portanto, “stress”, para ele, é uma resposta inespecífica que o 
organismo “desenvolve ao ser submetido a uma situação que exige esforço para a 
adaptação” (Rodrigues e Gasparini, 1992, op. cit.). 
Esta síndrome, de acordo com este autor, consiste em três fases: a de alarme, a de 
resistência e a fase de exaustão, sucessivamente. No entanto, para que haja o 
stress, não é necessário que a fase se desenvolva até o final e, se a “reação ao 
agressor for muito intensa ou se o agente do estresse for muito potente e/ou 
prolongado, poderá haver, como conseqüência, doença ou maior predisposição ao 
desenvolvimento da doença”(Rodrigues e Gasparini, 1992, p.99). 
Holmes et Rahe, (1967, cit. Cardoso, 1995), partindo da noção de stress e 
interessados em investigá-los, elaboraram um instrumento para medí-lo. 
Desenvolveram, desta forma, uma Escala onde os “life events” são pontuados em 
função do esforço adaptativo que exigem (Life Change Units ou LCU) (Cardoso, 
1995, op. cit.),“onde haveria limites a partir dos quais se constituiriam níveis de 
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
risco para o aparecimento de doenças, dado que o esforço de adaptação em causa 
teria um efeito cumulativo nos sujeitos, em relação a sua capacidade de resposta. 
Daí que a pontuação obtida constituiria um bom indicador preditivo de um adoecer 
psicossomático”(Villemain, 1989, cit Cardoso, op. cit.). 
Convém acrescentar que o stress é uma resposta radicalmente inespecífica e 
apenas descreve o nível orgânico da coisa. Não ajuda compreender 
psicologicamente o adoecer psicossomático. 
 
Outras Concepções e Modelos em Psicossomática 
Os princípios psicossomáticos, segundo Dejours (1988), teriam suas hipóteses 
alicerçadas na inter-relação entre o corpo fisiológico e o corpo erótico. Para ele, 
através da subversão libidinal, o corpo erótico surge do corpo biológico, mantendo 
constantemente uma relação de dependência, influenciando e intervindo “ao nível 
da relação orgão-junção” (Cardoso, 1995, p.22). 
Dejours (1988 cit Cardoso, 1995) utilizou esta designação “subversão libidinal” para 
se referir à aquisição de algo que, além de não ser definitivo, não se completaria 
jamais, acarretando assim um “confronto constante entre corpo erótico e corpo 
biológico” (Cardoso, 1995, op. cit.). De acordo com essa concepção, não faz sentidoalgum separar doença orgânica e doença mental uma vez que as somatizações, nas 
duas, correspondem a uma somatização cerebral, designada “habitualmente por 
psicose”. Portanto, a escolha do órgão, nessa concepção,“dependeria das 
vicissitudes da subversão libidinal e da construção do corpo erótico, ancorado nas 
funções bio-endócrinas como nas motoras e cognitivas”(Cardoso, 1995, op. cit.). 
Sami-Ali (1987, op. cit.), através da investigação clínica e teórica, desenvolvida há 
30 anos, enuncia, em seu livro “Pensar o somático”, um projeto paradoxal, uma vez 
que, segundo ele, “pensar o somático e o pensar psíquico são dois caminhos 
radicalmente diferentes”. 
Ao pensar o somático, Sami-Ali, partindo de uma análise crítica do modelo 
psicanalítico, propõe um modelo multidimensional em psicossomática. Para ele, 
o “ponto mais fraco da psicanálise de Freud e dos autores que se seguiram é a 
extensão, é a extrapolação teórica e especulativa, sem limites, dos modelos da 
psicopatologia aos fenômenos orgânicos, biológicos, históricos, sociais, 
etc...” (Sami-Ali, 1987, p.158). Diz ainda que é uma ilusão, pensar que seja 
possível chegar a uma compreensão de todos os “funcionamentos individuais, 
grupais, biológicos e históricos”, partindo de um só e único modelo - a patologia 
freudiana. E que para chegarmos a uma compreensão dos fenômenos 
psicossomáticos é necessário que nos livremos dessa ilusão. 
A patologia orgânica, conforme a perspectiva desse autor, “não pode ser integrada 
num modelo histórico, nem no modelo da neurose atual e nem no modelo da 
psicose”, uma vez que tudo é relacional, isto é, o problema da patologia orgânica 
deve ser visto “globalmente a um funcionamento regido em primeiro lugar pelos 
ritmos biológicos”, sendo que nesses ritmos há sempre “alternância entre dois 
estados fundamentais, o sonho e a vigília, que são regidos por qualquer coisa que 
se encontre além ou aquém do psíquico” (Sami-Ali, 1987, op. cit.). A partir dessa 
perspectiva Sami-Ali coloca que toda a questão psicossomática deve ser 
considerada na relação onde não haja “dum lado o psíquico e do outro do 
orgânico”. O que realmente existe é “qualquer coisa que reenvia a uma relação 
original, existente antes do nascimento e depois do nascimento. Está-se em relação 
desde a concepção” (Sami-Ali, 1987, op. cit.). 
Desta forma, Sami-Ali contesta Fairbaim, quando este tenta assentar a relação 
precoce à procura do objeto, e também Anzieu ou Bowlby, quando estes procuram 
relacionar essa relação aos laços de vinculação, uma vez que, para ele, a vida 
psíquica começa muito antes da fase narcísica ou auto-erótica. 
Outro aspecto relevante à psicossomática, conforme esse autor, diz respeito à 
maneira como vê o sonho. Para ele, o sonho é uma criação da realidade e não uma 
realização do desejo como é visto por Freud, sendo que está ligado aos ritmos 
biológicos. Paralelamente a esses ritmos, Sami-Ali considera o espaço e o tempo 
como “duas dimensões fundamentais na compreensão da realidade 
humana” (Sami-Ali, 1987, op. cit.), pois a organização desse espaço e tempo é 
parâmetro para “a análise e para a compreensão dos fenômenos psicossomáticos” 
(Sami-Ali, 1987, op. cit.). 
Quando Sami-Ali articula a questão tempo e espaço, não a reduz a formas 
simbólicas. Fala de um tempo e espaço ideais e da transposição de “espaço em 
tempo e deste tempo em espaço de representação, em relação com a 
projeção” (Sami-Ali, 1987, op. cit.). É no sonho que ocorre a objetivação de um 
mundo e na criação de um mundo objetivo, que se torna subjetivo, uma vez que 
a “projeção é a alucinação, é o facto de criar um mundo que sou eu, e todos criam 
esse mundo” (Sami-Ali, 1987, op. cit.). 
Para ele, o esquecimento do sonho é específico da espécie humana e o que existe é 
a lembrança do sonho e não o sonho em si, sendo que o recalcamento ocorre na 
passagem do sonho à memória dos sonhos. Esse recalcamento ocorre de tal 
maneira que a atividade onírica, em certas pessoas, desaparece completamente. 
Quando ocorre o desaparecimento total da atividade onírica, é que Sami-Ali fala de 
uma possível ligação entre organização da atividade do sonho e a doença orgânica. 
A atividade onírica determina o funcionamento psíquico e, quando há ausência 
desse funcionamento, aparece a patologia da adaptação. Desta forma, o que 
estaria recalcado não são os conteúdos e sim toda uma função, “algo que apaga o 
traço das emoções, tanto na expressão onírica como na expressão do 
afecto” (Cardoso, 1995, p.25). 
Na concepção de A. Dias (1992), o termo psicossomática, devido a sua 
inespecificidade, deve ser substituído pela designação “somatopsicose”, utilizada 
tanto por Bion (III volume de A memoir of the Future cit. A. Dias, 1992, p.31) 
quanto por Meltzer (Metapsicologia Ampliada, cit. A. Dias, 1992, p.31). O termo 
somatopsicose enuncia um contexto teórico claro, onde o “adoecer psicossomático 
é encarado na sua relação com fenômenos psíquicos determinados”. (Cardoso, 
1995, p.35). 
A. Dias (1992), ao investigar sobre a somatopsicose, parte de pressupostos de Bion 
e coloca como paradigma somatopsicótico a mentira originária, sendo que o 
conceito de mentira originária, para ele, é muito mais amplo que o recalcamento 
originário de Klein e o falso self de Winnicott e mais até que a “questão da 
hipermaturação”. (A. Dias, 1992, p.34). Refere-se, portanto, a uma hiper-
adaptação ao outro, ao meio humano, decorrente da afirmação omnipresente do 
outro, onde o sujeito se desanima, não havendo um único espaço para a 
identificação projectiva, mas somente “uma forma particular de identificação 
adesiva em que o sujeito se condena a uma reduplicação do outro e do pensamento 
do outro” (Cardoso, 1995, p.35). 
No decorrer deste estudo é perceptível que, apesar de toda a complexidade e 
diversidade das principais concepções, houve grandes avanços nas investigações 
referentes às doenças psicossomáticas. 
 
Síntese e Reflexão a Partir dos Diversos Modelos 
O maior legado de Freud (1894) para as investigações psicossomáticas se deve ao 
conceito de conversão13individual. Esse termo- “conversão”- foi utilizado por Freud 
para explicar a “transposição de um conflito psíquico na tentativa de resolvê-lo em 
termos de sintomas somáticos, motores ou sensitivos”. (Laplanche e Pontalis, 
1995, p.103). No fim do século XIX, essa idéia, amplia o desenvolvimento das 
investigações psicossomáticas, reinaugurando “o campo da psicossomática, que se 
veio a estender por dois grandes ramos de investigação”(Cardoso, 1995, p.37). 
O primeiro ramo da história da psicossomática se refere à Escola Americana, 
representada por Franz Alexander e Dunbar, cuja via de investigação tem como 
ponto de partida o modelo médico, onde estes procuram correlacionar 
determinados tipos de personalidades com doenças orgânicas específicas. Nessa 
mesma perspectiva, outra área de investigação, que também se desenvolveu muito 
nos anos 30 e que muito contribuiu para os avanços nas investigações 
psicossomáticas, se refere às “investigações experimentais acerca das variáveis 
fisiológicas das emoções, em torno das descobertas de Walter Cannon e Hans 
Selye” (Dantzer, 1989, cit. Cardoso, 1995, op. cit.). 
Nesse período, esses dois movimentos se aproximam, mas as investigações não 
ultrapassam os dados estatísticos e discordantes em relação “a descrição das 
diferentes personalidades acopladas ao órgão e sua doença”. (A. Dias, 1992, op. 
cit.). Em decorrência da não extrapolação dos dados estatísticos e da não 
valorização da história pessoal do indivíduo e da gênese inconsciente das doenças, 
essa concepção esgotou em “seu próprio processo descritivo”. (Cardoso, 1995, op. 
cit.). No entanto, as contribuições da Escola Psicossomática Americana, 
especificamente Alexander eDunbar, e as de Cannon e Selye foram fundamentais 
para a consolidação do movimento psicossomático, assim como para a influência 
sobre uma medicina integral e humanista. Contudo, ao sair em busca do 
entendimento holístico dos fenômenos, essa concepção “também se 
descaracterizou e o que ganhou em extensão parece ter perdido em 
profundidade” (Cardoso, 1995, loc. cit.). 
O segundo grande ramo das investigações psicossomáticas diz respeito àqueles 
que “tentaram e em grande parte conseguiram - unificar o discurso e o modo de 
relação de objecto subjacentes à doença psicossomática” (A. Dias, 1992, p. 39). 
Trata-se da Escola Psicossomática de Paris, que propõe uma nova forma de escutar 
o indivíduo, viabilizando uma nova leitura do sintoma e do sofrimento emocional ao 
atribuir um valor positivo ao fenômenos, “mesmo se a natureza própria dos 
fenômenos assenta numa negatividade simbólica e sintomática” ( A. Dias, 1992, 
cit., Cardoso, 1995, op. cit.). 
Seguindo essa mesma concepção, outros autores trouxeram sua valiosa 
contribuição para o movimento psicossomático. Contudo, essas contribuições não 
propiciaram resolução quanto à fundamentação epistemológica da psicossomática. 
Nesse sentido, A. Dias (1994, cit. Cardoso, 1995, op. cit.), de posse das 
contribuições epistemológicas de Bion, coloca o adoecer psicossomático no contexto 
da relação entre pensamento, emoção e aparelho de pensar o pensamento, onde o 
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Ignis
Realce
fenômeno alexitímico deve ser visto como manifestação da separação entre o 
pensamento e aparelho de pensar o pensamento. 
Ao realizar a pesquisa de dissertação de mestrado “ Uma contribuição ao estudo da 
relação câncer mama e alexitimia”, com 41 mulheres portadoras de câncer de 
mama confirmado e com 51 mulheres que até o momento da pesquisa ( fevereiro a 
julho de 1997) não apresentavam qualquer indício de doença psicossomática, 
verificamos que os resultados obtidos na amostra de mulheres com câncer de 
mama, através da análise comparativa dos resultados relativos aos escores dos 
fatores 1,2,3, da Toronto Alexithymia Scale –TAS 20 -, de acordo com as 
concepções de Marty & Muzan, Bion e A. Dias, evidenciam que para além da 
dificuldade em discriminar sentimentos e expressa-los aos outros o que realmente 
ocorre com as mulheres portadoras de câncer de mama é a existência de um 
pensamento muito próximo do pensamento psicótico. 
Desta forma, os resultados encontrados sugerem que o conceito de somatopsicose, 
parece mais adequado do que os outros conceitos anteriores, devendo portanto se 
fazer novas pesquisas nesse sentido. 
 
Referências bibliográficas 
A. Dias C.(1981) Psicossomática e Reumatologia. Separata do “Jornal do Médico”. 
CV (1921): 215-221, Fev. [ Links ] 
A. Dias C.(1992). Aventuras de Ali-Babá nos Túmulos de Ur. Ensaio Psicanalítico 
sobre somatopsicose. Fenda Edições Ltda. [ Links ] 
Alexander, Franz (1989). Medicina Psicossomática. Artes Médicas. Porto Alegre, 
1989. 
Cardoso, Natalia Maria Pitarma.(1995) Doença Oncológica e Alexitimia. Contributo 
Pessoal. Dissertação de Mestrado. Universidade de Coimbra. [ Links ] 
Chrousos, G. P. MD e Gold, P. W. MD. (1993) Os Conceitos e Distúrbios do Sistema 
de Estresse. SuplementoJAMA, Jan, Fev, Vol III nº. 1: 479-491. [ Links ] 
Dejours, Christophe. (1988). O corpo entre a biologia e psicanálise. Artes Médicas. 
Porto Alegre. [ Links ] 
Eksterman, Abram (1992). Psicossomática: o diálogo entre a Psicanálise e a 
medicina. IN: Psicossomática Hoje. Mello Filho, J. de, Artes Médicas. Porto Alegre, 
1992. [ Links ] 
Freud, S. (1905 [1901]) Fragmento da Análise de um caso de Histeria. Caso Dora. 
IN: Estudos sobre a Histeria (1893-1895). Edição Standart Brasileira das Obras 
Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Imago Editora Ltda, Rio de Janeiro, 
1987, Volume VII: 15-108. [ Links ] 
Laplanche, J. e Pontalis, J. B. (1995). Vocabulário da Psicanálise. Martins Fontes. 
São Paulo. [ Links ] 
Léon, A. Garcia. (1993) Patrón de Conducta Tipo A: Descripción e Intervenciones 
Terapêuticas. Revista de Psicol. Gral. y Aplic. 46 (3), 307 - 317. [ Links ] 
Ignis
Realce
Ignis
Realce
Marty, Pierre e M’UZAN, Michel de (1963). El pensamiento operátorio. Revista de 
Psicanalisis. Editada por La Associacion Psicoanalítica Argentina. Tomo nº. 4: 711-
721. [ Links ] 
Mello Filho, Júlio de (1992). Psicossomática Hoje. Artes Médicas. Porto Alegre. 
 [ Links ] 
Paulahan, I; Veradoux, M. L.; Bourgeois e Bruchon-Schweitzer, M. (1994) Les 
styles de vie à risques: type A, type C. Ann. Med. Psychol. 1 (152): 33-37 
Rocha, Fernando.(1989) Introduzindo o tema: A linguagem do corpo. Reflexões 
2. Revista IDE, nº . 19: 102-108. [ Links ] 
Rodrigues, L. A.; Gasparini, A. C. L. F. (1992). Uma perspectiva psicossocial em 
Psicossomática: via estresse e trabalho. IN: Psicossomática Hoje. Mello Filho, J. de 
(1992). Artes Médicas, Porto Alegre: 93-107. [ Links ] 
Sami-Ali. (1992) Pensar o Somático. Imaginário e Patologia. Guide-Artes Gráficas 
Ltda. [ Links ] 
Sami-Ali. (1993) Corpo Real. Corpo Imaginário. Artes Médicas. Porto Alegre, 1993. 
 [ Links ] 
Silva, A. F. R. E Caldeira, G.(1992) Alexitimia e Pensamento Operatório. A questão 
do afeto em Psicossomática. IN: Psicossomática Hoje. Melo Filho, J. de. Artes 
médicas. Porto Alegre: 113-118. [ Links ] 
Taylor, G. J.(1990) La pensé opératorie et le concept d’alexithymie. Document. 
International Universitues Press, Madison, Conencticut, 1988. Rev. Franç. 
Psychanal, 3/1990. [ Links ] 
Teixeira, J. A. C. (1991). Psico-Imunologia: Alguns Pontos de Vista Psicológicos e 
Psicopatológicos. Análise Psicológica, nº. 2 - (IX) - Abril-Junho 1991, 239-242. 
 [ Links ] 
Teixeira, J. A. C. e col.(1996) Alexitimia, saúde e doença. Estudo exploratório da 
alexitimia em sujeitos com doença crônica. Revista Análise Psicológica, 1996, 2.3 
(XIV) : 305-312. [ Links ] 
Teixeira, J. A. C. e col. (1996). Alexitimia, saúde e doença. Estudo da alexitimia em 
sujeitos obesos. Notas de Investigação: 381-386. [ Links ] 
 
 
 Endereço para correspondência 
Ednéia Albino Nunes Cerchiari 
Rua Ibirapuera nº, 240 - Jardim Ibirapuera 
79041-290 Campo Grande - MS 
Tel./Fax.: +55 21 6774-11621 
E-mail: edcer@zaz.com.br 
Recebido em 20/07/99 
Aprovado em 22/09/00 
* Psicóloga. Especialista em Psicologia Clínica e Psicanálise – CESULON Mestre em 
Psicopatologia e Psicologia Clínica pelo Instituto Superior de Psicologia Aplicada 
ISPA. Lisboa. Portugal. Professora na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul. 
Candidata a formação Psicanalítica pelo GESP. 
1 Orientador professor doutor, Carlos Amaral Dias. Estatística, Professor Doutor 
Odival Faccenda. 
2 Alexander a partir de 1944, estrutura seu modelo psicossomático em quatro 
premissas: 1) todas as funções humanas são psicossomáticas; 2) as emoções estão 
sempre associadas aos concomitantes fisiológicos; 3) as emoções ou conflitos 
específicos levam a concomitantes fisiológicos específicos; 4) as emoções cuja 
expressão direta é recalcada por razões ligadas ao conflito intra-psíquico, provocam 
secundariamente estados de tensão fisiológicas pelo aumento, em intensidade e 
duração, dos seus concomitantes fisiológicos. A. Dias (1981, p.5) 
3 Freud(1905) usou este termo pela primeira vez no caso Dora. Este termo, no 
entanto, raramente reaparece em seus trabalhos subseqüentes. (Freud, Obras 
Completas, Vol. VII, p.47) 
4 De acordo com esta teoria, as respostas fisiológicas aos estímulos emocionais, 
normais e mórbidos variamconforme a natureza do estado emocional que as 
desencadeia. (Alexander, 1989, p. 55) 
5 Com alguma atividade fantasmática de um nível apreciável. 
6 em um nível de pouca elaboração, como aquém das primeiras elaborações 
integradoras da vida pulsional. 
7 defesa singularmente forte contra a dor psíquica e as ansiedades psicóticas 
associadas aos objetos internos arcaicos 
8 função afetiva-cognitiva depois de um traumatismo infantil catastrófico na idade 
adulta 
9 uma função alfa deficiente. 
10 fixação ou de regressão com relação a posição paranóide-esquizóide 
11 uma personalidade histérica ou um caráter obsessivo 
12 Estas alterações somáticas se caracterizam por: a) aumento da freqüência 
cardíaca e da pressão arterial, para permitir que o sangue circule mais rapidamente 
e portanto, cheguem aos tecidos mais oxigênio e nutrientes; b) contração do baço, 
levando mais glóbulos vermelhos à corrente sanguínea, acarretando mais oxigênio 
para o organismo; c) o fígado libera açúcar armazenado na corrente sangüínea 
para que seja utilizado como alimento e, consequentemente, mais energia para os 
músculos e cérebro; e) aumento da freqüência respiratória e dilatação dos 
brônquios, para que o organismo possa captar e receber mais oxigênio; f) dilatação 
pupilar com exoftalmia, para aumentar a eficiência visual; g) aumento do número 
de linfócitos na corrente sangüínea, para reparar possíveis danos aos tecidos. 
(Rodrigues e Gasparini, 1992). 
13 Este termo foi empregado por Freud pela primeira vez no artigo sobre “As 
Neuropsicoses de defesa” (1894) Edição Standard Brasileira (1994), vol. III, p.56, 
Imago Editora. No entanto parece haver uma certa imprecisão quanto o verdadeiro 
autor deste termo - Freud ou Breuer. (1914) Edição Standard Brasileira (1994), vol. 
XIV, p.19, Imago Editora. Freud utiliza este termo no caso da Sr.ª. Emy von N. 
para designar a transformação da excitação psíquica em sintomas somáticos 
crônicos, cujo sentido primordial é econômico. (1893) Edição Standard Brasileira 
(1994), vol. II, p.116, Imago Editora 
 Conselho Federal de Psicologia 
SAF/SUL, Quadra 2, Bloco B 
Edifício Via Office, térreo sala 105 
70070-600 Brasília - DF - Brasil 
Tel.: (55 61) 2109-0100 
revista@cfp.org.br

Continue navegando