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PSICOSSOMÁTICA E PEDIATRIA
Conceitos Iniciais
A Pediatria é um ramo da Medicina que se destina aos cuidados da criança em relação ao seu crescimento e desenvolvimento, envolvendo continuamente aspectos curativos e preventivos. Dentre os aspectos preventivos o conceito de puericultura que refere-se ao conjunto de práticas e medidas destinadas a promover o desenvolvimento saudável e o bem-estar das crianças desde o nascimento até a adolescência. Estas práticas visam atender a criança de forma global, como os programas de higiene mental, higiene anti-infecciosa, higiene alimentar, higiene do ambiente físico entre outros. Contudo, é comum o médico não dá tanta importância as demandas trazidas, encaminhando o paciente para os setores de psiquiatria ou psicologia. Essa atitude médica, assim como frases do tipo “Isto não tem nada a ver com a consulta”, “Educação é outra coisa”, “Não faça o doutor perder tempo com coisas sem interesse” desestimulam as famílias a levarem as queixas de seus filhos manifestas na área psicossomática. Sendo necessário lembrar que curar não é tratar sintomas. A pediatria psicossomática tem como base a terapêutica global que zela pelo bem estar da criança de maneira global, se aportando no conceito de puericultura e considerando a criança como um ser sociopsicossomático, ou seja, observando a interação complexa entre seu corpo, mente e ambiente.
A importância de conhecer o normal
Grande parte dos médicos tem imensa dificuldade em lidar com o normal, porque nas faculdades não tiveram contato com pacientes "normais" (...) Não conhecendo o normal, o pediatra sai da escola com furor de receitar. Deve-se haver essa visão que de que nem tudo e patológico.
Relação médico-psicológo-família-paciente
O texto aborda a relação entre médico, família e criança na prática pediátrica, destacando a importância da postura do pediatra e sua influência no comportamento da família e da criança. Aqui estão alguns pontos significativos:
1. Influência do Pediatra: O texto ressalta como a postura do pediatra ao lidar com a criança durante a consulta pode influenciar as condutas da família, reforçando comportamentos inadequados ou valorizando condutas corretas.
2. Comunicação com a Família: O pediatra precisa estabelecer uma comunicação clara com a família, explicando suas condutas durante a consulta e transmitindo segurança aos pais.
3. Respeito à Criança: O texto destaca a importância de respeitar a criança durante a consulta, permitindo que ela expresse suas emoções e opiniões, e não recorrendo a estratégias inadequadas como chantagem ou promessas de recompensa.
3. Paciência e Clareza: O pediatra deve ser paciente e claro ao lidar com as crianças e suas famílias, explicando as orientações de forma compreensível e dando espaço para que todos expressem suas preocupações.
4. Consulta Terapêutica: O texto ressalta como a consulta pediátrica pode ser terapêutica não apenas para a criança, mas também para a família, ao esclarecer dúvidas e promover mudanças positivas na dinâmica familiar.
5. Envolvimento da Criança: É destacada a importância de incluir a criança nas conversas sobre sua saúde e suas dificuldades, reconhecendo sua capacidade de compreensão e participação nas decisões.
6. Desenvolvimento Infantil: O pediatra deve entender que a criança não é um adulto em miniatura, reconhecendo suas peculiaridades e respeitando seu desenvolvimento emocional e cognitivo.
Esses pontos enfatizam a importância de uma abordagem holística e sensível na prática pediátrica, promovendo não apenas a saúde física, mas também o bem-estar emocional e o desenvolvimento saudável das crianças 
Sintomas e queixas
O texto discute a importância de compreender os sintomas e queixas apresentados por crianças em consultas pediátricas, destacando que estes não surgem isoladamente, mas refletem aspectos somáticos e psíquicos, bem como as dinâmicas familiares e sociais. Dois casos clínicos são apresentados para ilustrar como as queixas aparentes escondem questões mais profundas.
1. Compreensão das queixas:
As queixas refletem o limite da capacidade da família em lidar com situações específicas. Exemplos de casos onde os sintomas são apenas a ponta do iceberg, revelando problemas mais profundos.
2. Análise de casos clínicos:
Erica, uma garota de 7 anos, com medo de ir à escola, cuja queixa reflete a infantilização imposta pela mãe. Cristóvão, um menino de 5 anos, que vomitava frequentemente, revelando um ambiente familiar excessivamente controlador em relação à alimentação.
3. Compreensão do sintoma:
O sintoma é visto como o resultado de todos os problemas da criança, elaborados como tal. Sedar sintomas sem entender a dinâmica que os determina é ineficaz.
4. Abordagem terapêutica:
A abordagem terapêutica deve se basear na compreensão da dinâmica e fisiopatologia subjacentes aos sintomas.
5. Esquema de funções em pediatria:
Apresentação de um esquema de funções em pediatria, destacando as interconexões entre diferentes aspectos da vida da criança.
6. Considerações sobre o tratamento:
Quem trata apenas o órgão ou o diagnóstico não trata o paciente de forma integral. Importância de compreender que os sintomas podem expressar tanto quadros patológicos quanto normais.
7. Desenvolvimento infantil:
Exploração de fases normais do desenvolvimento infantil e seus sintomas associados, como birras e desinteresse pela alimentação. Necessidade de entender a evolução dos sintomas conforme a idade da criança.
8. Casos especiais e adaptação:
Discussão de casos em que os sintomas são resultado do excesso de atividades ou de falta de limites impostos pela família. Necessidade de preparar adequadamente as crianças para momentos de transição, como a entrada na escola.
9. Conclusão:
A importância de compreender as queixas e sintomas das crianças, buscando entender as dinâmicas familiares e sociais subjacentes, além de respeitar o processo de desenvolvimento infantil.

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