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COMO LER UM BALANÇO PATRIMONIAL

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COMO LER UM BALANÇO PATRIMONIAL
 
-Randy Befumo (TMF Templr), a Fool
 Tradução e adaptação de SER-
 
Fonte: http://www.fool.com/School/BalanceSheet/BalanceSheet01.htm
 
 
Introdução
 
Ativos Circulantes
 
Passivos Circulantes
 
Passivo e Patrimônio Líquido
 
Índice de Liquidez Corrente e Liquidez Seca
 
Capital de Giro
 
Preço Valor Patrimonial, PMR & Giro
 
Conclusão
 
 
 
 
 
 I.Introdução
 
"O caixa é soberano" Claro que você já deve ter ouvido falar nesse clichê. Um certo dia, você se
encontra com outro investidor e começam a conversar sobre a última aquisição que você fez
para a sua carteira de ações e a conversa muda para como cada um de vocês escolhe seus
papéis. O outro investidor sorri para você, e diz em códigos: “O caixa é soberano”. Embora um
pouco perplexo, você não se faz de desentendido com medo de ficar parecendo um completo
ignorante. Mas, afinal de contas, o que isso quer dizer?
 
As empresas são criadas para fazer dinheiro. Uma forma convencional de mensurar se isto está
realmente acontecendo é verificar a capacidade da empresa aumentar seus “vários tipos de
lucro” – as medidas mais comuns são: lucros operacionais, lucros antes dos impostos, lucro
líquido e lucros-por-ação, embora essas não sejam as únicas formas de verificar se existe valor
nas ações de uma companhia. Os “verdadeiros lucros” de uma companhia são aqueles que saem
do Fluxo de Caixa, na forma de dinheiro, e vão para o Balanço Patrimonial. (NT-Os lucros não
se transformam necessariamente em dinheiro, em um mesmo período. Isto se deve a regra
contábil que diz que as vendas/despesas são contabilizadas no momento em que são incorridas,
não no momento que são realmente efetivadas (regime de competência). Daí a importância de
se administrar corretamente às contas a pagar e as contas a receber de maneira que a empresa
não venha a quebrar por falta de pagamentos).
 
No final, o valor para o acionista acaba vindo de seus ativos mais líquidos, aqueles que podem
ser facilmente convertidos em dinheiro. O valor de uma companhia é determinado por quanto,
medido em termos de ativos líquidos, ela consegue acumular ao longo do tempo. Existem duas
formas de raciocinarmos em cima disso. A primeira é olhar para o seu valor terminal, que é o
valor potencial estimado que sobraria para os acionistas, depois de transformar tudo que existe
dentro de uma empresa em dinheiro, após ela fechar suas portas em algum ponto no futuro. O
outro, é verificar de onde vem o valor tangível do acionista – o retorno sobre o capital investido
gerado pelas operações da companhia. Se a companhia possuir caixa em excesso que não
precise em suas operações do dia-a-dia ela poderá emprega-lo de duas formas em benefício do
acionista: pagando dividendos ou comprando de volta seus papéis no mercado. 
 
Compreender o que está no balanço é crucial para saber se a companhia na qual você está
investindo será capaz ou não de gerar valor para seus acionistas, no futuro. A maioria dos
investidores vai direto nos Demonstrativos de Resultados e perdem muito tempo se preocupando
apenas com os lucros e muito pouco tempo se preocupando com o Balanço Patrimonial e o seu
primo mais próximo, o Demonstrativo de Fluxo de Caixa (NT-No Brasil o Demonstrativo de Fluxo
de Caixa ainda não é obrigatório embora a legislação já esteja mudando a esse respeito, apenas
o Demonstrativo de Origens e Aplicações de Recursos (DOAR), mas o Demonstrativo de Fluxo de
Caixa pode ser construído a partir dos outros demonstrativos). É o Balanço Patrimonial que pode
nos dizer se a companhia tem dinheiro suficiente para continuar financiando seu próprio
crescimento ou se terá que pegar novos empréstimos, lançar debêntures ou ações de maneira a
continuar existindo. Será que a companhia possui muito estoque em seu inventário? Será que a
companhia está recebendo os pagamentos de seus clientes dentro de um prazo pelo menos
razoável? É o Balanço Patrimonial, uma lista de todos os ativos e passivos da companhia, que
pode nos informar isso.
 
Aonde podemos encontrar todas estas informações sobre os Demonstrativos Financeiros? Você
acreditaria se eu dissesse que podemos obtê-las gratuitamente? No site da CVM é possível
encontrar: Informações Anuais (IAM); Informativos Trimestrais (ITR) e as Demonstrações
Financeiras Padronizadas (DFP). Estes documentos podem ser encontrados on-line, ou podem
ser baixados e lidos em um programa chamado DIVEXT (Divulgação Externa -
http://www.cvm.gov.br/port/CiasAbertas/download_divext.asp).
Procure em http://www.cvm.gov.br/asp/cvmwww/cadastro/formcad.asp a companhia de seu
interesse. O DFP é uma versão simplificada do IAM com menos texto e mais números que sai
uma vez por ano, contendo os demonstrativos anuais da companhia. Os ITR são os
demonstrativos que a companhia envia para a CVM, três vezes ao ano (o quarto trimestre é a
própria IAM) que também cobre todos os períodos anteriores. A vantagem dos demonstrativos
anuais sobre os demonstrativos trimestrais é que o balanço anual já foi verificado duas vezes por
auditores antes de ser enviado para a CVM. 
 
 - Armados com essas informações estamos prontos para iniciar nossa jornada através do
Balanço Patrimonial.
 
 
II. Ativos Circulantes:
 
O primeiro e maior componente de um Balanço Patrimonial é o Ativo Circulante, que são os
ativos que a companhia tem a sua disposição, e que podem ser facilmente convertidos em
dinheiro dentro de um ciclo operacional. Um ciclo operacional é o tempo que leva para vender
um produto e receber o dinheiro da venda. Ele se situa em algum lugar entre 60 a 180 dias,
mas, pode chegar a um ano. Os ativos circulantes são importantes porquê são através deles que
a companhia financia as suas operações do dia-a-dia. Se faltarem ativos circulantes, a
companhia vai ter que procurar alguma outra forma de financiar suas operações através de
empréstimos de curto-prazo, que ocasionarão no pagamento de juros ou na diluição do valor do
acionista pela emissão de novas ações no mercado. Existem cinco tipos básicos de ativos
circulantes: Caixa e Equivalentes, Investimentos de curto e longo prazo, Contas a Receber,
Estoques e Despesas pré-pagas.
 
Caixa e Equivalentes (ou disponibilidades) são dinheiro no banco literalmente, o bom e
velho dinheiro ou alguma coisa muito parecida, como, por exemplo, títulos do tesouro direto,
debêntures, Fundos de Renda Fixa e Revistas Playboy. (OK, não vamos incluir as revistas
Playboy). Caixa e equivalentes são os ativos completamente líquidos e que merecem uma
atenção especial por parte dos acionistas. Este é o dinheiro que a empresa dispõe para pagar
gordos dividendos para você, se não tiver nada melhor para fazer com ele. Este também é o
dinheiro que a empresa dispõe para comprar no mercado de volta suas próprias ações e, dessa
forma, aumentar o valor das ações que você possui. 
 
Os Investimentos de Curto Prazo são um estágio acima do Caixa e Equivalentes. Estes
entram no jogo quando a empresa tem tanto dinheiro que ela pode se permitir investir em títulos
de duração inferior a um ano. Este capital não pode ser liquidado instantaneamente sem esforço,
mas em compensação trarão algum rendimento. E, no final, é dinheiro que confere as nossas
ações valor instantâneo e podem ser distribuídos aos acionistas sem maiores esforços.
 
Contas a Receber (ou Clientes ou Crédito) é o dinheiro que os clientes devem a companhia.
Clientes devem dinheiro as empresas porquê já receberam produtos (ou serviços) e ainda não
pagaram. As Companhias rotineiramente compram bens e serviços de outras companhias
utilizando crédito. Embora as Contas a Receber se transformarão em dinheiro em um curto
período de tempo, existem ocasiões em que a empresa terá de inscrever uma parcela em
recebimentos duvidosos se ela deu crédito a uma empresa que não pode, ou não irá pagar suas
contas. É por isso que você vê alguma coisa chamada provisão para devedores duvidososentre
parênteses, próximo ao número do Contas a Receber.
 
Provisões Para Devedores Duvidosos são uma reserva colocada de lado para cobrir um
possível mal pagador, baseado no histórico que a companhia teve ou poderia ter tido no
passado. Mesmo fazendo este provisão a companhia pode vir a ser forçada a diminuir as suas
contas a receber ou converte-la em débito se um grande cliente se encontrar em apuros. É muito
importante verificar o crescimento do Contas a Receber em relação às Vendas. Se estiverem
crescendo mais que as vendas, você saberá que muito destas vendas ainda não foram pagas
naquele trimestre. Nós vamos observar o giro de clientes e fornecedores mais a diante como
uma outra forma de mensurar o Contas a Receber.
 
Estoques são os produtos prontos que a companhia tem para venda a seus clientes. Nem todas
as companhias possuem estoques, principalmente se estiverem envolvidas nos setores de
propaganda, consultoria, serviços ou informações. Mas, para aquelas que não estão, os estoques
são de extrema importância. Os estoques devem ser vistos com cuidado pelos investidores.
Primeiro devido às diversas formas de contabilidade existente como a FIFO (first in, first out) ou
PEPS (Primeiro que entra primeiro que sai) e LIFO (last in, first out) ou UEPS (Último que entra
primeiro que sai), é sempre bom lembrar que o valor de liquidação é sempre diferente do valor
contábil, devido aos valores estarem normalmente superavaliados nos balanços. Segundo porquê
estoque prende capital. O dinheiro que está preso em estoques não pode ser empregado em
outra coisa. Aquelas companhias que tem seus estoques crescendo mais rápido que suas vendas
e que não conseguem girar seus estoques a uma velocidade razoável são, por vezes, desastres
eminentes. Nós vamos ver mais tarde, no Giro de Estoques, uma outra ferramenta para se medir
a conta Estoques.
 
Finalmente, Despesas Antecipadas que são as faturas que a empresa já pagou a seus
fornecedores. Isto pode ser, por exemplo, uma bolada de dinheiro pago a uma firma de
publicidade ou um crédito junto a um fornecedor por mercadorias defeituosas devolvidas.
Embora esta conta não seja tão líquida como dinheiro no banco, ter contas já pagas é, sem
sombra de dúvidas, um ponto a favor da companhia. Isso significa dizer que essas contas não
serão pagas no futuro, e que, naquele trimestre específico, uma quantidade maior de vendas irão
se transformar em dinheiro.
 
 
III. Passivo Circulante
 
Passivo Circulante - é tudo aquilo que uma companhia deve a seus fornecedores e credores,
no curto prazo. São dívidas de curto-prazo que normalmente necessitarão que alguns ativos
circulantes da companhia sejam convertidos em dinheiro para que possam ser pagos. São contas
que tem seu prazo de vencimento em menos de um ano. Da mesma forma que são contas que
precisarão ser pagas, são também origens de ativos. Qualquer dinheiro que a companhia tira da
sua na linha de crédito ou de suas contas a pagar são transformadas em ativos que, quando
colocados em ação, fazem com que a companhia consiga crescer. Existem cinco tipos básicos de
ativos circulantes: Contas a pagar (ou Fornecedores), Encargos a Apropriar (impostos, taxas e
contribuições), Empréstimos e Financiamentos de curto prazo (incluindo a porção da dívida de
longo prazo que será paga no ano corrente).
 
Contas a Pagar (ou Fornecedores) - é o dinheiro que a companhia realmente deve a seus
fornecedores, sócios e empregados. De uma forma geral, este são os custos básicos que a
companhia incorre para fazer o seu negócio e que, por qualquer motivo, não pagou ainda. As
contas a pagar de uma companhia são as contas a receber de outra companhia, razão pela qual
os dois termos estão estruturados assim, de forma análoga. As companhias têm o poder de
empurrar para frente algumas de suas contas a pagar, que freqüentemente ocasionarão um
aumento tanto nos lucros da companhia como nas contas a pagar.
 
Encargos a Apropriar (impostos taxas e contribuições) - são contas de atividades que a
companhia se envolveu e não pagou ainda. Estas são normalmente despesas de marketing e de
distribuição que são descontadas de acordo com um calendário e ainda não venceu. Os impostos
são um tipo específico de despesa. Eles incidem sobre os lucros do ano sendo pagos segundo um
calendário específico de acordo com as leis tributárias. Existem outras taxas que também não
são pagas trimestralmente sendo pagas de uma só vez quando vencem.
 
Empréstimos de Curto Prazo – É quanto a companhia retirou de capital de sua linha de crédito
(de um banco ou outra instituição financeira), e que necessita ser pago nos próximos 12 meses.
A companhia também pode ter uma parcela da sua dívida de longo-prazo a vencer ainda neste
ano, razão pela qual ela é contabilizada como passivo circulante, mesmo que seja de longo prazo
– um pequeno macete de contabilidade.
 
 
IV.Débito & Patrimônio Líquido:
 
O resto do Balanço Patrimonial é retirado de uma mistura de itens que não são circulantes e que
não podem ser transformados facilmente em dinheiro, ou dívidas que não expirarão antes do fim
do próximo ano. Especificamente, elas são classificadas em 5 categorias: Ativos Permanentes,
Financiamentos, Exigível de Longo Prazo, Patrimônio Líquido, Capital Social, Estoque de Capital e
Lucros Retidos.
 
Ativos Permanentes - são ativos que não são líquidos, mas que são mantidos nos livros da
companhia por finalidades contábeis. Os maiores componentes dos ativos permanentes são
plantas, imóveis, maquinários, terrenos, veículos e máquinas que a companhia comprou para
fazer o seu negócio funcionar. Muito do aqui descrito é sujeito, para efeitos fiscais, a uma
convenção contábil chamada depreciação, significando que o valor dos ativos e o valor pago
podem ser bem diferentes.(NT. – O Ativo Permanente é dividido em Investimentos, Imobilizado e
Diferido).
 
Exigível de Longo Prazo - são empréstimos que não irão vencer em menos de um ano. Estes
são, normalmente, empréstimos de bancos e outras instituições financeiras e que são garantidos
por diversos ativos existentes no balanço patrimonial, como por exemplo, os inventários. A
maioria das firmas irá informar em uma nota de rodapé a finalidade do empréstimo e qual a taxa
de juros que incide sobre ele.
 
O último componente é o Patrimônio Líquido, que é composto do Capital Social e dos Lucros
Retidos. Para dizer a verdade isto é um pouco confuso e nem sempre trás tanto valor para a
análise. Capital Social é o valor das ações emitidas que é registrado puramente para fins
contábeis e que não tem qualquer relação ao valor das ações no mercado. A reserva de Capital é
outra convenção contábil engraçada e que é bastante difícil de ser explicada. Essencialmente é
qualquer dinheiro adicional que a companhia recebe por emitir ações a um valor superior ao
valor inicial dentro de certas convenções financeiras.
 
Lucros retidos são uma outra convenção contábil que serve para registrar o dinheiro que a
companhia gerou subtraída de qualquer parcela de lucro que tenha sido paga aos acionistas em
forma de dividendos ou empregado na recompra de ações no Mercado. Os lucros retidos
simplesmente medem a quantidade de capital que a companhia recebeu através de seus ativos.
È com esta parcela que calcularmos o retorno da companhia. Se você somar o capital social com
os lucros retidos você encontrará o Patrimônio Líquido - O total de patrimônio que os acionistas
tem dentro da companhia.
 
V. Liquidez Corrente & Liquidez Seca
 
Então, você conseguiu ler minhas breves definições dos vários itens do Balanço Patrimonial –
Parabéns. Agora é hora de começarmos a nos divertir com os números e começar a jogar com
estas várias parcelas de informação. Nós conseguiremos com isto algumas informações bem
interessantes de como a companhia administra seus ativos e poderemos avaliar se a companhia
pode ou não ser considerada uma pechincha baseada nos ativos que têm a sua disposição.A primeira ferramenta que você pode usar é chamada Liquidez Corrente. Uma medida de quanta
liquidez a companhia possui, simplesmente pela divisão dos ativos circulantes pelos passivos
circulantes. Por exemplo, se o JOE'S BAR AND GRILL tem $10 milhões em ativos circulantes e $5
milhões em passivos circulantes, você tem:
 
 $10 milhões
 Liquidez Corrente = ------------------- = 2,0
 $5 milhões
 
 
Como regra geral, uma liquidez corrente de 1,5 ou maior é suficiente para suprir as necessidades
operativas médias de uma empresa. Uma liquidez corrente muito alta sugere que a companhia
esteja desperdiçando ativos ao invés de emprega-los para fazer a companhia crescer. Não é a
pior coisa do mundo, mas é certamente, uma coisa que poderá impactar a rentabilidade da
companhia no longo-prazo.Você sempre deve comparar a liquidez corrente de uma companhia
(da mesma forma que quaisquer outros índices) com a de seus concorrentes em um mesmo
setor industrial. Algumas indústrias têm as suas próprias demandas de que liquidez corrente e
que fazem ou não sentido para ela. Por exemplo, em uma indústria automobilística uma liquidez
corrente alta é desejável se a companhia não quiser ir a bancarrota durante a próxima recessão.
 
Ao se referir a estoques a discussão é outra, eu mencionei que às vezes os estoques não valem
necessariamente a mesma coisa que está descrita no balanço. Isto é particularmente verdadeiro
no setor de varejo, aonde é fácil encontrar liquidações de fechamento com descontos de 60% a
80%. Isto é mais crítico ainda quando a companhia está fechando suas portas e é forçada a
liquidar todo o seu inventário, muitas vezes por centavos. Da mesma forma, se a companhia
possui um monte de ativos circulantes presos em estoques, ela fica muito dependente da venda
destes estoques para financiar suas operações. Se a companhia não estiver conseguindo
aumentar as suas vendas rapidamente ela pode se se transformar em um elefante branco sendo
forçada a emitir novas ações para saldar seus débitos.
 
Por isto, é muito importante ficarmos atentos a Liquidez Seca. A Liquidez Seca nada mais é que
os ativos circulantes menos os estoques divididos pelos passivos circulantes. Retirando os
estoques da equação, você poderá verificar se a companhia possui ativo circulante suficiente
para atender as suas necessidades operacionais de curto prazo. Vamos supor que você olhou o
Balanço Patrimonial do Joe's Bar and Grill e verificou que eles têm $2.5 milhões de seus ativos
circulantes em pães de hambúrguer, que estão imobilizados no estoque. Você pode então
calcular a Liquidez Seca para a companhia:
 
 (Ativos Circulantes - Estoques)
 Liquidez Seca = --------------------------------------------- =
 Passivos Circulantes 
 
 $10 mm - $2.5 mm
 = ---------------------------- = 1,5
 $5 mm
 
Parece que o Joe´s passou no teste de novo. Muitas pessoas procuram por um índice de liquidez
Seca maior que 1,0 para assegurar-se que existe dinheiro suficiente para se pagar às contas e
ainda permanecer no negócio. A Liquidez Seca também varia de indústria para indústria. Da
mesma forma que com a Liquidez Corrente, é sempre válido comparar o índice de firmas
similares dentro da mesma indústria para entender o que ele significa, dentro do contexto. 
 
Finalmente, alguns investidores irão empregar uma coisa chamada Liquidez lmediata, que é a
quantidade de dinheiro existente, dividida pelo passivo circulante. Este não é um índice muito
usual e eu não conheço qualquer aplicação direta para ele. É apenas um outro método para
comparar várias companhias dentro de uma mesma indústria, uma com as outras, para
descobrir que está mais bem coberta.
 
VI. Capital de Giro
 
A melhor forma de analisar os ativos circulantes e passivos circulante é combinando-os em uma
coisa chamada de Capital de Giro. Capital de Giro é simplesmente o resultado dos ativos
circulantes menos os passivos circulante, o que pode ser positivo ou negativo. Capital de Giro é
basicamente uma expressão de quanto, em termos de ativos líquidos, a companhia possui para
construir o seu negócio, financiar seu crescimento e gerar valor para o acionista. Se uma firma
possui bastante capital de giro, então ela se encontra em boa forma, com dinheiro na mão o
suficiente para pagar por tudo aquilo que precisa. Se uma companhia possui Capital de Giro
negativo, então seus passivos circulantes são maiores que seus ativos circulantes, e a companhia
não possui a capacidade de gastar tão agressivamente como as suas concorrentes que possuam
um Capital de Giro positivo.
 
Por mais que me esforçasse, eu não conseguiria descrever quanto o Capital de Giro é, de fato,
importante. O Capital de Giro é o sangue da companhia. Cerca de 99% das razões pelas quais
uma companhia opta por se tornar pública tem a ver, de uma forma ou de outra, com o capital
de giro. – Desenvolver o negócio, financiar aquisições ou o desenvolvimento de novos produtos.
Qualquer atividade desenvolvida pela companhia vem do Capital de Giro. Se a companhia ficar
sem Capital de Giro e ainda tiver que pagar contas e desenvolver produtos, então ela se
encontrará em grandes apuros. 
 
Uma relação que eu gosto cada vez mais é a comparação entre o Capital de Giro da companhia
com a Capitalização de Mercado. A Capitalização de Mercado é o valor de todas as ações
existentes multiplicadas por seu preço de mercado, somado as suas dívidas de longo prazo. A
razão pela qual você soma as dívidas de longo prazo (ou as ações preferenciais, que também são
uma forma de débito) à Capitalização de Mercado é que quando você compra uma companhia,
você não tem que pagar só pelo seu preço do mercado, você assume também a responsabilidade
por toda a dívida que a companhia possui.
 
Se você pegar o Capital de Giro da empresa e compara-lo com a sua Capitalização de Mercado,
poderá encontrar coisas bem interessantes. Essa comparação pode ser feita pela divisão do
Capital de Giro pela Capitalização de Mercado. Vamos utilizar o Joe´s Bar e Grill, de novo. Nós
sabemos que ele possui $10 milhões em ativos circulantes e $5 milhões em passivos circulantes.
Se você sabe que o Joe's Bar e Grill não possui qualquer dívida e tem um milhão de ações no
mercado sendo vendidas a $10, você poderá facilmente construir seu índice de Capital de Giro
pela Capitalização de Mercado. 
 
 Capital de Giro (Ativos Circulantes - Passivos Circulantes)
--------------------------------------- = -------------------------------------------------------
 Capitalização de Mercado. (Nº de ações * preço da ação) + Dívidas
 
 
 $10 mm - $5 mm $5 mm
= ---------------------- = ---------- = 0.5 = 50%
 (1 mm * $10) + $0 mm $10 mm
 
 
O que toda esta matemática quer dizer é que 50% da avaliação efetuada pelo mercado sobre a
Joe's Bar and Grill está lastrada em Capital de Giro. Teoricamente, se por qualquer motivo,
tivéssemos que liquidar a Joe's amanhã, você teria garantido 50 centavos de dólar, somente com
sobre o Capital de Giro. Isto, além de ser uma quantidade de dinheiro bem razoável colocada a
sua disposição ainda é uma coisa muito boa para a Joe's. Em resumo, se você enxergar um
índice de Capital de Giro/Capitalização de Mercado de 50% ou superior, as coisas andam muito
bem.
 
Mesmo que o Capital de Giro seja pequeno, apenas olhar para que quantidade de dinheiro a
companhia possui em relação a sua Capitalização de Mercado já é uma coisa bastante
esclarecedora. Pegue o Caixa e Equivalentes e divida pela Capitalização de Mercado para ver qual
é o resultado. Se você está na frente de uma companhia que tem 10% ou mais lastrados pelo
bom e velho dinheiro, você terá uma companhia com fundos suficientes paracontinuar existindo.
Talvez você queira retirar os Estoques desta conta para verificar se o número não fica muito
diferente, principalmente para companhias têxteis e de varejo. É só subtrair os estoques do
Capital de Giro.
 
VII. Preço-Valor-Patrimonial, PMR & Giro
 
Os três últimos índices que você pode tirar do Balanço Patrimonial são o Preço-Valor-Patrimonial
por Ação (P/VPA), Prazo Médio de Recebimento (PMR) e Giro de Estoques. Eu deixei estes três
para o final porquê são mais complicados. 
 
Destes, eu acho que o venerado Preço-Valor-Patrimonial por Ação (P/VPA) é completamente
dispensável. Ele foi concebido em uma época em que os Estados Unidos era composto,
principalmente, por firmas industriais e que necessitavam de ativos fixos como fábricas para
lastrar as suas ações, ele teve seu uso minimizado nas últimas décadas quando mais e mais
empresas que não são capital-intensivas cresceram para se tornar gigantes comerciais. O fato da
Microsoft (Nasdaq: MSFT) não ter muito Patrimônio Líquido não quer dizer que a companhia
esteja sobreavaliada - Apenas quer dizer que a companhia não necessita de uma vasta
quantidade de terras e fábricas para elaborar um produto com alta margem de lucro.
 
O tradicional Valor Patrimonial por Ação nada mais é que o Patrimônio Líquido dividido pelo
número de ações. Como eu acredito que seja mais informativo olhar para a companhia como um
todo, eu faço o meu P/VPA usando a Capitalização de Mercado dividida pelo Patrimônio Líquido.
Eu uso também outra coisa chamada Valor da Empresa, que é a Capitalização de Mercado menos
o Caixa e Equivalentes mais dívidas. A razão pela qual você subtrai o Caixa e Equivalentes da
Capitalização de Mercado é porquê se alguém for realmente comprar a companhia, receberá todo
o dinheiro que a companhia possui naquele momento, que significa que este valor deverá ser
abatido do custo de aquisição depois que o negócio for fechado. O valor da Empresa (EV) /
Patrimônio Líquido (SE) deve ficar assim:
 
 (Nº de ações * Preço) + Dívidas - Caixa
EV/SE = -----------------------------------------------
 Patrimônio Líquido
 
 
Esta divisão irá retornar um múltiplo simples, parecido com o Preço/Lucro (P/L) ou o
Preço/Vendas (PSR). Se ele ficar abaixo de 1, significa que a companhia está sendo vendida
abaixo de seu Patrimônio Líquido e, teoricamente, abaixo de seu valor de liquidação. Alguns
investidores em valor irão descartar qualquer companhia que esteja sendo comercializada a
valores superiores a duas vezes seu patrimônio Líquido.
 
Prazo Médio de Recebimento (PMR) é a medida em termos de dias, de quantos dias de
vendas se equivalem às Contas a Receber. É uma forma de transformar o número Contas a
Receber em uma forma mensurável que pode ser comparada com outras companhias dentro da
mesma indústria, para sabermos que fabricante está administrando melhor seu Contas a
Receber. Uma companhia com menor prazo de recebimento está recebendo dinheiro mais rápido
e o colocando para trabalhar para a empresa imediatamente, ganhando vantagem competitiva
sobre seus concorrentes. Para chegarmos ao PMR, temos que primeiro achar o Giro do Contas a
receber. Que é:
 
 Vendas no Período
Giro do Contas a Receber = --------------------------------------
 Contas a receber médio no Período
 
Algumas vezes só encontraremos o Contas a Receber do último ano, aí teremos que usar o
Contas a Receber, também, do último ano. Embora, quanto mais recente for a informação,
melhor. Nós entendemos por “Giro” como o número de vezes em que o zeramos completamente
o crédito a outras empresas durante o ano. Para este número, quanto maior melhor. Para
transformar este número em dias, você fará o seguinte:
 
 Contas a receber atuais
PMR = ---------------------------------* 360
 Vendas no Período
 
 
Isto irá nos informar, por alto, o número de dias que leva para as vendas efetuadas e não
recebidas serem transformadas em dinheiro para um determinado período. Como você já deve
suspeitar, quanto menor este número melhor para a companhia. Comparando o PMR de diversas
companhias dentro da mesma indústria você poderá ter uma idéia de qual companhia está
administrando melhor o seu crédito e recebendo dinheiro mais rápido com suas vendas. Este é
um ponto crucial em nossa análise porquê o dinheiro que não está comprometido no Contas a
Receber, é dinheiro que pode ser utilizado para fazer a companhia crescer.
 
O mesmo é verdadeiro para o Giro de Estoques. Quanto menos dinheiro você tiver preso em
estoques, de maneira que ainda consiga suprir seus canais de distribuição, mais dinheiro você
terá para fazer as coisas que precisam ser feitas dentro da sua companhia - marketing,
propaganda, pesquisa e desenvolvimento, aquisições, expansões e assim por diante. Você quer
uma companhia que gire seu estoque o mais rápido possível no ano de maneira a liberar capital
de giro para outras coisas. Para descobrir quanto a companhia está girando de estoque, você
deverá pegar o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) dos últimos 12 meses. O Custo das
Mercadorias Vendidas pode ser encontrado na segunda linha do Demonstrativo de Resultados,
logo abaixo das Receitas Líquidas. Apenas some os valores dos quatro últimos trimestres e ache
o nível de estoques atuais (NT- Ou utilize o valor do Demonstrativo de Resultados anual). Se
você encontrar algum problema em achar estes números poderá ligar para o setor de
relacionamento de investidores da sua companhia que normalmente dará a você as informações
que você necessitar.
 
 Custo das Mercadorias Vendidas
Giro de Estoque = --------------------------------------
 Estoque médio no Período
 
 
Se duas companhias são idênticas, mas uma está conseguindo girar os seus estoques mais
rapidamente do que a outra, aquela com melhor administração de estoques estará capacitada a
crescer mais rápido. A administração de estoques será o gargalo para o crescimento se não for
administrada de maneira eficiente, prendendo um monte de capital de giro que poderia ser mais
bem empregado em outras atividades. Se você conseguir encontrar uma companhia cujo Prazo
Médio de Recebimento e o Giro de Estoque girem mais rápido que os seus concorrentes, você
terá uma boa idéia de como a companhia poderá alocar seu capital para continuar crescendo,
permitindo a você fazer melhores escolhas de investimentos. 
 
 
VIII. Conclusão
 
“A jornada através do Balanço Patrimonial” foi criada como uma continuação da série de sucesso
sobre avaliação que escrevi originalmente em Fool's Gold. Eu espero que as informações tenham
sido transmitidas de uma maneira clara e efetiva. Para mais informações sobre os vários tópicos
aqui descritos, verifiquem periodicamente minhas colunas diárias no noticiário da tarde e da hora
do almoço. Estas são as contas que eu utilizo para analisar empresas nestas colunas.
 
Um abraço,
 
-Randy Befumo (TMF Templr), a Fool
 
 
Balanço Patrimonial da Gerdau S.A. 
 
ATIVO CONSOLIDADO 
 
Código da Conta Descrição da Conta 2003 2002 2001
1 Ativo Total 14.246.741 14.462.008 9.766.420
1.01 Ativo Circulante 5.334.880 5.371.089 3.360.282
1.01.01 Disponibilidades 121.615 71.368 7.122
1.01.02 Créditos 2.542.382 2.795.890 1.897.976
1.01.03 Estoques 2.336.598 2.219.981 1.331.133
1.01.04 Outros 334.285 283.850 124.051
1.02 Ativo Realizável a Longo Prazo 1.051.257 553.098 274.173
1.03 Ativo Permanente 7.860.604 8.537.821 6.131.965
1.03.01 Investimentos 461.412 916.234 310.595
1.03.02 Imobilizado 7.378.725 7.597.318 5.807.868
1.03.03 Diferido 20.467 24.269 13.502
 
PASSIVO CONSOLIDADO 
 
Código da Conta Descrição da Conta 2003 2002 2001
2 Passivo Total 14.246.74114.462.008 9.766.420
2.01 Passivo Circulante 4.342.899 5.388.897 3.154.295
2.01.01 Empréstimos e Financiamentos 2.414.376 3.707.916 2.101.970
2.01.02 Debêntures 3.027 0 4.683
2.01.03 Fornecedores 1.192.428 925.541 580.790
2.01.04 Impostos, Taxas e Contribuições 171.776 167.189 88.459
2.01.05 Dividendos a Pagar 154.220 167.656 111.943
2.01.08 Outros 407.072 420.595 266.450
2.02 Passivo Exigível a Longo Prazo 5.048.695 4.652.468 2.696.274
2.02.01 Empréstimos e Financiamentos 3.396.085 2.750.492 1.841.526
2.02.02 Debêntures 449.039 709.367 218.591
2.02.05 Outros 1.203.571 1.192.609 636.157
2.04 Participações Minoritárias 726.751 1.127.417 1.230.092
2.05 Patrimônio Líquido 4.128.396 3.293.226 2.685.759
2.05.01 Capital Social Realizado 1.735.656 1.335.120 1.320.133
2.05.02 Reservas de Capital 376.672 310.368 255.213
2.05.02.02 Investimentos 342.910 276.606 227.539
2.05.02.03 Especial lei 8.200/91 21.487 21.487 21.487
2.05.02.04 Outras 12.275 12.275 6.187
2.05.04 Reservas de Lucro 2.016.068 1.647.738 1.110.413
2.05.04.01 Legal 184.429 127.569 87.408
2.05.04.02 Estatutária 1.831.639 1.520.169 1.023.005

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