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RNA – ÁCIDO RIBONUCLEICO As moléculas do RNA são, em geral, cadeias simples, formadas por uma única fita polinucleotídica. Constituição RNA - ribonucleotídeo: Fosfato, Açúcar: ribose, Bases nitrogenadas A, C, G e U. RNA – ÁCIDO RIBONUCLEICO Principais diferenças do RNA em relação ao DNA 1. Apresenta-se, na maioria dos casos, em FITA SIMPLES, deste modo, sendo mais flexível que o DNA, formando uma ampla variedade de estruturas tridimensionais. Os ribonucleotideos são ligados entre si através de uma ligação fosfodiéster entre o carbono 3' do nucleotídeo de "cima" e o carbono 5' do nucleotídeo de "baixo" RNA – ÁCIDO RIBONUCLEICO Principais diferenças do RNA em relação ao DNA 2. O açúcar do nucleotídeo é a RIBOSE Ribose Desoxirribose DNA RNA Facilita a ação do RNA em muitos processos celulares importantes. Timina (T) Uracil (U) DNA RNA RNA – ÁCIDO RIBONUCLEICO Principais diferenças do RNA em relação ao DNA 3. O nucleotídeos do RNA (ribonucleotídeos) contêm a base nitrogenada URACILA (U) ao invés de timina BASES PURÍNICAS BASES PIRIMÍDICAS Fosfato Ribose Adenina (A) Guanina (G) Citosina (C) Uracil (U) OS RIBONUCLEOTÍDEOS U: É capaz de fazer pareamento com “A” e “G”. “U” e “G” formam pares de bases apenas durante o dobramento do RNA, sendo as ligações mais fracas do que as de “A” e “U”. Principais diferenças do RNA em relação ao DNA RNA – ÁCIDO RIBONUCLEICO 4. O RNA, como as proteínas, mas não como o DNA, pode catalisar reações biológicas. O nome RIBOZIMA foi criado para as moléculas de RNA que funcionam como enzimas proteicas. CLASSES DE RNA 1. RNA MENSAGEIRO (mRNA) - Codificam a informação necessária para a síntese protéica; - Serve como intermediário e passa a informação dos genes, localizados no DNA, para a proteína; - mRNA é sintetizado a partir de uma das fitas do DNA (fita molde) CLASSES DE RNA 2. RNAs FUNCIONAIS - Não codificam a informação para a síntese de proteínas; - São funcionais enquanto RNA; - Atendem a muitos papeis funcionais e participam de uma variedades de processos celulares. 2.2 RNA TRANSPORTADOR (tRNA) - Atua como receptor e transportador de aminoácidos; - Responsável por levar o aminoácido correto para o mRNA no processo de tradução; - Há pelo menos 1 tRNA para cada 1 dos 20 aminoácidos e cada um deles têm uma estrutura ligeiramente diferente do outro; - Há genes específicos responsáveis pela síntese de tRNA. CLASSES DE RNA 2.1 RNA RIBOSSÔMICO (rRNA) - É o principal componente dos ribossomos, que são grandes “máquinas” macromolecuares que guiam a montagem da cadeia de aminoácidos pelo mRNA e tRNA; - Sintetizado na região satélite de alguns cromossomos, chamada região organizadora do nucléolo. - Após o seu acúmulo no nucléolo e a associação com proteínas, eles são transportados para o citoplasma; CLASSES DE RNA 2.3 Pequenos RNAs nucleares (snRNA) - São parte de um sistema que processa os RNAs transcritos nas células eucarióticas; - Fazem parte de um complexo ribonucleoproteico de processamento (spliceossomo) que remove íntrons dos pré- mRNA eucariótico. CLASSES DE RNA CLASSES DE RNA Tem um grande grupo de RNAs que suprimem a expressão gênica em muitos níveis e também mantêm a estabilidade do genoma: microRNA; pequenos RNA de interferência e RNA de interferência piwi. 2.4 microRNA (miRNA) regulam a quantidade de proteínas produzidas por muitos genes eucarióticos (regulação endógena); CLASSES DE RNA 2.5 Pequenos RNA de interferência (siRNA) 2.6 RNA de interação piwi (piRNA) Ajudam a proteger a integridade de genomas de plantas e animais; siRNA: inibem a produção de vírus e impedem a dispersão de elementos de transposição para outros loci cromossômico em plantas piRNA: impedem a dispersão de elementos de transposição para outros loci cromossômico em animais (piwiRNA). RESUMO CLASSES DE RNA 1. RNAs que codificam proteínas: mRNA 2. RNAs funcionais Síntese de proteínas: rRNA e tRNA; Processamento do RNA: snRNA Regulação da expressão gênica: miRNA Defesa do genoma: miRNA e piRNA TRANSCRIÇÃO DO RNA A primeira etapa na transferência de informação do gene para a proteína é produzir um filamento de RNA cuja sequência de bases é complementar à sequência de um segmento de DNA; O DNA é transcrito em RNA e o RNA é chamado de transcrito. TRANSCRIÇÃO Fita molde Sentido da Replicação: 5’ → 3’ Apenas um filamento de DNA é o molde para a transcrição do RNA, mas esse filamento varia de gene para gene. O sentido da transcrição é sempre o mesmo para qualquer gene e começa na ponta 3’ do molde de DNA e da ponta 5’ do RNA transcrito. Assim, os genes transcritos em sentidos diferentes usam filamentos opostos do DNA como moldes. TRANSCRIÇÃO Fita molde 3’ RNA 5’ Fita Codificadora 5’ 3’ RNA 5’ DNA 3’ DNA RNA polimerase Fita molde do gene 1 Fita molde do gene 2 RNA polimerase Obs: O RNA tem a mesma sequência de nucleotídeos da fita codificadora, a exceção de que os T são substituídos por U. Transcrição e tradução em procariontes e eucariontes Cadeia de aminoácidos PROCARIONTE EUCARIONTE Núcleo Transcrição e processamento Citoplasma Transcrição em procariontes Como a RNA polimerase encontra o ponto certo para o início da transcrição? R: A RNA polimerase se liga a uma sequência específica do DNA chamada de PROMOTOR, situada perto da região que será transcrita (5’). Primeira base a ser transcrita Início da tradução Transcrição em procariontes ligação da RNA polimerase ao PROMOTOR abertura da dupla fita de DNA início da síntese do RNA 1. Iniciação σ (fator sima): liga-se às regiões -10 e -35, posicionando assim a holoenzima para iniciar corretamente a transcrição no ponto de início. Também tem um papel na separação dos filamentos de DNA ao redor da região -10. Transcrição em procariontes a medida que a RNA polimerase avança, desenrola a dupla hélice do DNA a sua frente, e reenrola o que já foi copiado; a síntese do RNA avança, onde a polimerase incorpora ribonucleotídeos complementares a fita molde de DNA. 2. Alongamento Dois mecanismos: 1. Intrínseco 2. Rho-dependente Ex.: mecanismo intrínseco: A sequência de término contém cerca de 40 bases, terminando em um trecho rico em GC que é seguido de uma fileira de 6 ou mais A. Ocorre a formação de uma alça em grampo. Transcrição em procariontes 3. Término A transcrição em EUCARIONTES é mais complicada do que em PROCARIONTES por três motivos primários: 1. Os genomas eucarióticos são maiores: 1. têm mais genes a serem reconhecidos 2. mais DNA não codificante 3. densidade gênica menor 2. Presença de um núcleo, separando os processos de transcrição (núcleo) e tradução (citoplasma) 3. DNA organizado em cromatina (interação do DNA com proteínas histônicas) Transcrição em eucariontes • Células eucarióticas apresentam três enzimas de transcrição: • RNA-polimerase I - transcreve os genes de rRNA (excluindo o 5S rRNA). • RNA-polimerase II - transcreve todos os genes codificantes de proteínas (mRNA), mais alguns genes que codificam pequenos RNAs (ex., aqueles presentes nos “spliceosomes”). • RNA-polimerase III – transcreve os pequenos RNAs funcionais (tais comoos genes para tRNA, 5S rRNA e alguns snRNA). Transcrição em eucariontes Estrutura geral de um gene eucarioto Promotor: Região onde a RNA polimerase se liga para iniciar a transcrição Exon: Codificam aminoácidos Íntrons: Não codificam aminoácidos UTR: Região transcrita em RNA, porém não traduzida em polipeptídeo Transcrição em eucariontes ligação da RNA polimerase ao PROMOTOR; abertura da dupla fita de DNA início da síntese do RNA 1. Iniciação Etapas da transcrição em Eucariotos Transcrição em eucariontes Sítio de iniciação - Fosforilação do domínio da cauda de carboxila (CTD) da RNA polimerase II e inicia a transcrição 5’ 3’ TBP - Ligação da proteína de ligação a TATA (TBP) e TFIID . - Recrutamento de outros fatores gerais de transcrição (TFIIF, TFIIH e TFIII) e o cerne da RNA polimerase II, formando o complexo de pré- iniciação . INICIAÇÃO DA TRANSCRIÇÃO 2. Alongamento a medida que a RNA polimerase avança, desenrola a dupla hélice do DNA a sua frente, e reenrola o que já foi copiado; a síntese do RNA avança, onde a RNA polimerase II incorpora ribonucleotídeos complementares a fita molde de DNA. Em eucariontes , a medida que o RNA vai sendo sintetizado ele vai sendo processado (processamento co-transcricional) Transcrição em eucariontes 3. Término ocorre quando a RNA polimerase reconhece o sítio de terminação (AAUAAA ou AUUAAA; chamado de sinal de poliadenilação) e uma enzima corta a ponta do RNA ± 20 bases depois; há o desprendimento do RNA e da RNA polimerase II; à extremidade cortada é adicionado um trecho de 150 a 200 nucleotídeos de adenina [cauda poli(A)]. Transcrição em eucariontes O mRNA sintetizado em eucariontes passa por um processamento co-transcricional: 1. Adição de um revestimento (7-metilguanosina) na extremidade 5’ (cap). Função: proteger o RNA da degradação e facilita a ligação do mRNA aos ribossomos durante a síntese proteica 2. Recomposição do RNA (Splicing): remoção dos íntrons e a união dos éxons 3. Adição de uma cauda de adeninas na extremidade 3’ (cauda poli(A); poliadenilação). Função: proteção Processamento do transcrito em Eucariontes Transcrição em eucariontes O revestimento, a recomposição e a poliadenilação ocorrem simultaneamente à transcrição Inicio da transcrição Cap Revestimento Enzimas de revestimento Recomposição Maquinaria de recomposição de RNA O processamento co-transcricional de RNA é coordenado pelo domínio de cauda carboxila (CTD) da subunidade β da RNA polimerase II. A fosforilação reversível dos aminoácidos de CTD cria sítios de ligação para diferentes enzimas de processamento e fatores necessários para: A) revestimento, B) recomposição e C) clivagem e poliadenilação. Clivagem e poliadenilação Consiste na retirada dos íntrons e união dos éxons O número e o tamanho dos íntrons variam de espécie para espécie A maior percentagem de DNA nos mamíferos codifica íntrons e não éxons (tamanho médio em mamíferos >>> íntrons: 2.000; éxons: 200 nucleotídeos. Sequencias de nucleotídeos conservadas estão presentes nas junções de íntrons e dos éxons (As extremidades dos íntrons geralmente têm GU na ponta 5’ e AG na ponta 3’ (regra GU-AG) RECOMPOSIÇÃO DO RNA (SPLICING) RECOMPOSIÇÃO DO RNA (SPLICING) - SPLICEOSSOMO: maquinaria molecular que promove a retirada dos íntrons e união dos éxons - SPLICEOSSOMO: complexo riboproteico composto de pequenos RNA nucleares (snRNA) e proteínas - Os nucleotídeos conservados são reconhecidos por cinco pequenas ribonuleoproteínas nucleares (snRNP) - Os snRNPs são complexos de proteínas mais um dos cinco snRNA (U1, U2, U3, U4 e U5) - Os snRNP e mais de 100 proteínas são parte do spliceossoma - Os componentes do spliceossoma interagem com o CTD. - Tom Cech et al. Relataram que o protozoário Tetrahymena podia remover um íntron de si mesmo sem a adição de nenhuma proteína (íntrons de auto-remoção) - Sidnei Altman identificou uma uma ribonuleoproteína (Rnase P) responsável por cortar a molécula de pré-tRNA em um sítio específico. O componente RNA da Rnase P é responsável pela atividade catalítica - Os dois achados foram considerados descobertas marcantes em biologia porque marcaram a primeira em vez que moléculas biológicas não proteicas eram mostradas catalisando reações - Estes achados estão levando a uma reanálise no papel dos RNA e fortaleceram uma teoria chamada de o mundo de RNA. Edição do mRNA DNA Genômico Pré-mRNA mRNA Transcrição Processamento do pré- mRNA: (adição do cap, recomposição e poliadenilação) Transporte para o citoplasma e tradução Peptídeo TRANSCRIÇÃO IN VIVO A eletromicrografia mostra a transcrição dos genes de RNA ribossômico repetidos em tandem no núcleo do anfíbio Triturus viridiscens. RECOMPOSIÇÃO ALTERNATIVA O pré-mRNA transcrito do gene α-tropomiosina de rato é alternativamente recomposto em diferentes tipos celulares. O boxes verdes claros representam íntrons; as outras cores representam éxons. Os sinais de poliadenilação são indicados por um A. As linhas tracejadas nos mRNA maduros indicam regiões que foram removidas pela recomposição. Livro: Introdução à Genética Capítulo 8; pg. 253-267 Disponível no Moodle. ROTEIRO PARA ESTUDO: