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meu MATERIAL deESTUDO jurídicomeu site com Resumo de Direito Institucional - Ministério Público Estadual Compartilhe este material CONSTITUIÇÃO FEDERAL DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA DO MINISTÉRIO PÚBLICO 2a Edição - Revisada, atualizada e ampliada Distribuição gratuita jurídicomeu site comPara mais conteúdos como este, acesse: www.meusitejuridico.com APRESENTAÇÃO A segunda edição do presente trabalho, revista e ampliada, tem a finalidade de servir de roteiro de estudos sobre o Ministério Público Estadual, abordando a parte constitucional e também a Lei Orgânica Nacional que dispõe sobre normas gerais para os Ministérios Públicos dos Estados (Lei 8.625/93). Não há a pretensão de substituir o texto legal ou a doutrina, mas recomenda-se o estudo deste roteiro juntamente com aqueles. Buscou-se tratar dos pontos principais, mais questionados em provas de concurso ou polêmicos, portanto, nem todos os dispositivos foram trabalhados. Buscou-se, também, fornecer suporte legislativo e administrativo, apontando leis e resoluções correlatas aos textos tratados. Dicas sugestivas de interpretação foram colocadas ao logo do texto, a fim de que eventuais dúvidas pudessem ser dirimidas. Por fim, recomenda- se o estudo integral das leis pedidas nos editais de concurso, em conjunto com uma (ou mais) doutrina institucional, além da atualização jurisprudencial. A preparação para o concurso do Ministério Público também pode ser complementada por cursos específicos com professores especializados. Também é recomendável o estudo orgânico do Ministério Público em conjunto com os Códigos de Processo Civil e Penal. Rol de abreviaturas: 1- PGR Procurador – Geral da República; 2- PGJ Procurador- Geral de Justiça; 3- MPE Ministério Público Estadual; 4- CF/88 Constituição Federal de 1988; 5- LONMP, Lei 8.625/93, lei orgânica nacional dos MPEs; 6- CNJ Conselho Nacional de Justiça; 7- CNMP Conselho Nacional do Ministério Público. 8- MP Ministério Público. 9- MPU Ministério Público da União; 10- CE Constituição Estadual. 1Henrique da Rosa Ziesemer. Promotor de Justiça em Santa Catarina desde 2004. Especialista em Direito Administrativo e Direito Processual Penal. Mestre e Doutorando em Direito. Professor da Escola do MPSC desde 2009. Distribuição gratuita jurídicomeu site comPara mais conteúdos como este, acesse: www.meusitejuridico.com Ministério Público (Conceito constitucional, art. 127 CF/88) – Constituição Federal, Arts. 127/130 – A – Leis Orgânicas: LC 75/93 (MP da União) – Lei Federal Ordinária 8.625/93. (Normas gerais sobre MP dos Estados) – Verificar em cada Estado a respectiva lei orgânica do MP. Art. 127 CF/88: MP é instituição permanente e essencial à função jurisdicional do Estado. Art. 127, §1º: Princípios institucionais: 1) Indivisibilidade – Guarda relação com a atuação em juízo. O MP e suas funções não podem ser fragmentados. Os membros podem ser substituídos por outros da mesma carreira, de acordo com as previsões legais; 2) Unidade – Os membros do MP integram um só órgão. Quando um Promotor que atua, qualquer que seja, quem está atuando é o Ministério Público, ainda que haja repartição de competências. Possui caráter administrativo; 3) Independência funcional – Liberdade para atuar, dentro da Constituição, das leis, e de sua própria consciência. (Ver enunciado nº 6 CNMP de 2009) Sobre independência funcional: A independência ou autonomia funcional significa que no exercício de suas funções institucionais o Ministério Público, assim como cada um de seus integrantes, individualmente considerados, não está jungido a imposições de terceiros, no sentido de atuar desta ou daquela maneira. No desempenho de suas atividades o MP não deve obediência a terceiros, estando vinculado apenas aos fatos e às normas jurídicas que, segundo sua interpretação, devam regê-los1. Art. 127, §§ 2º/6º Autonomia institucional – administrativa e financeira. A fiscalização contábil e financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do MP é exercida pelo Poder Legislativo, mediante controle externo, e também pelo sistema de controle 1Decomain. Pedro Roberto. Comentário à Lei Orgânica Nacional do Ministério Público. 2ª ed. Belo Horizonte, Editora Fórum, 2011. p. 37. Distribuição gratuita jurídicomeu site comPara mais conteúdos como este, acesse: www.meusitejuridico.com interno, de acordo com cada lei orgânica (Art. 4º, §2º Lei 8.625/93 - LONMP). A autonomia tem o sentido de que a instituição possui capacidade de autogestão, não dependendo de órgãos externos; observar que nos termos do §2º do Art. 127, o MP propõe ao legislativo a criação e extinção de seus cargos, sua política remuneratória e os planos de carreira. Sobre a autonomia administrativa, já decidiu o STF: [...] O Ministério Público, embora não detenha personalidade jurídica própria, é órgão vocacionado à preservação dos valores constitucionais, dotado de autonomia financeira, administrativa e institucional que lhe conferem a capacidade ativa para a tutela da sociedade e de seus próprios interesses em juízo, sendo descabida a atuação da União em defesa dessa instituição2. [...] Art. 128 CF/88 – Divisão do Ministério Público: 1. Da União (MPF, MPT, MPM, MPDFT); 2. Dos Estados. Chefe do MPU: Procurador - Geral da República - Art. 128, §1º CF - Chefe dos MPEs: Procurador-Geral de Justiça – Art. 128, §3º CF Destituição dos Procuradores-Gerais: §§2º e 4º do Art. 128 da CF ATENÇÂO – Procurador – Geral de Justiça é permitida uma recondução. Procurador- Geral da República não menciona quantas reconduções pode haver. Formas de investidura e destituição diferentes. O PGR não é o chefe dos Ministério Públicos Estaduais. Nesse sentido, colhe-se do STF3: Repercussão geral. Recurso extraordinário representativo da controvérsia. Constitucional. Separação dos poderes. Penal e processual penal. Poderes de investigação do Ministério Público. 2. Questão de ordem arguida pelo réu, ora recorrente. Adiamento do julgamento para colheita de parecer do Procurador-Geral da República. Substituição do parecer por sustentação oral, com a concordância do Ministério Público. Indeferimento. Maioria. 3. Questão de ordem levantada pelo Procurador-Geral da República. Possibilidade de o Ministério Público de estado-membro promover sustentação oral no 2 ACO 1936 AgR, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 28/04/2015, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-099 DIVULG 26-05-2015 PUBLIC 27-05-2015. 3 RE 593727, Relator(a): Min. CEZAR PELUSO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 14/05/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-175 DIVULG 04-09-2015 PUBLIC 08-09-2015. Distribuição gratuita jurídicomeu site comPara mais conteúdos como este, acesse: www.meusitejuridico.com Supremo. O Procurador-Geral da República não dispõe de poder de ingerência na esfera orgânica do Parquet estadual, pois lhe incumbe, unicamente, por expressa definição constitucional (art. 128, § 1º), a Chefia do Ministério Público da União. O Ministério Público de estado-membro não está vinculado, nem subordinado, no plano processual, administrativo e/ou institucional, à Chefia do Ministério Público da União, o que lhe confere ampla possibilidade de postular, autonomamente, perante o Supremo Tribunal Federal, em recursos e processos nos quais o próprio Ministério Público estadual seja um dos sujeitos da relação processual. Questão de ordem resolvida no sentido de assegurar ao Ministério Público estadual a prerrogativa desustentar suas razões da tribuna. Maioria. [...] (grifos) ATENÇÃO – Apesar de fazer parte do MPU, o MPDFT possui formas de escolha e destituição de seu Procurador – Geral semelhantes aos Ministérios Públicos Estaduais, de acordo com os §§ 3º e 4º do Art. 128. ATENÇÃO – As formas de destituição dos Procuradores – Gerais de Justiça e do Procurador – Geral da República são diferentes e por iniciativas diferentes. Art. 128, §5º, I e II CF/88 – O Art. 128, §5º, caput, assegura a reserva de lei aos Procuradores-Gerais para encaminhar projetos de lei sobre organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público. Garantias – 1) Vitaliciedade (após dois anos de exercício só perde o cargo por sentença transitada em julgado) 2) Inamovibilidade (só pode ser removido se assim desejar, ou por interesse público, assegurada ampla defesa) 3) Irredutibilidade de subsídio; A vitaliciedade pode ser também entendida como uma garantia da sociedade. Vedações: 1) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais; 2) exercer advocacia; 3) participar de sociedade comercial, salvo na forma da lei; 4) exercer, ainda que em Distribuição gratuita jurídicomeu site comPara mais conteúdos como este, acesse: www.meusitejuridico.com disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério; 5) exercer atividade político-partidária (ver Recomendação de caráter geral CNMP nº1 de novembro de 20164); 6) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei. 7) exercer advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorrido três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração – quarentena (art. 128, II, §6º c/c art. 95, p. único, V). Art. 129, CF/88 Funções institucionais – Incisos, I até IX. O rol é exemplificativo. Outras funções institucionais não previstas expressamente na Constituição podem ser previstas em lei, por força do inciso IX do Art. 129 da CF. A título de exemplo, cita-se: Art. 66 do Código Civil. Art. 25 da Lei 8.625/93. Art. 74, §2º, da Lei 10.741/2003. Art. 26 da Lei 11.340/2006. Recomenda-se artigo publicado no “meusitejudídico5”, em maio de 2017. O poder de investigação criminal do Ministério Público decorre dos incisos, I, VI, VIII e IX. O inciso V compete, em tese, ao MPF, havendo discussão acerca da possibilidade pelos MPEs. O §1º cuida de legitimação concorrente para as ações civis previstas no Art. 129 da CF/88. Contudo, só o Ministério Público pode instaurar e conduzir inquérito civil. 4http://www.cnmp.mp.br/portal/images/Recomenda%C3%A7%C3%A3o_-_03-11- 2016_doc_final1_1.pdf Acesso em 18/01/2017. 5http://meusitejuridico.com.br/2017/05/17/o-ministerio-publico-e-suas-funcoes-institucionais-o-que-sao- para-que-servem-como-interpretar/ Distribuição gratuita jurídicomeu site comPara mais conteúdos como este, acesse: www.meusitejuridico.com Ver Resoluções do CNMP: 164/2017 (Disciplina a expedição de recomendações pelo Ministério Público brasileiro); 179/2017 (Regulamenta o § 6º do art. 5º da Lei nº 7.347/1985, disciplinando, no âmbito do Ministério Público, a tomada do compromisso de ajustamento de conduta); 23/2007 (Regulamenta os artigos 6º, inciso VII, e 7º, inciso I, da Lei Complementar nº 75/93 e os artigos 25, inciso IV, e 26, inciso I, da Lei nº 8.625/93, disciplinando, no âmbito do Ministério Público, a instauração e tramitação do inquérito civil. Art. 130 - A - CF/88 – Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) – Controle externo do Ministério Público. Mandato de 2 anos, com uma recondução. Composição (Art.130 – A, I a VI da CF/88): Procurador- Geral da República (Presidente); quatro membros do MPU, assegurada a participação de cada uma de suas carreiras; três membros dos MPEs; dois juízes, sendo um indicado pelo STF e outro pelo STJ; dois advogados indicados pelo Conselho Federal da OAB; dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal. Competência do CNMP - Art. 130 – A, §2º – Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público o controle da atuação administrativa e financeira do Ministério Público e do cumprimento dos deveres funcionais de seus membros. ATENÇÂO: O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) é composto de 15 membros. O Conselho Nacional do MP é composto de 14 membros, com 3 cadeiras destinadas aos Ministério Públicos Estaduais. Distribuição gratuita jurídicomeu site comPara mais conteúdos como este, acesse: www.meusitejuridico.com Corregedor Nacional do MP - Art. 130 –A, §3º CF/88. Escolha em votação secreta, sem recondução, podendo concorrer apenas membros do MP que integrem o Conselho Nacional. ATENÇÂO: O Corregedor apenas recebe reclamações e denúncias de qualquer interessado, relativas aos membros do Ministério Público e dos seus serviços auxiliares. O Conselho Nacional, enquanto órgão colegiado, recebe e conhece. ATENÇÃO: O CNMP pode rever processos disciplinares apenas de membros, julgados há menos de um ano. Não pode rever processos disciplinares de servidores, por ausência de previsão. (Art. 130-A, §2º, IV) ATENÇÂO: Pelo Art. 130 – A, §4º da CF/88, o presidente do Conselho Federal da OAB oficia junto ao CNMP, mas não vota. LEI 8.625/93 Preâmbulo: “Institui a Lei Orgânica Nacional do Ministério Público, dispõe sobre normas gerais para a organização do Ministério Público dos Estados e dá outras providências.” Somente pode ser modificada pelo Presidente da República (art. 61, §1º II, ‘d’ da CF). Art. 1º Conceito de Ministério Público e princípios institucionais (art. 127 da CF). Art. 2º Iniciativa das leis orgânicas estaduais é facultada aos Procuradores- Gerais. Art. 128, §5º da CF. Art. 3º Autonomia funcional, administrativa e financeira. Destaques: I, II, V, VII e p. único. Distribuição gratuita jurídicomeu site comPara mais conteúdos como este, acesse: www.meusitejuridico.com O dispositivo consagra a autonomia do MP no âmbito funcional, ou seja, no terreno relacionado ao desempenho de suas atribuições institucionais, no âmbito administrativo, isto é, no tocante à gestão própria dos assuntos da administração interna da Instituição, inclusive no que diz respeito ao pessoal de carreira e de seus serviços auxiliares, e à autonomia no setor financeiro, quer dizer, no terreno da destinação e aplicação dos recursos orçamentários que lhe são reservados6. Parágrafo único: As decisões do Ministério Público fundadas em sua autonomia funcional, administrativa e financeira, obedecidas as formalidades legais, têm eficácia plena e executoriedade imediata, ressalvada a competência constitucional do Poder Judiciário e do Tribunal de Contas. ATENÇÃO: Observar as competências do CNMP, no controle da atuação administrativa do Ministério Público. Art. 4º - Autonomia Financeira. Fiscalização contábil, financeira, operacional e patrimonial quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação de dotações e recursos próprios e renúncia de receitas, será exercida pelo Poder Legislativo, mediante controle externo e pelo sistema de controle interno estabelecido na Lei Orgânica. (§2º - agora também do CNMP). Da Organização do Ministério Público Órgãos de Administração ATENÇÃO: A lei difere os órgãos da Administração superior, dos órgãos de Administração. Órgãos da Administração Superior são os órgãos de cúpula da instituição.Art. 5º - Administração Superior - Procuradoria - Geral de Justiça, Colégio de Procuradores. Conselho Superior e Corregedoria – Geral. (PCCC). 6 Decomain. Pedro Roberto. Comentário à Lei Orgânica Nacional do Ministério Público. 2ª ed. Belo Horizonte, Editora Fórum, 2011. p.40 Distribuição gratuita jurídicomeu site comPara mais conteúdos como este, acesse: www.meusitejuridico.com Art. 6º - (São também) Órgãos de Administração – Procuradorias de Justiça e Promotorias de Justiça (unidades administrativas). Art. 7º - Órgãos de Execução: Procurador – Geral, Conselho Superior, Procuradores de Justiça e Promotores de Justiça. ATENÇÂO: Os órgãos de execução exercem atividade fim. O PGJ possui atribuição penal originária, o Conselho Superior revisa o arquivamento do inquérito civil, em atividade fim. Os Procuradores de Justiça atuam perante os Tribunais no segundo grau e os Promotores de Justiça atuam no juízo de primeiro grau. Art. 8º - Órgãos auxiliares, além de outros criados pela lei orgânica: Centros de Apoio, Comissão de Concurso (transitório), CEAF, órgãos de apoio administrativo e Estagiários. As ouvidorias também são auxiliares e possuem previsão no Art. 130 – A, §5º da CF) Art. 9º - Escolha do Procurador – Geral, formação de lista tríplice e voto plurinominal. Mandato de 2 anos. Permitida uma recondução. Destituição do PGJ, por iniciativa do Colégio de Procuradores, precedida de autorização de 1/3 dos membros da Assembleia Legislativa (§2º). (Destaque: §4º. Caso o Chefe do Poder Executivo não efetive a nomeação do Procurador-Geral de Justiça, nos quinze dias que se seguirem ao recebimento da lista tríplice, será investido automaticamente no cargo o membro do Ministério Público mais votado, para exercício do mandato). Parecer do Procurador-Geral da República em ADI perante o Supremo: CONSTITUCIONAL. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ART. 147 DA CONSTITUIÇÃO DO AMAPÁ. ART. 12 DA LEI COMPLEMENTAR 9/1994, E ARTS. 2º A 11 DA RESOLUÇÃO 119/2012, DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO AMAPÁ. PRELIMINAR: REVOGAÇÃO DA LEI COMPLEMENTAR PREJUDICIALIDADE PARCIAL. MÉRITO. DESTITUIÇÃO DO PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA. MATÉRIA RESERVADA À LEI COMPLEMENTAR Distribuição gratuita jurídicomeu site comPara mais conteúdos como este, acesse: www.meusitejuridico.com ESTADUAL DE INICIATIVA DO CHEFE DO MINISTÉRIO PÚBLICO LOCAL: CR, ARTS. 61, § 1º, II, d, E 128, §§ 4º E 5º. INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL. INICIATIVA E DELIBERAÇÃO DA DESTITUIÇÃO DO PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA CONFERIDAS À ASSEMBLEIA LEGISLATIVA: OFENSA À AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA DO MINISTÉRIO PÚBLICO. 1. A revogação do ato normativo impugnado após ajuizamento de ação direta de inconstitucionalidade prejudica-lhe a análise por perda superveniente de objeto. Isso ocorre quanto à Lei Complementar 9/1994, do Estado do Amapá, revogada pela Lei Complementar 79/2013, a qual suprimiu o suporte de validade da Resolução 119/2012, da Assembleia Legislativa amapaense. 2. O art. 128, § 4º, da Constituição da República reserva à lei complementar a forma pela qual os procuradores-gerais de justiça nos Estados e no Distrito Federal, por maioria absoluta do Poder Legislativo, serão destituídos. A reserva constitucional de lei complementar impõe-se às constituições estaduais e suas emendas. Precedentes. 3. O art. 147 da Constituição do Estado do Amapá, ao admitir que a destituição do Procurador-Geral de Justiça se dê por iniciativa da Assembleia Legislativa, tratou de matéria cuja iniciativa pertence ao Presidente da República e ao Chefe do Ministério Público estadual. Precedentes. 4. O modo de nomeação e destituição do chefe de cada Ministério Público, previsto na Constituição da República (art. 128, §§ 1º a 5º), constitui garantia de autonomia e independência da instituição. A concentração do processo de destituição do procurador-geral de justiça nas mãos da Assembleia Legislativa fere a autonomia e independência do Ministério Público e atenta contra o Estado Democrático de Direito. 5. Parecer pela prejudicialidade parcial da ação e, nessa extensão, pela procedência do pedido7. ATENÇÃO: Voto plurinominal em lista tríplice significa que o eleitor pode votar em até três nomes dentre os concorrentes, mas não pode votar três vezes no mesmo, por exemplo. A destituição do PGJ é diferente da destituição do PGR, que se dá pelo Senado. O Chefe do Executivo é quem está no momento exercendo tais funções, não necessariamente o Governador. A escolha pode ser qualquer um dos que integre a lista, mesmo o menos votado. Art. 10 - Compete ao Procurador-Geral de Justiça: Destaques –I - exercer a chefia do Ministério Público, representando-o judicial e extrajudicialmente; II - integrar, como membro nato, e presidir o colégio de Procuradores de Justiça e o Conselho Superior do Ministério Público; III - submeter ao Colégio de 7 Ação direta de inconstitucionalidade 4.807/AP Distribuição gratuita jurídicomeu site comPara mais conteúdos como este, acesse: www.meusitejuridico.com Procuradores de Justiça as propostas de criação e extinção de cargos e serviços auxiliares e de orçamento anual; IV - encaminhar ao Poder Legislativo os projetos de lei de iniciativa do Ministério Público; VIII - delegar suas funções administrativas; X - dirimir conflitos de atribuições entre membros do Ministério Público, designando quem deva oficiar no feito; XI - decidir processo disciplinar contra membro do Ministério Público, aplicando as sanções cabíveis; ATENÇÂO: Estas funções do PGJ são de caráter administrativo, enquanto Chefe do Ministério Público, diferentes das funções de órgão de execução. Art. 12- Colégio de Procuradores (natureza mais recursal, inciso VIII). Composto por todos os Procuradores de Justiça. Destaques – Compete ao Colégio: I - opinar, por solicitação do Procurador-Geral de Justiça ou de um quarto de seus integrantes, sobre matéria relativa à autonomia do Ministério Público, bem como sobre outras de interesse institucional; II - propor ao Procurador-Geral de Justiça a criação de cargos e serviços auxiliares, modificações na Lei Orgânica e providências relacionadas ao desempenho das funções institucionais; IV - propor ao Poder Legislativo a destituição do Procurador-Geral de Justiça, pelo voto de dois terços de seus membros e por iniciativa da maioria absoluta de seus integrantes em caso de abuso de poder, conduta incompatível ou grave omissão nos deveres do cargo, assegurada ampla defesa; V - eleger o Corregedor-Geral do Ministério Público; VI - destituir o Corregedor-Geral do Ministério Público, pelo voto de dois terços de seus membros, em caso de abuso de poder, conduta incompatível ou grave omissão nos deveres do cargo, por representação do Procurador-Geral de Justiça ou da maioria de seus integrantes, assegurada ampla defesa; VIII - julgar recurso contra decisão: a) de vitaliciamento, ou não, de membro do Ministério Público; XI - rever, mediante requerimento de legítimo interessado, nos termos da Lei Orgânica, decisão de arquivamento de inquérito policial ou peças de informações determinada pelo Procurador-Geral de Justiça, nos casos de sua atribuição originária; Distribuição gratuita jurídicomeu site comPara mais conteúdos como este, acesse: www.meusitejuridico.com ATENÇÂO: O inciso XI equivale ao Art. 28 do CPP, nas ações originárias do PGJ. Se o Chefe do Ministério Público for Promotor de Justiça, este também compõe o Colégio, transitoriamente, enquanto durar seu mandato. Art. 13- Para exercer as atribuições do Colégio de Procuradores de Justiça com número superior a quarenta Procuradores de Justiça, poderá ser constituídoÓrgão Especial, cuja composição e número de integrantes a Lei Orgânica fixará. Art. 14 – Conselho Superior (CSMP): Organizado pela Lei orgânica Estadual, observadas as disposições desta lei. – Membros natos apenas o PGJ e CGMP. Composto por Procuradores de Justiça não afastados da carreira. Art. 15 – Compete ao CSMP (mais ligado à carreira): - Destaques – Incisos, I, II, III, VII, XI e §3º. Na indicação por antiguidade, o Conselho Superior do Ministério Público somente poderá recusar o membro do Ministério Público mais antigo pelo voto de dois terços de seus integrantes, conforme procedimento próprio, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação, após o julgamento de eventual recurso interposto com apoio na alínea e do inciso VIII do art. 12 desta lei. Art. 16 – Corregedor – Eleito pelo Colégio de Procuradores, dentre Procuradores de Justiça, para mandato de 2 anos. Permitida uma recondução. ATENÇÃO: Promotor de Justiça pode ser Procurador – Geral de Justiça em alguns estados, mas não pode ser Corregedor. Art. 17. – A Corregedoria- Geral do Ministério Público (CGMP) é órgão orientador e fiscalizador das atividades funcionais e conduta dos Membros do MP. Incumbências (dentre outras): Inspeções e correições, recomendações, sem caráter vinculativo, propor ao CSMP o não vitaliciamento de Membro do MP; Art. 18- Somente Promotores da mais alta entrância podem assessorar o Corregedor. Se o PGJ se recusar a designar os Promotores indicados pelo Corregedor, este pode submeter a indicação ao Colégio de Procuradores. Distribuição gratuita jurídicomeu site comPara mais conteúdos como este, acesse: www.meusitejuridico.com Art. 19 – Procuradorias de Justiça, órgãos da administração do Ministério Público, com cargos de Procurador de Justiça. § 2º Os Procuradores de Justiça exercerão inspeção permanente dos serviços dos Promotores de Justiça nos autos em que oficiem, remetendo seus relatórios à Corregedoria-Geral do Ministério Público. Art. 23 – Promotorias de Justiça, órgãos de administração do MP, podem ser judiciais ou extrajudiciais, especializadas, gerais ou cumulativas. Suas atribuições são fixadas mediante proposta do Procurador – geral, aprovada pelo Colégio de Procuradores. § 3º. A exclusão, inclusão ou outra modificação nas atribuições das Promotorias de Justiça ou dos cargos dos Promotores de Justiça que a integram serão efetuadas mediante proposta do Procurador-Geral de Justiça, aprovada por maioria absoluta do Colégio de Procuradores. ATENÇÂO: Diz a LONMP que cada Promotoria de Justiça deve ter pelo menos um cargo de Promotor e serviços auxiliares. Art. 24. O Procurador-Geral de Justiça poderá, com a concordância do Promotor de Justiça titular, designar outro Promotor para funcionar em feito determinado, de atribuição daquele. Funções dos Órgãos de execução Art. 25- Além das funções previstas nas Constituições Federal e Estadual, na Lei Orgânica e em outras leis, incumbe, ainda, ao Ministério Público: Destaques: incisos, IV, VI, VII, VIII e p. único. ATENÇÃO: São as funções institucionais do MP, as quais a Constituição exemplifica, mas não exaure. Além das funções aqui dispostas, pode a lei estabelecer outras, como o art. 66 do Código Civil (velar pelas fundações). Recomenda-se especial atenção no estudo deste artigo, pois ele fundamenta a legitimidade para ingresso com várias ações judiciais e atuações extrajudiciais não tão comuns, como os incisos VI, VII e VIII. Art. 26 – Poderes no exercício da função (as funções do Art. 129 da CF). São as ferramentas utilizadas para que se possa exercer as funções institucionais. Distribuição gratuita jurídicomeu site comPara mais conteúdos como este, acesse: www.meusitejuridico.com Importante dizer que para que o membro do Ministério Público possa fazer valer quaisquer dos poderes previstos neste artigo, deve necessariamente estar no exercício da função, devidamente instaurada. Incisos I/VIII. Também regulamentado por atos internos dos Ministério Públicos e Resoluções do CNMP. ATENÇÂO: Destaques – Inciso I – Inquérito Civil (e outras medidas e procedimento administrativos). Ver Lei 7.347/85. Resolução nº 23 de 2007 CNMP. Outros procedimento, por exemplo o PIC, Procedimento Investigatório Criminal. Ver Resolução nº 181 de 2017 CNMP. Inciso II – Poder requisitório de entidades privadas. Inciso III – Poder de requisitar abertura de procedimento administrativo. §1º Notificações de Governador do Estado, os membros do Poder Legislativo e os desembargadores, serão encaminhadas pelo Procurador-Geral de Justiça. Ver Art. 10 da Lei 7.347/85. Art. 27. Cabe ao Ministério Público exercer a defesa dos direitos assegurados nas Constituições Federal e Estadual, sempre que se cuidar de garantir-lhe o respeito: I - pelos poderes estaduais ou municipais; II - pelos órgãos da Administração Pública Estadual ou Municipal, direta ou indireta; III - pelos concessionários e permissionários de serviço público estadual ou municipal; IV - por entidades que exerçam outra função delegada do Estado ou do Município ou executem serviço de relevância pública. Parágrafo único. No exercício das atribuições a que se refere este artigo, cabe ao Ministério Público, entre outras providências: I - receber notícias de irregularidades, petições ou reclamações de qualquer natureza, promover as apurações cabíveis que lhes sejam próprias e dar-lhes as soluções adequadas; II - zelar pela celeridade e racionalização dos procedimentos administrativos; III - dar andamento, no prazo de trinta dias, às notícias de irregularidades, petições ou reclamações referidas no inciso I; IV - promover audiências públicas e emitir relatórios, anual ou especiais, e recomendações dirigidas aos órgãos e entidades mencionadas no caput deste artigo, requisitando ao destinatário sua divulgação adequada e imediata, assim como resposta por escrito. Distribuição gratuita jurídicomeu site comPara mais conteúdos como este, acesse: www.meusitejuridico.com ATENÇÂO: O Art. 27 consagra a separação do Ministério Público de outros órgãos da Administração Pública. Coloca o MP na função de contestar os entes mencionados nos incisos I a IV, para que estes respeitem os direitos assegurados na Constituição. Para tanto, o parágrafo único estabelece os mecanismos para tanto. Destaca-se o inciso III, prazo de 30 dias para dar impulso às notícias de irregularidades, petições ou reclamações referidas no inciso I. Art. 29 – Atribuições do Procurador – Geral de Justiça. Neste artigo as atribuições do PGJ são as de órgão de execução. Destaques - Incisos I, III – plenárias e IX- delegação de funções de órgão de execução. ATENÇÂO: Verificar o inciso VIII, que estabelece atribuição do PGJ para atuar, em razão de determinadas autoridades reclamadas (Governador, Presidente da Assembleia Legislativa e de Tribunais). O inciso I cuida do ajuizamento de ADI pelo PGJ. Verificar a lei orgânica local e Constituição Estadual. Em SC, Promotor de Justiça também pode ajuizar ADI. Art. 30 – Conselho Superior – Arquivamento do Inquérito Civil, na forma da lei. É a atribuição de atividade fim do CSMP, o que o coloca como órgão de execução (Art. 7º, II). Art. 32- Promotores. Destaques – Impetrar HC, MS (ver legitimidade para MS coletivo) e Correição Parcial. Inciso III. Oficiar perante à Justiça Eleitoral de primeira instância, com as atribuições do Ministério Público Eleitoral, previstas na Lei Orgânica do MPU. Órgãos auxiliares (não fazem função de órgão de execução) Art. 33- Centros de Apoio Operacional. Auxiliares das atividades funcionais do Ministério Público. Art. 34 – Comissão de concurso (natureza transitória – melhor regulamentado pela lei orgânica estadual). Ver Resolução nº 14 de 2006 CNMP.Distribuição gratuita jurídicomeu site comPara mais conteúdos como este, acesse: www.meusitejuridico.com Art. 35 - O Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (CEAF) é órgão auxiliar do Ministério Público destinado a realizar cursos, seminários, congressos, simpósios, pesquisas, atividades, estudos e publicações visando ao aprimoramento profissional e cultural dos membros da instituição, de seus auxiliares. Art. 36 – Órgãos de apoio administrativo. Serão disciplinados por lei de iniciativa do PGJ. Art. 37 – Estagiários. Ver lei nacional do estágio. Garantias e prerrogativas Art. 38- Garantias: I - vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença judicial transitada em julgado; II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público; III - irredutibilidade de vencimentos, observado, quanto à remuneração, o disposto na Constituição Federal. §1º Perda do Cargo. Sentença transitada em julgado em ação civil própria para este fim (ver incisos I, II e III, casos de perda do cargo). §2º Ação Civil para perda do cargo será proposta pelo PGJ perante o Tribunal de Justiça, após autorização do Colégio de Procuradores. ATENÇÂO: CNMP não pode decretar perda de cargo de Promotor vitalício. A lei orgânica estadual regulamenta a autorização do Colégio de Procuradores para ingresso com a ação de perda do cargo. Não se confunde com a demissão de membro não vitalício após processo administrativo8. Art. 39- Em caso de extinção do órgão de execução, da Comarca ou mudança da sede da Promotoria de Justiça, será facultado ao Promotor de Justiça remover-se para outra Promotoria de igual entrância ou categoria, ou obter a disponibilidade com vencimentos integrais e a contagem do tempo de serviço como se em exercício estivesse. 8 Mazzilli, Hugo Nigro. Ministério Público. Editora Damásio de Jesus. 3ª ed. São Paulo, 2005. p.58. Distribuição gratuita jurídicomeu site comPara mais conteúdos como este, acesse: www.meusitejuridico.com Art. 40 – Prerrogativas9 do membro do Ministério Público. Destaques - I, II, III e IV. Art. 41 – Prerrogativas no exercício da função. Destaques - I, II, V, IX, XI e P. único: “Quando no curso de investigação, houver indício da prática de infração penal por parte de membro do Ministério Público, a autoridade policial, civil ou militar remeterá, imediatamente, sob pena de responsabilidade, os respectivos autos ao Procurador-Geral de Justiça, a quem competirá dar prosseguimento à apuração”. ATENÇÂO: O rol não é taxativo. A lei orgânica estadual pode prever outras prerrogativas no exercício da função. Art. 42 – Expedição de carteira funcional, válida como porte de arma, independentemente, neste caso, de qualquer ato formal de licença ou autorização. (Ver Lei 10.826/03). ATENÇÃO: O porte de arma funcional não exclui os exames de aptidão aplicados pela Polícia Federal. Deveres e vedações do Membro do MP. Art. 43 – Deveres funcionais dos membros do Ministério Público. Destaques - I, II, VIII, XIII e XIV (não se confunde com independência funcional). ATENÇÂO: O rol não é taxativo. A lei orgânica estadual pode prever outros deveres funcionais. 9“Em relação às prerrogativas, estas podem ser classificadas em gerais, quando relacionadas ao status institucional, ou funcionais, quando relacionadas ao exercício da função”. Ziesemer, Henrique da Rosa e Zoponi, Vinícius Secco. Ministério Público. Desafios e Diálogos Interinstitucionais. Atuação – Prerrogativas – Administração Pública – Conselhos Nacionais. Editora Lumen Juris. Rio de Janeiro. 2017. p. 216. Distribuição gratuita jurídicomeu site comPara mais conteúdos como este, acesse: www.meusitejuridico.com Art. 44- Vedações. Este artigo deve ser conjugado com Art. 128, §5º, II da Constituição. A constituição apresenta seis10 vedações, ao passo que a Lei 8.625/93 apresenta apenas cinco. ATENÇÂO: A vedação prevista na alínea ‘d’ do Art. 128, §5º, II da CF “exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério”, cuja redação é mesma do inciso IV do Art. 44 da LONMP, difere da vedação constitucional dos juízes, Art. 95, p. único, I. cujo teor é:” I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério”. Vencimentos, vantagens e direitos Art. 45- O membro do Ministério Público, convocado ou designado para substituição, terá direito à diferença de vencimento entre o seu cargo e o que ocupar. Art. 46- A revisão da remuneração dos membros do Ministério Público far-se-á na forma da lei estadual. ATENÇÂO: Atentar par ao regime de subsídio, em parcela única e o teto dos Ministros do STF. Art. 50- Vantagens. Compatibilizar com o regime de subsídio e as normas previdenciárias constitucionais, Destaques - VI e VII e XII “outras vantagens previstas em lei, inclusive as concedidas aos servidores públicos em geral”. Art. 53 - São considerados como de efetivo exercício, para todos os efeitos legais, exceto para vitaliciamento, os dias em que o membro do Ministério Público estiver afastado de suas funções em razão: Destaques - I/IX. 10 f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Distribuição gratuita jurídicomeu site comPara mais conteúdos como este, acesse: www.meusitejuridico.com ATENÇÂO: A constituição, quando menciona sobre vitaliciamento, não fala em efetivo exercício. Art. 128, §5º, I, ‘a’11. Carreira Art. 59 – Ingresso (art. 129, § 3º CF). Obrigatoriedade de concurso, §1º, quando o número de vagas atingir a um quinto dos cargos iniciais da carreira. Requisitos para ingresso, §3º, além dos constitucionais. Ver Resoluções nº 14 de 2006, nº 40 de 2009 e 141 de 2016, todas do CNMP (e as respectivas alterações). Art. 60 - Suspensão de vitaliciamento. “Suspende-se, até definitivo julgamento, o exercício funcional de membro do Ministério Público quando, antes do decurso do prazo de dois anos, houver impugnação de seu vitaliciamento. § 1º A Lei Orgânica disciplinará o procedimento de impugnação, cabendo ao Conselho Superior do Ministério Público decidir, no prazo máximo de sessenta dias, sobre o não vitaliciamento e ao Colégio de Procuradores, em trinta dias, eventual recurso. § 2º Durante a tramitação do procedimento de impugnação, o membro do Ministério Público perceberá vencimentos integrais, contando-se para todos os efeitos o tempo de suspensão do exercício funcional, no caso de vitaliciamento. Art. 61 – Remoção e promoção. Orientações gerais. (ver lei orgânica estadual). São formas de provimento derivado. A remoção é forma de provimento horizontal (mesma entrância) e a promoção é vertical (ascende na carreira). A promoção é sempre voluntária. A remoção pode ser voluntária ou compulsória. Alternância entre os critérios de antiguidade e merecimento. Obrigatoriedade de promover o Promotor de Justiça que figurar por três vezes consecutivas em lista de merecimento. A lista de merecimento resulta dos três nomes mais votados, desde que obtida a maioria dos votos. 11 a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença judicial transitada em julgado. Distribuição gratuita jurídicomeu site comPara mais conteúdos como este, acesse: www.meusitejuridico.com ATENÇÃO: Ver e estudar as formas de provimento de cargo. Em síntese, podem seroriginária, quando em razão do primeiro ingresso por concurso, e derivada, quando derivam de cargos já existentes – promoção, remoção, opção, permuta, reversão, reintegração e aproveitamento. Art. 64 - Será permitida a remoção por permuta12 entre membros do Ministério Público da mesma entrância ou categoria, observado, além do disposto na Lei Orgânica: I - pedido escrito e conjunto, formulado por ambos os pretendentes; II - a renovação de remoção por permuta somente permitida após o decurso de dois anos; III - que a remoção por permuta não confere direito a ajuda de custo. ATENÇÂO: As leis orgânicas estaduais podem prever outras condições para a permuta. Art. 66 - A reintegração, que decorrerá de sentença transitada em julgado, é o retorno do membro do Ministério Público ao cargo, com ressarcimento dos vencimentos e vantagens deixados de perceber em razão do afastamento, inclusive a contagem do tempo de serviço. Ver parágrafos. Art. 67. A reversão dar-se-á na entrância em que se aposentou o membro do Ministério Público, em vaga a ser provida pelo critério de merecimento, observados os requisitos legais. ATENÇÃO: Não confundir reintegração com reversão. A primeira, decorre afastamento. A segunda, de aposentadoria. Art. 68. O aproveitamento é o retorno do membro do Ministério Público em disponibilidade ao exercício funcional. 12 A permuta entre membros de Ministérios Público estaduais, aprovada pelo CNMP no pedido de providências 0.00.000.000229/2015-39, foi suspensa pelo STF, na ADPF 482, Relator Ministro Alexandre de Moraes. Distribuição gratuita jurídicomeu site comPara mais conteúdos como este, acesse: www.meusitejuridico.com § 1º O membro do Ministério Público será aproveitado no órgão de execução que ocupava quando posto em disponibilidade, salvo se aceitar outro de igual entrância ou categoria, ou se for promovido. § 2º Ao retornar à atividade, será o membro do Ministério Público submetido a inspeção médica e, se julgado incapaz, será aposentado compulsoriamente, com as vantagens a que teria direito se efetivado o seu retorno. Disposições finais Art. 72- Vedação ao nepotismo. “Ao membro ou servidor do Ministério Público é vedado manter, sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro, ou parente até o segundo grau civil.” Ver Resolução nº1 de 2005 CNMP e suas alterações. Art. 73 - Para exercer as funções junto à Justiça Eleitoral, por solicitação do Procurador-Geral da República, os membros do Ministério Público do Estado serão designados, se for o caso, pelo respectivo Procurador-Geral de Justiça. Ver parágrafos. Art. 80- (aplicação subsidiária da Lei do MPU). “Aplicam-se aos Ministérios Públicos dos Estados, subsidiariamente, as normas da Lei Orgânica do Ministério Público da União”. Este artigo deixa bem claro que referida Lei é aplicável aos Ministérios Públicos Estaduais apenas em caráter subsidiário. Desta sorte, regras daquele diploma serão aplicáveis a eles apenas quando a presente Lei, e as Leis Orgânicas Estaduais de cada Ministério Público, não contenham disposições, expressas ou explícitas, a regular determinada matéria. Caso contrário, prevalecerão, em relação a cada MP Estadual, as regras da presente lei (como acontece, segundo já seu viu, com a definição do exercício das funções de Promotor Eleitoral), e de sua Lei Orgânica Estadual13. Art. 82 - O dia 14 de dezembro será considerado "Dia Nacional do Ministério Público". 13 Decomain, Pedro Roberto, idem, p. 773.
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