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Unidade I

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Prévia do material em texto

Filosofia
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Dra. Andrea Borelli 
Revisão Técnica:
Prof. Ms. Edson Alencar Silva
Revisão Textual:
Profa. Dra. Selma Aparecida Cesarin
Introdução à Reflexão Filosófica
• O que é Filosofia?
• Para que Filosofia?
 · Discutir a definição de Filosofia, de conhecimento, Ciência e senso 
comum. Além disso, discutiremos também os principais períodos 
da Filosofia.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Introdução à Refl exão Filosófi ca
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também 
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, 
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato 
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Introdução à Reflexão Filosófica
Contextualização
Vamos iniciar nosso trabalho contextualizando a importância da Filosofia por 
meio de um texto de Karl Jaspers. 
Leia com atenção! 
O texto vale a pena! 
Quando se fala em estudar Filosofia, não é raro nos depararmos com 
perguntas como: Há uma utilidade para a Filosofia? Por que ela é tão 
complexa? Karl Jaspers, um importante pensador alemão, responde 
essa questão dizendo que estas são falsas perguntas, pois trabalham a 
favor de uma “antifilosofia”, ou seja, um tipo de pensamento que im-
pede que a reflexão se contraponha à lógica que reduz tudo a fórmulas 
prontas e acabadas questões cruciais para a nossa vida. Para ele “a 
Filosofia aspira à verdade total, que o mundo não quer. A filosofia é, 
portanto, perturbadora da paz”. 
Ao se voltar para questões “que o mundo não quer” o pensamen-
to filosófico se transforma em algo que ora é evitado, ora é temido. 
Evitado porque o conhecimento é enganadoramente associado a uma 
atividade sem sentido, mas na realidade é algo que pode nos levar a 
uma relação com o mundo muito mais profunda. E temido apenas por 
aqueles que não querem que se pense livremente, pois é mais fácil ma-
nipular quem não questiona. Convidamos a utilizarem um antigo lema 
latino que diz Sapere Audi! (Ouse saber!), ou seja, atreva-se a utilizar 
o seu próprio conhecimento!
Karl Jasper
8
9
O que é Filosofi a?
Essa pergunta permite muitas respostas...
Alguns podem apontar que a Filosofia é o “estudo de tudo” ou “o nada que 
pretende abarcar tudo”. 
Diante de tantas possibilidades, podemos iniciar nosso trabalho procurando o 
significado da palavra, que é de origem grega. 
Trata-se da junção de dois termos: philos que significa amizade, e sophia que 
significa sabedoria; portanto, Filosofia é o amor pela sabedoria.
 
Philo = 
amizade 
Sophia = 
sabedoria filosofia 
Figura 1
Considerando essa ideia, podemos dizer que a Filosofia indica um estado de 
espírito, um desejo de procurar o conhecimento, cultivá-lo e respeitá-lo.
Figura 2 - Pitáoras de Samos
Fonte: Wikimedia Commons
Segundo a tradição, foi o grego Pitágoras de Samos 
que criou esse conceito. Pitágoras considerava que a 
sabedoria absoluta era um privilégio divino, mas os 
homens poderiam desejá-la e ao se dedicarem a obtê-la 
tornavam-se Filósofos.
A Filosofia é uma criação grega. Foram os gregos que, 
encantados com o mundo que os cercava e insatisfeitos com 
as explicações de caráter tradicional, procuraram entender 
os fenômenos com base na inteligência humana. Em suma, 
eles perceberam que o mundo poderia ser conhecido pelo 
homem e, por isso, ensinado.
9
UNIDADE Introdução à Reflexão Filosófica
Para que Filosofia?
Marilena Chauí conta que quando você pergunta a um filósofo para que serve a 
Filosofia, a primeira resposta será “Para não darmos nossa aceitação imediata às 
coisas, sem maiores considerações”.
CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2000, p.9.
Ex
pl
or
O que ela quer dizer com isso? 
Sua afirmação permite considerar que a Filosofia demanda uma atitude 
diferenciada perante o conhecimento e as suas formas.
Trata-se da Atitude Filosófica.
• Atitude Filosófica
• Atitude crítica e pensamento crítico.
Ex
pl
or
A atitude Filosófica é marcada por dois movimentos: a atitude crítica perante as 
informações recebidas e o pensamento crítico, marcado por indagações rigorosas 
sobre o mundo.
Esse tipo de atitude aponta a necessidade de observar o conhecimento como 
algo em construção e que pode ser alterado, ampliado e, acima de tudo, criticado. 
O filósofo grego Sócrates dizia que a atitude filosófica fundamental era aceitar 
que: “Sei que nada sei”.
A atitude filosófica, portanto, é uma atitude de indagação constante e as 
perguntas que marcam essas indagações são as mesmas, independente dos objetos 
que a Filosofia pretenda conhecer. 
Observe a imagem a seguir:
Atitude Filosó�ca
Por quê?
Origem ou Causa das coisas
Como?
Estruturas e Relações que
O quê?
Sigini�cação de algo.
Re�exão Filosó�ca
Para que pensamos?
Finalidade
O que pensamos?
Conteúdo
Por que pensamos?
Motivos
Figura 3
10
11
Aos poucos, a Filosofia volta as suas questões para o próprio pensamento, ou 
seja, o pensamento passa a interrogar a si mesmo e esse movimento é chamado 
de Reflexão.
• Refl exão Filosófi ca = pensar o pensamento
Ex
pl
or
A reflexão filosófica é considerada radical, pois coloca em discussão como é 
possível a existência do próprio pensar e como isso realmente acontece. 
A reflexão filosófica também procura observar as relações que estabelecemos 
com o mundo e como essas se efetivam. 
Observe a imagem:
Atitude Filosó�ca
Por quê?
Origem ou Causa das coisas
Como?
Estruturas e Relações que
O quê?
Sigini�cação de algo.
Re�exão Filosó�ca
Para que pensamos?
Finalidade
O que pensamos?
Conteúdo
Por que pensamos?
Motivos
Figura 4
Essas questões, contudo, não podem ser respondidas ao acaso ou com base em 
opiniões pessoais. A Filosofia é uma Ciência que trabalha com raciocínios lógicos 
e enunciados precisos. 
No campo da Filosofia, o processo de pensar algo é acompanhado por um rigor 
sistemático que garante organicidade, lógica e sentido a tudo que é postulado. 
As respostas obtidas a essas questões, portanto, precisam formar um conjunto 
coerente e sistemático de ideias que possa ser comprovadoe demonstrado logicamente.
Filoso�a: Conhecimento Sistemático
Coerência Relação entre ideias
Figura 5
11
UNIDADE Introdução à Reflexão Filosófica
Considerando o que já foi dito, voltamos à questão: Para que Filosofia?
Ora, a Filosofia nos ensina a pensar de forma crítica, a criticar o pensamento. 
A filósofa Marilena Chauí aponta:
Se abandonar a ingenuidade e os preconceitos do senso comum, for útil; 
se não se deixar guiar pela submissão às ideias dominantes e aos poderes 
estabelecidos, for útil; se buscar compreender a significação do mundo, da 
cultura, da história, for útil; se conhecer o sentido das criações humanas 
nas artes, nas ciências e na política, for útil; se dar a cada um de nós e à 
nossa sociedade os meios para serem conscientes de si e de suas ações 
numa prática que deseja a liberdade e a felicidade para todos, for útil; 
então, podemos dizer que a Filosofia é o mais útil de todos os saberes de 
que os seres humanos são capazes. 
A Filosofia Ocidental tem seu estudo dividido em grandes momentos, que 
algumas vezes estão próximos à periodização utilizada na História, e algumas vezes 
ficam bem distantes. 
Os principais períodos são:
Filosofia Antiga – Século VI a.C. ao século VI d.C.
Esse período compreende os quatro grandes períodos da Filosofia greco-romana. 
São eles:
Filosofia Antiga
Nome Período Característica
Pré-Socrático ou Cosmológico 
Séc. VI a.C. - 
Séc. V a.C.
• Mapear a origem do mundo.
• Mapear as causas das transformações da natureza.
Período Socrático ou Antropológico
Séc. V a.C. - 
Séc. IV a.C.
• Mapear questões voltadas à questão humana como: ética, política.
Período Sistemático
Séc. IV a.C. - 
Séc. III a.C.
• Sistematizar os conhecimentos sobre Cosmologia e Antropologia.
• Tudo pode ser objeto da Filosofia
Período Helenístico ou Greco-romano
Séc. III a.C. - 
Séc. VI d.C.
• Ocupa-se de questões sobre ética, do conhecimento humano e das 
relações homem/natureza e natureza/Deus.
Os filósofos pré-socráticos são aqueles que vieram antes de Sócrates e tinham como 
preocupação buscar entender a origem das coisas. O foco de reflexão era, portanto, o 
mundo exterior, ou cosmológico. Entre os nomes de maior relevo estão Tales de Mileto 
e Heráclito de Éfeso.
Ex
pl
or
12
13
Filosofi a Patrística – Século I ao século VII
Trata-se de um esforço sistemático de conciliação da Filosofia Greco-romana, 
com o pensamento cristão e pode ser dividida em duas: a Patrística grega (ligada à 
Igreja de Bizâncio) e a Patrística Romana (ligada à Igreja de Roma). 
A Patrística terá como questão principal a conciliação entre a fé e razão e seus 
autores vão introduzir no campo do pensamento a noção de que algumas verdades 
foram reveladas por Deus; trata-se dos dogmas.
O termo remete à Filosofi a cristã desenvolvida por padres ou pais da Igreja, nos primeiros 
três séculos depois de Cristo. Daí o nome Filosofi a Patrística.Ex
pl
or
Com isso, surge uma distinção desconhecida aos pensadores antigos, entre as 
verdades reveladas por Deus (os dogmas) e as verdades da razão humana.
As verdades divinas são tidas, para esses autores, como mais importantes e 
superiores ao pensamento racional humano.
Filosofi a Medieval – Século XIII ao século XIV
Método da Disputa = Uma ideia seria considerada verdadeira ou falsa, dependendo da 
força e da qualidade dos argumentos.Ex
pl
or
Trata-se do surgimento de uma Filosofia que pode ser considerada realmente 
cristã. Suas questões centrais são: as relações entre Deus e o homem, a relação 
entre fé e razão, a diferença entre o corpo e alma, o Universo como uma hierarquia 
de seres e a subordinação do poder temporal ao poder espiritual. 
A Filosofia medieval sofreu grande influência do pensamento neoplatônico e das 
leituras árabes do pensamento de Aristóteles. 
Outra característica importante era o método desenvolvido, conhecido por 
disputa. Uma ideia seria considerada verdadeira ou falsa, dependendo da força e 
da qualidade dos argumentos apresentados pelo autor. 
O pensamento está subordinado ao princípio da autoridade, isto é, uma ideia 
era considerada verdadeira, dependendo se estava baseada na opinião de alguma 
autoridade reconhecida.
13
UNIDADE Introdução à Reflexão Filosófica
Importante!
O termo Filosofia Medieval tem início no período conhecido por Idade Média. Esteve 
concentrada e desenvolvida em centros universitários e escolares. Daí também ser 
conhecida por Filosofia Escolástica.
Você Sabia?
Filosofia da Renascença – Século XV ao Século XVI
Trata-se de um período marcado pela descoberta de novas obras de Platão e 
Aristóteles, bem como a recuperação do trabalho de outros autores do mundo 
greco-romano. 
São três as linhas de pensamento no período:
Filosofia da Renascença
• A Natureza é um grande ser vivo.
• O homem é parte da natureza e pode 
agir sobre ela.
• O homem pode conhecer os vínculos 
estabelecidos pelos elementos da 
natureza e criar outros.
• Valorização da “vida ativa”, ou seja, a 
participação política.
• Renascimento da liberdade política.
• Homem como artífice de seu destino.
• Destino determinado pelo 
conhecimento da política, das 
técnicas e da arte.
Filosofia Moderna – Século XVII a Século XVIII
Esse período é conhecido como Grande Racionalismo Clássico. Nenhum outro 
período da história da Filosofia foi tão marcado pela crença na Razão. Conside-
rava-se que a razão seria capaz não só de conhecer a origem, as causas/efeitos 
das paixões humanas e controlá-las, como também determinar o melhor regime 
político para as sociedades e de mantê-lo racionalmente. 
• Filosofia Moderna - Primado da RAZÃOExp
lo
r
É um período marcado por três grandes mudanças de atitude intelectual.
Filosofia Moderna
• A Filosofia deve começar pela reflexão.
• Indagar a capacidade humana de 
conhecer e demonstrar a verdade dos 
conhecimentos.
• Tudo que pode ser conhecido é 
passível de ser transformado em 
conceito claro, distinto, demonstrável 
e necessário.
• Natureza, Sociedade e Política 
podem ser conhecidas totalmente, 
pois são inteligíveis.
• A realidade é um sistema de 
causalidades racionais, rigorosas 
que podem ser conhecidas e 
transformadas pelo homem.
14
15
Filosofi a da Ilustração ou Iluminismo – Século XVIII ao Século XIX
Esse período também crê no poder absoluto da razão e seus pensadores 
consideram que ela “ilumina” o caminho humano.
O Iluminismo afirma que:
Filosofi a da Ilustração ou Iluminismo
• A Razão permite 
conquistar liberdade, 
felicidade social e política.
• A Razão é capaz de progresso.
• O homem pode atingir 
a perfeição por meio do 
conhecimento, das artes, 
da Moral e da Ciência.
• O Aperfeiçoamento da 
Razão se realiza pelo 
progresso das civilizações.
• As civilizações evoluem 
das mais primitivas para as 
mais desenvolvidas
• Natureza é o reino das 
relações necessárias e 
imutáveis.
• Civilização é o reino da 
liberdade e da finalidade 
produzida pelo homem.
Filosofi a Contemporânea – Século XIX até os nossos dias
O pensamento filosófico atual é marcado pelas questões sobre a relatividade do 
pensamento, a crítica à razão instrumental e a necessidade de perceber a pluralidade 
das sociedades humanas. 
Seus principais problemas são:
Razão – Deve alertar para o perigo do pensamento instrumental. Trazer liberdade ao ser humano.
História e progresso – A História é descontínua e não progressista.
Filosoa – Armar sua posição de compreensão e crítica às Ciências.
Crítica às Utopias Revolucionárias – Somos capazes de criar uma sociedade mais justa?
Cultura – Pluralidade cultural.
Crítica à Razão. O que podemos realmente conhecer?
Interesse pela multiplicidade e pela diferença.
Coerência
Figura 6
Os campos próprios de estudo da Filosofia.15
UNIDADE Introdução à Reflexão Filosófica
Ontologia
Fundamento
últimos de todos
os seres Lógica
Formas e regras
do pensamento
verdadeiro
Epistemologia
Análise crítica
das ciências
Teoria do
Conhecimento
Estudo das
modalidades de
conhecimento
humano
Ética
Estudos dos
valores moraisFiloso�a Política
Estudo da
natureza do
poder
Filoso�a da
História - Estudo
da dimensão
temporal da
experiência
humana
Estética
Estudo das
formas a arte
e do trabalho
artístico
Filoso�a da
Linguagem
A linguagem
como manifestação
da humanidade
História da
Filoso�a Estudo
dos períodos
Filosó�cos
FILOSOFIA
Figura 7
A Filosofia realizou seus estudos em diversas áreas e ao longo de sua existência, 
como uma Disciplina do pensamento, foi capaz de desenvolver alguns campos de 
estudo que lhe são próprios. 
São eles:
O Conhecimento
As noções, que discutimos até agora, apontam que a questão central da Filosofia, 
que envolve a crítica ao ato de pensar e, conectado a ele, ao ato de conhecer. 
O conhecimento permeia todo o nosso cotidiano; por meio dele, sabemos como 
nos portar, o que evitar, o que é adequado. Enfim, o conhecimento do mundo nos 
garante um grande repertório de ações e pode ser percebido de duas maneiras:
Na primeira, o conhecimento é a relação estabelecida pela consciência do 
observador e o mundo que o cerca e na segunda possibilidade, o conhecimento é o 
conteúdo dessa relação. Trata-se, portanto, do saber adquirido e transmitido.
Quando interagimos com o mundo, criando o conhecimento, nunca o fazemos 
despidos de conceitos anteriores, pois, ao longo da nossa relação com o mundo, 
somos educados e absorvemos conceitos que nos permitem ampliar o saber que 
temos. Trata-se de construir um edifício, em que cada um contribui com sua vivência. 
16
17
Existem muitas formas de conhecer e, entre elas, destacam-se o Senso Comum 
e a Ciência.
O Senso Comum
O senso comum é uma forma de conhecimento espontâneo que resulta das 
experiências cotidianas dos indivíduos para resolver problemas. Nesse processo, 
ele troca informações com seus contemporâneos e recebe informações de 
gerações anteriores. Trata-se de um conhecimento empírico e fragmentário que 
não estabelece relações com outros fenômenos.
Suas características centrais são:
 
Senso Comum
Saber Imediato
Observação
Confunde a 
aparência com 
o real
Observação
Centrado nas 
opiniões do 
indivíduo
Acúmulo não 
sistemático de 
informações
Não analisa 
criticamente o 
conhecimento
Saber Subjetivo Saber Heterogêneo Saber Não Crítico
Figura 8
É importante perceber que o Senso Comum pode ser considerado uma etapa 
na construção do saber. Ele precisa ser substituído por uma abordagem crítica e 
coerente, ou seja, o senso comum deve ser transformado em BOM SENSO. O 
Bom Senso, segundo Gramsci é “o núcleo sadio do senso comum”.
 
ARANHA, Maria Lucia. Filosofando, Introdução à Filosofi a. São Paulo: Moderna, 1993, p 37.
Ex
pl
or
Qualquer pessoa, se não privada de sua liberdade de pensamento, e se teve 
condição de desenvolver sua atitude crítica, será capaz de autoconsciência, de 
perceber criticamente o próprio pensamento e de analisar o mundo que a cerca. 
Portanto, todos somos capazes de atingir o bom senso proposto por Gramsci e, a 
partir dele, construir um conhecimento, fruto da crítica sistemática.
Como fazer isso?
É necessário assumir a postura de dúvida perante o mundo que nos cerca e 
considerar que as informações, as quais recebemos, precisam ser alvo de crítica. 
Dessa forma, entramos no mundo das Ciências. 
17
UNIDADE Introdução à Reflexão Filosófica
A Ciência
Ao longo do tempo, podemos observar a existência de três formas de conceber 
as Ciências ou noções do que é cientificidade. A primeira, chamada concepção 
racionalista, tem sua origem no pensamento dos gregos e pode ser percebida até 
o final do século XVII. 
As características centrais dessa abordagem são: 
 
Conhecimento racional,
dedutivo e
demonstrativo – tido
como real
Objeto cientí�co é
matemático = realidade
possui uma estrutura
matemática
As experiências
cientí�cas = veri�car e
con�rmar as
demonstrações teóricas
Objeto cientí�co = 
representação intelectual, 
necessária, verdadeira e real
verdadeira das coisas – 
corresponde à própria 
realidade 
Ciência – unidade 
sistemática de 
postulados – relações 
de causalidade sobre o 
objeto
Ciência – unidade 
sistemática de 
postulados – natureza 
do objeto natureza e 
as propriedades de 
seu objeto
CONCEPÇÃO
RACIONALISTA
Figura 9
Deve-se observar que, para essa perspectiva, a Ciência faz uma radiografia da 
realidade. Ela definia um objeto e dele procurava deduzir os efeitos e propriedades 
do fenômeno estudado, trata-se de uma abordagem hipotético-dedutiva. 
Já a abordagem empirista era hipotético-indutiva, ou seja, criava suposições ao 
objeto e, depois de realizar um conjunto de experiências, definia suas características 
e propriedades.
A concepção empírica pode ser relacionada ao pensamento de Aristóteles e 
pode ser rastreada até o século XIX.
18
19
Suas características centrais são:
A ciência é uma 
interpretação dos 
fatos, baseada 
em observações 
experimentos
Métodos 
experimenta
is rigorosos
A experiência tem a 
função de produzir 
conhecimento
A ciência é uma 
interpretação dos 
fatos, baseada em 
experimentos
A CONCEPÇÃO 
EMPIRISTA
Figura 10
A concepção construtivista combina elementos vindos do empirismo e do 
racionalismo e indica uma nova perspectiva para a noção de Ciência. Procura-se 
explicar a realidade e não construir um raio X do mundo que nos cercam; trata-se 
de um conhecimento que pode ser ampliado e corrigido. Trata-se da concepção de 
Ciência que domina o conhecimento atual.
As características dessa concepção são: 
 
O objeto uma 
construção 
lógico-intelectual
Modelos 
explicativos 
construidos – 
observação e 
experimentação
Os resultados 
obtidos possam ser 
alterados e alterem a 
proópria teoria
Coerência entre os 
princípios que 
orientam a teoria
CONCEPÇÃO 
CONSTRUTIVISTA
Figura 10
19
UNIDADE Introdução à Reflexão Filosófica
Deve-se observar que, apesar de a concepção racionalista e a empirista terem 
sua origem no pensamento grego, a concepção dos gregos do que era Ciências é 
radicalmente diferente da nossa. Existem muitas diferenças; contudo, a que merece 
destaque é a relação entre a Ciência e a Técnica.
No mundo grego, que era escravista, a técnica era considerada um saber inferior. 
Ela estava ligada a práticas necessárias à vida e nada tinha a oferecer à Ciência nem 
a receber dela.
Tecnologia é um saber teórico que pode ser aplicado praticamente.
Ex
pl
or
Já a Ciência moderna está intimamente ligada à intervenção no mundo natural 
e, nesse sentido, a Ciência moderna não se separa da questão técnica, pois no 
mundo, o controle da natureza é considerado fundamental para a Ciência. 
Na verdade, a Ciência moderna coloca em evidência a questão da Tecnologia, que 
pode ser definida como um saber teórico, o qual é passível de ser aplicado praticamente.
A Filosofia, com sua atitude crítica, é a alma mater da ciência e permite ao 
ser humano interferir no seu meio, procurando um mundo melhor, como aponta 
Marilena Chauí:
Penso que quem busca a filosofia como forma de expressão de seu 
pensamento, de seus sentimentos, de seus desejos e de suas ações, 
decidiu-se por um modo de vida, um certo modo de interrogação e uma 
certa relação com a verdade, a liberdade, a justiça e a felicidade. É uma 
decisão existencial, como nos aparece com tanta clareza nas primeiras 
linhas do Tratado da emenda do intelecto, de Espinosa. Essa decisão 
intelectual,penso, não é possível a menos que aceitemos aquilo que 
Merleau-Ponty chamou de “nossa vida meditante” em busca de uma razão 
alargada, capaz de acolher o que a excede, o que está abaixo e acima dela 
própria. Essa decisão, penso também, não é possível se não admitirmos 
com Espinosa que pensar é a virtude própria da alma, sua excelência. O 
desejo de viver uma existência filosófica significa admitir que as questões 
são interiores à nossa vida e à nossa história e que elas tecem nosso 
pensamento e nossa ação. Significa também uma relação com o outro 
na forma do diálogo e, portanto, como encontro generoso, mas também 
como combate sem trégua. 
CHAUI, Marilena. A Filosofia como vocação para a liberdade. Estudos Avançados 17 
(49), São Paulo: 2003, p.11.
Ex
pl
or
20
21
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Bons e Maus Ensaios Filosóficos
HEPBURN, Ronald W. Bons e maus ensaios filosóficos.
https://goo.gl/Dz4qZr
 Leitura
Como se lê um Ensaio de Filosofia
PRYOR, James. Como se lê um ensaio de filosofia.
https://goo.gl/Glt8tW
O que é Filosofia e por que Vale a Pena Estudá-la
EWING. A. C. O que é Filosofia e por que vale a pena estudá-la
https://goo.gl/ELgz7t
21
UNIDADE Introdução à Reflexão Filosófica
Referências
ARANHA, Maria Lucia. Filosofando, Introdução à Filosofia. São Paulo: 
Moderna, 1993.
CHAUI, Marilena. A Filosofia como vocação para a liberdade. Estudos 
Avançados 17 (49), São Paulo, 2003.
________. Convite à Filosofia. São Paulo, Ática, 2000.
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