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14/03/2014 1 As origens do cérebro O homem deve saber que de nenhum outro lugar, mas apenas do encéfalo, vem a alegria, o prazer, o risco e a diversão, o pesar, o luto, o desalento e a lamentação. E por isso, de uma maneira especial, nós adquirimos sabedoria e conhecimento e enxergamos e ouvimos e sabemos o que é justo e injusto, o que é bom e o que é ruim, o que é doce e o que é insípido... E pelo mesmo órgão nos tornamos loucos e delirantes, e medos e terrores nos assombram... Todas essas coisas nós temos de suportar do encéfalo quando não está sadio... Nesse sentido, opino que é o encéfalo quem exerce o maior poder sobre o homem. - Hipócrates, Sobre a doença Sagrada (Séc. IV a. C) • O sistema nervoso, constituído pelo encéfalo, medula espinhal e os nervos do corpo, é crucial para a vida e nos permite sentir, mover e pensar. • Mas, como surgiu essa concepção? • Até mesmo nossos ancestrais pré-históricos compreendiam que o encéfalo era vital para nossa existência. • E permaneceu desta forma por gerações. • A visão do Encéfalo na Grécia Antiga • A cabeça é especializada em perceber o ambiente. • Para Hipócrates (460- 379 a. C) pai da medicina ambiental determinou que o Encéfalo é o órgão das sensações e a sede da inteligência. • Não sendo universalmente aceito. • Discordava de Aristóteles (384-322 a. C), que dizia ser o coração o centro do intelecto. • O cérebro resfriava o sangue aquecido pelo coração. 14/03/2014 2 • A visão do Encéfalo durante o Império Romano • Galeano (130-200 d. C) concordava com Hipócrates. • Médico de gladiadores observava de perto as consequências de lesões cerebrais e da medula espinhal. • Através de dissecções de animais estabeleceu duas principais partes do encéfalo: • O cérebro (celebrum) na frente, e o cerebelo atrás. • Propôs que o cérebro era o receptáculo das sensações e o cerebelo deveria comandar os músculos. • Ventrículos como condutores das sensações e movimentos. • Visão do Encéfalo da Renascença ao Século XIX • Anatomista Andreas Vessalius (1514-1564) postulou o encéfalo como um tipo de máquina executando uma série de funções. • René Descartes (1596-1650) defensor da “Teoria de fluído mecânico”. • Servia para explicar o comportamento e encéfalo de animais e não servia para os seres humanos, já que acreditava na alma. • A mente como entidade espiritual recebia sensações e comandava os movimentos. • Outros cientistas focaram-se na tradução dos achados de Galeno= focalizaram nos ventrículos e na importância da substância cerebral. • Divisão do Tecido Cerebral em duas partes: substância cinzenta e substância branca. • A substância branca que possuía ligação com os nervos do corpo, foi corretamente indicada como contendo as fibras que levam e trazem a informação para a substância cinzenta. • Final do século XVIII • Reconhecimento que o sistema nervoso tinha uma divisão central (encéfalo e medula espinhal) e em divisões periféricas, que consistia na rede de nervos que percorrem o corpo. • O mesmo tipo de padrão de saliências (giros) e sulcos (fissuras) eram identificados em cada indivíduo. • Com isso, era possível a divisão do cérebro em LOBOS. 14/03/2014 3 • A visão do Sistema Nervoso no Século XIX • Inicio das descobertas acerca das funções do encéfalo, estas fundamentam as afirmações atuais das Neurociências. • 4 grandes descobertas –chave realizadas durante o século XIX. • 1. Nervos como fio: • Novo conceito de que os nervos eram como “fios” que conduzem sinais elétricos do e para o encéfalo. • Charlles Bell e François Magendie definiram que, em cada nervo, existia uma misturas de muitos “fios”. Alguns deles carregavam informações para o encéfalo e para a medula, e outros para os músculos. • 2. Localização de Funções Específicas em Diferentes Partes do Encéfalo. • Neurologista francês Paul Broca estabelecei a localização das funções cerebrais. • Exame de um paciente que perdeu a capacidade de falar e após sua morte apresentava lesões no lobo frontal esquerdo, e em muitos outros pacientes, levou a conclusão de que essa área era responsável pela fala. • 3. A evolução do sistema nervoso. • Em 1859, o biólogo Charles Darwin publicou A origem das espécies. • Concluiu que os comportamentos entre traços herdados podem evoluir. • Concluiu, como o comportamento reflete a atividade do sistema nervoso, podemos inferir que os mecanismos encefálicos que formam a base dessa reação (medo) devem ser similares, e não idênticos, entre as espécies. • Como hoje, se baseia o comportamento do animal nos homens.
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