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Curitiba 2016 Ivoneti da Silva Ramos Administracao Financeira ~ Ficha Catalográfica elaborada pela Fael. Bibliotecária – Cassiana Souza CRB9/1501 R175a Ramos, Ivoneti da Silva Administração financeira / Ivoneti da Silva Ramos. – Curitiba: Fael, 2016. 175 p.: il. ISBN 978-85-60531-33-2 1. Administração financeira 2. Orçamento 3. Análise de invetientos I. Título CDD 658.15 Direitos desta edição reservados à Fael. É proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem autorização expressa da Fael. FAEL Direção de Produção Fernando Santos de Moraes Sarmento Coordenação Editorial Raquel Andrade Lorenz Revisão FabriCO Projeto Gráfico Sandro Niemicz Capa Vitor Bernardo Backes Lopes Imagem capa Shutterstock.com/Brian A Jackson/sukiyaki Diagramação FabriCO Revisão de Diagramação Katia Cristina Santos Mendes Arte-Final Evelyn Caroline dos Santos Betim Sumário Carta ao Aluno | 5 1. Introdução à Administração Financeira | 7 2. Administração do fluxo de caixa | 25 3. Mercado Financeiro Brasileiro | 45 4. Orçamento Público | 57 5. Orçamento privado | 79 6. Execução Financeira e Orçamentária Pública | 97 7. Degradação: conceito e vetores | 107 8. Planejamento e controle financeiro | 1119 9. Decisão de financiamentos | 129 10. Análise e decisão de investimentos | 149 Conclusão | 169 Referências | 171 Carta ao Aluno Prezado aluno, Os profissionais que atuam na área financeira pública e na financeira empresarial enfrentam desafios para viabilizar as suas ati- vidades, tais como as restrições de recursos para subsidiar os investi- mentos privados e a instabilidade econômica, que acarretam impre- visibilidade na arrecadação de recursos públicos. Para atuar de forma eficiente e com a excelência necessária para superar esse contexto, o administrador financeiro precisa ter conhe- cimento teórico-prático. Nesse sentido, a disciplina de Administra- ção Financeira fornece ao estudante conceitos básicos necessários à compreensão do papel desta área na gestão pública e na gestão empresarial, bem como exemplos práticos de como aplicar os con- teúdos no dia a dia. Administração Financeira – 6 – Os gestores da área pública e da empresarial precisam compreender e aplicar os conceitos de administração financeira relacionados às funções de planejamento e controle financeiros. Na área empresarial, essas funções per- mitem aos gestores tomarem decisões de investimentos e financiamentos. Na área pública, elas embasam as ações dos gestores na prestação de serviços com qualidade ao cidadão. Os gestores, tanto da área pública quanto da área empresarial, necessi- tam apresentar relatórios de desempenho e. para isso, torna-se fundamental conhecer os principais relatórios e indicadores de análise financeira. Na área pública, destacam-se os conceitos de receita, despesa e o resultado das contas do governo, elementos chaves relacionados ao orçamento público que precisam ser compreendidos para possibilitar a gestão dos recursos públicos. Na área empresarial, destacam-se os conceitos de fluxo de caixa, capital de giros, custo de oportunidade e administração de disponibilidades. Complementa-se esse conhecimento com o estudo das técnicas de análise de investimentos, tendo em vista a necessidade das empresas em realizar gastos de capital. Nosso objetivo é propiciar a você o desenvolvimento das seguintes competências. 2 Compreender e aplicar, na esfera profissional pública, os conceitos de administração financeira, tais como: planejamento financeiro e controle financeiro; 2 Compreender e aplicar, na esfera profissional pública, os conceitos de administração financeira, tais como: planejamento de fluxo de caixa, administração de disponibilidades e administração de esto- ques e de contas a receber; 2 Utilizar os conceitos básicos relacionados ao orçamento público para aplicação na administração financeira pública; 2 Utilizar os conceitos básicos relacionados ao orçamento privado para aplicação na administração financeira das empresas; 2 Compreender a importância da tomada de decisão de financiamen- tos para rentabilidade da empresa; 2 Aplicar no dia a dia da empresa as técnicas de análise de investi- mentos, tendo em vista a necessidade das empresas em realizarem gastos de capital. Caro Aluno, Neste capítulo, você conhecerá o conteúdo introdutório à admi- nistração financeira. Serão apresentados conceitos relacionados às finanças públicas e empresariais. Nesta perspectiva, você compreen- derá o papel da administração financeira pública, caracterizado pela atividade financeira do Estado e o papel da administração finan- ceira empresarial, caracterizado pela atividade de planejamento e controle financeiro, e pela administração de ativos e passivos da empresa. Também serão estudados os principais relatórios de análise financeira pública e empresarial. Os conteúdos, inicialmente trata- dos, constituem um conjunto de ferramentas que podem auxiliar o administrador financeiro no alcance das metas estabelecidas pelo setor público e pelas empresas. 1 Introdução à Administração Financeira Administração Financeira – 8 – Objetivos de aprendizagem: 2 Compreender o papel da administração financeira na gestão pública; 2 Compreender o papel da administração financeira na gestão empre- sarial; 2 Conhecer os principais relatórios de análise financeira e os concei- tos básicos de finanças. 1.1 O papel da administração financeira pública e empresarial O dinheiro circula nos caixas das empresas e nos cofres do governo, e é necessário administrá-lo da melhor forma possível, com vistas ao equilíbrio nas contas empresariais e governamentais. Por isso, nessa seção abordaremos o papel da administração financeira pública e empresarial. 1.1.1 O papel da administração financeira pública A administração financeira pública envolve a Atividade Financeira e Orçamentária do Estado (AFO) e a Contabilidade Pública, que é a ativi- dade por meio da qual o Estado capta, gere e despende recursos financeiros para prover os bens e serviços públicos e realizar políticas públicas. A AFO é realizada via execução das receitas e das despesas públicas, que apresentam após um balanço final, um resultado. Receita Pública - Despesa Pública = Resultado Quer aprender mais sobre cada um dos elementos? Confira a descri- ção abaixo: A receita pública pode ser entendida como todo e qualquer recolhimento aos cofres públicos que a Administração tem direito de arrecadar, por força de lei ou contrato, ou quaisquer outros títulos que lhe pertençam ou venham a lhe pertencer (GIAMBIAGI; ALÉM, 2008). São – 9 – Introdução à Administração Financeira exemplos de receitas públicas: tributos (impostos e taxas), alienação de bens e transferências governamentais. A despesa pública são todos os gastos, também denominados dispêndios, realizados para o custeio do setor público e para viabilizar as políticas públicas e os investimentos governamentais (SILVA, 2001). São exemplos de despesas públicas: gastos com pessoal, aquisição de veículos e gastos com combustível. Já o resultado das contas públicas é a diferença entre as receitas e as des- pesas públicas. Se os valores de receita e despesa forem iguais, temos o resul- tado equilibrado das contas públicas. Caso o resultado seja negativo, temos um déficit público. Caso o resultado seja positivo, temos superávit. O resultado (déficit/superávit) pode ser classificado como nominal, operacional e primário. O resultado nominal é o resultado da diferença entre o total das receitas do governo e o total de suas despesas. O resultado operacional é o resultado nominal, excluindo-se deste a atualização monetária da dívida pública. O resultado primário é o resultadooperacional, excluindo-se deste as despesas e receitas financeiras (GIAMBIAGI; ALÉM, 2008). Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda, ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção por ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vincu- lada (Artigo 3º do Código Tributário Nacional). Dentre os aspectos da legislação do Direito Financeiro e do Direito Tri- butário que disciplinam a AFE, destacamos: 2 Constituição Federal (1988); 2 Lei 4320, de 17 de março de 1964, que dispõe sobre direito financeiro; 2 Lei Complementar 101, de 04 de maio de 2000, também como conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que estabe- lece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal; Administração Financeira – 10 – 2 Código Tributário Nacional (CTN), Lei 5172, de 25 de outubro de 1966, que dispõe sobre o sistema tributário nacional. Você sabia O governo, em todas as esferas, federal, estadual e municipal, tem a obrigação de tornar transparente as contas públicas para que o cida- dão acompanhe os resultados? Conheça o portal de transparência da União, acesse: http://transparencia.gov.br/. Com o que foi estudado até o momento, você saberia dizer qual o papel da administração financeira pública? Ela é responsável por gerenciar as entradas e saídas de recursos do setor público para que as metas traçadas pelo governo possam ser alcançadas. Na sequência, conheceremos o papel da administração financeira empresarial. 1.1.2 O papel da administração financeira empresarial A administração financeira empresarial envolve as atividades relaciona- das à decisão de investimentos e financiamentos, ao planejamento e controle financeiro, com vistas a propiciar a valorização da empresa no mercado. Para todas as empresas, independentemente da natureza de sua atividade operacional, podemos destacar duas áreas de decisões financeiras básicas: deci- são de investimentos, ou seja, como aplicar os recursos financeiros, e decisão de financiamento, que se refere à captação de recursos para viabilizar as atividades da empresa. Em torno dessas duas grandes áreas existem funções auxiliares para corroborar no melhor resultado financeiro possível para a empresa. Importante Atividade operacional é a atividade que abrange desde a compra de matérias-primas até a venda de produto acabado (GITMAN, 2010). Estrategicamente, as principais funções que demandam decisões finan- ceiras podem ser observadas no quadro 1: – 11 – Introdução à Administração Financeira Quadro 1: Funções que demandam decisões financeiras e suas respectivas finalidades Funções Finalidades Planejamento financeiro Tem por finalidade selecionar os ati-vos mais rentáveis para a empresa. Controle financeiro Permite avaliar o desempenho financeiro da empresa, o alcance das metas e propor medidas corretivas se for o caso. Administração de Ativos Possibilita escolher a melhor estrutura de ativos que minimize riscos e maximize retornos, e acompanhar as defasagens no fluxo de caixa para aperfeiçoar a gestão do capital de giro. Administração de Passivos Tem por finalidade analisar a necessidade de finan- ciamento e gerenciar a estrutura dos financiamen- tos, a fim de manter a liquidez para a empresa e reduzir seus custos e riscos financeiros. Fonte: elaborado pelo autor, com base em Assaf Neto 2009.. De acordo com o quadro 1, temos a função de planejamento financeiro, relacionada às questões das escolhas dos ativos mais rentáveis, e a do controle financeiro, que visa o acompanhamento do desempenho dos ativos, com a finalidade de verificar se de fato atendem às expectativas do retorno esperado pela empresa. E, ainda, a função de administração de ativos, relacionadas às atividades de escolhas de ativos que compatibilizem o risco e o retorno, e ao acompanhamento da necessidade de capital de giro da empresa, e a função de administração de passivos, com vistas à manutenção da capacidade de paga- mento, principalmente para evitar custos financeiros para a empresa. E, agora? Você já consegue definir o papel da administração financeira empresarial? Ela é responsável por auxiliar no processo de decisão, planejamento e controle dos investimentos e dos financiamentos para que as metas traçadas pela empresa possam ser alcançadas, por meio do fornecimento de informações sobre a situação e saúde financeira da organização. Na sequência, conheceremos os principais relatórios de análise financeira pública e empresarial. 1.2 Principais relatórios de análise financeira pública e empresarial As atividades financeiras realizadas pelas empresas e pelo setor público necessitam ser monitoradas para fins de avaliação, para ver se de fato contri- buem para o alcance das metas estipuladas em cada setor. Para auxiliar nesse Administração Financeira – 12 – processo, existem diversos relatórios e documentos à disposição dos admi- nistradores. Por isso, nessa seção vamos conferir os principais relatórios de análise financeira pública e empresarial. 1.2.1 Principais relatórios de análise financeira pública As análises financeiras do setor público podem ser elaboradas a partir de relatórios utilizados para verificar o alcance das metas da administração financeira pública, dos quais destacamos segundo Jund (2006): Figura 1: Relatórios de análise financeira pública Fonte: elaborado pelo autor, 2015. Vamos conhecer cada um destes relatórios: 2 Demonstrações contábeis: a escrituração contábil permite ao administrador a possibilidade de medir a sua ação em termos finan- ceiros, fornece-lhe os elementos para elaboração de sua prestação de contas, além das informações indispensáveis à tomada de deci- sões e ao aperfeiçoamento da administração (JUND, 2006); 2 Demonstrações Financeiras: a movimentação financeira realizada no exercício, desde o primeiro dia deste, encontra-se espelhada no balanço financeiro, que engloba a receita e a despesa, conjugados – 13 – Introdução à Administração Financeira com os saldos provenientes do exercício anterior, e os que se trans- ferem para o exercício seguinte (JUND, 2006); 2 Demonstrativos orçamentários: as receitas públicas acham-se esti- madas e as despesas encontram-se autorizadas na lei orçamentária, a chamada lei de meios, mediante execução do Poder Público, que arrecada os recursos de que necessita e efetua os gastos visando à con- secução do bem comum. Toda e qualquer despesa só pode ser vali- damente efetuada se estiver legalmente autorizada (JUND, 2006); 2 Registros patrimoniais: os registros patrimoniais dizem respeito ao conhecimento dos elementos que compõem o patrimônio público e que se acham espelhados no balanço patrimonial. Além disso, permitem o conhecimento dos bens de caráter permanente pertencentes à entidade pública, bem como os responsáveis por sua guarda e administração (JUND, 2006). 2 Relatórios operacionais: para acompanhamento da execução das finanças, incluindo tanto as receitas e despesas com limites constitu- cionais, quanto as demais receitas e despesas que compõem as finan- ças públicas (JUND, 2006). Para a condução das operações no setor público, podemos destacar os indicadores de avaliação financeira de performance, relacionado às receitas, despesas, e demais itens orçamentários pertinentes à execução da atividade financeira do governo que, de acordo com Riani (2002, p. 157), “(...) não tem amparo ou obrigatoriedade legal”, mas auxiliam na avaliação da situação financeira dos entes governamentais. Importante São exemplos desses indicadores, segundo Riani (2002): 2 Grau de dependência: medido pela divisão entre o total das receitas de transferências governamentais e o total da receita própria do município.Se o indicador resultar em um número maior que um, indica um elevado grau de dependência financeira; 2 Gastos per capita em saúde: medido pelo total do gasto com Administração Financeira – 14 – saúde dividido pela população, quanto maior melhor; 2 Gastos per capita em educação: medido pelo total do gasto com educação dividido pela população, quanto maior melhor. Segundo Riani (2002, p. 164), as possibilidades e cruzamentos na cons- trução de indicadores de finanças públicas são inúmeros, mas que devem “(...) ser definidos em função de um objetivo ou de uma avaliação específica pré-determinada que se pretenda realizar”. Nesse ponto, você já consegue indicar os principais relatórios que com- põem a análise financeira pública? São os documentos contábeis, financeiros, orçamentários e patrimoniais e ainda podem ser complementadas com os relatórios e indicadores operacionais. Na sequência, conheceremos os princi- pais relatórios de análise financeira empresarial. 1.2.2 Principais relatórios de análise financeira empresarial As análises financeiras das empresas podem ser elaboradas a partir de relatórios contábeis, dos quais são exemplos o balanço patrimonial (BP) e a demonstração de resultado do exercício (DRE). Vamos conhecer um pouco mais de cada um desses relatórios (HOJI, 2014). O BP é um documento contábil, que demonstra os ativos, passivos e o patrimônio líquido de uma empresa (GITMAN, 2012). Sua estrutura básica pode ser conferida no quadro a seguir : Quadro 2: Balanço Patrimonial da Empresa (Ano). Ativos Total (R$) Passivos Total (R$) Ativos circulantes (AC) Passivos circulantes (PC) Caixa Contas a pagar Títulos negociáveis Títulos a pagar Contas a receber (Cr) Despesas a pagar – 15 – Introdução à Administração Financeira Ativos Total (R$) Passivos Total (R$) Ativos circulantes (AC) Passivos circulantes (PC) Estoques (E) Total dos passivos circulantes Total de ativos circulantes Passivo Não Circulante Ativo Não Circulante Financiamentos Contas e títulos a receber Total dos passivos Ativos permanentes brutos Patrimônio líquido Terrenos e edificações Ações preferenciais Máquinas e equipamentos Ações ordinárias Móveis e utensílios Ágio - ações ordinárias Veículos Reserva de lucro Outros (inclui arrenda- mento financeiro) Total do patrimônio líquido Total dos ativos permanentes brutos Menos: depreciação acumulada Ativos permanentes líquidos Total de ativos Total de passivos e patrimônio líquido Fonte: elaborado pelo autor, com base GITMAN, 2010. Pelo quadro anteriormente apresentado, podemos observar que o balanço patrimonial representa os seguintes saldos (Hoji, 2009): bens ou direitos (total de ativos), obrigações (total dos passivos) e direitos dos pro- prietários (total do patrimônio liquido). Importante Por meio dessas contas, o BP fornece as informações sobre a lucrativi- dade, a rentabilidade e a posição financeira da empresa. Administração Financeira – 16 – A demonstração de resultado do exercício é um documento contábil que apresenta as operações da empresa anualmente, elaborado em conjunto com o BP (HOJI, 2009). A DRE é um relatório contábil das vendas, dos custos operacionais e dos encargos financeiros, que fornece informações sobre a lucratividade da empresa (Gitman, 2010). Sua estrutura básica pode ser conferida no quadro a seguir: Quadro 3: Demonstração de Resultado do Exercício (Ano) Contas Total (R$) Vendas (V) Menos: custo dos produtos vendidos (CPV) Lucro Bruto Menos: despesas operacionais (vendas, gerais, administrativas, aluguel, depreciação) Lucro operacional (LO) Menos: despesas financeiras Lucro líquido antes do imposto de renda Menos: imposto devido (alíquota %) Lucro líquido depois do imposto de renda (LL) Menos: dividendos preferenciais Lucro disponível aos acionistas ordinários Fonte: elaborado pelo autor, com base em GITMAN 2010.. Podemos observar, no quadro apresentado, que os dados registrados na DRE são fundamentais para auxiliar a empresa a realizar medidas de ajustes, por exemplo, se o lucro da corporação num determinado período for muito baixo, pode-se pensar em corte nos custos ou aumento nos preços. Logo, os principais relatórios de análise financeira empresarial estão rela- cionados ao balanço patrimonial e à demonstração de resultado de exercício, que evidenciam a lucratividade e a rentabilidade da empresa. Na sequência, conheceremos conceitos básicos para a análise financeira empresarial. – 17 – Introdução à Administração Financeira 1.3 Conceitos básicos Para compreender a realidade da empresa, é importante conhecer alguns conceitos básicos: capital de giro, receitas, despesas, custos fixos, custos vari- áveis, lucratividade e rentabilidade e os principais indicadores financeiros. 1.3.1 Conceitos financeiros O capital de giro, também conhecido como capital circulante líquido, é o recurso exigido para financiar a atividade operacional das empresas (GIT- MAN, 2010). A administração do capital de giro abrange a administração das contas circulantes da empresa, incluindo ativos e passivos circulantes. Importante CCL = AC – PC Onde: CCL = capital circulante líquido AC = ativo circulante PC = passivo circulante Ou seja, o capital circulante líquido (CCL) é a diferença entre ativos circulantes (AC) e passivos circulantes (PC). Mas como medir o risco financeiro das empresas? Uma das formas é pelo montante do CCL. Segundo Gitman (2010, p. 283), “quanto maior o montante de CCL da empresa, menos risco ela apresenta”, mas quanto maior o investimento o CCL em relação ao ativo total, menor será a rentabilidade. Então, há relação entre risco e retorno. Ao adotar uma postura de maior risco, com menor capital de giro, a empresa consegue auferir retorno maior. No tocante às receitas, segundo Gitman (2010), são as entradas de caixa oriundas das vendas dos bens e serviços produzidos pela empresa, ou pela receita financeira oriunda das aplicações de saldos excedentes de caixa. Administração Financeira – 18 – As despesas são as saídas de caixa, e podem ser analisadas em conjunto com os custos da empresa. No caso das despesas e dos custos, segundo Hoji (2009), temos: 2 Custos e despesas fixos operacionais: são custos e despesas que per- manecem iguais, mesmo se reduzir ou aumentar o nível de produ- ção. Exemplos: aluguel e salário da gerência; 2 Custos e despesas variáveis operacionais: são custos e despesas que variam proporcionalmente ao nível de produção. Exemplos: comis- sões de vendas e matérias-primas. Importante Dentro do tema relacionado a custos, temos ainda um conceito funda- mental para as análises financeiras, o custo de oportunidade, que é o retorno da melhor oportunidade de investimento abandonada quando há decisão de realizar investimentos na empresa (ASSAF NETO, 2009). O custo de oportunidade é utilizado pelas empresas para comparar alter- nativas de investimentos. Você sabe o que significa lucratividade e rentabilidade? A lucratividade representa os ganhos referentes às vendas, ou seja, após as vendas e as deduções relacionadas às despesas e custos, quanto sobra para a empresa. Podemos apurar o percentual de lucratividade a partir da divisão entre o lucro líquido e as vendas totais da empresa. A rentabilidade está relacionada à capacidade de cobertura do custo de oportunidade da empresa, isto é, se o investimento realizado na organização está acima das demais oportunidades de investimento que os donos têm à dis- posição no mercado. Podemos apurar o percentual de rentabilidade a partir da divisão do lucro líquido pelo patrimônio líquido da empresa. Esse valor tem que ser maior que o custo de oportunidade da empresa. Importante Muitas empresascostumam confundir o conceito de lucratividade e renta- bilidade, e isso pode comprometer o alcance das metas financeiras. – 19 – Introdução à Administração Financeira Aprenda um pouco mais sobre o tema, acesse: https://www.youtube. com/watch?v=aDjWe8HjEeg. Nessa seção, abordamos conceitos empresariais importantes para a aná- lise financeira, dentre os quais, o capital de giro, cuja análise e acompanha- mento permitem à empresa a sustentabilidade nas atividades operacionais. Na sequência, conheceremos quais os principais indicadores financeiros que podem ser caliculados a partir dos relatórios contábeis das empresas. 1.3.2 Indicadores financeiros empresariais A partir do balanço patrimonial e da demonstração de resultado do exer- cício, a empresa pode calcular uma série de indicadores, que também podem auxiliar nas análises financeiras. De acordo com Gitman (2010), os principais indicadores são: liquidez, atividade, endividamento e lucratividade. Vamos conhecê-los um pouco mais. Os índices de liquidez mais comumente calculados podem ser conferi- dos no quadro 4 (GITMAN, 2010): Quadro 4: Índices de liquidez Índice Descrição Fórmula Parâmetro Índice de Liquidez Geral (IL) Mostra os recursos existen- tes para cobrir cada R$ 1,00 de obrigação da empresa. Quanto maior, melhor Índice de Liquidez Corrente (ILC) Demonstra os recursos existentes no ativo circulante, para cada R$ 1,00 de obrigações do Passivo Circulante. Quanto maior, melhor Índice de Liquidez Seca (ILS) Evidencia quanto a empresa pode saldar de suas dívidas de curto prazo, sem dependência de seus estoques. Quanto maior, melhor Fonte: elaborado pelo autor, com base em GITMAN, 2010. Administração Financeira – 20 – Mas o que significa o índice de liquidez dentro da empresa? Ele mostra a capacidade de pagamento. Quanto maior esse índice, melhor, pois indica uma melhor situação financeira diante das obrigações da instituição. Esse índice também é utilizado para medir a necessidade de financiamento do capital de giro da organização. Exemplo: para o caso de uma empresa que possua R$ 3.000,00 em Ati- vos Circulantes, e R$ 1.000,00 em Passivos Circulantes, seu ILC será 3. Isso significa que a cada R$ 1,00 de obrigações, a empresa possui R$ 3,00 em direitos, ou seja, a empresa apresenta liquidez. Com relação aos indicadores de atividades, os mais utilizados podem ser conferidos no quadro 5 (ASSAF NETO, 2009): Quadro 5: Índices de atividades. Índice Descrição Fórmula* Parâmetro Período médio de permanência dos estoques (PPE) Mostra o período médio em dias de permanência dos esto- ques (em dias). Quanto menor, melhor Período médio de pagamento (PMP) Demonstra o prazo médio de pagamento das compras a prazo de mercadorias F: fornecedo- res C: com- pras anuais Quanto maior, melhor Giro do ativo total (GAT) Evidencia o giro do ativo total em relação às vendas. AT: ativo total Quanto maior, melhor Fonte: elaborado pelo autor, com base em ASSAF NETO, 2009. O índice de atividades mostra desde a aquisição de insumos até a rea- lização das receitas. Observe que, dependendo do indicador, o resultado é classifica como quanto menor, melhor (PPE, PMC, RAC), e quanto maior, melhor (PMP, RAO, GAT). Exemplo: se uma empresa tem como lucro ope- racional um valor de R$ 1.000,00, e de Ativo Operacional um valor de R$ 10.000,00. O RAO será de 0,1, o que significa um retorno de 10% sobre o ativo operacional. Assim, quanto maior o lucro operacional, maior será essa relação de retorno do ativo operacional, portanto, com relação ao RAO, quanto maior, melhor. – 21 – Introdução à Administração Financeira Porém, é necessário sempre comparar esse valor com as metas de retorno estabelecidas pela empresa para fins de análise. Com relação aos indicadores de endividamento, os mais utilizados podem ser conferidos no quadro 6 (GITMAN, 2010): Quadro 6: Índices de endividamento Índice Descrição Fórmula Parâmetro Grau de endivi- damento (GE) Mostra o quanto repre- senta o capital próprio da empresa, em relação ao capital de terceiros. Quanto menor, melhor Participação de capi- tais de terceiros no passivo total (PCT) Demonstra a participação de capitais de terceiros no endi- vidamento total da empresa P = passivo circu- lante + exigível a longo prazo; PT: passivo + patri- mônio líquido. Quanto menor, melhor Composição do endividamento (CE) Evidencia as obrigações de longo prazo em relação às obrigações totais da empresa. Quanto menor, melhor Fonte: elaborado pelo autor, com base em GITMAN, 2010. O índice de endividamento mede o grau de endividamento da empresa. Observe que os indicadores apresentados são classificados como quanto menor, melhor. Importante Exemplo: se uma empresa tem como exigível total um valor de R$ 1.000,00, e passivo total no valor de R$ 2.000,00. O PCT será de 0,5, o que significa uma participação de 50% de capital de terceiros no endividamento total da empresa. E quanto menor essa relação, melhor. Administração Financeira – 22 – Finalmente, o quadro a seguir apresenta os principais indicadores de rentabilidade, segundo Assaf Neto (2009): Quadro 7: Índices de rentabilidade Índice Descrição Fórmula Parâmetro Margem de lucro operacional (MLO) Mostra quanto representa o lucro operacional em rela- ção às vendas da empresa. MLO = Quanto maior, melhor Margem de lucro líquido (MLL) Demonstra quanto representa o lucro líquido em relação às vendas. MLL = Quanto maior, melhor Retorno sobre o Patri- mônio Líquido (ROE) Evidencia o retorno do capital próprio apli- cado na empresa. ROE = PLm: Patrimônio líquido médio Quanto maior, melhor Fonte: elaborado pelo autor, com base em ASSAF NETO, 2009. O índice de rentabilidade mostra a capacidade da empresa de reinvestir, ou seja, de se autofinanciar. Observe que para esses indicadores o resultado é classificado como quanto maior, melhor. Importante Exemplo: se uma empresa tem como lucro líquido um valor de R$ 5.000,00, e de vendas um valor de R$ 50.000,00. A MLL será de 0,1, o que significa que o lucro líquido é 10% das vendas. Assim, quanto maior o lucro líquido, maior será essa relação de retorno sobre vendas, portanto, quanto maior, melhor. Diante do contexto, vimos os principais indicadores, que permitem o acompanhamento da liquidez, das atividades, do endividamento e da renta- bilidade, facilitando o planejamento e controle financeiro da empresa. – 23 – Introdução à Administração Financeira Resumindo A importância da administração financeira consiste principalmente no auxílio ao planejamento e controle das finanças, com o acompanhamento das entradas (receitas) e das saídas (despesas), e a realização das análises dos indi- cadores, que avaliam o alcance das metas estabelecidas, tanto das empresas como do setor público. Este capítulo abordou brevemente os conceitos e os principais relatórios que podem orientar o processo de planejamento e controle financeiro das empresas e do setor público. Porém, é importante ressaltar ao estudante de administração financeira que sempre é necessário ampliar os estudos para obter um melhor desempenho no mercado de trabalho. Administração Financeira – 24 – 2 Administração do fluxo de caixa Neste capítulo, você conhecerá a administração do fluxo de caixa aplicada à gestão pública e gestão empresarial. Serão apresentados conceitos relacionados aos tipos utilizados pelo setor público, bem como o modelo mais empregado pelo setor empresarial. Ainda, abordaremos os fluxos de caixa relevantes, ou seja, os registros que são fundamentais para o planejamento e con- trolefinanceiro, tanto na gestão pública quanto na empresarial. Acrescentamos o cálculo do valor presente, do valor futuro e das prestações que impactam nos fluxos de caixa, assim como o reflexo da inflação na avaliação dos valores reais deste modelo. Neste material, você vai entender a dinâmica desta operação e rea- lizará exercícios, com as devidas soluções, para a fixação do conteúdo. Administração Financeira – 26 – Objetivos de aprendizagem: 2 Entender a administração do fluxo de caixa aplicada à gestão pública e gestão empresarial; 2 Compreender os conceitos do fluxo de caixa no setor público e privado; 2 Conhecer os fluxos de caixa fundamentais ao planejamento e con- trole financeiro; 2 Aprender os impactos do cálculo do valor presente, do valor futuro e das prestações inerentes ao fluxo de caixa; 2 Descobrir como funciona a dinâmica por trás desta operação. 2.1 Conceito de fluxo de caixa O fluxo de caixa é a ferramenta gerencial e de planejamento financeiro por meio do qual realiza-se a avaliação das movimentações de todas as entra- das e saídas de recursos financeiros, e pode ser utilizado pelos órgãos públicos e pelas empresas. 2.1.1 Fluxo de caixa aplicado à gestão pública A manutenção do registro da entrada e saída dos recursos financeiros, para fins de planejamento e controle, é recomendável para todas as instituições. A Lei Complementar 101, de 04 de maio de 2000 - Lei de Responsa- bilidade Fiscal (LRF) - foi concebida devido à necessidade de controle sobre os gastos púbicos, ou seja, do equilíbrio financeiro deste setor. Até então, o controle era realizado, basicamente, via dados orçamentários, mas a partir da LRF, o setor público passou a elaborar a Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC) e a considerar a evolução financeira para fins de análise. A partir de 2008, as Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público - NBCASP 16.6, que tratam das Demonstrações Contábeis pertinentes ao setor público, incluiu a elaboração da Demonstração do Fluxo de Caixa como relatório contábil obrigatório. Segundo a NBCSP 16.6 (2008, p. 1), a DFC “permite aos usuários projetar cenários de fluxos futuros de caixa, e elaborar análises sobre eventuais – 27 – Administração do fluxo de caixa mudanças em torno da capacidade de manutenção do regular financiamento dos serviços públicos”. Saiba mais Para conhecer um pouco mais os detalhes da NBCSP 16.6, leia a Resolução 1.133, de 21 de novembro de 2008, no site do Portal da Contabilidade: <http://www.normaslegais.com.br/legislacao/resolu- caocfc1133_2008.htm>. Os conceitos relacionados à DFC do setor público podem ser observa- dos no quadro a seguir: Quadro 1: Conceitos relacionados a DFC do setor público Caixa Compreende numerário em espécie e depósi- tos bancários disponíveis (alta liquidez). Equivalentes de caixa Aplicações financeiras de curto prazo, de alta liquidez. Fluxos de caixa Entradas e saídas de caixa e equivalentes de caixa. Atividades das operações Compreende os ingressos e os desembolsos relaciona- dos com a ação pública, e os demais fluxos que não se qualificam como de investimento ou financiamento. Atividades de investimento Inclui os fluxos de recursos relacionados à aquisi- ção e à alienação de bens, bem como recebimen- tos em dinheiro por liquidação de adiantamentos ou amortização de empréstimos concedidos. Atividades de financiamento Inclui os fluxos de recursos relacionados à captação e à amortização de empréstimos e financiamentos. Fonte: Elaborado pela autora, com base na NBCSP 16.6, 2008. Pelo quadro anteriormente apresentado, podemos observar que os fluxos de caixa são caracterizados como as entradas e saídas de recursos financeiros dos cofres dos órgãos públicos. Nesse fluxo, são considerados os equivalentes de caixa, que são recursos de fácil conversão em dinheiro. Assim, com a elaboração do fluxo de caixa, o setor público pode pla- nejar e controlar de forma mais adequadamente os recursos financeiros, e Administração Financeira – 28 – prever as necessidades de liquidez. Na sequência, veremos a sua aplicação para a gestão empresarial. 2.1.2 Fluxo de caixa aplicado à gestão empresarial Para o planejamento e controle financeiro da empresa, é imprescindível o dimensionamento das entradas e das saídas de dinheiro no caixa. A movi- mentação financeira permite a visualização do que ocorre com as finanças ao longo do tempo, possibilitando corrigir valores ou prever possíveis necessida- des de cobertura do caixa. Você sabia O fluxo de caixa é uma importante ferramenta de planejamento finan- ceiro? Assista o vídeo em Fluxo de Caixa e Controles Financeiros do Negócio e descubra! <http://tv.sebrae.com.br/media/vZuDR/>. Assaf Neto (2009) chama a atenção para o conceito de fluxo de caixa, que pode não coincidir com o resultado contábil da empresa, uma vez que não incorpora em seus cálculos determinadas despesas não desembolsáveis como, por exemplo, a depreciação e alguns que não se constituem rigorosa- mente em despesas como, por exemplo, a amortização de dívidas. Uma das formas de fluxo de caixa pode ser a representação por meio de diagrama, conforme segue: Figura 1 – Diagrama de Fluxo de Caixa (DFC). Fonte: Elaborado pela autora, 2015. Vamos entender o significado das linhas e setas, de acordo com o quadro a seguir: – 29 – Administração do fluxo de caixa Quadro 2: Significado das linhas e setas do DFC. Linhas Significado Eixo horizontal Representa a linha do tempo e conta os perí- odos que podem ser dia, mês, ano etc. Seta para baixo ↓ Saída de recursos financeiros do caixa, tem sinal negativo. Seta para cima ↑ Entrada de recursos financeiros do caixa, tem sinal positivo. FC0 Representa um desembolso, uma saída de caixa na data atual. FC1, FC2 e FC4 Representa as entradas de recursos ao final de cada período considerado. FC3 Representa a saída de recursos ao final do período considerado. Fonte: elaborado pela autora, com base em Zentigraf, 2007. No quadro anteriormente apresentado, temos as setas voltadas para cima na linha do tempo refletindo as entradas (ou recebimentos) de dinheiro (FC1, FC2 e FC4). As setas voltadas para baixo indicam as saídas (ou apli- cações) de dinheiro (FC0 e FC3). Vale lembrar que as setas do fluxo de caixa não precisam ser proporcionais aos valores monetários envolvidos. Ainda, cabe ressaltar que o fluxo de caixa pode ser representado pela DFC, por meio da elaboração do orçamento de caixa, que reflete as transações oriun- das das atividades operacionais, das atividades de investimentos e das atividades de financiamentos da empresa (GITMAN, 2010). No caso das operacionais, projetam-se as receitas das vendas de bens e serviços, os custos de produção, as despesas de venda e as administrativas, incluindo projeção de compra de maté- ria-prima, gastos com transporte, pagamento de funcionários e custos fixos, como água, telefone e energia elétrica. No caso das atividades de investimento, projetam-se as compras de computadores, móveis, máquinas, equipamentos, veículos e também as aplicações financeiras da empresa. Já nas atividades de financiamento, projetam-se as entradas e saídas oriundas de financiamentos, tais como o pagamento de juros e a amortização de empréstimos bancários. Importante Em geral, o orçamento de caixa pode ser elaborado para um ano, mas pode ser desenvolvido para qualquer período. O número de perío Administração Financeira – 30 – dos depende da natureza do negócio (da sazonalidade das vendas): quanto mais sazonal, maior o número de intervalos. No quadro a seguir, consta um modelo para o mês 1, que deverá ser esten- dido para a quantidade de meses que a empresa pretender projetar o orçamento: Quadro 3 – Formato geral de orçamento de caixa Orçamentode Caixa Mês 1 Recebimentos (-) pagamentos Fluxo líquido de caixa (+) Saldo inicial de caixa Saldo total de caixa (-) Saldo mínimo de caixa Necessidade de financiamento Saldo de caixa excedente Fonte: Elaborado pela autora, baseado em Gitman, 2010, e Assaf Neto 2009. Assim, o orçamento de caixa deve conter alguns elementos básicos (GIT- MAN, 2006): a. Recebimentos: todos os itens relativos a entradas de caixa num perí- odo financeiro; b. Pagamentos: são os desembolsos do período coberto; c. Fluxo líquido inicial de caixa: resultado da subtração de recebimen- tos e pagamentos; d. Saldo total de caixa: resultado da soma do saldo inicial de caixa e do fluxo líquido do período; e. Saldo mínimo de caixa: previsão para cobertura das despesas/custos fixos; f. Necessidade de financiamento: saldo final de caixa, menor do que o saldo mínimo de caixa e; saldo de caixa excedente, que é o saldo final de caixa, maior do que o saldo mínimo de caixa. – 31 – Administração do fluxo de caixa O formato de orçamento de caixa apresentado é uma das possibilidades, mas cada empresa pode estudar a especificidade de seus lançamentos e adap- tar o modelo. Ainda, para manter a saúde financeira da empresa, manter a liqui- dez, é importante realizar a previsão de um saldo mínimo de caixa, para ter segurança, cobrindo as suas necessidades de pagamentos imprevistos (não programados). Importante Assaf Neto (2009, p. 538) diz que o caixa mínimo deve também financiar a “(...) falta de sincronização entre as entradas e saídas de fundos”, isso significa que a empresa precisa estar preparada com recursos financeiros disponíveis para realizar os pagamentos, nos momentos em que não entrar receita no caixa. O saldo de caixa mínimo pode ser mantido em dinheiro ou aplica- ções financeiras, desde que essas aplicações possam ser resgatadas a qualquer momento, sem custo para a organização. Esse valor varia de empresa para empresa, mas uma forma de estabelecer pode ser via valores históricos para calcular o saldo mais apropriado de caixa. Assaf Neto (2009) exemplifica dizendo que muitas empresas costumam manter em caixa 10 dias de seus desembolsos fixos mensais, e utilizam essa base de valores para determinar o saldo mínimo de caixa. Outras costumam manter em caixa o valor dos custos fixos para três meses. De modo geral, vimos que o fluxo de caixa é uma ferramenta gerencial que permite o planejamento e o controle financeiro, na sequência, vamos estudar os seus tipos. 2.2 Tipos de fluxo de caixa O fluxo de caixa apresenta o comportamento de uma operação finan- ceira, tais como empréstimos e financiamentos, e é caracterizado pela sequ- ência de entradas (recebimentos, receitas, ingressos) e saídas (pagamentos, gastos, desembolsos) ao longo do tempo. Administração Financeira – 32 – 2.2.1 Tipo de fluxo de caixa aplicado à gestão pública No setor público, o modelo de fluxo de caixa é definido na Norma Bra- sileira de Contabilidade do Setor Público NBCSP 16.6, pela qual podemos elaborar a demonstração de fluxo de caixa, a DFC. No quadro a seguir, temos a DFC com os fluxos das atividades de ope- rações, investimento e financiamento. Quadro 4: Modelo de DFC de operações, investimentos e financiamentos Órgão Público DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA EXERCÍCIO: MÊS EMISSÃO EXERCÍCIO ATUAL EXERCÍCIO ANTERIOR FLUXO DE CAIXA DAS OPERAÇÕES INGRESSOS (REC. ORIG, DERIVADAS, TRANSF.) DESEMBOLSOS (PES- SOAL, JUROS, TRANSF.) FLUXO DE CAIXA DO INVESTIMENTO INGRESSOS (ALIEN. BENS, AMORT. EMPRÉS., ETC.) DESEMBOLSOS (CONCESSÃO DE EMPRE., AQUISISÃO DE ATIVO NÃO CIRC., ETC.) FLUXO DE CAIXA DO FINANCIAMENTO INGRESSOS (OP. DE CRÉDITO) DESEMBOLSOS (AMORT. DE DÍDIVAS) GERAÇÃO LÍQUIDA DE CAIXA E EQUIVALENTE CAIXA E EQUIVA- LENTE INICIAL – 33 – Administração do fluxo de caixa Órgão Público DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA EXERCÍCIO: MÊS EMISSÃO EXERCÍCIO ATUAL EXERCÍCIO ANTERIOR CAIXA E EQUIVA- LENTE FINAL Fonte: Elaborado pela autora, com base na NBCSP 16.6, 2008. Pelo quadro referido acima, temos um modelo consolidado, que apresenta o resumo dos três elementos que geram fluxos de recursos na gestão pública: caixa de operações, caixa de investimentos e caixa de financiamento. 2 No item fluxo de caixa das operações, os ingressos registram os valores totais das operações relacionadas às receitas originárias e derivadas e às transferências, ou seja, é o registro das entradas. Os desembolsos registram as saídas totais de caixa, relacionadas com as despesas de pessoal, juros da dívida pública e de transferências governamentais. 2 No item fluxo de caixa do investimento, os ingressos eviden- ciam os valores totais relacionadas às receitas oriundas da alie- nação (venda) de bens e do recebimento de valores emprestados a outros órgãos e entes da federação. Os desembolsos registram as saídas totais de caixa, referentes às despesas de concessão de empréstimos, aquisição de bens de capital (veículos, computado- res, etc.). 2 No item fluxo de caixa do financiamento, os ingressos demons- tram os valores totais das receitas oriundas das operações de cré- dito (venda de título público, empréstimos e financiamentos). Os desembolsos registram as saídas totais de caixa, relacionadas com as despesas de amortização de dívidas. Assim, na gestão pública, a DFC com valores consolidados é o modelo de fluxo de caixa estabelecido em lei. Na sequência, veremos os tipos aplica- dos na gestão empresarial. Administração Financeira – 34 – 2.2.2 Tipos de fluxo de caixa aplicado à gestão empresarial Nas empresas, podemos trabalhar com diversas classificações de fluxo de caixa, vai depender da especificidade da entrada e da saída dos recursos do caixa. Basicamente, o quadro 5 resume a classificação do fluxo de caixa: Quadro 5: Classificação do fluxo de caixa Item de classificação Classificação Período de Ocorrência Postecipados Antecipados Diferidos Periodicidade Não periódicos Periódicos Duração Limitados (finitos) Indeterminados (indefinidos) Valores Constantes Variáveis Fonte: Elaborada pela autora, baseado em Assaf Neto, 2009. Utilizando a classificação do quadro 5, vamos conhecer um pouco mais do modelo que é utilizado na gestão empresarial: fluxos de caixa postecipa- dos, limitados, constantes e periódicos. a. Postecipados: quando os fluxos das prestações de recebimentos ou pagamentos têm início ao final do primeiro período contratado, sendo as demais prestações em intervalos sequenciais; b. Limitados: quando o número de prestações de recebimentos ou pagamentos é finito e conhecido antecipadamente; c. Constantes: quando os valores das prestações são iguais; d. Periódicos: quando o tempo que decorre entre os fluxos (pagamen- tos ou recebimentos) é o mesmo. – 35 – Administração do fluxo de caixa Saiba mais As prestações referenciadas nesse modelo são representadas no fluxo de caixa pela sigla PMT (do inglês Payment), ou seja, a parcela de recebimento ou pagamento que será registrada a cada período. Na figura a seguir, vamos conhecer a representação gráfica de um modelo de fluxo de caixa uniforme, um modelo padrão: Figura 2 – Fluxo de caixa uniforme Fonte: Elaborado pela autora, com base em Assaf Neto, 2009. Quando o PMT ocorre no período n = 1, temos o fluxo de caixa poste- cipado. Observe que existe periodicidade constante entre as datas das presta- ções, prazo fixo preestabelecido (n) e os valores do PMT são iguais. Conhecido o modelo de fluxo de caixa uniforme, vamos às representa- ções dos fluxos de caixa para: 1. Cálculo do Valor Futuro: Encontraro valor futuro de um fluxo de caixa, significa determinar o montante acumulado ao final de n períodos, a partir da capitalização das n prestações de uma série uniforme, que contenha o mesmo valor de PMT, sob uma determi- nada taxa de juros composta e periódica. A taxa de juros também é conhecida por taxa mínima de atratividade. Glossário Taxa mínima de atratividade, também conhecida como custo de capi- tal ou custo de oportunidade, simboliza o retorno mínimo que deve ser gerado pelo projeto, empreendimento ou operação para que não se altere o valor aplicado pelos investidores (GITMAN, 2010). Administração Financeira – 36 – A fórmula para o cálculo do valor futuro é: 2. Cálculo do Valor Presente (PV): Encontrar o valor presente de um fluxo de caixa significa determinar o valor do capital aplicado inicialmente, a partir do desconto das n prestações de uma série uni- forme, que contenha o mesmo valor de PMT, sob uma determinada taxa de juros composta e periódica. A fórmula para o cálculo do valor presente de um fluxo de caixa uniforme é derivada da seguinte forma: Parte-se da fórmula do Cálculo do Valor Futuro: Sabemos que FV = PV (1 + i)n Assim, substituindo o valor de FV em (1) temos: E, dessa forma, rearranjando matematicamente, temos: 3. Cálculo do Valor da Parcela (PMT): Podemos encontrar o PMT a partir dos dados FV, PV, taxa de juros e respectivos períodos. 2 Para calcular o PMT a partir do FV, obtemos a fórmula com a relação inversa: 2 Para calcular o PMT a partir do PV, obtemos a fórmula com a relação inversa: – 37 – Administração do fluxo de caixa 2 Para fixar o conteúdo, vamos usar um exemplo de cálculo da PMT: Determine o valor da PMT correspondente ao de dois depósitos anuais capazes de produzir o FV de R$ 8.500,00, a uma taxa de 8% ao ano. Solução: FV = R$ 8.500,00 i = 8% a.a. = 8/100 = 0,08 n = 2 PMT = ? Assim, um modelo uniforme padrão de fluxo de caixa deverá ser carac- terizado por fluxos postecipados, limitados, constantes e periódicos, sendo conhecida a taxa de juros, podemos calcular o Valor Presente, o Valor Futuro e as prestações que o compõem. O dinheiro perde valor ao longo do tempo e, por isso, um elemento que deve ser considerado, independente do modelo de fluxo de caixa, é a inflação, que pode ser cogitada como um indicador de risco nas decisões de investi- mento a longo prazo. Administração Financeira – 38 – Importante A inflação é caracterizada pelo aumento generalizado dos preços. Acompanhe os índices da inflação por meio do site do Banco Cen- tral do Brasil: <http://www.bcb.gov.br/?RI>. Em função da dificuldade de prever com precisão a inflação futura para o desconto dos fluxos de caixa, as empresas, muitas vezes, utilizam apenas a taxa mínima de atratividade para descontar os fluxos de caixa para o valor presente. Mas, segundo Assaf Neto (2009), na avaliação de projetos de investimentos de longo prazo, a organização pode realizar a conversão com a aplicação de uma taxa mínima de atratividade, porém, antes, é fundamental ajustar o fluxo de caixa pelo devido desconto da inflação, que possibilitará à empresa traba- lhar com dados mais reais dos valores que irão compor o seu fluxo de caixa. Para o desconto da inflação dos fluxos de caixa, utilize: , onde, it: taxa de inflação. Exemplo: seja o fluxo de caixa da empresa R$ 250.000,00 e a taxa de inflação de 5% ao ano, então o valor real desse fluxo de caixa é de: Solução: Ou seja, o poder de compra do fluxo de caixa R$ 250.000,00, após o desconto da inflação, é de R$ 238.095,24. Assim, vimos os principais tipos de fluxos de caixa que auxiliam na siste- matização dos recursos financeiros e, na sequencia, estudaremos os fluxos de caixa relevantes na gestão pública e na gestão empresarial. 2.3 Fluxos de caixa relevantes Para elaborar os orçamentos e as demonstrações de fluxo de caixa, é necessário compreender quais são os relevantes, tanto na gestão pública, quanto na gestão empresarial. – 39 – Administração do fluxo de caixa 2.3.1 Fluxos de caixa relevantes à gestão pública Para elaborar o fluxo de caixa consolidado, conforme exposto no quadro 4 da subseção 2.2.1, é necessário primeiro preparar cada um desses fluxos de forma detalhada. Por isso, vamos conferir, nos quadros 6 e 7, quais são os relevantes. No quadro a seguir, temos em (1) o modelo de registro das entradas (receitas) relacionadas às operações de custeio do setor público e, em (2), temos modelo o registro das despesas relacionadas ao custeio. Quadro 6: Modelo de DFC para o registro das entradas e saídas referentes as operações do setor público Fonte: Elaborado pela autora, com base na NBCSP 16.6, 2008. Administração Financeira – 40 – Pelo quadro demonstrado acima, temos no modelo (1) de DFC as entra- das (ingressos) relacionadas às receitas derivadas do poder de tributar do Estado, tais como as tributárias e as originárias das operações do setor público ( receitas patrimoniais, dentre outras). No modelo (2) de DFC, temos as saídas (desem- bolsos) referentes às despesas de gastos com pessoal e as decorrentes em função de governo (educação, saúde, etc.), os juros e encargos da dívida pública e, ainda, as transferências de recursos que são enviados a outros entes da federação. No quadro 7 temos dois modelos, em (3) temos a forma para registros do fluxo de investimentos e, em (4), o estilo para o fluxo de financiamento do setor público. Quadro 7: Modelo de DFC para o fluxo de investimentos e financiamentos Fonte: Elaborado pela autora, com base na NBCSP 16.6, 2008. Na DFC (3) dos investimentos, os elementos de entradas (ingressos) são relacionados à alienação de bens, por exemplo, à venda de um patrimô- nio público e à amortização de empréstimos e financiamentos, que ocorre quando outros entes pagam determinadas dívidas adquirias anteriormente. São elementos de saídas (desembolso): a aquisição de bens de capital, como – 41 – Administração do fluxo de caixa por exemplo, a aquisição de veículos, e os empréstimos e financiamentos a outros entes federativos ou demais órgãos públicos. Na DFC (4) dos financiamentos, as entradas (ingressos) são as operações de crédito, que podem ser a emissão de títulos públicos, os empréstimos e financiamentos realizados junto à instituições financeiras e órgãos de fomento. Nos elementos de saídas (desembolsos), então, temos a amortização das dívidas. Assim, vimos que os fluxos de caixa relacionados aos registros das opera- ções, aos investimentos e financiamentos são essenciais no setor público. Na sequência, veremos os fluxos de caixa que são relevantes na gestão empresarial. 2.3.2 Fluxos de caixa relevantes à gestão empresarial Importante Para realizar análises financeiras é muito importante conhecer o fluxo de entrada e da saída do dinheiro no caixa da empresa, ou seja, conhecer os fluxos de caixa que são mais relevantes para a organização. Em se tratando de fluxos de caixa, temos as seguintes categorias: fluxos iniciais de caixa, representados por saídas de caixa; fluxos de caixa operacio- nais, gerados pelo projeto durante seu funcionamento, costumam ser fluxos positivos; e fluxos de caixa terminais (ou residuais), que resultam da liquida- ção do projeto e são comumente positivos (GITMAN, 2010):. A categoria dos fluxos de caixa relevantes pode ser observada no quadro a seguir: Quadro 8: Categoria dos fluxos de caixa relevantes Categorias de fluxos de caixa Definições Fluxos iniciais de caixa (investimento inicial) São fluxos de caixa inicialmente resultantes do projeto. Geralmente são representados por saídas de caixa. Fluxos de caixa operacionais São gerados pelo projeto durante seu funciona- mento. Esses fluxos costumam ser positivos. Administração Financeira– 42 – Categorias de fluxos de caixa Definições Fluxos de caixa termi- nais (ou residuais) Resultam da liquidação do pro- jeto. São comumente positivos. Fonte: Elaborado pela autora, baseado em Gitman, 2010. O fluxo inicial de caixa, também denominado valor do investimento inicial, é a quantia de dinheiro que será desembolsada inicialmente pela empresa em um novo empreendimento, projeto ou operação. No quadro a seguir, temos o exemplo de um cálculo para determinação de um fluxo inicial de caixa, aplicado a aquisição de uma máquina para a empresa. Quadro 9: Fluxo inicial de caixa Custo instalado da máquina proposta R$ 85.000,00 Custo da máquina proposta R$ 70.000,00 Custo de instalação R$ 15.000,00 Custo total instalado – proposto e depreciável (A) R$ 85.000,00 (-) Recebimentos depois do Imposto de Renda com a venda da máquina atual R$ 11.880,00 Recebimentos com a venda da máquina atual R$ 19.800,00 Imposto sobre a venda da máquina atual R$ 7.920,00 Recebimentos totais depois do imposto – atual (B) R$ 11.880,00 (+/-)Variação do capital de giro líquido (C) R$ 4.500,00 Investimento inicial (Ii) R$ 77.620,00 Fonte: Elaborado pela autora, baseado em Gitman, 2006. Perceba que o investimento inicial da aquisição da máquina poderia atin- gir R$ 85.000,00, mas após a apuração dos valores, ficou em R$ 77.620,00, o que representa o fluxo inicial de caixa para esse empreendimento. No tocante aos fluxos de caixa operacionais, consideram as atividades operacionais da empresa, com exceção dos custos com depreciação e amor- – 43 – Administração do fluxo de caixa tização. No quadro a seguir, podemos observar o padrão de cálculo para este modelo: Quadro 10: Padrão de cálculo de fluxo de caixa operacional Lucro operacional bruto (antes do IR): R$ 169.000,00 (-) IR 25.350,00 (=) Lucro operacional líquido do IR 143.650,00 (+) Depreciação 25.000,00 (=) Fluxo de caixa operacional 118.650,00 Fonte: Elaborado pela autora, baseado em Assaf Neto, 2009. Observem que o resultado operacional é apurado antes dos encargos financeiros (ASSAF NETO, 2009). Importante A finalidade da análise financeira consiste em avaliar o fluxo de caixa gerado pelo investimento realizado. O fluxo de caixa de um projeto é a projeção da geração líquida de caixa, ou seja, a projeção de lucro líquido, como bem alerta Hoji (2014), que nestes valores devem ser excluídos os itens que não afetam o caixa, depreciação e amortização de empréstimos. O acompanhamento das entradas operacionais de caixa e os fluxos gera- dos durante o processo de atividades são mais um ferramenta para que a empresa ou projeto consiga realizar análises que permitam maximizar o inves- timento de seus recursos financeiros. No caso dos fluxos de caixa terminais (residuais), temos que, se ao tér- mino do empreendimento, projeto ou operação, a vida útil do bem ou direito não estiver esgotada, deverá ser estabelecido um valor residual, que fará parte do fluxo de caixa final do projeto (ASSAF NETO, 2009; GITMAN, 2010). Os fluxos de caixa terminais (residuais) são calculados após o imposto de renda, excluindo as entradas operacionais, que ocorrem no último ano do projeto. Observe a figura a seguir: Administração Financeira – 44 – Figura 3 – Exemplo de fluxo de caixa terminal Fonte: Gitman, 2010. No fluxo de caixa apresentado, podemos identificar o investimento ini- cial no ano 0 (zero), diversos fluxos de caixa nos anos de 1 a 4, e ao final, no ano 5, temos o balanço do projeto, considerando o fluxo normal do ano mais o fluxo de caixa da liquidação do projeto, que pode ser oriundo, por exemplo, da venda dos equipamentos e materiais permanentes. Dessa forma, o acompanhamento dos fluxos de caixa relevantes, iniciais, operacionais e terminais (residuais), é uma ferramenta fundamental para que a empresa realize análises que permitam maximizar o investimento de seus recursos financeiros. Resumindo A importância de conhecer as características dos fluxos de caixa está no fato de que estes constituem ferramentas gerenciais, de fundamental impor- tância ao administrador financeiro nas atividades de planejamento e de con- trole, tanto das empresas como do setor público. Este capítulo abordou brevemente os conceitos relacionados aos tipos de fluxos de caixa, bem como os fluxos de caixa relevantes, que podem orientar o processo de planejamento e controle financeiro das empresas e do setor público. Porém, é importante ressaltar ao estudante de administração financeira que sempre é necessário ampliar os estudos para obter um melhor desempenho no mercado de trabalho. 3 Mercado Financeiro Brasileiro Neste capítulo, você aprenderá sobre o mercado financeiro brasileiro e as instituições que o compõem. Esse conhecimento pode ser aplicado tanto para o setor público, que capta poupança no mercado, quanto ao setor empresarial, que capta recursos para investimentos, quanto às famílias que aplicam seus recursos com a finalidade de obter rendimentos futuros. Serão apresentadas as instituições que compõem o sistema financeiro nacional e as características do mercado financeiro. Como complemento, vamos entender o que são os ativos financeiros e as principais instituições que realizam a intermediação entre poupado- res e investidores. Para finalizar, abordaremos a bolsa de valores, que facilita a comercialização desses ativos no mercado. Administração Financeira – 46 – Objetivo de Aprendizagem: 2 Conhecer o mercado financeiro brasileiro e as instituições que o compõem; 2 Entender como este conhecimento pode ser aplicado tanto no setor público quanto no empresarial e no familiar; 2 Aprender quais as instituições que compõem o sistema financeiro nacional; 2 Saber quais as características do mercado financeiro; 2 Compreender o que são ativos financeiros e quais instituições inter- mediam a relação entre poupadores e investidores; 2 Descobrir como é o funcionamento da bolsa de valores. 3.1 Sistema financeiro nacional Antes de conhecer a composição do sistema financeiro nacional, é importante compreender o conceito de ativos financeiros e dos principais ativos financeiros administrados nesse sistema. Podemos considerar como ativo financeiro tanto o dinheiro em espécie quanto os títulos que representam posse sobre algum direito: ações, caderneta de poupança, debêntures etc. Nesse sentido, um investidor que compra uma debênture vai adquirir o direito de retirar o montante numa data futura, de acordo com os rendimentos referentes ao período de aplicação, conforme contrato junto à empresa que emitiu o título de debênture. De acordo com Assaf Neto (2009), os ativos podem ser divididos em renda fixa e renda variável: 2 Renda fixa: é a qualidade dos ativos cujos rendimentos são conhe- cidos previamente, podendo ser: a. prefixados, com os juros totais conhecidos desde o início da operação, independente de variações econômicas; b. pós-fixados, quando somente uma parcela dos juros é fixa (taxa real de juros), sendo a outra parte definida com base num inde- xador de preços expresso em contrato. – 47 – Mercado Financeiro Brasileiro Importante Empresas privadas precisam seguir uma série de Normas Regulamen- tadoras (NR) que estão dispostas no livro “Segurança e Medicina São exemplos de renda fixa os Certificados de Depósitos Bancários (CDB), as debêntures, a poupança, os fundos de investimentos em renda fixa, as letras de câmbio e as letras hipotecárias. 2 Renda variável: é a qualidade dos ativos cujo rendimento é defi- nido com base no desempenho da instituição que o emite. Assaf Neto (2009) cita o exemplo das ações, classificadas como valor de renda variável, tendo em vista que seus rendimentos variam de acordo com os lucros apresentados pela empresa emissora.Outros exemplos de renda variável são os fundos de ações, as commodities e os derivativos. As ações são valores representativos de uma fração do capital social de uma sociedade, negociáveis no mercado, e significam a parti- cipação dos acionistas no capital social (ASSAF NETO, 2009). Cabe ressaltar que existem riscos relacionados à posse desses ativos. Os principais são oriundos de inadimplência por parte de quem emite o papel relativo ao ativo. Mas outros riscos podem se originar nas seguintes situações: no caso dos títulos prefixados, há o risco relacionado à variação da inflação, uma vez que os rendimentos não acompanham as variações nos preços; no caso dos pós-fixados, há o risco em função da variação das taxas de juros de mercado, caso o indexador de preços não contemple efetivamente a taxa de inflação da economia (GITMAN, 2010). Ainda, no período da aplicação, caso ocorra um aumento na taxa Selic, que é a taxa básica de juros da economia, essa elevação não será repassada para os ganhos de renda fixa, porque a taxa de rendimento já está contratada previamente. Minimiza-se esse risco encurtando o prazo de repactuação com o emitente para atualizar a taxa de juros aplicada ao ativo. Administração Financeira – 48 – Cabe destacar que, ao longo do tempo, os ativos financeiros evoluíram e se ampliaram e, por isso, foi necessário constituir um Sistema Financeiro Nacional (SFN). O SFN tem três grandes divisões: órgãos normativos, órgãos superviso- res e órgãos operadores. Vamos entender, a partir do Bacen (2015), como se caracteriza cada um desses órgãos: 2 Órgãos normativos: delimitam as regras gerais de funcionamento do SFN. São eles: Conselho Monetário Nacional (CMN), Conse- lho Nacional de Seguros Privados (CNSP), e Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC). 2 Entidades supervisoras: supervisionam os cidadãos e os integran- tes do sistema financeiro para que as regras definidas pelos órgãos normativos sejam seguidas. São elas: o Banco Central do Brasil (Bacen), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Superinten- dência de Seguros Privados (Susep) e a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc). 2 Órgãos operadores: são as instituições que realizam as intermedia- ções financeiras diretamente com o público. Dentre elas temos: ban- cos e caixas econômicas, cooperativas de créditos, administradoras de consórcio, bolsa de valores, demais instituições não bancárias, segu- radoras, fundos de pensão e entidades abertas de previdência. Sobre os órgãos normativos e supervisores, observe a figura a seguir: Figura 1: Órgãos normativos e supervisores do sistema financeiro nacional Fonte: Elaborado pela autora, com base em Hoji, 2009 e Bacen, 2015. – 49 – Mercado Financeiro Brasileiro De acordo com a figura anteriormente apresentada, temos CMN com a missão normativa básica de definir as diretrizes de funcionamento do sistema financeiro nacional e formular toda a política de moeda e crédito da economia, visando atender aos interesses econômicos e sociais (HOJI, 2009). Ainda como órgão normativo, temos o CNSP, que dentre as atribuições está a fixação das diretrizes e das normas que regem a política de seguros privados. E o CNPC, que é o órgão normativo que regula o regime de previdência complementar. Vinculam-se ao CMN as entidades supervisoras: Banco Central do Brasil (Bacen) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Ao CNSP vincula-se a Superintendência de Seguros Privados (Susep) e, ao CNPC, a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) (HOJI, 2009; BACEN, 2015). Apresentamos, no quadro a seguir, a atuação de cada uma dessas instituições. Quadro 1: Entidades supervisoras e respectiva atuação no Sistema Financeiro Nacional (SFN) Instituição Atuação no SFN Banco Central do Brasil (BACEN) Atua na supervisão e fiscalização do mercado finan- ceiro, na gestão do sistema financeiro e na exe- cução da política monetária do governo. Comissão de Valores Mobiliários (CVM) Atua na supervisão e no controle do fomento do mer- cado de valores mobiliários, abrangendo três importan- tes segmentos financeiros do mercado: as instituições financeiras, as companhias de capital aberto emitentes de títulos e valores imobiliários e os investidores. Superintendência de Seguros Privados (Susep) Atua na normatização, no controle e na fiscali- zação dos mercados de seguro, resseguro, pre- vidência privada aberta e capitalização. Superintendência Nacional de Previdência Com- plementar (PREVIC) Atua na fiscalização das atividades das entidades fecha- das de previdência privada (fundos de pensão). Fonte: Elaborado pela autora, com base em Hoji, 2009. Das entidades supervisoras do quadro apresentado acima, vamos refor- çar o conhecimento sobre o Bacen, por sua importância fundamental e seus Administração Financeira – 50 – reflexos na economia como um todo. O Bacen, além de supervisionar e fisca- lizar o mercado financeiro, também atua na execução da política monetária no nosso País. O Banco Central do Brasil é o responsável pela definição da Taxa Selic, que é referência para todas as outras taxas no mercado e é uma variável estratégica para o sistema financeiro, pois é o preço do dinheiro que circula e define os ativos mais atrativos para investimentos. A taxa Selic tam- bém impacta nos lucros das empresas e consequentemente no valor das ações. Você sabia o Banco Central do Brasil é o responsável pela política monetária no nosso País. Quer saber mais sobre essa característica do Bacen? Acesse: http://www.bcb.gov.br/?LAICOMPETENCIAS. No mercado, existem os agentes que geram poupança e os que captam poupança para investimentos e, para a intermediação entre esses agentes, exis- tem instituições financeiras específicas, que dentro do SFN são denominados órgãos operadores. Assaf Neto (2009) destaca dois tipos de órgãos operado- res: bancos comerciais/múltiplos e bancos de investimentos. Os bancos comerciais/múltiplos caracterizam-se por realizar operações financeiras de concessões de créditos, por meio de descontos de títulos, cré- dito rural, cheques especiais, crédito pessoal, empréstimos para giro, entre outras. Exemplos: Bradesco e HSBC. O banco múltiplo caracteriza-se por uma atuação mais abrangente que um banco comercial, atuando em crédito imobiliário, crédito direto ao consumidor e operações de financiamento de longo prazo. Exemplos: Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil. Os bancos de investimentos, ao contrário dos bancos comerciais, atuam mais a longo prazo, oferecendo intermediação financeira às empresas no levan- tamento de recursos para suprir suas necessidades de capital fixo e de giro e em operações de maior escala, como repasses de recursos oficiais, captações no exte- rior para repasses internos, financiamentos de bens de produção, intermediação na colocação de títulos de dívidas emitidos por empresas, entre outras. São exemplos: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e os Bancos Regionais de Desenvolvimento (BRDEs) (HOJI, 2009). – 51 – Mercado Financeiro Brasileiro É interessante mencionar que pequenas e médias empresas, muitas vezes, utilizam as cooperativas de crédito, onde os associados podem ter conta cor- rente, aplicações financeiras, cartão de crédito, empréstimos e financiamen- tos. O Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop) garante os depósitos e os créditos, caso a cooperativa sofra alguma intervenção ou liquidação extrajudicial dessas instituições (BACEN, 2015). Podemos destacar, ainda, as sociedades de arrendamento mercantil, que realizam operações de leasing; as financeiras, voltadas ao crédito direto ao consumidor (CDC) e as associações de poupança e empréstimos (APEs), que realizam financiamento imobiliário. Essasorganizações integram o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) (HOJI, 2009). Assim, com o apoio de uma série de instituições financeiras, o dinheiro pode fluir entre poupadores e investidores, e fomentar a economia do País. Agora que você conheceu as instituições financeiras, vamos estudar, na sequ- ência, a composição do mercado financeiro. 3.2 Mercado financeiro O mercado financeiro é o locus que propicia a circulação de ativos finan- ceiros. Gitman (2003, p.6) afirma que “os mercados financeiros representam fóruns que facilitam o fluxo de recursos entre investidores, empresa e unida- des e agência de governo”. O mercado financeiro é composto por quatro mercados: monetário, de crédito, de capitais e de câmbio. O mercado monetário executa a política monetária do Governo Fede- ral, por meio do Banco Central, com a compra e venda de títulos da dívida pública emitidos pelo Tesouro Nacional, tais como: Letras do Tesouro Nacio- nal (LTN), Letras Financeiras do Tesouro (LFT) e Notas do Tesouro Nacio- nal (NTN) (HOJI, 2009). Podemos acrescentar nesse mercado a negociação dos títulos emitidos pelas instituições privadas, tais como: Certificado de Depósitos Interbancários (CDI), Certificados de Depósito Bancário (CDB) e debêntures. Importante destacar que esse mercado opera no curto e no cur- tíssimo prazo (HOJI, 2009). Administração Financeira – 52 – 2 O mercado de crédito supre necessidades de caixa de curto e médio prazos das pessoas físicas e jurídicas. O crédito de capital de giro e os financiamentos de bens e serviços são concedidos por bancos comerciais e múltiplos, bancos de investimento e sociedades de cré- dito, de financiamento e de investimento. As operações de crédito mais comuns nesse mercado são: empréstimos para capital de giro, descontos de títulos, conta garantida, adiantamento sobre contrato de câmbio (ACC), financiamento de importação e de serviços e bens de consumo duráveis (HOJI, 2009). 2 O mercado de capitais financia as atividades produtivas e o capi- tal de giro das empresas, por meio de instrumentos de financia- mento como ações e títulos de crédito (debêntures e comercial papers), que são negociados no mercado primário e no secundá- rio. No mercado de capitais, o crédito é concedido aos emissores diretamente pelos investidores, que adquirem as ações e os títulos de crédito. Há também uma modalidade de financiamento bas- tante comum para empresas brasileiras, que é o arrendamento mercantil, mais conhecido como leasing financeiro, que são ope- rações praticadas pelas sociedades de arrendamento mercantil (HOJI, 2009). 2 O mercado de câmbio negocia as moedas internacionais conver- síveis pelas instituições credenciadas pelo Banco Central. Entre as moedas, podemos destacar: o dólar dos Estados Unidos, o iene do Japão, o euro da União Europeia, a libra esterlina da Grã-Bre- tanha e o franco da Suíça. Como exemplo de trasação, temos as empresas exportadoras que comercializam no mercado externo e precisam converter em moeda nacional a moeda estrangeira rece- bida, vendendo-a para uma instituição autorizada a negociá-la (HOJI, 2009). Dessa forma, o mercado financeiro, por meio de mercados espe- cíficos, viabiliza as necessidades de transações financeiras das empresas, do setor público, das famílias, das próprias instituições financeiras, enfim dos poupadores e investidores em geral. Nesse momento, você deve estar se perguntando: mas qual o papel da Bolsa de Valores em relação ao mercado financeiro? – 53 – Mercado Financeiro Brasileiro A principal razão para a sua existência é a capacidade de propor- cionar liquidez aos títulos financeiros, reduzindo o tempo de realização das negociações e compatibilizando os preços, de acordo com a oferta e a demanda. Importante as bolsas de valores são entidades jurídicas, com responsabilidades e funções de interesse público. No Brasil, temos a Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&FBovespa), que oferece facilidades para a realização dos negócios e o controle das operações, permitindo a livre formação dos preços, conferindo garantias às operações realiza- das e oferecendo mecanismos de custódia e liquidação de negócios. As operações na BM&FBovespa demandam a intermediação de uma sociedade corretora, que consiste em instituições habilitadas para operar em seus pregões por conta própria, mas de acordo com as determinações de seus clientes. Assaf Neto (2009) destaca que os pregões das bolsas de valores podem ser físicos, quando as negociações são realizadas nas próprias dependências da bolsa; ou eletrônicos, quando são realizadas por via eletrônica – modalidade que ganha cada vez mais espaço no mercado financeiro. Saiba mais Você tem interesse em acompanhar e se atualizar sobre o mercado financeiro? Acesse os sites: Revista Exame http://exame.abril.com. br/topicos/mercado-financeiro e o da BM&FBovespa http://www. bmfbovespa.com.br/home.aspx?idioma=pt-br. Desse modo, a BMF&Bovespa é uma instituição que auxilia no pro- cesso de intermediação das operações no mercado financeiro. Finalmente, é importante considerar que para os profissionais da área da administração, o mercado financeiro é uma ótima oportunidade de car- reira. Observe o quadro a seguir: Administração Financeira – 54 – Quadro 2: Oportunidade de carreira para os administradores Carreira Oportunidade de carreira Serviços bancários e instituições relacionadas Os gerentes responsáveis por emprétimos avaliam e fazem recomen- dações sobre vários tipos de empréstimos. Os gerentes de bancos comerciais dirigem agências bancárias e supervisionam os progra- mas oferecidos pelo banco. Os agentes fiduciários administram os fundos fiduciários para Estados, fundações e empresas comerciais. Planejamento financeiro pessoal Os planjadores financeiros aconselham os indivíduos sobre todos os aspectos de suas financas pessoais e os ajudam a desenvolver planos financeiros abrangentes para atingir os seus objetivos. Imóveis Os corretores imobilíarios negociam a venda ou aluguel de pro- priedades residenciais e comerciais. Os avaliadores estimam os valores de mercado de todos os tipos de propriedade. Os empres- tadores imobiliários analisam e tomam decisões com respeito a solicitações de emprétimo. Os bancos hipotecários encontram e arranjam financiamento para projetos imobiliários. Os gerentes de propriedade lidam com as operações do dia-a-dia de proprie- dades a fim de atingir retorno máximos para seus proprietários. Seguro Os agentes de seguro vendem apólices de seguro para atender às necessidades de clientes e os auxiliam no pro- cessamento e no acordo de indenizações. Os subscris- tores avaliam e selecionam os riscos que sua empresa vai segurar e estabelecem premios associados. Investimentos Os corretores de valores, ou executivos de contas, auxiliam os clientes na escolha, compra e venda de títulos. Os analistas de títulos estudam ações e títu os e aconselham as corretoras de valores e seguradoras com relação a eles. Os gerentes de car- teira monta, e gerenciam carteiras de títulos para empresas e indivíduos. Os bancos de invesimento oferecem conselhos a emissores de títulos e agem como intermediários entre emisso- res e compradores de ações e títuloos emitidos recentemente. Fonte: Gitman, 2003. – 55 – Mercado Financeiro Brasileiro Conforme o quadro anteriormente apresentado, temos que o adminis- trador pode seguir carreira no mercado financeiro como gerente de institui- ções financeiras, planejador financeiro e corretor, bem como orientador de finanças pessoais, corretor de seguros, dentre outras oportunidades. Assim, os mercados financeiros se apresentam como facilitadores ao fluxo de recursos entre os agentes poupadores e investidores e, também, como oportunidade de atuação profissional
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