Buscar

LIVRO ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 176 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 176 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 176 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Curitiba
2016
Ivoneti da Silva Ramos
Administracao 
Financeira
~
Ficha Catalográfica elaborada pela Fael. Bibliotecária – Cassiana Souza CRB9/1501
R175a Ramos, Ivoneti da Silva 
Administração financeira / Ivoneti da Silva Ramos. – Curitiba: 
Fael, 2016.
175 p.: il.
ISBN 978-85-60531-33-2
1. Administração financeira 2. Orçamento 3. Análise de 
invetientos I. Título
 CDD 658.15
Direitos desta edição reservados à Fael.
É proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem autorização expressa da Fael.
FAEL
Direção de Produção Fernando Santos de Moraes Sarmento
Coordenação Editorial Raquel Andrade Lorenz
Revisão FabriCO
Projeto Gráfico Sandro Niemicz
Capa Vitor Bernardo Backes Lopes
Imagem capa Shutterstock.com/Brian A Jackson/sukiyaki
Diagramação FabriCO
Revisão de Diagramação Katia Cristina Santos Mendes
Arte-Final Evelyn Caroline dos Santos Betim
Sumário
 
Carta ao Aluno | 5
1. Introdução à Administração Financeira | 7
2. Administração do fluxo de caixa | 25
3. Mercado Financeiro Brasileiro | 45
4. Orçamento Público | 57
5. Orçamento privado | 79
6. Execução Financeira e Orçamentária Pública | 97
7. Degradação: conceito e vetores | 107
8. Planejamento e controle financeiro | 1119
9. Decisão de financiamentos | 129
10. Análise e decisão de investimentos | 149
 Conclusão | 169
 Referências | 171
Carta ao Aluno
Prezado aluno,
Os profissionais que atuam na área financeira pública e na 
financeira empresarial enfrentam desafios para viabilizar as suas ati-
vidades, tais como as restrições de recursos para subsidiar os investi-
mentos privados e a instabilidade econômica, que acarretam impre-
visibilidade na arrecadação de recursos públicos.
Para atuar de forma eficiente e com a excelência necessária para 
superar esse contexto, o administrador financeiro precisa ter conhe-
cimento teórico-prático. Nesse sentido, a disciplina de Administra-
ção Financeira fornece ao estudante conceitos básicos necessários 
à compreensão do papel desta área na gestão pública e na gestão 
empresarial, bem como exemplos práticos de como aplicar os con-
teúdos no dia a dia. 
Administração Financeira
– 6 –
Os gestores da área pública e da empresarial precisam compreender e 
aplicar os conceitos de administração financeira relacionados às funções de 
planejamento e controle financeiros. Na área empresarial, essas funções per-
mitem aos gestores tomarem decisões de investimentos e financiamentos. Na 
área pública, elas embasam as ações dos gestores na prestação de serviços com 
qualidade ao cidadão.
Os gestores, tanto da área pública quanto da área empresarial, necessi-
tam apresentar relatórios de desempenho e. para isso, torna-se fundamental 
conhecer os principais relatórios e indicadores de análise financeira.
Na área pública, destacam-se os conceitos de receita, despesa e o resultado 
das contas do governo, elementos chaves relacionados ao orçamento público que 
precisam ser compreendidos para possibilitar a gestão dos recursos públicos.
Na área empresarial, destacam-se os conceitos de fluxo de caixa, capital de 
giros, custo de oportunidade e administração de disponibilidades. Complementa-se 
esse conhecimento com o estudo das técnicas de análise de investimentos, 
tendo em vista a necessidade das empresas em realizar gastos de capital.
Nosso objetivo é propiciar a você o desenvolvimento das seguintes 
competências.
 2 Compreender e aplicar, na esfera profissional pública, os conceitos 
de administração financeira, tais como: planejamento financeiro e 
controle financeiro;
 2 Compreender e aplicar, na esfera profissional pública, os conceitos 
de administração financeira, tais como: planejamento de fluxo de 
caixa, administração de disponibilidades e administração de esto-
ques e de contas a receber;
 2 Utilizar os conceitos básicos relacionados ao orçamento público 
para aplicação na administração financeira pública;
 2 Utilizar os conceitos básicos relacionados ao orçamento privado 
para aplicação na administração financeira das empresas;
 2 Compreender a importância da tomada de decisão de financiamen-
tos para rentabilidade da empresa;
 2 Aplicar no dia a dia da empresa as técnicas de análise de investi-
mentos, tendo em vista a necessidade das empresas em realizarem 
gastos de capital.
Caro Aluno,
Neste capítulo, você conhecerá o conteúdo introdutório à admi-
nistração financeira. Serão apresentados conceitos relacionados às 
finanças públicas e empresariais. Nesta perspectiva, você compreen-
derá o papel da administração financeira pública, caracterizado pela 
atividade financeira do Estado e o papel da administração finan-
ceira empresarial, caracterizado pela atividade de planejamento e 
controle financeiro, e pela administração de ativos e passivos da 
empresa. Também serão estudados os principais relatórios de análise 
financeira pública e empresarial. Os conteúdos, inicialmente trata-
dos, constituem um conjunto de ferramentas que podem auxiliar 
o administrador financeiro no alcance das metas estabelecidas pelo 
setor público e pelas empresas.
1
Introdução à 
Administração 
Financeira 
Administração Financeira
– 8 –
Objetivos de aprendizagem:
 2 Compreender o papel da administração financeira na gestão 
pública;
 2 Compreender o papel da administração financeira na gestão empre-
sarial;
 2 Conhecer os principais relatórios de análise financeira e os concei-
tos básicos de finanças.
1.1 O papel da administração 
financeira pública e empresarial
O dinheiro circula nos caixas das empresas e nos cofres do governo, e é 
necessário administrá-lo da melhor forma possível, com vistas ao equilíbrio 
nas contas empresariais e governamentais. Por isso, nessa seção abordaremos 
o papel da administração financeira pública e empresarial. 
1.1.1 O papel da administração financeira pública 
A administração financeira pública envolve a Atividade Financeira e 
Orçamentária do Estado (AFO) e a Contabilidade Pública, que é a ativi-
dade por meio da qual o Estado capta, gere e despende recursos financeiros 
para prover os bens e serviços públicos e realizar políticas públicas. A AFO é 
realizada via execução das receitas e das despesas públicas, que apresentam 
após um balanço final, um resultado.
 
Receita Pública - Despesa Pública = Resultado
 
Quer aprender mais sobre cada um dos elementos? Confira a descri-
ção abaixo: A receita pública pode ser entendida como todo e qualquer 
recolhimento aos cofres públicos que a Administração tem direito de 
arrecadar, por força de lei ou contrato, ou quaisquer outros títulos que lhe 
pertençam ou venham a lhe pertencer (GIAMBIAGI; ALÉM, 2008). São 
– 9 –
Introdução à Administração Financeira 
exemplos de receitas públicas: tributos (impostos e taxas), alienação de bens e 
transferências governamentais.
A despesa pública são todos os gastos, também denominados dispêndios, 
realizados para o custeio do setor público e para viabilizar as políticas públicas 
e os investimentos governamentais (SILVA, 2001). São exemplos de despesas 
públicas: gastos com pessoal, aquisição de veículos e gastos com combustível.
Já o resultado das contas públicas é a diferença entre as receitas e as des-
pesas públicas. Se os valores de receita e despesa forem iguais, temos o resul-
tado equilibrado das contas públicas. Caso o resultado seja negativo, temos um 
déficit público. Caso o resultado seja positivo, temos superávit. O resultado 
(déficit/superávit) pode ser classificado como nominal, operacional e primário. 
O resultado nominal é o resultado da diferença entre o total das receitas 
do governo e o total de suas despesas. O resultado operacional é o resultado 
nominal, excluindo-se deste a atualização monetária da dívida pública. O 
resultado primário é o resultadooperacional, excluindo-se deste as despesas e 
receitas financeiras (GIAMBIAGI; ALÉM, 2008).
Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em 
moeda, ou cujo valor nela se possa exprimir, que não 
constitua sanção por ato ilícito, instituída em lei e cobrada 
mediante atividade administrativa plenamente vincu-
lada (Artigo 3º do Código Tributário Nacional). 
 
Dentre os aspectos da legislação do Direito Financeiro e do Direito Tri-
butário que disciplinam a AFE, destacamos: 
 2 Constituição Federal (1988); 
 2 Lei 4320, de 17 de março de 1964, que dispõe sobre direito financeiro;
 2 Lei Complementar 101, de 04 de maio de 2000, também como 
conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que estabe-
lece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade 
na gestão fiscal; 
Administração Financeira
– 10 –
 2 Código Tributário Nacional (CTN), Lei 5172, de 25 de outubro 
de 1966, que dispõe sobre o sistema tributário nacional.
 Você sabia
O governo, em todas as esferas, federal, estadual e municipal, tem a 
obrigação de tornar transparente as contas públicas para que o cida-
dão acompanhe os resultados? Conheça o portal de transparência da 
União, acesse: http://transparencia.gov.br/. 
 
Com o que foi estudado até o momento, você saberia dizer qual o 
papel da administração financeira pública? Ela é responsável por gerenciar 
as entradas e saídas de recursos do setor público para que as metas traçadas 
pelo governo possam ser alcançadas. Na sequência, conheceremos o papel da 
administração financeira empresarial.
1.1.2 O papel da administração financeira empresarial
A administração financeira empresarial envolve as atividades relaciona-
das à decisão de investimentos e financiamentos, ao planejamento e controle 
financeiro, com vistas a propiciar a valorização da empresa no mercado.
Para todas as empresas, independentemente da natureza de sua atividade 
operacional, podemos destacar duas áreas de decisões financeiras básicas: deci-
são de investimentos, ou seja, como aplicar os recursos financeiros, e decisão de 
financiamento, que se refere à captação de recursos para viabilizar as atividades 
da empresa. Em torno dessas duas grandes áreas existem funções auxiliares para 
corroborar no melhor resultado financeiro possível para a empresa.
 Importante
Atividade operacional é a atividade que abrange desde a compra de 
matérias-primas até a venda de produto acabado (GITMAN, 2010). 
 
Estrategicamente, as principais funções que demandam decisões finan-
ceiras podem ser observadas no quadro 1: 
– 11 –
Introdução à Administração Financeira 
Quadro 1: Funções que demandam decisões financeiras e suas respectivas finalidades
Funções Finalidades
Planejamento financeiro Tem por finalidade selecionar os ati-vos mais rentáveis para a empresa.
Controle financeiro
Permite avaliar o desempenho financeiro da empresa, o 
alcance das metas e propor medidas corretivas se for o caso.
Administração de Ativos
Possibilita escolher a melhor estrutura de ativos que minimize 
riscos e maximize retornos, e acompanhar as defasagens no 
fluxo de caixa para aperfeiçoar a gestão do capital de giro.
Administração de Passivos
Tem por finalidade analisar a necessidade de finan-
ciamento e gerenciar a estrutura dos financiamen-
tos, a fim de manter a liquidez para a empresa 
e reduzir seus custos e riscos financeiros.
Fonte: elaborado pelo autor, com base em Assaf Neto 2009..
De acordo com o quadro 1, temos a função de planejamento financeiro, 
relacionada às questões das escolhas dos ativos mais rentáveis, e a do controle 
financeiro, que visa o acompanhamento do desempenho dos ativos, com a 
finalidade de verificar se de fato atendem às expectativas do retorno esperado 
pela empresa. E, ainda, a função de administração de ativos, relacionadas às 
atividades de escolhas de ativos que compatibilizem o risco e o retorno, e ao 
acompanhamento da necessidade de capital de giro da empresa, e a função de 
administração de passivos, com vistas à manutenção da capacidade de paga-
mento, principalmente para evitar custos financeiros para a empresa. 
E, agora? Você já consegue definir o papel da administração financeira 
empresarial? Ela é responsável por auxiliar no processo de decisão, planejamento 
e controle dos investimentos e dos financiamentos para que as metas traçadas 
pela empresa possam ser alcançadas, por meio do fornecimento de informações 
sobre a situação e saúde financeira da organização. Na sequência, conheceremos 
os principais relatórios de análise financeira pública e empresarial.
1.2 Principais relatórios de análise 
financeira pública e empresarial 
As atividades financeiras realizadas pelas empresas e pelo setor público 
necessitam ser monitoradas para fins de avaliação, para ver se de fato contri-
buem para o alcance das metas estipuladas em cada setor. Para auxiliar nesse 
Administração Financeira
– 12 –
processo, existem diversos relatórios e documentos à disposição dos admi-
nistradores. Por isso, nessa seção vamos conferir os principais relatórios de 
análise financeira pública e empresarial. 
1.2.1 Principais relatórios de análise financeira pública 
As análises financeiras do setor público podem ser elaboradas a partir 
de relatórios utilizados para verificar o alcance das metas da administração 
financeira pública, dos quais destacamos segundo Jund (2006):
Figura 1: Relatórios de análise financeira pública
Fonte: elaborado pelo autor, 2015.
Vamos conhecer cada um destes relatórios:
 2 Demonstrações contábeis: a escrituração contábil permite ao 
administrador a possibilidade de medir a sua ação em termos finan-
ceiros, fornece-lhe os elementos para elaboração de sua prestação 
de contas, além das informações indispensáveis à tomada de deci-
sões e ao aperfeiçoamento da administração (JUND, 2006);
 2 Demonstrações Financeiras: a movimentação financeira realizada 
no exercício, desde o primeiro dia deste, encontra-se espelhada no 
balanço financeiro, que engloba a receita e a despesa, conjugados 
– 13 –
Introdução à Administração Financeira 
com os saldos provenientes do exercício anterior, e os que se trans-
ferem para o exercício seguinte (JUND, 2006);
 2 Demonstrativos orçamentários: as receitas públicas acham-se esti-
madas e as despesas encontram-se autorizadas na lei orçamentária, 
a chamada lei de meios, mediante execução do Poder Público, que 
arrecada os recursos de que necessita e efetua os gastos visando à con-
secução do bem comum. Toda e qualquer despesa só pode ser vali-
damente efetuada se estiver legalmente autorizada (JUND, 2006);
 2 Registros patrimoniais: os registros patrimoniais dizem respeito 
ao conhecimento dos elementos que compõem o patrimônio 
público e que se acham espelhados no balanço patrimonial. Além 
disso, permitem o conhecimento dos bens de caráter permanente 
pertencentes à entidade pública, bem como os responsáveis por sua 
guarda e administração (JUND, 2006).
 2 Relatórios operacionais: para acompanhamento da execução das 
finanças, incluindo tanto as receitas e despesas com limites constitu-
cionais, quanto as demais receitas e despesas que compõem as finan-
ças públicas (JUND, 2006).
Para a condução das operações no setor público, podemos destacar os 
indicadores de avaliação financeira de performance, relacionado às receitas, 
despesas, e demais itens orçamentários pertinentes à execução da atividade 
financeira do governo que, de acordo com Riani (2002, p. 157), “(...) não 
tem amparo ou obrigatoriedade legal”, mas auxiliam na avaliação da situação 
financeira dos entes governamentais. 
 Importante
São exemplos desses indicadores, segundo Riani (2002): 
 2 Grau de dependência: medido pela divisão entre o total das 
receitas de transferências governamentais e o total da receita própria 
do município.Se o indicador resultar em um número maior que um, 
indica um elevado grau de dependência financeira; 
 2 Gastos per capita em saúde: medido pelo total do gasto com
Administração Financeira
– 14 –
saúde dividido pela população, quanto maior melhor;
 2 Gastos per capita em educação: medido pelo total do gasto com 
educação dividido pela população, quanto maior melhor.
 
Segundo Riani (2002, p. 164), as possibilidades e cruzamentos na cons-
trução de indicadores de finanças públicas são inúmeros, mas que devem 
“(...) ser definidos em função de um objetivo ou de uma avaliação específica 
pré-determinada que se pretenda realizar”.
Nesse ponto, você já consegue indicar os principais relatórios que com-
põem a análise financeira pública? São os documentos contábeis, financeiros, 
orçamentários e patrimoniais e ainda podem ser complementadas com os 
relatórios e indicadores operacionais. Na sequência, conheceremos os princi-
pais relatórios de análise financeira empresarial.
1.2.2 Principais relatórios de análise 
financeira empresarial 
As análises financeiras das empresas podem ser elaboradas a partir de 
relatórios contábeis, dos quais são exemplos o balanço patrimonial (BP) e a 
demonstração de resultado do exercício (DRE). Vamos conhecer um pouco 
mais de cada um desses relatórios (HOJI, 2014).
O BP é um documento contábil, que demonstra os ativos, passivos e o 
patrimônio líquido de uma empresa (GITMAN, 2012). Sua estrutura básica 
pode ser conferida no quadro a seguir :
Quadro 2: Balanço Patrimonial da Empresa (Ano).
Ativos
Total 
(R$)
Passivos
Total 
(R$)
Ativos circulantes (AC) Passivos circulantes (PC)
Caixa Contas a pagar
Títulos negociáveis Títulos a pagar
Contas a receber (Cr) Despesas a pagar
– 15 –
Introdução à Administração Financeira 
Ativos
Total 
(R$)
Passivos
Total 
(R$)
Ativos circulantes (AC) Passivos circulantes (PC)
Estoques (E) Total dos passivos circulantes
Total de ativos circulantes Passivo Não Circulante 
Ativo Não Circulante Financiamentos
Contas e títulos a receber Total dos passivos
Ativos permanentes brutos Patrimônio líquido
Terrenos e edificações Ações preferenciais 
Máquinas e equipamentos Ações ordinárias
Móveis e utensílios Ágio - ações ordinárias
Veículos Reserva de lucro
Outros (inclui arrenda-
mento financeiro)
Total do patrimônio líquido 
Total dos ativos permanentes brutos
Menos: depreciação acumulada
Ativos permanentes líquidos
Total de ativos
Total de passivos e 
patrimônio líquido
Fonte: elaborado pelo autor, com base GITMAN, 2010.
Pelo quadro anteriormente apresentado, podemos observar que o 
balanço patrimonial representa os seguintes saldos (Hoji, 2009): bens ou 
direitos (total de ativos), obrigações (total dos passivos) e direitos dos pro-
prietários (total do patrimônio liquido).
 Importante
Por meio dessas contas, o BP fornece as informações sobre a lucrativi-
dade, a rentabilidade e a posição financeira da empresa.
 
Administração Financeira
– 16 –
A demonstração de resultado do exercício é um documento contábil que 
apresenta as operações da empresa anualmente, elaborado em conjunto com 
o BP (HOJI, 2009).
A DRE é um relatório contábil das vendas, dos custos operacionais e 
dos encargos financeiros, que fornece informações sobre a lucratividade da 
empresa (Gitman, 2010). Sua estrutura básica pode ser conferida no quadro 
a seguir:
Quadro 3: Demonstração de Resultado do Exercício (Ano)
Contas Total (R$)
Vendas (V)
Menos: custo dos produtos vendidos (CPV)
Lucro Bruto
Menos: despesas operacionais (vendas, gerais, 
administrativas, aluguel, depreciação)
Lucro operacional (LO)
Menos: despesas financeiras
Lucro líquido antes do imposto de renda
Menos: imposto devido (alíquota %)
Lucro líquido depois do imposto de renda (LL)
Menos: dividendos preferenciais
Lucro disponível aos acionistas ordinários
Fonte: elaborado pelo autor, com base em GITMAN 2010..
Podemos observar, no quadro apresentado, que os dados registrados na 
DRE são fundamentais para auxiliar a empresa a realizar medidas de ajustes, 
por exemplo, se o lucro da corporação num determinado período for muito 
baixo, pode-se pensar em corte nos custos ou aumento nos preços.
Logo, os principais relatórios de análise financeira empresarial estão rela-
cionados ao balanço patrimonial e à demonstração de resultado de exercício, 
que evidenciam a lucratividade e a rentabilidade da empresa. Na sequência, 
conheceremos conceitos básicos para a análise financeira empresarial.
– 17 –
Introdução à Administração Financeira 
1.3 Conceitos básicos
Para compreender a realidade da empresa, é importante conhecer alguns 
conceitos básicos: capital de giro, receitas, despesas, custos fixos, custos vari-
áveis, lucratividade e rentabilidade e os principais indicadores financeiros.
1.3.1 Conceitos financeiros
O capital de giro, também conhecido como capital circulante líquido, é 
o recurso exigido para financiar a atividade operacional das empresas (GIT-
MAN, 2010). 
A administração do capital de giro abrange a administração das contas 
circulantes da empresa, incluindo ativos e passivos circulantes.
 Importante
CCL = AC – PC
Onde:
CCL = capital circulante líquido 
AC = ativo circulante 
PC = passivo circulante 
 
Ou seja, o capital circulante líquido (CCL) é a diferença entre ativos 
circulantes (AC) e passivos circulantes (PC). 
Mas como medir o risco financeiro das empresas? Uma das formas é 
pelo montante do CCL. Segundo Gitman (2010, p. 283), “quanto maior o 
montante de CCL da empresa, menos risco ela apresenta”, mas quanto maior 
o investimento o CCL em relação ao ativo total, menor será a rentabilidade. 
Então, há relação entre risco e retorno. Ao adotar uma postura de maior risco, 
com menor capital de giro, a empresa consegue auferir retorno maior.
No tocante às receitas, segundo Gitman (2010), são as entradas de caixa 
oriundas das vendas dos bens e serviços produzidos pela empresa, ou pela 
receita financeira oriunda das aplicações de saldos excedentes de caixa.
Administração Financeira
– 18 –
As despesas são as saídas de caixa, e podem ser analisadas em conjunto 
com os custos da empresa. No caso das despesas e dos custos, segundo Hoji 
(2009), temos: 
 2 Custos e despesas fixos operacionais: são custos e despesas que per-
manecem iguais, mesmo se reduzir ou aumentar o nível de produ-
ção. Exemplos: aluguel e salário da gerência;
 2 Custos e despesas variáveis operacionais: são custos e despesas que 
variam proporcionalmente ao nível de produção. Exemplos: comis-
sões de vendas e matérias-primas.
 Importante
Dentro do tema relacionado a custos, temos ainda um conceito funda-
mental para as análises financeiras, o custo de oportunidade, que é o 
retorno da melhor oportunidade de investimento abandonada quando há 
decisão de realizar investimentos na empresa (ASSAF NETO, 2009). 
 
O custo de oportunidade é utilizado pelas empresas para comparar alter-
nativas de investimentos.
Você sabe o que significa lucratividade e rentabilidade?
A lucratividade representa os ganhos referentes às vendas, ou seja, após 
as vendas e as deduções relacionadas às despesas e custos, quanto sobra para 
a empresa. Podemos apurar o percentual de lucratividade a partir da divisão 
entre o lucro líquido e as vendas totais da empresa.
A rentabilidade está relacionada à capacidade de cobertura do custo de 
oportunidade da empresa, isto é, se o investimento realizado na organização 
está acima das demais oportunidades de investimento que os donos têm à dis-
posição no mercado. Podemos apurar o percentual de rentabilidade a partir 
da divisão do lucro líquido pelo patrimônio líquido da empresa. Esse valor 
tem que ser maior que o custo de oportunidade da empresa. 
 Importante
Muitas empresascostumam confundir o conceito de lucratividade e renta-
bilidade, e isso pode comprometer o alcance das metas financeiras. 
– 19 –
Introdução à Administração Financeira 
Aprenda um pouco mais sobre o tema, acesse: https://www.youtube.
com/watch?v=aDjWe8HjEeg. 
 
Nessa seção, abordamos conceitos empresariais importantes para a aná-
lise financeira, dentre os quais, o capital de giro, cuja análise e acompanha-
mento permitem à empresa a sustentabilidade nas atividades operacionais. 
Na sequência, conheceremos quais os principais indicadores financeiros que 
podem ser caliculados a partir dos relatórios contábeis das empresas.
1.3.2 Indicadores financeiros empresariais
A partir do balanço patrimonial e da demonstração de resultado do exer-
cício, a empresa pode calcular uma série de indicadores, que também podem 
auxiliar nas análises financeiras. De acordo com Gitman (2010), os principais 
indicadores são: liquidez, atividade, endividamento e lucratividade. Vamos 
conhecê-los um pouco mais.
Os índices de liquidez mais comumente calculados podem ser conferi-
dos no quadro 4 (GITMAN, 2010):
Quadro 4: Índices de liquidez
Índice Descrição Fórmula Parâmetro
Índice de Liquidez 
Geral (IL)
Mostra os recursos existen-
tes para cobrir cada R$ 1,00 
de obrigação da empresa.
Quanto maior, 
melhor
Índice de Liquidez 
Corrente (ILC)
Demonstra os recursos existentes no 
ativo circulante, para cada R$ 1,00 de 
obrigações do Passivo Circulante.
Quanto maior, 
melhor
Índice de Liquidez 
Seca (ILS)
Evidencia quanto a empresa pode 
saldar de suas dívidas de curto prazo, 
sem dependência de seus estoques.
Quanto maior, 
melhor
Fonte: elaborado pelo autor, com base em GITMAN, 2010.
Administração Financeira
– 20 –
Mas o que significa o índice de liquidez dentro da empresa? Ele mostra 
a capacidade de pagamento. Quanto maior esse índice, melhor, pois indica 
uma melhor situação financeira diante das obrigações da instituição. Esse 
índice também é utilizado para medir a necessidade de financiamento do 
capital de giro da organização.
Exemplo: para o caso de uma empresa que possua R$ 3.000,00 em Ati-
vos Circulantes, e R$ 1.000,00 em Passivos Circulantes, seu ILC será 3. Isso 
significa que a cada R$ 1,00 de obrigações, a empresa possui R$ 3,00 em 
direitos, ou seja, a empresa apresenta liquidez. 
Com relação aos indicadores de atividades, os mais utilizados podem ser 
conferidos no quadro 5 (ASSAF NETO, 2009): 
Quadro 5: Índices de atividades.
Índice Descrição Fórmula* Parâmetro
Período médio de 
permanência dos 
estoques (PPE) 
Mostra o período médio em 
dias de permanência dos esto-
ques (em dias). 
Quanto 
menor, melhor
Período médio de 
pagamento (PMP)
Demonstra o prazo médio 
de pagamento das compras 
a prazo de mercadorias
F: fornecedo-
res C: com-
pras anuais
Quanto maior, 
melhor
Giro do ativo 
total (GAT)
Evidencia o giro do ativo 
total em relação às vendas.
AT: ativo total
Quanto maior, 
melhor
Fonte: elaborado pelo autor, com base em ASSAF NETO, 2009.
O índice de atividades mostra desde a aquisição de insumos até a rea-
lização das receitas. Observe que, dependendo do indicador, o resultado é 
classifica como quanto menor, melhor (PPE, PMC, RAC), e quanto maior, 
melhor (PMP, RAO, GAT). Exemplo: se uma empresa tem como lucro ope-
racional um valor de R$ 1.000,00, e de Ativo Operacional um valor de R$ 
10.000,00. O RAO será de 0,1, o que significa um retorno de 10% sobre 
o ativo operacional. Assim, quanto maior o lucro operacional, maior será 
essa relação de retorno do ativo operacional, portanto, com relação ao RAO, 
quanto maior, melhor.
– 21 –
Introdução à Administração Financeira 
Porém, é necessário sempre comparar esse valor com as metas de retorno 
estabelecidas pela empresa para fins de análise.
Com relação aos indicadores de endividamento, os mais utilizados 
podem ser conferidos no quadro 6 (GITMAN, 2010):
Quadro 6: Índices de endividamento
Índice Descrição Fórmula Parâmetro
Grau de endivi-
damento (GE)
Mostra o quanto repre-
senta o capital próprio 
da empresa, em relação 
ao capital de terceiros.
Quanto 
menor, 
melhor
Participação de capi-
tais de terceiros no 
passivo total (PCT)
Demonstra a participação de 
capitais de terceiros no endi-
vidamento total da empresa
P = passivo circu-
lante + exigível a 
longo prazo; PT: 
passivo + patri-
mônio líquido.
Quanto 
menor, 
melhor
Composição do 
endividamento (CE)
Evidencia as obrigações de 
longo prazo em relação às 
obrigações totais da empresa.
Quanto 
menor, 
melhor
Fonte: elaborado pelo autor, com base em GITMAN, 2010.
O índice de endividamento mede o grau de endividamento da empresa. 
Observe que os indicadores apresentados são classificados como quanto 
menor, melhor. 
 Importante
Exemplo: se uma empresa tem como exigível total um valor de R$ 
1.000,00, e passivo total no valor de R$ 2.000,00. O PCT será de 
0,5, o que significa uma participação de 50% de capital de terceiros 
no endividamento total da empresa. 
 
E quanto menor essa relação, melhor. 
Administração Financeira
– 22 –
Finalmente, o quadro a seguir apresenta os principais indicadores de 
rentabilidade, segundo Assaf Neto (2009):
Quadro 7: Índices de rentabilidade
Índice Descrição Fórmula Parâmetro
Margem de lucro 
operacional (MLO)
Mostra quanto representa o 
lucro operacional em rela-
ção às vendas da empresa.
MLO = 
Quanto maior, 
melhor
Margem de lucro 
líquido (MLL)
Demonstra quanto 
representa o lucro líquido 
em relação às vendas.
MLL = 
Quanto maior, 
melhor
Retorno sobre o Patri-
mônio Líquido (ROE)
Evidencia o retorno do 
capital próprio apli-
cado na empresa.
ROE = 
PLm: Patrimônio 
líquido médio
Quanto maior, 
melhor
Fonte: elaborado pelo autor, com base em ASSAF NETO, 2009.
O índice de rentabilidade mostra a capacidade da empresa de reinvestir, 
ou seja, de se autofinanciar. Observe que para esses indicadores o resultado é 
classificado como quanto maior, melhor. 
 Importante
Exemplo: se uma empresa tem como lucro líquido um valor de R$ 
5.000,00, e de vendas um valor de R$ 50.000,00. A MLL será 
de 0,1, o que significa que o lucro líquido é 10% das vendas. Assim, 
quanto maior o lucro líquido, maior será essa relação de retorno sobre 
vendas, portanto, quanto maior, melhor.
 
Diante do contexto, vimos os principais indicadores, que permitem o 
acompanhamento da liquidez, das atividades, do endividamento e da renta-
bilidade, facilitando o planejamento e controle financeiro da empresa.
– 23 –
Introdução à Administração Financeira 
Resumindo
A importância da administração financeira consiste principalmente no 
auxílio ao planejamento e controle das finanças, com o acompanhamento das 
entradas (receitas) e das saídas (despesas), e a realização das análises dos indi-
cadores, que avaliam o alcance das metas estabelecidas, tanto das empresas 
como do setor público. 
Este capítulo abordou brevemente os conceitos e os principais relatórios 
que podem orientar o processo de planejamento e controle financeiro das 
empresas e do setor público. Porém, é importante ressaltar ao estudante de 
administração financeira que sempre é necessário ampliar os estudos para 
obter um melhor desempenho no mercado de trabalho.
Administração Financeira
– 24 –
2
Administração do 
fluxo de caixa
Neste capítulo, você conhecerá a administração do fluxo de 
caixa aplicada à gestão pública e gestão empresarial. 
Serão apresentados conceitos relacionados aos tipos utilizados 
pelo setor público, bem como o modelo mais empregado pelo setor 
empresarial. Ainda, abordaremos os fluxos de caixa relevantes, ou 
seja, os registros que são fundamentais para o planejamento e con-
trolefinanceiro, tanto na gestão pública quanto na empresarial. 
Acrescentamos o cálculo do valor presente, do valor futuro 
e das prestações que impactam nos fluxos de caixa, assim como o 
reflexo da inflação na avaliação dos valores reais deste modelo.
Neste material, você vai entender a dinâmica desta operação e rea-
lizará exercícios, com as devidas soluções, para a fixação do conteúdo. 
Administração Financeira
– 26 –
Objetivos de aprendizagem:
 2 Entender a administração do fluxo de caixa aplicada à gestão 
pública e gestão empresarial;
 2 Compreender os conceitos do fluxo de caixa no setor público e privado;
 2 Conhecer os fluxos de caixa fundamentais ao planejamento e con-
trole financeiro;
 2 Aprender os impactos do cálculo do valor presente, do valor futuro 
e das prestações inerentes ao fluxo de caixa;
 2 Descobrir como funciona a dinâmica por trás desta operação.
2.1 Conceito de fluxo de caixa
O fluxo de caixa é a ferramenta gerencial e de planejamento financeiro 
por meio do qual realiza-se a avaliação das movimentações de todas as entra-
das e saídas de recursos financeiros, e pode ser utilizado pelos órgãos públicos 
e pelas empresas. 
2.1.1 Fluxo de caixa aplicado à gestão pública
A manutenção do registro da entrada e saída dos recursos financeiros, 
para fins de planejamento e controle, é recomendável para todas as instituições.
A Lei Complementar 101, de 04 de maio de 2000 - Lei de Responsa-
bilidade Fiscal (LRF) - foi concebida devido à necessidade de controle sobre 
os gastos púbicos, ou seja, do equilíbrio financeiro deste setor. Até então, o 
controle era realizado, basicamente, via dados orçamentários, mas a partir da 
LRF, o setor público passou a elaborar a Demonstração de Fluxo de Caixa 
(DFC) e a considerar a evolução financeira para fins de análise.
A partir de 2008, as Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao 
Setor Público - NBCASP 16.6, que tratam das Demonstrações Contábeis 
pertinentes ao setor público, incluiu a elaboração da Demonstração do Fluxo 
de Caixa como relatório contábil obrigatório.
Segundo a NBCSP 16.6 (2008, p. 1), a DFC “permite aos usuários 
projetar cenários de fluxos futuros de caixa, e elaborar análises sobre eventuais 
– 27 –
Administração do fluxo de caixa
mudanças em torno da capacidade de manutenção do regular financiamento 
dos serviços públicos”.
 Saiba mais
Para conhecer um pouco mais os detalhes da NBCSP 16.6, leia a 
Resolução 1.133, de 21 de novembro de 2008, no site do Portal da 
Contabilidade: <http://www.normaslegais.com.br/legislacao/resolu-
caocfc1133_2008.htm>.
Os conceitos relacionados à DFC do setor público podem ser observa-
dos no quadro a seguir:
Quadro 1: Conceitos relacionados a DFC do setor público
Caixa
Compreende numerário em espécie e depósi-
tos bancários disponíveis (alta liquidez).
Equivalentes de caixa Aplicações financeiras de curto prazo, de alta liquidez.
Fluxos de caixa Entradas e saídas de caixa e equivalentes de caixa.
Atividades das operações
Compreende os ingressos e os desembolsos relaciona-
dos com a ação pública, e os demais fluxos que não se 
qualificam como de investimento ou financiamento.
Atividades de investimento
Inclui os fluxos de recursos relacionados à aquisi-
ção e à alienação de bens, bem como recebimen-
tos em dinheiro por liquidação de adiantamentos 
ou amortização de empréstimos concedidos.
Atividades de financiamento
Inclui os fluxos de recursos relacionados à captação 
e à amortização de empréstimos e financiamentos.
Fonte: Elaborado pela autora, com base na NBCSP 16.6, 2008.
Pelo quadro anteriormente apresentado, podemos observar que os fluxos 
de caixa são caracterizados como as entradas e saídas de recursos financeiros 
dos cofres dos órgãos públicos. Nesse fluxo, são considerados os equivalentes 
de caixa, que são recursos de fácil conversão em dinheiro.
Assim, com a elaboração do fluxo de caixa, o setor público pode pla-
nejar e controlar de forma mais adequadamente os recursos financeiros, e 
Administração Financeira
– 28 –
prever as necessidades de liquidez. Na sequência, veremos a sua aplicação 
para a gestão empresarial. 
2.1.2 Fluxo de caixa aplicado à gestão empresarial
Para o planejamento e controle financeiro da empresa, é imprescindível 
o dimensionamento das entradas e das saídas de dinheiro no caixa. A movi-
mentação financeira permite a visualização do que ocorre com as finanças ao 
longo do tempo, possibilitando corrigir valores ou prever possíveis necessida-
des de cobertura do caixa. 
 Você sabia
O fluxo de caixa é uma importante ferramenta de planejamento finan-
ceiro? Assista o vídeo em Fluxo de Caixa e Controles Financeiros 
do Negócio e descubra! <http://tv.sebrae.com.br/media/vZuDR/>.
 
Assaf Neto (2009) chama a atenção para o conceito de fluxo de caixa, 
que pode não coincidir com o resultado contábil da empresa, uma vez que 
não incorpora em seus cálculos determinadas despesas não desembolsáveis 
como, por exemplo, a depreciação e alguns que não se constituem rigorosa-
mente em despesas como, por exemplo, a amortização de dívidas.
Uma das formas de fluxo de caixa pode ser a representação por meio de 
diagrama, conforme segue: 
Figura 1 – Diagrama de Fluxo de Caixa (DFC).
Fonte: Elaborado pela autora, 2015.
Vamos entender o significado das linhas e setas, de acordo com o quadro 
a seguir:
– 29 –
Administração do fluxo de caixa
Quadro 2: Significado das linhas e setas do DFC.
Linhas Significado
Eixo horizontal
Representa a linha do tempo e conta os perí-
odos que podem ser dia, mês, ano etc.
Seta para baixo ↓ Saída de recursos financeiros do caixa, tem sinal negativo.
Seta para cima ↑ Entrada de recursos financeiros do caixa, tem sinal positivo.
FC0 Representa um desembolso, uma saída de caixa na data atual. 
FC1, FC2 e FC4 
Representa as entradas de recursos ao final 
de cada período considerado.
FC3 Representa a saída de recursos ao final do período considerado.
Fonte: elaborado pela autora, com base em Zentigraf, 2007.
No quadro anteriormente apresentado, temos as setas voltadas para 
cima na linha do tempo refletindo as entradas (ou recebimentos) de dinheiro 
(FC1, FC2 e FC4). As setas voltadas para baixo indicam as saídas (ou apli-
cações) de dinheiro (FC0 e FC3). Vale lembrar que as setas do fluxo de caixa 
não precisam ser proporcionais aos valores monetários envolvidos.
Ainda, cabe ressaltar que o fluxo de caixa pode ser representado pela DFC, 
por meio da elaboração do orçamento de caixa, que reflete as transações oriun-
das das atividades operacionais, das atividades de investimentos e das atividades 
de financiamentos da empresa (GITMAN, 2010). No caso das operacionais, 
projetam-se as receitas das vendas de bens e serviços, os custos de produção, as 
despesas de venda e as administrativas, incluindo projeção de compra de maté-
ria-prima, gastos com transporte, pagamento de funcionários e custos fixos, 
como água, telefone e energia elétrica. No caso das atividades de investimento, 
projetam-se as compras de computadores, móveis, máquinas, equipamentos, 
veículos e também as aplicações financeiras da empresa. Já nas atividades de 
financiamento, projetam-se as entradas e saídas oriundas de financiamentos, 
tais como o pagamento de juros e a amortização de empréstimos bancários.
 Importante
Em geral, o orçamento de caixa pode ser elaborado para um ano, mas 
pode ser desenvolvido para qualquer período. O número de perío
Administração Financeira
– 30 –
dos depende da natureza do negócio (da sazonalidade das vendas): 
quanto mais sazonal, maior o número de intervalos.
No quadro a seguir, consta um modelo para o mês 1, que deverá ser esten-
dido para a quantidade de meses que a empresa pretender projetar o orçamento:
Quadro 3 – Formato geral de orçamento de caixa
Orçamentode Caixa Mês 1
Recebimentos 
(-) pagamentos 
Fluxo líquido de caixa 
(+) Saldo inicial de caixa 
Saldo total de caixa 
(-) Saldo mínimo de caixa 
Necessidade de financiamento 
Saldo de caixa excedente 
Fonte: Elaborado pela autora, baseado em Gitman, 2010, e Assaf Neto 2009.
Assim, o orçamento de caixa deve conter alguns elementos básicos (GIT-
MAN, 2006): 
a. Recebimentos: todos os itens relativos a entradas de caixa num perí-
odo financeiro; 
b. Pagamentos: são os desembolsos do período coberto; 
c. Fluxo líquido inicial de caixa: resultado da subtração de recebimen-
tos e pagamentos;
d. Saldo total de caixa: resultado da soma do saldo inicial de caixa e do 
fluxo líquido do período; 
e. Saldo mínimo de caixa: previsão para cobertura das despesas/custos fixos; 
f. Necessidade de financiamento: saldo final de caixa, menor do que 
o saldo mínimo de caixa e; saldo de caixa excedente, que é o saldo 
final de caixa, maior do que o saldo mínimo de caixa. 
– 31 –
Administração do fluxo de caixa
O formato de orçamento de caixa apresentado é uma das possibilidades, 
mas cada empresa pode estudar a especificidade de seus lançamentos e adap-
tar o modelo.
Ainda, para manter a saúde financeira da empresa, manter a liqui-
dez, é importante realizar a previsão de um saldo mínimo de caixa, para 
ter segurança, cobrindo as suas necessidades de pagamentos imprevistos 
(não programados). 
 Importante
Assaf Neto (2009, p. 538) diz que o caixa mínimo deve também 
financiar a “(...) falta de sincronização entre as entradas e saídas de 
fundos”, isso significa que a empresa precisa estar preparada com 
recursos financeiros disponíveis para realizar os pagamentos, nos 
momentos em que não entrar receita no caixa.
O saldo de caixa mínimo pode ser mantido em dinheiro ou aplica-
ções financeiras, desde que essas aplicações possam ser resgatadas a qualquer 
momento, sem custo para a organização. Esse valor varia de empresa para 
empresa, mas uma forma de estabelecer pode ser via valores históricos para 
calcular o saldo mais apropriado de caixa. Assaf Neto (2009) exemplifica 
dizendo que muitas empresas costumam manter em caixa 10 dias de seus 
desembolsos fixos mensais, e utilizam essa base de valores para determinar o 
saldo mínimo de caixa. Outras costumam manter em caixa o valor dos custos 
fixos para três meses. 
De modo geral, vimos que o fluxo de caixa é uma ferramenta gerencial 
que permite o planejamento e o controle financeiro, na sequência, vamos 
estudar os seus tipos.
2.2 Tipos de fluxo de caixa
O fluxo de caixa apresenta o comportamento de uma operação finan-
ceira, tais como empréstimos e financiamentos, e é caracterizado pela sequ-
ência de entradas (recebimentos, receitas, ingressos) e saídas (pagamentos, 
gastos, desembolsos) ao longo do tempo.
Administração Financeira
– 32 –
2.2.1 Tipo de fluxo de caixa aplicado à gestão pública
No setor público, o modelo de fluxo de caixa é definido na Norma Bra-
sileira de Contabilidade do Setor Público NBCSP 16.6, pela qual podemos 
elaborar a demonstração de fluxo de caixa, a DFC.
No quadro a seguir, temos a DFC com os fluxos das atividades de ope-
rações, investimento e financiamento.
Quadro 4: Modelo de DFC de operações, investimentos e financiamentos
Órgão Público
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA
EXERCÍCIO: MÊS EMISSÃO
EXERCÍCIO 
ATUAL
EXERCÍCIO 
ANTERIOR
FLUXO DE CAIXA 
DAS OPERAÇÕES
 
INGRESSOS (REC. ORIG, 
DERIVADAS, TRANSF.)
 
DESEMBOLSOS (PES-
SOAL, JUROS, TRANSF.)
 
FLUXO DE CAIXA DO 
INVESTIMENTO
 
INGRESSOS (ALIEN. BENS, 
AMORT. EMPRÉS., ETC.)
 
DESEMBOLSOS (CONCESSÃO 
DE EMPRE., AQUISISÃO DE 
ATIVO NÃO CIRC., ETC.)
 
FLUXO DE CAIXA DO 
FINANCIAMENTO
 
INGRESSOS (OP. DE CRÉDITO) 
DESEMBOLSOS (AMORT. 
DE DÍDIVAS)
 
GERAÇÃO LÍQUIDA DE 
CAIXA E EQUIVALENTE
 
CAIXA E EQUIVA-
LENTE INICIAL
 
– 33 –
Administração do fluxo de caixa
Órgão Público
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA
EXERCÍCIO: MÊS EMISSÃO
EXERCÍCIO 
ATUAL
EXERCÍCIO 
ANTERIOR
CAIXA E EQUIVA-
LENTE FINAL
 
Fonte: Elaborado pela autora, com base na NBCSP 16.6, 2008.
Pelo quadro referido acima, temos um modelo consolidado, que 
apresenta o resumo dos três elementos que geram fluxos de recursos na 
gestão pública: caixa de operações, caixa de investimentos e caixa de 
financiamento.
 2 No item fluxo de caixa das operações, os ingressos registram os 
valores totais das operações relacionadas às receitas originárias e 
derivadas e às transferências, ou seja, é o registro das entradas. Os 
desembolsos registram as saídas totais de caixa, relacionadas com 
as despesas de pessoal, juros da dívida pública e de transferências 
governamentais.
 2 No item fluxo de caixa do investimento, os ingressos eviden-
ciam os valores totais relacionadas às receitas oriundas da alie-
nação (venda) de bens e do recebimento de valores emprestados 
a outros órgãos e entes da federação. Os desembolsos registram 
as saídas totais de caixa, referentes às despesas de concessão de 
empréstimos, aquisição de bens de capital (veículos, computado-
res, etc.).
 2 No item fluxo de caixa do financiamento, os ingressos demons-
tram os valores totais das receitas oriundas das operações de cré-
dito (venda de título público, empréstimos e financiamentos). Os 
desembolsos registram as saídas totais de caixa, relacionadas com as 
despesas de amortização de dívidas.
Assim, na gestão pública, a DFC com valores consolidados é o modelo 
de fluxo de caixa estabelecido em lei. Na sequência, veremos os tipos aplica-
dos na gestão empresarial.
Administração Financeira
– 34 –
2.2.2 Tipos de fluxo de caixa 
aplicado à gestão empresarial
Nas empresas, podemos trabalhar com diversas classificações de fluxo 
de caixa, vai depender da especificidade da entrada e da saída dos recursos 
do caixa.
Basicamente, o quadro 5 resume a classificação do fluxo de caixa:
Quadro 5: Classificação do fluxo de caixa
Item de classificação Classificação
Período de Ocorrência
Postecipados
Antecipados
Diferidos
Periodicidade
Não periódicos
Periódicos
Duração 
Limitados (finitos)
Indeterminados (indefinidos)
Valores
Constantes
Variáveis
Fonte: Elaborada pela autora, baseado em Assaf Neto, 2009.
Utilizando a classificação do quadro 5, vamos conhecer um pouco mais 
do modelo que é utilizado na gestão empresarial: fluxos de caixa postecipa-
dos, limitados, constantes e periódicos. 
a. Postecipados: quando os fluxos das prestações de recebimentos ou 
pagamentos têm início ao final do primeiro período contratado, 
sendo as demais prestações em intervalos sequenciais; 
b. Limitados: quando o número de prestações de recebimentos ou 
pagamentos é finito e conhecido antecipadamente; 
c. Constantes: quando os valores das prestações são iguais; 
d. Periódicos: quando o tempo que decorre entre os fluxos (pagamen-
tos ou recebimentos) é o mesmo.
– 35 –
Administração do fluxo de caixa
 Saiba mais
As prestações referenciadas nesse modelo são representadas no 
fluxo de caixa pela sigla PMT (do inglês Payment), ou seja, a parcela 
de recebimento ou pagamento que será registrada a cada período.
Na figura a seguir, vamos conhecer a representação gráfica de um modelo 
de fluxo de caixa uniforme, um modelo padrão:
Figura 2 – Fluxo de caixa uniforme
Fonte: Elaborado pela autora, com base em Assaf Neto, 2009.
Quando o PMT ocorre no período n = 1, temos o fluxo de caixa poste-
cipado. Observe que existe periodicidade constante entre as datas das presta-
ções, prazo fixo preestabelecido (n) e os valores do PMT são iguais.
Conhecido o modelo de fluxo de caixa uniforme, vamos às representa-
ções dos fluxos de caixa para: 
1. Cálculo do Valor Futuro: Encontraro valor futuro de um fluxo 
de caixa, significa determinar o montante acumulado ao final de 
n períodos, a partir da capitalização das n prestações de uma série 
uniforme, que contenha o mesmo valor de PMT, sob uma determi-
nada taxa de juros composta e periódica. A taxa de juros também é 
conhecida por taxa mínima de atratividade. 
 Glossário
Taxa mínima de atratividade, também conhecida como custo de capi-
tal ou custo de oportunidade, simboliza o retorno mínimo que deve 
ser gerado pelo projeto, empreendimento ou operação para que não 
se altere o valor aplicado pelos investidores (GITMAN, 2010).
 
Administração Financeira
– 36 –
A fórmula para o cálculo do valor futuro é:
2. Cálculo do Valor Presente (PV): Encontrar o valor presente de 
um fluxo de caixa significa determinar o valor do capital aplicado 
inicialmente, a partir do desconto das n prestações de uma série uni-
forme, que contenha o mesmo valor de PMT, sob uma determinada 
taxa de juros composta e periódica.
A fórmula para o cálculo do valor presente de um fluxo de caixa 
uniforme é derivada da seguinte forma:
Parte-se da fórmula do Cálculo do Valor Futuro: 
Sabemos que FV = PV (1 + i)n
Assim, substituindo o valor de FV em (1) temos:
E, dessa forma, rearranjando matematicamente, temos:
3. Cálculo do Valor da Parcela (PMT): Podemos encontrar o PMT a 
partir dos dados FV, PV, taxa de juros e respectivos períodos.
 2 Para calcular o PMT a partir do FV, obtemos a fórmula com a 
relação inversa:
 2 Para calcular o PMT a partir do PV, obtemos a fórmula com a 
relação inversa:
– 37 –
Administração do fluxo de caixa
 2 Para fixar o conteúdo, vamos usar um exemplo de cálculo da 
PMT: Determine o valor da PMT correspondente ao de dois 
depósitos anuais capazes de produzir o FV de R$ 8.500,00, a 
uma taxa de 8% ao ano.
Solução:
FV = R$ 8.500,00
i = 8% a.a. = 8/100 = 0,08
n = 2
PMT = ?
Assim, um modelo uniforme padrão de fluxo de caixa deverá ser carac-
terizado por fluxos postecipados, limitados, constantes e periódicos, sendo 
conhecida a taxa de juros, podemos calcular o Valor Presente, o Valor Futuro 
e as prestações que o compõem.
O dinheiro perde valor ao longo do tempo e, por isso, um elemento que 
deve ser considerado, independente do modelo de fluxo de caixa, é a inflação, 
que pode ser cogitada como um indicador de risco nas decisões de investi-
mento a longo prazo.
Administração Financeira
– 38 –
 Importante
A inflação é caracterizada pelo aumento generalizado dos preços. 
Acompanhe os índices da inflação por meio do site do Banco Cen-
tral do Brasil: <http://www.bcb.gov.br/?RI>.
Em função da dificuldade de prever com precisão a inflação futura para o 
desconto dos fluxos de caixa, as empresas, muitas vezes, utilizam apenas a taxa 
mínima de atratividade para descontar os fluxos de caixa para o valor presente. 
Mas, segundo Assaf Neto (2009), na avaliação de projetos de investimentos 
de longo prazo, a organização pode realizar a conversão com a aplicação de 
uma taxa mínima de atratividade, porém, antes, é fundamental ajustar o fluxo 
de caixa pelo devido desconto da inflação, que possibilitará à empresa traba-
lhar com dados mais reais dos valores que irão compor o seu fluxo de caixa.
Para o desconto da inflação dos fluxos de caixa, utilize: , onde, it:
 
taxa de inflação. 
Exemplo: seja o fluxo de caixa da empresa R$ 250.000,00 e a taxa de 
inflação de 5% ao ano, então o valor real desse fluxo de caixa é de:
Solução:
 
Ou seja, o poder de compra do fluxo de caixa R$ 250.000,00, após o 
desconto da inflação, é de R$ 238.095,24.
Assim, vimos os principais tipos de fluxos de caixa que auxiliam na siste-
matização dos recursos financeiros e, na sequencia, estudaremos os fluxos de 
caixa relevantes na gestão pública e na gestão empresarial.
2.3 Fluxos de caixa relevantes
Para elaborar os orçamentos e as demonstrações de fluxo de caixa, é 
necessário compreender quais são os relevantes, tanto na gestão pública, 
quanto na gestão empresarial.
– 39 –
Administração do fluxo de caixa
2.3.1 Fluxos de caixa relevantes à gestão pública
Para elaborar o fluxo de caixa consolidado, conforme exposto no quadro 4 
da subseção 2.2.1, é necessário primeiro preparar cada um desses fluxos de forma 
detalhada. Por isso, vamos conferir, nos quadros 6 e 7, quais são os relevantes.
No quadro a seguir, temos em (1) o modelo de registro das entradas 
(receitas) relacionadas às operações de custeio do setor público e, em (2), 
temos modelo o registro das despesas relacionadas ao custeio.
Quadro 6: Modelo de DFC para o registro das entradas e saídas referentes as 
operações do setor público
Fonte: Elaborado pela autora, com base na NBCSP 16.6, 2008.
Administração Financeira
– 40 –
Pelo quadro demonstrado acima, temos no modelo (1) de DFC as entra-
das (ingressos) relacionadas às receitas derivadas do poder de tributar do Estado, 
tais como as tributárias e as originárias das operações do setor público ( receitas 
patrimoniais, dentre outras). No modelo (2) de DFC, temos as saídas (desem-
bolsos) referentes às despesas de gastos com pessoal e as decorrentes em função 
de governo (educação, saúde, etc.), os juros e encargos da dívida pública e, 
ainda, as transferências de recursos que são enviados a outros entes da federação.
No quadro 7 temos dois modelos, em (3) temos a forma para registros 
do fluxo de investimentos e, em (4), o estilo para o fluxo de financiamento 
do setor público.
Quadro 7: Modelo de DFC para o fluxo de investimentos e financiamentos
Fonte: Elaborado pela autora, com base na NBCSP 16.6, 2008.
Na DFC (3) dos investimentos, os elementos de entradas (ingressos) 
são relacionados à alienação de bens, por exemplo, à venda de um patrimô-
nio público e à amortização de empréstimos e financiamentos, que ocorre 
quando outros entes pagam determinadas dívidas adquirias anteriormente. 
São elementos de saídas (desembolso): a aquisição de bens de capital, como 
– 41 –
Administração do fluxo de caixa
por exemplo, a aquisição de veículos, e os empréstimos e financiamentos a 
outros entes federativos ou demais órgãos públicos.
Na DFC (4) dos financiamentos, as entradas (ingressos) são as operações 
de crédito, que podem ser a emissão de títulos públicos, os empréstimos e 
financiamentos realizados junto à instituições financeiras e órgãos de fomento. 
Nos elementos de saídas (desembolsos), então, temos a amortização das dívidas.
Assim, vimos que os fluxos de caixa relacionados aos registros das opera-
ções, aos investimentos e financiamentos são essenciais no setor público. Na 
sequência, veremos os fluxos de caixa que são relevantes na gestão empresarial. 
2.3.2 Fluxos de caixa relevantes à gestão empresarial
 Importante
Para realizar análises financeiras é muito importante conhecer o fluxo de 
entrada e da saída do dinheiro no caixa da empresa, ou seja, conhecer 
os fluxos de caixa que são mais relevantes para a organização.
Em se tratando de fluxos de caixa, temos as seguintes categorias: fluxos 
iniciais de caixa, representados por saídas de caixa; fluxos de caixa operacio-
nais, gerados pelo projeto durante seu funcionamento, costumam ser fluxos 
positivos; e fluxos de caixa terminais (ou residuais), que resultam da liquida-
ção do projeto e são comumente positivos (GITMAN, 2010):.
A categoria dos fluxos de caixa relevantes pode ser observada no quadro 
a seguir:
Quadro 8: Categoria dos fluxos de caixa relevantes
Categorias de fluxos de caixa Definições
Fluxos iniciais de caixa 
(investimento inicial)
São fluxos de caixa inicialmente resultantes do projeto. 
Geralmente são representados por saídas de caixa.
Fluxos de caixa operacionais
São gerados pelo projeto durante seu funciona-
mento. Esses fluxos costumam ser positivos.
Administração Financeira– 42 –
Categorias de fluxos de caixa Definições
Fluxos de caixa termi-
nais (ou residuais)
Resultam da liquidação do pro-
jeto. São comumente positivos. 
Fonte: Elaborado pela autora, baseado em Gitman, 2010.
O fluxo inicial de caixa, também denominado valor do investimento 
inicial, é a quantia de dinheiro que será desembolsada inicialmente pela 
empresa em um novo empreendimento, projeto ou operação. No quadro a 
seguir, temos o exemplo de um cálculo para determinação de um fluxo inicial 
de caixa, aplicado a aquisição de uma máquina para a empresa.
Quadro 9: Fluxo inicial de caixa
Custo instalado da máquina proposta R$ 85.000,00
Custo da máquina proposta R$ 70.000,00
Custo de instalação R$ 15.000,00
Custo total instalado – proposto e depreciável (A) R$ 85.000,00
(-) Recebimentos depois do Imposto de 
Renda com a venda da máquina atual
R$ 11.880,00
Recebimentos com a venda da máquina atual R$ 19.800,00
Imposto sobre a venda da máquina atual R$ 7.920,00
Recebimentos totais depois do imposto – atual (B) R$ 11.880,00
(+/-)Variação do capital de giro líquido (C) R$ 4.500,00
Investimento inicial (Ii) R$ 77.620,00
Fonte: Elaborado pela autora, baseado em Gitman, 2006.
Perceba que o investimento inicial da aquisição da máquina poderia atin-
gir R$ 85.000,00, mas após a apuração dos valores, ficou em R$ 77.620,00, o 
que representa o fluxo inicial de caixa para esse empreendimento.
No tocante aos fluxos de caixa operacionais, consideram as atividades 
operacionais da empresa, com exceção dos custos com depreciação e amor-
– 43 –
Administração do fluxo de caixa
tização. No quadro a seguir, podemos observar o padrão de cálculo para 
este modelo:
Quadro 10: Padrão de cálculo de fluxo de caixa operacional
Lucro operacional bruto (antes do IR): R$ 169.000,00
(-) IR 25.350,00
(=) Lucro operacional líquido do IR 143.650,00
(+) Depreciação 25.000,00
(=) Fluxo de caixa operacional 118.650,00
Fonte: Elaborado pela autora, baseado em Assaf Neto, 2009.
Observem que o resultado operacional é apurado antes dos encargos 
financeiros (ASSAF NETO, 2009).
 Importante
A finalidade da análise financeira consiste em avaliar o fluxo de caixa 
gerado pelo investimento realizado. O fluxo de caixa de um projeto é a 
projeção da geração líquida de caixa, ou seja, a projeção de lucro líquido, 
como bem alerta Hoji (2014), que nestes valores devem ser excluídos os 
itens que não afetam o caixa, depreciação e amortização de empréstimos.
O acompanhamento das entradas operacionais de caixa e os fluxos gera-
dos durante o processo de atividades são mais um ferramenta para que a 
empresa ou projeto consiga realizar análises que permitam maximizar o inves-
timento de seus recursos financeiros.
No caso dos fluxos de caixa terminais (residuais), temos que, se ao tér-
mino do empreendimento, projeto ou operação, a vida útil do bem ou direito 
não estiver esgotada, deverá ser estabelecido um valor residual, que fará parte 
do fluxo de caixa final do projeto (ASSAF NETO, 2009; GITMAN, 2010). 
Os fluxos de caixa terminais (residuais) são calculados após o imposto de 
renda, excluindo as entradas operacionais, que ocorrem no último ano do 
projeto. Observe a figura a seguir:
Administração Financeira
– 44 –
Figura 3 – Exemplo de fluxo de caixa terminal
Fonte: Gitman, 2010.
No fluxo de caixa apresentado, podemos identificar o investimento ini-
cial no ano 0 (zero), diversos fluxos de caixa nos anos de 1 a 4, e ao final, no 
ano 5, temos o balanço do projeto, considerando o fluxo normal do ano mais 
o fluxo de caixa da liquidação do projeto, que pode ser oriundo, por exemplo, 
da venda dos equipamentos e materiais permanentes.
Dessa forma, o acompanhamento dos fluxos de caixa relevantes, iniciais, 
operacionais e terminais (residuais), é uma ferramenta fundamental para que 
a empresa realize análises que permitam maximizar o investimento de seus 
recursos financeiros. 
Resumindo
A importância de conhecer as características dos fluxos de caixa está no 
fato de que estes constituem ferramentas gerenciais, de fundamental impor-
tância ao administrador financeiro nas atividades de planejamento e de con-
trole, tanto das empresas como do setor público. 
Este capítulo abordou brevemente os conceitos relacionados aos tipos 
de fluxos de caixa, bem como os fluxos de caixa relevantes, que podem 
orientar o processo de planejamento e controle financeiro das empresas e do 
setor público. Porém, é importante ressaltar ao estudante de administração 
financeira que sempre é necessário ampliar os estudos para obter um melhor 
desempenho no mercado de trabalho.
3
Mercado Financeiro 
Brasileiro
Neste capítulo, você aprenderá sobre o mercado financeiro 
brasileiro e as instituições que o compõem. Esse conhecimento 
pode ser aplicado tanto para o setor público, que capta poupança 
no mercado, quanto ao setor empresarial, que capta recursos para 
investimentos, quanto às famílias que aplicam seus recursos com a 
finalidade de obter rendimentos futuros.
Serão apresentadas as instituições que compõem o sistema 
financeiro nacional e as características do mercado financeiro. Como 
complemento, vamos entender o que são os ativos financeiros e as 
principais instituições que realizam a intermediação entre poupado-
res e investidores. Para finalizar, abordaremos a bolsa de valores, que 
facilita a comercialização desses ativos no mercado. 
Administração Financeira
– 46 –
Objetivo de Aprendizagem:
 2 Conhecer o mercado financeiro brasileiro e as instituições que 
o compõem;
 2 Entender como este conhecimento pode ser aplicado tanto no setor 
público quanto no empresarial e no familiar;
 2 Aprender quais as instituições que compõem o sistema financeiro 
nacional;
 2 Saber quais as características do mercado financeiro;
 2 Compreender o que são ativos financeiros e quais instituições inter-
mediam a relação entre poupadores e investidores;
 2 Descobrir como é o funcionamento da bolsa de valores.
3.1 Sistema financeiro nacional
Antes de conhecer a composição do sistema financeiro nacional, é 
importante compreender o conceito de ativos financeiros e dos principais 
ativos financeiros administrados nesse sistema.
Podemos considerar como ativo financeiro tanto o dinheiro em espécie 
quanto os títulos que representam posse sobre algum direito: ações, caderneta 
de poupança, debêntures etc. Nesse sentido, um investidor que compra uma 
debênture vai adquirir o direito de retirar o montante numa data futura, de 
acordo com os rendimentos referentes ao período de aplicação, conforme 
contrato junto à empresa que emitiu o título de debênture. 
De acordo com Assaf Neto (2009), os ativos podem ser divididos em 
renda fixa e renda variável:
 2 Renda fixa: é a qualidade dos ativos cujos rendimentos são conhe-
cidos previamente, podendo ser: 
a. prefixados, com os juros totais conhecidos desde o início da 
operação, independente de variações econômicas; 
b. pós-fixados, quando somente uma parcela dos juros é fixa (taxa 
real de juros), sendo a outra parte definida com base num inde-
xador de preços expresso em contrato.
– 47 –
Mercado Financeiro Brasileiro
 Importante
Empresas privadas precisam seguir uma série de Normas Regulamen-
tadoras (NR) que estão dispostas no livro “Segurança e Medicina
São exemplos de renda fixa os Certificados de Depósitos Bancários (CDB), 
as debêntures, a poupança, os fundos de investimentos em renda fixa, as letras 
de câmbio e as letras hipotecárias.
 2 Renda variável: é a qualidade dos ativos cujo rendimento é defi-
nido com base no desempenho da instituição que o emite. Assaf 
Neto (2009) cita o exemplo das ações, classificadas como valor 
de renda variável, tendo em vista que seus rendimentos variam de 
acordo com os lucros apresentados pela empresa emissora.Outros exemplos de renda variável são os fundos de ações, as commodities 
e os derivativos.
As ações são valores representativos de uma fração do capital social 
de uma sociedade, negociáveis no mercado, e significam a parti-
cipação dos acionistas no capital social (ASSAF NETO, 2009).
 
Cabe ressaltar que existem riscos relacionados à posse desses ativos. Os 
principais são oriundos de inadimplência por parte de quem emite o papel 
relativo ao ativo. Mas outros riscos podem se originar nas seguintes situações: 
no caso dos títulos prefixados, há o risco relacionado à variação da inflação, 
uma vez que os rendimentos não acompanham as variações nos preços; no 
caso dos pós-fixados, há o risco em função da variação das taxas de juros de 
mercado, caso o indexador de preços não contemple efetivamente a taxa de 
inflação da economia (GITMAN, 2010). 
Ainda, no período da aplicação, caso ocorra um aumento na taxa Selic, 
que é a taxa básica de juros da economia, essa elevação não será repassada 
para os ganhos de renda fixa, porque a taxa de rendimento já está contratada 
previamente. Minimiza-se esse risco encurtando o prazo de repactuação com 
o emitente para atualizar a taxa de juros aplicada ao ativo.
Administração Financeira
– 48 –
Cabe destacar que, ao longo do tempo, os ativos financeiros evoluíram 
e se ampliaram e, por isso, foi necessário constituir um Sistema Financeiro 
Nacional (SFN). 
O SFN tem três grandes divisões: órgãos normativos, órgãos superviso-
res e órgãos operadores. Vamos entender, a partir do Bacen (2015), como se 
caracteriza cada um desses órgãos:
 2 Órgãos normativos: delimitam as regras gerais de funcionamento 
do SFN. São eles: Conselho Monetário Nacional (CMN), Conse-
lho Nacional de Seguros Privados (CNSP), e Conselho Nacional de 
Previdência Complementar (CNPC).
 2 Entidades supervisoras: supervisionam os cidadãos e os integran-
tes do sistema financeiro para que as regras definidas pelos órgãos 
normativos sejam seguidas. São elas: o Banco Central do Brasil 
(Bacen), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Superinten-
dência de Seguros Privados (Susep) e a Superintendência Nacional 
de Previdência Complementar (Previc).
 2 Órgãos operadores: são as instituições que realizam as intermedia-
ções financeiras diretamente com o público. Dentre elas temos: ban-
cos e caixas econômicas, cooperativas de créditos, administradoras de 
consórcio, bolsa de valores, demais instituições não bancárias, segu-
radoras, fundos de pensão e entidades abertas de previdência.
Sobre os órgãos normativos e supervisores, observe a figura a seguir:
Figura 1: Órgãos normativos e supervisores do sistema financeiro nacional
Fonte: Elaborado pela autora, com base em Hoji, 2009 e Bacen, 2015.
– 49 –
Mercado Financeiro Brasileiro
De acordo com a figura anteriormente apresentada, temos CMN com a 
missão normativa básica de definir as diretrizes de funcionamento do sistema 
financeiro nacional e formular toda a política de moeda e crédito da economia, 
visando atender aos interesses econômicos e sociais (HOJI, 2009). Ainda como 
órgão normativo, temos o CNSP, que dentre as atribuições está a fixação das 
diretrizes e das normas que regem a política de seguros privados. E o CNPC, 
que é o órgão normativo que regula o regime de previdência complementar.
Vinculam-se ao CMN as entidades supervisoras: Banco Central do Brasil 
(Bacen) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Ao CNSP vincula-se a 
Superintendência de Seguros Privados (Susep) e, ao CNPC, a Superintendência 
Nacional de Previdência Complementar (Previc) (HOJI, 2009; BACEN, 2015). 
Apresentamos, no quadro a seguir, a atuação de cada uma dessas instituições.
Quadro 1: Entidades supervisoras e respectiva atuação no Sistema Financeiro 
Nacional (SFN)
Instituição Atuação no SFN
Banco Central do 
Brasil (BACEN)
Atua na supervisão e fiscalização do mercado finan-
ceiro, na gestão do sistema financeiro e na exe-
cução da política monetária do governo. 
Comissão de Valores 
Mobiliários (CVM)
Atua na supervisão e no controle do fomento do mer-
cado de valores mobiliários, abrangendo três importan-
tes segmentos financeiros do mercado: as instituições 
financeiras, as companhias de capital aberto emitentes 
de títulos e valores imobiliários e os investidores.
Superintendência de 
Seguros Privados (Susep)
Atua na normatização, no controle e na fiscali-
zação dos mercados de seguro, resseguro, pre-
vidência privada aberta e capitalização.
Superintendência Nacional 
de Previdência Com-
plementar (PREVIC)
Atua na fiscalização das atividades das entidades fecha-
das de previdência privada (fundos de pensão).
Fonte: Elaborado pela autora, com base em Hoji, 2009.
Das entidades supervisoras do quadro apresentado acima, vamos refor-
çar o conhecimento sobre o Bacen, por sua importância fundamental e seus 
Administração Financeira
– 50 –
reflexos na economia como um todo. O Bacen, além de supervisionar e fisca-
lizar o mercado financeiro, também atua na execução da política monetária 
no nosso País. O Banco Central do Brasil é o responsável pela definição da 
Taxa Selic, que é referência para todas as outras taxas no mercado e é uma 
variável estratégica para o sistema financeiro, pois é o preço do dinheiro que 
circula e define os ativos mais atrativos para investimentos. A taxa Selic tam-
bém impacta nos lucros das empresas e consequentemente no valor das ações.
 Você sabia
o Banco Central do Brasil é o responsável pela política monetária 
no nosso País. Quer saber mais sobre essa característica do Bacen? 
Acesse: http://www.bcb.gov.br/?LAICOMPETENCIAS.
 
No mercado, existem os agentes que geram poupança e os que captam 
poupança para investimentos e, para a intermediação entre esses agentes, exis-
tem instituições financeiras específicas, que dentro do SFN são denominados 
órgãos operadores. Assaf Neto (2009) destaca dois tipos de órgãos operado-
res: bancos comerciais/múltiplos e bancos de investimentos.
Os bancos comerciais/múltiplos caracterizam-se por realizar operações 
financeiras de concessões de créditos, por meio de descontos de títulos, cré-
dito rural, cheques especiais, crédito pessoal, empréstimos para giro, entre 
outras. Exemplos: Bradesco e HSBC. O banco múltiplo caracteriza-se por 
uma atuação mais abrangente que um banco comercial, atuando em crédito 
imobiliário, crédito direto ao consumidor e operações de financiamento de 
longo prazo. Exemplos: Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil. 
Os bancos de investimentos, ao contrário dos bancos comerciais, atuam 
mais a longo prazo, oferecendo intermediação financeira às empresas no levan-
tamento de recursos para suprir suas necessidades de capital fixo e de giro e em 
operações de maior escala, como repasses de recursos oficiais, captações no exte-
rior para repasses internos, financiamentos de bens de produção, intermediação 
na colocação de títulos de dívidas emitidos por empresas, entre outras. São 
exemplos: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) 
e os Bancos Regionais de Desenvolvimento (BRDEs) (HOJI, 2009).
– 51 –
Mercado Financeiro Brasileiro
É interessante mencionar que pequenas e médias empresas, muitas vezes, 
utilizam as cooperativas de crédito, onde os associados podem ter conta cor-
rente, aplicações financeiras, cartão de crédito, empréstimos e financiamen-
tos. O Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop) garante 
os depósitos e os créditos, caso a cooperativa sofra alguma intervenção ou 
liquidação extrajudicial dessas instituições (BACEN, 2015). 
Podemos destacar, ainda, as sociedades de arrendamento mercantil, que 
realizam operações de leasing; as financeiras, voltadas ao crédito direto ao 
consumidor (CDC) e as associações de poupança e empréstimos (APEs), que 
realizam financiamento imobiliário. Essasorganizações integram o Sistema 
Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) (HOJI, 2009).
Assim, com o apoio de uma série de instituições financeiras, o dinheiro 
pode fluir entre poupadores e investidores, e fomentar a economia do País. 
Agora que você conheceu as instituições financeiras, vamos estudar, na sequ-
ência, a composição do mercado financeiro. 
3.2 Mercado financeiro
O mercado financeiro é o locus que propicia a circulação de ativos finan-
ceiros. Gitman (2003, p.6) afirma que “os mercados financeiros representam 
fóruns que facilitam o fluxo de recursos entre investidores, empresa e unida-
des e agência de governo”.
O mercado financeiro é composto por quatro mercados: monetário, de 
crédito, de capitais e de câmbio. 
O mercado monetário executa a política monetária do Governo Fede-
ral, por meio do Banco Central, com a compra e venda de títulos da dívida 
pública emitidos pelo Tesouro Nacional, tais como: Letras do Tesouro Nacio-
nal (LTN), Letras Financeiras do Tesouro (LFT) e Notas do Tesouro Nacio-
nal (NTN) (HOJI, 2009). Podemos acrescentar nesse mercado a negociação 
dos títulos emitidos pelas instituições privadas, tais como: Certificado de 
Depósitos Interbancários (CDI), Certificados de Depósito Bancário (CDB) 
e debêntures. Importante destacar que esse mercado opera no curto e no cur-
tíssimo prazo (HOJI, 2009).
Administração Financeira
– 52 –
 2 O mercado de crédito supre necessidades de caixa de curto e médio 
prazos das pessoas físicas e jurídicas. O crédito de capital de giro 
e os financiamentos de bens e serviços são concedidos por bancos 
comerciais e múltiplos, bancos de investimento e sociedades de cré-
dito, de financiamento e de investimento. As operações de crédito 
mais comuns nesse mercado são: empréstimos para capital de giro, 
descontos de títulos, conta garantida, adiantamento sobre contrato 
de câmbio (ACC), financiamento de importação e de serviços e 
bens de consumo duráveis (HOJI, 2009).
 2 O mercado de capitais financia as atividades produtivas e o capi-
tal de giro das empresas, por meio de instrumentos de financia-
mento como ações e títulos de crédito (debêntures e comercial 
papers), que são negociados no mercado primário e no secundá-
rio. No mercado de capitais, o crédito é concedido aos emissores 
diretamente pelos investidores, que adquirem as ações e os títulos 
de crédito. Há também uma modalidade de financiamento bas-
tante comum para empresas brasileiras, que é o arrendamento 
mercantil, mais conhecido como leasing financeiro, que são ope-
rações praticadas pelas sociedades de arrendamento mercantil 
(HOJI, 2009).
 2 O mercado de câmbio negocia as moedas internacionais conver-
síveis pelas instituições credenciadas pelo Banco Central. Entre 
as moedas, podemos destacar: o dólar dos Estados Unidos, o iene 
do Japão, o euro da União Europeia, a libra esterlina da Grã-Bre-
tanha e o franco da Suíça. Como exemplo de trasação, temos as 
empresas exportadoras que comercializam no mercado externo e 
precisam converter em moeda nacional a moeda estrangeira rece-
bida, vendendo-a para uma instituição autorizada a negociá-la 
(HOJI, 2009).
Dessa forma, o mercado financeiro, por meio de mercados espe-
cíficos, viabiliza as necessidades de transações financeiras das 
empresas, do setor público, das famílias, das próprias instituições 
financeiras, enfim dos poupadores e investidores em geral.
Nesse momento, você deve estar se perguntando: mas qual o papel da 
Bolsa de Valores em relação ao mercado financeiro?
– 53 –
Mercado Financeiro Brasileiro
A principal razão para a sua existência é a capacidade de propor-
cionar liquidez aos títulos financeiros, reduzindo o tempo de realização 
das negociações e compatibilizando os preços, de acordo com a oferta e 
a demanda.
 Importante
as bolsas de valores são entidades jurídicas, com responsabilidades e 
funções de interesse público. No Brasil, temos a Bolsa de Valores, 
Mercadorias e Futuros (BM&FBovespa), que oferece facilidades para 
a realização dos negócios e o controle das operações, permitindo a 
livre formação dos preços, conferindo garantias às operações realiza-
das e oferecendo mecanismos de custódia e liquidação de negócios.
As operações na BM&FBovespa demandam a intermediação de uma 
sociedade corretora, que consiste em instituições habilitadas para operar em 
seus pregões por conta própria, mas de acordo com as determinações de seus 
clientes. Assaf Neto (2009) destaca que os pregões das bolsas de valores podem 
ser físicos, quando as negociações são realizadas nas próprias dependências da 
bolsa; ou eletrônicos, quando são realizadas por via eletrônica – modalidade 
que ganha cada vez mais espaço no mercado financeiro.
 Saiba mais
Você tem interesse em acompanhar e se atualizar sobre o mercado 
financeiro? Acesse os sites: Revista Exame http://exame.abril.com.
br/topicos/mercado-financeiro e o da BM&FBovespa http://www.
bmfbovespa.com.br/home.aspx?idioma=pt-br.
Desse modo, a BMF&Bovespa é uma instituição que auxilia no pro-
cesso de intermediação das operações no mercado financeiro.
Finalmente, é importante considerar que para os profissionais da área 
da administração, o mercado financeiro é uma ótima oportunidade de car-
reira. Observe o quadro a seguir:
Administração Financeira
– 54 –
Quadro 2: Oportunidade de carreira para os administradores
Carreira Oportunidade de carreira
Serviços bancários 
e instituições 
relacionadas
Os gerentes responsáveis por emprétimos avaliam e fazem recomen-
dações sobre vários tipos de empréstimos. Os gerentes de bancos 
comerciais dirigem agências bancárias e supervisionam os progra-
mas oferecidos pelo banco. Os agentes fiduciários administram os 
fundos fiduciários para Estados, fundações e empresas comerciais.
Planejamento 
financeiro pessoal
Os planjadores financeiros aconselham os indivíduos sobre todos 
os aspectos de suas financas pessoais e os ajudam a desenvolver 
planos financeiros abrangentes para atingir os seus objetivos.
Imóveis
Os corretores imobilíarios negociam a venda ou aluguel de pro-
priedades residenciais e comerciais. Os avaliadores estimam os 
valores de mercado de todos os tipos de propriedade. Os empres-
tadores imobiliários analisam e tomam decisões com respeito a 
solicitações de emprétimo. Os bancos hipotecários encontram e 
arranjam financiamento para projetos imobiliários. Os gerentes 
de propriedade lidam com as operações do dia-a-dia de proprie-
dades a fim de atingir retorno máximos para seus proprietários.
Seguro
Os agentes de seguro vendem apólices de seguro para 
atender às necessidades de clientes e os auxiliam no pro-
cessamento e no acordo de indenizações. Os subscris-
tores avaliam e selecionam os riscos que sua empresa 
vai segurar e estabelecem premios associados.
Investimentos
Os corretores de valores, ou executivos de contas, auxiliam os 
clientes na escolha, compra e venda de títulos. Os analistas de 
títulos estudam ações e títu os e aconselham as corretoras de 
valores e seguradoras com relação a eles. Os gerentes de car-
teira monta, e gerenciam carteiras de títulos para empresas e 
indivíduos. Os bancos de invesimento oferecem conselhos a 
emissores de títulos e agem como intermediários entre emisso-
res e compradores de ações e títuloos emitidos recentemente.
Fonte: Gitman, 2003.
– 55 –
Mercado Financeiro Brasileiro
Conforme o quadro anteriormente apresentado, temos que o adminis-
trador pode seguir carreira no mercado financeiro como gerente de institui-
ções financeiras, planejador financeiro e corretor, bem como orientador de 
finanças pessoais, corretor de seguros, dentre outras oportunidades. 
Assim, os mercados financeiros se apresentam como facilitadores ao 
fluxo de recursos entre os agentes poupadores e investidores e, também, 
como oportunidade de atuação profissional

Outros materiais