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FUNDAMENTOS DA 
ADMINISTRAÇÃO 
FINANCEIRA
Programa de Pós-Graduação EAD
UNIASSELVI-PÓS
Autoria: Tiago Pedro Nicchellatti
 Valdecir Knuth
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Reitor: Prof. Hermínio Kloch
Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Coordenador da Pós-Graduação EAD: Prof. Ivan Tesck
Equipe Multidisciplinar da 
Pós-Graduação EAD: Prof.ª Bárbara Pricila Franz
 Prof.ª Tathyane Lucas Simão
 Prof. Ivan Tesck
Revisão de Conteúdo:Bárbara Pricila Franz
Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais
Diagramação e Capa: 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Copyright © UNIASSELVI 2018
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
 658.15
 N584f Nicchellatti, Tiago Pedro
 Fundamentos da administração financeira / Tiago Pedro 
Nicchellatti; Valdecir Knuth. Indaial: UNIASSELVI, 2018.
 156 p. : il.
 
 ISBN 978-85-53158-03-4
 1.Administração financeira.
 I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
Impresso por:
Tiago Pedro Nicchellatti
Mestre em Administração (2011) pelo Programa 
de Pós Graduação em Administração da Universidade 
Regional de Blumenau - PPGAD/FURB (Conceito CAPES 
4). Graduado em Administração Habilitação em Finanças 
(2008) e Especialização em Educação a Distância: Gestão e 
Tutoria (2011) pelo Centro Universitário Leonardo da Vinci. Professor 
de Fundamentos da Administração, Diagnóstico e Intervenção 
Empresarial nos cursos de Administração e Ciências Contábeis 
do Centro Universitário Leonardo da Vinci (Indaial - SC). 
Professor de Metodologia do Artigo Científico nos cursos de 
Pós Graduação (Presencial) e Supervisor de disciplinas nos 
cursos de graduação (EAD) de Administração, Marketing, 
Gestão Comercial, Logística e Processos Gerenciais 
do NEAD (Núcleo de Ensino a Distância) do Centro 
Universitário Leonardo da Vinci (Indaial - SC)
Valdecir Knuth
Possui Mestrado (stricto-sensu) em Ciências Contábeis 
com concentração em Controladoria, Especialização (lato-
sensu) em Contabilidade Gerencial e Graduação em Ciências 
Contábeis.
 
Atualmente, é professor e pesquisador em cursos de Graduação 
(desde 1996) e Pós-Graduação (Especialização/lato-sensu desde 2001) na 
área de Contabilidade com ênfase em Controladoria e Auditoria (Controles 
Internos/Sarbanes Oxley), Contabilidade Geral, Custos (principalmente nos 
seguintes temas: Gestão de Custos e de Resultados, Sistemas de Custeio, 
Método de Custeio e Orçamentos).
 
É autor de materiais de estudos nas áreas de Orçamento 
Empresarial, Empreendedorismo, Custos Industriais, Contabilidade de 
Custos, Engenharia Econômica, Controladoria, Contabilidade Social e 
Ambiental.
 
Atua como consultor empresarial nas áreas de custos e 
orçamentos. É sócio da empresa P2B Consulting Consultoria, 
Assessoria e Treinamento Empresarial Ltda.
Contador CRC – SC-022526/0-8
Sumário
APRESENTAÇÃO ..........................................................................01
CAPÍTULO 1
Introdução à Administração Financeira .................................. 11
CAPÍTULO 2
Principais Demonstrações Financeiras ...................................41
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
Métodos de Avaliação de Investimentos ..................................73
Planejamento Financeiro, Risco e Retorno 
Sobre o Capital ............................................................................95
Tributação Empresarial ...........................................................129
APRESENTAÇÃO
O mundo das finanças é extremamente complexo e dinâmico, o que exige 
muito estudo e preparo dos profissionais que pretendem atuar nesta área. 
 
Finanças diz respeito ao processo de troca ou transferência de dinheiro 
entre pessoas e ou organizações públicas, privadas e do terceiro setor. Desta 
forma, podemos dizer que a administração financeira é a ciência de administrar 
ou gerenciar os recursos financeiros de uma pessoa ou organização. 
 
No Capítulo 1 deste livro apresentaremos os principais conceitos sobre 
o termo finanças, que, resumidamente, representa o estudo da circulação do 
dinheiro entre as pessoas e empresas ou ainda, entre os Estados. Também iremos 
caracterizar e contextualizar as principais áreas de finanças - investimentos, 
instituições financeiras, finanças internacionais e finanças corporativas. 
 
Para que possam tomar decisões mais assertivas, os administradores 
precisam munir-se de informações confiáveis. Nesse momento, a 
contabilidade tem papel fundamental, fornecendo os dados necessários para 
análise, gerência e posterior tomada de decisões organizacionais. É através 
dos inúmeros relatórios contábeis que os administradores obtém a informações 
da situação econômico–financeira das empresas, necessárias para gerenciar e 
planejar os recursos organizacionais.
 
No Capítulo 2 iremos apresentar a influência da contabilidade para a 
administração financeira, haja vista que é inimaginável que um gestor financeiro 
tome qualquer decisão sem ter como base as informações geradas pelos inúmeros 
relatórios e demonstrações desenvolvidos pela contabilidade.
 
Nesta perspectiva, serão apresentadas as quatro principais demonstrações 
financeiras, sendo o balanço patrimonial, a demonstração de resultado, a 
demonstração das mutações do patrimônio liquido, e as demonstrações do fluxo 
de caixa. Também apresentaremos os principais índices financeiros, classificados 
em cinco categorias principais: índices de liquidez; índices de atividade; índices 
de endividamento; índices de lucratividade/rentabilidade e valor de mercado. 
 
Portanto, o foco principal do nosso estudo neste capítulo está centrado nas 
principais demonstrações e índices econômico-financeiros e suas aplicações no 
processo de tomada de decisão.
 
Normalmente, a decisão de investimento só é tomada após a análise da 
apresentação de vários projetos, sendo a escolha realizada com base na adequação 
do projeto com as necessidades e condições da empresa. Identificar a alternativa 
mais viável, depende de vários fatores, como por exemplo, o tempo disponível para 
implantação do projeto; a maior ou menor facilidade de manutenção e assistência 
técnica e a tendência da evolução econômica como um todo.
 
Nesta perspectiva, o foco principal do Capítulo 3 está centrado no 
entendimento dos principais métodos de avalição de projetos de investimento. 
 
No Capítulo 4 estudaremos a contribuição da contabilidade no fornecimento 
de informações para decisões de investimentos de curto prazo e longo prazo. 
Dentre estas informações destacam-se a apuração do Capital Circulante Líquido 
positivo e negativo que determina a necessidade de capital de giro da empresa, e 
os Ciclos Operacional e Financeiro que contribuem na identificação do número de 
dias que a empresa utiliza para o seu giro de estoques, o giro de contas a pagar e 
o giro de contas a receber.
Também iremos estudar o Custo Médio Ponderado de Capital – CMPC, que 
se constitui em uma importante ferramenta para a identificação da taxa final que 
representa o custo da captação dos recursos de capital próprio e dos recursos de 
capital de terceiros. Finalizando este Capítulo, conheceremos a avaliação do risco 
e o mercado de ações com vistas à identificação das necessidades de captação 
de recursos financeiros para a empresa pela sua abertura de capital. 
No capítulo 5 estudaremos a responsabilidade do administrador em relação 
à obrigatoriedade tributária das empresas frente ao órgão público arrecadador. 
Conhecer os tipos de planejamento tributário é importante para a empresa, pois 
podem proporcionar a redução da carga tributária sem incorrer em riscos de 
fraudes ou erros na escrituração fiscal da empresa.
Para tanto, estudaremosas modalidades de tributação existentes, como o 
Simples Nacional que é uma forma de tributação, cujo objetivo principal é o de 
regular o tratamento diferenciado, simplificado e favorecido aplicável às micro 
e pequenas empresas. O Lucro Presumido é uma modalidade utilizada pelas 
empresas para facilitar o recolhimento dos tributos sem a necessidade de apelar 
ao complexo sistema de apuração e mensuração do imposto de renda apurado 
pelo lucro real. Esse tipo de modalidade para apuração consiste em presumir ou 
estimar o lucro a partir de um percentual sobre a receita bruta. Esse percentual 
fixado em lei varia de acordo com o tipo de atividade. Temos ainda, como 
modalidade de tributação, o Lucro Real, interpretado pela legislação em vigor 
como o lucro líquido do período de apuração ajustado pelas adições, exclusões 
ou compensações prescritas ou autorizadas na legislação. O Fisco esclarece que 
a expressão lucro real significa o próprio lucro tributável, para fins da legislação 
do Imposto de Renda (IR), distinto do lucro líquido apurado contabilmente. Por 
final, o Lucro Arbitrado é uma forma de tributação que somente pode ser utilizada 
quando não é possível se fazer a apuração do imposto por meio do lucro real ou 
do lucro presumido e nem pelo simples nacional.
Bons estudos!
CAPÍTULO 1
Introdução à Administração 
Financeira
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
�	Compreender as funções da administração financeira, seus conceitos, 
características e aplicabilidade.
� Conhecer os conceitos e características do mercado financeiro.
� Apresentar as áreas da administração financeira e os agentes que nelas atuam.
� Compreender as modalidades de empresas e suas peculiaridades.
12
 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
13
Introdução à Administração Financeira Capítulo 1 
Contextualização
O mundo das finanças, tanto pessoais quanto organizacionais, é 
extremamente complexo e dinâmico, exigindo muito estudo dos profissionais que 
atuam nesta área. 
A administração é uma ciência que tem como objetivo o estudo de métodos 
usados para administrar, sendo um processo de tomada de decisão sobre 
objetivos e utilização de recursos.
O termo finanças representa o estudo da circulação do dinheiro entre as 
pessoas e empresas ou, ainda, entre os Estados. As finanças surgem como um 
ramo da economia que se dedica a avaliar como são obtidos e geridos os recursos.
Portanto, finanças está relacionado ao processo de troca (transferência de 
dinheiro entre pessoas ou organizações públicas, privadas e do terceiro setor). 
Desta forma, podemos dizer que a administração financeira é a ciência de 
administrar (gerenciar os recursos financeiros) de uma pessoa ou organização. 
Tem como principais áreas: investimentos, instituições financeiras, finanças 
internacionais e finanças corporativas. No decorrer deste capítulo iremos 
caracterizar e contextualizar cada uma dessas áreas individualmente. 
Conceitos, Características 
e Funções da Administração 
Financeira
A administração financeira pode ser entendida como uma técnica ou ciência 
para administrar recursos, ou seja, ela está voltada para a gestão do dinheiro, 
dos relacionamentos com as instituições, mercados e instrumentos envolvidos na 
transferência de fundos entre pessoas, empresas e governo. A gestão financeira 
detém a tarefa de gerir o relacionamento de instituições, mercados e instrumentos 
envolvidos na transferência de fundos entre pessoas, empresas e governos 
(GITMAN, 2002). 
De maneira geral, o conceito de administração financeira pode ser definido 
como a arte ou ciência de gerenciar os recursos financeiros de pessoas físicas ou 
jurídicas, buscando alcançar a máxima eficiência nos processos, a fim de obter a 
maximização dos retornos do capital investido. 
14
 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
Aqueles que se especializam em finanças provavelmente devem começar 
sua carreira em uma dessas três áreas: (1) mercado de capitais e instituições, que 
trabalham com mercados de títulos e instituições financeiras; (2) Investimentos, 
que se especializam no apoio às decisões tomadas tanto pelos investidores 
individuais quanto pelos institucionais durante o processo de escolha de títulos 
para suas carteiras de investimentos e (3) administração financeira ou finanças 
de empresas, que envolvem decisões dentro de empresas. Dentro destas áreas 
existem muitas e variadas oportunidades, porém, para ser bem-sucedido, o 
administrador financeiro deve conhecer das três áreas.
As Funções da Administração e do 
Administrador Financeiro
As funções típicas da administração financeira estão relacionadas às 
atividades da organização, que segundo Hoji (2008, p. 7), são: “análise, 
planejamento e controle financeiro, tomadas de decisões de investimentos e 
tomadas de decisões de financiamentos”. Todas as atividades da organização, 
sejam elas operacionais ou não, envolvem recursos, e, portanto, precisam ser 
conduzidas para a satisfação dos objetivos. 
Para Spiro (2001), todas as atividades empresariais envolvem 
recursos e, portanto, devem ser conduzidas para a obtenção de lucro. 
As atividades de porte financeiro têm como base de estudo e análise 
de dados retirados do Balanço Patrimonial, mas principalmente do 
fluxo de caixa da empresa, tendo em vista que a partir desta ferramenta 
é que se percebe a quantia real disponível no ativo circulante para 
financiamentos e novas atividades. Para Spiro (2001), as principais 
funções típicas do administrador financeiro são: 
• análise e planejamento financeiro: analisar os resultados financeiros e 
planejar ações necessárias para obter a maximização dos resultados;
• boa utilização dos recursos financeiros: analisar e negociar a 
captação dos recursos financeiros necessários, bem como a aplicação 
dos recursos financeiros disponíveis; 
• crédito e cobrança: analisar a concessão de crédito aos clientes e 
administrar o recebimento dos créditos concedidos; 
• caixa: efetuar os recebimentos e os pagamentos, controlando o saldo de 
caixa;
• contas a receber e a pagar: controlar as contas a receber relativas às 
vendas a prazo e contas a pagar relativas às compras a prazo, impostos 
e despesas operacionais.
As atividades de 
porte financeiro 
têm como base de 
estudo e análise de 
dados retirados do 
Balanço Patrimonial, 
mas principalmente 
do fluxo de caixa da 
empresa
15
Introdução à Administração Financeira Capítulo 1 
Atividade de Estudos:
1) Até aqui apresentamos alguns dos principais conceitos da 
administração financeira. Com base no que foi visto, descreva 
quais são as principais ferramentas de gestão que devem ser 
analisadas e utilizadas como base para a tomada de decisão 
pelos gestores financeiros. 
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O que não pode faltar em um bom gestor financeiro? Leia o 
artigo disponível no link a seguir: Disponível em: <https://endeavor.
org.br/nao-pode-faltar-gestor-financeiro/>.
Segundo Gitman (2010, p. 11): 
Além do envolvimento constante com análise e o planejamento 
financeiro, as principais atividades dos administradores 
financeiros são tomar decisões de investimento e de 
financiamento. As de investimento determinam a combinação e 
os tipos dos ativos que a empresa detém. As de financiamento 
determinam a combinação e os tipos de financiamento por ela 
usados. 
Resumidamente, o gestor financeiro tem como principais funções analisar, 
planejar e controlar os recursos financeiros; tomar decisões de investimento; tomar 
decisões de financiamento e atingir os objetivose compromissos estipulados 
pelas organizações (ASSAF NETO, 2010).
16
 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
Áreas da Administração Financeira
Tradicionalmente, os tópicos ou áreas em finanças são agrupados em quatro 
áreas principais: (ROSS; WESTERFIELD; JORDAN, 2010, p. 36). 
• Finanças corporativas;
• Investimentos; 
• Instituições financeiras; 
• Finanças internacionais. 
a) Finanças corporativas
Finanças Corporativas ou Empresariais têm como principal função realizar o 
planejamento, controle, orçamento e análise de investimentos e financiamentos, 
para que as organizações possam gerenciar os riscos das operações e administrar 
todas as entradas e saídas em seu fluxo de caixa. Portanto, esse conceito 
está associado à realização de transação do capital para criar, desenvolver 
e, principalmente, fazer crescer as organizações (LEMES JUNIOR; RIGO; 
CHEROBIM, 2005).
Esta área requer muito conhecimento do profissional financeiro, pois este 
toma decisões vitais no âmbito empresarial, que podem envolver a estrutura 
de ativos; estrutura financeira (planejamento); controle de gestão; obtenção de 
resultado de empresas; órgãos governamentais. Este é o tema principal deste 
livro e será discutido mais detalhadamente nos próximos capítulos. 
b) Investimentos
A área de investimentos lida com ativos financeiros, tais como ações e 
obrigações. Entre as obrigações podemos destacar as debêntures, títulos públicos 
e privados, derivativos etc. 
O profissional financeiro que desejar atuar nesta área terá entre suas 
atividades: calcular preços desses ativos, determinar os riscos envolvidos e 
o retorno possível, bem como, analisar o contexto para definição da melhor 
composição de carteiras para cada tipo de cliente investidor. Esse profissional 
pode atuar como operador de Bolsa de Valores, administrador de carteiras de 
fundos ou ainda como analista de títulos.
17
Introdução à Administração Financeira Capítulo 1 
c) Instituições financeiras
Instituições financeiras são negócios que, basicamente, lidam primeiramente 
com assuntos financeiros, bancos, associações de poupança e empréstimo e 
seguradoras, são as mais conhecidas. Essas instituições empregam profissionais 
para desempenhar uma grande variedade de tarefas relacionadas a finanças. 
Profissionais que atuam nesta área podem ocupar funções relacionadas 
à área de empréstimos, seguros, previdência privada, captação de recursos, 
capitalização etc. 
d) Finanças internacionais
Podemos definir finanças internacionais como uma especialização do 
que propriamente uma área, pois requer conhecimento em todas as áreas 
citadas, sua atuação envolve aspectos internacionais, correlacionados com 
finanças corporativas, investimentos e instituições financeiras, por exemplo, a 
administração de carteiras e análise de títulos de companhias de outros países. 
Também empresas nacionais com operações no exterior precisam analisar a taxa 
de câmbio e risco político, empréstimos internacionais, administração de carteira 
e análise de títulos de empresas sediadas em vários países. 
GESTOR, ADMINISTRADOR, COTISTA: SAIBA “QUEM 
É QUEM” NOS FUNDOS DE INVESTIMENTO
Todo fundo de investimento possui uma estrutura definida, é 
interessante que você conheça os seus principais pilares antes de 
aplicar os seus recursos. Você já deve ter ouvido falar, por exemplo, 
no administrador do fundo, mas sabe exatamente qual é a sua 
função? E o gestor, você tem ideia de quais são as atribuições 
deste profissional? Também há o custodiante, auditor, entre outros 
profissionais. 
Se você tem dúvidas sobre o papel de cada um na indústria de 
fundos, confira as definições a seguir: 
Gestor 
Quando você aplica diretamente em algum ativo, ações ou 
títulos públicos, por exemplo, é o responsável por administrar a sua 
18
 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
própria carteira de investimentos e tomar as decisões de compra e 
venda, com objetivo de conseguir mais rentabilidade. 
A grande diferença de aplicar em fundos de investimentos é que 
você transfere esta tarefa de decisão para uma terceira pessoa, o 
gestor do fundo, que é um profissional habilitado e qualificado para 
este tipo de atividade. “O gestor é responsável pela compra e venda 
dos ativos do fundo, segundo objetivos e política de investimento 
estabelecida no regulamento”, define a Anbima (Associação 
Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). 
Isso quer dizer que é ele quem escolhe em quais ativos aquele 
fundo vai aplicar, quais os percentuais de alocação do portfólio e o 
momento de entrada e saída dos investimentos (também conhecido 
como zeragem de posição ou simplesmente stop), sempre dentro 
das regras definidas pelo regulamento do fundo e de acordo com a 
sua classificação. 
Exemplo: se aquele for um fundo de renda fixa, o gestor precisa 
alocar pelo menos 80% da carteira em títulos públicos federais. Se 
for um fundo de ações, é preciso investir ao menos 67% da carteira 
em ações à vista ou em outros valores mobiliários. 
Por isso, é importante que, antes de você optar por determinado 
fundo de investimento, faça uma pesquisa sobre o gestor daquele 
fundo, verifique o seu currículo e sua experiência no mercado 
financeiro e analise a rentabilidade passada dos fundos geridos por 
ele, se possível, em um período longo de tempo, para conseguir ter 
uma noção melhor. 
O gestor pode ser uma pessoa física ou jurídica e, em ambos 
os casos, necessita ter registro na CVM (Comissão de Valores 
Mobiliários). 
Administrador 
O administrador é uma empresa que cuida do dia a dia do fundo 
e controla os prestadores de serviço - tais como gestor, auditor, 
custodiante -, além de acompanhar os fluxos de caixa do fundo e, 
principalmente, defender os direitos dos cotistas. “É o responsável 
pelo funcionamento do fundo”, define a Anbima.
 
19
Introdução à Administração Financeira Capítulo 1 
Além disso, ele é o responsável pela constituição do fundo e 
também pelo seu registro na CVM. Também cabe à empresa que 
administra o fundo aprovar o seu regulamento e prestar contas 
aos reguladores e aos cotistas, seja divulgando o valor da cota 
diariamente, seja enviando um extrato mensal aos investidores, entre 
outras informações. 
Auditor 
Quando se trata de investimentos e aplicações financeiras, 
todo cuidado é pouco. Afinal, você não ficaria tranquilo em deixar o 
seu dinheiro nas mãos de uma empresa pouco confiável, com uma 
administração nada transparente, e que pode estar passando por 
dificuldades financeiras. 
Por isso, para garantir mais tranquilidade para os investidores, 
uma das exigências para que um fundo possa existir é que ele 
possua um auditor independente. 
O auditor é uma empresa contratada pelo administrador do 
fundo e que tem a responsabilidade de auditar anualmente as contas 
e documentos deste fundo - que precisam seguir normas específicas 
estabelecidas pela CVM, ou seja, o papel do auditor dentro do 
fundo de investimento é garantir transparência para o investidor e a 
segurança de que a administração está sendo efetuada da maneira 
correta. 
É importante lembrar que a empresa responsável pela auditoria 
deve estar autorizada pela CVM para efetuar este tipo de serviço. 
Custodiante 
Quando você aplica seu dinheiro em um fundo de investimento, 
não compra diretamente um ativo, mas, sim, cotas do fundo (o gestor 
é o que faz a compra dos ativos). 
As suas cotas, por sua vez, têm uma relação direta com os 
ativos adquiridos e com a valorização (ou desvalorização) destes 
papéis. Mas os papéis adquiridos pelo gestor não ficam guardados 
na própria asset, mas, sim, em uma empresa contratada para isso: o 
custodiante. 
20
 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
Assim, o custodiante é a empresa responsável por guardar 
os ativos do fundo. É ela que responde pelos dados e envio de 
informações dos fundos para os gestores e administradores. 
Além de guardar os ativosdo fundo de investimento, o serviço 
de custódia engloba a liquidação física e financeira dos ativos, 
quer dizer, a efetivação da compra e a venda das ações, títulos e 
demais ativos escolhidos pelo gestor, e também a administração e 
informações de eventos associados a esses ativos. 
A empresa custodiante também precisa ser autorizada pela CVM 
para poder guardar os ativos pertencentes ao fundo de investimentos. 
Cotista 
Apesar de o nome não ser tão comum, cotista é aquele que 
detém cotas de um fundo de investimento. De maneira simples e 
direta, é você, o próprio investidor. 
É importante lembrar que não importa se for um pequeno ou 
grande investidor, ao aplicar em um fundo, todos têm os mesmos 
direitos e devem receber o mesmo tratamento, independentemente 
de valor aplicado. 
Existem alguns tipos diferenciados de cotistas, ou investidores, 
classificados pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários). 
- Investidor qualificado: 
Aqueles que possuem investimentos financeiros no valor 
superior a R$ 300 mil reais e que, adicionalmente, atestem por escrito 
sua condição de investidor qualificado por meio de um termo próprio. 
- Investidor superqualificado: 
Como no caso dos investidores qualificados, entretanto, é 
preciso que este investidor tenha, no mínimo, R$ 1 milhão disponível 
para investir. 
Fonte: Disponível em: <http://www.infomoney.com.br/onde-investir/
noticia/2293662/gestor-administrador-cotista-saiba-quem-quem-
nos-fundos-investimento>. Acesso em: 28 jan. 2018.
21
Introdução à Administração Financeira Capítulo 1 
Tipos de Empresas
Examinaremos, a seguir, as três diferentes modalidades legais de 
organização de empresas, segundo Ross, Westerfield e Jordan (2010):
• Firmas individuais;
• Sociedade por cotas;
• Sociedade por ações. 
a) Firmas individuais
As firmas individuais são aquelas que, como o próprio termo já revela, são 
empresas que pertencem a apenas um indivíduo, ou seja, não possuem sócios. 
Nesta modalidade, o patrimônio total do indivíduo “único dono da empresa” pode 
ser utilizado para saldar as dívidas da mesma, sendo a responsabilidade ilimitada. 
Esta modalidade é muito comum entre pessoas com pequenos estabelecimentos. 
A tributação sobre os ganhos ocorre na sua declaração de rendimentos de pessoa 
física do proprietário. 
b) Sociedades por quotas
Na modalidade de sociedade por cotas, a própria expressão também revela a 
situação jurídica da empresa, a qual se caracteriza pela existência de dois ou mais 
sócios. Cada sócio tem a sua responsabilidade limitada às cotas que possui de 
participação na empresa. A forma de tributação se distingue das firmas individuais, 
e também entre as diferentes atividades industriais, comerciais e de serviços.
c) Sociedades por ações
Sociedade por ações são sociedades comerciais que têm seu capital 
social dividido em ações, formadas por acionistas que compram determinada 
quantidade de ações ordinárias ou preferenciais de uma organização, limitando 
a sua responsabilidade. Os acionistas podem comprar mais ações da mesma 
organização ou serem acionistas de outras empresas, negociando suas ações 
a fim de maximizar seus resultados. Estas ações são negociadas nas bolsas de 
valores com intermediação de corretoras de valores. 
22
 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
Organização de Empresas no Brasil
Examinaremos a seguir as quatro modalidades mais comuns de empresas 
que podem ser adotadas no Brasil:
• Sociedade Empresarial Limitada (Ltda.).
• Empresa Individual.
• Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (Eireli).
• Microempreendedor Indivual (MEI).
a) Sociedade Empresarial Limitada (Ltda.)
Esse tipo de empresa é composto por dois ou mais sócios, ambos respondem 
financeira e administrativamente pela empresa, conforme o capital social que 
aplicaram e a cláusula de exercício de administração constante no contrato social. 
Porém, os envolvidos não respondem pelas dívidas empresariais, com todos 
os seus bens pessoais. Nesse tipo de empresa os patrimônios de pessoa jurídica 
e pessoa física são separados. Se a empresa não honrar com o pagamento de 
um empréstimo de R$ 200 mil reais, por exemplo, o sócio arcará com apenas o 
valor de sua participaçãção, se for de apenas R$ 50 mil reais, ele terá que arcar 
apenas com esse valor. Então, se ele tiver um patrimônio pessoal de R$ 100 mil 
reais, o valor total de seu patrimônio não será considerado para honrar a dívida, 
apenas os R$ 50 mil reais referentes à sua participação social.
b) Empresa individual
Diferente da limitada, na empresa individual o empresário não é sócio, mas 
proprietário da mesma. Inclusive, o nome empresarial precisa ser o mesmo do 
empresário, podendo apenas escolher um nome fantasia para o empreendimento. 
Nas empresas individuais, mesmo que exista um capital social, o empresário 
responde por todo o negócio, e seu patrimônio pessoal pode ser tomado para 
quitar dívidas abertas. Diferente dos demais tipos de empresa, a individual não 
tem contrato social, pois não há sócios, apenas um requerimento de empresário é 
formalizado com os dados de empreendedor e empresa.
c) Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (Eireli)
A Eireli é formada sempre por apenas um sócio, porém, segue o mesmo 
modelo da Limitada. O sócio, nesse caso, toma decisões sozinho, por ser o único 
envolvido, e assim como na sociedade limitada, tem seu patrimônio separado 
23
Introdução à Administração Financeira Capítulo 1 
daquele da empresa e responde financeiramente por ela até o limite do capital 
social da organização, usando na empresa um nome empresarial, não o seu 
próprio.
d) Microempreendedor Indivual (MEI)
O microempreendedor individual também é um tipo de empresa individual, 
pela qual o proprietário tem seu nome como nome do negócio, sendo totalmente 
responsável pelo mesmo e respondendo inclusive com seus bens de pessoa 
física pelas dívidas da empresa.
Na abertura, o MEI automaticamente é enquadrado no regime de tributação 
Simples Nacional, não tendo opção para escolher outro regime tributário. Não 
podem faturar mais de R$ 81 mil reais anualmente e caso ultrapassem esse valor, 
devem fazer a transição para outro tipo de empresa.
O MEI também possui restrição quanto ao número de funcionários, que não 
pode passar de um. Se o empreendedor tiver a necessidade de contratar mais 
colaboradores, precisará mudar o tipo de empresa para isso. 
Mercado Financeiro
Em uma economia, de um lado existem os que possuem poupanças 
financeiras e, do outro, os que dela necessitam. A intermediação entre os 
dois lados ocorre no mercado financeiro. As instituições que intermedeiam as 
operações captam dos investidores, depositantes e repassam os recursos aos 
tomadores, cobrando uma taxa de intermediação conhecida como spread. 
Um bom exemplo de spread é o bancário, que nada mais é 
do que a diferença entre o que os bancos pagam na captação de 
recursos e o que eles cobram ao conceder um empréstimo para 
uma pessoa física ou jurídica. Nesse contexto, o termo inglês 
spread significa margem.
24
 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
Os investidores podem ser poupadores, por exemplo, pessoas físicas, 
investidores pessoa jurídica, exportadores e órgãos governamentais. Os 
tomadores poderiam ser empresas que necessitam de recursos, por exemplo, 
pessoas físicas que necessitam de financiamento de imóvel, importadores que 
necessitam liquidar suas obrigações em moeda estrangeira, e o governo, que 
necessita financiar a dívida pública. O próprio tomador poderia ser um dos 
investidores (e vice-versa). A moeda de transferência, por exemplo, poderia ser a 
moeda nacional, moeda estrangeira, ou outra unidade monetária. 
O mercado financeiro pode ser subdividido em quatro mercados específicos, 
embora muitas vezes ocorra a sobreposição entre eles (HOJI, 2012; ROSS; 
WESTERFIELD; JORDAN, 2010; ASSAF NETO, 2010): 
• Mercado monetário;
• Mercado de créditos;
• Mercado de capitais;• Mercado de câmbio. 
a) Mercado monetário
No mercado monetário são negociadas, basicamente, operações de curto e 
curtíssimo prazo. 
A política monetária do Governo Federal é executada por meio desse mercado, 
com a compra e venda pelo Banco Central de títulos de dívida emitidos pelo Tesouro 
Nacional, por exemplo, Letras do Tesouro Nacional (LTN), Letras Financeiras do 
Tesouro (LFT) e Notas do Tesouro Nacional (NTN). O Banco Central não mais emite 
títulos de dívida, somente os utiliza para exercer a política monetária. 
Quando há necessidade de reduzir a liquidez do mercado financeiro, o 
Banco Central coloca os títulos à venda, e os agentes econômicos adquirem-nos, 
pagando em moeda. Quando há necessidade de aumentar a liquidez do mercado 
financeiro, o Banco Central resgata os títulos antes do vencimento. 
No mercado monetário são negociados também títulos emitidos pelas 
instituições privadas, por exemplo, certificados de depósito interbancário (CDI), 
certificados de depósito bancário (CDB) e debêntures. 
25
Introdução à Administração Financeira Capítulo 1 
CDI - CDI significa Certificado de Depósito Interbancário. Para 
simplificar, é o nome dos empréstimos que os bancos tomam entre 
si diariamente para fechar o caixa no positivo. Sua taxa é usada 
como referência em diversos investimentos. Acesse o link a seguir e 
saiba mais. Disponível em: <https://www.btgpactualdigital.com/blog/
financas/tudo-sobre-cdi>.
CDB - O CDB (Certificado de Depósito Bancário) é um título que 
os bancos emitem para se capitalizar, ou seja, conseguir dinheiro 
para financiar suas atividades de crédito. Portanto, ao adquirir um 
CDB, o investidor está efetuando uma espécie de empréstimo para 
a instituição bancária em troca de uma rentabilidade diária. Existem 
três tipos principais de CDB: o prefixado, o pós-fixado e os que 
pagam juros mais um índice de inflação. Acesse o link a seguir e 
saiba mais. Disponível em: <http://www.infomoney.com.br/cdb>.
 
Debêntures - A debênture é um valor mobiliário emitido por 
sociedades por ações, representativo de dívida, que assegura a 
seus detentores o direito de crédito contra a companhia emissora. 
Consiste em um instrumento de captação de recursos no mercado 
de capitais, que as empresas utilizam para financiar seus projetos. É 
uma forma também de melhor gerenciar suas dívidas. Acesse o link 
a seguir e saiba mais. Disponível em: <http://www.portaldoinvestidor.
gov.br/menu/Menu_Investidor/valores_mobiliarios/debenture.html>.
b) Mercado de créditos
É no mercado de créditos que as pessoas físicas e jurídicas suprem as 
necessidades de caixa de curto e médio prazo (eventualmente podem também 
ocorrer operações de curtíssimo e longo prazo). Geralmente, é nesse mercado 
que os tomadores de recursos se relacionam com os intermediários financeiros 
(bancos comerciais e múltiplos, bancos de investimento e sociedades de 
crédito, financiamento e investimento), que lhes concedem crédito para suprir as 
necessidades de capital de giro e as necessidades de financiamento de bens e 
serviços (HOJI, 2012).
26
 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
Os recursos financeiros negociados nesse mercado originam-se basicamente 
de depósitos captados pelas instituições financeiras, repasses de linhas de crédito 
(oficiais e externas) e recursos próprios das instituições financeiras, por exemplo, 
os empréstimos bancários, financiamentos ou quando precisamos usar o cheque 
especial. Nesse mercado são negociados os recursos de curto, médio e longo prazo 
para pessoas e empresas que buscam recursos para capital de giro ou consumo.
Sendo as operações de crédito mais comuns os empréstimos para capital 
de giro, descontos de títulos, conta garantida, assunção de dívidas, adiantamento 
sobre contrato de câmbio (ACG), repasse de recursos externos (Antiga Resolução 
nº 2.770), financiamento de importação e financiamento de serviços e bens de 
consumo duráveis. 
c) Mercado de capitais
A finalidade do mercado de capitais é a de financiar as atividades 
produtivas e o capital de giro das empresas, por meio de recursos de 
médio e longo prazo. Os principais instrumentos de financiamento 
existentes no mercado de capitais brasileiro são: 
• Ações; 
• Debêntures; 
• Notas promissórias (commercial papers). 
Quando você compra um lote de ações na bolsa de valores, está aplicando 
no mercado de capitais.
As ações e os títulos de crédito (debêntures e commercial papers) são 
negociados no mercado primário e no mercado secundário. No mercado primário, 
as empresas emitem as ações e os títulos de crédito e obtêm recursos novos 
para suprir suas necessidades de caixa. Posteriormente, esses ativos são 
transacionados no mercado secundário. Diferentemente do mercado de crédito, 
no mercado de capitais o crédito é concedido pelos emissores aos próprios 
investidores, que adquirem as ações e os títulos de crédito. 
No mercado financeiro internacional são emitidos títulos de crédito 
denominados bonds (títulos com prazos a partir de 10 anos) e notes (títulos com 
prazos inferiores a 10 anos). 
A outra modalidade de financiamento bastante comum para empresas 
brasileiras é o arrendamento mercantil, mais conhecido como Leasing financeiro, 
que são operações praticadas pelas sociedades de arrendamento mercantil. 
A finalidade do 
mercado de capitais 
é a de financiar as 
atividades produtivas 
e o capital de giro 
das empresas, por 
meio de recursos de 
médio e longo prazo.
27
Introdução à Administração Financeira Capítulo 1 
O leasing é uma operação com características legais próprias, 
não se constituindo operação de financiamento. Nas operações 
de leasing, o bem é arrendado ao arrendatário, e pode ser adquirido 
ou não por ele ao final do contrato. Nas operações de financiamento, 
o bem é sempre adquirido pela pessoa que contratou o financiamento. 
Acesse o link a seguir e saiba mais sobre leasing. Disponível em: 
<https://www.bcb.gov.br/pre/bc_atende/port/leasing.asp#1>.
MERCADO PRIMÁRIO X MERCADO SECUNDÁRIO
Uma das principais funções do mercado de capitais é possibilitar 
que as companhias ou outros emissores de valores mobiliários, com 
o intuito de viabilizar projetos de investimento, captem recursos 
diretamente do público investidor em condições mais vantajosas do 
que as oferecidas pelos empréstimos e financiamentos bancários. 
Quando as companhias decidem levantar recursos dessa forma, elas 
realizam uma nova emissão de valores mobiliários no mercado.
O mercado primário é aquele em que os valores mobiliários de 
uma nova emissão da companhia são negociados diretamente entre a 
companhia e os investidores subscritores da emissão, e os recursos são 
destinados para os projetos de investimento da empresa ou para o caixa.
Entretanto, alguns desses valores mobiliários, como as ações, 
representam frações patrimoniais da companhia, e dessa forma, 
não são resgatáveis em data predefinida. Da mesma forma, outros 
podem ter prazos de vencimento muito longo. Essas características, 
entre outras, poderiam afastar muitos dos investidores do mercado 
de capitais, caso eles não tivessem como negociar com terceiros os 
valores mobiliários subscritos, dificultando o processo de emissão 
das companhias.
O mercado secundário cumpre essa função. É o local em que 
os investidores negociam e transferem entre si os valores mobiliários 
emitidos pelas companhias. Nesse mercado ocorre apenas a 
28
 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
transferência de propriedade e de recursos entre investidores. A 
companhia não tem participação. Portanto, o mercado secundário 
oferece liquidez aos títulos emitidos no mercado primário.
Fonte: Disponível em: <http://www.portaldoinvestidor.gov.br/menu/Menu_Investidor/
funcionamento_mercado/mercado_primario.html>. Acesso em: 28 jan. 2018.
d) Mercado de câmbio
No mercado de câmbio são negociadas moedas internacionais 
conversíveis, pelas instituições credenciadas pelo Banco Central.É no 
mercado de câmbio que se realiza a troca de moeda de um país pela 
moeda de outro país. 
Quando viajamos para outro país, por exemplo, Estados Unidos, 
precisamos comprar dólares para garantir nossas compras e passeios, 
neste momento, de forma simplista, estamos atuando no mercado de 
câmbio.
Algumas das principais moedas estrangeiras negociadas no mercado de 
câmbio brasileiro são: 
• Dólar dos Estados Unidos.
• Iene do Japão.
• Euro da União Europeia. 
• Libra esterlina da Grã-Bretanha.
• Franco da Suíça.
A moeda estrangeira é negociada principalmente pelos agentes econômicos 
que mantêm relação de comércio internacional e pelos que captam recursos no 
exterior, além das instituições financeiras autorizadas a operar com câmbio. 
As empresas exportadoras vendem as mercadorias ao mercado exterior 
e recebem em moeda estrangeira, e para utilizá-la, precisam convertê-la em 
moeda nacional. A conversão para moeda nacional é feita com a venda da moeda 
estrangeira para uma instituição autorizada a negociá-la. 
Quando as empresas importadoras precisam pagar as importações, fazem a 
operação inversa, ou seja, trocam a moeda nacional pela moeda estrangeira da 
importação e a remetem para o exportador estrangeiro (HOJI, 2012). 
Quando viajamos 
para outro país, por 
exemplo, Estados 
Unidos, precisamos 
comprar dólares 
para garantir nossas 
compras e passeios, 
neste momento, 
de forma simplista, 
estamos atuando no 
mercado de câmbio.
29
Introdução à Administração Financeira Capítulo 1 
Tipos de Investimento 
Conforme podemos perceber, existem no mercado financeiro 
basicamente dois tipos de investimento, sendo a renda fixa e a renda 
variável. Tanto a renda fixa quanto a variável possuem vantagens e 
desvantagens que precisam ser levadas em consideração pelos 
investidores.
Segundo o banco de investimentos BTG Pactual, em nosso país, 
a renda fixa possui maior adesão do que a renda variável. Sendo a 
poupança considerada a campeã de aplicações, mesmo que muitos 
especialistas apontem a poupaça como uma péssima forma de 
investimento. 
Quando falamos em renda fixa, estamos falando de investimentos 
que oferecem um cálculo do retorno exato antes da aplicação. 
 Esse tipo de título pode ter rendimento prefixado, com um juro anual definido, 
pós-fixado, atrelado a um indicador como o CDI (Certificado de Depósito 
Interbancário, referência de rentabilidade), ou híbrido, com um juro fixo mais a 
variação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), índice que veremos 
mais detalhadamente a seguir, considerado a inflação oficial do país.
Em contrapartida, o caminho da renda variável é pouco trilhado pelo investidor 
pessoa física em nosso país. Neste tipo de investimento, a remuneração ou a 
forma de cálculo não é conhecida no momento da aplicação. Os investimentos de 
renda variável são, portanto, mais arriscados e recomendados para investidores 
mais experientes e que possuem um perfil mais arrojado. 
Como exemplos de renda variável, temos as ações, opções e derivativos na 
bolsa de valores, fundos de investimento de ações e multimercados etc.
Se compararmos a renda variável com a renda fixa, perceberemos que a 
variável acarreta maior volatilidade e maior risco de prejuízo, porém, oferece 
também potencial de retornos mais altos.
Para quem está começando, é importante ter cautela e não alocar todas as 
suas reservas em renda variável. Inicialmente, procure identificar o seu perfil de 
investidor, saber se esse tipo de investimento faz sentido para você e busque 
se informar primeiro. Se for o caso, destine, inicialmente, uma parcela pequena, 
como 5% ou 10%, para ações ou fundos (BTG PACTUAL, 2018).
Existem no 
mercado financeiro 
basicamente 
dois tipos de 
investimento, 
sendo a renda fixa 
e a renda variável. 
Tanto a renda fixa 
quanto a variável 
possuem vantagens 
e desvantagens 
que precisam 
ser levadas em 
consideração pelos 
investidores.
30
 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
Atividade de Estudos:
1) A administração financeira é o conjunto de atividades que 
administra o fluxo de recursos financeiros das organizações. 
Utilizando como base de estudo e análise dados retirados do 
Balanço Patrimonial e principalmente do fluxo de caixa, e tendo 
em vista que a partir destas ferramentas é que se percebe a 
quantia real disponível no ativo circulante para financiamentos e 
novas atividades. As alternativas abaixo se referem às funções 
típicas do administrador financeiro, exceto:
( ) Analisar os resultados financeiros e planejar ações necessárias 
para obter a maximização dos resultados.
( ) Analisar e negociar a captação dos recursos financeiros 
necessários, bem como a aplicação dos recursos financeiros 
disponíveis.
( ) Exercer atividades contábeis, como elaboração de 
demonstrações contábeis pelo estudo dos elementos que 
compõem o patrimônio monetário das empresas.
( ) Efetuar os recebimentos e os pagamentos, controlando o saldo 
de caixa.
( ) Analisar a concessão de crédito aos clientes e administrar o 
recebimento dos créditos concedidos.
Inflação e Taxa de Juros
A inflação pode ser definida como o aumento contínuo e geral no valor 
dos preços.
 
Esse aumento generalizado de preços provoca a redução do poder de 
compra, ou seja, diminui o poder aquisitivo da moeda, isto significa que com a 
mesma quantidade de dinheiro, passa-se a comprar menos quantidade de 
produtos e serviços. 
Em contrapartida, pode ocorrer a redução generalizada de preços, esse 
fenômeno chama-se deflação (HOJI, 2012). Quando não há aumento nos preços 
e a inflação chega a zero, dizemos que houve uma estabilidade nos preços.
31
Introdução à Administração Financeira Capítulo 1 
a) Tipos de inflação 
 Existem diversos tipos de inflação, porém, todos referem-se a um só 
fenômeno, o aumento de preços. As diversas expressões ou tipos de inflação 
diferem entre si por alguns aspectos, devido à causa ou em consequência do 
processo retroalimentador, ou pelo aspecto dinâmico do fenômeno, ou ainda, 
pelas expectativas dos agentes econômicos (VIANNA, 2003). Para esta disciplina 
iremos considerar os tipos de inflação mais comuns, que são: 
• Inflação de demanda: Pode ser caracterizada pelo excesso de 
demanda em um determinado setor da economia. Esse tipo de inflação 
ocorre quando há excesso de demanda agregada em relação à 
produção disponível de bens e serviços na economia, sendo causada 
pelo crescimento dos meios de pagamento, não acompanhado pelo 
crescimento da oferta de bens e serviços. A inflação de demanda só 
pode ocorrer quando a economia estiver a pleno emprego ou em uma 
situação de auge do ciclo econômico. 
• Inflação de custos: Está associada à alta de preços decorrente da 
elevação nos custos de produção das empresas. Conhecida como 
inflação de oferta, acontece por causa da oferta, por exemplo, quando há 
uma subida dos custos de produção das empresas e o nível da demanda 
permanece o mesmo. Essa situação gera uma retração da oferta e 
provoca um aumento dos preços de mercado.
• A inflação inercial: Também é conhecida como inflação psicológica, 
está associada à ideia de que a inflação presente nada mais é que a 
repetição da inflação passada, não é causada necessariamente por uma 
mudança na demanda ou oferta. Em muitos casos, ocorre porque as 
pessoas acreditam que a subida dos preços vai permanecer. 
• A inflação estrutural: Tem origem na própria estrutura e dinâmica da 
economia, sendo causada pela incapacidade de certos setores produtivos 
em atender às solicitações da demanda (VIANNA, 2003). Se parece muito 
com a inflação de custos, porém a subida de preço ocorre por uma falta de 
eficiência das infraestruturas envolvidas no processo produtivo. v
32
 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
Se você quiser conhecer mais sobre os tipos de inflação, 
existem bons livros sobre este assunto, por exemplo: VIANNA, Pedro 
Jorge Ramos. Inflação. Barueri: Manole, 2003.b) Índices de inflação 
 
Os indicadores ou índices de preços possuem o objetivo de mensurar 
a variação de preços, com a finalidade de atender a diversas necessidades. 
Apresentaremos a seguir alguns dos principais indicadores de índices econômicos 
brasileiros, segundo Hoji (2012): 
• IGP-DI – Índice Geral de Preços – Disponibilidade interna: O IGP-DI é 
apurado desde 1947 pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e é calculado 
desde fevereiro de 1954 com a mesma estrutura de ponderação. 
O período de coleta de dados vai do primeiro ao último dia de cada 
mês, sendo divulgado no final da primeira quinzena do mês seguinte. 
Obtido pela média aritmética ponderada de outros três índices: 60% de 
IPA (Índice de Preços por Atacado), 30% de IPC (Índice de Preços ao 
Consumidor) apurado nas cidades de Rio de Janeiro e São Paulo, e 10% 
de INCC (Índice Nacional de Custos da Construção). 
• IGP-M – Índice Geral de Preços do Mercado: Esse índice tem a mesma 
composição e estrutura do IGP-DI, mas o período de coleta de dados 
vai do dia 21 de um mês até o dia 20 do mês seguinte. Foi criado em 
1989, por encomenda da Andima (Associação Nacional das Instituições 
do Mercado Aberto) e outras instituições do mercado financeiro à FGV, 
para atender à necessidade do mercado financeiro de acompanhar a 
evolução e a tendência do índice de preços em prazo menor. 
• INPC-IBGE – Índice Nacional de Preços ao Consumidor da FIBGE: 
O INPC-IBGE reflete a variação de preços da cesta básica das famílias 
com rendimento entre um e oito salários-mínimos, em supermercados, 
feiras, mercearias, domicílios etc. Esse índice começou a ser calculado 
33
Introdução à Administração Financeira Capítulo 1 
a partir de setembro de 1979 pela FIBGE (Fundação Instituto Brasileiro 
de Geografia e Estatística) e reflete a variação dos preços pagos 
pelos consumidores das principais regiões metropolitanas. Os dados 
são coletados do primeiro ao último dia de cada mês, sendo o índice 
divulgado até o final da primeira quinzena do mês seguinte. 
• IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo da 
FIBGE: O IPCA é um importante índice de preços para a execução da 
política monetária do Banco Central do Brasil, pois é utilizado para o 
acompanhamento dos objetivos estabelecidos no sistema de metas de 
inflação, adotado a partir de julho de 1999. Esse índice é calculado e 
divulgado mensalmente pela FIBGE desde 1980, de forma semelhante 
ao INPC, e reflete a variação dos preços das cestas de consumo das 
famílias com renda mensal de 1 a 40 salários-mínimos. 
• IPC-FIPE – Índice de Preço ao Consumidor da FIPE: Sendo 
considerado um dos índices de preços mais antigos do Brasil, o IPC-FIPE 
mede o custo de vida da família paulistana durante o mês (do primeiro ao 
último dia de cada mês). A cesta básica considerada a partir de janeiro de 
1994 é de 1 a 20 salários-mínimos. Originalmente, denominava-se Índice 
Ponderado de Custo de Vida da Classe Operária na Cidade de São 
Paulo e foi apurado no período de 1939 a 1968 pela Prefeitura Municipal 
de São Paulo. Em 1968, a responsabilidade da apuração foi transferida 
para o IPE-USP (Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade 
de São Paulo, antecessor da Fipe-USP). Em 1972, a denominação do 
índice foi alterada para Índice de Preços ao Consumidor (Custo de Vida) 
da Classe de Renda Familiar Modal no Município de São Paulo. 
• ICV-DIEESE – Índice do Custo de Vida do DIEESE: Esse índice é 
apurado pelo DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e 
Estudos Socioeconômicos), com a finalidade de medir o custo de vida 
da classe trabalhadora. A coleta de dados é feita no município de São 
Paulo, com base em custo de vida das famílias com rendimento entre 1 
e 30 salários-mínimos. A pesquisa de preços é realizada do primeiro ao 
último dia de cada mês. 
34
 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
Juros 
Os juros podem ser compreendidos como a remuneração do capital, ou 
seja, uma espécie de aluguel sobre o dinheiro emprestado. O indivíduo que 
empresta o dinheiro é um tipo de investidor e passa a ser credor, o indivíduo ou 
organização que recebe estes recursos é o tomador ou captador. A taxa seria 
uma compensação paga pelo captador do empréstimo para ter o direito de usar o 
recurso emprestado até o vencimento do prazo para pagamento. Por outro lado, 
o credor recebe uma compensação por não poder usar esse dinheiro até o dia do 
pagamento, bem como, por correr o risco de não receber o dinheiro de volta se o 
tomador do recurso não cumprir com suas obrigações.
a) Juros comerciais e juros exatos
Quando nos referimos a juros comerciais e juros exatos, estamos basicamente 
tratando das taxas de juros, que devem ser expressas em porcentagem e que 
podem ser calculadas com base em duas situações. Primeiramente com base 
em um ano comercial, composto por 360 dias, neste caso, a taxa semestral será 
calculada a um período de 180 dias e a mensal a um período de 30 dias, e assim 
por diante. 
Por outro lado, temos a possibilidade de realizar este cálculo considerando o 
ano civil de 365 dias, e de 366 dias em anos bissextos. 
Essas situações ocorrem apenas quando há necessidade de se trabalhar 
com taxas de juros apresentadas em dias, pois algumas aplicações executam 
seus cálculos com base em taxas de juros diárias, mas expressam essas taxas de 
juros em termos mensais ou anuais. 
Geralmente, as taxas de juros praticadas no mercado financeiro utilizam 
como base o ano comercial, porém, as partes podem contratar uma taxa de 
juro referenciada em período com número de dias diferentes, por exemplo, os 
títulos federais foram remunerados no passado com base em ano civil, e hoje são 
remunerados com base em ano de 252 dias úteis (HOJI, 2012).
A seguir apresentaremos dois exemplos para que você possa entender como 
esse acordo pode influenciar a remuneração do capital investido. 
 
35
Introdução à Administração Financeira Capítulo 1 
• Taxa de juros diária comercial
A taxa de juros diária comercial é calculada dividindo-se uma taxa de juros 
expressa em ano por 360 dias (a base de cálculo é o ano comercial de 360 dias), 
se utilizarmos uma taxa de juros de 100% ao ano teremos o seguinte cálculo:
i = taxa de juros 
d = dia
a = ano 
idc = ia/360 
idc = 100/360
idc = 0,277777
• Taxa de juros diária exata
A taxa de juros diária exata é calculada dividindo-se uma taxa de juros 
expressa em ano por 365 dias (a base de cálculo é o ano civil de 365 dias):
i = taxa de juros 
d = dia
a = ano 
idc = ia/365
 
idc = 100/365
idc = 0,273972
b) Taxa de juros fixas e flutuantes 
As taxas de juros fixas são aquelas que não sofrem alteração durante o prazo 
da operação financeira, seja aplicação ou empréstimo, mesmo quando há mais de 
um período de capitalização. 
Já as taxas flutuantes, também conhecidas como taxas variáveis, são as que 
sofrem variação a cada período de capitalização, quer dizer que são fixadas novas 
taxas a cada período de capitalização com base em alguma taxa referencial de 
juros anteriormente combinada. 
36
 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
c) Juros simples e juros compostos
O sistema de juros simples ou capitalização simples encontra pouca 
aplicação prática tão generalizada quanto o critério de capitalização composta, 
porém a maioria das taxas de juros praticadas no mercado financeiro internacional 
são referenciadas pelo critério simples. Os juros simples são calculados sempre 
com base no valor do capital inicial, ou seja, sobre o valor aplicado ou captado, 
sem que haja a incidência de juros sobre os juros do período anterior. 
Para cálculo dos juros simples adotam-se os seguintes símbolos e regras 
básicas (ASSAF NETO, 2010):
C = capital inicial, (valor aplicado ou crédito obtido). 
I = taxa (linear) de juros, ou seja, taxa contratada na operação, deve 
estar sempre expressa em termos unitários na formulação do cálculo 
financeiro. 
J = valor (em $) dos jurosde uma operação.
n = número de períodos considerado na operação.
M = montante acumulado da operação, representa a soma do capital inicial 
mais os juros calculados durante determinado período. 
Fórmula do Montante (M):
M = C + J
Fórmula dos Juros (J):
J = C x I x n
Exemplo: Calcular o montante de um capital de R$ 100.000,00, aplicado 
durante seis meses, a uma taxa de juros simples de 2% a.m.
J = 100.000,00 x 0,02 x 6 
J = 12.000,00
M = 100.000,00 + 12.000,00 = 112.000,00. 
 
Já no sistema de juros compostos, temos a incidência de juros sobre juros, 
ou seja, os juros produzidos em um período de capitalização e não pagos são 
integralizados ao capital constituído no início do período, desta forma, os juros 
incidem sobre o capital inicial e sobre os próprios juros. 
Da mesma forma, uma aplicação terá seus rendimentos mensais somados 
ao capital inicial e os juros do próximo período incidirão sobre o montante dos 
períodos anteriores.
37
Introdução à Administração Financeira Capítulo 1 
Para cálculo dos juros compostos adotam-se as seguintes regras básicas:
J = C [(1 + i) n - 1]
Sabendo-se que M = C + J, a fórmula do Montante deduzida da fórmula 
básica dos juros compostos é: 
M = C (1+i) n
Exemplo: Calcular o montante de um capital de R$ 100.000,00, aplicado 
durante seis meses, a uma taxa de juros compostos de 2% a.m.
 M = 100.000 x (1 = 0,02) 6 = 112.616,24. 
 Importante ressaltar que o valor 0,02 corresponde à taxa de juros na sua 
forma decimal. 
INFLAÇÃO E COMO ELA INFLUENCIA NAS TAXAS DE 
JUROS. ENTENDA COMO A INFLAÇÃO INFLUENCIA 
NA VARIAÇÃO DAS TAXAS DE JUROS
A inflação influenciou muito a economia brasileira, 
principalmente a partir da década de 80, com a crise do petróleo. O 
Brasil estava endividado na época e, com a elevação das taxas de 
juros internacionais, o país já não conseguia pagar suas dívidas.
Para controle da inflação, o governo do período da década de 80 
teve a iniciativa de criar uma nova moeda para que pudesse controlar 
a inflação e estabilizar a economia. De todos os planos criados, o 
que teve maior sucesso e é utilizado até hoje é o Plano Real.
A inflação é uma consequência da desvalorização da moeda e 
do aumento dos preços, o que é chamado de inflação de demanda. 
Quando muitas pessoas estão dispostas a pagar um preço pelo 
produto, os negociantes aumentam seus preços, o que faz com que 
a moeda não tenha o mesmo valor que tinha antes.
As taxas de juros são uma das melhores estratégias para conter 
o aumento da inflação, pois quanto mais alto for o valor da taxa de 
juros, as pessoas irão fazer menos empréstimos e financiamentos, 
38
 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
logo, com pouco dinheiro em circulação, é menos provável que os 
negociantes irão aumentar seus preços e, como consequência, 
desvalorizar a moeda.
O aumento da inflação tem relação direta com as taxas de juros 
por causa da valorização dos preços perante o valor da moeda, logo, 
a inflação está ligada ao aumento geral dos preços, e as taxas de 
juros agem em função da oferta e demanda de recursos financeiros, 
ou seja, a melhor forma de conter o rápido aumento dos preços é 
aumentar as taxas de juros, pois elas tendem a conter o consumo e 
as concessões de empréstimos.
As relações entre inflação e as taxas de juros estão ligadas à 
moeda, pois a inflação aumenta quando há um aumento de preços, 
e se o preço aumenta muito em relação ao valor da moeda, esta se 
desvaloriza, fazendo com que o dinheiro equivalente para comprar 
um bem ou serviço hoje não seja suficiente amanhã.
Por que a inflação aumenta? A inflação pode aumentar por 
excesso de demanda. E o que causa este excesso de demanda é o 
acúmulo de dinheiro disponível na economia. Logo, para que possa 
conter o excesso de demanda, o governo utiliza como estratégia 
aumentar as taxas de juros, pois, se os juros estão altos, tende 
a diminuir o uso de cheques, cartões de crédito e empréstimos 
bancários, fazendo assim com que as pessoas reduzam o consumo 
e os preços se estabilizem.
Outra opção seria se houvesse uma valorização no valor da 
moeda, pois se a moeda estiver muito valorizada, a tendência é que 
as pessoas importem mais bens e serviços do que exportem, fazendo 
assim com que a balança comercial fique com superávit muito 
elevado, e tende também a fazer com que as pessoas consumam 
muito, gerando novamente a inflação de demanda, que teria que ser 
controlada novamente com o aumento das taxas de juros.
Fonte: Disponível em: <http://www.administradores.com.br/artigos/economia-e-financas/
inflacao-e-como-ela-influencia-nas-taxas-de-juros/63768/>. Acesso em: 28 jan. 2018.
39
Introdução à Administração Financeira Capítulo 1 
Algumas Considerações
Neste capítulo, conceituamos e caracterizamos a administração financeira e 
suas principais funções, sendo elas: investimentos, instituições financeiras, finanças 
internacionais e finanças coorporativas. Esta última área é o tema principal deste 
livro, portanto será discutida mais detalhadamente nos próximos capítulos. 
O tema finanças coorporativas ou empresariais requer muito conhecimento 
do profissional financeiro, pois este toma decisões vitais no âmbito empresarial, 
que podem envolver a estrutura de ativos, a estrutura financeira ou planejamento 
e controle da gestão. Foram conceitualizados os principais tipos de empresa, 
apresentando suas características, vantagens e desvantagens. 
Percebemos ainda que na economia, de um lado, existem os que possuem 
poupanças financeiras e, do outro, os que dela necessitam. A intermediação entre 
os dois lados ocorre no mercado financeiro. Este mercado pode ser subdividido em 
quatro mercados específicos: mercado monetário; mercado de créditos; mercado de 
capitais; mercado de câmbio e, muitas vezes, havendo a sobreposição entre eles. 
Já no fim do capítulo, analisamos os diversos tipos de inflação, e mesmo 
que todas referem-se a um só fenômeno, o aumento de preços, as diversas 
expressões ou tipos de inflação diferem entre si por alguns aspectos, devido 
à causa ou em consequência do processo retroalimentador, ou pelo aspecto 
dinâmico do fenômeno, ou ainda, pelas expectativas dos agentes econômicos. 
Por fim, apresentamos os conceitos de juros comerciais e exatos; fixos e 
flutuantes; simples e compostos e o impacto de sua aplicação na remuneração do 
capital. 
No próximo capítulo abordaremos temas como a contabilidade e suas 
demonstrações financeiras, demonstração de resultado do exercício, balanço 
patrimonial, demonstrações da mutuação do patrimônio líquido e demonstrações 
dos fluxos de caixa. Também serão abordados a análise do capital de giro, índices 
de liquidez de atividade, endividamento e rentabilidade. 
40
 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
Referências 
ASSAF NETO, Alexandre. Finanças corporativas e valor. São Paulo: Atlas, 
2010. 
BRAGA, Roberto. Fundamentos e técnicas de administração financeira. São 
Paulo: Atlas, 1989. 
BTG Pactual. Mercado Financeiro: o que é, como funciona e para que serve. 
Disponível em: <https://www.btgpactualdigital.com/blog/financas/mercado-
financeiro>. Acesso em: 10 jan. 2018. 
GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira. 12. ed. São 
Paulo: Pearson, 2010. 
HOJI, Masakazu. Administração financeira e orçamentária: matemática 
financeira aplicada, estratégias financeiras, orçamento empresarial. 10. ed. São 
Paulo: Atlas, 2012. 
LEMES, Junior; ANTÔNIO, Barbosa; RIGO, Cláudio Miessa; CHEROBIM, Ana 
Paula Mussi Szabo. Administração financeira: princípios, fundamentos e 
práticas brasileiras. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2005. 
ROSS, Stephen A.; WESTERFIELD, Randolph W.; JORDAN, Brandford D. 
Princípios de administração financeira. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 
SPIRO, Herbert T. Finança empresarial. São Paulo: McGraw-Hill, 2001. 
VIANNA, Pedro Jorge Ramos. Inflação. Barueri: Manole, 2003.
WESTON, J. Fred; BRIGHAM, Eugene F. Fundamentos de administraçãofinanceira. São Paulo: Makron Books, 2000. 
CAPÍTULO 2
Principais Demonstrações 
Financeiras
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
�	Compreender as principais ferramentas de demonstrações financeiras. 
�	Compreender e analisar as informações disponíveis no Balanço Patrimonial. 
�	Entender a importância do controle do fluxo de caixa nas empresas. 
�	Analisar e desenvolver a demonstração do fluxo de caixa. 
�	Conhecer e analisar os principais indicadores financeiros de desempenho 
organizacional.
� Interpretar a saúde financeira organizacional, tomando como base seus 
principais índices.
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 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
43
Principais Demonstrações Financeiras Capítulo 2 
Contextualização
Para que possam tomar decisões mais assertivas, os administradores 
precisam munir-se de informações confiáveis. Nesse momento, a contabilidade tem 
papel fundamental, fornecendo os dados necessários para análise, gerência e 
posterior tomada de decisões organizacionais. É através dos inúmeros relatórios 
contábeis que os administradores obtêm as informações da situação econômico-
financeira das empresas, necessárias para gerenciar e planejar os recursos 
organizacionais.
A influência da contabilidade é tanta que é inimaginável que um gestor 
financeiro tome qualquer decisão sem ter como base as informações geradas 
pelos inúmeros relatórios e demonstrações, desenvolvidos pela contabilidade.
Nesta perspectiva, as quatro principais demonstrações financeiras são: o 
balanço patrimonial, a demonstração de resultado, a demonstração das mutações 
do patrimônio líquido, e as demonstrações do fluxo de caixa.
A partir das informações apresentadas pelo Balanço Patrimonial e pelo 
Demonstrativo de Resultado, são gerados índices financeiros, que têm como 
função medir o desempenho da empresa no que se refere à sua liquidez, seu ciclo 
operacional, seu grau de endividamento e sua rentabilidade. 
Por uma questão de conveniência, os índices financeiros podem ser 
classificados em cinco categorias principais: índices de liquidez; índices de 
atividade; índices de endividamento; índices de lucratividade/rentabilidade e valor 
de mercado. 
Portanto, o foco principal do nosso estudo, neste capítulo, está centrado nas 
principais demonstrações e índices econômico-financeiros e suas aplicações no 
processo de tomada de decisão. 
A Contabilidade e as Demonstrações 
Financeiras
O sistema econômico cresceu enormemente desde seu começo, e para 
atender às novas necessidades, a contabilidade se tornou mais complexa, porém, 
os motivos originais da existência de demonstrações financeiras ainda são 
aplicáveis: banqueiros e outros investidores precisam de informações contábeis 
para tomar decisões inteligentes, administradores precisam delas para administrar 
44
 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
seus negócios eficientemente e as autoridades tributárias necessitam delas para 
lançar impostos de forma racional (WESTON; BRIGHAM, 2000).
A contabilidade e a administração são ciências sociais aplicadas e estão 
intrinsecamente ligadas, a influência da contabilidade é tanta que é inimaginável 
que um gestor financeiro tome qualquer decisão sem ter como base as 
informações geradas pelos inúmeros relatórios e demonstrações, desenvolvidos 
pela contabilidade. Esses subsídios são imprescindíveis para que o administrador 
atue com eficiência na execução das atividades operacionais.
Para os contadores, finanças é uma leitura necessária, pois, principalmente, 
em pequenas empresas, os contadores geralmente são solicitados tanto a tomar 
decisões financeiras como a cumprir as obrigações tradicionais da contabilidade. 
Como a complexidade do mundo financeiro continua a crescer, cada vez mais os 
contadores precisam conhecer finanças, para entender as implicações de muitos 
novos tipos de contratos financeiros, e seu impacto sobre as demonstrações 
financeiras. Além disso, contabilidade de custos e finanças empresariais 
estão intimamente relacionadas, pois dividem muitos dos mesmos assuntos e 
preocupações (ROSS; WESTERFIELD; JORDAN, 2010). 
Infelizmente, “os estudantes de administração frequentemente acham que as 
demonstrações financeiras são apenas folhas de papel cobertas de números, não 
percebendo os ativos reais por detrás desses números” (WESTON; BRIGHAM, 
2000, p. 28). Não percebendo, assim, a grande importância da contabilidade e 
seus registros para o processo de tomada de decisão. 
Demonstrações Financeiras
Como vimos anteriormente, as demonstrações financeiras, geralmente, 
consistem em uma fonte básica de informações para a tomada de decisões 
financeiras (ROSS; WESTERFIELD; JORDAN, 2010). 
Dentre os diversos relatórios que as sociedades anônimas 
emitem para os seus acionistas, o relatório anual é 
provavelmente o mais importante. Este relatório proporciona 
dois tipos de informação: primeiro, há uma exposição verbal, 
apresentada sob a forma de carta do presidente da corporação, 
a qual descreve os resultados operacionais durante o exercício 
findo e então discute novos acontecimentos que irão afetar 
operações futuras. Depois, o relatório anual apresenta quatro 
demonstrações financeiras básicas – o balanço patrimonial, 
a demonstração de resultado do exercício, a demonstração 
de lucro e prejuízo acumulado e a demonstração de fluxo de 
caixa. (WESTON; BRIGHAM, 2000, p. 30). 
45
Principais Demonstrações Financeiras Capítulo 2 
Nesta mesma perspectiva, Gitman (2010) afirma que as quatro principais 
demonstrações financeiras exigidas para apresentação aos acionistas de uma 
empresa são: balanço patrimonial, demonstração de resultado, demonstração 
das mutações do patrimônio líquido, e demonstrações do fluxo de caixa. Veremos 
cada uma destas a seguir.
a) Balanço Patrimonial
O Balanço Patrimonial é um retrato da empresa, uma maneira conveniente 
de organizar e resumir o que a empresa possui (seus ativos), o que ela deve 
(seus exigíveis ou passivos), e a diferença entre os dois (patrimônio líquido), em 
um determinado momento (ROSS; WESTERFIELD; JORDAN, 2010, p. 56). Isso 
significa que o Balanço Patrimonial é estático, assim como uma fotografia que 
registra a situação da empresa em um determinado momento.
Trata-se, portanto, de um relatório contábil, que tem por objetivo demonstrar 
qual é a situação patrimonial e financeira da organização. Este relatório detalha 
o ativo, o passivo e o patrimônio líquido da empresa, demonstrando todos seus 
bens, direitos e obrigações.
O Balanço Patrimonial é regido pelo princípio da igualdade contábil, este 
princípio está por trás do conceito de balanço, que remete à imagem de uma 
balança onde os pratos possuem o mesmo peso. Na contabilidade estes pratos 
são representados de um lado pelo ativo da empresa e, do outro, pelo passivo 
mais o patrimônio líquido. Nesta balança, os dois lados devem possuir o mesmo 
valor, ou seja, a soma do passivo e do patrimônio líquido deve ser equivalente ao 
valor total do ativo da organização. 
É importante distinguir entre ativos e passivos de curto prazo e de longo 
prazo. Os ativos circulantes e passivos circulantes se caracterizam pelo curto 
prazo. Isso significa que devem ser convertidos em caixa (ativo circulante) ou 
pagos (passivo circulante) dentro de um ano (GITMAN, 2010).
Para obter informações sobre a saúde financeira da empresa, os gestores 
devem analisar o Balanço Patrimonial, pois é através desta análise que conseguirão 
perceber a evolução dos bens, direitos e obrigações da organização, e por meio da 
observação destes itens que compõem o balanço, conseguirão entender as fontes 
de recursos que estão disponíveis, e que poderão ser reinvestidos. 
É também a partir da análise deste relatório que se realiza o planejamento 
tributário da empresa e o cálculo do pagamento de dividendos dos sócios, fornecendo 
ainda informações para outros interessados, por exemplo,possíveis investidores. 
46
 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
Como vimos há pouco, e podemos observar na figura a seguir, o Balanço 
Patrimonial é formado por 3 grupos de contas: ativo, passivo e patrimônio líquido. 
Mas, afinal, o que são estes itens, e como eles são compostos?
Figura 1 – Balanço Patrimonial
Fonte: Disponível em: <http://miscelaneaconcursos.blogspot.com.br/2012/08/
estrutura-do-balanco-patrimonial.html>. Acesso em 2 mar. 2018.
1. Ativos 
As contas do ativo são compostas pelo conjunto de bens e direitos da 
organização. De forma simplificada são representados por tudo aquilo que pode 
ser convertido em valores monetários. 
Estas contas que representam os bens e direitos devem ser ordenadas de 
forma decrescente com base em seu grau de liquidez. As primeiras contas devem 
ser aquelas que possuem maior grau de liquidez, ou seja, tudo aquilo que pode 
ser transformado mais rapidamente em dinheiro. 
Nesta perspectiva, o ativo de uma organização é subdividido em dois 
grandes grupos de contas, sendo este composto pelo ativo circulante e pelo ativo 
não circulante.
47
Principais Demonstrações Financeiras Capítulo 2 
1.1. Ativo circulante 
O ativo circulante é composto por bens e direitos que deverão ser vendidos, 
consumidos ou convertidos em dinheiro em um curto prazo. Sendo estes os itens 
de maior liquidez do ativo. 
Para Gitman (2010) ativos circulantes são ativos de curto prazo, os quais 
devem ser convertidos em caixa no período de um ano ou menos. 
 
O ativo circulante engloba, além das disponibilidades, créditos, estoques 
e despesas antecipadas realizáveis no exercício social subsequente, o que 
caracteriza como de realização em até um ano (ASSAF NETO, 2010, p. 89). 
A seguir apresentaremos algumas das principais contas do ativo circulante 
de uma organização: 
- Disponibilidades: as disponibilidades são os recursos financeiros mais 
líquidos, ou seja, com que podemos contar imediatamente. Esta conta é 
dividida em subgrupos, como: caixa – dinheiro em espécie; banco conta 
movimento – valores em conta corrente disponíveis para saque imediato; 
aplicações financeiras – de curto prazo, entre outros.
- Estoques: compostos por bens agrupados de acordo com sua 
natureza e finalidade, inclui matéria-prima, produtos em elaboração, 
produtos acabados, mercadorias para revenda, entre outros materiais. 
Valores desembolsados para importação de mercadorias também são 
classificados como estoques. 
- Créditos: são direitos que a empresa tem a receber, como: duplicatas a 
receber; clientes – valores a receber decorrentes das vendas; títulos a 
receber, como notas promissórias, e empréstimos a receber de terceiros, 
entre outros. 
- Despesas antecipadas: despesas pagas com antecedência, que só vão 
vencer no exercício seguinte, como prêmio de seguros, aluguéis e contas 
de consumo, assinaturas e anuidades, antecipação de comissões, de 
prêmios, de adiantamento do pagamento de juros, dentre outros. 
- Outros créditos: são as contas a receber – a curto prazo – que não se 
enquadram nos grupos anteriores.
48
 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
1.2. Ativo não circulante
O ativo não circulante é composto por bens e direitos com menor liquidez, 
estes itens não poderão ser convertidos em dinheiro no curto prazo, ou seja, 
depois do exercício do ano vigente. 
Segundo Assaf Neto (2010), as contas do ativo não circulante são divididas 
nas seguintes categorias:
1.2.1. Ativo realizável a longo prazo: são recebidos após o final do 
exercício social seguinte – período superior a 12 meses –, compostos por 
aplicações financeiras, notas promissórias, depósitos e adiantamentos, 
entre outros.
1.2.2. Ativo permanente: o ativo permanente é composto por três grupos de 
contas, investimentos, imobilizado e intangível. 
- Investimentos: são considerados permanentes quando não destinados 
a negociação, ou seja, participações e aplicações financeiras de caráter 
permanente “sem nenhum prazo definido" e com o objetivo de gerar 
rendimentos para a empresa, como obras de arte, terrenos que não se 
destinam às atividades da empresa, participações em outras sociedades, 
dentre outros.
- Imobilizado: bens e direitos essenciais para manutenção das atividades 
da organização, como edificações da fábrica, veículos em uma empresa 
do setor de transportes, máquinas e equipamentos, móveis, dentre outros.
- Intangível: são bens não tangíveis, mas que possuem valor e que 
são essenciais para as atividades da empresa, como marcas, direitos 
autorais, patentes etc.
2. Passivos
O passivo, como vimos anteriormente, é composto por todas as obrigações 
que a empresa possui com terceiros, ou seja, dívidas, como empréstimos, boletos 
a vencer, entre outras obrigações. Assim como o ativo, o passivo divide-se em 
circulante e não circulante. 
O que diferencia estes dois grupos de contas é a data de vencimento das 
obrigações, pois todas as contas do passivo são classificadas levando em 
consideração apenas o seu vencimento, deste modo, as contas que vencem 
primeiro são as que aparecem primeiro no passivo.
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Principais Demonstrações Financeiras Capítulo 2 
2.1. Passivo circulante e passivo não circulante 
As obrigações de curto prazo correspondem ao passivo circulante, sendo 
elas todas as dívidas que a empresa possui e deve pagar no exercício seguinte 
à apresentação do balanço. Se o prazo de pagamento for maior do que o ano do 
exercício, essas contas devem ser alocadas no balanço como passivo não circulante.
 Segundo Hoji (2012), as obrigações que vencem até o final do exercício 
social seguinte, ou até o final do cliclo operacional seguinte – como no caso do 
ativo circulante – são classificadas como passivo circulante.
Dívidas que não vencem em menos de 12 meses são classificadas como 
exigível a longo prazo. Por exemplo, um empréstimo tomado pela empresa, 
que será pago dentro de cinco anos, é um exigível a longo prazo (ROSS; 
WESTERFIELD; JORDAN, 2010).
Tanto o passivo circulante quanto o não circulante podem ser divididos da 
seguinte forma:
- Fornecedores: referem-se à compra de matérias-primas e mercadorias 
a crédito, devida a terceiros. 
- Empréstimos e financiamentos: são recursos financeiros adquiridos 
pela empresa a serem pagos em até 12 meses do levantamento do 
balanço (curto prazo) ou após 12 meses (longo prazo). 
- Tributos a recolher: são impostos e outros tributos que ainda não foram 
pagos, porém já são devidos pela empresa.
- Obrigações trabalhistas e previdenciárias: trata-se dos salários e 
encargos trabalhistas.
- Outras obrigações: obrigações não enquadradas nas demais 
categorias.
3. Patrimônio líquido
O patrimônio líquido é representado pela diferença entre o ativo e o passivo, 
corresponde ao grupo de contas que pertencem aos acionistas da empresa, ou 
seja, a riqueza de uma organização.
Segundo a Lei nº 11.638/2007 publicada na Edição Extra do Diário Oficial da 
União de 28.12.2007, que passou a vigorar a partir de 01.01.2008, as contas do 
patrimônio líquido podem ser divididas da seguinte forma:
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 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
- Capital social: discrimina os recursos investidos nas empresas pelos 
proprietários.
- Reservas de capital: são recursos oriundos, por exemplo, de ágio 
na subscrição de ações, doações, prêmios recebidos na emissão de 
debêntures, dentre outros. Recursos recebidos pela empresa que não 
transitam pelo resultado. 
- Ajustes de avaliação patrimonial – reservas de reavaliação: 
aumentos ou diminuições do ativo e do passivo, em função de 
reavaliação de imóveis da empresa, participações em outras empresas, 
dentre outras que sigam as regras legais.
- Reservas de lucros: são reservas constituídas a partir dos valores 
da apropriação de parte dos lucros, devido à lei ou da vontade dos 
proprietários da empresa.
- Prejuízos acumulados: são provenientes de registros de prejuízos 
acumulados e ainda não cobertos pela

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