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18 NEO234 GRAP Sociologia 2011

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Prévia do material em texto

Atividades preparatórias à 2a fase da UELNEO.234_GRAP - Sociologia 345
Contexto histórico e Auguste Comte
1. Explique coerentemente sobre que circunstâncias históricas surgiu a Sociologia.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. Faça um comentário sociológico a partir da leitura da frase abaixo, formulada por Auguste Comte quando 
da formação da Sociologia. 
 Ciência, daí previdência; previdência, daí ação.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sociologia 
 O surgimento da Sociologia ocorreu num contexto histórico específi co que coincidiu com os derradeiros 
momentos da desagregação da sociedade feudal e da consolidação da civilização capitalista. As 
transformações econômicas, políticas e culturais que se aceleraram a partir do século XVIII expuseram 
problemas inéditos para os homens que experimentavam mudanças ocorridas no ocidente europeu. A 
revolução Industrial e Francesa (dupla revolução) constituíram os dois lados de um mesmo processo, 
qual seja, a instalação defi nitiva da sociedade capitalista. A palavra “sociologia” apareceria somente um 
século depois, por volta de 1830, mas são os acontecimentos desencadeados pela dupla revolução que 
a precipitaram e a tornaram possível.
 (É importante perceber que as revoluções do século XVIII consolidaram defi nitivamente a 
sociedade capitalista e provocaram novos problemas, o que forjou a fundação de uma ciência 
nova, a sociologia, com o intuito de estudar essa nova sociedade.)
 Tratava-se de conhecer as leis sociais para poder prever racionalmente os fenômenos e agir com efi cácia; 
explicar e antever, combinando a estabilidade e a atividade, as necessidades simultâneas de ordem e 
progresso, condições fundamentais da civilização moderna. Filosofi a positiva com pretensão de organizar e 
não de destruir a sociedade como a fi losofi a negativa. Comte rejeitava a concepção contratualista de que a 
sociedade é formada de indivíduos; para ele, o homem não existe, só existe a Humanidade, já que o nosso 
desenvolvimento provém da sociedade. O individualismo é, portanto, uma construção do pensamento 
pré-positivo, do espírito teológico-metafísico. Contrariamente às concepções iluministas e racionalistas do 
direito individual, Comte acreditava que ninguém possui o direito senão de cumprir sempre o seu dever. A 
ordem, base das sociedades que alcançam o estado positivo, baseia-se no consenso moral, na autoridade.
 (Auguste Comte foi grande divulgador do método positivo de conhecimento das sociedades. Com 
a frase do enunciado da questão, ele pretende divulgar a ideia de que o conhecimento cientifi co, 
especialmente a sociologia, deveria conhecer as leis sociais para poder prever racionalmente os 
fenômenos e agir com efi cácia sobre a realidade social, combinando as necessidades da ordem e 
do progresso, aspectos fundamentais da civilização moderna.) 
José Roberto Garcia
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Atividades preparatórias à 2a fase da UEL346 NEO.234_GRAP - Sociologia 
3. “Ordem e Progresso é o lema que sintetiza a Sociologia de Auguste Comte. Mas infl uencia uma ampla 
produção sociológica no século XIX e entrando pelo XX, além da Europa e Estados Unidos. No Brasil e 
México, entre outros países latino-americanos, a Sociologia positivista fez muito adeptos. Tornou-se uma 
corrente de pensamento, infl uenciou a organização do estado nacional.”
(IANNI, Octávio. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 1(1): 7-27, 1. sem. 1989.).
 A partir da leitura da passagem acima, explique a infl uência do positivismo comteano na formação do 
Estado e da nação brasileira.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Karl Marx
4. Leia o poema Eu, Etiqueta, do poeta brasileiro Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), e contextualize com 
os conceitos de alienação, ideologia e fetichismo da mercadoria elaborados por Karl Marx. 
 A expressar “ordem e progresso”sintetiza uma perspectiva de interpretação da sociedade urbano-industrial, 
de classes, em sua formação e transformação. A ideia de progresso identifi ca-se com a da sociedade 
urbano-industrial, burguesa, capitalista, vista como uma forma superior, aperfeiçoada, da história social. 
Aí, o Estado deve ser forte, dirigente, para que as diversidades e desigualdades entre grupos, classes, 
regiões, nacionalidades, etc. não afetem a harmonia e o funcionamento do todo. O progresso econômico, 
industrial e capitalista depende da ordem, harmonia, entre uns e outros. A ordem social é uma exigência 
dos interesses representados ou simbolizados no governo, regime, Estado. Segundo essa orientação, 
nada melhor do que o Estado forte para pôr a sociedade em ordem, conforme a religião da paz social.
 (Nessa questão, é importante saber que, diferentemente do que ocorreu na Europa, as revoluções 
que instauraram a sociedade capitalista, no Brasil o capitalismo foi instituído pelas elites militar, 
política e rural. Por isso, um Estado forte e controlador, para que o povo não tivesse ação sobre a 
consolidação da nova sociedade.)
Eu, etiqueta 
Em minha calça está grudado um nome 
que não é o meu de batismo ou cartório, 
um nome... estranho. 
Meu blusão traz lembrete de bebida 
que jamais pus na boca, nesta vida. 
Em minha camiseta, a marca de cigarro 
que não fumo, até hoje não fumei. 
Minhas meias falam de produto 
que nunca experimentei, 
mas são comunicados a meus pés. 
Meu tênis é proclama colorido 
de alguma coisa não provada 
por este provador de longa idade. 
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro, 
minha gravata e cinto e escova e pente, 
meu copo, minha xícara, 
minha toalha de banho e sabonete, 
meu isso, meu aquilo, 
desde a cabeça ao bico dos sapatos, 
são mensagens, 
letras falantes, 
gritos visuais,
ordens de uso, abuso, reincidência,
costume, hábito, premência,
indispensabilidade,
e fazem de mim homem-anúncio itinerante,
escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É doce estar na moda, ainda que a moda
seja negar minha identidade,
trocá-la por mil, açambarcando
todas as marcas registradas
todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
eu que antes era e me sabia
tão diverso de outros, tão mim-mesmo
ser pensante, sentinte e solitário
com outros seres diversos e conscientes
de sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio,
ora vulgar ora bizarro,
em língua nacional ou em qualquer língua
(qualquer, principalmente).
E nisto me comprazo, tiro glória
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Atividades preparatórias à 2a fase da UELNEO.234_GRAP - Sociologia 347
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Marx considerava o não reconhecimento da força de trabalho como alienação. O indivíduo se encontra 
alienado quando não é estranho ao seu trabalho, isto é, como se o produto do trabalho fosse resultado não 
do seu trabalho, mas de um poder separado do seu e que o ameaça e o domina. 
 Dessa maneira podemos associar o poema Eu, Etiqueta com a alienação presente na sociedade capitalista, 
inclusive a brasileira. Pois o indivíduo que não se reconhece diante dos produtos que usa está alienado, 
e essa alienação é causada pelas ideologias da classe dominante, que detém os meios de produção e, 
portanto, faz que esse indivíduo não se reconheça nas mercadorias que o rodeiam. Assim, o capital e o 
trabalho separam os trabalhadores da realização de sua força de trabalho, que é trocada por salário. Muitos 
dos que produzem as calças com os nomes que não são os seus não possuem capacidade de comprá-las, 
justamente por causa da separaçãoque resulta em dominação.
 O fetichismo da mercadoria, em poucas palavras, é a força de trabalho do homem se transformando em 
mercadoria. Como modo de produção, a mercadoria tem por fi nalidade gerar lucros ou capital. A mercadoria 
não é apenas um objeto, mas um valor que pode ser entendido de duas formas: valor de uso e valor de 
troca, como valor de uso e como valor de troca. O fetichismo, que ao criar a alienação, não deixando 
o indivíduo reconhecer na mercadoria sua força de trabalho, também apaga a possível visualização do 
processo de coisifi cação ou reifi cação, é muito bem utilizado por Drummond nesse poema. 
 (Nesta questão é importante decodifi car corretamente os conceitos sobre a alienação, o fetichismo 
da mercadoria e a ideologia, evidenciado em trechos do poema.)
de minha anulação.
Não sou — vê lá — anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
para anunciar, para vender
em bares festas praias pérgulas piscinas,
e bem à vista exibo esta etiqueta
global no corpo que desiste
de ser veste e sandália de uma essência
tão viva, independente,
que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
meu gosto e capacidade de escolher,
minhas idiossincrasias tão pessoais,
tão minhas que no rosto se espelhavam,
e cada gesto, cada olhar,
cada vinco da roupa
resumia uma estética?
Hoje sou costurado, sou tecido,
sou gravado de forma universal,
saio da estamparia, não de casa,
da vitrina me tiraram, recolocam,
objeto pulsante mas objeto
que se oferece como signo de outros
objetos estáticos, tarifados.
Para me ostentar assim, tão orgulhoso
e ser não eu, mas artigo industrial,
peço que meu nome retifi quem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é coisa.
Eu sou a coisa, coisamente.
(Carlos Drummond de Andrade)
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Atividades preparatórias à 2a fase da UEL348 NEO.234_GRAP - Sociologia 
5. Levando-se em consideração a perspectiva marxista de análise da sociedade capitalista, explique como 
um industrial deve proceder para ampliar os seus lucros.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6. GREVE DA VOLKS CHEGA AO 20o DIA E PODE SE TORNAR A MAIS LONGA DA UNIDADE
 A categoria tem assembleia marcada para a tarde de quarta-feira (25/05/2011) e, se não houver acordo com 
a empresa, a greve supera paralisação de 2009.
(24/05/2011 | 12:42 Fernanda Leitóles e Vitor Geron – Jornal de Londrina)
 A greve dos metalúrgicos da fábrica da Volkswagen em São José dos Pinhais, na região metropolitana de 
Curitiba, chegou ao 20º dia nesta terça-feira (24) e pode se tornar a mais longa da história da unidade. 
 O recorde atual foi obtido em 2009, quando os trabalhadores suspenderam as atividades por 21 dias, 
segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC). A categoria tem assembleia marcada 
para a tarde de quarta-feira (25) e, se não houver acordo com a empresa, a greve de 2011 poderá chegar 
ao 22º dia na quinta-feira (26) e irá superar o número de 2009. 
 A greve foi motivada pela falta de acordo sobre o pagamento de Participação nos Lucros e Resultados 
(PLR). A categoria reivindica PLR no valor de R$ 12 mil, e a empresa oferece a primeira parcela de R$ 4,6 
mil. A segunda parcela seria discutida posteriormente.
 O sindicato informou que 3,1 mil metalúrgicos dos três turnos estão em greve desde 5 de maio.
(http://www.jornaldelondrina.com.br/economia/conteudo.phtml?id=1129298 – acessado em 06/06/2011)
 De acordo com seus conhecimentos acerca dos conceitos elaborados pelo pensador alemão Karl Marx 
(1818-1883), cite e explique quais são as classes sociais que estão em disputa na greve da Volks e qual a 
relação entre elas.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 O industrial ou capitalista deve ampliar a taxa de mais-valia, qual seja, o trabalho não pago ao trabalhador 
que vai sendo apropriado pelo patrão na forma de lucro. Marx distingue dois tipos de mais-valia: a mais-valia 
absoluta deriva da ampliação da jornada de trabalho do trabalhador. Para aumentar o lucro, o empregador 
simplesmente aumenta a jornada de trabalho do trabalhador, mantendo o mesmo salário e sem investir 
em capitais. 
 A mais-valia relativa deriva do investimento em capitais que aumentem a produtividade do trabalho e 
reduzam o tempo gasto na produção, sem aumento de salários nem ampliação da jornada de trabalho.
 (À medida que o capitalista extrai ou amplia a taxa de mais-valia, os trabalhadores vão sendo cada 
vez mais explorados em seu trabalho, produzindo para si a alienação.)
 As classes sociais que estão em disputa na Volks são a burguesia, proprietária dos meios de produção, e 
o proletariado, os vendedores da força de trabalho. Nessa relação social de produção entre a burguesia e 
o proletariado, os primeiros arrecadam o lucro e os últimos recebem salário. 
 A notícia deixa claro que a relação entre as classes sociais é de confl ito e/ou contradição. Isso é possível de 
ser percebido na seguinte passagem que expõe as estratégias das classes para ampliarem o seu campo 
de atuação. (A greve foi motivada pela falta de acordo sobre o pagamento de Participação nos Lucros e 
Resultados – PLR. A categoria reivindica PLR no valor de R$ 12 mil, e a empresa oferece a primeira parcela 
de R$ 4,6 mil. A segunda parcela seria discutida posteriormente.)
 (Para Marx, as classes sociais fundamentais são reconhecidas pela posição que ocupam na produção 
social. De acordo com a teoria marxista, as relações entre as classes sociais na sociedade capitalista 
se traduzam sempre em luta, como diz Marx, ora aberta, ora fechada.)
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Atividades preparatórias à 2a fase da UELNEO.234_GRAP - Sociologia 349
DURKHEIM
7. Para o sociólogo francês Émile Durkheim (1858-1917), a principal preocupação intelectual da sociologia é 
o estudo dos fatos sociais. Como podemos defi ni-lo?
 
 
 
 
 
 
 
8. Como os demais fundadores da sociologia, Durkheim estava preocupado com as mudanças sociais da 
sociedade do seu tempo. Ele estava particularmente interessado na solidariedade moral e social, isto é, 
no elemento que assegurava a integração social. Esse tema foi explorado na obra A Divisão do Trabalho 
Social (1893), em que o autor apresenta uma análise da mudança social, argumentando que o advento 
da era industrial signifi cava o surgimento de um novo tipo de solidariedade. Nesse sentido, Durkheim 
contrastou dois tipos de solidariedade. Quais são esses tipos? Explique cada um deles e indique qual o 
tipo que predomina na sociedade industrial.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 É toda maneira de agir, fi xa ou não, suscetível de exercer no indivíduo uma coerção exterior; ou ainda 
que é geral na extensão de uma sociedade dada, apresentando uma existência própria independente das 
manifestações individuais que possa ter. (DURKHEIM) 
 (Os fatos sociais não foram criados pelos indivíduos, mas pelas gerações passadas, e são 
transmitidos às novas gerações pela educação. Possuem três características: gerais, exteriores e 
coercitivos.)
 Durkheim contrastou a solidariedade mecânica com a orgânica, e as relacionou com a divisão do trabalho, 
com o crescimento de distinções entre diferentes ocupações. 
 Em sociedades em que predomina a solidariedade mecânica, os indivíduos diferem pouco uns dos outros 
e todos compartilham as mesmas crenças, os mesmos valores e os sentimentos são comuns. A divisão 
do trabalho é pouco desenvolvida e não há grande número de especializações das atividades sociais 
Nessas sociedades, a consciência coletiva exerce todo seu poder de coerção sobre os indivíduos.Por outro lado, nas sociedades industriais predomina a solidariedade orgânica, entendida como aquela em 
que a união entre os indivíduos deriva do avanço da divisão do trabalho social, tornando-os interdependentes, 
já que as funções são diferentes na sociedade. Essa interdependência garante a união no lugar dos 
costumes, das tradições e das crenças comuns. Os membros se tornam solidários porque têm uma esfera 
própria de ação, uma tarefa a cumprir, mas que reconhecem a necessidade do outro justamente porque 
este é diferente e indispensável à sobrevivência, já que dependam uns dos outros para que as atividades 
se realizem. Em sociedades em que existe a solidariedade orgânica, a consciência coletiva se torna mais 
branda, ao mesmo tempo em que os indivíduos se tornam mutuamente dependentes, pois cada qual se 
especializa numa atividade e tende a desenvolver maior autonomia pessoal.
 (É importante compreender que as duas formas de solidariedade correspondem a duas formas 
de organização social. A mecânica se refere a uma sociedade mais simples; a orgânica, a uma 
sociedade mais complexa, a sociedade industrial.)
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Atividades preparatórias à 2a fase da UEL350 NEO.234_GRAP - Sociologia 
9. Violência sectária mata 13 no Egito e governo vê ameaça
 (Agencia Reuters Por Dina Zayed e Yasmine Saleh)
 CAIRO (Reuters) - O governo militar do Egito pediu por unidade nacional e alertou para os perigos da 
anarquia na quarta-feira após 13 pessoas morrerem na pior violência entre cristãos e muçulmanos desde 
a queda de Hosni Mubarak.
 Um novo gabinete se reuniu pela primeira vez e decidiu que usará novamente na quinta-feira a força policial 
que se desintegrou massivamente nos primeiros dias da revolução que derrubou Mubarak da Presidência 
e levou os militares ao poder do país. 
 (...)
 O confl ito representa outro desafi o para a Corte Suprema das Forças Armadas que tem governado com 
uma força policial esgotada e deseja realizar eleições em seis meses para repassar o poder.
 Em reunião com membros do governo, o conselho militar pediu que egípcios se unam e alertou contra o 
caos ‘que ameaça a segurança nacional, especialmente a existência de forças estrangeiras que miram a 
estabilidade e segurança do país’.
 (...)
 Egípcios se orgulharam da solidariedade entre cristãos e muçulmanos demonstrada durante a revolução 
que derrubou Mubarak em 11 de fevereiro e esperavam que o movimento superasse as tensões que 
aumentaram nos últimos anos.
 Não está claro quantos dos mortos são cristãos e muçulmanos. O confronto teve início em uma estrada 
no Cairo onde cristãos protestavam contra um incêndio em uma igreja no sul da capital. 
 (http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/03/violencia-sectaria-mata-13-no-egito-e-governo-ve-ameaca.html - acessado em 15/03/2011 - notícia 
adaptada pelo autor da apostila
 Situações sociais desse tipo podem ser analisadas a partir das teorias do sociólogo francês Émile Durkheim 
(1858-1917). Essa notícia demonstra uma condição em que aparentemente as normas reguladoras do 
comportamento perderam a sua validade, onde a efi cácia das normas está em perigo. 
 De acordo com a sociologia durkheimiana, qual caso dos fatos sociais a notícia faz referência? Explique 
argumentando sociologicamente.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A notícia faz referência a um estágio de anomia social, que ocorre quando os problemas sociais têm 
origem na ausência de regras; portanto, impossibilitando o consenso e a coesão social. Diante do caso 
patológico, cabe à Sociologia captar suas causas procurando evitar a anomia social, com a criação de uma 
nova moral social que substitua e supere a velha moral defi ciente, recolocando a sociedade em um estagio 
normal.
 (Para Durkheim, os sociólogos tinham a tarefa de identifi car os problemas de sua sociedade e 
buscar uma solução científi ca para eles. Em outras palavras, a sociedade é capitalista-industrial é 
boa, bastando apenas “curar as doenças”. A sociedade apresenta estágios normais, patológicos e 
anômicos de acordo com o grau de coesão social que apresentam.)
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Atividades preparatórias à 2a fase da UELNEO.234_GRAP - Sociologia 351
10. Émile Durkheim (1868-1917) ao estudar o suicídio atribuiu procurou atribuir um aspecto sociológica a esse 
fato. Ele considerava o suicídio “um ato da pessoa e que só a ela atinge,[assim] tudo indica que deva 
depender exclusivamente de fatores individuais e que sua explicação, por conseguinte, caiba tão somente 
à psicologia. De fato, não é pelo temperamento do suicida, por seu caráter, por seus antecedentes, pelos 
fatores de sua história privada que em geral se explica a sua decisão.[...]”. Continua: “o suicídio varia na 
razão inversa do grau de integração dos grupos sociais de que faz parte o indivíduo.”
(O Suicídio. Estudo de sociologia. São Paulo: Martins Fontes, 2000.).
 Explique os tipos de suicídio defi nidos por Durkheim.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MAX WEBER
11. Segundo Max Weber (1864-1920), sociólogo alemão, a sociologia é uma ciência interpretativa, cujo objeto 
de estudo é a ação social. O que é a ação social para esse autor?
 
 
 
 
12. Em um de seus célebres estudos, intitulado A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, o sociólogo alemão 
Max Weber (1864-1920) investigou a maneira peculiaridade do desenvolvimento do capitalismo ocidental. 
 A partir do exposto acima e de acordo com seus conhecimentos acerca da sociologia weberiana, argumente, de 
maneira coerente, a relação entre a ética protestante e o desenvolvimento do capitalismo ocidental moderno.
 
 
 
 
 
 
 
 
 Durkheim decodifi cou quatro tipos de suicídio. O primeiro foi o suicídio egoísta, caracterizado como 
aquele que resulta de um processo de individuação excessiva (em que o “eu individual” se sobrepõe ao 
“eu social”). O segundo foi o suicídio altruísta, caracterizado como aquele que ocorre em razão de 
uma causa social considerada maior que a vida do indivíduo tomado individualmente. O terceiro tipo foi o 
suicídio anômico, identifi cado como aquele decorrente de perturbações sociais, crises ou transformações 
súbitas. O quarto tipo, embora Durkheim o visse como de pouca relevância contemporânea, ele acreditava 
acontecer quando um indivíduo é regulado demais pela sociedade. A opressão do indivíduo resulta em um 
sentimento de impotência diante do destino ou da sociedade.
 (As taxas de suicídio variam entre as sociedades, mas exibem padrões regulares dentro das 
sociedades através do tempo. Durkheim tomou isso como uma evidência de que há forças sociais 
consistentes que infl uenciam as taxas de suicídio. Um exame das taxas de suicídio revela como 
padrões sociais gerais podem ser detectados dentro de ações individuais.)
 Por ação social ele entende a “conduta humana (ato, omissão ou permissão) dotada de um signifi cado 
subjetivo por quem executa que se oriente pelas expectativas da ação de outros, ou que dela derive”(Weber)
 (É na ação dos indivíduos, orientada em relação a outros indivíduos, que a sociologia weberiana 
tem seu ponto de partida lógico e, como consequência, seu objeto de estudo. É com base no sujeito 
que Weber pretende fundar a explicação dos fenômenos sociais.)
 Ao investigar a relação entre a ética protestante e o capitalismo ocidental, Weber descobriu que valores 
protestantes como a disciplina ascética, a poupança, a austeridade, a vocação, o dever e a propensão 
ao trabalho operavam de forma contundente as condutas individuais. Os fi lhos das famílias protestantes 
eram criadospara o ensino especializado e para o trabalho fabril, optando sempre por atividades mais 
adequadas à obtenção do lucro, preferindo o cálculo e os estudos técnicos ao estudo humanístico. Weber 
mostra a formação de uma nova mentalidade, uma ética propícia ao capitalismo, em fl agrante oposição à 
alienação e à atitude absorta do catolicismo. 
 (A importância desse trabalho, no seu sentido teórico, está em mostrar a relação entre religião e 
sociedade e desvendar particularidade do capitalismo.)
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Atividades preparatórias à 2a fase da UEL352 NEO.234_GRAP - Sociologia 
13. Para, explicar a persistência das relações sociais, Weber elaborou um conceito chamado de dominação 
legítima. Quais são os três tipos de dominação legítima? Explique-as.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho e Sociedade
14. (UFPR-modifi cado) De acordo com estudos recentes do Instituto de Pesquisas Aplicadas – IPEA, houve 
aumento signifi cativo de mulheres chefes de família no Brasil nos últimos anos. Como tal fenômeno pode 
repercutir no processo de socialização das crianças? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 São três os tipos puros de dominação legítima. 
 A dominação racional-legal baseia-se na validade do estatuto legal e da competência funcional das regras 
criteriosamente criadas. A autoridade desse tipo mantém-se assim, segundo uma ordem impessoal e 
universalista, porque o dever de obedecer está resguardado numa hierarquia de cargos, com subordinação 
dos inferiores aos superiores, e dispõe de um aparato jurídico de queixa regulamentado e os limites de 
seus poderes são determinados pelas esferas de competência, defendidas pela própria ordem.
 A dominação tradicional se realiza em função da crença na santidade das ordenações e dos poderes senhoriais de 
há muito existentes. O tipo mais puro identifi cado por Weber é a dominação patriarcal, e a associação dominante 
é do tipo comunitário. O tipo puro daquele que exerce o mandato é o “senhor”, e os que obedecem são os 
“súditos”, enquanto o quadro administrativo é formado por servidores. Imposta por procedimentos considerados 
legítimos porque sempre teria existido e é aceita em nome de uma tradição reconhecida como válida. 
 A dominação carismática é exercida em razão da devoção afetiva à pessoa do senhor e seus dotes 
sobrenaturais (carisma) e, particularmente, a faculdades mágicas, revelação ou heroísmo, poder intelectual 
ou de oratória. O sempre novo, o extraordinário, o impensável e o impossível provocam emoções que 
constituem a fonte da devoção pessoal. Seus tipos mais puros são a dominação do profeta, do herói 
guerreiro e do grande demagogo. O tipo que exerce a autoridade é o líder e o que obedece é o “apóstolo”. 
 (A luta pelo estabelecimento de uma forma de dominação legítima marca a evolução de cada uma 
das esferas sociais em particular e defi ne o conteúdo das relações no seu interior. As atitudes de 
cada um passam a orientar-se por uma crença numa ordem legítima, a qual acaba por corresponder 
ao interesse e à vontade do dominante. Assim, ao manutenção da coesão social se realiza pela 
própria dominação que se manifesta de diversas formas que passam pela interpretação da história 
pelo grupo dominante em certa imposição de normas e etiquetas sociais adequadas ao grupo 
dominante, etc. Importante observar que a dominação não se restringe à esfera política, mas é um 
elemento essencial que percorre todas as instâncias da vida social.)
 As grandes responsáveis pela socialização/educação das crianças ainda são as mães. Essa responsabilidade 
atribuída a elas está ligada, na maior parte das vezes, às questões culturais, como o machismo. Em anos 
recentes, o mercado de trabalho tem ampliado a oferta de empregos para as mulheres, proporcionando 
que elas ampliem o seu campo de atuação na sociedade. No entanto, essa inserção nas se faz de forma 
isonômica, uma vez que as mulheres muitas vezes se submetem à baixa remuneração e/ou grandes 
períodos de horas fora de casa. Isso pode provocar distanciamento no contato com os fi lhos, o que pode 
infl uenciar o processo de socialização. 
 (Perceba que essa questão estabelece relação com conceitos sociológicos básicos, como o de 
socialização, relacionando-o à participação feminina no mercado de trabalho e à mudança de papel 
social da mulher na família.)
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Atividades preparatórias à 2a fase da UELNEO.234_GRAP - Sociologia 353
15. (Unicamp-SP-Modifi cado) O industrial Henry Ford observou certa vez: Não pude constatar que o trabalho 
repetitivo cause dano de qualquer espécie ao homem. Especialistas de inclinações liberais asseguraram-me 
que o trabalho repetitivo destrói o físico e a mente, porém esse não foi o resultado de nossas investigações. 
A tarefa mais monótona de toda a fábrica é aquela na qual um homem pega uma engrenagem, a agita 
dentro de um tanque de óleo e a coloca em um cesto. Não requer energia muscular, nem inteligência. No 
entanto um homem está nessa tarefa há oito anos ininterruptos. Ele economizou, investiu seu dinheiro, e 
tem hoje cerca de 40 mil dólares.
(Adaptado de Huw Beynon, Trabalhando para Ford, Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1995, p. 150.)
 Qual foi o sistema de produção industrial introduzido por Henry Ford e em que ele consistia? Que críticas 
foram feitas a este sistema?
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16. (Unicamp-SP-modifi cado) Até o século XX, o capitalismo operava por meio da inclusão dos trabalhadores. 
Hoje, ele opera pela exclusão.
(Adaptado da introdução de Marilena Chauí ao livro de Paul Lafargue, O direito à preguiça, São Paulo, Hucitec/Unesp, 1999.)
 Explique como ocorre atualmente a exclusão de trabalhadores nas sociedades capitalistas.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 O fordismo, sistema de produção industrial introduzido por Henry Ford, se caracteriza pelas atividades e 
inovações que ele trouxe ao desenvolvimento do trabalho nas indústrias em que foi empregado, como: 
linha de produção e/ou produção em série, utilizando a linha de montagem móvel e procurando levar 
ao máximo o processo de divisão do trabalho já existente; aceleração da produção com o consequente 
aumento da produtividade e aumento salarial visando ao equivalente aumento de consumo. Com relação 
às críticas realizadas ao fordismo, podemos apontar o fato de ser alienante, de representar a perda do 
conhecimento do processo de produção na sua inteireza, de não ser criativo, de ser rotineiro, repetitivo 
e cansativo, aproximando o trabalho do operário ao de um “robô”, além de ser opressor. Ainda, podemos 
apontar o lado negativo com relação ao “físico” e à “mente” do trabalhador, além da não proporcionalidade 
entre salário e aumento da produtividade. 
 (É importante notar que, com o desenvolvimento da maquinofatura ocorreu, consequentemente, 
o aperfeiçoamento contínuo dos sistemas produtivos que deu origem a uma divisão do trabalho 
muito bem detalhada e encadeada, alterou de sobremaneira a organização do trabalho e acarretou 
consequências para os trabalhadores e para o mercado consumidor.)
 Atualmente a exclusão de trabalhadores nas sociedades capitalistas explica-se pela substituição de velhas 
tecnologias por novas máquinas no setor produtivo e, também, pela formação escolar e treinamento 
técnico exigido para o preenchimento de vagas no mercado de trabalhado; ou a necessidade de constante 
atualização para a manutenção da vaga já obtida ou para continuar competindo por uma vaga no mercado. 
 (Essa nova dinâmica no mundo do trabalho é umaconsequência do período pós-fordista, 
denominada de fl exibilização produtiva, que adotou novas tecnologias produtivas, aumentando o 
desemprego e fl exibilizando o mercado de trabalho.)
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17. Como é chamado o sistema de produção que surgiu no Japão e hoje é um paradigma mundial na produção 
industrial? Cite, pelo menos, três características desse sistema.
 
 
 
 
ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL
18. Comente coerentemente a afi rmação a seguir:
 “A desigualdade é social”.
 
 
 
 
 
 
19. Explique o conceito de estratifi cação social e demonstre as formas de estratifi cação detectadas pela 
sociologia ao longo da história.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20. Como podemos relacionar o capitalismo ao fenômeno da mobilidade social?
 
 
 
 
 
 
 
 A desigualdade é social porque deriva das relações sociais estabelecidas entre os homens na vida em 
sociedade. A desigualdade social depende da distribuição desigual da riqueza, do poder e do prestígio. Ela 
pode estar associada à exclusão social quando indivíduos e grupos são mantidos às margens da produção, 
do consumo de bens e dos direitos da sociedade. 
 (Ainda que possamos detectar algumas desigualdades naturais, nesta questão é importante 
entender que a desigualdade social é um fenômeno social construído pelos homens em sociedade 
e depende do seu estilo de vida estabelecido.)
 Estratifi cação social é o processo ou o estado de localização hierárquica dos indivíduos em setores 
relativamente homogêneos da população quanto aos interesses, estilos e oportunidades de vida, 
segundo a sua participação na distribuição desigual de recompensas socialmente valorizadas (riqueza, 
poder e prestígio). Podemos citar 4 tipos de estratifi cação identifi cados pela sociologia em diferentes 
sociedades: o sistema de classes, típico das sociedades capitalistas; o sistema de castas, que se 
fundamentam, muitas vezes, em aspectos religiosos, como é o caso da Índia; o sistema feudal, que 
se organizava em torno da propriedade da terra; e o sistema escravista, em que alguns indivíduos são 
considerados propriedades de outros, sendo-lhes negados direitos e privilégios, como foi o caso do 
Brasil colônia e império. 
 (Nesta questão é importante esclarecer que o sistema de estratifi cação social é uma maneira pela 
qual os indivíduos participam da vida em sociedade e que ela pode se manifestar de diferentes 
maneiras de acordo com a cultura da sociedade que a elabora.)
 Trata-se do toyotismo, surgido no Japão no fi nal dos anos 1960. Dentre suas características podemos citar 
a fl exibilização produtiva, trabalhador polivalente e produção just in time. 
 (É importante lembrar que o toyotismo surgiu no contexto histórico pós-Segunda Guerra Mundial 
e foi um sistema produtivo que lidava com um estoque reduzido de produtos e alta mecanização 
nas empresas e exigia que o trabalhador especializasse a sua mão de obra.)
 Na sociedade capitalista, existe a possibilidade de mudança de uma classe para outra, isto é, os 
indivíduos podem tanto enriquecer como empobrecer. Esse é o tipo de mobilidade social chamada 
mobilidade social vertical ascendente ou descendente. Para a maioria da população, existe difi culdade 
para ascender na hierarquia social. As variações na mobilidade social estão relacionadas às condições 
econômicas e políticas da sociedade em questão. 
 (Nesta questão é importante descrever o que se entende por mobilidade social e expor a sua 
dinâmica na sociedade capitalista, uma sociedade que se organiza em classes sociais.)
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21. “Considerando o índice de Gini de 130 países selecionados, segundo o IPEA, o Brasil era o penúltimo 
colocado (0,60), superado apenas por Serra Leoa (0,62). O índice brasileiro era aproximadamente duas 
vezes e meia pior que o verifi cado na Suécia (0,25), nação que estava entre as que tinham renda mais 
bem distribuída no mundo, e também pior que o observado em países com características semelhantes 
às brasileiras, como o México (0,53). Dizia o IPEA que “o que distingue o caso do Brasil em termos 
internacionais é que os elevados níveis de pobreza não estão relacionados à insufi ciência generalizada de 
recursos, mas sim à extrema desigualdade em sua distribuição”.
(http://perspectiva-lusofona.weebly.com/2/post/2010/10/serra-leoa-1-x-brasil-2.html - acessado em 31/07/2011)
 A partir da leitura do trecho acima, explique o que é o índice de Gini e comente por que o Brasil apresentava 
índice tão ruim.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CULTURA E SOCIEDADE
22. Explique o que é a indústria cultural e comente o seu papel na sociedade contemporânea.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 O coefi ciente de Gini mede, numa variação de zero a um, a distribuição de renda. Quanto mais 
próximo de zero, signifi ca a igualdade perfeita, e de um, a desigualdade absoluta. Os indicadores 
de Gini mostravam que a distribuição de renda no Brasil apontava para a desigualdade completa. O 
coefi ciente de Gini brasileiro apresentava índice ruim em razão de o Brasil apresentar altos índices 
de concentração de terras, trabalho escravo, racismo, péssimas condições de educacionais e baixos 
salários, entre outros. 
 (Nesta questão, além de saber o que signifi ca e indica o coefi ciente de Gini, é importante expor 
que a realidade brasileira é ruim de acordo com o índice, já que as políticas econômicas e sociais 
adotadas no país que permitiram a existência e a persistência da exclusão social e miserabilidade 
em diversas épocas da nossa história.)
 A indústria cultural resulta das transformação das obras de arte, ideias e valores culturais em 
mercadorias/bens culturais. As mercadorias culturais passam a ser reproduzidas e difundidas 
amplamente, por meio da reprodutibilidade técnica, com o intuito de atingir grandes públicos e gerar 
lucro. Na sociedade contemporânea, o papel da indústria cultural é ocupar o lugar do lazer das pessoas, 
especialmente da classe trabalhadora, para que esta se recupere de suas forças e continue a produzir, 
ocupando a sua mente e sem pensar de forma profunda a sociedade em que vive. 
 (Nesta questão basta defi nir o que é indústria cultural, associando-a aos fenômenos de massifi cação 
e à mercantilização da cultura. No caso da sociedade contemporânea, as classes trabalhadoras 
são alienadas por ela na medida em que se produz uma sensação de felicidade, dissolvendo ou 
minimizando a dimensão crítica da realidade.)
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23. (UFPR-modifi cado) A cultura é constituída de um conjunto de valores, símbolos e bens materiais produzidos 
pela ação humana. Assim, o mundo humano é essencialmente o mundo da cultura, e pertencer a ele 
signifi ca transcender as nossas condições biológicas.
 Como se constitui a relação cultura-natureza na sociedade contemporânea?
 
 
 
 
 
 
 
24. (Unicamp-SP-modifi cado) A identidade entre muitos grupos migrantes é um dos principais fatores da coesão 
mantida pelo grupo, mesmo longe de seu território de origem. Isto faz com que muitos, ao contrário do 
discurso corrente da desterritorialização, acabem se envolvendo em processos claros de reterritorialização, 
ou seja, de recomposição de seus territórios em outras bases, territóriosesses recriados por meio do 
amálgama proporcionado pela força das redes mantidas no interior da dinâmica migratória. 
 (Adaptado de Rogério Haesbaert, “Migração e desterritorialização”, em Helion Povoa Neto e Ademir Pacelli Ferreira (orgs.), Cruzando fronteiras 
disciplinares: um panorama dos estudos migratórios. Rio de Janeiro: Revan, 2005, p.40.)
 Os gaúchos no Nordeste e Centro-Oeste e os nordestinos na capital paulista têm encontrado estratégias 
de manutenção de sua identidade cultural-regional. Dê três exemplos de estratégias de manutenção da 
identidade desses grupos.
 
 
 
 
 
 
 
 
POLÍTICA E SOCIEDADE
25. (UFPR-modifi cado) Explicite as relações entre os conceitos de Estado, de dominação e de legitimidade 
do poder. 
 
 
 
 
 
 
 
 Os aspectos naturais/biológicos/genéticos, ao se associarem aos aspectos culturais, interferem na 
conduta humana, levando a sociedade a estabelecer o seu estilo de vida. Na sociedade contemporânea, 
a sociologia passa a se preocupar em como aspectos culturais infl uenciam, por exemplo, na maior 
degradação ou conservação da natureza e a necessidade de revisar parte deles em nome da 
sustentabilidade.
 (Esta questão exige que o aluno consiga relacionar natureza e cultura e indique a perspectiva 
sociológica no que se refere aos estudos culturais).
 Constituição de centros de tradição, como os Centros de Tradição Gaúcha (CTGs) e os Centros de 
Tradição Nordestina (CTNs); realização de festas tradicionais nas áreas em que se concentram esses 
grupos de migrantes; estabelecimento de comércio de comidas típicas, como as Casas do Norte 
e restaurantes; audiência a programas de rádio e televisão que valorizem costumes e tradições da 
terra de origem; manutenção de relações de vizinhança e compadrio entre os membros do grupo de 
migrantes; e preservação de comidas típicas e de práticas socioculturais, como a frequência semanal 
à igreja, rezas, cultivo de ervas medicinais, etc.
 (Esta questão se refere à formação da identidade cultural e demonstra o caráter dinâmico da cultura.)
 O Estado pode ser defi nido como um organismo político administrativo que está organizado em 
determinado território independente, com a fi nalidade de garantir a ordem social. Para a existência 
do Estado é necessário que um conjunto de pessoas obedeça à autoridade dos detentores do poder. 
Para que os dominados obedeçam é necessário que os detentores do poder possuam autoridade 
reconhecida como legítima. As fontes de legitimidade: carismática, racional-legal, tradicional.
 (Esta questão pretende relacionar o conceito sociológico de Estado, no que se refere à sua função, com 
os aspectos da dominação legítima do sociólogo alemão Max Weber.)
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26. (Fuvest-SP-modifi cado) Desde 1990, os governos brasileiros vêm desmontando um modelo de Estado. 
Que principais mudanças estão ocorrendo no que respeita à intervenção do Estado na economia e nas 
relações trabalhistas?
 
 
 
 
 
 
 
27. Como podemos distinguir a democracia de outras formas políticas?
 
 
 
 
 
 
Movimentos Sociais
28. (UFPR-modifi cado) Ao longo das últimas três décadas, houve aumento signifi cativo dos movimentos 
sociais em todo o mundo. Qual é o objetivo dos movimentos sociais? Cite três movimentos entre os que 
mais se destacaram em todo o mundo nos últimos 30 anos. Comente seus objetivos e modos de atuação.
 
 
 
 
 
 
29. (UFPR-modifi cado) Para Boudon (Tratado de Sociologia, 1995), um movimento social é “um 
empreendimento coletivo de protesto e de contestação que visa impor mudanças, de importância variada, 
na estrutura social e/ou política através do recurso frequente, mas não necessariamente exclusivo, a 
meios não institucionalizados”. 
 A partir de tal defi nição, analisar o Movimento dos Sem-Terra no Brasil, identifi cando: 
 a) Atores que promovem o protesto e a contestação
 
 
 
 
 Com relação às mudanças políticas, a referência é ao neoliberalismo e à proposta de Estado Mínimo, 
privatizando suas empresas, desregulamentando relações com bancos, atrelando a moeda nacional 
ao dólar e, consequentemente, reorganizando as relações de trabalho e derrubando os direitos dos 
trabalhadores, começando pelo contrato de trabalho, o limite de horas na jornada de trabalho, as férias 
remuneradas, o décimo terceiro, etc.
 (Nesta questão é importante pontuar as características do neoliberalismo, especialmente levando-se 
em consideração o início do neoliberalismo no Brasil.)
 Na democracia existe a possibilidade de os indivíduos participarem da vida política do país, elegendo 
seus representantes por meio de plebiscitos, referendos, manifestações, etc., o que não aconteceria 
em outras formas de políticas. Pode ser a democracia representativa, participativa ou direta (quando 
o próprio povo toma diretamente as decisões para a sociedade).
 (Nesta questão é importante expor algumas características da democracia, mesmo que não seja 
comparada com características de outras formas políticas.)
 Os movimentos sociais lutam para alcançar mudanças sobre determinada situação social, a fi m 
de ampliar os direitos para um segmento da população, além de ser um canal para o exercício da 
cidadania. Como exemplos, podemos nos referir ao movimento feminista, que luta por mais direito 
para as mulheres; ao movimento ecológico, que busca a conservação do ambiente natural por meio do 
desenvolvimento sustentável; ao movimento homossexual, que visa a mais igualdade de tratamento 
e oportunidades para os homossexuais.
 (Nesta questão é importante explicar a função e as fi nalidades dos movimentos sociais e citar os novos 
movimentos sociais, expoentes dos últimos 30 anos.)
 Formado por posseiros, atingidos por barragens, migrantes, meeiros, parceiros e pequenos agricultores. 
 
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Atividades preparatórias à 2a fase da UEL358 NEO.234_GRAP - Sociologia 
 b) As mudanças propostas. 
 
 
 
 
 c) As estratégias utilizadas.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Luta pela reforma agrária e pelas transformações sociais necessárias para o Brasil.
 A estratégia básica do MST consiste em invadir / ocupar terras, em regra improdutivas, forçando 
negociações com os órgãos públicos de maneira a legitimar a ocupação por meio da legalização da 
ocupação em assentamentos. Podem-se valer de outras estratégias como as marchas, as invasões a 
pedágios, etc. 
 (Nesta questão é importante esclarecer quem integra o MST, qual o elemento norteador da sua luta e 
como eles pretendem atingir seus objetivos. Explique que o MST é formado por trabalhadores rurais 
que perderam suas terras e se valem de estratégias legais e ilegais para atingir seus objetivos.)
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