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* Neurose, psicose, perversão: decorrem do Complexo de Édipo. O NEURÓTICO Re-arranja a realidade = foge, evita um fragmento ameaçador da realidade, não a repudia, ele ignora uma parte censurada. O PSICÓTICO Cria outra realidade, substitui a realidade repudiada. O que está na base da neurose e da psicose é o mesmo mecanismo: a frustração, decorrente da não realização de desejos infantis em razão de exigências da realidade (mundo externo) ou do superego (mundo interno). ESTRUTURAS CLÍNICAS * O APARELHO PSÍQUICO * * * NEUROSE Freud afirma que: não existe uma fronteira nítida entre o normal e o patológico; os sintomas trazem, de forma distorcida, os desejos infantis que resistiram ao recalque. * Lacan, no Seminário 4, traz a noção de um recalque eficaz que se ligaria à entrada em ação da função paterna, para substituir o desejo da mãe liberando o sujeito da manifestação sintomática dos conteúdos que permanecem no inconsciente. Na neurose, o analista deve recorrer à história infantil do sujeito. Freud recomenda que as análises dos neuróticos lidem de modo completo com o período mais remoto , a época da primeira eflorescência da vida sexual*. Para Freud, o sentido do sintoma** se liga diretamente às experiências vividas pelo paciente. O sintoma vem se instalar exatamente ali, no lugar do trauma. A reconstrução dessa história engendra um sentido capaz de eliminar o sintoma. NEUROSE ** O futuro d uma ilusão (1927). * Algumas conseqüências psíquicas da distinção anatômica (1925). * NEUROSE Cabe ao analista investigar essa conexão, que é particular de cada um dos sujeitos. Algo aparentemente sem sentido encontra ressonância em uma experiência passada, cuja relação produz uma consistência lógica. * NEUROSE O final da análise está para além da produção de sentido, além do Édipo, a interpretação não visa tanto o sentido quanto reduzir os significantes ao seu não-senso*. * PSICOSE * PSICOSE Houve quem já tenha considerado a psicose como uma ‘neurose mal sucedida’. * PSICOSE A psicose não tem pré-história* A tarefa primordial do psicótico está na reconstrução da sua história. * As psicoses (Seminário III). O significante não está no Outro, está no próprio sujeito. Portanto, a intersubjetividade está comprometida. O significante não representa o sujeito (como na neurose) para um outro significante. * NEUROSE – PSICOSE Enquanto Freud parte da lógica da neurose (pelo simbólico) para tratar a psicose; Lacan inverte esse caminho, tratando a neurose a partir da psicose, entendendo que a psicose está além do simbólico (no campo do real). Neurose Psicose (Simbólico) (Real) . Na neurose, uma parte da realidade psíquica é elidida, mas não desaparece, continua pertencendo à ordem simbólica. Esta realidade é guardada secretamente. Na psicose, a realidade desaparece, dando lugar a um mundo real, quimérico, singular do sujeito. * Na neurose, o recalcado pertence à ordem simbólica e, por uma solução de compromisso, encontra um meio de se expressar pelo sintoma. Há recalque e o retorno do recalcado. Na psicose, aquilo que não foi simbolizado reaparece no real. Não há compromisso com o simbólico. A relação do sujeito com o mundo se dá no plano imaginário, especular, com construções delirantes que, ainda que de forma precária, instrumentam o discurso capaz de manter o laço social. NEUROSE – PSICOSE * Na neurose, a fala é dirigida ao Outro, enquanto alteridade reconhecida, e ao outro semelhante, numa relação de identificação. A comunicação é povoada de incógnitas do tipo: ‘será que ele me ama?’; ‘o que será que ele quis dizer com isso?’; ou, ‘o que será que ele pensa de mim?’. Há uma mensagem que vem do outro. NEUROSE – PSICOSE Na psicose, a fala é dirigida ao outro especular, e o que retorna é a própria mensagem. O psicótico não tem dúvida do que o outro disse, não há uma questão sobre o sentido. * NEUROSE – PSICOSE Na psicose, o gozo está à deriva – o ser do sujeito permanece a serviço do gozo do Outro. * NEUROSE – PSICOSE Os registros do Real e do Imaginário carecem da amarração com o Simbólico, que é dada pelo point de capiton – pela articulação entre o significante e o significado. Essa articulação produz efeito de sentido à frase, sentido construído por retroação, a partir do ponto final. O NP imprime na linguagem o point de capiton. Na psicose, o significante NP está foracluído. O sujeito, não acede à ordem simbólica. Então, não se dá a articulação entre o significante e o significado que, pode-se dizer, estão isolados. O psicótico se apóia apenas no significante com o qual constrói o seu delírio cujo sentido é particular, marcado pela certeza. * NEUROSE – PSICOSE * SOBRE O DELÍRIO O delírio é um modo de lidar com a castração; oferece ao sujeito psicótico a possibilidade (ainda que precária) de vínculo com o outro. No dizer de Lacan, um vínculo frouxo, pelo qual o sujeito investe na tentativa de cura. O delirante, à medida que constrói uma significação, insere-se no laço social. O delírio é uma tentativa de cura, não uma manifestação de doença. A significação do delírio é de uso exclusivo do psicótico. Ainda que o analista julgue compreender a produção delirante, esta não deve ser interpretada, nem nomeada ou articulada – ela não pertence à linguagem comum. * Na Psicose: o analista é o Suposto Protetor, um não-gozador. Suposto Entendedor o que se passa. SOBRE A DEMANDA * SOBRE O DIAGNÓSTICO * Na Neurose Retificação e destituição subjetiva pela travessia da fantasia. Redução do gozo. Reorganização do sintoma em direção a uma criação própria do sujeito. Na Psicose Acolhimento do sujeito mantendo os significantes que ele traz buscando ordená-los para possibilitar a construção de sentido, para circunscrever o real. Re-significação do delírio. Estabilização do sujeito. DIREÇÃO DA CURA
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