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TEMA: O ISS e seu recolhimento nas sociedades profissionais
 
DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA
Como a competência para o recolhimento do Imposto Sobre Serviços é municipal, a pesquisa deverá expor como tal recolhimento se dá nos municípios brasileiros de um modo geral. 
A análise principal se dá na atualidade, porém para se chegar nesse ponto deve-se, inicialmente, fazer uma espécie de linha do tempo, evidenciando como se deu o processo de mudanças no ISS, a criação de leis, o Código Tributário Nacional,
Para decidir sobre a tributação, deve-se também adentrar na questão empresarial, pois antes do Novo Código Civil vigorava no Direito Comercial Brasileiro a Teoria dos Atos de Comércio, onde eram as sociedades eram classificadas em civis e comerciais, a depender de seu objeto social. 
Com o advento do Novo Código Civil Brasileiro, adota-se então a Teoria da Empresa, que vem a classificar as sociedades como empresárias ou não empresárias, além de definir o que é empresário e excluir alguns que não pertencem a tal definição. 
Com tais explicações sobre a evolução temporal do Direito no tocante às questões empresarial e tributária, a pesquisa deve seguir para discutir o tipo de ISS (fixo ou proporcional) que deve ser recolhido nas sociedades.
 JUSTIFICATIVA/ RELEVANCIA:
Primeiramente deve-se falar na importância geral pagar impostos, que é um dever de cidadania, porém muitas pessoas sequer sabem o destino desse dinheiro. Eles incidem sobre a renda (salário, lucros, etc) e patrimônio (tais como terrenos, casas, estabelecimentos, bens em geral) tanto das pessoas físicas quanto das pessoas jurídicas. Com o dinheiro arrecadado dos impostos, o governo investe em setores importantes como saúde, moradia, educação, infraestrutura, etc. Sua aplicação não é vinculada a gastos específicos, pois os gastos são fixados em planos orçamentários governamentais, ou seja, o governo é quem decidirá onde o dinheiro será aplicado, passando anteriormente pela aprovação do Poder Legislativo.
Quanto maior for o Estado, maior é sua necessidade de recolher tributos da população. Quanto mais ineficiente ou deficiente for a gestão pública, mais oneroso será manter sua estrutura. É importante também que os cidadãos, profissionais ou não, cumpram com suas obrigações, pagando os impostos em dia e de modo correto, para que sejam realizados efetivamente os investimentos citados anteriormente, atendendo às necessidades comuns. 
Há duas diretrizes sobre a importância do recolhimento tributário próprio pelos municípios: a Lei de Responsabilidade Fiscal e a delegação de competência tributária para instituir, fiscalizar, arrecadar e administrar tributos de competência própria, contrapondo uma dependência de transferência de recursos por parte da União. Instituir e recolher tributos de competência própria é questão imprescindível para ser responsável na gestão fiscal; o município que não cumprir com suas obrigações na gestão, ficará impossibilitado de ser beneficiado com o transpasse dos impostos dos âmbitos federal e estadual. Sem o transpasse, os municípios são impedidos de atender as necessidades de seu povo.
Após a vigência da CF/88, os municípios passaram a ser considerados como entes federativos, com autonomia municipal em questões políticas, administrativas, legislativas e financeiras. A constituição também deu aos municípios competência para instituir, arrecadar e administrar tributos próprios, e o ISS é um exemplo disso. 
O ISS é um tributo de grande importância em nosso país, pois a todo momento estamos buscando por serviços, sejam eles feitos por sociedades de profissionais (como no presente estudo) ou não. Tal imposto foi criado por lei municipal e sua arrecadação é utilizada para os gestores municipais investirem em várias demandas sociais, que nos dias de hoje só tendem a aumentar. 
Também é importante saber o que são sociedades profissionais, pois elas fazem parte do nosso dia-a-dia, prestando-nos serviços. São exemplos dessas sociedades: sociedade de advogados, sociedade de médicos (que por exemplo, formam uma equipe para cirurgias), sociedade de contadores, etc. Todos esses profissionais são de suma importância no cotidiano da população. A sociedade simples é aquela que tem como objeto o exercício de atividade econômica não empresarial, e a sociedade de profissionais é um exemplo típico disso. 
Além de compreender o que são sociedades simples, é relevante saber que elas 
são parte de um regime de tributação especial. Mas para saber disso, é importante saber o conceito de empresário dado pelo Novo Código Civil Brasileiro, que de acordo com o seu artigo 966, diz que é quem “exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção e circulação de bens e serviços.” Deixando de fora da definição, ainda no mesmo artigo, quem “exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda que com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da função constituir elemento de empresa.” O tratamento fiscal favorecido em relação ao ISS é concedido quando a sociedade é constituída por profissionais habilitados da mesma categoria.
É de interesse da população também verificar se o Estado está realmente seguindo o Princípio da Transparência ou Princípio da Publicidade, no âmbito da Administração Pública, que diz que o gerenciamento das atividades governamentais deve ser feito de modo legal, e não de modo oculto (com ressalva a algumas hipóteses de sigilo previstas por lei). É importante que haja publicação dos assuntos, inclusive os que dizem respeito à tributação e seus fins, contribuindo, assim, tanto para o administrador, quanto para o público. 
Com a Publicidade seriamente aplicada, há a exteriorização da vontade da administração pública (lembrando que ela nunca deve se sobrepor aos interesses da população), há o desencadeamento de da produção dos efeitos do ato administrativo, há o controle da legalidade e a possibilidade da população exigir o conteúdo do ato. A encarregada pelo controle dos gastos públicos é a Controladoria Geral da União. Ela tem a função de ajudar 
a fiscalizar o destino das verbas federais, podendo receber e apurar denúncias para posteriormente corrigir as falhas. Os órgãos federais são obrigados a comunicar aos municípios, e a CGU deve ser avisada se essa exigência não estiver sendo cumprida.
4 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA
O problema da referida pesquisa diz respeito ao modo como o ISS deve ser cobrado nas sociedades profissionais: fixo (como as próprias sociedades desejam) ou proporcional ao seu movimento econômico (como o FISCO deseja)? 
Algumas tentativas ocorreram para impedir que a tributação fixa fosse aplicada. Tentaram provar que a norma que prevê esse tipo de tributação é inconstitucional, porém não obtiveram êxito. A tributação fixa foi reconhecida nos conformes da CF/88, em julgamento de Recurso Extraordinário no STF (RE 236.604-PR). O STJ também reconheceu que tal norma não foi revogada pela LC 116/03, como alegam alguns que são contra a tributação fixa. 
A legislação do município de São Paulo excluiu as sociedades profissionais da tributação proporcional ao seu faturamento, em sua Lei nº 15.406/2011: 
art. 15 (...), § 9 – Os incisos VI e VII do § 2º e os §§ 7º e 8º deste artigo não se aplicam às sociedades uni-profissionais em relação às quais seja vedado pela legislação específica a forma ou características mercantis e a realização de quaisquer atos de comércio.
Ainda, ao tratar da incidência do ISS sobre as sociedades profissionais, o DL 406/68, em seu artigo 9º, parágrafo 3º, dispôs: 
§ 3° Quando os serviços a que se referem os itens 1, 4, 8, 25, 52, 88, 89, 90, 91 e 92 da lista anexa forem prestados por sociedades, estas 
ficarão sujeitas ao imposto na forma do § 1°, calculado em relação a cada profissional habilitado, sócio, empregado ou não, que preste serviços em nome da sociedade, embora assumindo responsabilidade pessoal, nos termos da lei aplicável.
Em contraponto, oFISCO diz que algumas sociedades prestadoras de serviços têm características que as enquadram nas sociedades de empresárias e por isso as autua por pagarem o ISS fixamente, e não de modo proporcional ao seu movimento econômico. Uma das características é, por exemplo, se os sócios dividem os lucros de modo proporcional aos serviços prestados por cada um deles em nome da sociedade ou se dividem de modo proporcional a sua participação no capital social. Outra característica é a denominação do local (se é clínica, no caso dos profissionais de saúde). Ainda se fala do modo como a sociedade foi formada (se ela é LTDA, por exemplo).
Mas não é de tal modo que se atribui natureza empresarial a uma sociedade, portanto, elas não devem ter seu ISS recolhido proporcionalmente com base nisso. Deve-se atentar primeiramente para o conceito de empresário, nos dado pelo Código Civil, que diz em seu artigo 966: 
considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção e circulação de bens e serviços.” Ainda excluindo de tal definição quem “exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda que com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da função constituir elemento de empresa.
Uma das questões encontra-se em identificar o que leva o exercício da profissão a “constituir elemento de empresa”, já que o conceito de 
empresário dado pelo Código Civil não exclui essa hipótese. 
5 HIPÓTESE
Uma possível hipótese para a solução do problema em questão encontra-se em diferenciar sociedades simples de sociedades empresárias, para posteriormente decidir se sua tributação deverá ser fixa ou não. Tais sociedades não se diferenciam no tocante a sua finalidade lucrativa, haja vista que ambas visam o lucro. Tampouco há diferenciação no seu objeto, pois ambas dedicam-se à exploração de atividade econômica. 
A sociedade é empresária quando, no exercício de sua atividade econômica, os fatores que se combinam para a produção dos bens não exigem necessariamente o trabalho direto do sócio. Ou seja, o sócio é empresário. No que diz respeito às sociedades simples, o labor direto dos sócios é elemento essencial para explorar a atividade econômica de caráter intelectual, científico, literário ou artístico. Gustavo Brigagão, Advogado e secretário-geral da Associação Brasileira de Direito Financeiro, diz em seu artigo “Sociedades profissionais devem pagar ISS fixo” para a revista Consultor Jurídico que “nos termos do parágrafo único do NCCB, o sócio poderá até mesmo contar com colaboradores, porém, enquanto o exercício do objeto social depender da sua mão-de-obra, a sociedade será simples.”
Outro auxílio para a solução do referido problema seria analisar o conceito de empresário nos dado pelo Código Civil em seu artigo 966, já citado anteriormente. Ou seja, para resolver o problema anterior (se a sociedade é empresária ou não) deve-se recorrer ao conceito de empresário no NCCB, pois ele nos dará uma luz no tocante aos que não se enquadram nessa definição e 
portanto poderão, sim, pagar a tributação de modo fixo.
6 OBJETIVOS
6.1 Objetivo Geral: 
A presente pesquisa tem como objetivo geral analisar o ISS e seu recolhimento nas sociedades de profissionais.
6.2 Objetivos Específicos:
a) entender o tratamento tributário dado às sociedades pelo 406/68 em seu artigo 9º, parágrafo 3º.
b) identificar as sociedades como empresárias ou simples.
c) a partir da identificação da sociedade, dizer se a tributação deverá ser recolhida de modo fixo (como as próprias sociedades pretendem) ou proporcional ao seu movimento econômico (como o FISCO pretende).
d) ter o conhecimento do conceito de empresário nos dado pelo Código Civil, pois a luz disso também pode-se analisar o modo como se dará a tributação.
7 REFERENCIAL TEÓRICO 
Um dos referenciais teóricos do trabalho será o livro de André Luiz Santa Cruz Ramos, Direito Empresarial Esquematizado, que servirá de base para diferenciar as sociedades simples das sociedades empresárias, além de ajudar no conceito de sociedades profissionais:
Sociedade simples, conforme já destacamos mais de uma vez, é a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade econômica não empresarial. O caso típico de sociedade simples é o das sociedades profissionais, estudadas no capítulo II, que são sociedades formadas por profissionais, intelectuais (médicos, engenheiros, músicos, etc.) cujo objeto social é o exercício da própria atividade intelectual de seus sócios.
(...)Aliás, é quanto ao exercício de atividade intelectual em sociedade que a regra do art. 996, parágrafo único, do Código Civil, suscita mais dificuldades de 
ordem prática.
RAMOS, André Luiz Santa Crus. Direito Empresarial Esquematizado. 2. ed., rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense.
Outro referencial utilizado será um artigo escrito por dois advogados, onde aproveitou-se esclarecimentos sobre a o Decreto-lei nº 406/68:
Portanto, como o art. 9º, § 3º, do Decreto-lei nº 406/68 exige apenas dois requisitos para que se apure o ISS na forma nele prevista, quais sejam, 1º) prestação de alguns dos serviços nele mencionados e 2º) necessidade de um profissional habilitado à prestação dos serviços que assuma a responsabilidade pessoal, e, quando a sociedade prestar alguns dos serviços mencionados no § 3º, como visto, haverá sempre um profissional habilitado (seja sócio, empregado ou não) assumindo a autoria e a responsabilidade pessoal por tais serviços, a forma diferença da de tributação do ISS aplica-se a todas as sociedades que prestem os serviços mencionados no § 3º, ou seja, à todas as sociedades de profissionais liberais, sendo totalmente irrelevante o fato de tais sociedades terem ou não caráter empresarial, de terem ou não quaisquer elementos que revelem tal caráter.
FREITAS, André Luiz Martins; BOTELHO, Thiago da Paixão Ramos. O ISS das sociedades de profissionais liberais. Aplicação do art. 9º, § 3º, do Decreto-Lei nº 406/68, independentemente do caráter empresarial da sociedade: equívoco cometido pela jurisprudência. Jus Navigandi, Teresina, ano 12, n. 1415, 17 maio 2007. Disponível em: . Acesso em: 2 ago. 2014.
Um parecer publicado por Rubens Gomes de Sousa (relator do anteprojeto que se transformou no Código Tributário Nacional) na Revista de Direito Público 20, em 1972, intitulado 
“O Imposto Sobre Serviços e as Sociedades Prestadoras de Serviços Técnicos Profissionais”, será utilizado para versar sobre o trabalho prestado de modo pessoal do contribuinte do ISS em tempos passados, para futuramente ser comparado com os tempos atuais:
Mas, tendo em vista as premissas da própria instituição do ISS, estipulou que, tratando-se de prestação de serviço configurada pelo trabalho pessoal do contribuinte, o imposto seria calculado por alíquotas fixas ou variáveis, em função da natureza do serviço e de outros fatores pertinentes, ressalvado que entre esses últimos não se compreendia a renda proveniente da remuneração do próprio trabalho 
(art. 72, I). A finalidade da ressalva era, evidentemente, evitar que o ISS viesse a confundir-se com o imposto de renda sobre honorários ou salários, como acontecia com o antigo imposto de indústrias e profissões.
O conceito de empresário nos dado pelo Código Civil também é de grande importância:
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.
Argumentos utilizados por Gustavo Brigagão (Advogado e secretário-geral da Associação Brasileira de Direito Financeiro) em seu artigo “Sociedades profissionais devem pagar ISS fixo” para a revista Consultor Jurídico tambémsão importantes, merecendo destaque onde versa-se sobre o DL 406/1968 e do tratamento 
tributário dado às sociedades profissionais em relação ao ISS:
O tratamento tributário dado pelo artigo 9º, parágrafo 3º, do Decreto-Lei 406/1968, às sociedades profissionais, relativamente ao ISS, é plenamente justificável, não constituindo privilégio para essas sociedades, mas simples tratamento isonômico com os profissionais que trabalham individualmente, já que não há qualquer diferença entre a atuação destes e a dos profissionais associados.
Em conclusão, a tributação fixa das sociedades profissionais encontra amparo nas seguintes premissas:
(a) que os sócios sejam pessoalmente responsáveis pelos serviços que prestam em nome da sociedade (o que justifica o tratamento isonômico com os autônomos); e
(b) que a atividade intelectual, científica, literária ou artística não seja exercida exclusivamente por meio de terceiros, ou do uso de tecnologia, sem depender ou contar com a pessoa do sócio.
8. METODOLOGIA
A pesquisa feita é de natureza explicativa, descritiva e terá cunho transdisciplinar, pois irá esclarecer diversos conceitos, como o de sociedade simples, sociedade uni-profissional, sociedade empresária, empresário, ISS, abordando as disciplinas de Direito Empresarial, Direito Financeiro e Direito Tributário.
O delineamento foi feito através de pesquisa bibliográfica, utilizando-se de livros, artigos, e posteriormente tem seus dados secundários buscados no Código Civil, Código Tributário Nacional e jurisprudências referentes ao tema. A pesquisa tem cunho qualitativo, pois irá abordar temas e identificar seus aspectos cruciais, expondo-os durante o trabalho. 
A população objeto são as sociedades 
profissionais nos seus respectivos municípios, bem como os empresários. 
9. CRONOGRAMA
Tempo
Atividades
2014.1
2014.2
2015.1
2015.2
2016.1
Elaboração da pesquisa
X
Leitura da bibliografia
X
Confecção do TCC
X
X
Apresentação do TCC
X
REFERÊNCIAS
RAMOS, André Luiz Santa Cruz. Direito Empresarial Esquematizado. 2ª ed., rev., atual. e ampl., Rio de Janeiro: Editora Método, 2012.
CARRAZA, R.A. e FRANCO, V.H.M. (Organização) Código Tributário Nacional, Código Comercial, Código Civil, Legislação Tributária e Empresarial. 10ª ed.São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2008.
PISANI, José Roberto. ISS – Serviços Profissionais – LC 116/2003. Revista Dialética de Direito Tributário, nº 97, p. 71, São Paulo: Editora Dialética, 2003.
MORAES. Bernardo Ribeiro de. Doutrina e Prática do Imposto sobre Serviços. São Paulo: RT, 1978, p. 541.
FREITAS, André Luiz Martins; BOTELHO, Thiago da Paixão Ramos. O ISS das sociedades de profissionais liberais. Aplicação do art. 9º, § 3º, do Decreto-Lei nº 406/68, independentemente do caráter empresarial da sociedade: equívoco cometido pela jurisprudência. Jus Navigandi, Teresina, ano 12, n. 1415, 17 maio 2007. Disponível em: . Acesso em: 2 ago. 2014.
MACHADO, Hugo de Brito. O ISS das Sociedades de Profissionais e a LC 116/2003. Revista Dialética de Direito Tributário, nº 100, p. 17, São Paulo: Editora Dialética, 2004.
MARCONI, M.A.; LAKATOS, E.M. Técnicas de pesquisa. 7ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2008.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2002. 
são parte de um regime de tributação especial. Mas para saber disso, é importante saber o conceito de empresário dado pelo Novo Código Civil Brasileiro, que de acordo com o seu artigo 966, diz que é quem “exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção e circulação de bens e serviços.” Deixando de fora da definição, ainda no mesmo artigo, quem “exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda que com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da função constituir elemento de empresa.” O tratamento fiscal favorecido em relação ao ISS é concedido quando a sociedade é constituída por profissionais habilitados da mesma categoria.
É de interesse da população também verificar se o Estado está realmente seguindo o Princípio da Transparência ou Princípio da Publicidade, no âmbito da Administração Pública, que diz que o gerenciamento das atividades governamentais deve ser feito de modo legal, e não de modo oculto (com ressalva a algumas hipóteses de sigilo previstas por lei). É importante que haja publicação dos assuntos, inclusive os que dizem respeito à tributação e seus fins, contribuindo, assim, tanto para o administrador, quanto para o público. 
Com a Publicidade seriamente aplicada, há a exteriorização da vontade da administração pública (lembrando que ela nunca deve se sobrepor aos interesses da população), há o desencadeamento de da produção dos efeitos do ato administrativo, há o controle da legalidade e a possibilidade da população exigir o conteúdo do ato. A encarregada pelo controle dos gastos públicos é a Controladoria Geral da União. Ela tem a função de ajudar a fiscalizar o destino das verbas federais, podendo receber e apurar denúncias para posteriormente corrigir as falhas. Os órgãos federais são obrigados a comunicar aos municípios, e a CGU deve ser avisada se essa exigência não estiver sendo cumprida.
DEFENIÇÃO DO PROBLEMA
O problema da referida pesquisa diz respeito ao modo como o ISS deve ser cobrado nas sociedades profissionais: fixo (como as próprias sociedades desejam) ou proporcional ao seu movimento econômico (como o FISCO deseja)? 
Algumas tentativas ocorreram para impedir que a tributação fixa fosse aplicada. Tentaram provar que a norma que prevê esse tipo de tributação é inconstitucional, porém não obtiveram êxito. A tributação fixa foi reconhecida nos conformes da CF/88, em julgamento de Recurso Extraordinário no STF (RE 236.604-PR). O STJ também reconheceu que tal norma não foi revogada pela LC 116/03, como alegam alguns que são contra a tributação fixa. 
A legislação do município de São Paulo excluiu as sociedades profissionais da tributação proporcional ao seu faturamento, em sua Lei nº 15.406/2011: 
art. 15 (...), § 9 – Os incisos VI e VII do § 2º e os §§ 7º e 8º deste artigo não se aplicam às sociedades uni-profissionais em relação às quais seja vedado pela legislação específica a forma ou características mercantis e a realização de quaisquer atos de comércio.
Ainda, ao tratar da incidência do ISS sobre as sociedades profissionais, o DL 406/68, em seu artigo 9º, parágrafo 3º, dispôs: 
§ 3° Quando os serviços a que se referem os itens 1, 4, 8, 25, 52, 88, 89, 90, 91 e 92 da lista anexa forem prestados por sociedades, estas ficarão sujeitas ao imposto na forma do § 1°, calculado em relação a cada profissional habilitado, sócio, empregado ou não, que preste serviços em nome da sociedade, embora assumindo responsabilidade pessoal, nos termos da lei aplicável.
Em contraponto, o FISCO diz que algumas sociedades prestadoras de serviços têm características que as enquadram nas sociedades de empresárias e por isso as autua por pagarem o ISS fixamente, e não de modo proporcional ao seu movimento econômico. Uma das características é, por exemplo, se os sócios dividem os lucros de modo proporcional aos serviços prestados por cada um deles em nome da sociedade ou se dividem de modo proporcional a sua participação no capital social. Outra característica é a denominação do local (se é clínica, no caso dos profissionais de saúde). Ainda se fala do modo como a sociedade foi formada (se ela é LTDA, por exemplo).
Mas não é de tal modo que se atribui natureza empresarial a uma sociedade, portanto, elas não devem ter seu ISS recolhido proporcionalmente com base nisso. Deve-se atentar primeiramente para o conceito de empresário, nos dado pelo Código Civil, que diz em seu artigo 966: 
considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção e circulação de bens e serviços.” Ainda excluindode tal definição quem “exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda que com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da função constituir elemento de empresa”.
Uma das questões encontra-se em identificar o que leva o exercício da profissão a “constituir elemento de empresa”, já que o conceito de 
empresário dado pelo Código Civil não exclui essa hipótese. 
5 HIPÓTESE
Uma possível hipótese para a solução do problema em questão encontra-se em diferenciar sociedades simples de sociedades empresárias, para posteriormente decidir se sua tributação deverá ser fixa ou não. Tais sociedades não se diferenciam no tocante a sua finalidade lucrativa, haja vista que ambas visam o lucro. Tampouco há diferenciação no seu objeto, pois ambas dedicam-se à exploração de atividade econômica. 
A sociedade é empresária quando, no exercício de sua atividade econômica, os fatores que se combinam para a produção dos bens não exigem necessariamente o trabalho direto do sócio. Ou seja, o sócio é empresário. No que diz respeito às sociedades simples, o labor direto dos sócios é elemento essencial para explorar a atividade econômica de caráter intelectual, científico, literário ou artístico. Gustavo Brigagão, Advogado e secretário-geral da Associação Brasileira de Direito Financeiro, diz em seu artigo “Sociedades profissionais devem pagar ISS fixo” para a revista Consultor Jurídico que “nos termos do parágrafo único do NCCB, o sócio poderá até mesmo contar com colaboradores, porém, enquanto o exercício do objeto social depender da sua mão-de-obra, a sociedade será simples.”
Outro auxílio para a solução do referido problema seria analisar o conceito de empresário nos dado pelo Código Civil em seu artigo 966, já citado anteriormente. Ou seja, para resolver o problema anterior (se a sociedade é empresária ou não) deve-se recorrer ao conceito de empresário no NCCB, pois ele nos dará uma luz no tocante aos que não se enquadram nessa definição e 
portanto poderão, sim, pagar a tributação de modo fixo.
6 OBJETIVOS
6.1 Objetivo Geral: 
A presente pesquisa tem como objetivo geral analisar o ISS e seu recolhimento nas sociedades de profissionais.
6.2 Objetivos Específicos:
a) entender o tratamento tributário dado às sociedades pelo 406/68 em seu artigo 9º, parágrafo 3º.
b) identificar as sociedades como empresárias ou simples.
c) a partir da identificação da sociedade, dizer se a tributação deverá ser recolhida de modo fixo (como as próprias sociedades pretendem) ou proporcional ao seu movimento econômico (como o FISCO pretende).
d) ter o conhecimento do conceito de empresário nos dado pelo Código Civil, pois a luz disso também pode-se analisar o modo como se dará a tributação.
7 REFERENCIAL TEÓRICO 
Um dos referenciais teóricos do trabalho será o livro de André Luiz Santa Cruz Ramos, Direito Empresarial Esquematizado, que servirá de base para diferenciar as sociedades simples das sociedades empresárias, além de ajudar no conceito de sociedades profissionais:
Sociedade simples, conforme já destacamos mais de uma vez, é a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade econômica não empresarial. O caso típico de sociedade simples é o das sociedades profissionais, estudadas no capítulo II, que são sociedades formadas por profissionais, intelectuais (médicos, engenheiros, músicos, etc.) cujo objeto social é o exercício da própria atividade intelectual de seus sócios.
(...)Aliás, é quanto ao exercício de atividade intelectual em sociedade que a regra do art. 996, parágrafo único, do Código Civil, suscita mais dificuldades de 
ordem prática.
RAMOS, André Luiz Santa Crus. Direito Empresarial Esquematizado. 2. ed., rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense.
Outro referencial utilizado será um artigo escrito por dois advogados, onde aproveitou-se esclarecimentos sobre a o Decreto-lei nº 406/68:
Portanto, como o art. 9º, § 3º, do Decreto-lei nº 406/68 exige apenas dois requisitos para que se apure o ISS na forma nele prevista, quais sejam, 1º) prestação de alguns dos serviços nele mencionados e 2º) necessidade de um profissional habilitado à prestação dos serviços que assuma a responsabilidade pessoal, e, quando a sociedade prestar alguns dos serviços mencionados no § 3º, como visto, haverá sempre um profissional habilitado (seja sócio, empregado ou não) assumindo a autoria e a responsabilidade pessoal por tais serviços, a forma diferença da de tributação do ISS aplica-se a todas as sociedades que prestem os serviços mencionados no § 3º, ou seja, à todas as sociedades de profissionais liberais, sendo totalmente irrelevante o fato de tais sociedades terem ou não caráter empresarial, de terem ou não quaisquer elementos que revelem tal caráter.
FREITAS, André Luiz Martins; BOTELHO, Thiago da Paixão Ramos. O ISS das sociedades de profissionais liberais. Aplicação do art. 9º, § 3º, do Decreto-Lei nº 406/68, independentemente do caráter empresarial da sociedade: equívoco cometido pela jurisprudência. Jus Navigandi, Teresina, ano 12, n. 1415, 17 maio 2007. Disponível em: . Acesso em: 2 ago. 2014.
Um parecer publicado por Rubens Gomes de Sousa (relator do anteprojeto que se transformou no Código Tributário Nacional) na Revista de Direito Público 20, em 1972, intitulado 
“O Imposto Sobre Serviços e as Sociedades Prestadoras de Serviços Técnicos Profissionais”, será utilizado para versar sobre o trabalho prestado de modo pessoal do contribuinte do ISS em tempos passados, para futuramente ser comparado com os tempos atuais:
Mas, tendo em vista as premissas da própria instituição do ISS, estipulou que, tratando-se de prestação de serviço configurada pelo trabalho pessoal do contribuinte, o imposto seria calculado por alíquotas fixas ou variáveis, em função da natureza do serviço e de outros fatores pertinentes, ressalvado que entre esses últimos não se compreendia a renda proveniente da remuneração do próprio trabalho 
(art. 72, I). A finalidade da ressalva era, evidentemente, evitar que o ISS viesse a confundir-se com o imposto de renda sobre honorários ou salários, como acontecia com o antigo imposto de indústrias e profissões.
O conceito de empresário nos dado pelo Código Civil também é de grande importância:
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.
Argumentos utilizados por Gustavo Brigagão (Advogado e secretário-geral da Associação Brasileira de Direito Financeiro) em seu artigo “Sociedades profissionais devem pagar ISS fixo” para a revista Consultor Jurídico também são importantes, merecendo destaque onde versa-se sobre o DL 406/1968 e do tratamento 
tributário dado às sociedades profissionais em relação ao ISS:
O tratamento tributário dado pelo artigo 9º, parágrafo 3º, do Decreto-Lei 406/1968, às sociedades profissionais, relativamente ao ISS, é plenamente justificável, não constituindo privilégio para essas sociedades, mas simples tratamento isonômico com os profissionais que trabalham individualmente, já que não há qualquer diferença entre a atuação destes e a dos profissionais associados.
Em conclusão, a tributação fixa das sociedades profissionais encontra amparo nas seguintes premissas:
(a) que os sócios sejam pessoalmente responsáveis pelos serviços que prestam em nome da sociedade (o que justifica o tratamento isonômico com os autônomos); e
(b) que a atividade intelectual, científica, literária ou artística não seja exercida exclusivamente por meio de terceiros, ou do uso de tecnologia, sem depender ou contar com a pessoa do sócio.
8. METODOLOGIAA pesquisa feita é de natureza explicativa, descritiva e terá cunho transdisciplinar, pois irá esclarecer diversos conceitos, como o de sociedade simples, sociedade uni-profissional, sociedade empresária, empresário, ISS, abordando as disciplinas de Direito Empresarial, Direito Financeiro e Direito Tributário.
O delineamento foi feito através de pesquisa bibliográfica, utilizando-se de livros, artigos, e posteriormente tem seus dados secundários buscados no Código Civil, Código Tributário Nacional e jurisprudências referentes ao tema. A pesquisa tem cunho qualitativo, pois irá abordar temas e identificar seus aspectos cruciais, expondo-os durante o trabalho. 
A população objeto são as sociedades 
profissionais nos seus respectivos municípios, bem como os empresários. 
9. CRONOGRAMA
Tempo
Atividades
2014.1
2014.2
2015.1
2015.2
2016.1
Elaboração da pesquisa
X
Leitura da bibliografia
X
Confecção do TCC
X
X
Apresentação do TCC
X
REFERÊNCIAS
RAMOS, André Luiz Santa Cruz. Direito Empresarial Esquematizado. 2ª ed., rev., atual. e ampl., Rio de Janeiro: Editora Método, 2012.
CARRAZA, R.A. e FRANCO, V.H.M. (Organização) Código Tributário Nacional, Código Comercial, Código Civil, Legislação Tributária e Empresarial. 10ª ed.São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2008.
PISANI, José Roberto. ISS – Serviços Profissionais – LC 116/2003. Revista Dialética de Direito Tributário, nº 97, p. 71, São Paulo: Editora Dialética, 2003.
MORAES. Bernardo Ribeiro de. Doutrina e Prática do Imposto sobre Serviços. São Paulo: RT, 1978, p. 541.
FREITAS, André Luiz Martins; BOTELHO, Thiago da Paixão Ramos. O ISS das sociedades de profissionais liberais. Aplicação do art. 9º, § 3º, do Decreto-Lei nº 406/68, independentemente do caráter empresarial da sociedade: equívoco cometido pela jurisprudência. Jus Navigandi, Teresina, ano 12, n. 1415, 17 maio 2007. Disponível em: . Acesso em: 2 ago. 2014.
MACHADO, Hugo de Brito. O ISS das Sociedades de Profissionais e a LC 116/2003. Revista Dialética de Direito Tributário, nº 100, p. 17, São Paulo: Editora Dialética, 2004.
MARCONI, M.A.; LAKATOS, E.M. Técnicas de pesquisa. 7ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2008.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2002. 
ficarão sujeitas ao imposto na forma do § 1°, calculado em relação a cada profissional habilitado, sócio, empregado ou não, que preste serviços em nome da sociedade, embora assumindo responsabilidade pessoal, nos termos da lei aplicável.
Em contraponto, o FISCO diz que algumas sociedades prestadoras de serviços têm características que as enquadram nas sociedades de empresárias e por isso as autua por pagarem o ISS fixamente, e não de modo proporcional ao seu movimento econômico. Uma das características é, por exemplo, se os sócios dividem os lucros de modo proporcional aos serviços prestados por cada um deles em nome da sociedade ou se dividem de modo proporcional a sua participação no capital social. Outra característica é a denominação do local (se é clínica, no caso dos profissionais de saúde). Ainda se fala do modo como a sociedade foi formada (se ela é LTDA, por exemplo).
Mas não é de tal modo que se atribui natureza empresarial a uma sociedade, portanto, elas não devem ter seu ISS recolhido proporcionalmente com base nisso. Deve-se atentar primeiramente para o conceito de empresário, nos dado pelo Código Civil, que diz em seu artigo 966: 
considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção e circulação de bens e serviços.” Ainda excluindo de tal definição quem “exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda que com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da função constituir elemento de empresa.
Uma das questões encontra-se em identificar o que leva o exercício da profissão a “constituir elemento de empresa”, já que o conceito de 
empresário dado pelo Código Civil não exclui essa hipótese. 
5 HIPÓTESE
Uma possível hipótese para a solução do problema em questão encontra-se em diferenciar sociedades simples de sociedades empresárias, para posteriormente decidir se sua tributação deverá ser fixa ou não. Tais sociedades não se diferenciam no tocante a sua finalidade lucrativa, haja vista que ambas visam o lucro. Tampouco há diferenciação no seu objeto, pois ambas dedicam-se à exploração de atividade econômica. 
A sociedade é empresária quando, no exercício de sua atividade econômica, os fatores que se combinam para a produção dos bens não exigem necessariamente o trabalho direto do sócio. Ou seja, o sócio é empresário. No que diz respeito às sociedades simples, o labor direto dos sócios é elemento essencial para explorar a atividade econômica de caráter intelectual, científico, literário ou artístico. Gustavo Brigagão, Advogado e secretário-geral da Associação Brasileira de Direito Financeiro, diz em seu artigo “Sociedades profissionais devem pagar ISS fixo” para a revista Consultor Jurídico que “nos termos do parágrafo único do NCCB, o sócio poderá até mesmo contar com colaboradores, porém, enquanto o exercício do objeto social depender da sua mão-de-obra, a sociedade será simples.”
Outro auxílio para a solução do referido problema seria analisar o conceito de empresário nos dado pelo Código Civil em seu artigo 966, já citado anteriormente. Ou seja, para resolver o problema anterior (se a sociedade é empresária ou não) deve-se recorrer ao conceito de empresário no NCCB, pois ele nos dará uma luz no tocante aos que não se enquadram nessa definição e 
portanto poderão, sim, pagar a tributação de modo fixo.
6 OBJETIVOS
6.1 Objetivo Geral: 
A presente pesquisa tem como objetivo geral analisar o ISS e seu recolhimento nas sociedades de profissionais.
6.2 Objetivos Específicos:
a) entender o tratamento tributário dado às sociedades pelo 406/68 em seu artigo 9º, parágrafo 3º.
b) identificar as sociedades como empresárias ou simples.
c) a partir da identificação da sociedade, dizer se a tributação deverá ser recolhida de modo fixo (como as próprias sociedades pretendem) ou proporcional ao seu movimento econômico (como o FISCO pretende).
d) ter o conhecimento do conceito de empresário nos dado pelo Código Civil, pois a luz disso também pode-se analisar o modo como se dará a tributação.
7 REFERENCIAL TEÓRICO 
Um dos referenciais teóricos do trabalho será o livro de André Luiz Santa Cruz Ramos, Direito Empresarial Esquematizado, que servirá de base para diferenciar as sociedades simples das sociedades empresárias, além de ajudar no conceito de sociedades profissionais:
Sociedade simples, conforme já destacamos mais de uma vez, é a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade econômica não empresarial. O caso típico de sociedade simples é o das sociedades profissionais, estudadas no capítulo II, que são sociedades formadas por profissionais, intelectuais (médicos, engenheiros, músicos, etc.) cujo objeto social é o exercício da própria atividade intelectual de seus sócios.
(...)Aliás, é quanto ao exercício de atividade intelectual em sociedade que a regra do art. 996, parágrafo único, do Código Civil, suscita mais dificuldades de 
ordem prática.
RAMOS, André Luiz Santa Crus. Direito Empresarial Esquematizado. 2. ed., rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense.
Outro referencial utilizado será um artigo escrito por dois advogados, onde aproveitou-se esclarecimentos sobre a o Decreto-lei nº 406/68:
Portanto, como o art. 9º, § 3º, do Decreto-lei nº 406/68 exige apenas dois requisitos para que se apure o ISS na forma nele prevista, quais sejam, 1º) prestação de alguns dos serviços nele mencionados e 2º) necessidade de um profissional habilitado à prestação dos serviços que assuma a responsabilidade pessoal, e, quando a sociedade prestar algunsdos serviços mencionados no § 3º, como visto, haverá sempre um profissional habilitado (seja sócio, empregado ou não) assumindo a autoria e a responsabilidade pessoal por tais serviços, a forma diferença da de tributação do ISS aplica-se a todas as sociedades que prestem os serviços mencionados no § 3º, ou seja, à todas as sociedades de profissionais liberais, sendo totalmente irrelevante o fato de tais sociedades terem ou não caráter empresarial, de terem ou não quaisquer elementos que revelem tal caráter.
FREITAS, André Luiz Martins; BOTELHO, Thiago da Paixão Ramos. O ISS das sociedades de profissionais liberais. Aplicação do art. 9º, § 3º, do Decreto-Lei nº 406/68, independentemente do caráter empresarial da sociedade: equívoco cometido pela jurisprudência. Jus Navigandi, Teresina, ano 12, n. 1415, 17 maio 2007. Disponível em: . Acesso em: 2 ago. 2014.
Um parecer publicado por Rubens Gomes de Sousa (relator do anteprojeto que se transformou no Código Tributário Nacional) na Revista de Direito Público 20, em 1972, intitulado 
“O Imposto Sobre Serviços e as Sociedades Prestadoras de Serviços Técnicos Profissionais”, será utilizado para versar sobre o trabalho prestado de modo pessoal do contribuinte do ISS em tempos passados, para futuramente ser comparado com os tempos atuais:
Mas, tendo em vista as premissas da própria instituição do ISS, estipulou que, tratando-se de prestação de serviço configurada pelo trabalho pessoal do contribuinte, o imposto seria calculado por alíquotas fixas ou variáveis, em função da natureza do serviço e de outros fatores pertinentes, ressalvado que entre esses últimos não se compreendia a renda proveniente da remuneração do próprio trabalho 
(art. 72, I). A finalidade da ressalva era, evidentemente, evitar que o ISS viesse a confundir-se com o imposto de renda sobre honorários ou salários, como acontecia com o antigo imposto de indústrias e profissões.
O conceito de empresário nos dado pelo Código Civil também é de grande importância:
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.
Argumentos utilizados por Gustavo Brigagão (Advogado e secretário-geral da Associação Brasileira de Direito Financeiro) em seu artigo “Sociedades profissionais devem pagar ISS fixo” para a revista Consultor Jurídico também são importantes, merecendo destaque onde versa-se sobre o DL 406/1968 e do tratamento 
tributário dado às sociedades profissionais em relação ao ISS:
O tratamento tributário dado pelo artigo 9º, parágrafo 3º, do Decreto-Lei 406/1968, às sociedades profissionais, relativamente ao ISS, é plenamente justificável, não constituindo privilégio para essas sociedades, mas simples tratamento isonômico com os profissionais que trabalham individualmente, já que não há qualquer diferença entre a atuação destes e a dos profissionais associados.
Em conclusão, a tributação fixa das sociedades profissionais encontra amparo nas seguintes premissas:
(a) que os sócios sejam pessoalmente responsáveis pelos serviços que prestam em nome da sociedade (o que justifica o tratamento isonômico com os autônomos); e
(b) que a atividade intelectual, científica, literária ou artística não seja exercida exclusivamente por meio de terceiros, ou do uso de tecnologia, sem depender ou contar com a pessoa do sócio.
8. METODOLOGIA
A pesquisa feita é de natureza explicativa, descritiva e terá cunho transdisciplinar, pois irá esclarecer diversos conceitos, como o de sociedade simples, sociedade uni-profissional, sociedade empresária, empresário, ISS, abordando as disciplinas de Direito Empresarial, Direito Financeiro e Direito Tributário.
O delineamento foi feito através de pesquisa bibliográfica, utilizando-se de livros, artigos, e posteriormente tem seus dados secundários buscados no Código Civil, Código Tributário Nacional e jurisprudências referentes ao tema. A pesquisa tem cunho qualitativo, pois irá abordar temas e identificar seus aspectos cruciais, expondo-os durante o trabalho. 
A população objeto são as sociedades 
profissionais nos seus respectivos municípios, bem como os empresários. 
9. CRONOGRAMA
Tempo
Atividades
2014.1
2014.2
2015.1
2015.2
2016.1
Elaboração da pesquisa
X
Leitura da bibliografia
X
Confecção do TCC
X
X
Apresentação do TCC
X
REFERÊNCIAS
RAMOS, André Luiz Santa Cruz. Direito Empresarial Esquematizado. 2ª ed., rev., atual. e ampl., Rio de Janeiro: Editora Método, 2012.
CARRAZA, R.A. e FRANCO, V.H.M. (Organização) Código Tributário Nacional, Código Comercial, Código Civil, Legislação Tributária e Empresarial. 10ª ed.São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2008.
PISANI, José Roberto. ISS – Serviços Profissionais – LC 116/2003. Revista Dialética de Direito Tributário, nº 97, p. 71, São Paulo: Editora Dialética, 2003.
MORAES. Bernardo Ribeiro de. Doutrina e Prática do Imposto sobre Serviços. São Paulo: RT, 1978, p. 541.
FREITAS, André Luiz Martins; BOTELHO, Thiago da Paixão Ramos. O ISS das sociedades de profissionais liberais. Aplicação do art. 9º, § 3º, do Decreto-Lei nº 406/68, independentemente do caráter empresarial da sociedade: equívoco cometido pela jurisprudência. Jus Navigandi, Teresina, ano 12, n. 1415, 17 maio 2007. Disponível em: . Acesso em: 2 ago. 2014.
MACHADO, Hugo de Brito. O ISS das Sociedades de Profissionais e a LC 116/2003. Revista Dialética de Direito Tributário, nº 100, p. 17, São Paulo: Editora Dialética, 2004.
MARCONI, M.A.; LAKATOS, E.M. Técnicas de pesquisa. 7ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2008.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2002.

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