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O Aparelho digestório - anatomia veterinaria

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O Aparelho digestório 
 
 
O aparelho digestório engloba os órgãos relacionados com recepção, redução mecânica, digestão química 
e absorção de alimentos e líquidos, e com a eliminação de resíduos não absorvidos. 
 
É constituído pelo trato alimentar, que 
se estende da boca ao ânus, e 
glândulas salivares, pâncreas e fígado, 
que drenam por meio de ductos que se 
abrem no interior do trato. 
As partes que compõem o trato 
alimentar são: boca, faringe, esôfago, 
estômago, intestino delgado (duodeno, 
jejuno e íleo) e intestino grosso. 
 
 
 
 
A BOCA 
 
O termo boca designa não somente a cavidade e 
suas paredes, mas também as estruturas acessórias 
que se projetam (dentes, língua) e drenam 
(glândulas salivares) para dentro dela. A boca tem 
como principais funções a apreensão, a mastigação 
e a insalivação do alimento. Pode também 
desempenhar um papel na agressão e defesa. 
A cavidade oral se inicia entre os lábios e continua 
em direção à faringe, por meio de um estreitamento 
caudal na região dos arcos palatoglossais ( 7 ). 
É dividida pelos dentes e margens das maxila e 
mandíbula em um vestíbulo externo ( 1 ) , limitado 
epelos lábios e bochechas externamente, e a 
cavidade oral propriamente dita, centralmente. 
Quando a boca está fechada, essas divisões se 
comunicam por meio de espaços, atrás e entre os 
dentes. 
O vestíbulo se estende caudalmente em 
direção ao ramo da mandíbula e o 
músculo masseter. A proporção de suas 
paredes formadas pelos lábios varia 
com os hábitos alimentares; uma 
grande abertura é necessária nas 
espécies que se alimentam vorazmente 
ou utilizam os dentes para segurar a 
presa ou em lutas, enquanto uma 
abertura menor é suficiente na maioria 
dos herbívoros e roedores. 
 
 
A dieta e os hábitos alimentares também determinam a forma dos lábios. Em algumas espécies, como os equinos, os lábios são 
usados para apreender o alimento e introduzi-lo na boca; para essa finalidade, devem ser sensíveis e móveis. Quando outras 
partes são mais importantes na apreensão, os lábios podem ser menos móveis e de menor tamanho (p. ex., felinos) ou 
espessados e insensíveis (p. ex., bovinos). Os lábios dos cães são longos, porém finos, e, embora possam ser afastados dos 
dentes, não são capazes de outros movimentos intencionais. 
Os lábios são compostos de pele, uma camada intermediária de músculo, tendão e glândulas, e a mucosa oral. A pele e a 
mucosa usualmente se encontram ao longo da margem dos lábios. Pequenas glândulas salivares se espalham entre os feixes 
musculares abaixo da mucosa, especialmente em direção aos ângulos (comissuras) onde os dois lábios se encontram. 
As bochechas, que tendem a ser mais amplas nos herbívoros, têm uma estrutura similar. O principal suporte é o músculo 
bucinador, que tem a importante função de retornar à cavidade central o alimento que tenha escapado para o vestíbulo. 
A cavidade no interior das arcadas dentárias — a cavidade oral propriamente dita — é recoberta pelo palato, limitada 
lateralmente pelos dentes, gengivas e margens das maxila e mandíbula, assoalhada pela língua e a pequena área de mucosa não 
coberta pela língua. 
 
A parte rostral do teto, mais ampla, assenta-se 
sobre uma prateleira óssea formada pelos 
processos palatinos dos ossos incisivo, maxilar e 
palatino e é conhecida como palato duro. 
O palato duro é geralmente chato e é coberto por 
espessa mucosa moldada em uma série de cristas 
mais ou menos transversas (rugas), as quais 
podem guiar o alimento para trás. 
Uma pequena saliência mediana, a papila 
incisiva, é comumente encontrada atrás dos 
dentes incisivos, ladeada pelos orifícios dos 
pequenos ductos (incisivos) que perfuram o 
palato. Esses ductos se ramificam e se dirigem à 
cavidade nasal e ao órgão vomeronasal. 
 
 
 
Uma peculiaridade evidente nos ruminantes é o 
pulvino dentário, um toro rígido, porém flexível, na 
posição geralmente ocupada pelos dentes incisivos 
superiores (ausentes nesses animais); o pulvino age 
como um equivalente aos incisivos inferiores 
durante a pastagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
A LÍNGUA 
 
 
A língua ocupa a maior parte da cavidade oral, mas também se estende para a orofaringe. Apresenta raiz e corpo fixos, o ápice 
livre e é um órgão altamente muscular, capaz de movimentos vigorosos e precisos, como na apreensão de alimentos, na sucção 
de líquidos, na higiene do corpo e manipulação do alimento dentro da boca, por um lado, e articulação da fala, por outro. A 
mobilidade é obtida pela limitação das fixações à parte mais caudal, o que deixa o ápice livre para se movimentar tanto dentro 
quanto fora da boca. 
 
De forma geral, a língua corresponde à cavidade oral. O ápice é achatado dorsoventralmente; a parte média que se segue é de 
certa forma triangular, de um lado a outro (juntando-se ao assoalho oral por uma prega de mucosa ou frênulo); e a raiz é 
uniformemente larga para permitir a entrada dos músculos que seguem à frente a partir do osso hioide. Reflexos da mucosa 
também passam de cada lado da raiz para se 
juntar ao palato mole; eles demarcam a saída 
da boca. 
A mucosa é firme e fortemente aderida onde 
ocorre contato repetido com alimento 
abrasivo, porém mais solta e menos 
fortemente queratinizada onde recebe dieta 
mais mole ou onde uma posição mais 
protegida permite. Grande parte da superfície 
é coberta por uma variedade de papilas. 
Algumas, como as delicadas papilas 
filiformes, como as papilas cônicas duras, que 
tornam as línguas dos felinos tão eficientes 
para raspar. Outras papilas possuem botões gustativos e têm distribuição mais restrita, característica para cada espécie. 
Algumas pequenas glândulas salivares situam-se abaixo do epitélio. 
A parte principal da língua consiste em músculos, geralmente divididos em grupos intrínsecos e extrínsecos. Existem quatro 
pares de músculos extrínsecos. Um deles, o genioióideo, situa-se sob a língua, é capaz de tracionar o osso hioide e, por 
conseguinte, a língua para a frente. O genioglosso se origina mais dorsalmente que o genioióideo e primeiramente segue para 
trás, abaixo do assoalho da boca, antes de se dividir em feixes que se espalham para cima. Esses feixes, que se voltam para a 
frente em direção ao ápice da língua, retraem essa parte; aqueles que passam em direção à raiz tracionam toda a língua para a 
frente. 
 
Os outros dois músculos originam-se do aparelho hioide. O hioglosso origina-se do basióideo e se dirige para a frente, 
lateralmente ao genioglosso; o estiloglosso origina-se do estiloióideo, mas mais afastado lateralmente. Ambos tracionam 
a língua para trás, mas de modos diferentes; o estiloglosso também tende a elevá-la. O músculo intrínseco é disposto em feixes 
que seguem longitudinalmente, transversalmente e verticalmente. A contração simultânea dos feixes transversos e verticais 
enrijece a língua. 
Uma extensão relativamente pequena do 
assoalho da boca permanece acessível 
rostral e lateralmente às fixações da língua. 
A área livre maior situa-se ventralmente ao 
ápice, atrás dos dentes incisivos. 
As características mais marcantes são 
macias protuberâncias ou carúnculas atrás 
dos incisivos centrais; elas contêm as 
aberturas comuns dos ductos salivares 
mandibular e sublingual maior. 
 
 
 
 
 
 
 
AS GLÂNDULAS SALIVARES 
 
 
Numerosas glândulas salivares drenam para o interior da cavidade oral. Sua secreção, a saliva, mantém úmido o interior da 
boca e, quando misturada ao alimento, facilita a mastigação. Quando o alimento é finalmente transformado em um bolo para a 
deglutição, a saliva lubrifica suapassagem. 
Pequenas glândulas salivares têm sido mencionadas como características dos lábios, bochechas e língua; outras estão presentes 
no palato mole, faringe e esôfago. Entretanto, a maior parte da saliva vem de certas glândulas maiores situadas a uma distância 
maior da cavidade bucal, para a qual drenam através de ductos mais longos. Diferentemente das glândulas menores, as quais 
produzem principalmente uma secreção mucosa, algumas dessas glândulas maiores produzem secreção mais fluida (serosa) 
contendo a enzima ptialina, que desempenha um papel menor na digestão de carboidratos. 
A glândula parótida, que é puramente 
serosa na maioria das espécies (embora 
não no cão), obtém o nome de sua relação 
com a orelha, ajustando-se à parte ventral 
da cartilagem auricular. 
Como a secreção serosa da parótida é 
importante para umedecer e amolecer o 
alimento, a glândula é maior, e o fluxo 
mais copioso, nos herbívoros. 
Em todas as espécies, fica inclusa em um 
revestimento fascial que emite trabéculas 
para o interior, dividindo a glândula em 
lóbulos evidentes. 
Os ductos coletores maiores correm dentro 
dessas trabéculas e, no final, juntam-se 
para formar um ducto único que a deixa na 
face rostral. 
A glândula mandibular produz secreção mista 
mucosa e serosa. Em geral menor que a parótida, 
é mais compacta e se localiza próximo ao ângulo 
da mandíbula. Essa glândula também drena por 
meio de um ducto grande e único que corre 
ventral à membrana mucosa do assoalho da boca, 
próximo ao frênulo da língua, abrindo-se na 
carúncula sublingual. 
A glândula sublingual é também comumente 
mista e, algumas vezes, constituída de partes: 
uma é compacta (monostomática) drenada por 
um ducto único, e a outra é difusa (polistomática) 
e abre-se por vários ductos pequenos. 
No cão, a parte compacta se instala sobre a 
extremidade rostral da glândula mandibular, com 
a qual parece se continuar. 
O fluxo de saliva é normalmente contínuo, embora a velocidade seja influenciada por muitos fatores. É inibido pela ansiedade 
ou medo e pode ser totalmente suspenso quando o corpo está desidratado; a consequente secura da boca contribui para a 
sensação de sede. Aumenta quando substâncias — mesmo as não comestíveis — são introduzidas na boca, embora o alimento 
seja mais eficaz. As glândulas salivares recebem inervação simpática e parassimpática, sendo que a última é muito mais 
importante. 
 
O APARELHO MASTIGATÓRIO 
 
 
A dentição* dos mamíferos possui certas características que, em combinação, ou mesmo individualmente, são diagnósticas da 
classe. O complemento dos dentes limita-se a um razoavelmente pequeno número, raramente excedendo 44 na dentição 
permanente, a qual é determinada para cada espécie — embora variações pequenas possam ocorrer. 
O número e a classificação dos dentes em uma espécie particular são representados convenientemente por uma fórmula. Para o 
cão, a fórmula da dentição permanente pode ser escrita: 
I – Incisivo; C – Canino; P – Pré-molar e M - Molar 
 
Um dente consiste em coroa e raiz, de fácil distinção entre si. A coroa é revestida pelo esmalte, um material branco muito 
resistente, calcificado, ligeiramente opalescente, enquanto a raiz é revestida pelo cemento, um tecido mais flexível, menos 
brilhante e amarelado. A parte do dente entre a raiz e a coroa é chamada colo. 
 
A dentina, que é também conhecida 
como marfim, fornece a maior parte 
da substância do dente e contém uma 
pequena cavidade central que abriga a 
polpa de tecido conjuntivo. A polpa se 
continua por um canal na raiz do dente 
para se unir com o tecido conjuntivo 
na profundidade do alvéolo dentário. 
 
 
 
 
 
 
 
As gengivas podem se retrair com o avanço da idade, expondo a parte cervical da raiz, que é uma condição familiar em muitas 
pessoas mais velhas, ditas portadoras de “dentes longos”. A condição contrária, na qual parte da coroa revestida pelo esmalte 
está escondida abaixo da linha da gengiva, ocorre em muitos mamíferos; em alguns, grande parte da coroa é inicialmente 
mantida reservada e exposta gradualmente como compensação pelo atrito à superfície mastigatória. Esses dentes com coroa 
alta são chamados de hipsodontes e são característicos dos herbívoros, que ingerem alimento abrasivo. Mesmo nas espécies 
como os primatas ou cães, com dentes de coroa baixa (braquidontes) adaptados a dieta mais mole que produz menos corrosão, 
é comum que a parte da região coberta pelo esmalte situe-se abaixo da gengiva quando o dente começa a ser usado. 
Esmalte é um tecido densamente calcificado de origem ectodérmica. É acelular e, portanto, incapaz de reagir a agressão: não 
pode regenerar para cobrir um orifício ou consertar uma fratura. 
O cemento é o tecido calcificado menos duro do dente e lembra o osso na 
estrutura, embora não tenha organização tão regular. O depósito inicial sobre a 
raiz é fino, mas, à medida que a deposição persiste ao longo da vida, ele pode 
finalmente formar uma crosta bastante espessa. A dentina é também semelhante 
ao osso por ter uma matriz calcificada, rica em colágeno. 
Cada dente está implantado em um alvéolo separado nas margens da maxila e da 
mandíbula. A forma do alvéolo corresponde à da raiz, sendo, portanto, 
frequentemente ramificada e irregular. O alvéolo é revestido por uma fina lâmina 
de osso compacto perfurado para a passagem dos vasos e nervos que suprem tanto 
o alvéolo quanto o dente. 
O dente se fixa ao alvéolo por meio de um rígido ligamento periodontal fibroso. 
Este é particularmente rico em fibras de colágeno, que se ligam tanto ao cemento 
quanto ao osso alveolar, e são orientadas de tal modo que o dente é suspenso em 
uma faixa; forças mastigatórias que tendem a empurrar o dente mais 
profundamente no alvéolo são, portanto, transformadas em tensão sobre a parede 
do alvéolo. A disposição permite ao dente certa mobilidade (embora esta seja 
muito limitada), e leve rotação e inclinação são normais durante a mastigação. 
A erupção dentária envolve 
vários fatores: crescimento da 
raiz, crescimento ósseo, 
proliferação da polpa, pressão 
tecidual e tração periodontal. 
Os dentes temporários sobem na 
maxila e na mandíbula depois de 
completada a coroa, mas antes 
que a raiz esteja formada; 
Esse processo conduz o dente 
mais próximo à superfície e 
fornece o espaço necessário para 
a formação da raiz. O movimento 
da coroa é facilitado por um 
afrouxamento do tecido 
conjuntivo do folículo dentário e 
da gengiva. 
A erupção dos dentes 
permanentes é mais complicada. 
Eles se desenvolvem em criptas ósseas profundamente nas raízes dos dentes temporários equivalentes. Para sofrer erupção 
devem escapar de seu confinamento e desalojar seus predecessores. A erosão da raiz e o contínuo ajuste das paredes do alvéolo 
encaixado envolvem os processos usuais de remodelagem óssea; O dente permanente e seu alvéolo migram como uma 
unidade através da maxila para entrar no alvéolo do dente temporário. A reposição do dente então pressiona a raiz do dente 
temporário, causando sua reabsorção. A fixação do dente temporário é frouxa, o que permite que ele se desloque e se torne 
cada vez mais móvel durante a mastigação; ele é logo projetado, e o dente permanente então se levanta no seu lugar. 
 
 
 
A dentição do cão, embora relativamente simples, é bem adaptada aos hábitos alimentares do animal. Os dentes incisivos são 
pequenos e semelhantes a estacas, e comprimidos juntos na parte rostral da maxila ou mandíbula. 
O nome incisivo sugere que 
esse dente é usado para dividir 
o alimento antes que seja 
levado para o interior da boca, 
mas nessa espécie o cortemais 
eficaz é fornecido por dentes 
localizados mais atrás na boca. 
Os incisivos no cão são 
empregados principalmente 
para mordiscar e fazer a 
higiene do corpo. 
Os dentes caninos são 
particularmente bem 
desenvolvidos, a tal ponto que 
o nome genérico (Canis) para 
os canídeos constitui o termo 
pelo qual esses dentes são 
conhecidos nos mamíferos. Os 
caninos são dentes grandes, 
curvados e lateralmente 
comprimidos de forma 
simples, e capazes de causar 
um ferimento profundo; são usados para fins agressivos e de preensão. 
Os dentes pré-molares e molares juntos constituem os dentes molariformes, um termo mais comum e mais útil em descrições 
da dentição de espécies herbívoras, nas quais os dois grupos tornaram-se semelhantes em forma e função. Em todos os 
mamíferos, os primeiros poucos dentes molariformes (no máximo, quatro) são representados em ambas as dentições e 
designados como pré-molares; os demais (no máximo, três) são representados somente na dentição permanente e conhecidos 
como dentes molares. 
Os pré-molares do cão formam uma série irregular, as projeções das coroas individuais alinham-se umas atrás das outras e 
formam uma extremidade cortante serrilhada descontínua, bem semelhante à da tesoura picotadora de uma costureira, e são 
eficazes pela mesma razão: o prolongamento da lâmina permite uma divisão mais rápida e nítida, enquanto as fendas 
ajudam a manter o alimento no lugar. Os molares mais caudais também possuem um potencial cortante, mas são 
desenvolvidos principalmente para trituração e se distinguem pelas suas superfícies mastigatórias mais largas e extensas. 
As outras espécies são mais restritas à dieta herbívora do que à onívora, e a dentição dos equinos e ruminantes deve permitir 
desgaste contínuo e considerável nas superfícies mastigatórias. Essa necessidade é obtida pelo alargamento dessas superfícies, 
aumento na altura das coroas, as quais são exteriorizadas apenas gradualmente (o desenvolvimento retardado das raízes 
permite que o crescimento continue por alguns anos após a ocorrência do desgaste dos dentes) e, sobretudo, pelo complexo 
enrugamento do esmalte. 
 
 
 
OS MÚSCULOS DA MASTIGAÇÃO 
 
Os músculos que fornecem as forças mastigatórias originam-se do primeiro arco faríngeo e, adequadamente, são supridos pelo 
nervo mandibular. Compreendem os músculos temporais, masseter, pterigóideo medial e pterigóideo lateral 
 
O temporal origina-se de uma área extensa na superfície lateral do crânio. Na contração, a força resultante puxa a mandíbula 
para cima; o músculo é especialmente grande nas espécies canina e felina, nas quais o movimento principal da mandíbula é em 
tesoura. A sua ação principal é elevar a mandíbula. 
O masseter localiza-se lateralmente à mandíbula. A sua função é elevar a mandíbula e movê-la em direção ao lado ativo, para 
a mastigação estar restrita a um lado por vez nas espécies domésticas. O músculo masseter é, portanto, bastante pequeno no 
cão; é proporcionalmente mais desenvolvido nos herbívoros, que fazem movimentos laterais e rotacionais quando mastigam. 
A massa de músculos pterigóideos situa-se medialmente à mandíbula. A principal função da massa é levantar a mandíbula e 
tracioná-la para dentro com certa protrusão simultânea. 
O ato de abrir a boca é auxiliado pela gravidade, mas certos músculos estão também disponíveis para a realização desse 
movimento. O digástrico passa do crânio, caudalmente à articulação temporomandibular, em direção à margem ventral da 
mandíbula e abre a boca. 
 
 
 
 
A FARINGE E O PALATO MOLE 
 
A faringe situa-se atrás da boca e se continua no esôfago. É uma câmara em forma de funil, encerrada dorsalmente entre a base 
do crânio e o primeiro par de vértebras cervicais. 
A chave para entender a faringe é fornecida pelo palato mole, já descrito como continuação do palato duro além da margem 
das coanas. Em repouso, o palato mole situase sob a língua, mas quando o animal deglute ergue-se em uma posição mais 
horizontal, e então divide mais evidentemente a faringe em porções dorsal e ventral. 
Os arcos palatofaríngeos 
passam sobre a parede lateral da 
faringe e podem ser longos o 
suficiente para ser encontrados 
sobre a entrada do esôfago. 
Juntamente com a margem livre 
do palato circunscrevem a 
constrição do lume — o óstio 
intrafaríngeo —, que marca a 
divisão da faringe em 
compartimentos dorsal e 
ventral. 
O compartimento dorsal é 
conhecido como nasofaringe. 
A orofaringe é, de alguma forma, dividida arbitrariamente a partir da terceira subdivisão, a laringofaringe, na região 
da epiglote. A laringofaringe situa-se sobre a laringe, com a qual corresponde em extensão. 
Considerações funcionais sugerem que a nasofaringe poderia ser considerada parte da cavidade nasal. O alimento não entra 
nela, não faz parte do processo de deglutição e 
serve passivamente para conduzir o ar. 
Além das conexões maiores, a nasofaringe 
comunica-se com as cavidades das orelhas médias 
por meio das tubas auditivas (Eustáquio). 
Pequenos feixes musculares irradiam sobre a 
parede da faringe a partir da abertura e oferecem 
um mecanismo para dilatar o orifício, permitindo, 
assim, a passagem de ar para ou a partir da orelha 
média, — de forma que a pressão nos dois lados 
do tímpano possa ser equalizada 
A laringofaringe é a maior parte da faringe. É 
larga na frente, mas se estreita antes de 
se juntar ao esôfago em um limite que é bem 
definido por uma prega de mucosa nos cães, 
mas mais difícil de reconhecer na maioria das 
outras espécies. Em situações de repouso, o 
lume da parte caudal da laringofaringe 
mantém-se fechado pela aposição das paredes 
laterais e teto sobre o assoalho. Grande parte 
do assoalho é ocupada pela entrada da laringe, 
que apresenta a epiglote, as cartilagens 
aritenoides e as pregas ariepiglóticas. A 
epiglote serve como um quebra-mar para 
desviar líquidos lateralmente, em ranhuras 
(recessos piriformes) que correm ao lado da 
projeção da laringe 
 
 
O ESÔFAGO 
 
O esôfago conduz alimento da faringe ao estômago. Esse tubo relativamente estreito tem início dorsalmente à cartilagem 
cricoide da laringe e segue a traqueia ao longo do pescoço, inicialmente inclinando-se para a esquerda, mas reassumindo uma 
posição mediana acima da traqueia antes ou logo depois da entrada do tórax. 
 
No tórax, corre no mediastino e, continuando além da bifurcação traqueal, passa sobre o coração antes de penetrar no hiato 
esofágico do diafragma. Segue então seu caminho sobre a margem dorsal do fígado, onde se junta ao estômago na região 
docárdia. Portanto, é constituído de partes cervical, torácica e abdominal, embora a última seja muito curta. 
A estrutura do esôfago obedece a um padrão que é comum ao restante do canal alimentar. O revestimento externo é um tecido 
conjuntivo frouxo (adventícia) no pescoço, mas este é largamente substituído pela serosa no tórax e no abdome. 
O músculo é estriado na origem do esôfago, mas em algumas espécies (p. ex., gatos, suínos e cavalos) o músculo estriado é 
substituído por músculo liso em algum ponto no interior do tórax. A parte interna da parede é dividida em submucosa e 
mucosa por uma mucosa muscular fenestrada, geralmente mais proeminente no esôfago torácico, ela ajuda a dispor o 
revestimento do órgão vazio em dobras longitudinais. O epitélio da superfície é geralmente escamoso estratificado, e o grau de 
queratinização reflete a dureza relativa da dieta habitual de uma espécie. Isso é bem ilustrado quando o epitélio esofágico 
dos cães é comparado ao epitélio mais espesso dos caprinos, o qual tem uma dieta muito mais dura.DEGLUTIÇÃO 
 
O primeiro estágio da deglutição é um ato voluntário, mas uma vez que o alimento tenha deixado a boca seu progresso não 
está mais sob controle da vontade. O alimento suficientemente preparado por mastigação e insalivação é recolhido em 
um recesso, em forma de concha, formado pela superfície dorsal da língua, em seguida, isolado por compressão do ápice da 
língua contra o palato. As mandíbula e maxila estão fechadas, e a contração rápida dos músculos miloióideo, hioglosso e 
estiloglosso levanta a língua e impele o bolo para a orofaringe. 
 
Inevitavelmente, o alimento toca a mucosa da faringe, e esse contato inicia o reflexo que completa o ato. À medida que o 
alimento passa caudalmente, o palato mole é 
erguido, e sua margem livre é atraída em 
direção à parede faríngea dorsocaudal. 
O fechamento do óstio intrafaríngeo impede a 
dissipação da pressão gerada na boca e 
assegura que o alimento seja conduzido ao 
esôfago, evitando que escape na nasofaringe. 
Esse estágio é acompanhado de rápida 
inibição da respiração, com a glote 
fechada. O aparelho hioide e a laringe são 
puxados para a frente simultaneamente; a 
epiglote, encontrando a língua, é inclinada 
para trás oferecendo alguma proteção à 
entrada da laringe; 
 
 
 
 
 
 
 
 
A CAVIDADE ABDOMINAL 
 
O abdome é a parte do tronco que se situa caudalmente ao diafragma. Contém a maior das cavidades corpóreas, e é contínuo, 
em um plano que passa pelo promontório sacral e margem púbica, com a cavidade pélvica mais caudal e muito menor. A parte 
mais cranial (intratorácica) da cavidade abdominal é protegida pelas cartilagens costais e costelas mais caudais. A cavidade 
pélvica tem o maior suporte ósseo, As cavidades abdominal e pélvica contêm o saco peritonial; estômago, intestinos delgado e 
grosso, fígado e pâncreas associados; baço; rins, ureteres, bexiga e uretra (em parte); ovários e a maior parte do sistema 
reprodutivo na fêmea e pequena parte do trato reprodutivo no macho; glândulas adrenais; e muitos nervos, vasos sanguíneos e 
linfonodos e vasos linfáticos. 
 
A cavidade peritonial é completamente fechada no macho, mas na fêmea há uma comunicação potencial com o exterior na 
abertura abdominal de cada tuba uterina. A cavidade peritonial contém somente uma pequena quantidade de líquido seroso 
porque os órgãos abdominais estão excluídos do espaço por seu revestimento peritonial. 
O peritônio é um folheto parietal revestindo 
as paredes, um folheto visceral, que envolve 
diretamente os órgãos (vísceras), e uma série 
de dobras duplas que conectam as porções 
parietais às viscerais. Essas dobras são em 
geral conhecidas coletivamente como 
mesentérios, mas apropriadamente esse 
termo está restrito à prega que suspende o 
intestino delgado (e mais especificamente 
somente o jejuno e o íleo) 
O peritônio consiste em uma camada única 
de células mesoteliais achatadas amparadas 
por um tecido fibroelástico que se fixa, mais 
ou menos firmemente de acordo com a 
posição, a estruturas subjacentes. Uma 
quantidade considerável de gordura está frequentemente armazenada abaixo do peritônio, e alguns locais são especialmente 
favorecidos. Possui um líquido que é de importância vital, pois lubrifica as vísceras, permitindo que deslizem livremente umas 
sobre as outras ou contra a parede abdominal, na realização de suas próprias funções ou quando deslocadas por outras 
atividades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O ESTÔMAGO 
 
O estômago, intercalado entre o esôfago e o intestino delgado, é a parte dilatada do trato digestório na qual se inicia o processo 
de digestão. É sucedido pelo intestino, que consiste em intestino delgado cranial (o principal órgão de digestão e absorção na 
maioria das espécies) e intestino grosso caudal (geralmente muito mais curto e especialmente relacionado com a desidratação 
dos resíduos alimentares). 
Entretanto, entre os mamíferos há diversidade considerável na forma e na estrutura dessas duas partes do sistema digestório. 
Muita dessa diversidade é claramente adaptativa e reflete a dieta habitual dos vários grupos. A dieta concentrada dos 
carnívoros é mais facilmente digerível, e esses animais têm estômago pequeno e simples e intestino relativamente curto e não 
complexo. O alimento dos herbívoros não é tão facilmente trabalhado; tem valor nutritivo menor e deve ser consumido em 
grande quantidade. Além disso, a maior parte 
consiste em celuloses e outros carboidratos 
complexos que não são suscetíveis à ação das 
enzimas digestivas dos mamíferos. Essas 
substâncias podem ser utilizadas somente se 
forem primeiramente quebradas por 
microorganismos simbióticos; esse é um processo 
relativamente lento que requer a provisão de uma 
grande câmara de fermentação onde o alimento 
pode ser estocado em um ambiente favorável à 
multiplicação e à atividade dos micro-organismos. 
Em algumas espécies de herbívoros, tal câmara é 
suprida pelo estômago grande e subdividido, em 
outras por um volumoso e complicado intestino 
grosso. Os ruminantes ilustram a primeira 
alternativa; os equinos, a segunda. 
O estômago recebe o alimento do esôfago e o 
retém por algum tempo antes de descarregá-lo no 
duodeno, a primeira parte do intestino delgado. O 
estômago do 
cão tem capacidade relativamente modesta, 
variando de 0,5-6,0 L, de acordo com a espécie. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTOMAGO UNICAVITÁRIO 
 
A entrada do estômago é denominada cárdia e a saída se chama piloro, ambas controladas por esfincteres. A cárdia, onde o 
esôfago se une ao estômago, situa-se à direita do plano mediano do abdome; o piloro, que prossegue em direção ao duodeno, 
situa-se mais à esquerda 
O corpo é a parte média maior do estômago, a qual se prolonga desde o fundo gástrico à esquerda até o piloro na direita. A 
parte pilórica pode ser dividida em 
antro pilórico e canal pilórico em 
direção ao duodeno. 
O fundo gástrico é uma invaginação 
cega que emerge acima do corpo e 
da cárdia. 
A parede do estômago compõe-se 
de camadas correspondentes 
àquelas do esôfago e intestino. A 
mucosa, próxima ao local onde o 
esôfago se une ao estômago, é 
aglandular, enquanto a mucosa 
glandular reveste o restante do 
estômago. 
A mucosa glandular forma pregas e caracteriza-se por uma grande quantidade de sulcos e depressões microscópicos. O 
estômago pode ser dividido em três regiões com base na distribuição específica de cada espécie de diferentes tipos de 
glândulas gástricas. 
A região das glândulas cárdicas é uma zona estreita ao redor da cárdia na maioria dos animais, exceto no suíno, no qual ela é 
mais ampla, e no equino, no qual é uma faixa estreita que acompanha a margem pregueada. 
As glândulas pilóricas são encontradas na mucosa da parte 
pilórica do estômago, e as glândulas próprias ou fúndicas 
no fundo gástrico e no corpo gástrico. 
As glândulas gástricas se diferenciam quanto à natureza 
da secreção que produzem: as glândulas cárdicas e 
pilóricas funcionam principalmente para a produção de 
muco, o qual propicia uma barreira protetora para a 
mucosa contra o suco gástrico por meio do revestimento 
da face interna do estômago e do abrandamento da acidez 
do suco gástrico. 
Como a camada muscular do estômago desempenha uma função importante 
na mescla de alimento com o suco gástrico e finalmente o transfere para o 
intestino delgado, sua estrutura varia quanto a diferentes partes do estômago. 
Ela consiste essencialmente de duas camadas de músculo liso. A camada 
longitudinal externa é contínua com as camadas longitudinais do esôfago edo duodeno e se concentra nas curvaturas do estômago. A camada circular 
interna é mais completa que a camada longitudinal. Na altura da cárdia, ela 
se espessa para formar o fraco esfincter da cárdia. 
A vascularização do estômago unicavitário se origina de todos os três ramos 
principais da artéria celíaca. 
As artérias gástricas direita e esquerda acompanham a curvatura menor; as artérias gastroepiploicas direita e esquerda 
acompanham a curvatura maior. Desse modo, a vascularização é particularmente generosa nas duas curvaturas, porém menor 
na metade das faces parietal e visceral. 
A artéria gástrica esquerda é um ramo 
direto da artéria celíaca e é a maior 
artéria de irrigação do estômago. Ao 
atingir a curvatura menor, ela se divide 
em um ramo para cada face gástrica e 
vasculariza a parte principal do 
estômago. Ela forma anastomoses com a 
artéria gástrica direita e com a artéria 
esofágica. 
O segundo ramo da artéria celíaca é a 
artéria hepática, a qual irriga o fígado, e 
também projeta as artérias gástrica 
direita e gastroepiploica direita em 
direção ao estômago. O terceiro ramo 
principal da artéria celíaca, a artéria 
esplênica, a qual irriga o baço, prossegue 
como a artéria gastroepiploica esquerda 
até a curvatura maior, onde os vasos 
epiploicos se anastomosam. Além dessas artérias, dois ou mais ramos deixam a parte terminal da artéria esplênica e irrigam 
uma parte do fundo gástrico. Nos casos em que se indica a remoção do baço (esplenectomia), a artéria esplênica não deve ser 
ligada completamente para impedir o prejuízo da irrigação do estômago. 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTÔMAGO PLURICAVITÁRIO 
 
O estômago dos ruminantes domésticos é composto 
por quatro câmaras: 
● Rúmen; 
● Retículo; 
● Omaso; 
● Abomaso. 
O rúmen, o retículo e o omaso costumam ser 
referidos coletivamente como pré-estômagos 
(proventrículo), os quais possuem uma mucosa 
aglandular e são responsáveis pela destruição 
enzimática dos carboidratos complexos, 
especialmente a celulose, a qual constitui uma 
grande parte da dieta regular de ruminantes, e a 
produção de ácidos graxos de cadeia curta com 
auxílio de micróbios. 
A última câmara, o abomaso, possui uma mucosa glandular e é comparável ao estômago unicavitário dos outros mamíferos 
domésticos. 
O estômago volumoso domina a topografia abdominal dos ruminantes ao ocupar quase a totalidade da metade esquerda do 
abdome e uma parte significativa da metade direita. O rúmen situa-se na metade esquerda do abdome, o retículo na parte 
cranial e o omaso, na metade direita. 
Dependendo do tamanho do animal, a capacidade total do estômago bovino adulto é de 60 a 100 litros, 80% dos quais se 
referem ao rúmen. 
 
Rúmen e retículo 
 
O rúmen e o retículo juntos formam o recipiente no qual o material alimentar mais grosseiro, não vulnerável ao ataque das 
enzimas digestivas dos mamíferos, é reduzido por processos de 
fermentação microbiana. Alguns dos produtos mais simples são 
assimilados diretamente, enquanto outros são suscetíveis à digestão 
convencional posteriormente no trato digestivo. 
O rúmen é lateralmente comprimido e se estende da parte cárdíca — 
a qual se localiza um pouco abaixo do meio do sétimo espaço 
intercostal ou oitava costela — até a entrada pélvica. O retículo, 
muito menor, se localiza cranial ao rúmen, recoberto pela sexta a 
oitava costelas, e principalmente para a esquerda do plano mediano. 
O rúmen e o retículo são tão intimamente relacionados em estrutura 
e função que muitos atualmente preferem descrever um 
compartimento ruminorreticular combinado. O rúmen e o retículo se 
comunicam através da prega ruminorreticular em forma de U. A 
serosa recobre toda a superfície do rúmen e do retículo, exceto 
dorsalmente, onde a parede ruminal está diretamente aderida ao teto abdominal a partir do hiato esofágico do diafragma até o 
nível da quarta vértebra lombar. A fixação limitada permite ao ruminorretículo a liberdade necessária para as contrações 
incessantes e recíprocas, e aumentos de suas partes variadas. 
O interior do ruminorretículo se comunica com o esôfago e o omaso através de aberturas localizadas nas extremidades do 
sulco do retículo. O sulco é limitado por lábios carnosos espiralados; 
No animal não desmamado, o sulco do retículo 
pode estar convertido em tubo fechado, 
formando um canal que conduz o leite 
diretamente do esôfago para o canal do omaso, 
de onde ele desce para o abomaso. 
À medida que o animal amadurece, alterações 
na dieta e no regime alimentar resultam em um 
decréscimo no uso dessa via, apesar de mesmo 
nos adultos uma porção dos nutrientes solúveis 
liberados na saliva durante a mastigação 
conseguir evitar a passagem pelo 
ruminorretículo. 
O reflexo do sulco é estimulado pelo hormônio 
antidiurético (ADH), o qual indica que o 
reflexo pode ter alguma função na vida adulta. 
O ADH é produzido em resposta a 
desidratação ou a um aumento da osmolalidade do plasma. O ADH é associado à sede, e seus efeitos no sulco do retículo 
podem fazer com que uma parte da água ingerida pelos animais desidratados evite a passagem pelo ruminorretículo. Isso 
proporciona uma estratégia útil quando se deseja introduzir drogas no abomaso sem diluição prévia nos pré-estômagos. 
A mucosa do ruminorretículo é revestida por um epitélio estratificado queratinizado rugoso. A camada queratinizada luminal 
do epitélio protege contra abrasão pela dieta áspera e fibrosa, enquanto as camadas profundas metabolizam ácidos graxos 
voláteis de cadeia curta. 
A mucosa reticular possui um padrão distinto, formado por cristas de cerca de 1 cm de altura; que contornam “células” de 
quatro, cinco ou seis lados. Essas cristas e as células do assoalho entre elas carregam pequenas papilas. O padrão reticulado se 
torna menos regular em direção à junção com o rúmen, e gradualmente se modifica para se fundir com a superfície papilar 
dessa câmara. A camada queratinizada luminal do epitélio protege contra abrasão pela dieta áspera e fibrosa, enquanto as 
camadas profundas metabolizam ácidos graxos voláteis de cadeia curta. 
 
O epitélio ruminal se assemelha ao do retículo. Uma lâmina própria espessa, abaixo do epitélio, forma o centro 
da papila; além das fibras colágenas, elásticas e reticulares, ele inclui uma rede capilar densa. 
 
As papilas ruminais são formações de tecido 
mole da lâmina própria e da submucosa e se 
acredita que elas aumentem em sete vezes a área 
da superfície epitelial, o que é importante para a 
reabsorção dos ácidos graxos voláteis produzidos 
por fermentação microbial, e para a reabsorção 
de água, das vitaminas K e B. Essa função é 
facilitada por um plexo vascular subepitelial 
bastante farto. 
 
 
As sequências regulares das contrações ruminorreticulares misturam e redistribuem os conteúdos estomacais. O ciclo consiste 
em uma contração reticular bifásica, a qual joga os conteúdos reticulares para dentro do átrio do rúmen, seguida por uma 
contração inicialmente do saco ruminal dorsal e em seguida do ventral. A onda de contração passa em cada um em uma 
direção craniocaudal. O processo tem regulação central, e o tempo e o vigor são ajustados de acordo com a informação 
fornecida por receptores intramurais, os quais são 
estimulados pela distensão da parede e pelo 
contato com fragmentos flutuantes. 
 
A regurgitação do alimento para remastigação 
requer a coordenação dos movimentos estomacais 
com os da parede torácica e garganta. Ela é 
precedida por uma contração reticular adicional 
que preenche a região cárdica; a ingesta é dirigida 
ao esôfago na expansão do tórax com o 
fechamento das viasaéreas superiores, e é então 
carreada oralmente por uma onda antiperistáltica. 
O pesado bolo remastigado, agora mais umedecido 
e dividido, tende a cair do cárdia para o retículo. 
O conteúdo do rúmen demonstra alguma estratificação: o alimento de ingesta recente é empilhado sobre o material 
remastigado pesado e mais umedecido. Portanto, é o material mais leve que está mais sujeito a ser regurgitado para posterior 
mastigação e insalivação. 
Os bovinos são notoriamente descuidados em sua alimentação, frequentemente ingerindo corpos estranhos, especialmente 
pedaços de arame, junto com a forragem. Esses corpos tendem a se acumular no retículo e, quando afiados, podem ser 
direcionados para a parede reticular pelas contrações desse órgão 
 
 
 
 
 
OMASO (Folhoso) 
 
O omaso se localiza na parte intratorácica do 
abdome, à direita da linha média, entre o rúmen e 
o retículo à esquerda, e o fígado e a parede do 
corpo à direita. 
Grande parte do omaso se localiza sob a 
cobertura da oitava à décima primeira costelas, 
mas em bovinos o polo ventral geralmente se 
projeta para o assoalho abdominal, abaixo do 
arco costal. 
O omaso é relativamente menor em ovinos e 
caprinos, nos quais tem a forma de feijão. 
O interior é ocupado por cerca de uma centena 
de lâminas crescentes, as quais surgem dos lados 
e da curvatura maior e se projetam em direção à 
curvatura menor, onde existe uma passagem mais 
aberta, o canal do omaso. 
O orifício (óstio) reticulomasal está situado na 
terminação dorsal do curto canal; na outra extremidade, o 
grande e oval óstio omasoabomasal é parcialmente ocluído 
pelo prolapso das pregas abomasais. 
O epitélio escamoso estratificado queratinizado sobre as 
lâminas é elevado para recobrir as numerosas papilas. A 
maioria é pequena e lenticular, mas existem algumas projeções 
cônicas maiores, as quais apontam distalmente e talvez 
promovam o movimento da ingesta para a frente. 
As contrações do omaso são bifásicas. A primeira fase 
pressiona o alimento do canal omasal para os recessos omasais 
(entre as lâminas), onde ocorre a reabsorção de água. A 
segunda fase descarrega os conteúdos desidratados dos 
recessos omasais para o abomaso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABOMASSO 
O abomaso corresponde ao estômago unicavitário dos outros mamíferos domésticos e, de forma análoga, pode ser dividido em 
fundo gástrico, corpo gástrico e piloro. Ele apresenta uma curvatura maior voltada para a direção ventral e uma curvatura 
menor voltada para a direção dorsal. O abomaso é revestido por uma mucosa glandular que contém as glândulas gástricas 
próprias e as glândulas pilóricas. 
 
O abomaso é revestido por uma mucosa glandular rósea, coberta por muco, que está em grande contraste com o revestimento 
áspero dos pré-estômagos. Na junção omasoabomasal, o epitélio se modifica abruptamente para um epitélio colunar simples, 
com células caliciformes ocasionais. 
A mucosa do abomaso possui todas as características da do estômago simples. A área é aumentada cerca de seis vezes pela 
presença de aproximadamente uma dúzia de grandes pregas, as quais surgem ao redor da entrada e cursam sobre as paredes do 
fundo e do corpo, antes de desaparecerem à medida que se aproximam da curvatura. A aproximação das terminações 
proximais dessas pregas forma uma valva mucosa ou “tampão” que desestimula o refluxo da ingesta para o interior do omaso. 
A mucosa da parte pilórica é mais notável devido à sua grande tumefação ou toro, que se projeta da curvatura menor para 
estreitar a passagem pilórica. 
Os movimentos do abomaso adulto são bastante lentos. Eles consistem em contrações gerais do ramo proximal e peristaltismos 
mais potentes, confinados à parte pilórica. A última atividade frequentemente parece ser induzida pela inclinação da ingesta 
em direção ao piloro quando a região fúndica é elevada pela contração reticular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTESTINO 
 
O intestino é a parte caudal do canal alimentar. Ele se inicia no piloro e prossegue até o ânus. Divide-se em intestino delgado 
do piloro até o ceco e intestino grosso do ceco até o ânus. 
O intestino delgado compreende três partes: 
Um duodeno inicial, que é curto e estritamente fixo na posição; e o jejuno e o íleo, que são sustentados pelo grande 
mesentério. 
O intestino grosso também compreende três partes; o ceco, o cólon e o reto. 
 
O INTESTINO DELGADO 
 
DUODENO 
 
O duodeno é a parte proximal do intestino delgado, prolongando-se desde a parte pilórica do estômago até o jejuno. 
O duodeno pode ser subdividido em: 
 - Parte cranial 
 - Flexura cranial do duodeno 
 - Parte descendente 
 - Flexura caudal do duodeno 
 - Parte ascendente 
 - Flexura duodenojejunal 
 
 
 
Ao contrário dos humanos, cuja extensão do 
duodeno é definida pela presença de glândulas 
duodenais, a extremidade caudal do duodeno é 
caracterizada pela margem cranial da prega 
duodenocólica. 
Tanto o fígado quanto o pâncreas drenam 
líquidos no duodeno. No cão, o ducto biliar e um 
ducto pancreático drenam em orifícios separados 
sobre uma papila (duodenal maior), a alguns 
centímetros além do piloro, enquanto o segundo 
maior ducto pancreático drena sobre uma papila 
menor, um pouco além. 
 
 
 
 
 
JEJUNO E ÍLEO 
 
O jejuno é a parte mais extensa do intestino delgado entre o duodeno e o íleo. Ele também apresenta a maior mobilidade e 
liberdade de todo o canal alimentar devido ao longo mesojejuno, o qual suspende o jejuno e o íleo do teto abdominal. 
A margem livre é muito mais extensa e cheia de 
dobras, já que segue os giros do intestino. 
A distinção entre jejuno e íleo é arbitrária, sendo 
que o íleo é definido como a parte terminal do 
intestino delgado à qual se fixa a prega ileocecal. 
As alças são sustentadas pelo mesentério, que 
conduz os vasos e nervos; 
As partes iniciais e finais do mesentério são as 
mais curtas e facilitam as transições com o 
duodeno relativamente fixo em uma extremidade e 
com o cólon ascendente na outra. 
O jejuno preenche as partes do abdome que não 
são ocupadas por outras vísceras. 
 
A distinção entre jejuno e íleo é arbitrária e talvez desnecessária, já que, embora ocorram certas alterações estruturais 
progressivas, elas não permitem o reconhecimento de um limite definido. A convenção que seguimos limita o íleo a uma parte 
final curta, relativamente mais muscular (e, por conseguinte, mais firme), com uma conexão peritonial direta com o ceco. 
A forte camada muscular o deixa o íleo mais firme que o jejuno e a mucosa é rica em tecido linfoide, o qual se agrega para 
formar os nódulos linfáticos agregados (placas de Peyer). Essa mesma camada muscular bem-desenvolvida é responsável 
pelo transporte unidirecional do material ingerido até o ceco. 
No equino, a disfunção da inervação do íleo leva a uma contração permanente de sua cobertura muscular, o que pode 
resultar em impactação com consequente cólica. 
 
O intestino é composto de quatro túnicas usuais. A superfície luminal tem aparência aveludada por causa de inúmeras 
projeções bastante pequenas, mas densamente agrupadas, denominadas vilosidades intestinais. Elas são em forma de dedos 
no cão e cavalo, mas mais largas e semelhantes a folhas em muitas espécies. 
As vilosidades aumentam grandemente a área do epitélio disponível para absorção; a eficiência do processo é melhorada pelos 
plexos capilares subepiteliais bastante generosos. 
Glândulas intestinais microscópicas (criptas) se abrem para a superfície entre as bases das vilosidades. As criptas produzem 
uma secreção mucosa, que reveste a superfície do intestino,e várias enzimas que contribuem para a digestão futura de 
carboidratos e produtos de degradação de proteínas. Glândulas maiores (de Brunner) confinadas à submucosa do duodeno, 
especialmente na sua parte inicial, também secretam um muco protetor. 
O extenso comprimento e a superfície das vilosidades do intestino delgado combinam para aumentar a área de absorção. Em 
algumas espécies, a área de absorção é também aumentada por pregas permanentes longitudinais e espirais. A mucosa é rica 
em nódulos de tecido linfoide, tanto solitários quanto unidos. 
O epitélio do intestino é renovado por divisão mitótica das células nas profundidades das criptas. As células que revestem as 
criptas, continuamente recrutadas dessa forma, gradualmente sobem à superfície, estendem-se para envolver as bases das 
vilosidades e continuam a subir até o ápice, onde são finalmente projetadas para o lume intestinal. Esse processo permite 
rápida renovação da integridade do revestimento do intestino após lesão extensa, como necrose e perda por degradação da 
camada de superfície, que ocorre em certas infecções em várias espécies domésticas. 
 
O INTESTINO GROSSO 
 
Em sua forma mais elementar, o intestino grosso dos mamíferos é um tubo curto, pouco mais largo que o intestino delgado, do 
qual se origina para assumir um curso direto em direção ao ânus. Como na maioria das espécies, é 
claramente dividido em ceco, cólon e reto, enquanto o cólon por sua vez diferencia-se nas partes ascendente, transversa e 
descendente. 
O ceco costuma ser descrito como a primeira parte do intestino grosso. Trata-se de um tubo cego, cuja delimitação do colo é 
marcada pela entrada do íleo. Ele se comunica com o íleo pelo óstio ileal e com o colo pelo óstio cecocólico. 
Em carnívoros, em ruminantes e no equino, o ceco 
posiciona-se na metade direita do abdome; no suíno ele 
se encontra na metade esquerda. Ele se fixa ao íleo pela 
prega ileocecal, a qual define a extensão proximal do 
íleo. 
O ceco canino é incomum por não ter conexão direta 
com o íleo; entretanto, como se convencionou considerar 
o ceco como a primeira parte do intestino grosso, a 
descrição começa com ele. O ceco do cão é curto. 
 
 
O ceco do equino possui uma capacidade enorme de até 
30 litros e mede cerca de 1 m. Ele compõe-se de uma 
base dorsalmente, um corpo curvado e afunilado, e 
um ápice de terminação cega cranioventralmente. . O 
óstio cecocólico é uma fenda transversa formada por 
uma constrição do colo ascendente. 
O íleo se abre na papila ileal, uma projeção cônica 
que inclui o esfincter do íleo e um plexo venoso, o 
qual controla o óstio ileal. 
A camada longitudinal da camada muscular é 
concentrada em faixas visíveis na superfície externa 
como tênias, entre as quais a parede cecal se ondula 
em quatro fileiras de saculações. Há quatro tênias 
sobre a maior parte do ceco, uma faixa medial, uma 
lateral, uma dorsal e outra ventral, mas a quantidade 
diminui em direção ao ápice. 
 
O interior é marcado por uma grande quantidade de pregas, as quais correspondem às divisões externas das saculações. 
No equino, o ceco é responsável pela digestão de carboidratos complexos como a celulose. O material ingerido é transportado 
para o colo, sendo que o refluxo para o íleo é impedido pela papila ileal. 
 
 
O ceco do suíno é um saco cego cilíndrico, que se posiciona na metade esquerda do abdome com seu ápice voltado 
caudoventralmente. Ele possui três faixas musculares longitudinais (tênias) com três fileiras de saculações entre eles. A 
faixa ventral proporciona fixação para a prega ileocecal; as faixas lateral e medial permanecem livres. O ceco relativamente 
pequeno dos ruminantes quase carece de características e não possui nem tênias nem saculações, 
 
 
COLO 
 
O colo do intestino se divide em três 
segmentos: 
 
● Colo ascendente 
● Colo transverso 
● Colo descendente 
 
A disposição anatômica que forma a base dessa 
divisão se encontra apenas em cães e em gatos. 
Nessas espécies, o colo ascendente é curto e 
passa cranialmente na direita; o colo transverso 
corre da direita para a esquerda, cranial à raiz 
do mesentério. O colo descendente é longo e 
passa à esquerda da raiz de mesentério 
caudalmente, onde, ao atingir a cavidade pélvica, prossegue como reto. 
O colo do equino consiste em um colo ascendente grande disposto em duas alças em forma de ferradura situadas uma em 
cima da outra, um colo transverso curto e 
um longo colo descendente. 
O colo ascendente pode ser subdividido em 
quatro segmentos paralelos conectados por 
três flexuras com a seguinte ordem 
proximodistal: 
● Colo ventral direito; 
● Flexura esternal (flexura diafragmática 
ventral); 
● Colo ventral esquerdo; 
● Flexura pelvina; 
● Colo dorsal esquerdo; 
● Flexura diafragmática (flexura 
diafragmática dorsal); 
● Colo dorsal direito 
 
As partes diversas do colo ascendente apresentam 
aspectos característicos, os colos ventrais direito 
e esquerdo são caracterizados por quatro tênias 
com quatro fileiras de saculações entre elas. 
Na união com a flexura pelvina, três das quatro 
faixas desaparecem, e a flexura pelvina e o colo 
dorsal esquerdo que se segue possuem apenas 
uma faixa longitudinal mesocólica. A flexura 
pelvina também se distingue por uma redução 
acentuada de diâmetro e delimita a fronteira entre 
duas unidades funcionais do colo. 
Nos segmentos ventrais do colo ocorrem 
diversos mecanismos importantes de digestão e 
absorção. Embora os segmentos dorsais do colo 
desempenhem uma função menos importante na 
digestão, eles são os principais responsáveis pelo 
transporte do material ingerido. A redução no 
diâmetro, juntamente com a alteração repentina 
de direção e a diminuição na fluidez do material 
ingerido deixam o local sujeito a impactação. O 
colo dorsal esquerdo é estreito, mas se alarga 
gradualmente. Próximo à flexura diafragmática, 
duas novas faixas aparecem na face dorsal. Desse 
modo, a flexura diafragmática e o colo dorsal 
direito são caracterizados por três faixas, duas 
na face dorsal e uma na face ventral, com fileiras 
relativamente indistintas de saculações entre elas. 
Essas tênias são responsáveis pelo transporte do 
material ingerido até o colo transverso. 
O colo dorsal direito é, de longe, o segmento mais largo do colo e, portanto, também é chamado de ampola do colo. Trata-se 
de um local comum de enterólitos, que podem alcançar o tamanho de uma bola de futebol e levar à obstrução do colo 
transverso, causando cólica. 
A fixação dorsal do colo ascendente é limitada ao colo dorsal direito, o qual se adere ao teto abdominal, à base do ceco, à raiz 
do mesentério e ao pâncreas. Essa disposição anatômica permite que o colo ascendente esquerdo gire sobre seu eixo comum 
(torção cólica), o que causa sintomas graves de cólica e requer correção cirúrgica imediata. 
 
O colo transverso é curto e passa da 
direita para a esquerda no sentido 
cranial à raiz do mesentério. Ele se 
caracteriza por duas faixas e se afunila 
rapidamente até alcançar o diâmetro 
do colo descendente 
O colo descendente é semelhante ao 
jejuno quanto ao seu diâmetro e mede 
cerca de 2 a 4 metros. Ele também está 
suspenso por um longo mesentério. No 
colo descendente há duas tênias. 
 
 
 
 
 
O colo do suíno se divide em três segmentos, 
sendo que o colo transverso e o colo 
descendente são semelhantes à disposição 
simples encontrada no cão. O colo 
ascendente, no entanto, é bastante alongado e 
contorcido a ponto de formar um órgão 
cônico espiral. 
Depois de se originar no ceco ventralmente 
ao rim esquerdo,o colo ascendente forma 
giros centrípetos passando no sentido 
horário (visto de cima) para o ápice do cone. 
Ele então se volta para formar a flexura 
central e retorna para a base em voltas tensas 
no sentido anti-horário. Os giros centrípetos 
se localizam no lado exterior do cone, e os 
giros centrífugos se situam internamente ao cone, cobertos pelos giros centrípetos, os quais são caracterizados por duas faixas 
com duas fileiras de saculações entre elas, as quais não estão presentes nos giros centrífugos. 
 
 
Nos ruminantes, o colo se divide nos segmentos ascendente, transverso e descendente. O colo ascendente é, indubitavelmente, 
o segmento mais longo e possui uma disposição característica em espiral. 
Após deixar o ceco, o colo ascendente forma a alça proximal do colo em forma de “S” sendo que o primeiro segmento é 
convexo cranialmente, e o segundo é convex caudalmente. Ele então se estreita e gira ventralmente para formar uma espiral 
dupla ou alça espiral. . Dois giros centrípetos se invertem na flexura central da espiral e são sucedidos por dois giros 
centrífugos no bovino. Há três giros centrípetos no ovino e quatro no caprino, seguidos da mesma quantidade de giros 
centrífugos. Os giros centrífugos dos 
pequenos ruminantes possuem a aparência de 
um colar de pérolas e conferem o aspecto 
característico das fezes dessas espécies. 
Após a última alça centrífuga da espiral, o 
colo ascendente prossegue em uma alça 
distal, a qual o conduz em direção ao colo 
transverso. 
O colo transverso curto prossegue 
caudalmente na forma do colo descendente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VASCULARIZAÇÃO DO INTESTINO 
 
 
A vascularização dos intestinos ocorre principalmente pelas artérias mesentéricas cranial e caudal, com exceção da parte 
proximal do duodeno, a qual é irrigada pelo ramo hepático da artéria celíaca e da parte caudal do reto, que é irrigada pelos 
ramos retais da artéria pudenda interna. 
A artéria mesentérica cranial se divide em três ramos principais: 
● Artéria jejunal; 
● Artéria ileocólica; 
● Artéria cólica média. 
 
O tronco da artéria jejunal passa 
para a esquerda e se divide em 
diversas artérias jejunais, as quais 
percorrem o mesentério em direção 
ao jejuno. Pouco antes de alcançá-
lo, elas se anastomosam umas com 
as outras e formam arcadas. A partir 
dessas arcadas, emitem-se ramos 
para a borda mesentérica da parede 
jejunal. A riqueza de anastomoses 
garante que o intestino irá 
sobreviver normalmente à obstrução 
completa de um dos vasos jejunais. 
Depois de se originar da artéria 
mesentérica cranial, a artéria 
ileocólica passa para a direita e 
irriga o íleo, o ceco e o colo 
ascendente. 
A artéria cólica média é o terceiro ramo da 
artéria mesentérica cranial e irriga o colo 
transverso. Ela forma anastomose com a 
artéria ileocólica por meio da artéria cólica 
direita e com a artéria mesentérica caudal 
por meio da artéria cólica 
esquerda. 
A artéria mesentérica caudal é menor e sua distribuição é restrita ao colo descendente e à parte proximal do reto. 
Ela se divide em artéria cólica esquerda e artéria retal cranial. A artéria cólica esquerda passa cranialmente dentro do 
mesentério do colo descendente e emite pequenas ramificações para a face mesentérica do colo descendente. A artéria retal 
cranial irriga a parte cranial do reto. 
Em sua maioria, as veias correm paralelas às artérias e se unem para formar as veias mesentéricas cranial e caudal. 
Essas veias são duas das principais fontes de formação da veia porta, sendo que a veia esplênica é a terceira fonte. 
 
FÍGADO 
 
O fígado está localizado na parte mais cranial do abdome, imediatamente atrás do diafragma. É certamente a maior glândula 
do corpo e desempenha muitas funções essenciais para a vida. A mais óbvia é a produção de bile, mas os papéis que 
desempenha nos metabolismos de proteínas, carboidratos e gorduras são até mais importantes e dependem da situação do 
fígado em relação à corrente sanguínea que drena o trato gastrointestinal. Isso assegura que os produtos da digestão, que são 
carregados na corrente sanguínea após absorção, sejam apresentados às células hepáticas antes de entrar na circulação geral. 
Seu produto exócrino, a bile, é armazenado e concentrado na 
vesícula biliar antes de ser eliminado no duodeno. E é 
responsável por emulsificar os componentes gordurosos 
antes da absorção. 
O fígado adulto relaciona-se com o diafragma cranialmente e 
com o estômago e a massa intestinal caudalmente. Embora 
se estendendo por todo o plano mediano, a parte principal 
localiza-se à direita em todas as espécies. 
Na maioria das espécies, incluindo o cão, o fígado é 
macroscopicamente dividido em lobos por uma série de 
fissuras que se estendem para o interior da margem ventral. 
Em vida, o fígado se adapta à forma dos órgãos vizinhos e, 
quando fixo no local, retém a conformação e impressões 
impostas por esses órgãos. 
O fígado apresenta uma face acentuadamente convexa em 
direção ao diafragma e uma face côncava voltada para os 
outros órgãos. 
A face visceral é marcada pelo hilo ou porta do fígado, por meio da qual a veia porta, o ducto biliar e os vasos hepáticos 
penetram ou deixam o órgão, e que está intimamente relacionada à vesícula biliar. 
 
Na maioria das espécies, o fígado é dividido 
basicamente em quatro lobos principais por 
fissuras que se projetam para 
dentro do órgão desde a margem ventral: 
● Lobo hepático esquerdo; 
● Lobo hepático direito; 
● Lobo caudado; 
● Lobo quadrado 
Os padrões de divisão em lobos 
apresentam grande variação entre as 
espécies. Em espécies cuja coluna vertebral 
é flexível, como o cão e o gato, há mais 
subdivisões que em espécies com uma 
coluna mais rígida (herbívoros). 
 
A face livre do fígado é revestida quase totalmente pelo peritônio, o qual 
forma sua cobertura serosa. Ele se fusiona à cápsula fibrosa subjacente que 
envolve todo o órgão. Esse tecido conectivo interlobular transporta vasos 
sanguíneos para o órgão. As trabéculas mais finas dividem o parênquima 
hepático em inumeráveis unidades pequenas, os lóbulos hepáticos 
Os lóbulos hepáticos são as menores unidades funcionais visíveis a olho nu 
do fígado e compõem-se de lâminas de hepatócitos curvadas que 
circundam cavidades cheias de sangue conhecidas como sinusoides 
hepáticos. 
 
O fígado é amplamente irrigado por meio da artéria hepática e da veia 
porta. A artéria hepática, um ramo da artéria celíaca, proporciona o 
suprimento nutricional do fígado. A artéria hepática penetra o fígado 
juntamente com a veia porta na porta do fígado da face visceral do órgão. 
As artérias hepáticas vascularizam a estrutura do fígado, a cápsula, o sistema 
intra-hepático de ductos biliares, as paredes dos vasos sanguíneos e os 
nervos antes de finalmente desembocarem, juntamente com os ramos da veia porta, nos sinusoides hepáticos 
A veia porta é formada pela confluência de três ramos: a veia esplênica e as veias mesentéricas cranial e caudal, as quais 
coletam o sangue de todos os órgãos ímpares do abdome (estômago, pâncreas, intestinos, baço). Desse modo, ela transporta 
o sangue funcional para o fígado. 
 
 
 
 
 
 
 
O sistema do ducto hepático inicia-se com 
canalículos microscópicos dentro dos lóbulos. 
Estes se abrem em dúctulos maiores que, por 
sucessivas uniões no tecido conjuntivo entre os 
lóbulos, formam alguns ductos hepáticos 
grandes. 
Antes ou logo após deixar o fígado no nível da 
porta (hilo), eles se combinam em um 
tronco único que corre para oduodeno. 
Um ramo tortuoso lateral (ducto cístico), que se 
origina do tronco comum, leva à vesícula biliar 
com forma de pera. 
Como se sabe, a vesícula biliar não é essencial; 
está ausente nos equinos, no rato e em outras espécies, que compensam por aumento no sistema ductal. 
PÂNCREAS 
 
O pâncreas é uma glândula muito 
menor, intimamente relacionada com 
o duodeno na parte dorsal da cavidade 
abdominal. 
Produz um suco digestivo que é 
descarregado na parte proximal do 
duodeno através de um ou dois 
ductos. O suco contém enzimas que 
degradam proteínas, carboidratos e 
gorduras. 
Convencionalmente, diz-se que o 
pâncreas consiste em um corpo e dois 
lobos, com o formato clássico de “V”; 
essa é uma descrição que se adapta ao 
pâncreas canino, mas é menos fiel 
àqueles de algumas outras espécies. 
Um ducto pancreático maior 
comumente drena a parte do pâncreas 
que se origina do primórdio ventral e 
se abre no duodeno juntamente 
com o ducto biliar ou ao lado dele.

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