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Slide Poder Legislativo II

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Poder Legislativo II
Direito Constitucional
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1. Imunidades Parlamentares
 Os parlamentares possuem garantias em razão da função que exercem. 
As imunidades visam resguardar, ao parlamentares, a liberdade e a independência durante o exercício do mandato eletivo. 
Por terem relação com a FUNÇÃO, as imunidades iniciam-se com diplomação e acabam com o término do mandato (ex. renúncia, transcurso de prazo etc.)
Diplomação: ato realizado pelo Tribunal Eleitoral, tem por fim validar o processo eletivo e, após, autorizar a posse do parlamentar.
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As imunidades podem ser de duas naturezas: 
 - material ou - processual / formal
1.1. Imunidade material (art. 53 da CF): aquela pela qual o parlamentar se torna inviolável civil e penalmente, por quaisquer palavras, opiniões e votos que proferir no curso de seu mandato.
 Todos os parlamentarem gozam de imunidade material.
Observação: em relação aos vereadores há uma particularidade, qual seja, a imunidade material dada a eles se restringe à circunscrição do município que  eles foram eleitos, (art. 29, VIII, da CF).
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1.2. Imunidade processual: aquela relacionada a garantias relativas à prisão do parlamentar e ao processo criminal que corra contra ele. Ressalta-se que esta imunidade contempla apenas os crimes praticados após a diplomação do parlamentar, (art. 53, §3º, da CF).
Obs.: os vereadores não são beneficiados por essa garantia, ou seja, não gozam da imunidade processual, mas sim da material.
1.2.1. Em relação à prisão, a Constituição diz que os membros do parlamento não poderão ser presos, desde a diplomação, exceto nos casos de prisão em flagrante por crime inafiançável. 
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Nesse caso, autos deverão ser remetidos dentro de 24 horas à Casa respectiva para que, pelo voto da maioria de seus membros, ela resolva sobre a prisão (art. 53,§2º, da CF). Assim, o órgão legislativo que o parlamentar integra é quem vai decidir se o manterá preso ou solto.
Em relação ao processo criminal: recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o STF dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, suspender o andamento da ação. 
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Vale ressaltar que a Casa terá de apreciar o pedido dentro do prazo improrrogável de 45 dias, contados do seu recebimento pela Mesa Diretora.
Se os parlamentares decidirem pela suspensão dos processos, a prescrição das infrações penais também ficarão suspensas. Tal suspensão valerá enquanto durar o mandato eletivo (art. 53, §5º, CF).
2. Limitação ao dever de testemunhar
- O artigo 53, § 7º, do CF estabelece que os parlamentares não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações.
4.8. Limitação ao dever de testemunhar
O artigo 53, § 7º, do CF estabelece que os parlamentares não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações.
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3. Prerrogativa de foro
Além das imunidades, os deputados e senadores gozam de prerrogativa de foro para julgamento dos processos criminais que estejam litigando. Logo, desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional serão submetidos a julgamento perante o STF (art. 53,§1º,e 102,I,“b”, da CF). 
Observação:
A prerrogativa de foro vigora durante o mandato, ainda que o processo criminal tenha sido iniciado antes da expedição do diploma, ao contrário do que ocorre com as imunidades parlamentares.
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Em contrapartida, em nível municipal, os vereadores não têm a prerrogativa de foro em razão da função, sendo processados e julgados perante a justiça comum, mesmo no curso dos seus mandatos.
4. Vedações
O artigo 54 da CF enumera vedações impostas aos deputados e senadores, vejamos:
Desde a diplomação não poderão os parlamentares:
- firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;
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- aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis ad nutum, nas entidades constantes da alínea anterior;
b) Desde a posse também não poderão os parlamentares:
 - ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;
ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis ad nutum, nas entidades referidas no inciso I, "a";
- patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I, "a“;
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ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.
5. Perda do mandato 
O artigo 55 da CF enumera seis hipóteses de perda do mandato do parlamentar (há os casos de cassação e extinção do mandato)
- A cassação diz respeito à perda do mandato em virtude do parlamentar ter cometido falta funcional; já a extinção relaciona-se com a ocorrência de ato ou fato que torne automaticamente inexistente o mandato, como, por exemplo, renúncia, morte, ausência injustificada etc.
 
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Nos casos de cassação (art. 55, I, II e VI), :
-violação das proibições estabelecidas no art. 54 da CF;
- falta de decoro parlamentar e 
-condenação criminal transitada em julgado 
a perda do mandato dependerá da deliberação da maioria absoluta da respectiva Casa Legislativa, mediante voto secreto (art. 55, §2º, CF).
Nas situações de extinção (art. 55, III, IV e V)
não comparecer injustificadamente a 1/3 das sessões ordinárias em cada sessão legislativa;
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 perder ou tiver suspensos os direitos políticos e
 por decisão da Justiça Eleitoral 
a perda do mandato independe de votação da Casa, sendo declarada pela Mesa respectiva de ofício ou por provocação (art. 55, §3º, CF). 
Frisa-se que em ambas as hipóteses é assegurada a ampla defesa.
6. Decoro parlamentar
Previsto no inciso II do art., 55, CF é uma das hipóteses de perda do mandato do parlamentar que depende de votação da Casa Legislativa.
É caracterizado pelo abuso das prerrogativas parlamentares ou pela percepção de vantagens indevidas, além dos casos definidos nos respectivos Regimentos Internos de cada Casa Legislativa (art. 55, §1º, CF).
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 A falta de decoro é caracterizada pelo abuso das prerrogativas parlamentares ou pela percepção de vantagens indevidas, além dos casos definidos nos respectivos Regimentos Internos de cada Casa Legislativa (art. 55, §1º, CF).
(OAB/Exame Unificado Considere a hipótese de Deputado Federal que cometeu crime (comum) após a diplomação. Nesse caso, é correto afirmar que 
(A)	o Congresso Nacional pode sustar o andamento da ação penal. 
(B)	a Câmara dos Deputados pode sustar o andamento da ação penal. 
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(C)	o STF só pode receber a denúncia após a licença da Câmara dos Deputados. 
(D)	o STF só pode receber a denúncia após a licença do Congresso Nacional. 
Fundamentos
A: errada. Não é o Congresso Nacional quem tem competência para tanto (art. 53, §3º, da CF). B: correta. De fato é a Câmara de Deputados quem pode sustar o andamento da ação penal, pois o art. 53, § 3º, da CF determina que recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de
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partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação. A “Casa respectiva” de um Deputado Federal é justamente a Câmara de Deputados; C e D: erradas. A EC 35/01 retirou do texto constitucional a exigência de licença por parte das respectivas casas, nas hipóteses de prisão e processocriminal em face de Deputado Federal e Senador. 
Gabarito “B”
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