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Direito Constitucional 2 - Apostila

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PROFª Ms. NURIA CABRAL – APONTAMENTOS DE D. CONSTITUCIONAL 2
DIREITO CONSTITUCIONAL 2
PROFª MS. NURIA CABRAL
ROTEIRO E RESUMO DAS AULAS 
Material de apoio pedagógico, formulado como Roteiro / estrutura das aulas e resumo das informações que serão trabalhadas. Este resumo usou a metodologia de síntese e compilação dos autores / obras abaixo listadas:
REFERÊNCIAS UTILIZADAS NO MATERIAL DE APOIO PEDAGÓGICO:
BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil promulgada em 1988.
AGRA, Walber de Moura. Aspectos Controvertidos do Controle de Constitucionalidade. – Salvador: JusPODIVM, 2008.
______ . Direito Constitucional. – Rio de Janeiro: Forense, 2007.
______. Manual de Direito Constitucional. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2002.
APPIO, Eduardo Fernando. Interpretação Conforme a Constituição: instrumentos da tutela jurisdicional dos direitos fundamentais. – Curitiba: Juruá, 2002.
ARAÚJO, Luiz Alberto David, NUNES JÚNIOR, Vidal Serrano. Curso de Direito Constitucional. – 9 ed. - São Paulo: Saraiva, 2005.
BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Direito Constitucional. – 22 ed. - São Paulo: Saraiva, 2001.
BERNARDES, Juliano Taveira. Controle Abstrato de Constitucionais: elementos materiais e princípios constitucionais. – São Paulo: Saraiva, 2004.
BONIFÁCIO, Artur Cortez. Direito de Petição: garantia constitucional. – São Paulo: Método, 2004.
BULOS, Uadi Lamêgo. Curso de Direito Constitucional. – São Paulo: Saraiva, 2007.
CAPEZ, Fernando e outros. Curso de Direito Constitucional. – São Paulo: Saraiva, 2004.
CARVALHO, Kildare Gonçalves. Direito Constitucional. – 12 ed. – Belo Horizonte: Del Rey, 2006.
CENEVIVA, Walter. Direito Constitucional Brasileiro. – 3 ed. – São Paulo: Saraiva, 2003.
COELHO, Inocêncio Mártires. Interpretação Constitucional. – 2ª ed. – Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, 2003.
CORREIA, Marcus Orione Gonçalves. Direito Processual Constitucional. – São Paulo: Saraiva, 2002.
CUNHA JÚNIOR, Dirley da. Controle de Constitucionalidade: teoria e prática. – Salvador: JusPODIVM, 2006. 
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. – 25 ed. - Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Saraiva, 2005.
DANTAS, Ivo. Constituição & Processo.- 2 ª ed. rev. atual. ampl. – Curitiba: Juruá, 2007.
DELFIM, Ricardo Alessi. Ação Declaratória de Constitucionalidade e os Princípios Constitucionais do Processo. – São Paulo: Juarez de Oliveira, 2001.
FERRARI, Regina Maria Macedo Nery. Efeitos da Declaração de Inconstitucionalidade. – 5ª ed. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2004.
FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. – 29 ed. - São Paulo: Saraiva, 2002.
GOUVÊA MEDINA, Paulo Roberto de. Direito Processual Constitucional. Rio de Janeiro: Forense, 2003.
HORTA, Raul Machado. Direito Constitucional. – 4 ed. – Belo Horizonte: Del Rey, 2003.
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. – 10 ed. – São Paulo: Método, 2006.
MAGALHÃES, José Luiz Quadros de. Direito Constitucional – Tomo I. – 2 ed. – Belo Horizonte: Mandamentos, 2002.
MENDES, Gilmar Ferreira; COELHO, Inocêncio Mártires; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional. – São Paulo: Saraiva, 2007.
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. – 19 ed. – São Paulo: Atlas, 2006.
MOTTA, Sylvio, DOUGLAS, Willian. Controle de Constitucionalidade: uma abordagem teórica e jurisprudencial. – 3ª ed. – Rio de Janeiro: Impetus. 2004.
______ . Direito Constitucional. – 13 ed. - Rio de Janeiro: Impetus, 2003.
PALU, Oswaldo Luiz. Controle de Constitucionalidade: conceitos, sistemas, efeitos. – 2ª ed. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2001.
PAULO, Vicente; ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Constitucional Descomplicado. – Rio de Janeiro: Impetus, 2007.
______ . Controle de Constitucionalidade. – Rio de Janeiro: Impetus, 2006.
______ . Remédios Constitucionais. – Rio de Janeiro, 2005.
PIOVESAN, Flávia. Proteção Judicial contra Omissões Legislativas: ação direta de inconstitucionalidade por omissão e mandado de injunção. – 2ª ed. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2003.
RANGEL, Vicente Marotta. Direito e Relações Internacionais. – 7ª ed. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2002.
RIBEIRO, Ricardo Silveira. Omissões Normativas.- Rio de Janeiro: Impetus, 2003.
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. – 23 ed. – São Paulo: Malheiros, 2004.
SIQUEIRA JR., Paulo Hamilton. Controle de Constitucionalidade. – São Paulo: Juarez de Oliveira, 2001.
SOARES, Mário Lúcio Quintão. Teoria do Estado. – 2 ed. – Belo Horizonte: Del Rey, 2004.
TAVARES, André Ramos. Curso de Direito Constitucional. – 3 ed. – São Paulo: Saraiva, 2006.
	
	ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
	
A organização e estrutura do Estado podem ser analisadas sob 03 aspectos:
Forma de Governo ( República ou Monarquia
Sistema de Governo ( Presidencialismo ou Parlamentarismo
Forma de Estado ( Estado Unitário ou Federação.
 CARACTERÍSTICAS COMUNS A TODA FEDERAÇÃO:
Descentralização política;
Constituição como base jurídica;
Inexistência do direito de secessão ( art. 60, §4º, I;
Soberania do Estado Federal (“República Federativa do Brasil”);
Auto-organização dos Estados-Membros ( art. 25;
Órgão representativo dos Estados-Membros ( art. 46: Senado Federal;
Guardião da CF: no Brasil é o STF.
 FUNDAMENTOS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL: ART. 1º, CF
Soberania;
Cidadania;
Dignidade da pessoa humana;
Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
O pluralismo político.
 OBJETIVOS FUNDAMENTAIS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL: Art. 3º. 
 PRINCÍPIOS QUE REGEM A REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS: Art. 4º, CF.
 ORGANIZAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO
FEDERALISMO BRASILEIRO
REPÚBLICA FEDERATIVA
ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA
 					 ART. 18
UNIÃO		 ESTADOS-MEMBROS		DF		MUNICÍPIOS
 ART. 19
 Poder Público		Fé Nos Documentos		Igualdade entre os
 Laico			 Públicos			Brasileiros		
 COMPONENTES DO ESTADO FEDERAL
A organização político-administrativa compreende, como se vê no art. 18, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
BRASÍLIA: Art. 32, CF/88
É a capital federal; assume uma posição jurídica específica no conceito brasileiro de cidade; é o pólo irradiante, de onde partem, aos governados, as decisões mais graves, e onde acontecem os fatos decisivos para os destinos do País.
A POSIÇÃO DOS TERRITÓRIOS
Não são mais considerados componentes da federação; a CF lhes dá posição correta, de acordo com sua natureza de mera-autarquia, simples descentralização administrativo-territorial da União, quando os declara integrantes desta (art. 18, § 2º).
FORMAÇÃO DOS ESTADOS
Não há como formar novos Estados, senão por divisão de outro ou outros; a Constituição prevê a possibilidade de transformação deles por incorporação entre si, por subdivisão ou desmembramento quer para se anexarem a outros, quer para formarem novos Estados, quer, ainda, para formarem Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar, ouvidas as respectivas Assembléias Legislativas (art. 18, § 3º, combinado com o art. 48, VI).
OS MUNICÍPIOS NA FEDERAÇÃO
A intervenção neles é da competência dos Estados, o que mostra serem vinculados a estes, tanto que sua criação, incorporação, fusão e desmembramento, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por lei complementar federal (EC-15/96), e dependerão de plebiscito.
 VEDAÇÕES CONSTITUCIONAIS DE NATUREZA FEDERATIVA
O art. 19 contém vedações gerais dirigidas à União, Estados, Distrito Federal e Municípios; visam o equilíbrio federativo; a vedação de criar distinções entre brasileiros coliga-se como princípio da igualdade; a paridade federativa encontra apoio na vedação de criar preferência entre os Estados federados, ou entre os Municípios de um Estado e os de outro ou do mesmo Estado, ou entre um Estado e DF.
 DA REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS – (Paulo Verdú, apud, Raul Machado Horta):
A CF é a responsável pela repartição de competências, que demarca os domínios da Federação e dos Estados-membros;
É através dessa repartição que se conhece o modelo daquele Estado;
A repartição de competência é exigência da estrutura federal para assegurar o convívio dos ordenamentos que compõem o Estado Federal;
A repartição de competência é vista como a “chave da estrutura do poder federal”, o “elemento essencial da construção federal”, a “grande questão do federalismo”, o “problema típico do Estado Federal”.
O PROBLEMA DA REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS FEDERATIVAS: A autonomia das entidades federativas pressupõe repartição de competências para o exercício e desenvolvimento de sua atividade normativa; a CF/88 estruturou um sistema que combina competências exclusivas, privativas e principiológicas com competências comuns e concorrentes.
O PRINCÍPIO DA PREDOMINÂNCIA DO INTERESSE
Segundo ele, à União caberão aquelas matérias e questões de predominante interesse geral, nacional, ao passo que aos Estados tocarão as matérias e assuntos de predominante interesse regional, e aos Municípios concernem os assuntos de interesse local.
SISTEMA DA CONSTITUIÇÃO DE 1988: Busca realizar o equilíbrio federativo, por meio de uma repartição de competências que se fundamenta na técnica da enumeração dos poderes da União (21 e 22), com poderes remanescentes para os Estados (25, § 1º) e poderes definidos indicativamente aos Municípios (30), mas combina possibilidades de delegação (22, par. único), áreas comuns em que se prevêem atuações paralelas da União, Estados, DF e Municípios (art. 23) e setores concorrentes entre União e Estados em que a competência para estabelecer políticas gerais, diretrizes gerais ou normas gerais cabe à União, enquanto se difere aos Estados e até aos Municípios a competência suplementar (conforme o art. 24, § § 2º e 3º, e art. 30, II).
CLASSIFICAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS
Privativas( competência delegável, pertencente à União, que pode delegá-la por inteiro ou em pontos específicos ao outro ente;
Exclusiva( competência indelegável. Obs: a CF traz estas duas competências como sinônimas, mas faz-se necessário diferenciá-las.
Concorrente( há uma divisão quanto ao objeto de regulamentação: a primeira parte cabe à União e a segunda ao Estado ou DF (art. 24 e incisos da CF);
Comum( competência de colaboração, onde qualquer ente pode dispor sobre o assunto, prevalecendo hierarquia federativa: as normas do Estado não poderão contrariar as da União; as normas do Município não poderão chocar-se com as do Estado.
Residual( competência dos Estados. Aquilo que não for expresso na CF, como sendo competência da União ou dos Municípios, pertence aos Estados.
Complementar, Supletiva ou Suplementar( giram em torno da competência concorrente. Ex.: art. 24 – competência concorrente da União, §§ 3º e 4º são de competência supletiva do Estado.
COMPETÊNCIA DA UNIÃO FEDERAL:
( Competência administrativa ou material:
Exclusiva: marcada pela particularidade da indelegabilidade – art. 21, CF;
Comum: também chamada de cumulativa ou paralela aos entes federativos – art. 23. CF.
( Competência Legislativa:
Privativa: art. 22. No parágrafo único, a União, por lei complementar, autoriza os Estados a legislar sobre assuntos específicos do art. 22. Essa possibilidade se estende ao DF, por força do art. 32, §1º, CF.
Concorrente: art. 24 – normas gerais.
Competência tributária expressa: art. 153
Competência tributária residual: art. 154, I;
Competência tributária extraordinária: art. 154, II.
COMPETÊNCIA DOS ESTADOS-MEMBROS:
( Competência Administrativa ou Material:
Exclusiva: arts. 18, §4º; 25, §§ 2º e 3º; 27, §§ 2º e 4º; 128, §§ 4º e 5º; 145; 149; 155; 169 e 195, CF, e arts. 24; 39; 41, ADCT.
Comum (cumulativa ou paralela): art. 23;
Residual (remanescente ou reservada): são aquelas competências administrativas que não lhe sejam vedadas, ou a competência que sobrar (eventual resíduo), após a enumeração dos outros entes federativos (art. 25, §1º), ou seja, as competências que não sejam da União (art. 21), do DF (art. 32), dos Municípios (art. 30) e comum (art. 23).
( Competência Legislativa:
Expressa: art. 25, caput;
Residual (remanescente ou reservada): art. 25, §1º;
Delegada pela União: art. 22, parágrafo único;
Concorrente: art. 24;
Suplementar (complementar ou supletiva): art. 24, §§ 1º ao 4º;
Tributária Expressa: art. 155.
COMPETÊNCIA DOS MUNICÍPIOS: 
( Competência Administrativa ou Material:
Comum (cumulativa ou paralela): art. 23, CF;
Privativa (enumerada): art. 30, III ao IX.
( Competência Legislativa:
Expressa: art. 29, caput;
Interesse local: art. 30, I;
Suplementar: art. 30, II;
Plano diretor: art. 182, §1º.
COMPETÊNCIA DO DISTRITO FEDERAL:
( Competência Administrativa ou Material:
Comum (cumulativa ou paralela): art. 23
( Competência Legislativa:
Expressa: art. 32, caput;
Residual: art. 25, §1º;
Delegada: art. 22, parágrafo único;
Concorrente: art. 24;
Suplementar: art. 24, §§ 1º ao 4º;
Interesse local: arts. 30, I, c/c 32, §1º;
Tributária expressa: art. 155. 
DO GOVERNO DA UNIÃO - DA UNIÃO COMO ENTIDADE FEDERATIVA
CONCEITO DE UNIÃO: É a entidade federal formada pela reunião das partes componentes, constituindo pessoa jurídica de Direito Público interno, autônoma em relação às unidades federadas e a cabe exercer as prerrogativas da soberania do Estado brasileiro.
A União, na ordem jurídica, só preside os fatos sobre que incide sua competência; o Estado federal, juridicamente, rege toda a vida no interior do País, porque abrange a competência da União e a das demais unidades autônomas referidas no art. 18.
UNIÃO E PESSOA JURÍDICA DE DIREITO INTERNACIONAL: O Estado federal é que é a pessoa jurídica de Direito Internacional; quando se diz que a União é pessoa jurídica de Direito Internacional, refere-se a duas coisas: as relações internacionais do Estado realizam-se por intermédio de órgãos da União, integram a competência deste (art. 21, I a IV), e os Estados federados não tem representação nem competência em matéria internacional.
UNIÃO COMO PESSOA JURÍDICA DE DIREITO INTERNO: Nessa qualidade, é titular de direitos e sujeitos de obrigações; está sujeita à responsabilidade pelos atos que pratica, podendo ser submetida aos Tribunais; como tal, tem domicílio na Capital Federal (18, § 1º); para fins processuais, conforme o caso (109, §§ 1º a 4º).
BENS DA UNIÃO: Ela é titular de direito real, e pode ser titular de direitos pessoais; o art. 66, III, do CC. declara que os bens públicos são os que constituem o patrimônio da União, dos Estados ou Municípios, como objeto de direito pessoal, ou real de cada uma dessas entidades; o art. 20 da CF estatui quais são esses bens.
COMPETÊNCIA INTERNACIONAL E COMPETÊNCIA POLÍTICA: Internacional é a que está indicada no art. 21, atendendo os princípios consignados no art. 4º; de natureza política de competência exclusiva são as seguintes: poder de decretar estado de sítio, de defesa e a intervenção; poder de conceder anistia; poder de legislar sobre direito eleitoral.
COMPETÊNCIA ECONÔMICA: a) elaborar e executar planos nacionais e regionais de desenvolvimento econômico; b) estabelecer áreas e as condições para o exercício de garimpagem; c) intervir no domínio econômico, explorar atividade econômica e reprimir abusos do poder econômico; d) explorar a pesquisa e a lavra de recursos minerais; e) monopólio de pesquisa, lavra e refinação do petróleo; f) monopólio da pesquisa e lavra de gás natural; g) monopólio do transporte marítimo do petróleo bruto; h) da pesquisa, lavra, enriquecimento, reprocessamento, industrializaçãoe comércio de minérios nucleares; i) a desapropriação por interesse social, nos termos dos art. 184 a 186; j) planejar e executar, na forma da lei, a política agrícola; k) legislar sobre produção e consumo.
COMPETÊNCIA SOCIAL: a) elaborar e executar planos nacionais de regionais de desenvolvimento social; b) a defesa permanente contra calamidades públicas; c) organizar a seguridade social; d) estabelecer políticas sociais e econômicas, visando a saúde; e) regular o SUS; f) regulamentar as ações e serviços de saúde; g) estabelecer a previdência social; h) manter serviços de assistência social; i) legislar sobre direito social em suas várias manifestações.
COMPETÊNCIA FINANCEIRA E MONETÁRIA: A administração financeira continuará sob o comando geral da União, já que a ela cabe legislar sobre normas gerais de Direito tributário e financeiro e sobre orçamento, restando as outras entidades a legislação suplementar.
COMPETÊNCIA MATERIAL COMUM: Muitos assuntos do setor social, referidos antes, não lhe cabem com exclusividade; foi aberta a possibilidade das outras entidades compartilharem com ela da prestação de serviços nessas matérias, mas, principalmente, destacou um dispositivo (art. 23) onde arrola temas de competência comum.
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA:Toda matéria de competência da União é suscetível de regulamentação mediante lei (ressalvado o disposto nos arts. 49, 51 e 52), conforme o art. 48; mas os arts. 22 e 24 especificam seu campo de competência legislativa, que é considerada em 2 grupos: privativa e concorrente. 
 SISTEMA DE EXECUÇÃO DE SERVIÇOS
O sistema brasileiro é o de execução imediata; cada entidade mantém seu corpo de servidores públicos destinados a executar os serviços das respectivas administrações (37 e 39); incumbe à lei complementar fixar normas para a cooperação entre essas entidades, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional (23, par. único).
 ESTUDO DIRIGIDO:
1) O Brasil é um Estado Federal?
2) Qual a forma do governo brasileiro?
3) Como se organiza política e administrativamente a Federação Brasileira?
4) De que forma é descentralizado o poder, no Estado Brasileiro?
5) Em que sentido goza o Estado-Membro de autonomia, no Estado Federal? 
6) Quais são as proibições impostas pela CF aos entes federativos?
7) Como são repartidas as competências dos entes federativos na CF?
8) Explique cada uma das competências constitucionalmente repartidas:
	
	ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. TÍTULO III, CAPÍTULO VII, CF.
CONCEITOS BÁSICOS:
ESTADO: Ente que necessariamente é composto por três elementos essenciais: povo, território e governo soberano. Para que o Estado exerça suas funções, este manifesta-se por meio dos Poderes do Estado ou Funções do Estado, que são o Legislativo, o Executivo e o Judiciário – conforme o art. 2º da CF. É um erro vincular a função administrativa apenas ao Poder Executivo (funções típicas e atípicas).
GOVERNO: “Expressão típica de comando, de iniciativa, de fixação de objetivos, do Estado e da manutenção da ordem jurídica vigente” – Hely Lopes Meirelles (Direito Administrativo Brasileiro, Ed. Malheiros).
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (A.P.): “Instrumental de que dispõe o Estado para por em prática as opções políticas de governo. [...]pode-se falar de administração pública aludindo-se aos instrumentos de governo, como à gestão mesma dos interesses da coletividade. [...] Subjetivamente a Administração Pública é o conjunto de órgãos a serviço do Estado agindo in concreto para satisfação de seus fins de conservação, de bem-estar individual dos cidadãos e de progresso social” -Hely Lopes Meirelles (Direito Administrativo Brasileiro, Ed. Malheiros).
“É o conjunto de órgãos do Estado encarregado de exercer, em benefício do bem comum, funções previstas na Constituição e nas leis” – Walter Ceneviva.
 “Administração Pública é o conjunto de meios institucionais, materiais, financeiros e humanos preordenados à execução das decisões políticas. Essa é uma noção simples de Administração Pública que destaca, em primeiro lugar, que é subordinada ao Poder Político; em segundo lugar, que é meio e, portanto, algo que se serve para atingir fins definidos e, em terceiro lugar, denota seus aspectos: um conjunto de órgãos a serviço do Poder Político e as operações, atividades administrativas” - José Afonso da Silva. 
( ENFIM, O QUE É A.P.????
A.P. é uma gestão de coisa alheia;
Atividade que se destina a atender necessidades coletivas;
A.P. age de ofício, sem provocação, para atender aos interesses públicos;
Atividade que se destina a atender necessidades concretas, p. ex., saúde, educação, etc.
Portanto: A.P. é a atividade desenvolvida pelo Estado ou seus delegados, sob regime de Direito Público, destinada a atender de modo direto e imediato, necessidades concretas da coletividade.
ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA: (Art. 37, caput, CF)
Administração direta / centralizada ( aquela formada pelos governos da União, Estados, DF, Municípios, seus Ministérios e Secretarias. Existe uma subordinação direta ao Poder Executivo. ( Vide: art. 4º, I, Decreto Lei nº 200/67
“Administração direta é o conjunto dos órgãos integrados na estrutura da chefia do Executivo e na estrutura dos órgãos auxiliares da chefia do Executivo” – Odete Medauar.
Administração indireta / descentralizada ( aquela constituída pelas autarquias, fundações públicas e entidades paraestatais (empresas públicas e sociedades de economia mista).
A Administração Indireta é integrada pelas muitas entidades personalizadas de prestação de serviços ou exploração de atividades econômicas, vinculadas a cada um dos Poderes Executivos daquelas mesmas esferas governamentais. ( Vide: art. 4º, II e art. 5º, Dec. Lei 200/67
“Cada uma dessas entidades possui personalidade jurídica própria, que não se confunde com a personalidade jurídica da entidade maior a que se vinculam – União ou Estado-membro, Município. Tendo personalidade jurídica, são sujeitos de direitos e encargos por si próprios, realizando atividades e atos do mundo jurídico em seu próprio nome” – Odete Medauar (Direito Administrativo Moderno, Ed. RT).
Autarquia: órgão especializado autônomo, criado em lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para exercer funções ou atividades típicas da administração pública, que para seu melhor funcionamento, requer gestão administrativa e financeira descentralizada. Definição: art. 5º, I, Dec.-Lei 200/67. Ex: USP,UFG, UFRJ; B.Central, INSS, IBAMA, INCRA, DETRAN; Agências Reguladoras (ligadas aos Ministérios): ANEEL, ANATEL,ANVISA; etc.
Exemplos em GOIÁS: IPASGO; ESEFEGO; JUCEG – Junta comercial do Estado de GO; AGEL – Agência Goiana de Esportes e Lazer; AGANP – Agência Goiana de Administração e Negócios, AGETOP – Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas; AGR – Agência Goiana de Regulação, Controle e Fiscalização de Serviços Públicos.
Empresa pública: entidade de natureza econômica, com personalidade jurídica e patrimônios próprios e capital social exclusivo do Poder Público (União, Estados, DF ou Municípios)– pode ter capital misto, desde que seja de outra pessoa da A.P. Direta ou Indireta, nunca particular. Definição – art. 5º, II, Dec. Lei 200/67. Ex: Infraero; CORREIOS – Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos; CEF; Casa da Moeda; BNDS; Gráfica Nacional.
Exemplos em GOIÁS: IQUEGO; Metrobus; Setransp.
Sociedade de Economia Mista: entidade criada pelo Poder Público para o exercício e exploração da atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, em que a maioria das ações com direito a voto são de propriedade do Poder Público que as instituiu. Definição – art. 5º, III, Dec. Lei 200/67. EX: B. Brasil, Petrobrás, Eletrobrás.
Exemplos em GOIÁS: CELG; SANEAGO; COMURG; Agência de Fomento de Goiás.
Fundação Pública: instituição criada pelo Poder Público com personalidade jurídica própria e um patrimônio doado pelo instituidor, para atingirobjetivos de utilidade pública, ou executar tarefas que beneficiam a coletividade. Tem como curador o MP. Definição – art. 5º, IV, Dec. Lei 200/67. Ex: FUNAI; IBGE; Universidade de Brasília; FGV; FUNASA; Fundação Padre Anchieta (Rádio e TV – TV Cultura); FAPESP – Fundação de Amparo à Pesquisa.
Exemplos em GOIÁS: FUEG – Fundação UEG; Fundação Banco de Olhos de GO; Fundação Orquestra Sinfônica do Estado de GO.
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – ART. 37, CF:
1) Princípio da legalidade - Art. 5º, II e 2ª parte do inciso IV, do art. 84:
	O administrador público não poderá agir, nem deixar de agir, se não for da forma expressa em lei e nas demais espécies normativas, inexistindo, portanto, dentro da Administração Pública, incidência de sua vontade subjetiva. O administrador público não pode se desviar do bem comum, pois uma vez o fazendo, o seu ato será inválido e, deverá o administrador, sujeitar-se à responsabilização disciplinar, civil e criminal.
2) Princípio da impessoalidade – Art. 37, §1 - 2ªparte:
	A Administração Pública deve servir a todos, sem tratamento diferenciado. O mérito da execução dos atos pertence à administração e não ao administrador que os praticou. A impessoalidade consiste, ainda, na proibição de tratamento discriminatório por parte dos agentes públicos.
	Novamente nos ensina o prof. Hely Lopes Meirelles:
“O princípio da impessoalidade, referido na Constituição de 1988 (art. 37, caput), nada mais é que o clássico princípio da finalidade, o qual impõe ao administrador público que só pratique ato para o seu fim legal. E o fim legal é unicamente aquele que a norma de direito indica expressa ou virtualmente como objetivo do ato, de forma impessoal” (ob. cit). 
3) Princípio da moralidade – Art. 5º, LXXIII, Art. 37, §4º - Improbidade administrativa:
	A administração deve agir dentro da ética profissional, da moral administrativa (jurídica) e não da moral comum. Deve, a administração, se pautar entre a proporcionalidade dos meios e os fins a se atingir; entre os sacrifícios impostos à coletividade e os benefícios por ela auferidos. 
	Sobre o tema, sumaria Hely Lopes de Meirelles:
“A moralidade administrativa constitui, hoje em dia, pressuposto de validade de todo ato da Administração Pública (CF, art. 37, caput). Não se trata – diz Hauriou, o sistematizador de tal conceito – da moral comum, mas sim de uma moral jurídica, entendida como ‘o conjunto de regras de condutas tiradas da disciplina anterior da Administração’. Desenvolvendo sua doutrina, explica o mesmo autor que o atente administrativo, como ser humano dotado de capacidade atuar, deve, necessariamente, distinguir o Bem do Mal, o honesto do desonesto. E, ao atuar, não poderá desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas também entre o honesto e o desonesto”.
	Este princípio é tutelado pela ação popular (CF, art. 5º, LXXIII), acarreta a suspensão dos direitos políticos em caso de improbidade administrativa (art. 37, § 4º), dispensando verificar a intenção do agente, porque do próprio objeto é que resulta a imoralidade.
4) Princípio da Publicidade – Art. 5º, XXXIII; Art. 37, §1º - 1ª parte:
	Traduz-se na necessidade de transparência administrativa e consiste na divulgação oficial do ato para conhecimento público das condutas administrativas.
	A publicidade se faz pelo Diário Oficial ou por edital fixado no lugar próprio para divulgação dos atos públicos.
	A regra é que a publicidade somente poderá ser divulgada quando for do interesse público. São exceções: CF, art. 5º, XXVIII; certas investigações policiais (CPP, art. 20); processos cíveis em segredo de justiça (CPC, art. 155), etc.
5) Princípio da Eficiência:
	Este princípio foi expressamente trazido à CF, através da EC nº 19. Requer que o serviço público seja eficaz, atendendo plenamente à necessidade para a qual foi criado. Deve-se pautar pela relação custo-benefício, extraindo dos atos da administração o maior número de efeitos positivos, buscando a excelência dos recursos. Ganha reforço,o princípio da eficiência, com a participação do usuário na administração pública direta e indireta (CF, art. 37, § 3º).
	Alexandre de Moraes elenca algumas características desse princípio:
Direcionamento da atividade e dos serviços públicos à efetividade do bem comum;
Imparcialidade;
Neutralidade;
Transparência;
Participação e aproximação dos serviços públicos da população;
Eficácia;
Desburocratização;
Busca da qualidade.
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS NA CF E EXPLÍCITOS NA NORMA INFRACONSTITUCONAL – LEI 9.784/99, Processo Administrativo (Art. 2º, caput: “A A.P. obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência”.).
1) Princípio da Licitação Pública: É o procedimento administrativo que visa selecionar a proposta mais vantajosa (para o bem comum) para a realização de obras, serviços, compras ou alienações. Esta previsto na CF nos arts. 37, XXI; 22, XXVII e 173, § 1º, III.
	A esse princípio, conforme Kildare Gonçalves Carvalho, são extraídos de forma implícita do texto constitucional:
2) Princípio da supremacia do interesse público sobre o privado
3) Princípio da finalidade: Perseguir a realização do “fim” previsto em lei
4) Princípio da razoabilidade: Ponderação dos valores e uso de parâmetros.
5) Princípio da proporcionalidade: Justa medida das competências administrativas.
6) Princípio da Prescritibilidade dos Ilícitos Administrativos: Vide § 5º, art. 37, CF/88.
	Somente não prescreverá o direito da Administração ao ressarcimento ou indenização do prejuízo.
7) Princípio da Responsabilidade da Administração / Estado (Responsabilidade Administrativa do Estado): Vide § 6º, art. 37, CF.
	É a consagração da regra da responsabilidade civil (patrimonial) do Estado, ou seja, o Poder Público é responsável pelos prejuízos causados à terceiros, não estando o prejudicado obrigado a provar a ocorrência de dolo ou culpa do agente causador do dano, bastando a existência de nexo causal entre a ação.
Ressaltamos que em caso de omissão, ou seja, conduta omissiva, só se pode falar em responsabilidade do Estado quando demonstrada a culpa do serviço.
	São causas excludentes (atenuantes) da responsabilidade estatal: caso fortuito e força maior.

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