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Unidade III LOGÍSTICA INTEGRADA: PRODUÇÃO E COMÉRCIO Profa. Marinalva Barboza Planejamento e controle da produção Para Severo Filho (2006, p. 73), o planejamento e controle da produção (PCP) é o conjunto de funções necessárias para coordenar o processo de produção de forma que os produtos sejam fabricados nas quantidades e prazos certos. Planejamento e controle da produção As funções do PCP são diversas, como: emissão de ordens de produção; gestão de estoques; programação das ordens de fabricação; acompanhamento da produção. Veja as principais atividades do PCP: seguir o planejamento estratégico da empresa em conformidade com marketing e finanças; planejamento mestre da produção; programação da produção; acompanhamento da produção. Planejamento e controle da produção De acordo com TUBINO (1997), o PCP divide-se em funções de longo, médio e curto prazo. Funções de longo prazo são aquelas mais próximas do plano estratégico da organização, como: definição da estratégia de produção a ser adotada; forma de atuação (tradicional ou mais avançada); modelo de produção. Planejamento e controle da produção Funções de médio prazo são aquelas se relacionam com a definição do plano mestre, a partir do plano de produção estabelecido, como: determinação dos produtos que serão produzidos por período; avaliação da capacidade de produção em relação à carga de trabalho que será exigida da máquina ou mão de obra para o cumprimento do plano. Balanced Scorecard Existem várias metodologias de medição do desempenho da logística e do PCP. A que mais se destaca é o BSC – Balanced Scorecard. Conceito de BSC: “O BSC cria uma linguagem para comunicar a missão e a estratégia, utilizando indicadores de desempenho para informar os funcionários sobre o sucesso atual e futuro” (KAPLAN e NORTON, 1997). Balanced Scorecard O BSC tem a missão de traduzir a missão e a estratégia em objetivos e medidas, organizados segundo quatro perspectivas diferentes: financeira, do cliente, dos processos internos e do aprendizado e crescimento. Veja ilustração a seguir: Balanced Scorecard As quatros perspectivas do BSC: Livro-texto, p. 71 - Planejamento Mestre da Produção Conceito do MPS: “O Planejamento Mestre da Produção ou MPS (Master Production Schedule) coordena a demanda de mercado com os recursos internos da empresa, de forma a programar taxas adequadas de produção de produtos finais, sendo um nível intermediário de planejamento responsável pelo processo de desdobramento dos planos estratégicos, de vendas e de operações em planos operacionais” (CORRÊA; GIANESI; 1997). MRP – Material Requirements Planning Planejamento de Recursos Materiais – conceito e evolução: Severo Filho (2006) afirma que o MRP surgiu na década de 1960; Ballou (2004) afirma que somente na década de 1970 sua técnica foi formalizada; o MRP é um método usado para programar peças, materiais e suprimentos, cuja demanda seja razoavelmente conhecida; do ponto de vista logístico, o MRP tem o objetivo de evitar, tanto quanto possível, conservar itens de alto valor em estoque. Interatividade O BSC baseia-se em quatro perspectivas que refletem a visão e estratégia empresarial elencadas abaixo, exceto: a) conselho diretivo. b) financeira. c) clientes. d) processos internos. e) aprendizado e crescimento. Demanda versus capacidade de produção De acordo com Slack (1993), o equilíbrio adequado entre capacidade e demanda pode gerar altos lucros e clientes satisfeitos, enquanto o equilíbrio “errado” pode ser potencialmente desastroso. O planejamento e controle da capacidade é uma das principais responsabilidades dos gerentes de produção. A capacidade dentro da área de produção caracteriza-se pelo sentido estático, sentido físico do volume fixo de um recipiente ou do espaço em um edifício. Demanda versus capacidade de produção Existem três requisitos para uma previsão de demanda: ser expressa em termos úteis para o planejamento e controle da capacidade; ser tão exata quanto possível; dar uma indicação da incerteza relativa. Demanda versus capacidade de produção Sazonalidade da demanda Wallis e Thomas (1971) definem sazonalidade como o “conjunto dos movimentos ou flutuações (sistemáticos) com período igual ou inferior a um ano, mas não necessariamente regular, que ocorre numa série temporal”. A sazonalidade é o resultado de causas naturais, econômicas, sociais e institucionais. Demanda versus capacidade de produção Métodos de previsão da demanda Martins e Laugeni (1999, p. 173) definem previsão da seguinte maneira: “é um processo metodológico para a determinação de dados futuros baseados em modelos estatísticos, matemáticos ou econométricos, ou ainda em modelos subjetivos apoiados em uma metodologia de trabalho clara e previamente definida”. “A escolha do método a ser adotado para a previsão de demanda depende da natureza do produto e de vários fatores” (DAVIS 1997). Demanda versus capacidade de produção Existem vários métodos para prever a demanda, os quais podem ser agrupados em duas categorias principais: quantitativos e qualitativos. Os métodos qualitativos envolvem estimação subjetiva mediante opiniões de especialistas e definem explicitamente como a previsão é determinada. Dois tipos básicos de modelos são usados: modelos de séries temporais e modelos causais. Demanda versus capacidade de produção Nas informações quantitativas são consideradas: influência da propaganda, evolução das vendas no período, variações decorrentes do modismo, variações decorrentes de situações econômicas e crescimento populacional. Integração da produção com outras áreas O marketing como ferramenta logística é um dos processos da cadeia de suprimentos. Sua função é interligar o cliente ao restante da cadeia. Na logística, é uma das atividades de conexão com o cliente: demanda, produto e estruturação dos canais de distribuição. Integração da produção com outras áreas Logística e marketing A visão da logística é de otimização e racionalidade. A visão de marketing e vendas é de escoamento do produto ou serviço. Portanto, ambos estão preocupados com a mesma coisa: a satisfação do cliente, que é a maior garantia de sobrevivência da empresa e dos profissionais envolvidos. Integração da produção com outras áreas A distribuição física dentro de uma visão moderna de Supply Chain Management tem quatro funções básicas: indução da demanda; satisfação da demanda; pós-vendas; troca de informações. Integração da produção com outras áreas Além das funções dos canais de distribuição citadas, devemos verificar o número de níveis intermediários e a largura do canal (número de empresas que atuam) na cadeia de suprimento. Na questão do número de níveis de intermediários, temos três tipos, a saber: canal de nível zero; canal de nível um; canal de dois níveis. Interatividade O método de previsão de demanda que envolve estimação subjetiva mediante opiniões de especialistas é chamado de: a) quantitativo. b) qualitativo. c) sazonal. d) constante. e) tendencioso. Transportes O transporte é uma área fundamentalde decisões no mix logístico. Embora as decisões de transportes se manifestem automaticamente em diversos formatos, as principais são: seleção do modal; roteirização dos embarques; programação dos veículos; consolidação dos fretes. Transportes Os serviços de transportes são realizados por meio de combinação de modais. São atividades fundamentais na logística, pois movimentam os produtos por meio dos diversos estágios de produção e, por fim, até os consumidores. De acordo com Martins (2006), os modais e seus tipos de carga podem ser divididos em cinco modais de operação: ferroviário, rodoviário, hidroviário, dutoviário e aéreo. Vejamos cada um deles: Transportes Dutoviário: altamente eficiente para mover líquidos ou gasosos por grandes distâncias. Exemplo: petróleo, derivados e gás. Os custos de movimentação são baixos, mas a linha de produtos atendida é limitada. Aéreo: limitado pelas altas taxas de frete – limitado aos produtos (de alto valor específico ou que necessitam de rapidez na entrega) que podem compensar os custos elevados por melhor nível de serviço. Exemplo: equipamentos eletrônicos e instrumentos óticos. Transportes Hidroviário: produtos de baixo valor específico e não perecíveis. Custos de estoque mais baixos permitem a utilização de um modal mais lento com fretes mais baixos. Exemplo: granéis, minérios, areia, grãos e cimento. Ferroviário e Rodoviário: há competição pelos produtos que são transportados pelo modal ferroviário com o modal rodoviário. O trem, que possui fretes mais baratos e desempenho um pouco inferior, concentra-se nas cargas de valor específico menor. Transportes De acordo com Ballou (2006), foram constatadas variáveis fundamentais na escolha do serviço de transporte, como: tarifas dos fretes; confiabilidade; tempo em trânsito; perdas, danos, processamento das respectivas reclamações e rastreabilidade; considerações de mercado do embarcador; considerações relativas aos transportadores. Transportes Transportes x competividade: o fornecedor compete pela preferência do comprador por meio da escolha do modal de transporte; um comprador racional reage a essa escolha oferecendo mais negócios ao fornecedor; a proporção do aumento de negócios é dependerá do diferencial de serviços de transporte criado entre fornecedores concorrentes. Sistema da informação na logística ERP – Enterprise Resource Planning. VMI – Vendor Managed Inventory – estoque gerenciado pelo fornecedor. Comércio eletrônico. Sistema da informação na logística Fonte: E-bit, 2007 E-consumidores x faixa etária Sistema da informação na logística Indicadores De acordo com Facchini (2011), os produtos mais comprados pelos brasileiros nas lojas virtuais foram eletrodomésticos como geladeira, fogões e lavadoras. As vendas nesse segmento corresponderam a 17% do faturamento do comércio eletrônico, que cresceu 40% em 2010, totalizando R$ 14,8 bilhões. Sistema da informação na logística O mercado digital vem mudando nas vendas de seus produtos. Alguns já não são mais líderes de vendas, como CDs e DVDs, que representavam 40% dos pedidos da internet e, hoje, não passam de 4% das vendas. Em 2010, o segundo segmento foi o da beleza, saúde e medicamentos, com 12% de faturamento. Em terceiro lugar ficou o segmento dos itens de informática, com 11%. Interatividade O modal mais adequado para transporte de produtos de baixo valor específico e não perecíveis como graneis, grãos e cimentos é o: a) dutoviário. b) aéreo. c) hidroviário. d) ferroviário. e) rodoviário. Estoque “O objetivo de gerir estoques é otimizar seu investimento, aumentando o uso eficiente dos meios da empresa, minimizando as necessidades de capital investido” (CHRISTOPHER, 1997). A principal dificuldade em gestão de estoques está em conciliar os diferentes objetivos de cada departamento da empresa sem prejudicar a operacionalidade. Estoque Para entendermos melhor os estoques, é importante conhecermos alguns conceitos básicos. A seguir, algumas definições de Silva (1981): Demanda ou Consumo (D ou C) – quantidade de material requerido para atendimento das necessidades de produção, comercialização etc., relacionada a uma determinada unidade de tempo. Conceitos Conceitos na gestão de estoque: Quantidade de Ressuprimento (Q); Intervalo de Ressuprimento (IR); Ponto de Ressuprimento (PR); Tempo de Ressuprimento (TR); Estoque de Segurança (ES); ruptura de estoque; estoque real; estoque virtual; índice de rotatividade de estoque; Estoque Médio (EM). Estoque Para Chiavenato (2005), dimensionar estoques significa estabelecer os níveis de estoque adequados ao abastecimento da produção sem atingir os dois extremos: excesso de estoque ou estoque insuficiente. Estoque Funções relativas a gestão de estoque: definir quais os materiais que devem permanecer em estoque; o quanto de estoque será necessário para determinado período e qual o nível de estoque para cada item; quando os estoques devem ser reabastecidos. Estoque Existem alguns motivos que evidenciam deficiências ao se controlar estoques. Vejamos: dificuldades em cumprir prazos de entregas para produtos acabados e tempo de reposição de matéria-prima; alto índice de cancelamento de pedidos ou devoluções; produção frequentemente parada por falta de material ou por manutenção de equipamentos; falta de espaço para armazenagem; baixa rotatividade de estoques. Estoque Razões da existência dos estoques: compras ou produção de forma mais econômica; redução de fretes; prevenir incertezas de abastecimentos; reduzir efeitos de sazonalidades; atender melhor aos consumidores. Estoque As políticas de estoques visam estabelecer padrões que sirvam de auxílio a programadores e controladores, assim como medir a performance do departamento de estoques. O principal problema em dimensionar estoques está na relação entre capital investido, disponibilidade de estoques, custos incorridos e demanda. Se analisarmos o problema focando o departamento financeiro, o retorno de capital – RC pode ser descrito da seguinte maneira: RC = Lucro x Vendas / Vendas Capital Estoque Para Bowersox (2007), as principais funções para o controle dos estoques são: determinar o tempo de permanência dos itens armazenados, a periodicidade de reabastecimento e o volume necessário de estoque para determinado período; acionar o departamento de compras quando necessário; receber, armazenar, assim como atender solicitações conforme as necessidades; controlar os estoques e fornecer informações de quantidade e valor; identificar e retirar do estoque itens obsoletos e danificados. Estoque O custo de manutenção desses estoques pode representar de 20% a 40% do seu valor por ano. Os estoques podem ser classificados em 5 tipos distintos, conforme Christopher (1997): estoque de matéria-prima; estoque de produtos em processo; estoque de materiais semiacabados; estoque de produtos acabados – PA; estoque em consignação. Estoques virtuais Fazer o atendimento cruzado da demanda a partir do estoque virtual dos múltiplos locais de estoque conduz à expectativa de que os índices de atendimento da demanda venham a ser incrementados. Os níveis de estoque do sistema global reduzem quando comparados com o atendimento da demanda a partir (unicamente) da localização primária de estoque para o cliente. A demanda passará a ser atendida concomitantemente a partir de outros pontos de estoque por um sistema de estoque de dois pontos de armazenagem. Armazenagem De acordo com Martins et al. (2006, p. 1), a armazenagem refere-se à “guarda de produtos acabados”, exige que a empresa tenha “grande velocidade na operação e flexibilidade para atender às exigências e flutuações do mercado”. Armazenagem As funções básicas da armazenagem: recebimento (descarga); identificação e classificação; conferência (qualitativa e quantitativa); endereçamento para o estoque; estocagem; remoção do estoque (separação de pedidos); acumulação de itens; embalagem; expedição; registro das operações. Armazenagem Armazéns: podem ser classificados em armazéns de matérias-primas, abastecimento, material auxiliar, produtos acabados, granéis e distribuição. Exemplos de locais de armazenagem: pátios e chãos de fábrica, armazéns das redes de varejo e ainda: equipamentos de transporte – existem alguns equipamentos que possuem o material estocado, como caminhões tipo container, silos, vagões de trens etc. Vantagens As principais vantagens de uma boa gestão dos armazéns: melhorar o serviço ao cliente; reduzir os custos. Interatividade Dentre os principais problemas em dimensionar estoques, podemos citar: a) capital investido. b) disponibilidade de estoques. c) custos incorridos. d) demanda. e) todos os anteriores. ATÉ A PRÓXIMA!
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