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Empresarial II Direito Societario Aula 11

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Direito Empresarial II – Direito Societário: AULA 11
REESTRUTURAÇÃO SOCIETÁRIA
TRANSFORMAÇÃO: é a operação pela qual a sociedade passa de um tipo para outro, independentemente de dissolução e liquidação (Art. 220 da LSA).
Consequência da transformação, portanto, é a obrigatoriedade de alteração de seu contrato social ou estatuto e adequação de sua estrutura às novas regras.
O ato de transformação independe de dissolução ou liquidação da sociedade, e obedecerá aos preceitos reguladores da constituição e inscrição próprios do tipo em que vai converter-se (Art. 1.113 do CC/2002).
Questões pontuais (ROCHA, 104):
• É necessária a dissolução da sociedade para se tornar outra? NÃO (Art. 1.113, 1ª parte, CC/2002).
• A transformação depende do consentimento de todos os sócios? SIM, salvo se prevista no ato constitutivo de outra forma, permitindo a retirada do sócio dissidente (Art. 1.114, CC/2002).
• A personalidade jurídica da sociedade permanece? SIM, mas em razão da nova estrutura deverá obedecer aos preceitos reguladores da constituição e inscrição próprios do tipo em que vai converter-se (Art. 1.113, 2ª parte, CC/2002).
• A transformação não prejudicará os direitos dos credores? NÃO, em caso algum, visto que os credores continuarão, até o pagamento integral dos seus créditos, com as mesmas garantias que o tipo anterior de sociedade lhes oferecia (art. 222, LSA e art. 1.115, CC/2002).
INCORPORAÇÃO: é quando uma ou várias sociedades (incorporadas) são absorvidas por outra (incorporadoras), que lhes sucede em todos os direitos e obrigações, devendo todas aprová-la, na forma estabelecida para os respectivos tipos (Art. 1.116 do CC/2002). Realiza-se pela absorção completa de uma sociedade por outra, com a unificação de patrimônios e sujeitos de direito respectivos.
Questões pontuais (ROCHA 104-105):
• Ocorre a dissolução da sociedade incorporada? SIM, pois aprovados os atos da incorporação, a incorporadora declarará extinta a incorporada, e promoverá a respectiva averbação no registro próprio (art. 1.118, CC/2002).
• A incorporação pode ser operada entre sociedades de tipos diferentes? SIM, e não só de tipos diferentes como também iguais. Regra estendida a fusão e cisão. Deverá ser deliberado na forma prevista para a alteração dos respectivos estatutos ou contratos sociais (art. 223, LSA).
• Se a incorporação, fusão ou cisão envolverem companhia aberta, as sociedades que a sucederem serão também abertas? SIM, vide art. 223, § 3º, LSA, não podendo suceder companhias fechadas. 
Com a incorporação:
a incorporadora recebe os sócios não dissentes da incorporada, com a totalidade dos bens, direitos e obrigações.
a sociedade absorvida deixa de existir no universo negocial, ocorrendo sua extinção sem dissolução e liquidação patrimonial.
A transferência de todas as obrigações da incorporada para a incorporadora independe de anuência dos credores, realizando-se automaticamente. Entretanto, os credores prejudicados podem pedir sua anulação, nos termos do art. 1.122.
FUSÃO: determina a extinção das sociedades que se unem, para formar sociedade nova, que a elas sucederá nos direitos e obrigações (art. 1.119 do CC/2002).
Questões pontuais (ROCHA 105-106):
• Na fusão duas ou mais sociedades são extintas para formar uma só? SIM, com a fusão uma nova sociedade empresária, vide art. 228, §§ 2º e 3º, LSA.
• A fusão precisa ser decidida em cada uma sociedade que pretendam se unir? SIM, dentro da forma estabelecida para os respectivos tipos em reunião ou assembleia dos sócios de cada sociedade, deliberada a fusão e aprovado o projeto do ato constitutivo da nova sociedade, bem como o plano de distribuição do capital social, serão nomeados os peritos para a avaliação do patrimônio da sociedade (art. 1.120, § 1º, CC/2002).
• O credor que se sentir prejudicado pela fusão poderá promover judicialmente a anulação? SIM, até 90 dias após publicados os atos relativos não só da fusão, como também da incorporação ou cisão (art. 1.122, CC/2002).
CISÃO: é a operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver versão de todo o seu patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se parcial a versão (Art. 229 da LSA).
Tipos de cisões:
• Total – como todo o patrimônio da sociedade cindida é transferido para outras sociedades (novas ou existentes), ocorre a sua extinção;
• Parcial – como apenas parte do patrimônio da sociedade cindida é transferida, a outra parte continua existindo.
Questões pontuais (ROCHA 107):
• O CC/2002 não regulou a cisão? NÃO, apesar de citá-la no seu “Capítulo X”, não há referências entre o art. 1.113 e o art. 1.122 do CC/2002.
• A cisão parcial é instituto similar à incorporação? SIM, porque parte da sociedade cindida poderia ser transferida à outra sociedade já existente, o que se assemelha a uma incorporação. A LSA corrobora nesse sentido, art. 229, § 3º.

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