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A questão ambiental contemporânea Aula 3

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A questão ambiental contemporânea 
Segundo Braga et al. (2005), a crise ambiental pode ser descrita considerando-se três aspectos básicos: crescimento populacional, demanda de energia e de materiais e geração de resíduos, ou seja, poluição. Os principais problemas ambientais que atormentam o homem nos dias atuais tiveram seu início com a descoberta do fogo, com a capacidade de o homem de manejar máquinas e equipamentos, com o crescimento populacional e, consequentemente, com a crescente demanda do mercado consumidor. Esse desenvolvimento traz a necessidade de quantidades cada vez maiores de materiais e de energia, resultando em uma quantidade significativa de resíduos. Assim, torna-se vital o entendimento dos principais poluentes e suas múltiplas formas, principalmente aquelas que produzem maior impacto sobre o meio ambiente. 
Vivemos uma era de crise generalizada que afeta diversos aspectos da sociedade, como, por exemplo:
A economia - quebra de bolsas, altos índices de desemprego, recessão, inflação etc.
A política - escândalos de corrupção, omissão e descaso com o bem público, usos e abusos do poder etc.
A cultura - dilemas morais e éticos, valores, comportamentos etc.
O meio ambiente é o cenário onde se desenvolve a sociedade humana e suas crises e, portanto, influencia e é influenciado por elas. Os efeitos dessa crise generalizada sobre o meio ambiente são conhecidos como a questão ambiental contemporânea, evento de escala global, pois diz respeito ao planeta inteiro. Existem diversos problemas ambientais que atuam em diferentes escalas. Observe os exemplos:
Para o filósofo José de Ávila Aguiar Coimbra (2004, p. 559), a questão ambiental: 
“É a conjunção de fatores de ordem técnico-científica, econômica, social, cultural e política, dentre outros, que criou tensões crescentes nas relações de convivência da espécie humana com os demais componentes do ecossistema da Terra, resultando em riscos globais e ameaças à sobrevivência de ambas as partes”. 
Problemas ambientais no Brasil e no mundo — Crescimento populacional e meio ambiente
Há um grande interesse no estudo das populações humanas porque, a partir dele, podemos obter mais conhecimento sobre os nossos problemas, causas e soluções. Ter alimentos em quantidade suficiente para suprir a necessidade alimentar da população é uma das principais preocupações das autoridades governamentais, que já veem a escassez de alimentos como uma realidade muito próxima.
Quando há muitas pessoas vivendo em condições inadequadas, a probabilidade de doenças se espalharem rapidamente afetando toda a população é muito maior.
Alterações climáticas: Existem diversas formas de riscos decorrentes das mudanças climáticas globais nas cidades brasileiras. As nossas metrópoles e grandes cidades sofrem as consequências dessa elevação, que pode agravar a saúde de hipertensos, aumentando a probabilidade de óbito.
Desmatamento: O desmatamento ocorre principalmente em função da abertura de novas áreas para lavouras e pastagens, como também da expansão urbana. Prejuízos ao meio ambiente têm sido evidenciados como consequência desse desmatamento acelerado. Segundo Freitas (2007), em aproximadamente 300 anos o homem terá destruído 50% da área verde natural mundial. De acordo com o autor, anualmente são devastadas cerca de 170.000 km² de florestas, principalmente na Ásia, que destruiu 60% de suas florestas em função da extração de madeira — sendo o Brasil responsável por parcela significativa dessa devastação, pois já destruiu 40% do total de suas florestas. O desmatamento afeta o ritmo das chuvas e qualquer mudança mais intensa nesse sentido poderá culminar em um sério problema climático global e em perda da biodiversidade pelo aumento da probabilidade de extinção de animais e de plantas locais. É imprescindível que a sociedade e as autoridades se posicionem e tomem as providências cabíveis para a redução do desmatamento, pois, caso contrário, as florestas brasileiras estarão fadadas ao extermínio. Veremos na última unidade, possíveis soluções para os principais problemas ambientais. A educação ambiental é uma importante ferramenta que, a longo prazo, principalmente se for inserida nas escolas com o objetivo de conscientizar os alunos a respeito dos prejuízos de ordem ambiental causados pelo desmatamento, poderia surtir um sensível efeito em prol da conservação das áreas florestais. Uma população consciente certamente não devastaria de modo tão severo as florestas brasileiras. 
Em relação à crise ambiental, o economista mexicano Enrique Leff (2001 apud GOMES, 2013, p. 25) aponta que esta crise leva a questionar a racionalidade e os paradigmas teóricos que impulsionaram e legitimaram o crescimento econômico, negando a natureza.
Mecanicismo cartesiano: Doutrina filosófica baseada na redução das entidades e dos processos naturais a elementos simples e a suas combinações; na utilização da máquina como modelo explicativo da natureza; na introdução da matemática na estrutura da explicação científica; e na negação das causas finais na natureza - isto é, a noção de que os fenômenos naturais ocorrem para cumprir um determinado objetivo pré-estabelecido (BATTISTI, 2010).
Este autor acredita que: 
“A visão mecanicista da razão cartesiana converteu-se no princípio constitutivo de uma teoria econômica que predominou sobre os paradigmas organicistas dos processos da vida, legitimando uma falsa ideia de progresso da civilização moderna. Assim, a racionalidade econômica baniu a natureza da esfera da produção, gerando processos de destruição ecológica e degradação ambiental”. 
Organicistas: Para o Dicionário Houaiss, organicismo é “qualquer doutrina que interpreta a natureza ou o universo como um gigantesco organismo vivo”. 
Vivemos em cidades, cada vez maiores e mais populosas, e nem sempre nos damos conta dos custos ambientais que esta escolha gera. Veja: Consumimos mais do que precisamos e descartamos muito além do que podemos gerenciar. Qual é a capacidade da Terra de repor tudo que precisamos e reciclar o que rejeitamos:
Hoje os resíduos já são enviados de um país a outro, por cada vez mais termos espaços limitados para o armazenamento destes.
Pontos fundamentais da questão ambiental
Crescimento descontrolado da população humana e padrão de consumo insustentável 
Todo ambiente tem uma capacidade de suporte de acordo com os recursos naturais que cada organismo precisa para sobreviver. Quando qualquer população cresce e atinge a capacidade de suporte, ela se estabiliza, pois não há recursos suficientes para manter todos indivíduos vivos. No caso da população humana, a tecnologia permite que ultrapassemos, por algum tempo, esta capacidade de suporte, o que significa consumir recursos naturais em taxas insustentáveis e diminuir constantemente esta capacidade, de modo que em breve o planeta não terá mais condições de nos sustentar. 
Observe pelo gráfico, a relação entre a curva da população e a capacidade de suporte. 
	
Segundo o geógrafo Pedro José de Oliveira Machado (1999, p. 123), muitos problemas são inerentes ao grande crescimento e aglomeramento dos homens nas cidades, são eles:
Geração de resíduos e poluentes
A manutenção dos padrões de crescimento populacional e de consumo tem como consequência a geração de resíduos e poluentes, pois todo o processo produtivo humano causa impactos ambientais e gera poluição. Ou seja, além de consumirmos mais recursos do que o planeta é capaz de repor, ainda lançamos no ambiente grande quantidade de materiais e energia que não são assimilados pelos ciclos naturais e pelas teias tróficas, o que resulta na perturbação do equilíbrio natural dos ecossistemas.
Resíduos
De acordo com a Resolução CONAMA nº. 05 de 5 de agosto de 1993, resíduos em estado sólido e semissólido resultam de atividades da comunidade de origem e podem ser classificados em: industrial, doméstico, hospitalar, comercial, agrícola, de serviço e de varrição.
	
Para lidar com problemas ambientais, é preciso considerar e refletir sobre consumoe crescimento populacional. É preciso haver equilíbrio entre consumo e produção para que seja possível implantar as mudanças comportamentais necessárias a fim de minimizar os problemas causados pelo excesso de consumo da sociedade. 
Para os farmacêuticos Cassiana Mazzer e Osvaldo Albuquerque Cavalcanti (2004, p. 67): “Os danos ambientais causados pelas catástrofes que ocuparam a mídia, nestes últimos anos, são insignificantes, quando comparados aos danos cumulativos, na maioria das vezes, imperceptíveis, provocados pela grande quantidade de poluentes menores disponibilizados ao meio ambiente de maneira constante e gradativa”.
Apesar de a legislação ambiental estar mais rígida, ainda geramos uma enorme quantidade de resíduos e poluentes que, frequentemente, não recebem o tratamento adequado.
Desigualdade na distribuição da riqueza
Há um abismo na distribuição da riqueza entre os países ditos desenvolvidos e os subdesenvolvidos. Segundo o Banco Mundial (BIRON, 2013): 
Pessoas vivem em extrema pobreza (com 1,25 dólares por dia).
Como não há condições de produzir seu próprio alimento, essas pessoas precisam compra-los.
Com a degradação do meio ambiente para produção de alimentos, mais doenças e menos qualidade de vida se tem.
Outra questão importante é que pessoas pobres são mais vulneráveis às mudanças que ocorrem nos sistemas naturais, por viverem em regiões de risco e mais vulneráveis a inundações, secas e deslizamento de terras.
Como não possuem infraestrutura física suficiente, em caso de mudanças bruscas ambientais, ficam sem provisão de água potável, saneamento básico e oferta de alimentos. No meio de toda essa dificuldade, grande parte dessa população miserável ainda é bombardeada por propagandas que a instigam a buscar o inatingível padrão de consumo dos mais ricos. Isso só faz crescer a demanda por recursos naturais, os impactos ambientais e a geração de resíduos e poluição. Nessas condições, a vida torna-se uma batalha diária e a preocupação com o meio ambiente desaparece por completo. Para saber qual o percentual da população de cada país que vive abaixo da linha da pobreza, visite a página da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (Central Intelligence Agency – CIA). No Brasil, a preocupação com a questão ambiental se reflete na Constituição Federal de 1988. 
Todo cidadão(ã) deve conhecer a constituição de seu país; é fundamental para o cumprimento dos seus deveres e exigência dos seus direitos. Será que você conhece a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988? Se não conhece, acesse a página da Presidência da República e passe a conhecer! Do final da década de 1980 até os dias de hoje, muitas das determinações constitucionais já foram regulamentadas por leis. Portanto, na teoria, existem diversas medidas que tentam evitar o agravamento da questão ambiental. 
“Um dos grandes desafios que enfrentamos é fazer com que essas leis saiam do papel, sejam efetivamente cumpridas e o meio ambiente seja realmente protegido”. 
Todos esses aspectos mostram o quão complexa e multifacetada é a questão ambiental contemporânea. Ela é uma grande crise que ameaça constantemente a vida na Terra, não apenas dos seres humanos, mas de todos os organismos. Portanto, ela só pode ser compreendida em escala global.

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