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Produção mercantil simples X produção mercantil capitalista A produção mercantil surge durante o escravismo e desenvolve-se no feudalismo, especialmente a partir do século XIII. Sob o escravismo, ela se destaca através do trabalho dos artesões, que eram trabalhadores livres. No feudalismo, o contingente de artesões aumenta e as mercadorias por eles produzidas se somam aos excedentes produzidos por camponeses e destinados à troca. Essa produção era denominada produção mercantil simples e, segundo, Netto e Braz (2012), assentava-se em dois pilares: Com a produção capitalista, surgem duas classes antagônicas: o capitalista, representado pela figura do burguês que dispõe de capital e de meios de produção, e o proletariado que é o operário, ou seja, o produtor direto, que é livre para vender a sua mão de obra. Percebe-se que o fator que determina os participantes de cada classe é a propriedade ou não dos meios de produção. Em resumo, pode-se afirmar que, no modo de produção capitalista, o burguês é o representante do capital e o proletariado do trabalho. Trabalho pessoal Proprietário dos meios de produção Realizado por camponeses e artesãos A classe que os empregava Outra característica importante da produção mercantil simples é o papel do dinheiro no processo que servia exclusivamente como meio de troca, ou seja, funcionava como simples intermediação entre mercadorias distintas. Como já foi explicado anteriormente, a partir do século XIII, foi vivenciado o desenvolvimento do comércio e, com isso, o declínio do feudalismo. Esses acontecimentos vão influenciar significativamente a evolução da produção mercantil simples para a produção mercantil capitalista. Veja as fases do capitalismo: Capitalismo Mercantil: séculos XVI, XVII e XVIII - defende o acúmulo de metais preciosos pelo Estado, por meio de um comércio exterior de caráter protecionista; Capitalismo industrial: é o capitalismo propriamente dito. Surgiu e se consolidou no mundo com a revolução industrial, a partir da segunda metade do século XVIII, e especialmente no século XIX. Capitalismo financeiro: marcado pela globalização, que acelerou o capitalismo em um ritmo jamais imaginado. Sobre essa transição, Netto e Braz (2012) afirmam que as bases da produção mercantil capitalista são completamente distintas da produção mercantil simples. Ambas são respaldadas na divisão social do trabalho e na propriedade dos meios de produção. No entanto, na produção mercantil capitalista, a propriedade não cabe ao produtor direto e sim ao capitalista representado pelo burguês. O trabalho pessoal do proprietário é substituído pela compra da força de trabalho, que, combinado aos meios de produção que lhes pertencem, vai conceber a mercadoria. Pode-se perceber que, no capitalismo, a força de trabalho se transforma em mercadoria. A força de trabalho será comprada pelo capitalista mediante salário pago ao trabalhador. Os ganhos do capitalista com a produção são denominados de lucro. O surgimento e desenvolvimento do modo de produção capitalista criaram um alto grau de desenvolvimento da produção de mercadorias e um respectivo aumento do papel do dinheiro nas relações comerciais de troca. Para o contínuo desenvolvimento do capitalismo, é necessário de que se solidifiquem dois polos antagônicos: uma classe que dispões de recursos para comprar a força de trabalho, que nesse contexto é considerada uma mercadoria, e outra classe que dispõe de sua força de trabalho e está disposta a vender como única mercadoria que possui. De acordo com Netto e Braz (2012), o valor de uma mercadoria é a quantidade de trabalho média, em condições históricas, necessárias para a sua produção. O valor só se evidencia quando mercadorias diferentes são comparadas em um processo de troca. Quando as trocas eram limitadas, uma mercadoria era comparada a outra e o seu valor era derivado desta comparação. Com a evolução do capitalismo e o aumento das relações comerciais, foi necessária uma mercadoria especial, na qual, todas as outras expressassem o seu valor, assim surgiu o dinheiro. Os mesmos autores acrescentam ainda as demais funções do dinheiro, a saber: No que se refere ao valor, a lei do valor diz que as mercadorias são trocadas conforme a quantidade de trabalho socialmente necessária para sua concepção. A lei do valor balizou as relações econômicas, quando a produção mercantil e o capitalismo de solidificaram. Analisando agora o lucro, pode-se perceber que ele é a mola propulsora do modo de produção capitalista e o objetivo de todo capitalista. Marx denomina o lucro dos capitalistas de mais-valia e afirma que o mesmo é fruto da exploração do trabalho. O salário é o preço da força de trabalho, que será comprada pelo capitalista, e, assim como qualquer outra mercadoria, é regida pela lei do valor. Sobre a exploração do trabalho e produção da mais-valia, Netto e Braz (2012) explicam que, durante a jornada de trabalho, a força de trabalho produz mais valor do que o requerido para tal reprodução, é desse valor excedente (mais-valia) que o capitalista se apropria sem nenhuma despesa ou custo. Segundo os mesmos autores, ao longo da jornada de trabalho, o tempo de trabalho se desdobra em duas partes. São elas: Tempo de trabalho necessário: O trabalhador produz o valor correspondente àquele que justifica a sua reprodução. Esse valor correspondente ao salário que recebeu. Tempo de trabalho excedente: Produção do valor excedente (mais-valia), que é extraído pelo capitalismo sem a devida remuneração. Importante: Sobre a necessidade de que o processo de produção seja contínuo, Marx, em sua teoria, revela que a conversão de mais-valia em capital caracteriza a reprodução ampliada, que realiza a acumulação de capital, ou seja, a aplicação da mais-valia em capital denomina-se acumulação de capital, acrescenta ainda que essa acumulação é essencial para a sustentação do modo de produção capitalista. Conclusão: não existe capitalismo sem acumulação de capital. Da relação entre o trabalho necessário e o trabalho excedente nasce a taxa de mais-valia, decorrência da taxa de exploração do trabalho pelo capital. Netto e Braz (2012) acrescentam que a mais-valia produzida é geralmente dividida em três partes: Lucro industrial: parte apropriada pelo capitalista que implementa o processo produtivo; Juro: parte que o capitalista transferirá àqueles que lhe emprestaram dinheiro; Lucro comercial: parte cedida aos comerciantes. É fato que a distribuição da renda nacional está relacionada ao modo de produção implantado na economia. No capitalismo, a distribuição é realizada sob o comando do capital e em detrimento dos trabalhadores. De acordo com Netto e Braz (2012), a renda nacional divide-se em duas partes: O salário recebido pelos trabalhadores; A mais-valia, que é apropriada pelos capitalistas. Nas mais diversas formas de organização da economia, a produção de bens é necessária para a manutenção das inúmeras atividades desenvolvidas no cotidiano do homem, por essa razão, o processo de produção não pode ser interrompido. Em virtude da necessidade de que o processo de produção seja contínuo, parte da produção não pode ser consumida no presente e sim transformada em meios de produção, a fim de que uma nova produção seja realizada.
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