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Trabalho e Sociedade
Bens e serviços
Quando vamos a um supermercado comprar alimentos, produtos de limpeza ou eletrodomésticos, estamos adquirindo bens. Em contrapartida, quando pagamos a passagem de ônibus ou uma consulta médica, estamos comprando serviços. Bens são todas as coisas materiais colhidas na natureza ou produzidas para satisfazer necessidades humanas. Serviços são as atividades econômicas voltadas para a satisfação de necessidades e que não estão relacionadas diretamente à produção de bens.
Um vendedor de sapatos, por exemplo, presta o serviço de fazer chegar ao consumidor o produto do fabricante. Um médico, ao utilizar seus conhecimentos para tratar um paciente, está prestando um serviço. Um taxista emprega sua habilidade em conduzir veículos para o transporte de passageiros.
Esses profissionais são prestadores de serviços. Em qualquer atividade econômica, bens e serviços estão interligados. Uns dependem dos outros para que o sistema econômico funcione. Bens e serviços resultam da transformação de recursos da natureza em objetos úteis à vida humana. E isso só ocorre por meio do trabalho nos processos de produção.
Produção, Distribuição, Consumo
Com nosso trabalho, somos capazes de produzir alguns bens e realizar serviços que eventualmente podemos utilizar. Entretanto, como um indivíduo isolado não é capaz de produzir tudo aquilo de que precisa, somos "obrigados" a viver em sociedade. Coletivamente, as pessoas participam da vida econômica, tendo como principais atividades a produção, a distribuição e o consumo de bens e serviços.
Enquanto trabalham, os operários estão atuando na produção. Como compradores de bens e serviços, participam da distribuição. Quando consomem esses bens e serviços, estão participando da atividade econômica na condição de consumidores.
O Trabalho Humano
Evidentemente, para que algum bem ou serviço seja oferecido no mercado, é necessário primeiro que seja produzido. Consideremos, por exemplo, o processo produtivo de uma fábrica de móveis. Primeiro, a árvore (matéria bruta) é derrubada e serrada em grandes pranchas. Em seguida, essas pranchas de madeira (matéria-prima) vão para a fábrica. Ali, são transformadas em bens - mesas, cadeiras, etc. por meio do trabalho dos operários, que utilizam ferramentas e equipamentos. Finalmente, esses bens são enviados à loja, que prestará o serviço de vendê-los ao consumidor.
Da matéria prima ao produto final
Vamos considerar outro exemplo. Em seu trabalho, a costureira transforma em roupa uma peça de tecido de algodão - que é obtida de uma matéria-prima vegetal. Para isso, ela trabalha com uma máquina de costura, utilizando linhas, botões, colchetes, tesouras e agulhas. Seu trabalho também exige o consumo de energia elétrica para a iluminação e para o funcionamento da máquina de costura.
Finalmente, com as técnicas que aprendeu e a habilidade que desenvolveu, a costureira produz um vestido. Entretanto, para que esse vestido existisse foi necessária uma sucessão de trabalhos diferentes. Da lavoura do algodão ao último botão pregado na roupa, houve trabalho humano - físico e mental. Podemos dizer, portanto, que o principal fator do processo de produção é o trabalho.
O processo de produção é formado por três componentes principais associados:
O trabalho; matéria-prima; Instrumentos de produção.
O Trabalho Humano
Toda atividade humana que resulte em bens ou serviços é considerada trabalho. É trabalho, tanto a atividade do operário de uma indústria quanto a do engenheiro que projeta os bens a serem produzidos pela fábrica. A atividade do artista que pinta um quadro, que encena uma peça de teatro, ou que compõe uma música, também é trabalho. Todo trabalho resulta da combinação de dois tipos de atividade: manual e intelectual. O que varia é a proporção com que esses dois aspectos entram no processo de produção. O trabalho de um operário é mais manual do que intelectual; em alguns casos, quase exclusivamente manual. Apesar disso, exige certo esforço mental. Já o trabalho de um engenheiro é mais intelectual do que manual - a elaboração e os cálculos necessários para projetar uma ponte, por exemplo. Entretanto, sua atividade tem um aspecto manual, seja no manuseio dos instrumentos de trabalho, seja na passagem da concepção do projeto para o papel. Podemos concluir então que não existe trabalho exclusivamente manual ou exclusivamente intelectual, mas, sim, predominantemente manual ou predominantemente intelectual. 
O valor da qualificação
 O trabalho pode ser classificado conforme o grau de capacitação exigido do profissional. Assim, temos:
 • Trabalho Qualificado - Não pode ser realizado sem um certo grau de aprendizagem e conhecimento técnico; o trabalho de um torneiro mecânico, por exemplo, enquadra-se nessa categoria; 
• Trabalho não Qualificado - Pode ser realizado praticamente sem aprendizagem; por exemplo, o trabalho de um servente de pedreiro. Essa classificação não é uma simples divisão teórica. Ela atinge profundamente a vida das pessoas, pois diferentes salários são atribuídos conforme o grau de capacitação ou qualificação exigido pelas tarefas a cumprir. Ao observar anúncios de emprego, podemos avaliar as vantagens salariais que têm um torneiro mecânico ou um técnico em informática - cujas funções exigem aprendizado prévio -, em relação a um operário da construção civil não especializado. 
Matéria-prima 
Os componentes iniciais do produto que no processo de produção são transformados até adquirirem a forma de bem final são chamados de matéria-prima. No exemplo da costureira, sua matéria-prima são: o tecido, a linha, os botões, os colchetes. Todos eles participam na confecção da roupa. Por sua vez, a produção desses componentes iniciais tem como matéria-prima objetos extraídos da natureza: o algodão, a seda, o metal, etc. De fato, antes de serem transformados em matéria-prima, tais componentes encontram-se na natureza sob a forma de recursos naturais.
Recursos naturais
Para produzir, o ser humano utiliza recursos naturais como o solo (para a agricultura e a pecuária), as rochas (para a mineração), os rios e quedas d'água (para a navegação e a produção de energia elétrica), o petróleo (do qual saem a gasolina, o plástico e outros produtos), etc. É preciso observar que, na qualidade de fonte de minérios, as rochas são recursos naturais apenas para as sociedades que as utilizam na produção de bens. Não o são para as sociedades que não praticam a mineração. A utilização de um recurso natural pode mudar ao longo da história. Um bom exemplo são as quedas d'água. Inicialmente, elas eram apenas um elemento da natureza. Quando se descobriu que era possível gerar energia movendo moinhos (o que ocorreu na Idade Média) e, mais tarde, produzir eletricidade nas usinas hidrelétricas (já na sociedade industrial), as quedas d'água passaram a ser utilizadas como recurso natural. Na qualidade de recurso natural, elas tornaram-se parte integrante da economia. Porque, quando o "elemento natural" passa a ser "recurso", caracteriza-se um uso social do que antes era só natureza. 
Meios de produção 
Todos os objetos que direta ou indiretamente nos permitem transformar matéria-prima em bem final são chamadas de instrumentos de produção. É o caso das ferramentas, dos equipamentos e das maquinas. O local de trabalho, a iluminação, a ventilação e as instalações necessárias à atividade produtiva também são instrumentos de produção. Assim, instrumento de produção é todo bem utilizado pelo ser humano na produção de outros bens e serviços. Como vimos, sem matéria-prima e sem instrumentos de trabalho não se pode produzir. Eles são necessários para realizar qualquer tipo de trabalho. A matéria-prima e os instrumentos de produção constituem os meios de produção. Certos recursos naturais, como a terra, também são meios de produção. O conceito de meios de produção é, portanto, mais amplo do que o de instrumentos de produção. 
As Forças Produtivas 
Todo processo produtivo combina o trabalho com os meios de produção. Esses dois componentes estãopessoas.
Contente com o resultado do próprio ensaio, Smith passou a vida toda fazendo revisões em sua obra.
A Riqueza das Nações
A obra mais importante da carreira de Smith foi “A Riqueza das Nações”, que serviu como base para o desenvolvimento do liberalismo clássico e de toda a teoria econômica moderna. Foi neste livro que Smith defendeu a não participação governamental nas decisões econômicas e de trabalho, servindo como base para a ideia de Estado Mínimo.
Em “A Riqueza das Nações”, Adam Smith dizia que a função do governo de cada nação deveria ser a de garantir segurança, ordem e o direito à propriedade privada. Seus argumentos se contrapõem ao modelo econômico mercantil, que sofria forte influência do Estado, e se baseiam na defesa de que todo indivíduo deveria ter liberdade para oferecer ou contratar mão-de-obra.
Foi neste livro também que o autor apresentou seu conceito da mão invisível do mercado, que defende o preceito de que a economia flui naturalmente quando patrões e trabalhadores têm liberdade de negociação.
Frases de Adam Smith
Muitas frases de impacto podem ser retiradas das obras de Smith. Entre elas, destacam-se:
“O que vai gerar a riqueza das nações é o fato de cada indivíduo procurar o seu desenvolvimento e crescimento econômico pessoal”.
“Onde há grande propriedade, há grande desigualdade. Para um muito rico, há no mínimo quinhentos pobres, e a riqueza de poucos presume da indigência de muitos”.
“A ciência é o grande antídoto contra o veneno do entusiasmo e da superstição”.
“É injusto que toda a sociedade contribua para custear uma despesa cujo benefício vai a apenas uma parte dessa sociedade”.
“É o medo de perder seu emprego que restringe suas fraudes e corrige sua negligência”.
“A ambição universal dos homens é viver colhendo o que nunca plantaram”.
“A riqueza de uma nação se mede pela riqueza do povo e não pela riqueza dos príncipes”.
“O verdadeiro valor das coisas é o esforço e o problema de as adquirir”.
“Nenhuma nação pode florescer e ser feliz enquanto grande parte de seus membros for formada de pobres e miseráveis”.
Críticas a Adam Smith
Ainda hoje existem economistas que defendem os ideais de Adam Smith, mas há muitos estudiosos que discordam de seu posicionamento liberal e que apontam contradições em sua obra.
A ideia da mão invisível do mercado, por exemplo, é frequentemente debatida por autores modernos que mostram como as estruturas sociais não permitem que haja uma movimentação natural da economia.
A liberdade de negociação entre patrão e empregado também é outro ponto polêmico, visto que, na prática, o lado do empregado tem um peso muito menor do que a proposta de quem está contratando a mão-de-obra — se um servente de pedreiro, por exemplo, propõe um valor X ao dia de trabalho, é bem provável que o contratante faça uma proposta de pagamento inferior e que, caso o servente não aceite, o contratante simplesmente encontre outra pessoa que se submeta a trabalhar o mesmo tempo por um pagamento inferior.
Outra crítica diz respeito às ideias de moralidade defendidas pelo autor em seu primeiro livro, já que seu ensaio econômico simplesmente refutou os preceitos de “Teoria dos Sentimentos Morais”.
De qualquer maneira, estudar os ideais de Adam Smith é interessante quando o intuito é compreender o capitalismo, modelo econômico vigente, e as bases estruturais do pensamento liberal e do conceito de liberdade individual.
Link de um artigo para Entender melhor a lei da oferta e da demanda (procura)
https://www.politize.com.br/lei-da-oferta-e-demanda/
Capitalismo financeiro
O capitalismo financeiro representa a fase do sistema capitalista marcada pela especulação monetária e pelo maior peso do setor bancário na economia.
O capitalismo financeiro é um sistema econômico, subtipo do capitalismo, que surgiu no começo do século XX e apresenta como característica principal a subordinação dos meios de produção para a acumulação de dinheiro e obtenção de lucros através do mercado financeiro (ações, produtos financeiros, títulos, derivativos e mercado de câmbio). O capitalismo financeiro está presente na economia mundial até os dias de hoje.
Principais características
- Forte presença, na primeira metade do século XX, de empresas (indústrias, comércios e finanças) monopolizadoras;
- Integração do capital industrial ao bancário;
- Busca de lucros expressivos no mercado financeiro, através da negociação de ações, moedas, derivativos e outros produtos financeiros;
- Fortalecimento do sistema de empréstimos e financiamentos para aquisição de bens (imóveis, carros e outros produtos);
- Fortalecimento das bolsas de valores;
- Surgimento de empresas multinacionais (transnacionais);
- Aumento da importância dos bancos na vida das empresas e pessoas. Dependência para pagar contas, obter empréstimos e financiamentos, investimentos e outras atividades financeiras.
- Aumento da especulação financeira nos mercados;
- Aumento dos lucros dos bancos, financeiras, corretoras de seguros e corretoras que operam com ações nas bolsas de valores;
- Surgimento e valorização de profissões voltadas para o mercado financeiro;
- Surgimento, uso e dependência de sistemas tecnológicos nas operações financeiras.
O sistema capitalista, desde o seu surgimento, ao final do século XIV e início do século XV, passou por diferentes eventos que foram responsáveis por alterar a sua dinâmica e suas principais características. Inicialmente, ele constituiu-se em sua fase comercial, isto é, em que as trocas envolvendo mercadorias (sobretudo especiarias) estavam no centro do andamento da economia. Posteriormente, com o avanço da industrialização, essa centralidade passou a ser exercida pelas empresas e suas fábricas.
Posteriormente, no entanto, ao final do século XIX e início do século XX, o capitalismo conheceu uma nova era, sobretudo pela divisão das empresas em ações e pela união entre o capital industrial e o capital bancário. Nascia, então, o capitalismo financeiro, o momento em que a economia passou a estar centrada no mercado de ações e no sistema especulativo de créditos, juros, valorizações, entre outros elementos.
O grande símbolo, por assim dizer, do sistema capitalista a partir de sua constituição financeira é a bolsa de valores, pois é nela que os principais capitais, bem como as ações e títulos, são negociados. É possível conceber, então, que ela funciona como um grande “coração” do capitalismo a partir de então, pois passou a concentrar em torno de si todos os principais investimentos no mercado.
Além disso, o peso dos bancos na economia tornou-se ainda mais elevado. Isso porque é a partir deles que as atividades produtivas, na cidade ou no campo, passaram a ser financiadas. Os bancos também atuam diretamente no desenvolvimento econômico, negociando empréstismos, faturando por meio de juros e transformando ações e dívidas em “ativos”, que são comercializados como se fossem mercadorias.
O desenvolvimento das empresas, que passaram a ser administradas por inúmeros acionistas, ocorreu de forma acentuada, sobretudo aquelas inicialmente oriundas de países desenvolvidos. Elas adquiriram a capacidade de investir em outras empresas (inclusive as concorrentes), comprando as suas ações e, assim, controlando o mercado. Em virtude dessa dinâmica, em que poucas marcas dominam a rede comercial, muitos teóricos passaram a chamar o capitalismo financeiro de capitalismo monopolista.
Além disso, com o desenvolvimento das técnicas e os investimentos em comunicação e transporte, essas grandes corporações começaram a instalar-se em outros territórios, ganhando dimensões internacionais: são as chamadas empresas transnacionais, também conhecidas como multinacionais ou empresas globais.
O crescimento das grandes corporações avançou principalmente em direção aos países periféricos e emergentes, incluindo o Brasil, que conheceram, assim, o seu processo de industrialização. Note que em países subdesenvolvidos, a industrialização, portanto, ocorreu pela intervenção estrangeira sobrepondo-se ao desenvolvimento local.Essas empresas buscavam um maior acesso a matérias-primas, o emprego de mão de obra a custos muito inferiores e a expansão de seus mercados consumidores.
Houve, então, uma transformação nas características da Divisão Internacional do Trabalho (DIT). Os países subdesenvolvidos, que apenas exportavam matérias-primas, passaram a produzir também produtos industrializados. As grandes empresas conseguiram produzir, então, a custos mais baixos, principalmente em razão dos incentivos fiscais cedidos pelos governos locais, que demandam a presença dessas indústrias para a geração de empregos.
Em resumo
Com o avanço do crescimento industrial desde a Revolução Industrial no século XVIII, novas formas de obtenção de lucro foram sendo desenvolvidas.
Se no período capitalista anterior (Capitalismo Industrial) a essência para obtenção do lucro era a produção industrial em larga escala, no capitalismo monopolista, surgem as grandes empresas interessadas no monopólio. Lembre-se que esse termo corresponde à dominação da oferta de determinado serviço ou produto.
Assim, de produtos industriais, os interesses agora são voltados para os produtos financeiros. Nesse momento, a especulação do mercado em busca de lucro está pautada nas ações de empresas, juros, financiamentos, empréstimos, investimentos, dentre outras formas de crédito, as quais são transformadas em mercadorias.
De tal modo, as indústrias e os bancos fundem o capital que passa a ser gerido por instituições financeiras, sejam os bancos, as corretoras de valores ou as empresas multinacionais.
Esse novo panorama foi intensificado pelo processo de monopolização dessas instituições, as quais concentram cada vez mais o capital, aumentando assim a concorrência.
Para obterem lucro, essas empresas monopolistas buscam principalmente nos países subdesenvolvidos matérias-primas, mão-de-obra barata e assim, a ampliação dos mercados consumidores pelo mundo.
Embora o comércio e a indústria fazem parte do sistema capitalista, atualmente, o sistema financeiro é o que mais controla a economia, aumenta os lucros, acumulando cada vez mais o capital.
O Capitalismo Financeiro representa a terceira fase ou período da história do sistema capitalista. Não existe um consenso quanto ao seu início, mas estima-se que ele tenha se iniciado a partir do final do século XIX e se consolidado ao longo de todo o século XX.
Essa fase do capitalismo é marcada pela união entre vários investidores em uma mesma empresa, a fim de ampliar o capital de giro (isto é, o dinheiro investido na empresa para ampliar os lucros) e expandir a aplicação de novas tecnologias no processo produtivo.
Em linhas gerais, podemos dizer que o sistema foi assim implantado: ao invés de um único empresário ser dono de uma fábrica ou empresa, é melhor ele vender parte dela para outros investidores. Para isso, o dono divide a empresa em ações, vendendo 49% delas e permanecendo com 51% (o que faz com que ele seja o sócio majoritário, com maior poder de decisão e lucro). O dinheiro ganho na venda dessas ações é usado em prol da própria empresa no sentido de ampliar os lucros, que serão divididos entre os sócios conforme a percentagem de ações que cada um possui.
Esse processo de divisão de empresas em ações marcou a grande participação entre os setores industrial e bancário, formando, então, um grande setor financeiro, que passou a ser o centro da economia desde então. Tal processo foi denominado por financeirização da economia.
O resultado disso foi a aplicação de vultosas somas de dinheiro em modernização produtiva e expansão de empresas, que se tornaram gigantes econômicos, o que se intensificou com a Terceira Revolução Industrial e a Globalização. A partir de então, essas empresas passaram a se localizar em dois ou mais países, transformando-se nas grandes multinacionais que atualmente ditam os rumos da economia global.
Não por acaso o Capitalismo Financeiro também é chamado de capitalismo monopolista, em virtude da dificuldade de empresas de menor porte em concorrer com as grandes marcas. Outro fator são as recorrentes fusões entre diferentes empresas ou a compra de pequenas fábricas por companhias maiores para eliminar a concorrência.
Pode-se concluir, então, que o Capitalismo Financeiro vem contribuindo para a eliminação ou diminuição da antiga lei da livre concorrência.
Um bom exemplo é o caso do Guaraná Jesus, um refrigerante marcado por sua coloração rosa e pelo grande mercado que possuía na região Nordeste, mais especificadamente no estado do Maranhão. Diante da ameaça de ter um concorrente em ascensão, a Coca-Cola comprou a marca em 2002, restringindo a sua venda, a partir de então, apenas para algumas poucas regiões do país. Tal prática é recorrentemente adotada por essa e outras grandes empresas multinacionais e marcam a atual fase financeira do capitalismo mundial.
Conceitos Básicos sobre Economia.
Inflação
Inflação é o aumento dos preços de bens e serviços. Ela implica diminuição do poder de compra da moeda. A inflação é medida pelos índices de preços. O Brasil tem vários índices de preços. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o índice utilizado no sistema de metas para a inflação 
Causas da Inflação
Há duas forças principais que afetam a inflação: custos e demanda.
Do lado dos custos, podemos citar reajustes nos preços dos chamados insumos básicos (como energia elétrica e combustíveis). Esses itens pressionam os custos de todas as empresas, sendo em parte repassados ao consumidor final quando o produto chega nas prateleiras de lojas e supermercados.
Esse tipo de fenômeno afeta a inflação apenas no curto prazo. Por exemplo, se a gasolina aumentar 10% hoje, não dá para esperar que os preços dos alimentos continuem a subir por causa disso pelos próximos 10 anos.
Para que tenhamos uma explicação para a inflação no longo prazo causada por custos, precisaríamos que os custos aumentassem sem parar ao longo de diversos períodos. Mas não é o caso. Na verdade, por causa de avanços tecnológicos ao longo dos anos, os custos tendem a apresentar uma trajetória descendente, de queda, e não ascendente, de alta.
E, como dito, existe a inflação puxada pela demanda.
Essa demanda vem do consumo (tanto das famílias como do governo) e do investimento das empresas. A capacidade produtiva da economia é dada pelo estoque de máquinas, fábricas, infraestrutura, força de trabalho e sua qualificação, etc. No curto prazo, essas coisas são difíceis de mudar. Logo, quando a demanda cresce muito rapidamente, torna-se maior que a oferta. E esse processo acaba puxando os preços para cima e gerando inflação.
E o que pode estar por trás desse aumento de demanda?
Uma mudança na lei que dê mais acesso ao crédito pessoal, por exemplo. Dar mais crédito pessoal é, na prática, permitir que a gente gaste mais dinheiro. Ou, então, um aumento grande nos gastos públicos – o que tende a acontecer em um ano eleitoral. Mas, mais uma vez, esses são efeitos apenas de curto prazo. E não dá para esperar que o aumento de gastos públicos em ano eleitoral gere inflação por muitos e muitos anos no futuro.
Outro fator puxa a demanda ao longo do tempo e explica a inflação no longo prazo: a expansão na oferta de moeda na economia, chamada pelos economistas de expansão monetária. E essa causa merece um cartão só para ela.
Algumas informações sobre IPCA Brasil
https://www.cashme.com.br/blog/ipca/
Grupos que compõe o índice de inflação
Evolução dos grupos que compõe o índice da inflação e seu peso no calculo em dois períodos.
Alguns subitens que entraram e os que saíram na ultima atualização
Deflação
Por que a deflação é também indesejável?
O Banco Central trabalha para manter a inflação baixa – não para que os preços declinem. A perspectiva de que os valores cobrados sejam relativamente estáveis ao longo do tempo, com inflação baixa e previsível, é importante para o planejamento de todos. 
Ao contrário do que possa parecer, preços em queda podem ser prejudiciais para o bom funcionamento da economia. Um comerciantepoderá ter prejuízo se ganhar menos amanhã pelo estoque que fez hoje. 
As famílias e as empresas poderão adiar suas decisões de consumo e investimento se houver a perspectiva de que os preços serão mais baixos amanhã, deprimindo a atividade econômica.
Lastro
Lastro, em Economia, é a garantia implícita de um ativo. O conceito de lastro é utilizado para determinar o valor real das moedas, no sentido de que o lastro é equivalente às riquezas de um país, cuja moeda pretende representar.
Um país só poderá imprimir mais moeda (dinheiro) se houver um lastro, ou seja, a produção de riquezas equivalente ao dinheiro impresso. Caso o governo produza uma certa quantidade de moeda sem uma garantia de que terá o retorno, a moeda acaba perdendo o valor, a impressão de dinheiro acaba não tendo efeito nenhum e consequentemente o surgimento de um cenário de hiperinflação.
 Bolhas de crédito são geradas na impressão de dinheiro sem lastro, causando graves distorções no mercado e nos preços.
Não resolve imprimir mais dinheiro
Com mais grana no bolso, as pessoas compram demais e os produtos faltam, ficando mais caros. E não, isso não é suposição - a história comprova.
Quando JK presidiu o país, entre 1956 e 1961, notinhas extras foram impressas para pagar as dividas criadas pelo seu projeto de expansão.
O processo de inflação que veio em seguida foi tão grande que só começou a diminuir décadas depois, com a implantação do plano real.
O ato de imprimir moeda não faz com que a capacidade produtiva seja aumentada. Essa escolha não mexe na capacidade produtiva da economia; não cria novas estradas e pontes; não aumenta a quantidade de máquinas; e mantém inalterada a qualidade educacional da população. Além disso, a quantidade de bens e serviços que a economia poderia produzir também não cresce.
Bom, com mais grana impressa pelo governo, as pessoas teriam, obviamente, mais dinheiro para gastar. E, assim, poderiam comprar mais coisas. Em outras palavras, a quantidade de bens que a economia produz (oferta) não mudaria, mas a demanda por esses bens cresceria.
Mas quando temos a demanda maior que a oferta… O que acontece mesmo? É isso aí: os preços sobem.
Acelerar o ritmo de impressão de moeda nova é o mesmo que acelerar o ritmo de alta dos preços. Esse movimento de crescimento de preços é a famosa e temida taxa de inflação.
Padrão Ouro e Moeda Fiduciária
Moeda fiduciária é qualquer título não-conversível, ou seja, não é lastreado a nenhum metal (ouro, prata) e não tem nenhum valor intrínseco. Seu valor advém da confiança que as pessoas têm em quem emitiu o título. A moeda fiduciária pode ser uma ordem de pagamento (cheques, por exemplo), títulos de crédito, dinheiro de papel, entre outros.
Padrão Ouro - Este regime se fundamentava na obrigatoriedade de cada país manter parte significativa de seus ativos de reserva internacional em forma de ouro. Essas reservas determinavam as condições do comércio de cada nação.
Valor intrínseco 
O ouro sempre foi o preferido nas relações comerciais.
Ao longo de toda a história da humanidade, o ouro sempre foi escolhido como meio de troca por causa, sobretudo, de sua raridade (o que lhe atribui maior valor em relação a outros metais). Mas a opção pelo metal não se deveu apenas a essa característica. Além de mais raro que os demais, ele é bonito, brilhante, imune à corrosão e fácil de ser derretido e moldado. Nos primórdios da civilização, os sacerdotes da Babilônia acreditavam existir uma estreita relação entre o ouro e o Sol. Mas foi o rei Croesus da Lídia, uma região da atual Turquia, que pela primeira vez cunhou moedas do metal com sua insígnia, por volta de 560 a.C. A partir daí, ouro virou dinheiro, auxiliando comerciantes na realização de seus negócios. Estima-se que, nos últimos 6 mil anos, tenham sido mineradas cerca de 125 mil toneladas de ouro no mundo todo.
Séculos depois, é a vez do dinheiro de papel lastreado em ouro aparecer. As unidades das cédulas eram apenas o peso de ouro a que correspondiam. “O dólar, por exemplo, foi definido como sendo 1/20 de uma onça de ouro, a libra esterlina como um pouco menos de 1/4 (exatamente 0,2435) de uma onça de ouro, e por aí vai. [...] Ou seja: os vários nomes das moedas eram meras definições de unidades de peso. [...] Um dólar – o nome dado a 1/20 de uma onça de ouro – e uma libra esterlina – o nome dado a 1/4 de uma onça de ouro – eram simplesmente o mesmo que 5/20 de uma onça de ouro”, explica o economista Murray N. Rothbard.
Entre 1815 e 1914, a economia global esteve alicerçada no chamado padrão-ouro. Ou seja: o valor da moeda de cada país correspondia às reservas do metal precioso que ele mantinha. Era como se cada moeda nacional fosse meramente um nome para um determinado peso em ouro. Exemplos: o valor de um dólar equivalia a 1/20 de uma onça de ouro; o valor de uma libra esterlina era igual a um pouco menos de ¼; e assim por diante. Em parte, foi graças ao padrão-ouro que o mundo viveu, nesse período, uma forte expansão econômica marcada por estabilidade inflacionária e comércio recorde entre os países ricos, já que a moeda de cada um deles “valia ouro”.
Em 1914, no entanto, estourou a 1ª Guerra Mundial, e as potências econômicas mandaram às favas o padrão-ouro, pois precisavam emitir dinheiro – independentemente do lastro no metal – para financiar os altos custos do conflito. Daí em diante, as coisas degringolaram.
Moeda Fiduciária
Moeda fiduciária é um título não-conversível e não-lastreado a nenhum ativo de valor físico (como metais preciosos, ouro e prata), mas que possui valor monetário comumente aceito em uma economia. Ou seja, ao contrário das moedas-mercadorias e moedas lastreadas, se trata de um bem sem valor intrínseco, mas que possui valor intangível, advindo principalmente do seu emissor. Sua representação mais comum é o dinheiro em papel – porém, são consideradas como fiduciárias qualquer modalidade que expresse valores derivados dessa moeda. Logo, também são moedas fiduciárias as ordens de pagamento (cheques, promissórias), títulos de crédito, moeda, saldos bancários, entre outros. 
Normalmente as moedas fiduciárias são emitidas pelos bancos centrais de um país, ou qualquer outra autoridade que tenho o controle sobre o sistema monetário de uma economia. Porém, uma moda fiduciária também pode ser emitida por agentes privados, como bancos e instituições financeiras – mas desde que ela seja aceita por seus utilizadores.
De onde vem o valor de uma moeda fiduciária?
Exceto em situações extremas, as moedas fiduciárias possuem seu valor reconhecido e aceito por todos participantes de uma economia. Algumas vezes, dependendo da moeda, ela é aceita até mesmo por agentes externos, como países e cidadãos estrangeiros. Isso acontece porque, mesmo não possuindo valor intrínseco e nem lastro, a existência da moeda fiduciária é baseada na autoridade, na utilidade e confiança do seu emissor. 
Autoridade da moeda fiduciária
O primeiro e principal aspecto de valor é a autoridade da moeda fiduciária. Para fazer que uma simples nota tenha valor, o governo declara que aquela moeda, emitida pelo seu Banco Central, tenha curso legal e seja obrigatoriamente aceita por todos dentro do país. Portanto, ao tornar ilegal a não-aceitação da moeda fiduciária como forma de pagamento, o governo força que as empresas e pessoas aceitem a moeda como meio de troca, reserva de valor e unidade de riqueza. Por isso, muitas vezes a moeda fiduciária é chamada de moeda de curso forçado, ou moeda fiat – do latim faça-se.
Utilização da moeda fiduciária
 A partir da imposição da moeda como meio monetário corrente de uma economia, surge o segundo aspecto que concede valor: a sua utilização. Quanto maior, mais rica e mais poderosa for a economia que utilizar a moeda, mas reconhecida e desejada ela será por todos. Uma moeda aceita obrigatoriamente por muitas empresas e pessoas possui um trânsito maior – e, consequentemente, um valor maior, do que uma moeda que poucos usam.
Confiança da moeda fiduciária
Porém, além da obrigatoriedade e da aceitação,a autoridade monetária também se compromete em trabalhar para manter o valor daquela moeda. Logo, assumir esse tipo de compromisso, a moeda fiduciária também passa a ser reconhecida pela confiança (fidúcia) em que os agentes econômicos depositam no seu valor. Ou seja, uma pessoa só aceita que um papel tem valor se as outras pessoas também aceitarem esse valor. 
Por isso, quanto melhor for a política monetária de um banco central para combater a inflação e estabilizar a sua moeda, mais as pessoas irão confiar na moeda, e maior será a percepção de valor que ela terá. Ao mesmo tempo, caso haja uma quebra generalizada de confiança, a moeda fiduciária vai perdendo o seu valor, parando de ser aceita como pagamento pelas pessoas.
Bretton Woods - 1944
Conferência que definiu as regras para as relações comerciais e financeiras entre os países mais industrializados do mundo.
O Dólar Americano passa ser a moeda de referência, ela da o “lastro” as demais moedas, que por sua vez garantiria reservas em ouro equivalentes ao dólar, esse sistema durou até 1971 quando os EUA romperam com a paridade Ouro-Dólar.
Na conferência também foi Criado o BIRD(Banco internacional para a reconstrução e desenvolvimento) e o FMI(fundo monetário internacional.
Segue link de uma reportagem que ajuda a entender a crise instaurada com o compimento do padrão ouro-dolar na década de 70
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-63059989
Banco Central
Um banco central é uma entidade independente ou ligada ao Estado cuja função é gerir a política econômica, ou seja, garantir a estabilidade e o poder de compra da moeda de cada país e do sistema financeiro como um todo. Além disso tem como objetivo definir as políticas monetárias (taxa de juros e câmbio, entre outras) e aquelas que regulamentam o sistema financeiro local. 
Alguns papéis tradicionais de um banco central
Banqueiro do governo: É ele quem guarda as reservas internacionais em ouro ou moeda estrangeira do governo.
Autoridade emissora de moeda, ou monopólio de emissão: é o banco central quem, com exclusividade, emite ou autoriza a emissão de papel moeda daquele país.
Executor da política monetária e cambial: é o banco central quem insere ou retira moeda do mercado, regula as taxas de juros e regula a quantidade de moeda estrangeira em circulação no país. 
O que são Reservas?
As reservas cambiais funcionam como uma margem de garantia, uma espécie de colaterais para mostrar a capacidade financeira utilizados pelas autoridades de um país, visando a garantia da solidez financeira e a minimização dos impactos na economia. Elas ainda possibilitam a obtenção de uma boa classificação junto às agências de risco.
No caso do Brasil, essas reservas são necessárias porque o mercado internacional não confia nos agentes brasileiros e exige esse montante para amortecer um eventual calote.
Essas reservas, administradas pelo Banco Central, são compostas principalmente por títulos, depósitos em moedas (dólar, euro, libra esterlina, iene, dólar canadense e dólar australiano), direitos especiais de saque junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI), depósitos no Banco de Compensações Internacionais (BIS), ouro, entre outros ativos.
Para que servem? 
Com a poupança em caixa, o Brasil pode dar a certeza que haverá dólares para as empresas daqui garantirem negócios que já estão fechados no exterior em caso de uma forte turbulência lá fora, por exemplo. As reservas também asseguram moeda para que os bancos façam as operações para seus clientes.
Segue link de reportagem que ajuda a entender melhor o que faz um banco central, apesar de ser de 2018, a reportagem aborda bem as competências
https://www.politize.com.br/banco-central/
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image3.pngpresentes tanto na produção artesanal de uma bordadeira quanto nas atividades de uma indústria moderna. Ao conjunto dos meios de produção somados ao trabalho humano damos o nome de forças produtivas. Assim: 
Forças produtivas = Meios de produção + Trabalho humano 
As forças produtivas alteram-se ao longo da História. Até meados do século XVIII, a produção era feita com o uso de instrumentos simples, acionados por força humana, por tração animal e pela energia proveniente da água ou do vento. Com a Revolução Industrial, a partir da segunda metade do século XVIII, foram desenvolvidas novas máquinas e instrumentos de produção; passou-se a usar o carvão como fonte de energia e, mais tarde, também a eletricidade e o petróleo. Alteraram-se, portanto, os meios de produção e também as técnicas de trabalho. Houve, assim, uma profunda mudança nas forças produtivas. 
Relações de produção 
No processo produtivo, as pessoas dependem umas das outras para obter os resultados pretendidos. Dessa forma, para produzir os bens e serviços de que necessitam, os seres humanos estabelecem relações entre si. Tais relações são chamadas de relações de produção. O trabalho é necessariamente um ato social. Evidentemente, há várias atividades que podem ser realizadas individualmente, como cuidar do próprio jardim. Mas aqui estamos falando do trabalho social que faz parte do processo produtivo de determinada sociedade. Como força produtiva de uma sociedade, o trabalho é eminentemente social. As relações de produção mais importantes são aquelas que se estabelecem entre os proprietários dos meios de produção e os trabalhadores. Isso porque todo processo produtivo conta sempre com pelo menos dois agentes sociais básicos: trabalhadores e proprietários dos meios de produção. Na condição de escravos (no Brasil colonial, por exemplo), servos (na Europa, durante a Idade Média) ou assalariados (na sociedade capitalista industrial moderna), os trabalhadores participam da produção somente com sua força de trabalho. Na condição de senhores, nobres ou empresários, os proprietários participam do processo produtivo como donos dos meios de produção. Assim, proprietários e trabalhadores estão vinculados de uma determinada maneira no processo produtivo. 
A propriedade 
São as relações de produção que organizam e definem a sociedade. Entre essas relações de produção está o regime de propriedade. Por exemplo: se o trabalho de uma sociedade é feito majoritariamente por escravos, temos um regime de propriedade no qual os proprietários dos meios de produção também são donos dos portadores da força de trabalho (os escravos). Ou seja, suas relações de produção são escravistas, gerando um tipo de sociedade específica. No decurso da história, existiram diversos tipos de sociedade. Cada um deles se caracterizava por relações específicas de produção. A esse conjunto de forças produtivas e relações de produção damos o nome de modo de produção. Como veremos a seguir, a humanidade conheceu vários modos de produção ao longo de sua história.
O grande teórico dos modos de produção foi o pensador alemão Karl Marx. Devemos a ele a análise sociedade com base na relação entre as forças produtivas e as relações de produção, assim como o estudo sistemático dos modos de produção. Foi Marx também o primeiro a assinalar o caráter histórico dos modos de produção
 
De que modo a sociedade se transforma? 
Modo de produção é a maneira pela qual a sociedade produz seus bens e serviços, como os utiliza e como os distribui. É chamado também de sistema econômico. Assim: 
Modo de produção = forças produtivas + relações de produção 
Cada sociedade tem uma forma própria de produção, seu modo de produção. Este é constituído por fatores dinâmicos, que estão em constante mudança: as forças produtivas, que se modificam com o desenvolvimento dos métodos de trabalho, com o avanço tecnológico e científico; e as relações de produção, também sujeitas a transformações, embora mais lentas. Com o tempo, o desenvolvimento das forças produtivas acarreta mudanças e até rupturas (por meio de revoluções) nos modos de produção. 
Esse processo de desenvolvimento é responsável pelo surgimento de alguns dos principais modos de produção. Na sequência estabelecida por Marx, os grandes modos de produção teriam sido: antigo (ou escravista), asiático, feudal e burguês moderno. Marx não faz referências aqui ao modo comunal primitivo, que teria sido a primeira forma de organização econômica da sociedade. Também poderíamos acrescentar o modo socialista de produção, que foi tentado sem sucesso na ex-União Soviética e ainda vigente, embora com mudanças de tipo capitalista, na China. Alguns desses modos de produção podem coexistir em certas sociedades, ou podem ocorrer em lugares e épocas diferentes. O modo de produção comunal primitivo, por exemplo, surgiu nos primeiros tempos da humanidade e pode ser observado ainda hoje, com algumas modificações, entre os povos indígenas não aculturados do Brasil e entre os aborígines da Austrália.
Da mesma forma, o modo de produção escravista predominou na Grécia antiga e ressurgiu - em circunstâncias históricas e econômicas diferentes no Brasil e em outras regiões da América entre os séculos XVI e XIX, sob a forma de escravismo colonial. 
A escravidão da Grécia e em Roma
Não se sabe exatamente como e quando ocorreu em alguns lugares a dissolução da comunidade primitiva e quando surgiram as primeiras formas de escravidão. Sabe-se, porém, que a guerra entre comunidades e povos propiciou prisioneiros que foram rapidamente escravizados. Surgia, assim, pouco a pouco, o modo escravista de produção. Na sociedade escravista, os meios de produção (terras e instrumentos de produção) e os escravos eram propriedade do senhor. O escravo era considerado um instrumento, um objeto, como um animal ou uma ferramenta. Um pequeno número de senhores explorava a massa de escravos, que não tinha nenhum direito. Dessa forma, os senhores eram proprietários dos portadores da força de trabalho (os escravos), dos meios de produção (terras, minas, oficinas artesanais, instrumentos de produção) e do produto do trabalho. 
Na comunidade primitiva, como vimos, a terra e os bens eram de propriedade coletiva, não existia dominação de um grupo social por outro. Portanto, não havia necessidade de mecanismos de controle - policia, exército ou governo. Não existia então o que conhecemos como Estado. Já o modo escravista, por sua própria natureza, exigia um controle rígido dos escravos e regras para regular a ordem social. Foi necessário, portanto, que surgissem formas de governo para garantir os interesses do grupo dominante. O modo de produção escravista caracteriza duas importantes sociedades: a grega e a romana da Antiguidade Clássica. Mais tarde, já na Idade Moderna, ele ressurgiria sob uma nova forma, a do escravismo colonial. 
O feudalismo medieval
 O modo de produção feudal predominou na Europa ocidental entre o século VIII e o século XVI. Em alguns casos, prolongou-se de forma residual (ou seja, perdendo força e magnitude diante do avanço das relações capitalistas) até o século XVIII ou mesmo até o século XIX. Durante a Idade Média, nem todos os países europeus experimentaram o feudalismo como modo de produção dominante: esse foi o caso das cidades-Estado italianas (Veneza, Florença e outras, voltadas para o comércio) e da península Ibérica (Portugal e Espanha), que passou quase todo o período medieval sob domínio muçulmano. As relações de produção no feudalismo baseavam-se sobretudo na propriedade do senhor sobre a terra e no trabalho agrícola do servo. Assim, a sociedade feudal estruturou-se basicamente sobre a divisão entre senhores e servos, embora existissem outros grupos sociais, como os dos mercadores, religiosos e artesãos. Os servos tinham uma condição muito inferior nessa sociedade, mas não viviam como os escravos. Tinham o direito de cultivar um pedaço de terra cedido pelo senhor, desde que, em troca, pagassem a ele impostos e rendas. Além disso, eram obrigados a trabalhar nas terras do senhorsem nada receber, sistema conhecido como corveia. O servo tinha direito ao usufruto da terra, mas não podia comprá-la ou vendê-la. Outra diferença importante entre o servo e o escravo é que o escravo era propriedade do senhor, que podia vendê-lo, alugá-lo, emprestá-lo e até libertá-lo, se quisesse. Já o servo não era propriedade de seu senhor, mas estava ligado ao lote de terra no qual trabalhava. Caso o senhor vendesse esse lote a outra pessoa, esta era obrigada a manter o servo na propriedade. Uma das características da superestrutura política do feudalismo era a descentralização do poder (o termo superestrutura foi utilizado por Marx para designar a parte da sociedade que não está diretamente ligada às atividades econômicas, isto é, ao modo de produção).Assim, além do poder econômico (eram os proprietários das terras), os senhores feudais detinham também o poder político e a justiça (faziam as leis do feudo e atuavam como administradores, governantes e juízes). 
A longa agonia da sociedade feudal
A economia feudal, como a escravista, se baseava no campo. As cidades tinham inicialmente pouca importância. Os proprietários dos meios de produção - nobres e bispos - mantinham-se em seus feudos, tinham seus próprios exércitos e gozavam de considerável independência política em relação ao rei. A partir do século XI, entretanto, o comércio ganhou impulso e o grupo dos mercadores passou a concentrar um poder econômico cada vez maior. Esse processo foi acompanhado da expansão das feiras e do crescimento dos burgos (cidades). Pouco a pouco, estes foram ganhando importância. Entre 1100 e 1300, nada menos do que 140 novas cidades foram erguidas na Europa ocidental. Muitas delas cresceram inicialmente no interior de um feudo, às vezes fora das muralhas do castelo do senhor. Dessa forma, seus habitantes, os burgueses, assim chamados porque viviam nos burgos, deviam pagar taxas e tributos ao proprietário do feudo. Entretanto, com a expansão do comércio, os burgueses ganharam força e começaram a questionar sua submissão ao senhor feudal. Esse conflito de interesses acabou levando os líderes dos burgos a lutar por sua autonomia por meio de cartas de franquia. A carta de franquia era um documento comprado ao senhor feudal. Por ela, os burgueses conquistavam o direito de administrar a cidade por meio da eleição de um prefeito, ou pela escolha de um conselho ou assembleia de várias pessoas. Ou seja, com a carta de franquia, os habitantes da cidade conquistavam sua autonomia, só devendo obediência ao rei. Assim, na fase final de sua existência, o feudalismo europeu perdeu força no confronto com as cidades, nas quais as relações de produção já não eram estritamente feudais (começava a se expandir o pagamento do trabalho em dinheiro, ou seja, por meio de um salário; no próprio campo, muitas terras passaram a ser arrendadas por um pagamento em dinheiro, e não em produtos, como era antes; ora, tanto o salário quanto o arrendamento por meio de dinheiro configuram relações capitalistas, não mais feudais). 
Além disso, outros fatores contribuíram para colocar o feudalismo em crise, entre os quais longos conflitos e disputas entre senhores feudais e até mesmo entre reinos - como a Guerra dos Cem Anos, entre a França e a Inglaterra (1337-1453) -, e epidemias, como a Peste Negra, que matou um terço da população europeia no século XIV. 
Texto Complementar
A FORMAÇÃO DO CAPITALISMO 
“É importante inicialmente nos fixarmos na Europa dos séculos IV a XIV (301-400 a 1301-1400), pois foi esse período que deu origem à nossa sociedade atual. Sabemos que, nessa época, a Europa era um continente onde a principal, atividade econômica girava em torno da terra e da propriedade da terra. O modo de vida era ligado ao trabalho rural, principal fonte de riqueza social. Nessa sociedade de base agrária, o modo de vida era completamente diferente do que é hoje em dia: pouco comércio, cidades precárias — pouco mais que pequenas aldeias —, com o pensamento religioso moldando a vida da maioria das pessoas. A partir do século XIV, esse mundo -começará a se transformar rapidamente. É essa transformação que nos interessa, pois, de mundo agrário, a Europa caminhou para o mundo urbano-industrial. Essa mudança não ocorreu em pouco tempo; foram precisos no mínimo três séculos para que ela se completasse. No entanto, como foi uma mudança social radical, muitos a chamaram de revolução — a Revolução Industrial. Essa revolução, que levou a Europa definitivamente ao capitalismo, teve muitas dimensões e momentos. 
Em primeiro lugar, foi uma revolução econômica, pois a organização do trabalho se alterou profundamente. Da sociedade estratificada em dois grandes grupos sociais — senhores e servos —, surgiram novos grupos muito importantes: os comerciantes e os artesãos livres. Eram pessoas que, a partir do século xiv, já não dependiam mais da terra, e sim de atividades puramente urbanas. [Entre os séculos XVI e XVIII, muitos comerciantes e artesãos mais poderosos] passaram a investir grandes somas de riquezas em manufaturas. Essas manufaturas, na verdade, eram as primeiras indústrias, ainda primitivas, mas que já se caracterizavam pela divisão interna de funções, com o trabalho parcelado em inúmeras atividades, a partir da introdução de novas técnicas e melhores instrumentos de trabalho. Ao entrarmos nos séculos XVIII e XIX, teremos a Revolução Industrial, ou seja, o processo econômico responsável pelo capitalismo. Esse modo de produção, que se originou do comércio e da manufatura, foi o responsável pelo desenvolvimento de novas invenções e técnicas, pelo aumento das atividades produtivas, dando origem à indústria moderna. 
A intensa urbanização do século XX e o surgimento de classes sociais são frutos desse processo. [...] Em segundo lugar, houve uma revolução política, pois a antiga nobreza feudal perdeu o domínio para a burguesia, economicamente mais forte. Enquanto no feudalismo persistia uma política que representava os interesses dos senhores feudais e do clero, são agora os empresários que passarão a organizar a política. A partir daí[...] nascem formas de governo regidas por uma Constituição [e nas quais os governantes passam a ser eleitos pelo Doto. É a época em que se consolida o parlamento, primeiro na Inglaterra, mais tarde em muitos outros países]. Todas essas novas dimensões da política burguesa devem dar a aparência de que o Estado, acima dos interesses de classe, vem organizar democraticamente a sociedade. Nasce, assim, a democracia burguesa. Em terceiro lugar, houve mudanças ideológicas e um grande desenvolvimento científico. Sob o capitalismo, a ideia de progresso- se propaga, assim como se legitima a riqueza alcançada por meio do comércio e da indústria. A dinâmica da competitividade [por sua vez] faz nascer o sentimento de individualidade. A ciência, como já aprendemos, se desenvolve a partir de novos conceitos para explicar a natureza. A partir da observação dos fatos, de sua decomposição em partes (análise) e de sua ordenação (síntese), constata-se que a natureza é regida por leis. Isso possibilitou, com uma série de novos inventos, um amplo domínio sobre a natureza, nunca antes alcançado em toda a história da civilização.” Adaptado de: MEKSENAS, Paulo. Sociologia. São Paulo: Cortez, 1992. p. 43-4. 
Das origens aos dias de hoje 
Das suas origens, no final da Idade Média, aos dias de hoje, o capitalismo passou pelas seguintes fases:
 • Pré-capitalismo (do século XI ao século XV) — O comércio e a produção artesanal começam a se expandir, mas o trabalho assalariado ainda é uma 'exceção: predomina o trabalho independente dos artesãos, donos dos meios de produção (oficinas, ferramentas e matéria-prima); nos campos, prossegue ainda o trabalho servil, que começa a ser substituído pelo trabalho assalariado e por formas de arrendamento da terra;
 • Capitalismo mercantil (do século XV ao século XVIII) — O trabalho independente ainda predomina, mas se expande o regime assalariado; a maior parte do lucro concentra-se nas mãos dos comerciantes; 
• Capitalismoindustrial (do século XVIII ao século XX) — Com a Revolução Industrial, o capital passa a ser investido basicamente na indústria, que se torna a atividade econômica dominante; o trabalho assalariado firma-se definitivamente; 
• Capitalismo financeiro (a maior parte do século XX) — Os bancos e outras instituições financeiras passam a controlar as demais atividades econômicas por meio de financiamentos à agricultura, à pecuária, à indústria e ao comércio; 
• Sociedade pós-industrial (do fim do século XX ao século XXI) — O capital financeiro continua a dominar os outros setores da economia, como na fase anterior; com a globalização e o desenvolvimento das redes de computadores, grandes massas de capital passam a ser aplicadas nos países que oferecem maior lucratividade, retirando-se deles ao menor sinal de crise; ao mesmo tempo, a indústria e a agricultura perdem importância em relação ao setor de serviços; além disso, expandem-se os meios de comunicação e o setor de informática (redes de computadores), assim como a automação e a indústria de alta tecnologia. 
O capitalismo mercantil
 Entre os séculos XV e XVIII, a sociedade europeia viveu tempos extraordinários. Foi a época das Grandes Navegações, da formação e consolidação do Estado absolutista na Europa ocidental, da formação dos sistemas coloniais, com a conquista e a colonização da América pelos europeus, e da criação de um mercado mundial. Foi também a época da transição do feudalismo para o capitalismo. No plano da política econômica, predominou nesse período um tipo de pensamento, práticas e diretrizes conhecido como mercantilismo. O mercantilismo foi a política econômica do Estado absolutista e do capitalismo mercantil. Seus princípios e diretrizes mais importantes eram: 
• A riqueza de uma nação depende, acima de tudo, da acumulação de metais preciosos (ouro e prata); 
• Portanto, deve-se exportar mais do que importar; isso assegura que a balança comercial seja sempre favorável; 
• O governo deve controlar rigidamente a indústria e o comércio, de modo a garantir que as exportações superem as importações; o Estado, portanto, deve intervir diretamente na vida econômica; 
• Para equilibrar a oferta e a procura, o governo deve evitar a concorrência, fixando preços; 
• Quanto mais moedas houver em circulação, mais próspero será o país. 
No período mercantilista, o Estado absolutista interferiu pesadamente na economia, proibindo a importação de produtos que tivessem similares nacionais e a exportação de matérias-primas que favorecessem a indústria de outros países. O Estado também estimulou os monopólios (empresas que controlavam o comércio de determinados produtos) e a exploração colonial. As terras recém-conquistadas (colônias) forneciam matérias-primas, gêneros alimentícios e, em certos casos, metais preciosos para as potências europeias que as controlavam (metrópoles). Nesse período, os reinos de Portugal e Espanha, depois seguidos pela Inglaterra, França e Holanda, patrocinaram as Grandes Navegações, que saíram em busca de novas terras e novos mercados. Assim, a serviço dos reis espanhóis, Cristóvão Colombo chegou à América em 1492. Em 1500, com a expedição de Pedro Álvares Cabral, os portugueses davam início à sua conquista de territórios na América do Sul. Leia no boxe da página seguinte uma crítica indignada a certas características da sociedade colonial mercantil, como a excessiva exploração das colônias. Trata-se de um texto escrito pelo padre Antônio Vieira, que viveu no Brasil entre 1615 e 1697. 
Ainda sobre a Fase comercial do Capitalismo
O capitalismo é um sistema econômico e social baseado na propriedade privada dos meios de produção, na organização da produção visando o lucro, empregando trabalho assalariado e no funcionamento do sistema de mercado. Sendo também a riqueza ou valores disponíveis e o conjunto de bens produzidos pelo homem que participam da produção de outros bens, bem como recursos monetários investidos ou disponíveis para investimentos. Todas essas definições são derivadas do capital que gerou o capitalismo econômico. Além do capitalismo comercial veio o industrial e o financeiro, tudo isso, em bases iniciais nas trocas comerciais internacionais e na colonização das Américas com a descoberta pelos navegadores espanhóis, com a participação da Ásia e da África. Singer (1991, pág. 18), diz: 
“ O capitalismo manufatureiro inspira o mercantilismo, sua estratégia de expansão requer a unificação do mercado nacional (inclusive os das colônias) e sua dominação mediante o monopólio político. Ele necessita da intervenção do estado nacional para seus rivais do mercado, sejam estes artesãos locais ou manufatureiros estrangeiros segundo a doutrina mercantilista, cabe ao estado promover as exportações e limitar as importações, de modo a maximizar o saldo comercial e deste modo promover a entrada de dinheiro no país, para reforçar o tesouro real.”
 Para Egas (2008), O surgimento do capitalismo comercial, no início da idade moderna entre os séculos XV e XVIII foi baseado no progresso econômico dos séculos XVI-XVIII e na crise dos séculos XIV-XV. O progresso nos séculos XV e XVIII, contribuiu para a formação da burguesia, o desenvolvimento da vida urbana, aumento da produtividade agrícola e artesanal, a intensificação do comércio e o começo de um sistema financeiro. 
Já a crise dos séculos XIV e XV desorganizou a sociedade européia, que tornou a intervenção do estado, recém nascido importante para superar as dificuldades. No século XV, o comércio já era a principal atividade econômica da Europa. Os comerciantes, que representavam a classe burguesa, tinham acumulado grandes capitais realizando o comércio com a África e Ásia, através do mar Mediterrâneo. O capital tornou-se a principal fonte de riqueza, substituindo a terra, do período feudal. O capital era obtido ou acumulado por meio da ampliação cada vês maior do comercio e por meio da exploração do ouro e da prata. Segundo Egas (2008), 
A expansão do comércio gerou necessidade de aumentar a produção, principalmente a artesanal, com isso os artesãos mais ricos começaram a comprar as oficinas dos artesãos mais pobres. Obrigando os mais pobres se transformarem em trabalhadores assalariados, aumentado o número de empregados nas oficinas. O capitalismo comercial ou mercantilismo representou a fase de acumulação de capital por meio do lucro obtido com o comércio e também por meio da exploração do trabalho do homem, seja assalariado ou escravo. 
Nesta fase ocorreu a expansão marítima – comercial, fazendo surgir o colonialismo. Foi o período das grandes navegações, dos descobrimentos, das conquistas territoriais e também da escravização e genocídio de milhões de nativos da América e da África. O termo capitalismo comercial surgiu porque o acumulo de riquezas ocorreu por meio do comércio, a economia nesse período funcionava sob a intervenção do governo, pois a riqueza e o poder de um país eram medidos pela quantidade de ouro, prata e pedras preciosas em poder de um determinado país. 
Durante o capitalismo comercial tudo que pudesse ser vendido virava mercadoria e lucro nas mãos dos comerciantes europeus. Outro negócio bastante lucrativo foi o tráfico de escravos negros, neste período a balança comercial também ajudava quanto mais um país exportasse e menos importasse maior seria sua acumulação de riquezas, com isso quem sofria eram as colônias, pois eram obrigadas a venderem seus produtos a preços baixos e comprar das metrópoles mercadorias que necessitavam a preços altos. Cada vez mais ganhava terreno à economia de mercado, as trocas monetárias, a preocupação com o lucro e a vida urbana. Assim se por um lado o mundo medieval encerrou em meio à crise, por outro, com o início da expansão marítima e declínio do feudalismo, afirmou-se uma nova tendência, o capitalismo comercial. 
O surgimento do comércio na Europa e a exploração comercial do novo mundo americano, da África e da Ásia proporcionaram um crescimento da economia mercantil. No meio rural europeu as relações produtivas variavamdesde as feudais até as que envolviam o trabalho assalariado, prenunciando o que viria a ser um regime de características capitalista. A exploração do trabalhador e a expropriação de suas terras possibilitaram uma crescente ampliação de riquezas nas mãos dos donos dos meios de produção. 
Segundo Dobb (1987), nessa época houve muitas crises financeiras e problemas econômicos, o que levou muitos donos de terras a hipotecar suas propriedades aos comerciantes das cidades. Alem da queda do preço da terra no final do século XIV veio também um período de crise da produção agrícola, com isso a burguesia passou a comprar novas áreas de terras, portanto aumentando seu poder econômico. Essa fase foi fundamental para desenvolver o capitalismo, pois permitiu um grande acúmulo de capitais na mão da burguesia europeia. 
Essa acumulação de capitais criou condições na Inglaterra e depois em outros países, para que ocorresse a revolução industrial.
Capitalismo Industrial
O capitalismo Industrial foi a segunda fase do desenvolvimento do capitalismo. Teve início com a Primeira Revolução Industrial do século XVIII, avançando até o século XIX com a Segunda Revolução Industrial. A Inglaterra é considerada o berço desta fase do capitalismo, pois foi neste país que teve início o processo de revolução industrial.
Principais características
- Atividades industriais como principal fonte de negócio e lucros. Destaque para a indústria têxtil.
- Concentração de renda nas mãos da burguesia industrial (grandes donos de indústrias);
- Alta desigualdade social, pois os lucros ficavam quase integralmente com os donos de indústrias que pagavam salários muito baixos para os operários;
- Evolução nos meios de produção com a invenção e uso de máquinas a vapor. Aumento da produção com custo mais baixo.
- Uso do carvão como fonte de energia e ferro como principal matéria-prima;
- Desenvolvimento de meios de transporte (locomotivas e navios a vapor) rápidos e de longas distâncias para atender a logística.
- Uso nas indústrias de mão-de-obra assalariada;
- Salários baixos, poucos direitos trabalhistas e exploração de mão-de-obra infantil. Grande parte dos operários vivia em péssimas condições sociais.
- Êxodo rural - saída de trabalhadores do campo para buscar empregos nas indústrias das cidades;
- Crescimento desordenado das cidades industriais europeias com piora na qualidade de vida e surgimento de problemas sociais;
- A partir da segunda metade do século XIX, o capitalismo industrial cresceu em outros países como, por exemplo, França, Bélgica, Alemanha, Holanda, Estados Unidos e Japão;
- No final do século XIX começou a surgir as empresas multinacionais com a união do capital industrial com o financeiro (principalmente bancos). Ocorreu neste contexto, a formação de monopólios em vários setores da economia, organizados e mantidos pelas grandes indústrias.
Capitalismo Industrial(continuação)
É a etapa de consolidação do modo de produção capitalista, uma vez que consagra o trabalho assalariado e desvenda a essência do sistema que é o lucro, é exatamente nesta etapa, que a transformação fica mais evidente, com as mudanças definitivas nas relações econômicas, políticas, sociais e culturais Essa etapa ocorre a partir da 1ª Revolução Industrial, que ocorreu na Inglaterra na segunda metade do século XVIII, nela o espaço da produção, é o mais importante, uma das características mais fortes do sistema, também já se torna evidente nesse momento, que é a transformação da natureza por meio da utilização cada vez mais disseminada da máquina a vapor, produzido pela queima do carvão, tornando os produtos mais acessíveis aos consumidores e consequentemente aumentando os lucros.
No capitalismo industrial, o grande objetivo é o lucro, mas o mecanismo só foi entendido, após os estudos de Karl Marx , um pensador alemão, que definiu como se processava o mecanismo de exploração capitalista, para se obter o lucro, a esse mecanismo denominou de mais-valia, que consiste na parte do trabalho não remunerada pelo empresário, pois o valor do salário é inferior ao valor do trabalho, exatamente essa parte que não é transferida, transforma-se em lucros para o empregador, permitindo dessa forma a acumulação.
Os burgos e a burguesia
Mas quem são esses burgueses, afinal? Esse nome vem da palavra burgo. No período final da Idade Média, os burgos eram vilas, locais situados fora dos feudos, onde grupos de comerciantes e negociantes moravam e realizavam suas atividades. Assim, os burgueses passaram a ser identificados com os indivíduos que praticavam o comércio e ganhavam dinheiro. Em decorrência disso, com o desenvolvimento do capitalismo Industrial, a expressão "burguesia" passou a designar a classe dos ricos proprietários de indústrias e dos grandes negociantes.
Isso tudo indica que, a partir do século 18, a maior fonte de riqueza era a propriedade dos meios de produção (fábricas e equipamentos) pelos capitalistas (aqueles que têm o capital, ou seja, o dinheiro para adquirir esses meios). Já a maior parte das outras pessoas da sociedade, que não tinham esses recursos, viam-se forçados a se empregar nas fábricas, vendendo seu trabalho em troca de um salário. Através do trabalho, os operários (também chamados de proletários) geram riqueza para os capitalistas. Estes, além de cobrir seus custos com a produção, também conseguem obter lucros.
Conceito de Alienação da produção em Marx
"Para Marx, esse conceito básico, não é puramente teórico, porque se manifesta na vida real quando o produto do trabalho deixa de pertencer a quem produziu e também se perde o conhecimento do processo de produção desse produto. O processo agora se torna “dividido” e não se “conhece” mais o processo completo de produção por parte do trabalhador o que faz com que ele não tenha a dimensão do valor desprendido para realizar o seu trabalho. 
Ao longo do tempo, vários historiadores e linguistas percebem que a apropriação e a disseminação de certas palavras promovem um indeterminado processo de reinterpretação do conceito que um dia esteve por detrás delas. Hoje em dia, por exemplo, vemos que muitas pessoas costumam evocar o termo “alienado” quando tentam dizer que alguém não consegue ter a capacidade intelectual de compreender uma determinada ideia.
Com isso, ao estudarmos o desenvolvimento da revolução industrial, acabamos tendo a errônea impressão de que o conceito de “alienação da classe trabalhadora” é o mesmo que falar sobre a “burrice do operariado”. No entanto, esse conceito trabalhado nas obras de Karl Marx possui uma sensível diferença de sua utilização atual. Ao falar sobre alienação, o pensamento marxista faz referência a toda situação em que uma potencialidade humana é tomada por outra entidade.
Dessa forma, ao tematizar a alienação do trabalhador com o advento da Revolução Industrial, Marx queria estabelecer um quadro onde demonstrava a perda de uma determinada habilidade por parte da classe trabalhadora. Com isso surge a pergunta: “que habilidade é essa que os operários perderam a partir do momento em que as indústrias apareceram no mundo?”
Para responder essa pergunta, devemos primeiramente nos voltar para o surgimento dos artesãos na Idade Média. Nesse período, o artesão tinha acesso às técnicas e matérias-primas necessárias para a fabricação de um produto manufaturado. Além disso, dominava todo o conhecimento técnico requerido para a criação do mesmo. Dessa maneira, sabia os custos e todo o tempo que seria gasto para a fabricação de um determinado produto.
Contudo, com a expansão da economia mercantil, esse artesão iria gradativamente perdendo a noção desse valor no momento em que passaria ser necessária uma grande quantia de dinheiro para aquisição de uma máquina ou de uma determinada matéria-prima. Nesse novo quadro, o artesão deixa de ganhar uma compensação proporcional à sua capacidade produtiva para trocar sua força de trabalho por um salário negociado junto ao detentor da matéria-prima e das máquinas.
Já nesse momento, o trabalhador fabril deixava de perceber a discrepânciaexistente entre sua capacidade produtiva e o salário que recebia. Com desenvolvimento das indústrias e a especialização do trabalho, o operário passava a executar uma única e repetitiva tarefa diária. Dessa forma, não teria mais condições de precisar quantos produtos foram criados pelo uso de sua mão de obra.
Foi nesse momento em que a alienação do trabalhador se materializava. Dessa maneira, muitos trabalhadores passaram a acreditar que a compensação salarial recebida todo mês era justa em relação à “simples tarefa” que desempenhava diariamente. Contudo, é o desconhecimento do valor da riqueza por ele gerada que o faz tomar essa premissa como um fato verdadeiro.
Ainda sobre a Alienação
Ao pensarmos na condição do trabalhador, podemos realizá-la de acordo com os mais variados contextos históricos e econômicos vivenciados nas mais diferentes sociedades. Contudo, ao observarmos essa mesma condição no desenvolvimento da Era Industrial, percebemos algumas especificidades que revelam claramente mudanças nunca antes observadas ao longo do tempo.
De acordo com o pensamento socialista, os trabalhadores dessa época experimentaram um terrível processo de alienação sobre o valor do trabalho que eles mesmos desenvolviam. Sob tal aspecto, percebemos que, antes da Revolução Industrial, os trabalhadores exerciam suas funções de modo independente e atuavam nas mais variadas etapas que envolviam a produção de uma determinada riqueza.
Nesse tipo de situação, os trabalhadores tinham plena consciência de quanto tempo, conhecimento e recursos envolviam a fabricação de um bem ou uma riqueza. Ao dominarem todas as etapas do processo de fabricação, reconheciam e determinavam o valor a ser pago pelas várias funções que desempenhavam. Ainda hoje, podemos ver que alguns artesãos e prestadores de serviço desfrutam dessa capacidade de reconhecimento.
Assim que as indústrias passaram a dominar o processo de produção, notamos que a tecnologia empregada não só determinava a redução dos custos e a ampliação dos lucros da empresa. Cada vez que novas máquinas eram criadas, milhares de trabalhadores eram dispensados das fábricas e aqueles que permaneciam eram designados a realizar uma mesma ação cada vez mais específica do processo de produção.
Vivenciando a rotina de uma função que poderia ser exercida por qualquer outra pessoa e percebendo a existência de vários desempregados interessados em exercer aquela mesma função, o operário concordava em receber um baixo salário pelo seu trabalho. Além disso, devemos destacar que esse operário não tinha mais ciência de todas as etapas que envolviam a riqueza que ele produzia. Na verdade, ele nem mesmo sabia quantificar quantas mercadorias ou qual o valor dos bens que produziu em uma jornada de trabalho.
É nessa situação específica que a alienação dos trabalhadores passou a ser reconhecida por aqueles que estudam o desenvolvimento da sociedade industrial. O trabalhador não está alienado ao valor da riqueza que produz devido a uma opção própria. Na verdade, ele se submete a essa situação por não mais ter acesso aos meios de produção (no caso, as máquinas) e também por exercer uma tarefa tão específica que não consegue mais projetar o preciso valor da riqueza que ele ajuda a criar.
Deste modo, reconhecemos uma situação que não se encerrou à realidade das primeiras décadas das sociedades industriais. Ao longo do tempo, a ampliação rápida dos recursos tecnológicos e a farta disponibilidade de mão de obra se mostram como situações vigentes em grandes centros urbanos ocupados por um grande número de trabalhadores que ganham uma remuneração aquém do valor de seu trabalho.
MAIS VALIA
O conceito de mais-valia é uma das ideias centrais dos trabalhos de Karl Marx que tratam das formas de organização social sob a perspectiva do “materialismo histórico”, isto é, diante da noção de que a realidade material do indivíduo é a maior responsável pela forma como ele se desenvolve.
Trabalho
A concepção de “trabalho” também é muito importante nesse contexto. Por trabalho, entende-se, resumidamente, ainda segundo Marx, o processo pelo qual o ser humano utiliza-se de sua força para controlar e modificar a natureza, apropriando-se de seus recursos para produzir meios de satisfazer suas necessidades. Ao produto desse trabalho Marx se refere como “valor de uso”.
Diante desse processo, o trabalho humano possui valor de acordo com a ação de transformar matéria-prima em um produto para consumo, o que envolve a aplicação de tempo e experiência adquirida pelo trabalhador. Esse trabalho aplicado na produção de um produto, ou “valor de uso”, agrega o valor que o trabalho possui no produto final. Isso quer dizer que o valor de uso de qualquer mercadoria é determinado pela quantidade de trabalho utilizada em sua produção.
Mais-valia
O conceito de mais-valia insere-se na relação entre produção de mercadoria, valor de uso, valor de troca e o valor do trabalho aplicado na produção. 
Valor de uso e valor de troca
Para Marx, todo produto criado pelo trabalho humano tem valor de uso e valor de troca no capitalismo. Uma casa, uma televisão, a comida, um livro, tudo isso tem um valor de uso e valor de troca.
O valor de uso é definido pela capacidade de satisfazer necessidades humanas. Assim, uma casa tem valor de uso porque temos necessidade de nos abrigar, a comida porque precisamos nos alimentar e assim com todos os produtos criados pelo trabalho humano. O valor de uso, portanto, depende da utilidade do produto. Se criarmos algo que não tenha qualquer utilidade (é bem difícil imaginar algo dessa natureza), então esse objeto não tem valor de uso.
Todo produto com um valor de uso também tem um valor de troca. Esse valor, por sua vez, é definido pela quantidade de um produto que é possível conseguir em troca de uma certa quantidade de outro produto. Vamos ver um exemplo. Suponha que você tem 2 quilos de carne e deseja trocar essa carne por feijão. Você encontra alguém que aceita trocar seus 2 quilos de carne por 20 quilos de feijão. Esse é o valor de troca da carne pelo feijão. Geralmente o valor de troca de um produto é expresso em valor monetário. Assim, 2 quilos de carne valem 30 reais enquanto que o quilo de feijão vale três. Esses são seus valores de troca.
Qual a relação entre valor de uso e valor de troca? Qual a origem do valor de troca? Embora possa parecer à primeira vista que o valor de troca depende do valor de uso, isso não é verdade. Basta considerarmos um exemplo simples: um colchão de última tecnologia e 5 quilos de carne. A carne tem mais utilidade que um colchão de última tecnologia. Podemos muito bem dormir sobre a grama ou no chão. Porém não podemos ficar sem nos alimentarmos.
Se o valor de troca não é definido pela utilidade de um produto, qual sua origem? Para Marx, a resposta era: do trabalho. Para esse pensador, a única fonte de valor é o trabalho. E o valor de troca de um produto depende, em grande medida, da quantidade de trabalho despendida na sua produção. Voltemos ao exemplo da carne e do colchão. É bastante claro que o tempo trabalho necessário para produzir 5 quilos de carne é muito menor do que o necessário para produzir um colchão de alta tecnologia. Por essa razão, terá um valor de troca muito maior.
O valor de troca, assim, representa a quantidade de trabalho necessária para produzir um produto qualquer. Quanto maior a quantidade de trabalho necessário, maior o valor; quanto menor o trabalho necessário, menor o valor. 
Exemplo de Mais Valia de Marx
Marx percebe que há uma disparidade entre o valor produzido pelo trabalhador e a remuneração que ele recebe. Vejamos um exemplo de como isso acontece: 
Em 10 dias de trabalho um trabalhador da indústria têxtil produz o valor equivalente a 50 peças de roupa (1.000 reais, por exemplo). Em um mês de trabalho (22 dias), então, ele teria produzido um valor de 2.200 reais. No entanto, o salário que ele recebe é de apenas mil. Isso significa que durante 12 dias de trabalho ele produz um valor que fica inteiramente com o capitalista (patrão). 
O trabalhorealizado durante os 10 dias pelos quais o trabalhador efetivamente é remunerado, é chamado por Marx de trabalho necessário, pois é o tempo de trabalho que proporciona a ele as condições para sua subsistência. Os outros 12 dias de trabalho, cujo valor é apropriado pelo capitalista, é denominado trabalho excedente. A mais valia, por sua vez, é o valor gerado pelo trabalho excedente.
Mais-valia absoluta e mais-valia relativa
Marx distingue em “mais-valia absoluta” o que vimos acima, e a “mais-valia relativa” é o que ocorre paralelamente ao desenvolvimento tecnológico. Entenda melhor:
A mais-valia relativa apresenta-se quando o desenvolvimento de maquinário mais avançado e de maior eficiência, o que, teoricamente, levaria à diminuição dos custos e do tempo de produção, não se traduz em melhorias para o trabalhador. Em princípio, portanto, o desenvolvimento tecnológico resultaria na diminuição da jornada de trabalho do empregado, já que este produziria a mesma quantidade de riqueza necessária para pagar por seu trabalho em um menor espaço de tempo. Todavia, a concretização da mais-valia relativa está na não diminuição da jornada de trabalho e na manutenção do valor do trabalho aplicado ao produto independentemente do aumento da produção. Sendo assim, quanto mais avançado o maquinário ou as ferramentas de produção, maior seria a produção em um mesmo espaço de tempo e, consequentemente, maior seria a mais-valia.
A teoria da mais-valia é um dos pilares da teoria marxista sobre os conflitos entre classes. O chamado “materialismo histórico” pauta-se na relação de exploração entre trabalhador e capitalista, sendo a mais-valia vista, segundo Marx, como o principal fator responsável pela desigualdade em sociedades capitalistas.
Dúvidas? Continuemos a entender a teoria da mais valia
Marx percebe que há uma disparidade entre o valor produzido pelo trabalhador e a remuneração que ele recebe. Vejamos um exemplo de como isso acontece: 
Em 10 dias de trabalho um trabalhador da indústria têxtil produz o valor equivalente a 50 peças de roupa (1.000 reais, por exemplo). Em um mês de trabalho (22 dias), então, ele teria produzido um valor de 2.200 reais. No entanto, o salário que ele recebe é de apenas mil. Isso significa que durante 12 dias de trabalho ele produz um valor que fica inteiramente com o capitalista (patrão). 
O trabalho realizado durante os 10 dias pelos quais o trabalhador efetivamente é remunerado, é chamado por Marx de trabalho necessário, pois é o tempo de trabalho que proporciona a ele as condições para sua subsistência. Os outros 12 dias de trabalho, cujo valor é apropriado pelo capitalista, é denominado trabalho excedente. A mais valia, por sua vez, é o valor gerado pelo trabalho excedente.
O que é a mais valia?
A mais valia representa a disparidade entre o salário pago e o valor produzido pelo trabalho.  Dessa maneira, ela pode ser entendida como o trabalho não pago, ou seja, são horas que o trabalhador cumpre/valor que ele gera pelos quais ele não é remunerado. 
 A charge pode ser entendida como uma representação da teoria da mais-valia. Ela demonstra a disparidade entre o valor criado pelo trabalhador e a parcela desse valor que ele recebe)
A teoria marxista entende que a alienação, mencionada anteriormente, exerce um papel fundamental na exploração da mais valia. O afastamento do trabalhador do produto final de seu trabalho é o que possibilita a divisão do trabalho em trabalho necessário e trabalho excedente. 
Antes do sistema capitalista, quando um trabalhador era integralmente responsável pela produção, o valor de seu trabalho era mais visível. Ou seja, era possível saber exatamente em quanto tempo de trabalho ele conseguia produzir as condições para sua subsistência. No sistema capitalista, com o afastamento do trabalhador de seu produto final, ele é incapacitado de medir o valor de seu trabalho, o que, de acordo com Marx, possibilita ao capitalista apropriar-se de parte desse valor.   
Mais valia absoluta
Como mencionamos, a mais valia representa parte do valor gerado pelo trabalhador pelo qual ele não é remunerado. Para a teoria marxista, há duas maneiras de extrair mais valia. Uma das formas é por meio do prolongamento da jornada de trabalho, para além do tempo necessário para que o trabalhador produza as condições de sua subsistência, e da apropriação desse trabalho excedente pelo capitalista. Ou seja, aumenta-se a jornada de trabalho sem que o salário tenha um aumento proporcional. Essa forma de extração de mais valia é chamada de mais valia absoluta.  
Mais valia relativa
Também é possível aumentar a exploração de mais-valia sem alterar o número de horas trabalhadas. Isso pode ser feito por meio de melhorias nos processos técnicos de trabalho, que aumentam a produtividade. Adquirir máquinas que tornem o trabalho mais rápido ou organizar a disposição dos trabalhadores nas fábricas de modo mais eficiente, por exemplo. 
Com essas mudanças aumenta-se a produtividade do trabalhador, fazendo com que ele produza mais em menos tempo. Dessa forma, o trabalhador realizará o trabalho necessário (aquele que corresponde a seu salário e suas condições de subsistência) em um tempo mais curto. Consequentemente, o trabalho excedente é prolongado, logo a extração de mais-valia aumenta. 
“A produção de mais valia absoluta gira exclusivamente em torno da duração da jornada de trabalho; a produção da mais valia relativa revoluciona totalmente os processos técnicos de trabalho e as combinações sociais.’’ (MARX, O Capital, Livro 1, Vol. 2, p. 586). 
Parece confuso? Vejamos um exemplo
Digamos que a jornada de trabalho diária de um operário é de 8 horas. Suponhamos que o salário desse trabalhador corresponde ao valor que ele produz em 3 horas de trabalho por dia, logo o trabalho necessário seria de três horas. As outras 5 horas de trabalho diário, por sua vez, compõe o trabalho excedente, cujo valor vai para o capitalista (patrão). Logo, têm-se 5 horas de extração de mais-valia. 
Se o capitalista deseja lucrar mais a partir da mão de obra desse operário, uma maneira de fazer isso é através do aumento da jornada de trabalho. Digamos que a jornada diária é aumentada para 10 horas por dia. O trabalho excedente, então, será de 7 horas, logo a mais-valia explorada também será referente a 7 horas. Assim, gerou-se mais mais-valia absoluta. 
Ao invés disso, digamos que o capitalista compre equipamentos mais modernos e organize os trabalhadores em uma linha de produção mais eficiente. Dessa maneira, o operário irá produzir mais em menos tempo.  Se antes ele levava 3 horas para produzir o valor referente a seu salário, agora isso será feito em 1 hora, por exemplo. Logo o trabalho excedente passará a ser de 7 horas, não mais de 5. Isso significa um aumento da mais-valia relativa. 
Como o exemplo anterior buscou demonstrar, a teoria da mais-valia argumenta que os interesses do trabalhador e do capitalista são essencialmente opostos. Para a teoria marxista, é através da exploração de mais-valia absoluta e relativa que o capitalista obtém seus lucros. Dessa maneira, trabalhadores e capitalistas estão em classes opostas: o ganho de um representa a perda para o outro. Essa é, para a teoria marxista, a essência da luta de classes: o capitalista ganha à medida que o trabalhador perde. 
“Capital, por isso, não é apenas comando sobre trabalho, como dizia A. Smith. É essencialmente comando sobre trabalho não pago. (…) O segredo da auto expansão ou valorização do capital se reduz ao seu poder de dispor de uma quantidade determinada de trabalho alheio não pago.” (MARX, O Capital, Livro 1, Vol. 2, p. 617). 
Dessa maneira, a teoria marxista enxerga o capitalismo como um sistema pautado na exploração do trabalhador pela classe capitalista. Essa exploração só é possível, dizem Marx e Engels, pelo fato de que os trabalhadores são separados dos meios de produção. Como mencionamos anteriormente, o trabalhador é levado a vender sua força de trabalho para o capitalista, que detém esses meios. 
É por essa razão que o principal objetivodo socialismo, sistema político defendido por Marx, é a tomada dos meios de produção, por entender que é através da posse desses meios que o trabalhador é explorado. 
Crítica liberal à teoria da mais-valia
Como mencionamos no início do texto, a teoria da mais-valia não é aceita pelos adeptos de outras correntes da economia política. Agora veremos os principais argumentos da crítica liberal à teoria da mais-valia. 
Enquanto a teoria marxista enxerga o sistema capitalista como um cenário de luta entre duas classes com interesses opostos, o liberalismo econômico argumenta que o capitalismo é o primeiro sistema econômico com a possibilidade de mobilidade social. Nesse sistema é possível que classes mais baixas ascendam a classes mais altas, assim como também ocorre de pessoas mais ricas tornarem-se mais pobres. Por essa razão, o liberalismo econômico não concorda com a ideia de luta de classes. 
Além disso, o liberalismo não enxerga injustiça na obtenção do lucro por parte do capitalista. Enquanto a teoria marxista aponta para a exploração do trabalhador, que tem o valor de seu trabalho parcialmente apropriado pelo capitalista, o liberalismo enfatizam o benefício do lucro. De acordo com os liberais, o lucro é necessário para movimentar a economia. Eles argumentam que, se o lucro não fosse uma possibilidade, o capitalista não teria motivações para investir.
O liberalismo econômico também argumenta que o lucro do capitalista é uma recompensa pelos riscos que ele assumiu. Eles enfatizam que o empregado tem seu salário garantido ao fim do mês, independente do sucesso ou fracasso da empresa. O capitalista, por sua vez, é quem assume os riscos. Para além de assumir os riscos, o liberalismo argumenta que o lucro é uma justa recompensa ao capitalista pelos investimentos que fez na empresa e por seu trabalho administrativo. 
Alguns dos erros da teoria marxista da mais-valia segundo os liberais
O economista e professor George Reisman explica que os empregados do capitalista são como "os auxiliares" na produção, e não como explorados. Os lucros do capitalista não representam dedução do valor que, conforme Marx, pertence por direito aos trabalhadores na forma de salários. Os lucros são aquilo que o capitalista consegue em recompensa principalmente por seu trabalho intelectual, planejamento e investimento nos negócios. Em suas palavras: “O capitalista produz um produto próprio, embora utilize a ajuda de terceiros cuja mão-de-obra ele emprega com o propósito de implementar seus planos e consequentemente produzir seus produtos.”
A preferência temporal também foi algo que Marx deixou escapar. De fato, basicamente o proletário só tem a força de trabalho para vender. Isso torna suas necessidades presentes mais urgentes. O burguês, por outro lado, poupa recursos para investir no negócio, de modo a poder receber um retorno maior no futuro – ou ao menos, é o que ele pretende. Por isso ele começa um empreendimento e contrata proletários, que precisam de retornos financeiros o mais rápido possível, os quais adquirem através de salários. O economista austríaco Eugen von Böm-Bawerk constatou que a função do capitalista é justamente fornecer aos trabalhadores os meios para eles poderem obter bens de consumo. Há, portanto, uma relação complementar.
O lucro é a recompensa do burguês. Embora essa recompensa seja o lucro, já que o burguês deixa para depois o seu retorno financeiro, ele costuma receber o valor investido em juros, e não em lucros completos e imediatos. Dependendo da situação, o montante investido pelo empreendedor pode demorar para ser recebido mais do que ele imaginou. Em muitos negócios, o dono sequer recebe juros no início, ele pode ter prejuízos antes.
Além da preferência temporal onde o burguês escolhe investir seu capital na abertura de um negócio, vale ressaltar no que ele está investindo. Espaço, materiais necessários para o funcionamento do empreendimento (tal como máquinas e matérias-primas). Como já foi dito, são elementos indispensáveis para que os proletários possam, finalmente, produzir. Isso tratando dos investimentos necessários para o início do negócio, mas ele ainda tem que arcar com os custos existentes durante o funcionamento, como salário dos empregados, a manutenção das máquinas, o contínuo gasto com espaço (como energia, água, e, dependendo do caso, o aluguel), matérias-primas e etc; e, ainda, as taxas, tributos e licenças impostos pelo governo, que deverão ser pagas antes do negócio começar e durante seu funcionamento.
Walter Willians, economista e professor da George Mason University, demonstra a função social dos lucros não apenas para empresários e empreendedores, mas para a sociedade como um todo: “Quando você gasta 100 dólares em um novo par de sapatos, o dono da loja fica com esses 100 dólares? A resposta, é claro, é não. O dono da loja precisa pagar todos os custos do seu empreendimento. Salários dos funcionários, inventário, aluguel, fornecedores, tributos e dezenas de outros gastos. Seu lucro é o que sobra. É o seu pagamento pelo tempo e dinheiro investidos e os riscos que ele assumiu para manter sua empresa. Ainda bem que existem lucros! Lucros motivam as pessoas a trabalhar duro para si mesmas e fazer a vida melhor para as outras. [...] Sem o incentivo dos lucros, por que alguém gastaria toda a sua poupança, trabalharia incontáveis horas e assumiria todo o risco necessário para trazer seus produtos ou serviços ao mercado? A resposta é muito simples: eles não fariam isso.[...] Você pode ir a um supermercado em qualquer dia da semana e se quiser carne, eles têm. Se você quiser batatas, eles têm. Açúcar, sal, batata frita, morangos, manteiga de amendoim ─ eles têm! [...] Todos eles existem, como milhões de outros produtos que adoramos e dos quais dependemos, em decorrência da vontade de lucrar. Sem lucros, tudo isso desaparece.[...] Empresários precisam agradar seus consumidores ou correr o risco de quebrar e entrar em falência.”
Outra questão importante é a dos valores dos produtos, que não são atribuídos simplesmente pelo tempo de trabalho necessário para a produção. Os preços dependem de uma série de fatores, tais como seus custos de produção, sua utilidade, escassez, oferta e demanda (acrescenta-se ainda os impostos, que também alteram os preços dos produtos), entre outros.
Já as condições de trabalho, diferente do que Marx pensava, podem melhorar, e não com base na bondade dos capitalistas, é claro, mas pela própria necessidade de lucrar. Funcionários que não são bem remunerados tendem a ser menos produtivos. Henry Ford, por exemplo, duplicou o salário básico de seus trabalhadores em 1914, para diminuir a rotatividade deles. Em 1913, a rotatividade de empregados na economia americana chegava a 370%. Isso limitava a capacidade dos capitalistas de obterem lucros, pois tinham de treinar novos empregados constantemente, o que aumentava seus custos trabalhistas. Ford aumentou os salários e diminuiu a rotatividade, aumentando seus lucros. Isso foi bom para ele e para seus trabalhadores.
Os três principais fatores que contribuem para que os salários baixos se mantenham são:
A falta de visão dos donos dos negócios, que os fazem não perceber que salários baixos prejudicam seus lucros;
A baixa acumulação de capital: afinal, não é possível pagar salários altos se a empresa não possui uma acumulação alta;
Regulações do Estado sobre o trabalho e encargos tributários sobre a folha de pagamento.
Lembrem-se que seja a teoria da mais valia seja a visão liberal contraponto a teoria marxista, ambas do ponto de vista teórico se “justificam” e ambas terão problemas na sua aplicabilidade, inclusive com as contradições pontuadas e exploradas por ambos teóricos. Muitas variáveis interferem no processo de transmitir o que está no campo teórico para campo prático.Adam Smith: História e principais teorias do pai do liberalismo
Adam Smith foi um filósofo social e um economista responsável por difundir o liberalismo econômico durante o Iluminismo. Considerado o “Pai do Capitalismo” ou o “Pai da Economia Moderna”, Adam Smith foi um economista e filósofo iluminista escocês que desenvolveu um modelo de livre mercado com base na valorização do trabalho e da liberdade individual. Suas obras falam sobre moral, ética, desenvolvimento econômico, educação, divisão de trabalho e livre concorrência, entre outros assuntos.
Quem foi Adam Smith?
Nascido em 1723, na cidade de Kirkcaldy, na Escócia, Adam Smith era filho de um advogado, chamado também de Adam Smith, e de Margaret Douglas. Na região onde vivia, a única fábrica existente produzia alfinetes, e a observação desse modelo de produção foi fundamental para a teoria econômica que viria a desenvolver mais tarde.
Adam Smith começou a estudar filosofia na Universidade de Glasgow quando tinha somente 14 anos de idade, em 1737, e se formou em 1740, mesmo ano em que recebeu uma bolsa de estudos para o Balliol College, da Universidade de Oxford.
Em 1748, recebeu um convite do juiz Henri Home para dar uma palestra sobre Direito Natural, Literatura, liberdade de comércio e liberdade individual, assuntos sobre os quais falou em toda a sua obra.
Em 1751, foi nomeado Professor da Cátedra de Lógica, na Universidade de Glasgow, onde também foi eleito reitor, em 1758. Foi neste período que Adam Smith fez amizade com o filósofo David Hume, que teve grande influência no desenvolvimento de seu ideal econômico, filosófico e social.
Morto em 1790, em Edimburgo, Adam Smith nunca se casou e sua vida particular foi sempre muito reservada, portanto não se sabe muito a respeito dos aspectos íntimos do economista. Suas obras e seus ideais são estudados até hoje por filósofos, sociólogos e economistas de todo o mundo.
O que Adam Smith defendia?
Para o economista, era necessário estabelecer um modelo social e econômico que tivesse como base o valor pessoal do trabalho. Precursor do liberalismo econômico, Adam Smith elaborou alguns conceitos que explicam seus ideais.
A mão invisível
O termo “mão invisível” é amplamente conhecido e possivelmente seja um dos ideais mais famosos de Adam Smith. Lema do liberalismo econômico, a expressão foi cunhada para que se pudesse explicar o movimento do mercado levando em conta os interesses de cada trabalhador que, produzindo qualquer tipo de bem ou fornecendo sua mão-de-obra, fazia isso não por gosto, mas sim para suprir suas necessidades.
A partir dessa lógica, Adam Smith dizia que o interesse individual de cada trabalhador era parte da construção do mercado. Para Smith, era preciso pensar em um modelo econômico diferente dos ideais mercantilistas, que defendiam a ideia de que a economia poderia ser dividida como uma torta, de modo que, para que conseguir uma fatia maior da torta, alguém acabaria ficando com uma fatia menor – para X ser rico, era necessário que Y empobrecesse.
Smith, por outro lado, não estudava a pobreza, mas sim a geração de riqueza. A mão invisível do mercado é, então, a condução “natural” da economia por meio do trabalho. Para ele, os ricos não tinham como gozar de todo o capital que acumulavam; assim, quando uma pessoa rica abria um negócio, sua riqueza seria automaticamente distribuída para as pessoas não ricas através da mão invisível. Smith acreditava que essa cadeia de raciocínio e acontecimentos poderia resultar em um equilíbrio econômico.
A mão invisível pode ser entendida também como o nome dado à relação formada quando consumidores e produtores participam do comércio, especialmente no aspecto da oferta e procura:
Quando a oferta de um produto no mercado é maior do que a demanda (procura), o valor do produto fica mais baixo. Agora, quando a demanda de um item é maior do que a sua oferta, o valor do produto fica mais alto.
Em sua obra “Teoria dos Sentimentos Morais”, na qual o termo foi citado pela primeira vez, Adam Smith diz que mesmo as pessoas mais ricas agem como se “fossem liderados por uma mão invisível…, sem querer, sem saber, para promover os interesses da sociedade”. Ou seja: as pessoas fariam bem à população de um modo geral mesmo quando estivessem buscando alcançar seus próprios objetivos ou acumular riquezas individuais.
Natureza econômica
Para Smith, a economia se movimenta devido ao interesse individual de cada pessoa. Ou seja, um operário não ia trabalhar em uma fábrica porque queria, mas sim porque precisava daquele cargo para sobreviver e manter sua família.
Smith dizia que, por trabalhar mesmo sem querer, esse operário ajudava o desenvolvimento da sua sociedade e de seus familiares através do esforço de seu trabalho. Para ele, o egoísmo do ser humano resultava em um bem comum.
Divisão do trabalho
De acordo com a sua teoria da divisão do trabalho, a única forma de enriquecer seria por meio do trabalho. Para ele, a sociedade de então era diferente das civilizações primitivas porque acumulava riqueza graças aos benefícios produzidos pela divisão de trabalho e pelas maiores ofertas de emprego.
Adam Smith defendia a liberdade econômica individual que, para ele, resultava em uma economia harmoniosa e justa, favorecendo o crescimento das riquezas da nação. Partindo do princípio de que, tanto empresários quanto trabalhadores agiam de acordo com os próprios interesses, o economista falava sobre a lei psicológica existente nesse caso.
De acordo com essa lei, os empresários podem ir em busca do maior lucro possível e os trabalhadores podem vender sua mão-de-obra ao empregador que ofereça o melhor salário. Com essa divisão de interesses, Smith acreditava que, de novo, a mão invisível do mercado atuava de forma espontânea em prol da competição no mercado.
Em relação ao trabalho em si, o autor defendia que cada operário fosse especialista em uma parte específica do trabalho, de modo que a produção fosse feita em etapas — esse insight resultou da observação da fábrica de alfinetes, citada no início deste texto, onde cada pessoa tinha uma função específica.
O interessante, neste modelo de divisão de trabalho, seria que cada nação limitasse sua produção de itens diversos, contribuindo para uma mão-de-obra mais bem qualificada e um know-how difícil de ser superado por outros países.
Governo limitado
Uma vez que houvesse essa harmonia entre trabalhador, mercado e patrão, Adam Smith acreditava que o Estado poderia focar seus esforços apenas nas responsabilidades básicas, não devendo favorecer algumas pessoas por meio do fruto do trabalho de outras.
Smith defendia a ideia de que o governo deveria se preocupar apenas com a segurança pública, ao contrário do que acontecia durante o Mercantilismo, quando a força do Estado estava presente em quase todas as esferas sociais e econômicas.
Smith era contra a ideia de que a riqueza de uma nação poderia ser medida pela quantidade de metais (ouro e prata). Para ele, a riqueza era, na verdade, a quantidade de bens produzidos pelos trabalhadores de uma nação, o que precisa ser feito por meio da capacitação dos trabalhadores e sem a interferência do Estado.
O economista acreditava também que os empregadores deveriam ter liberdade para negociar salários e condições de trabalho com seus funcionários, sem que houvesse um padrão a ser seguido ou intervenção do governo, que deveria garantir apenas segurança pública, o direito à propriedade privada e a liberdade individual dos cidadãos.
Quais as principais obras de Adam Smith?
Ao falar sobre o legado liberal clássico de Adam Smith, é necessário compreender um pouco suas principais obras. Em 1959, publicou “Teoria dos Sentimentos Morais” e, em 1776, publicou “A Riqueza das Nações”.
Teoria dos Sentimentos Morais
Nesta obra, Adam Smith indaga por que algumas ações são consideradas imorais enquanto outras são moralmente aceitas. Para ele, a consciência moral de cada pessoa precisa ser pautada a partir de uma análise imparcial sobre as próprias atitudes e as ações das outras

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