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LÍNGUA
PORTUGUESA
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO I
FUNÇÕES DA LINGUAGEM E
LINGUAGEM FIGURADA
VOCABULÁRIO
FONOLOGIA, ACENTUAÇÃO, ORTOGRAFIA
E FORMAÇÃO DE PALAVRAS
ARTIGOS, SUBSTANTIVOS, ADJETIVOS
VERBOS E ADVÉRBIOS
PRONOMES
NOÇÕES DE LITERATURA
HUMANISMO, QUINHENTISMO,
BARROCO E ARCADISMO
ROMANTISMO
LITERATURA NO PERÍODO COLONIAL
CLASSICISMO
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO II
FIGURAS DE LINGUAGEM
PERÍODOS SIMPLES E COMPOSTO
PONTUAÇÃO
CONCORDÂNCIA E REGÊNCIA
REALISMO/ NATURALISMO
PRÉ-MODERNISMO/ MODERNISMO
PARNASIANISMO/ SIMBOLISMO
CRASE
FUNÇÕES DE “QUE” E “SE”
Língua Portuguesa - Interpretação de texto I
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LÍNGUA PORTUGUESA
INTERPRETAÇÃO DE
TEXTO I
1. U. Católica de Brasília-DF Assinale V, para os itens
verdadeiros, e F, para os falsos.
( ) A figura ao lado trata-se de uma charge, cujo tema
versa sempre sobre algum acontecimento que já
foi veiculado na mídia. Dessa forma a charge não
é responsável por uma nova notícia, mas é uma
releitura de uma notícia ou de um fato.
( ) Observando os elementos que compõe a charge,
é correto afirmar que ela se refere a alguma notí-
cia sobre aviação. Isso é comprovado pelos elementos icônicos, pois nenhum ele-
mento verbal faz referência à aviação.
( ) O verbo ter, utilizado na fala do passageiro, poderia ser substituído pelo verbo
haver, o que configuraria o uso do nível formal da linguagem.
( ) A opção de reserva de um lugar na caixa-preta, que em caso de sinistro com a
aeronave, é um instrumento que pode ajudar a identificar as causas, é a responsável
pelo humor na charge e, ao mesmo tempo, permite inferir que a charge foi feita
depois de algum desastre aéreo.
( ) As palavras “algum”, “vago” e “caixa-preta” são respectivamente, adjetivo, advér-
bio, adjetivo e substantivo.
( ) Caixa-preta, sob o ponto de vista de sua estrutura, contém dois radicais, por isso,
quanto ao processo de formação, é considerada uma palavra derivada.
2. Analise a charge que segue, publicada na revista Veja, de 07. jun. 2000.
A leitura da charge permite as seguintes afirmações:
( ) nos desenhos humorísticos, a caricatura é uma representação gráfica de uma pes-
soa ou situação que explora aspectos ridículos ou grotescos.
( ) a legenda, texto curto que, às vezes, acompanha o desenho, tem a finalidade de
determinar para o leitor o sentido da charge.
( ) o cartunista interpreta uma idéia presente no imaginário do torcedor brasileiro: os
técnicos de futebol, quando cometem erros, são chamados de burros.
( ) a frase “O técnico Wanderley Luxemburgo examina as condições do gramado”
funciona de modo redundante, visto que repete o significado contido no desenho.
Língua Portuguesa - Interpretação de texto I
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3. Uneb-BA
Folha Ilustrada. Folha de São Paulo, 14 de julho 2000, p. 34.
No texto do convite para ver a exposição de Guignard, no MASP, passa-se a idéia de que:
a) ver Guignard é ter uma aula de como funciona o sistema nervoso humano;
b) a emoção provocada pela arte nem sempre pode ser traduzida com palavras;
c) a arte causa, no homem, uma sensação de leveza tal, que o adormece para a realidade;
d) o sentimento gerado pela obra de arte lírica é constante e equilibrado em cada ser
humano;
e) o humanismo lírico de Guignard está na sua capacidade de associar a arte ao equilí-
brio das sensações humanas.
4. UFPE Observe os quadrinhos abaixo e responda à questão.
Assinale a alternativa em que se faz um comentário inaceitável com relação aos quadri-
nhos de Ziraldo.
a) O menino tinha idéia clara acerca da finalidade apelativa do seu texto.
b) Os termos do cartaz reproduzem a sintaxe típica desse gênero de texto.
c) O menino demonstra inabilidade para ajustar-se às exigências de textos publicitários.
d) As incorreções gramaticais do segundo quadro vão da ortografia à sintaxe.
e) Os erros do cartaz constituíram uma estratégia para atrair possíveis consumidores.
O equilíbrio da pressão nas membranas celulares dos tecidos
nervosos, sem variação nos níveis de sódio e potássio, provoca
impulsos que vão do córtex cerebral até o sistema nervoso cen-
tral, confirmando uma sensação agradável e sem grandes alte-
rações. De tão relaxado, você pode até tirar um cochilo.
“O Humanismo Lírico de Guignard”. Um dos maiores pintores do mo-
dernismo brasileiro.
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Ziraldo. O Menino Maluquinho.
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5. Univali-SC A leitura dos quadrinhos abaixo remete-nos à seguinte conclusão:
Márcio Kühner
a) Os ditados não estão sempre certos. d) Devemos rir dos nossos percalços.
b) Errar é fundamental para crescer. e) É preciso sempre acertar.
c) Tirar o proveito de todas as situações.
6. PUC-RS Instrução: Responder às questões 2 e 3 com base no texto abaixo.
HUMOR EM TIRAS
Considerando as atitudes e falas dos personagens, é correto concluir que:
a) a mãe já sabia que Calvin havia decidido não ir mais à escola, como se depreende da
expressão “Sei”, no primeiro quadrinho;
b) a mãe de Calvin, indecisa sobre o que fazer com o filho, viu-se obrigada a consultar o pai;
c) Haroldo, o tigre presente no último quadrinho, demonstra apoio incondicional à atitu-
de do menino, pelo fato de estar disposto a acompanhá-lo à escola;
d) não havendo outra saída, foi necessário usar a força física para mandar Calvin à esco-
la, como se depreende da expressão “esmagar”, do último quadrinho;
e) as expressões “os pais” e “uma criança”, no último quadrinho, indicam que Calvin
generalizou a conclusão a que chegou.
7. PUC-RS Instrução: Responder à questão 3 com base nas idéias abaixo, que completam
a frase sublinhada.
Pela leitura da tira, é correto afirmar que Calvin:
1. Demonstra temer uma vida adulta em meio à poluição.
2. Usa sua fantasia para tentar convencer sua mãe do acerto de sua decisão.
3. Considera-se injustiçado pelos pais.
4. Conclui que seu projeto para o futuro foi rejeitado por ser ambicioso.
As idéias que complementam adequadamente a frase sublinhada, de acordo com o senti-
do da tira, estão na alternativa:
a) 1 e 2.
b) 1, 2 e 3.
c) 2 e 3.
d) 2, 3 e 4.
e) 3 e 4.
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8. U.F. Goiânia-GO Leia as tiras do cartunista Angeli, publicadas no caderno Ilustrada, da
Folha de São Paulo, em 29. jul. 1999. Depois assinale V, para os itens verdadeiros, e F
para os falsos.
Sansão e Dalila são personagens do universo gráfico de Angeli. Eles formam um casal
sem charme, cujo cotidiano é retratado de forma ridícula pelo cartunista.
De acordo com os elementos que constituem as tiras acima:
( ) as expressões crak, flap e tuf! são consideradas onomatopéias, porque procuram
representar, na escrita, sons naturais.
( ) a falta de diálogo entre o casal, durante a refeição, indica uma vida monótona,
propensa às explosões agressivas.
( ) a sigla TPM – que significa tensão pré-menstrual – opõe-se à expressão kung fu,
arte marcial desenvolvida na antiga China.
( ) o humor das tiras tem função social, pois procura descontrair o leitor, com a repre-
sentação caricaturesca de cenas do cotidiano dos personagens.
9. UFMS Observe a tira humorística que segue e marque a(s) opção(ões) verdadeira(s).
URBANO, o aposentado A.Silvério
Globo, 22/09/2000.
01. A frase apresentada no balão 3 pode ser associada à profissão da personagem que a
enuncia.
02. Atribui-se a uma dada estação do ano a capacidade de influenciar o estado de almadas pessoas em geral.
04. Em Todos mesmo (balão 4), o advérbio em negrito é usado como reforço, indicando
que não há exceção à regra.
08. O uso do artigo definido em a outra metade (balões 1 e 3) está equivocado, uma vez
que se trata de referentes que aparecem pela primeira vez no texto.
16. Os enunciados Encontrei a outra metade da minha laranja! (balão 1) e Encontrei a
outra metade do meu comprimido! (balão 3) retomam, através de figuras distintas, o
enunciado mais genérico “Encontrei a companheira ideal.”
32. O efeito humorístico da tira advém do fato de que se a personagem hipocon-
dríaca leva sua obsessão às últimas conseqüências, associando-a inclusive ao
campo amoroso.
Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas.
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10. UFMA
Jaguar.
Na tira acima, o autor:
a) trabalha a fala das personagens no contexto, relacionando termos que não possuem
nada em comum;
b) subverte a lógica homonímica através da utilização de um jogo de palavras marcado
pela sonoridade, num tom de humor;
c) aproxima palavras heterógrafas (termos de grafias diferentes) e heterófonas (termos
de sons diferentes) que, apesar de sugerirem humor, não subvertem a lógica homoní-
mica;
d) usa sua criatividade e faz uma brincadeira lingüística com Há fogo / Afogo para de-
monstrar que ambos os termos possuem o mesmo significado;
e) considera os termos grifados acima como palavras sinônimas que não possuem outra
relação a não ser a própria referência.
11. UFMA
Revista Veja, de 19/04/2000.
Sobre a propaganda acima, é correto inferir que:
a) inanição gera morte e morte gera imobilidade. Logo, os usuários da Internet estão
condenados a morrer;
b) ir ao supermercado implica, infelizmente, em deslocamento e deslocamento implica
em não morrer de fome. Logo, sem se mexer, a Internet é a solução;
c) não comer implica em não se mexer e não se mexer implica em não sair de casa. Logo,
para não morrer, é preciso ir ao supermercado;
d) a Internet possibilita a compra e a compra implica em deslocamento. Logo, é preciso
se mexer para não morrer de inanição.
e) para consultar a fatura da compra pela Internet, é preciso se mexer e se mexer implica
em ir ao supermercado. Logo, o ideal é não acessar a Internet.
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12. UFMG
“Com o Document Centre a Xerox reinventa a copiadora
O mercado evolui. A Xerox revoluciona. Todo o poder
da tecnologia digital chega ao seu escritório com o mais
avançado sistema de processamento de documentos: Do-
cument Centre. Uma copiadora que também é impres-
sora, fax e scanner, com capacidade de realizar as opera-
ções simultaneamente. Para você copiar, imprimir, rece-
ber, enviar, criar, transformar, alterar, arquivar e recupe-
rar documentos com mais facilidade, menor manuseio
de papel e maior segurança. O novo software Centrewa-
re permite explorar e gerenciar o equipamento de acor-
do com as suas necessidades, a partir do seu computa-
dor, via rede e até mesmo via Internet. Document Centre
é tudo isso e mais a garantia e a assistência técnica que
só a Xerox pode lhe oferecer.”
AO VIVO E EM CORES NA DOCUWORLD. Visite a feira de tecnologia
avançada, dias 13 e 14 de maio, no Hotel Transamérica - SP.
Todas as afirmativas apresentam recursos lingüísticos que estão presentes nesse texto de
propaganda, exceto:
a) Articulam-se a linguagem verbal e a não-verbal.
b) Impessoaliza-se o tratamento do leitor.
c) Enumeram-se cumulativamente as características do produto.
d) Recorre-se não só à conotação, mas também à denotação.
13. UERJ
Ziraldo, Jornal do Brasil, 11/11/1999.
Na tira de Ziraldo, os personagens mudam de atitude do primeiro quadrinho para o se-
gundo. Pelo terceiro quadrinho, pode-se deduzir o que não está escrito: um pensamento
teria provocado a mudança.
Esse pensamento poderá ser traduzido como: “E se os caras dentro do espelho...
a) ...estivessem rindo deles?”
b) ...fossem reais e eles o reflexo?”
c) ... pudessem trocar de lugar com eles?”
d) ... duvidassem da realidade do mundo?”
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14. U.F. Pelotas-RS A compreensão de um texto
não decorre apenas da decodificação pura e
simples dos itens lingüísticos neles contidos.
Na realidade, ao ler, o leitor deixa aflorar seu
conhecimento de mundo, suas crenças, suas
vivências, que possibilitam conexões entre os
enunciados e o levam a construir o sentido do
texto que leu. Uma das características do leitor
proficiente é a capacidade de interpretar gráfi-
cos. Demonstre que você domina a habilidade
de leitura, inferindo corretamente os resulta-
dos expressos no gráfico ao lado:
Uma pesquisa encomendada pela entidade Parceria Contra as Drogas entrevistou 700 pes-
soas, entre 13 e 21 anos, de cinco cidades há três anos e obteve os seguintes resultados:
De acordo com os dados representados no gráfico, pode-se dizer que:
a) a descoberta do novo sempre atraiu o homem a aventuras cujas conseqüências, muitas
vezes, são desconsideradas em virtude do prazer do desconhecido, sendo esse o moti-
vo para que de noventa a cem jovens recorram às drogas;
b) como todo ser em formação, a maior parte dos jovens procura uma maneira de afirma-
se em seu grupo, recorrendo, para isso, ao uso de psicotrópicos;
c) não é verdadeira a argumentação de que o maior contingente de jovens, rebeldes por
natureza, procura nas drogas formas de transgredir normas sociais;
d) a orientação familiar não seria uma das primeiras providências no combate ao vício,
uma vez que não está na família a causa principal de o jovem se envolver com drogas;
e) são de toda ordem as causas que levam o jovem ao consumo de drogas; com exceção
dos problemas com a família, essa diversidade, somada, representa mais de 3/4 do
total de entrevistados.
15. UFPR Assinale V (verdadeiro) ou F (falso)
na(s) alternativa(s) em que a descrição da foto
abaixo vem expressa de acordo com as nor-
mas de escrita do português padrão.
( ) Um homem com roupas típicas de tra-
balhador rural, onde é mostrado da cin-
tura para baixo, segura um tipo de fa-
cão com a mão direita. Abraçado a sua
perna há uma criança, que a expressão
denota raiva e medo. O homem apóia
sua outra mão na cabeça da criança, como se protegesse ela.
( ) Um homem com roupas típicas de trabalhador rural, mostrado da cintura para bai-
xo, segura uma espécie de facão. Abraçado a sua perna há um menino, cuja expres-
são denota raiva e medo. A outra mão do homem repousa sobre a cabeça da crian-
ça, como se protegendo-a.
( ) A foto mostra um menino abraçado às pernas de um homem vestido como um
trabalhador rural, onde está segurando uma espécie de facão com a mão direita. A
expressão da criança é de medo e raiva, e é como se o homem estivesse protegendo
a ela de alguma ameaça.
( ) Na foto, mostra um homem, que está segurando uma espécie de facão e vestido como
trabalhador rural. Uma criança está abraçada à perna dele, que apóia a mão sobre sua
cabeça, como se estivesse protegendo. E onde o olhar da criança exprime medo e raiva.
( ) Na foto, aparecem um menino e um homem. O enquadramento destaca a criança,
mostrando o homem apenas na altura da cintura. A ele está abraçada a criança, cujo
olhar é de medo e raiva. O homem, que, em traje de trabalhador rural, empunha um
facão, parece estar protegendo o menino, sobre cuja cabeça pousa a mão.
( ) A foto mostra, da cintura para baixo, um homem que traja roupa de trabalhador
rural e empunha uma espécie de facão. Uma criança, com expressão de medo e
raiva, está abraçada à perna do homem. Ele apóia a mão sobre a cabeça do menino,
como se o estivesse protegendo.
Contrariar
Foto: Paula Simas
LínguaPortuguesa - Interpretação de texto I
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16. UEGO
A leitura da charge permite as seguin-
tes afirmações:
( ) o título “A República do Mau
Humor” funciona como indicador
de leitura, pois dá ao leitor a opor-
tunidade de interpretar tanto o
texto verbal como o não-verbal;
( ) o mau humor dos aliados do go-
verno nos permite deduzir que os
políticos aderem ao poder visan-
do apenas ao seu benefício pró-
prio;
( ) a parte inferior da charge remete-
nos ao contexto social brasileiro,
onde a população, em sua maio-
ria, sofre os efeitos;
( ) a frase de 2º balão “Um dia, só eles vão rir de tudo isso!”, proferida pelo persona-
gem que representa o povo, deixa transparecer o humor e o descompromisso com
que o brasileiro encara seus problemas;
( ) a frase “Não esquenta, mulher!”, proferida pelo personagem denuncia a ineficiên-
cia do cobertor com que ele se agasalha, uma vez que o frio é intenso.
17. UnB-DF
“ACREDITAMOS EM OPORTUNIDADES IGUAIS INDEPENDENTEMENTE DE RAÇA,
CREDO, SEXO, REINO, TRIBO, CLASSE, ORDEM, FAMÍLIA, GÊNERO OU ESPÉCIE.
Os seres vivos são interdependentes. Dessa for-
ma, sem apoio de milhões de espécies, a sobrevi-
vência humana não estaria garantida. Essa varie-
dade e a dependência entre as espécies interessa
especialmente à nossa empresa. Pois o nosso tra-
balho depende de descobertas no mundo das in-
formações genéticas. Informações que se perdem
para sempre quando as espécies são extintas. In-
formações que oferecem soluções inéditas para a
agricultura, a nutrição e a medicina. Para atender
a uma população que está crescendo. Em um pla-
neta do mesmo tamanho.”
Considerando as informações prestadas pelo anúncio acima, o sentido da mensagem e a
correção gramatical dos itens a seguir, julgue-os.
( ) A figura explora e exemplifica a biodiversidade.
( ) Mesmo sabendo que nem todos os reinos estão representados na figura, isto não
contradiz o argumento principal da propaganda, colocado acima da ilustração.
( ) Devido à interdependência dos seres vivos, a sobrevivência da espécie humana não
estaria garantida sem apoio de milhões de espécies.
( ) O trabalho desenvolvido pela empresa depende de descobertas no mundo das in-
formações genéticas e, quando as espécies são extintas, se perdem para sempre.
( ) As informações genéticas oferecem soluções inéditas para a agricultura, a nutri-
ção, a medicina, a população que está crescendo e o planeta, que tem o tamanho da
população.
Isto é. nº 1.575. 8/12/99. p. 125 (com adaptações).
Folha de São Paulo, 11.09.99
Língua Portuguesa - Interpretação de texto I
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18. UFPB-PSS
Texto I
“Diogo Mainardi
Índios furibundos invadiram o Congresso Nacional para protestar contra as comemorações dos
500 anos de descobrimento do Brasil. Paramentados com seus tradicionais cocares, calções de
banho e tênis Nike, foram até o senador Antonio Carlos Magalhães e apontaram-lhe uma lança.
Foi bonito ver todos aqueles índios lutando juntos – 500 anos atrás, eles provavelmente estariam
devorando uns aos outros. Pois eu concordo com os índios: não há o que comemorar. Em 500
anos de História, não fizemos nada que justificasse uma festa. A meu ver, deveríamos ficar recolhi-
dos num canto, chorando pelo joelho de Ronaldinho. Foi o que fiz.”
Texto II
Lendo o texto I e relacionando-o com a charge (texto II), conclui-se:
a) O selvagem da charge não é o índio, mas sim a respeitável autoridade brasileira.
b) Os índios continuavam lutando entre si.
c) O índio da charge é mais autêntico porque não usa tênis Nike e veste calça comprida.
d) O objetivo de Mainardi e Chico é o mesmo: registrar a política favorável do Congres-
so Nacional às causas indígenas.
e) As comemorações dos 500 anos do Descobrimento do Brasil representaram um mo-
mento de alegria para os índios.
19. UFMA
“O chinês anônimo desafia os tanques
Nunca se soube o nome daquele jovem alto e ma-
gro vestido como milhões de chineses, de camisa bran-
ca e calça de tergal. Ninguém ouviu sua voz. Jamais
se soube o paradeiro do solitário rebelde que barrou
uma coluna de 17 tanques naquela manhã de junho
de 1989. Sozinho, nas fotografias e no balé diante
das câmeras de vídeo – os tanques se deslocavam e a
silhueta se movia, simultaneamente, para a esquerda
e para a direita – o chinês anônimo fez mais, em seu
grande momento, do que muitos líderes revolucio-
nários do milênio. É certo que foi visto por mais gen-
te, nas telas de TV, dentro dos lares, do que persona-
lidades como o mongol Kublai Khan, o francês Maximilien de Robespierre ou o mexicano Emiliano
Zapata.”
Depreende-se da compreensão do texto acima que há uma gradação ascendente do per-
sonagem envolvido, que assim passa do anonimato de um momento para a fama de um
milênio. Isso fica evidente através dos seguintes itens lexicais:
a) jovem alto e magro solitário rebelde silhueta líder revolucionário personalidade;
b) silhueta solitário rebelde sem paradeiro sozinho personalidade;
c) jovem alto e magro sem voz solitário rebelde líder revolucionário sozinho;
d) sem paradeiro silhueta solitário rebelde chinês anônimo líder revolucionário;
e) solitário rebelde líder revolucionário sozinho personalidade chinês anônimo.
5 de julho de 1989.
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20. UERJ Leia a piada reproduzida a seguir.
Vinha o motorista dirigindo o seu carro, quando se deparou com uma placa de sinalização:
Imediatamente, ele acelerou o seu veículo. Logo depois, voltou a pé para o local da placa
e nela escreveu, para corrigi-la:
Como muitas piadas, esta se baseia em um equívoco.
O comportamento do motorista que explica mais adequadamente o efeito cômico da
piada é:
a) voltar a pé ao local da placa para efetuar uma correção;
b) ler a mensagem da placa como uma ordem para acelerar;
c) corrigir a mensagem da placa para retificar informação incompleta;
d) imprimir maior velocidade ao carro para escapar dos quebra-molas.
Texto para as questões 21 e 22.
“Homem Primata
Desde os primórdios
Até hoje em dia
O homem ainda faz
O que o macaco fazia
5 Eu não trabalhava, eu não sabia
Que o homem criava e também destruía.
Homem primata
Capitalismo selvagem
Ô, ô, ô
10 Eu aprendi
A vida é um jogo
Cada um por si
E Deus contra todos
Você vai morrer e não vai pro céu
15 É bom aprender, a vida é cruel.
Homem primata
Capitalismo selvagem
Ô, ô, ô
Eu me perdi na selva de pedra
20 Eu me perdi, eu me perdi”
BRITTO, Sérgio, FROMER, Marcelo, REIS, Nando, PESSOA, Ciro. Do CD Cabeça de dinossauro.
21. UFR-RJ No texto Homem Primata, a comparação estabelecida entre o homem e maca-
co alude:
a) a uma das teorias sobre a origem da espécie humana;
b) ao comportamento irracional do homem na sociedade moderna;
c) às semelhanças biológicas entre os dois seres;
d) ao bom relacionamento entre homem e macaco;
e) ao capitalismo selvagem da sociedade contemporânea.
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22. UFR-RJ A oposição entre os quatro primeiros versos de Homem primata e o texto
Pecados do século XXI (questões 101 a 103) envolve, respectivamente, os antônimos:
a) lentidão X velocidade;
b) atraso X progresso; d) estagnação X mudança;
c) santidade X pecado; e) passado X presente.
Instrução: Responder às questões de 23 a 25 com base no texto.
JAGUAR. Átila, você é barbaro. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1968. p. 166-167.
23. PUC-RS Instrução: Responder à questão analisando a veracidade das afirmativas
abaixo.
1. A absolescência das armas utilizadas pelo homem levam-no a um final trágico.
2. As armas apresentam-se em gradação ascendente quanto ao seu poder letal.
3. O militarismo, simbolizado pelosuniformes que os personagens vestem, é causa prin-
cipal do desfecho presente no cartum.
4. A vestimenta dos personagens ilustra cronologicamente o desenrolar dos fatos apre-
sentados.
5. Os itens 2 a 5 do cartum apresentam o homem como o responsável pelas ações
bélicas, enquanto nos itens 6 a 10 essa responsabilidade é atribuída apenas aos ar-
mamentos.
Conclui-se que a alternativa que apresenta a numeração correspondente às afirmativas
corretas é:
a) 1 e 2. b) 1, 2 e 4. c) 2 e 4. d) 3 e 5. e) 3, 4 e 5.
24. PUC-RS Instrução: Responder à questão com base nas afirmativas a seguir.
I. A estrutura narrativa e as ilustrações têm efeito argumentativo marcante.
II. As ilustrações são um recurso para chamar a atenção do leitor, e poderiam ser retira-
das sem prejuízo para a clareza do texto.
III. Os itens 1 e 2 apresentam ao leitor os personagens, enquanto o 9 prepara-o para o
desfecho da história.
IV. A simplicidade da linguagem contrasta com a seriedade do tema.
Concluí-se que as afirmativas corretas encontram-se na alternativa:
a) I e II. b) I, III e IV. c) I, II, III e IV. d) II, III e IV. e) III e IV.
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25. PUC-RS O ditado popular que melhor sintetiza as idéias expressas no cartum é:
a) “O feitiço virou contra o feiticeiro.” d) “Quando um não quer, dois não brigam.”
b) “Quem tudo quer tudo pode.” e) “Devagar se vai ao longe.”
c) “Se queres a paz, prepara-te para a guerra.”
26. Univali-SC
“BOM CONSELHO
Ouça um bom conselho
Que lhe dou de graça
Inútil dormir
Que a dor não passa
Espere sentado
Ou você se cansa
Está provado
Quem espera nunca alcança
Ouça meu amigo
Deixe esse regaço
Brinque com meu fogo
Venha se queimar
I
E não foi só ele.
Milhares de brasileiros pendurarão
as chuteiras mais cedo por
problemas cardiovasculares.
II
Hoje, 20% da população adulta
brasileira é hipertensa,
12% é diabética e 30% tem
colesterol elevado.
III
Essas doenças, associadas
a tabagismo, obesidade, estresse
Faça como eu digo
Faça como eu faço
Aja duas vezes antes de pensar
Corro atrás do tempo
Vim de não sei onde
Devagar é que não se vai longe
Eu semeio o vento
Na minha cidade
Vou para rua e bebo a tempestade”
Chico Buarque
Ao compor o texto, o autor se preocupou em:
a) contradizer sistematicamente os conselhos populares em situações absurdas;
b) enfatizar a sabedoria que se exprime através de provérbios;
c) utilizar-se de provérbios para expressar sua concordância ou discordância diante de
fatos da vida;
d) inadvertidamente o compositor apresenta situações nas quais os ditos populares vão
de encontro à realidade;
e) através de um jogo de palavras, o autor procura confundir o leitor.
INSTRUÇÃO: Com base no texto, julgue os itens da questão 27.
“Tão novo e já pendurou as chuteiras
e vida sedentária levam ao óbito
por problemas cardiovasculares,
que correspondem a 32% de todos os óbitos.
IV
Não seja mais uma vítima
das doenças cardiovasculares.
V
Procure seu médico e siga
a sua orientação.”
Líder em soluções
Veja. 23/06/99, p. 153.
27. UFMT
( ) A polissemia presente no título do texto se revela pelos sentidos diversos que ele sugere.
( ) A leitura do texto desfaz a polissemia do título atribuindo-lhe o sentido da morte.
( ) O sentido da palavra hoje é encontrado na primeira parte do texto, daí ser um
elemento anafórico.
( ) Em Ele é um novo homem, o adjetivo novo apresenta sentido igual ao do título do texto.
( ) Na última parte do texto, o pronome possessivo sua provoca certa ambigüidade
que pode ser desfeita se substituído por dele.
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INSTRUÇÃO: A partir da leitura do texto, julgue os itens da questão 8.
“A VIDA MODERNA OFERECE TV DIGITAL, CELULAR, INTERNET E O JEEP GRAND CHEROKEE
PARA VOCÊ FUGIR DISSO TUDO.
Jeep Grand Cherokee. A partir de R$ 55.400.
O mundo tem lugares onde você pode viver emoções muito maiores do que ir e vir do trabalho.
E o Jeep Grand Cherokee dá liberdade para você seguir qualquer trilha. Ele tem motor 4.0L High
Output, tração Quadra-Trac® 4x4 permanente, duplo air-bag, freios a disco nas quatro
rodas com ABS e suspensão “Up Country” para você chegar onde ninguém chegou. Além de
câmbio automático e ar-condicionado para você chegar lá inteiro. Jeep Grand Cherokee. A
vida moderna em favor da vida de verdade.
Jeep®
Só Existe Um.”
Veja, 11/10/98.
28. UFMT
( ) A propaganda defende a idéia de que a tecnologia é insuficiente para o homem ser
feliz na vida moderna.
( ) A tese que sustenta o texto é a de que se a vida moderna propicia não só alta
tecnologia como também possibilidades de se fugir.
( ) A expressão “onde ninguém chegou” pode significar sucesso profissional.
( ) Os argumentos utilizados para convencer o leitor se baseiam nos atrativos da vida
moderna e não no objeto em si da propaganda.
( ) A palavra trilha refere-se unicamente a caminhos pouco percorridos.
29. Unifor-CE
“Façam a festa
cantem dancem
que eu faço o poema duro
o poema-murro
sujo
como a miséria brasileira.”
Nos versos acima, o poeta Ferreira Gullar:
a) defende uma poesia voltada para o canto e a exaltação dos sentimentos líricos;
b) expõe sua condição de artista marcado pelo desejo de participação social;
c) opõe a poesia que ele faz à poesia dos que se preocupam com temas políticos;
d) deixa claro que suas opções estéticas coincidem com as dos poetas concretistas;
e) adota uma visão de mundo muito semelhante à da poesia de Manuel Bandeira.
30. U. Potiguar-RN
“Soneto
Pálida, à luz da lâmpada sombria,
Sobre o leito de flores reclinada
Como a lua por noite embalsamada,
Entre as nuvens do amor ela dormia!
Era a virgem do mar! na escuna fria
Pela maré das águas embalada!
Era um anjo entre nuvens d’alvorada
Quem em sonhos se banhava e se esquecia!
Era mais bela! o seio palpitando...
Negros olhos as pálpebras abrindo...
Formas nuas no leito resvalando...
Não te rias de mim, meu anjo lindo!
Por ti – as noite eu velei chorando,
Por ti – nos sonhos morrerei sorrindo!”
O texto acima é um poema de Álvares de Azevedo, autor que, segundo Mário de Andra-
de, sofre muito o prestígio romântico da mulher. O amor sexual lhe repugnava. Há no
soneto uma contradição entre as imagens que caracterizam a mulher. Aponte-a:
a) De um lado, a mulher é pálida sobre o leito e, de outro lado, anjo entre nuvens.
b) Num momento, a mulher caracteriza-se pela pureza e, em outro momento, pela nudez
e sensualidade.
c) Em princípio, a surpresa da visão da mulher amada; num segundo momento, a revela-
ção de que apenas é uma lavadeira.
d) Inicialmente, o sofrimento das noites de vigília; em seguida, a fuga pelo sonho e pela morte.
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Leia atentamente o texto abaixo para responder às questões de 31 a 33.
“Consoada
Quando a Indesejada das gentes chegar O meu dia foi bom, pode a noite descer.
(Não sei se dura ou coroável), (A noite com seus sortilégios.)
Talvez eu tenha medo. encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
Talvez eu sorria, ou diga: A mesa posta,
– Alô, iniludível! Com cada coisa em seu lugar.”
Manuel Bandeira. In: Os melhores poemas de Manuel Bandeira. São Paulo: Global,1984.
31. Uniube-MG Para o poeta a palavra Indesejada se refere à:
a) Amada. b) Visita. c) Morte. d) Noite.
32. Uniube-MG Por que o poeta cumprimenta a Indesejada das gentes, chamando-a de
iniludível?
a) Porque ela é fácil de se enganar. c) Porque aparece toda noite.
b) Porque não poupa ninguém. d) Porque é amiga do poeta.
33. Uniube-MG Com relação à estrutura, o poema pode ser dividido em duas partes:
I. a primeira, que mostra incerteza do poeta, expressa pelos advérbios de negação edúvida, e a segunda, que apresenta certeza expressa pelo tom afirmativo dos verbos;
II. a primeira, que revela segurança e certeza quanto ao futuro, e a segunda, que apresen-
ta dúvida e descontrole emocional;
III. a primeira, que mostra coragem e segurança para enfrentar o desconhecido, e a se-
gunda, que revela a felicidade de um dia de trabalho;
IV. a primeira, que mostra o poeta despreparado para o que lhe espera, e a segunda, que
revela sua ousadia e destemor diante da vida.
O item que melhor caracteriza essa divisão é:
a) I. b) II. c) III. d) IV.
34. Univali-SC Compare os versos de Manual Bandeira e Vinícius de Moraes, sobre o tema:
Mulheres.
“Mulheres
Como as mulheres são lindas!
Inútil pensar que é do vestido...
E depois não há só as bonitas:
Há também as simpáticas.
E as feias, certas feias em cujos olhos vejo isto:
Uma menininha que é batida e pisada e nunca sai da cozinha.
Como deve ser bom gostar de uma feia!”
BANDEIRA, Manuel. In: Libertinagem.
“Receita de mulher
As muito feias que me perdoem
Mas beleza é fundamental. É preciso
Que haja qualquer coisa de flor em tudo isso.
(...)
Seja bela ou tenha pelo menos um rosto que lembre um templo e
Seja leve como um resto de nuvem...”
Vinícius de Moraes.
Sobre os textos, pode-se afirmar que:
a) os dois textos são ambíguos na abordagem do tema;
b) ambos os textos vêem apenas belezas, embora diferentes, nas mulheres;
c) enquanto o primeiro texto fala só na beleza infantil, o segundo aborda a beleza da
mulher madura;
d) embora falem sobre o mesmo assunto, os dois textos revelam posicionamentos antagônicos;
e) os textos abordam temáticas diferentes.
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35. PUC-PR
“Nada mais diferente (...) entre o biscoito de Proust e o embrulho do pai. A madeleine trouxe o
gosto que leva ao passado geral, ao passado anterior ao passado, ao passado depois do passado,
ao passado ‘ao lado’ do passado.
O biscoito abriu as portas do tempo – do tempo perdido. Ora, o meu caso, ou melhor, o ‘meu’
embrulho não abre nada, muito menos o tempo. Se abria alguma coisa era o espaço – até então,
nunca pensara organizadamente na única pessoa, no único personagem, no único tempo de um
homem que, não sendo eu, era o tempo do qual eu mais participara.”
Assinale a alternativa que identifica e explica a referência feita ao episódio da “ma-
deleine” na obra de Proust, criando uma relação com Quase memória, de Carlos
Heitor Cony:
a) É uma similaridade e provoca a percepção de que tempo e espaço são valores diferentes.
b) É uma comparação que demonstra as leituras do autor.
c) É um caso de intertextualidade e serve para estabelecer relações na cadeia de leituras
e de escrita literária.
d) É um caso de referencialidade porque faz referência a um livro do passado.
e) É um caso de associação de idéias, pois a noção de passado é a mesma nos dois autores.
O texto publicitário que você lerá abaixo foi extraído de Isto é, de 7 jun. 2000. As ques-
tões 36 e 37 referem-se a ele.
“Quando a gente deixa as crianças
experimentarem, se sujarem,
elas aprendem mais
e se desenvolvem melhor.
É por isso que estamos lançando
o novo Omo Multi Ação.
Uma fórmula inovadora que
age nos primeiros instantes da
lavagem, removendo manchas
de gordura como nenhum outro.
Omo Multi Ação está ainda
mais eficiente porque sabe, assim
como você, que seu filho precisa
de liberdade para aprender.
Novo Omo Multi Ação.
Porque não há aprendizado
sem manchas.”
36. UFGO Além de veicular informações sobre o produto, a linguagem publicitária procu-
ra persuadir o consumidor.
Com base nessa informação e na leitura do texto, pode-se afirmar que:
( ) liberdade de ação e aprendizagem infantil, idéias deduzidas do início do texto,
estabelecem relação de causa e conseqüência.
( ) o vocábulo outro, em “como nenhum outro”, refere-se a um elemento extratextual,
pois não remete a nenhum termo explicitamente presente no texto.
( ) a palavra ainda, em “Omo Multi Ação está ainda mais eficiente”, indica que, só a
partir de agora, o produto foi aprovado pelo consumidor.
( ) o vocábulo manchas aparece no texto com dois sentidos diferentes, ou seja, o pri-
meiro é denotativo e o segundo, conotativo.
37. UFGO Acerca da organização das frases, é possível afirmar que:
( ) o trecho “removendo manchas de gordura como nenhum outro” NÃO pode ser
substituído por “que remove manchas como nenhum outro”, pelo fato de causar
incoerência.
( ) o segmento “Quando a gente deixa as crianças experimentarem, se sujarem”, apre-
sentado na abertura do texto, serve para destacar a atitude desejável de um consu-
midor ideal.
( ) os vocábulos “elas” e “se”, apresentados no primeiro período do texto, remetem à
expressão “as crianças”.
( ) a oração “Porque não há aprendizado sem manchas” estabelece uma relação de
dependência com frase “Novo Omo Multi Ação”.
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INSTRUÇÃO: A partir da leitura do texto, julgue os itens da questão 38.
“TOURO
De 21/4 a 20/5
Você está curando suas velhas feridas e aprendendo a confiar de novo na vida. A dinâmi-
ca do mês é o aprofundamento das relações e a expressão das emoções. Você poderá con-
tribuir com o parceiro, ampliando a intimidade e a cumplicidade do casal. Vida íntima em
alta: dê vazão à sua sensualidade. Com Marte transitando em seu signo, este é um mês de
ação e decisões: hora de colocar projetos em prática, o que lhe trará entusiasmo. Para isso,
conte com os amigos. É tempo também de investir “no social”: lute com a velha preguiça
de sair e vá ao encontro das pessoas. Terá que enfrentar algum mal-estar passageiro que a
obrigará a ter mais cuidado com a saúde. No trabalho, confusão: espere até poder expres-
sar suas idéias.”
Marie Clarie, maio de 1998.
38. UFMT
( ) A organização desse texto se calca em conselhos, ora implicitamente ora direta-
mente.
( ) Há no texto uma única marca lingüística que mostra ser o interlocutor você feminino.
( ) O lugar comum investir no social tem o sentido usual reiterado por referir-se a
conselho.
Texto para as questões 39 e 40.
“Língua
Gosto de sentir minha língua roçar
A língua de Luís de Camões
Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar
A criar confusões de prosódia
E uma profusão de paródias
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa
E sei que a poesia está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade
E quem há de negar que esta lhe é superior
E quem há de negar que esta lhe é superior
E deixa os portugais morrerem à mingua
Minha pátria é minha língua
Fala Mangueira
Fala!
Flor do Lácio sambódromo
Lusamérica latim em pó
O que quer
O que pode esta língua (...)
A língua é minha Pátria
E eu não tenho Pátria: tenho mátria
Eu quero frátria”
VELOSO, Caetano. Língua. Velô-Caetano e a Banda Nova. PolyGram, 1984.
39. UFPE Leia as afirmativas abaixo sobre as idéias apresentadas no texto.
1. Em “Gosto de ser e de estar”, a idéia de plenitude, desejada pelo autor, é expressa
com os verbos “ser” e “estar”, que implicam o aspecto do ser permanente e do ser
transitório.
2. Utilizando a expressão “Fala mangueira”, grito de guerra de uma escola de samba, o
autor alude à idéia de que, sendo “pátria”, uma língua expressa os valores culturais de
seu povo.
3. O verso “Lusamérica latim em pó” alude não só à pulverização do latim que deu
origem às línguas latinas como à divisão-união de Portugal e Brasil.
4. Os neologismos “mátria” e “fátria” disfarçam o sentimento de união que o autor pre-
tende esteja envolvido na sua percepção de “língua”.
Está(ão) correta(s) apenas:
a) 1, 2 e 3. d) 2.
b) 1, 3 e 4. e) 3 e 4.
c) 2 e 4.
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40. UFPE Os enunciados abaixo referem-se aos recursos utilizados na criação de Língua.
1. Com os versos “E sei que a poesia está para a prosa/Assim como o amor está para a
amizade”, o autor estabelece uma relação de proporcionalidade.
2. O autor incorpora à sua canção elementos relacionados à expressão sensorial, como
“roçar”, “dores”, “cores”.
3. Nos versos “Gosto do Pessoa na pessoa/Da rosa no Rosa” o autor utiliza o recurso da
inversão.
4. Nas expressões “confusões de prosódia”, “profusão de paródias” e “furtem cores como
camaleões”, perpassa a idéia comum de “pluralidade”.
Estão corretas:
a) 1, 2 e 3 apenas.
b) 1 e 4 apenas.
c) 1, 2, 3 e 4.
d) 2 e 4 apenas.
e) 3 e 4 apenas.
41. UFBA
“À despedida do seu mau governo
Senhor Antão de Souza de Menezes,
Quem sobe a alto lugar, que não merece,
Homem sobe, asno vai, burro parece,
que subir é desgraça muitas vezes.
A fortunilha autora de entremezes
Transpõe em burro o herói, que indigno cresce,
Desanda a roda, e logo o homem desce,
que é discreta a fortuna em seus reveses.
Homem sei eu que foi Vossenhoria,
Quando o pisava da Fortuna a Roda,
Burro foi ao subir tão alto clima.
Pois vá descendo do alto, onde jazia;
verá quanto melhor se lhe acomoda
ser homem em baixo, do que burro em cima.”
MENDES, Cleise Furtado. Senhora Dona Bahia: poesia satírica de Gregório de Matos. Salvador: EDUFBA, 1996. p. 63.
O discurso da sátira contida no soneto pode ser assim sintetizado:
01. Um mau governo é fruto da falta de senso do povo que o escolhe.
02. É tão fácil conquistar um alto posto quanto é fácil dignificá-lo.
04. A irracionalidade em proveito de alguns representa a satisfação de muitos.
08. À ascensão social deverá corresponder o mérito pessoal.
16. A glória indevidamente conquistada rebaixa o indivíduo em vez de exaltá-lo.
32. É preferível o anonimato a um destaque que desabone o homem.
64. Em terra de incompetentes, o menos incompetente reina.
Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas.
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Leia atentamente o texto abaixo para responder às questões de 42 a 44.
“Valsinha
 1. Um dia ele chegou tão diferente
 2. Do seu jeito de sempre chegar.
 3. Olhou-a de um jeito muito mais quente
 4. Do que sempre costumava olhar
 5. E não maldisse a vida tanto
 6. Quanto era seu jeito de sempre falar.
 7. E nem deixou-a só num canto
 8. Pra seu grande espanto
 9. Convidou-a pra rodar.
10. Então ela se fez bonita
11. Como há muito tempo não queria ousar
12. Com seu vestido decotado
13. Cheirando a guardado
14. De tanto esperar
15. Depois os dois deram-se os braços
16. Como há muito tempo
17. Não se usava dar
18. E cheios de ternura e graça
19. Foram para a praça
20. E começaram a se abraçar.
21. E ali dançaram tanta dança
22. Que a vizinhança toda despertou
23. E foi tanta felicidade
24. Que toda a cidade se iluminou
25. E foram tantos beijos loucos
26. Tantos gritos roucos
27. Como não se ouviam mais
28. Que o mundo compreendeu
29. E o dia amanheceu em paz.”
MORAES, Vinícius de e HOLANDA, Chico Buarque de. Chico Buarque de Holanda. São Paulo,
Abril Educação, 1980. p. 30-I. (Literatura Comentada).
42. Uniube-MG Sobre o texto, só não se pode afirmar que:
a) o texto estabelece uma relação de semelhança entre a dança, o jogo amoroso e as
relações humanas;
b) o gesto amoroso da dança começa no interior da casa e atinge o mundo;
c) o gesto amoroso da dança produz o efeito de instaurar a paz entre os seres humanos;
d) o conceito de amor implícito no texto não inclui o prazer físico entre os personagens.
43. Uniube-MG Leia as asserções a seguir para responder à questão abaixo:
I. A expressão “pra”, nos versos 8 e 9, traz marcas de oralidade.
II. Nos versos 21 e 22 estabelece-se uma relação de conseqüência.
III. A expressão “ali”, no verso 21, refere-se à palavra cidade.
IV. Este é um texto narrativo que relata uma transformação.
A alternativa que traz os números das asserções corretas é:
a) I e II. c) I, III e IV.
b) III e IV. d) I, II e IV.
44. Uniube-MG A expressão “seu jeito” (verso 6) tem como referente:
a) o narrador. c) ele.
b) o autor. d) ela.
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Instrução: Responder às questões de 45 a 46 com base nos textos 1 e 2.
TEXTO 1
“A vida em Barretos nunca mais foi a mesma depois que peão de boiadeiro virou caubói e
música caipira passou a ser chamada de country. Integrada ao calendário das maiores comemora-
ções nacionais, a 44ª Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos está para abrir as porteiras, estilizan-
do a rotina do campo para o fascínio de legiões urbanas. (...) É uma multidão de turistas vestidos
a caráter e apelidados de “peões de butique”. Chegam de todos os cantos do país, enfiados em
calças jeans, imaculadas botas de couro, cintos e chapéus vistosos. Os boiadeiros urbanos capri-
cham na indumentária (chegam a importá-la) e vivem uma fantasia que só fica a dever ao Carna-
val carioca em termos de público e opulência. No Carnaval, reis e princesas sonham até a Quarta-
feira de Cinzas. Em Barretos, imagina-se domar perigosos touros e potros ariscos.”
Adaptado de: Época – Especial “Nós, brasileiros”, 24/05/99, p. 102.
TEXTO 2
Charge de lotti, Zero Hora, Porto Alegre, 24/01/99.
45. PUC-RS A problemática comum aos textos 1 e 2 é:
a) a crescente valorização da vida rural no Brasil;
b) o obstinado apego do homem do campo às suas tradições;
c) a evidente influência do que vem de fora sobre o brasileiro;
d) a pacífica convivência entre o antigo e o novo Brasil moderno;
e) a saudável popularização dos costumes gaúchos em outros centros do Brasil.
Instrução: Responder à questão 15 analisando as afirmativas sobre os textos 1 e 2.
I. A charge (texto 2) destina-se a um público mais restrito, pois faz alusão a um fato
recente de repercussão regional.
II. Para uma adequada compreensão do texto 2, é necessário levar em conta dados con-
textuais, como veículo de divulgação, local e data.
III. Enquanto o texto 1 visa principalmente a informar o leitor, o texto 2 pretende mobi-
lizar seu humor, a partir de uma informação que esse já tem.
IV. Apesar de não utilizar frases exclamativas como o gaúcho da charge, o autor do texto
1 expressa um grau de indignação equivalente.
46. PUC-RS A alternativa que contém apenas afirmativas corretas é:
a) I e II. d) I, II e III.
b) I e III. e) I, II, III e IV.
c) II e IV.
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Texto para a questão 47.
“TESTE
Avalie suas chances de obter um emprego.
Existem vários fatores que fazem uma pessoa ter maior ou menor facilidade para encontrar um
bom emprego. Assinale o número de pontos que você tem em cada fator e some tudo no final
para obter sua pontuação no teste.
CURSOS COMPLEMENTARES
Você fez...
• pós-graduação lato-sensu;
• mestrado;
• doutorado;
• um curso de especialização.
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Seu domínio é...
• bom – 15 pontos
• médio – 8 pontos
• ruim – zero
FORMAÇÃO ACADÊMICA
Você completou...
• até o ensino médio – 40 pontos
• até a faculdade – 60 pontos
INGLÊS
Sua fluência é...
• boa – 15 pontos
• média – 8 pontos
• ruim – zero
Caso você fale uma terceira língua, acrescente 20 pontos se tem um bom domínio dela, ou 10
pontos, se tem um domínio regular.
Sua imagem perante os colegas de trabalho é...
• boa – 30 pontos
• média – 15 pontos
• ruim – zero
Seus conhecimentos técnicos dentro da profissão...
• bons – 25 pontos
• médios – 13 pontos
• ruins – zero”
47. UnB-DF Julgue se os itens a seguir apresentam, por meio de estruturas gramaticalmen-
te corretas, informações coerentes com o teste do texto.
( ) quem tivercursos complementares de pós-graduação será menos valorizado no
mercado de trabalho.
( ) Conhecimentos de inglês são importantes, mas se forem substituídos por outro
idioma – como, por exemplo, espanhol – a valorização será maior.
( ) Todo candidato que tiver conhecimentos técnicos ruins e domínio de informática
médio terá “pontuação no teste” inferior a dez.
( ) A pontuação atribuída a uma boa imagem perante os colegas de trabalho corres-
ponde: a de um curso de mestrado ou a de uma boa fluência em inglês acrescida da
de um bom domínio de conhecimentos de informática.
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Texto para as questões 48 e 49.
“Às vezes, gosto de viabilizar o Universo como a superfície de uma lagoa, cheia de vitórias-
régias, as belas plantas flutuantes que aparecem em bandos, arquipélagos de ilhas verdes de
tamanhos e formas variados. Cada planta é uma galáxia, e cada grupo de plantas é um agregado
de galáxias. Claro, esse é um modelo bidimensional do Universo, pois estou me restringindo a
visualizar a superfície da lagoa. Uma outra diferença importante é que o Universo está em expan-
são, as distâncias entre galáxias e seus aglomerados, sempre aumentando, enquanto, em geral,
lagoas não costumam estar em expansão. De qualquer forma, a imagem vale, senão pela sua
precisão, pelo seu poder evocativo.”
GLEISER, Marcelo. “As maiores estruturas do Universo”.
In: Folha de S. Paulo, 27 ago. 2000. p. 29. Mais!
48. U. Salvador-BA A confissão do autor tem por objetivo revelar:
a) uma grande sensibilidade, ao englobar duas realidades antagônicas na busca da har-
monia universal;
b) um momento de percepção da realidade, através de um discurso poético, meta-
fórico;
c) a emoção em face da semelhança entre o mundo da fantasia e o real;
d) a preocupação com questões de ordem ecológica e transcendental.
e) a exuberante natureza amazônica.
49. U. Salvador-BA Por inferência, o texto permite afirmar:
a) Há múltiplas formas de enxergar o mundo.
b) O espaço físico do mundo palpável é uniforme.
c) As lagoas e as vitórias-régias são a síntese de um universo delimitado.
d) A amplitude do universo é inversamente proporcional à imaginação do homem.
e) O cosmo é constituído de espaços específicos para serem contemplados pelo artista.
50. Unifor-CE
“Uma nova carta de Caminha
Senhor,
Posto que outros escreveram a Vossa Excelência sobre a nova do achamento dessa vossa terra
nova, não deixarei também de dar conta disso a Vossa Excelência, o melhor que eu puder, ainda
que – para o bem contar e falar – o saiba fazer pior que todos. Tome Vossa Excelência minha
ignorância por boa vontade e creia bem por certo que, para alindar ou afear, não porei aqui mais
do que aquilo que vi e me pareceu.
A terra em si é de muitos bons ares. Águas são muitas, infindas. E em tal maneira é graciosa
que, querendo-a aproveitar, é só estimular o turismo. Hotéis não há muitos, mas os poucos que
existem são confortáveis, especialmente o que nos foi oferecido. E que não houvesse mais que
uma pousada, isso bastaria.”
SCLIAR, Moacyr. Folha de S. Paulo. 17/05/99.
Considere as seguintes afirmações:
I. Há, no primeiro período, considerando-se o uso atual, uma infração à norma culta,
quanto à relação entre o pronome possessivo e o pronome de tratamento.
II. Registra-se um propósito do narrador no sentido de se ater a um relato fiel a suas
constatações e impressões pessoais.
III. No segundo parágrafo, há uma referência nova, ausente no relato da carta original de
Pero Vaz de Caminha.
Está correto, em relação ao texto, o que se afirma em:
a) somente II.
b) somente I e II.
c) somente I e III.
d) somente II e III.
e) I, II e III.
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51. U.F. Uberlândia-MG Leia o poema seguinte e assinale a alternativa incorreta.
“Macunaíma nos ajude
Barriga de minha perna
onde estás?
na barriga do gorila
Dedos de minha mão
onde estão?
na barriga do gorila
Lobos de minha orelha
onde estais?
na barriga do gorila
Cabeça do meu pau?
na barriga do gorila
Meu alegre coração
onde estás?
na barriga do gorila”
SCHWARZ, Roberto, 26 poetas hoje.
a) O poema não se refere à obra Macunaíma, de Mário de Andrade; é tão somente uma
brincadeira que o poeta faz, dentro do universo irreverente da poesia marginal.
b) O poema refere-se à obra Macunaíma, recuperando o episódio em que o herói come
carne da perna de Curupira.
c) O título do poema está na 1ª. pessoa do plural, enquanto o poema em sua totalidade
está escrito na 1ª. pessoa do singular. Considerando que o sujeito lírico expõe senti-
mentos que poderiam ser nossos o título do poema não está inadequado.
d) O poema sugere que o “gorila”, metáfora de uma situação ou de um ente abominável,
tem-nos espoliado bens físicos e espirituais: a capacidade de andar, escrever, ouvir,
pensar e sentir.
Para responder às questões de números 52 a 54, leia os textos a seguir.
Texto 1
“Se um certo homem vem a ter cem ovelhas e uma delas se perder, não deixará ele as noventa
e nove sobre os montes e irá à procura daquela que se perdeu? E, se por acaso a encontrar,
certamente vos digo que se alegrará mais com ela do que com as noventa e nove que não se
perderam. Do mesmo modo, não é algo desejável para meu Pai, que está no céu, que pereça um
destes pequenos.”
Tradução do Novo Mundo das Sagradas Escrituras. Mateus 18:12.
Texto 2
“Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado,
Da vossa piedade me despido,
Porque, quanto mais tenho delinqüido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.
Se basta a vos irar tanto um pecado,
A abrandar-vos sobeja um só gemido,
Que a mesma culpa, que vos ha ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado.
Se uma ovelha perdida, e já cobrada
Glória tal, e prazer tão repentino
Vos deu, como afirmais na Sacra História:
Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada
Cobrai-a, e não queirais, Pastor Divino,
Perder na vossa ovelha a vossa glória.”
MATOS, Gregório de. Poesia Barroca. São Paulo: Melhoramentos.
52. F.M. Triângulo Mineiro-MG A idéia do Texto 1, à qual Gregório de Matos recorre,
corresponde à:
a) preocupação de Deus com todos os que seguem os seus ensinamentos;
b) ira que Deus mostra em relação aos que pecam e deixam de seguir o caminho divino;
c) expiação dos pecados para aqueles que ferem os ensinamentos do Criador;
d) exaltação da sabedoria de Deus, que exclui da salvação os que se desviam do santo caminho;
e) preocupação especial de Deus com os que pecam e desviam-se do caminho divino.
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53. F.M. Triângulo Mineiro-MG O verbo destacado no Texto 1 significa:
a) morra. d) peque.
b) sofra. e) padeça.
c) se perca.
54. F.M. Triângulo Mineiro-MG Pode-se entender, do texto 2, que Gregório Matos:
a) reconhece seus pecados, mas não se arrepende deles, razão pela qual acredita que não
será salvo;
b) conversa com o Senhor, explicando-lhe que é uma ovelha tão importante quanto as
demais e, por isso, merece a salvação;
c) suplica pela salvação divina, pois está arrependido de todos os pecados que cometeu
durante a sua vida;
d) argumenta, chantageando o Senhor, pois, se Ele não o salvar entrará em contradição
com a Sagrada Escritura;
e) submete-se à vontade de Deus, deixando que Ele decida se o salva ou não.
55. Univali-SC
“Opções diferentes no Estado
Entre tantas datas comemorativas, algumas passam quase em branco e outras são exaustiva-
mente lembradas. O Dia do Museu, comemorado hoje, talvez não precise de uma grande festa
nacional, mas pode servir de momento de reflexão sobre a existência dessas instituições surgidas
na antigüidade, “para conservar, estudar, valorizar pelos mais diversos modos, e sobretudo expor
para deleitee educação do público, coleções de interesse artístico, histórico e técnico”, conforme
a definição do dicionário Aurélio. Santa Catarina possui cerca de 100 museus, de acordo com um
levantamento da Gerência de Organização de Museus da Fundação Catarinense de Cultura. Eles
estão espalhados por pelos menos 50 cidades.
A palavra museu, vem do grego “mouseon”, que significa templo de musas. E as musas esco-
lhidas nos municípios catarinenses são as mais variadas. Muitos museus são dedicados à história
de cidade na qual estão sediados. Mas há também os arqueológicos, antropológicos, de artes, de
armas, erguidos em homenagem à cerveja, ao vinho ou aos insetos, os religiosos, ecológicos,
oceanográficos, os que reverenciam a colonização ou profissões, entre tantos outros que chegam
a impressionar pela variedade de temas científicos e culturais.”
SILVA, Marco Aurélio. Jornal de Santa Catarina, 18/05/00.
Sobre o texto, assinale a alternativa correta.
a) O objetivo do texto é explicar morfologicamente o significado da palavra museu.
b) O texto preocupa-se em lembrar a importância de todas as datas comemorativas.
c) É um texto informativo sobre uma data comemorativa pouca lembrada.
d) O autor se utiliza da narração para argumentar sobre a necessidade dos museus.
e) O texto sugere que os museus de Santa Catarina não são valorizados, visitados e res-
peitados pelos catarinenses porque não há quem os preserve.
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Texto para as questões 56 e 57:
“A carta de Pêro Vaz de Caminha
Num dos trechos de sua carta a D. Manuel, Pêro Vaz de Caminha descreve como foi o
contato entre os portugueses e os tupiniquins, que aconteceu em 24 de abril de 1500: “O
Capitão, quando eles vieram, estava sentado em uma cadeira, aos pés de uma alcatifa por
estrado; e bem vestido, com um colar de ouro, muito grande, ao pescoço (...) Acenderam-se
tochas. E eles entraram. Mas nem sinal de cortesia fizeram, nem de falar ao Capitão; nem a
ninguém. Todavia um deles fitou o colar do Capitão, e começou a fazer acenos com a mão em
direção à terra, e depois para o colar, como se quisesse dizer-nos que havia ouro na terra. E
também olhou para um castiçal de prata, e assim mesmo acenava para a terra, e novamente
para o castiçal, como se lá também houvesse prata! (...) Viu um deles umas contas de rosário,
brancas; fez sinal que lhas dessem, folgou muito com elas, e lançou-as ao pescoço, e depois
tirou-as e meteu-as em volta do braço, e acenou para a terra e novamente para as contas e
para o colar do Capitão, como se davam ouro por aquilo. Isto tomávamos nós nesse sentido,
por assim o desejarmos! Mas se ele queria dizer que levaria as contas e mais o colar, isto não
queríamos nós entender, por que não lho havíamos de dar! E depois tornou as contas a quem
lhas dera. E então estiraram-se de costas na alcatifa, a dormir sem procurarem maneiras de
esconder suas vergonhas, as quais não eram fanadas; e as cabeleiras delas estavam raspadas
e feitas. O Capitão mandou pôr por baixo de cada um seu coxim; e o da cabeleira esforçava-
se por não a estragar. E deitaram um manto por cima deles; e, consentindo, aconchegaram-se
e adormeceram.”
COLEÇÃO BRASIL 500 ANOS. Fasc. I, Abril, SP, 1999.
Vocabulário:
Alcatifa – tapete, carpete.
Fanadas – murchas.
Coxim – almofada que serve de assento.
56. UFSC De acordo com o texto, assinale a(s) proposição(ões) verdadeira(s).
01. Pêro Vaz de Caminha, um dos escrivães da armada portuguesa, escreve para o Rei
de Portugal, D. Manuel, relatando como foi o contato entre os portugueses e os
tupiniquins.
02. Em E eles entraram. Mas nem sinal de cortesia fizeram, nem de falar ao capitão,
nem a ninguém, fica implícito que os tupiniquins desconheciam hierarquia ou cate-
goria social lusitanas.
04. O trecho ... e acenou para a terra e novamente para as contas e para o colar do
Capitão, como se davam ouro por aquilo. Isto tomávamos nós nesse sentido, por
assim o desejarmos, evidencia que havia problemas de comunicação entre portugue-
ses e tupiniquins.
08. Nada, na embarcação portuguesa, pareceu despertar o interesse dos tupiniquins.
Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas.
57. UFSC A propósito do texto, é correto afirmar que:
01. A expressão ...folgou muito com elas... pode ser substituída por divertiu-se muito
com as contas do rosário.
02. Os tupiniquins, bastante comunicativos, falaram aos marinheiros que havia muita
riqueza na terra descoberta.
04. Pelo trecho ...E também olhou para um castiçal de prata, e assim mesmo acena-
va para a terra... entende-se que os tupiniquins estavam dentro da embarcação
portuguesa.
08. Os tupiniquins ficaram constrangidos com a presença dos portugueses e logo aban-
donaram o navio.
Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas.
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Texto para as questões 58 e 59.
“A história oficial tem sido contada do ponto de vista dos dominadores e não dos dominados.
Essa perspectiva se inverte na entrevista abaixo, publicada na revista Isto é (21/7/99, p. 7-11), em
que o índio tapuia Kaká Werá Jecupe analisa os 500 anos do descobrimento do Brasil, sob a
ótica dos que habitavam o Novo Mundo quando os colonizadores europeus aqui chegaram, e fala
do seu livro A terra dos mil povos. Apresentamos, a seguir, trechos dessa entrevista.
ISTOÉ - O Brasil está se preparando para comemorar seus 500 anos. Para os povos indígenas,
são anos de descoberta ou de invasão?
Kaká - De desencontro. Desencontro que provocou e continua provocando situações gravíssi-
mas. A realidade atual indígena não é fácil. Ainda hoje, em grandes áreas do País, é na base do
tiro. Os interesses que provocam essas ações continuam os mesmos interesses econômicos: Hoje
há um elemento a mais que são as indústrias farmacêuticas multinacionais que estão praticando a
biopirataria, roubando todo o conhecimento ancestral que os povos indígenas detêm a respeito
de ervas medicinais.
ISTOÉ - E qual é a razão desse desencontro?
Kaká - A semente desse desencontro está na sociedade que tem na sua estrutura de cultura a
questão do ter e encontrou uma cultura aqui voltada para o ser.
ISTOÉ - Os europeus chegaram trazendo o progresso, trataram aqui como primitivos. Como
você pensa essa relação?
Kaká - Para quem fundamenta a sua cultura no teor, a noção de progresso está a ver ao seu
redor o acúmulo de bens materiais. A noção de progresso dos indígenas está em desenvolver a
sua capacidade criativa, a sua expressão no mundo. É preciso que a civilização olhe para os índios
com menos prepotência, até para perceber que ela está em colapso. (...)
ISTOÉ - Nesses 500 anos, com o desaparecimento de centenas de etnias, qual foi o maior
patrimônio que o Brasil já perdeu?
Kaká - O patrimônio da sabedoria. O brasileiro não sabe da sua própria cultura. Tem todo um
modelo insistindo no imaginário que vê o índio como um pobre coitado. Esses 500 anos oferecem
a possibilidade de rever as suas raízes, ter a percepção desse patrimônio.
ISTOÉ - Há um trecho em seu livro, A terra dos mil povos, em que você escreve: “De acordo com
a nossa tradição, uma palavra pode proteger ou destruir uma pessoa. Uma palavra na boca é
como uma flecha no arco.” O que significa exatamente a palavra para o índio?
Kaká - Para o tupi-guarani, ser e linguagem são uma coisa só. A palavra tupuy designa ser. A
própria palavra tupi significa em pé. Nosso povo enxerga o ser como um som, um tom de uma
grande música cósmica, regida por um grande espírito criador, o qual chamamos de Namandu-ru-
etê, ou Tupã, que significa o som que se expande. Um dos nomes da alma é neeng, que também
significa fala. Um pajé é aquele que emite neeng-porã, aquele que emite belas palavras. Não no
sentido de retórica. O pajé é aqueleque fala com o coração. Porque fala e alma são uma coisa só.
É por isso que os guaraniscayowas, por ilusão dessas relações com os brancos, preferem recolher
a sua palavra-alma. Se matam enforcados (como vem acontecendo há cerca de dez anos, em
Dourados, em Mato Grosso do Sul) porque a garganta é a morada do ser. Por aí você pode ver que
a relação da linguagem com a cultura é muito profunda para o tupi-guarani. (...)”
58. UFMS Marque a(s) proposição(ões) verdadeira(s), de acordo com os trechos da entre-
vista que você acabou de ler.
01. Para Kaká Jecupe, a tensão entre índios e brancos é um problema deste final de
século, motivado pelo acirramento de interesses econômicos.
02. A biopirataria mencionada na entrevista consiste no roubo de ervas medicinais indí-
genas pelas indústrias farmacêuticas multinacionais.
04. A base do desencontro entre índios e brancos está nos valores assumidos por cada
uma dessas culturas, que são respectivamente o ter e o ser.
08. A noção do progresso relacionada ao ser desloca a questão do acúmulo de bens
materiais para a do aprimoramento da criatividade.
16. Na opinião do escritor tapuia, ver o índio de forma menos prepotente levaria a civi-
lização atual a voltar o olhar sobre si mesma para avaliar sua própria situação.
32. A representação do índio como “pobre coitado” é um dos estereótipos cultivados
pelo imaginário nacional.
64. Os 500 anos de Brasil significam, para as etnias indígenas desaparecidas, a oportuni-
dade de resgatar sua raízes culturais dilapidadas pelo progresso.
Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas.
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59. UFMS-MS Com base no trecho em que se discorre sobre a linguagem na visão do ín-
dio, é correto afirmar que:
01. a linguagem, enquanto som, e o ser são elementos distintos, mas que se combinam
harmoniosamente na constituição da “grande música cósmica”.
02. palavra, em tupi, significa “som em pé”.
04. na tradição indígena, a palavra é vista como uma forma de poder nas relações interpessoais.
08. o termo “neeng-porã” não significa “belas-palavras” enquanto mero ornamento do
discurso, tendo a ver com sentimento, emoção.
16. entendendo alma e fala como “uma coisa só”, os guaranis-cayowas da região de
Dourados, em Mato Grosso do Sul, vêem no gesto de pôr fim à vida a forma de fazer
calar a palavra-alma.
32. a principal causa apontada por Kaká para justificar os suicídios ocorridos em Doura-
dos é o desencanto que os índios passam a ter com sua própria língua e cultura,
depois do contato com a língua e a cultura do homem branco.
64. na frase “Uma palavra na boca é como uma flecha no arco.”, a metáfora usada cria um
efeito de sentido de realidade ao identificar a linguagem com uma arma de caça e guerra.
Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas.
Texto para as questões 60 e 61.
Também o compositor Geraldo Espíndola retrata os fatos a partir do ponto de vista do
índio na canção “Quyquyho” (LP Prata da Casa, 1982), cuja letra reproduzimos abaixo.
“Quyquyho nasceu no centro entre montanhas e o mar
Quyquyho viu tudo lindo tudo índio por aqui
Indiamérica deu filhos foi Tupi foi Guarani
Quyquyho morreu feliz deixando a Terra para os dois
Guarani foi pro Sul, Tupi foi pro Norte e
Formaram suas tribos cada um no seu lugar
Vez em quando se encontravam pelos rios da América
E lutavam juntos contra o branco em busca de servidão
E sofreram tantas dores acuados no sertão
Guarani foi pro Sul
Tupi entrou no Amazonas
Quyquyho na lua cheia
Quer Tupi quer Guarani
Quyquyho na lua cheia
Quer Tupi quer Guarani.”
60. UFMS Os aspectos apontados, a seguir, podem ser encontrados em “Quyquyho”, exceto:
01. menção à origem comum das tribos Tupi e Guarani.
02. alusão ao deslocamento geográfico das duas tribos, provocado pela discórdia.
04. oposição índio feliz, nos primeiros tempos, versus índio sofredor, a partir da rela-
ção com o branco.
08. noção que a terra pertence aos indígenas, pois a eles foi legada.
16. sugestão de uma relação harmoniosa entre a terra e o índio, ilustrada pela aglutina-
ção dos termos índio e América.
32. presença de um forte sentimento ufanista.
Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas.
61. UFMS Reconheça abaixo o(s) item(ns) que representa(m) pontos comuns entre os tex-
tos 1 (entrevista) e 2 (letra de música).
01. Referência à violência praticada pelo branco contra o índio.
02. Alusão ao “grande espírito” criador do Universo, denominado Namandu-ru-etê ou
Tupã, e Quyquyho.
04. Uso da narração como forma de estruturação das idéias no texto.
08. Emprego de termos de origem indígena.
16. Indicação da(s) razão(ões) que explica(m) as divergências entre brancos e índios.
32. Visão ingênua e idealizada do índio.
Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas.
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As questões de números 62 a 64 referem-se ao texto que segue.
“Natal 1961
Deslocados por uma operação burocrática – o recenseamento da terra – a Virgem e o carpintei-
ro José aportam a Belém.
“Não há lugar para essa gente”, grita o dono do hotel onde se realiza um congresso interna-
cional de solidariedade.
O casal dirige-se a uma estrebaria, recebido por um boi branco e um burro cansado do trabalho.
Os soldados de Herodes distribuem elementos radioativos a todos os meninos de menos de dois
anos.
Uma poderosa nuvem em forma de cogumelo abre o horizonte e súbito explode.
O menino nasce morto.”
MENDES, Murilo. Conversa portátil. Poesia completa e prosa.
Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1944. p. 1486.
62. Unifor-CE Pode-se inferir que o autor do texto:
I. Atualiza a história de Cristo, adaptando o sentido da paixão cristã às duras condições
de vida nas grandes cidades.
II. Faz ver que, em nossa era, o advento de um Cristo seria impossível, em vista das
atrocidades em que os homens se especializaram.
III. Ironiza a corrida armamentista, comparando-a a fatos narrados em passagens bíblicas.
Está correto somente o que se afirma em:
a) I. d) I e II.
b) II. e) II e III.
c) III.
63. Unifor-CE Anacronismo. S.m. 1. Confusão de data quanto a acontecimentos ou
pessoas.
Com base na definição acima, do Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, o
autor se vale intencionalmente de um anacronismo quando associa:
a) a Virgem e o carpinteiro José à cidade de Belém;
b) a fala do dono de um hotel à realização de um congresso;
c) soldados de Herodes a elementos radioativos;
d) nuvem em forma de cogumelo a súbita explosão;
e) uma estrebaria a um boi branco e um burro cansado.
64. Unifor-CE O texto apresenta-se de forma predominantemente:
a) narrativa, com narrador em terceira pessoa;
b) narrativa, com narrador em primeira pessoa;
c) descritiva, sobretudo nos três primeiros parágrafos;
d) descritiva, sobretudo nos três últimos parágrafos;
e) dissertativa, pois se apóia em argumentos encadeados.
65. Unifor-CE Atente para as seguintes afirmações:
I. Na crônica moderna, o cotidiano pouco ou nenhum interesse tem; o que importa são
as emoções profundas e intemporais do homem, anotadas em estilo elegante.
II. No romance, mais do que no conto ou na novela, as personagens ganham amplo
desenvolvimento, as tramas se cruzam e os espaços de ação se multiplicam.
III. No conto, o reduzido espaço narrativo obriga o narrador a selecionar e a concentrar
as ações essenciais de suas poucas personagens num tempo quase sempre bastante
limitado.
Está correto o que se afirma em:
a) II, somente; d) II e III, somente;
b) I e II, somente; e) I, II e III.
c) I e III, somente;
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Texto para as questões de 66 a 69.
“Certo milionário brasileiro foi traído pela esposa. Quisgritar, mas a infiel disse-lhe sem medo:
– “Eu não amo você, nem você a mim. Não temos nenhum amor a trair”. O marido
baixou a cabeça. Doeu-lhe, porém, o escândalo. Resolveu viajar para a China, certo de que
a distância é o esquecimento. Primeiro, andou em Hong Kong. Um dia, apanhou o automó-
vel e correu como um louco. Foi parar quase na fronteira com a China. Desce e percorre, a
pé, uma aldeia miserável. Viu, por toda a parte, as faces escavadas da fome. Até que entra
na primeira porta. Tinha sede e queria beber. Olhou aquela miséria abjeta. E, súbito, vê
surgir, como num milagre, uma menina linda, linda. Aquela beleza absurda, no meio de
sordidez tamanha, parecia um delírio. O amor começou ali. Um amor que não tinha fim,
nem princípio, que começara muito antes e continuaria muito depois. Não houve uma pala-
vra entre os dois, nunca. Um não conhecia a língua do outro. Mas, pouco a pouco, o brasi-
leiro foi percebendo esta verdade: – são as palavras que separam. Durou um ano o amor
sem palavras. Os dois formavam um maravilhoso ser único. Até que, de repente, o brasileiro
teve que voltar para o Brasil. Foi também um adeus sem palavras. Quando embarcou, ele a
viu num junco que queria seguir o navio eternamente. Ele ficou muito tempo olhando.
Depois não viu mais o junco. A menina não voltou. Morreu só, tão só. Passou de um silêncio
a outro silêncio mais profundo.”
RODRIGUES, Nelson. A cabra vadia: novas confissões.
São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
66. UERJ Há uma contradição aparente entre as passagens “um amor que não tinha fim” e
“durou um ano o amor sem palavras”.
Essa aparente contradição se desfaz se procurarmos interpretar o texto relacionando-o
aos seguintes versos da poesia brasileira:
a) “quando o amor tem mais perigo
é quando ele é sincero” (Cacaso).
b) “Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure” (Vinícius de Morais).
c) “e se te fujo é que te adoro louco
és bela – eu moço; tens amor – eu medo! ...” (Casimiro de Abreu).
d) “não é pois todo amor alvo divino,
e mais aguda seta que o destino?” (Carlos Drummond de Andrade).
67. UERJ A esposa do milionário convenceu o marido.
Para apresentar o seu argumento de uma forma completa, ela poderia utilizar a seguinte
construção:
a) “Toda traição envolve outro amor, ora, eu amo outro; logo, eu não amo você”.
b) “Só se trai a quem se ama; ora, eu não te amava nem você me amava; logo, eu não te
trai”.
c) “Na dívida entre o amor e a traição eu escolhi, como mulher, o amor; logo, você não
se deve sentir traído”.
d) “Como você não me amava nem eu a você, ninguém tem culpa dessa traição; logo,
cada um deve seguir a sua vida”.
68. UERJ O pequeno conto de Nelson Rodrigues narra o improvável encontro entre um
milionário brasileiro e uma menina miserável do interior da China.
O caráter improvável desse encontro pode ser lido como uma metonímia que tem função
central na constituição do sentido do texto.
Essa função é a de:
a) revelar as obsessões do autor;
b) marcar as repetições da narrativa;
c) negar um amor para afirmar outro;
d) ressaltar a dificuldade dos encontros amorosos.
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69. UERJ O narrador de um conto assume determinados pontos de vista para conduzir o
seu leitor a observar o mundo sob perspectivas diversificadas.
No conto de Nelson Rodrigues, a narrativa busca emocionar o leitor por meio do seguin-
te recurso:
a) expressa diretamente o ponto de vista do personagem milionário;
b) expressa de maneira indireta o ponto de vista da personagem chinesa;
c) alterna o ponto de vista do personagem milionário com o do narrador;
d) alterna o ponto de vista do personagem milionário com o da personagem chinesa.
70. Univali-SC
“Agonia pública
Na cama, de olhos semicerrados, a boca aberta no esforço desesperado por ar, a cabeça sem
cabelos, os olhos salientes pela magreza do doente terminal. No colo dele, uma fotografia tirada
apenas dois meses antes daquele momento final. Na imagem, um homem robusto, musculoso e
de farta cabeleira loira aparece com o filho pequeno nos braços. A divulgação das fotos chocantes
foi o último desejo do moribundo, Bryan Lee Curtis, um americano de 34 anos devastado pelo
câncer nos pulmões. O motivo para tornar pública a própria agonia foi a esperança de servir de
alerta sobre os malefícios do cigarro. Enquanto agonizava, em 3 de junho, sua mãe ligou para o
St. Petersburg Times, jornal da cidade de St. Petersburg, na Flórida, pedindo a presença de um
fotógrafo. Às 11h56, Bryan morreu em casa, ao lado da mãe, da mulher, Bobbie, e do filho Bryan
Jr., de 2 anos. Em poucos dias, o retrato de sua morte espalhou-se pelo mundo. (...)”
Revista Veja, 30 de junho de 1999.
Sobre o texto acima pode-se afirmar:
a) Observa-se a predominância de figuras de linguagem que realça a narrativa.
b) É um texto poético com intuito de relatar o drama vivido por um paciente terminal.
c) É um texto jornalístico com elementos descritivos para caracterizar a situação do doente.
d) É um pequena dissertação argumentativa contra o uso do tabaco.
e) É pura e simplesmente uma narração.
71. Univali-SC
“A reconstrução de Anita
Ana Maria de Jesus Ribeiro mudou de nome e carimbou seu passaporte para a História aos 18
anos, quando abandonou o primeiro marido, um sapateiro, para embarcar no navio comandado
pelo revolucionário italiano Giuseppe Garibáldi (1807–1882). Virou Anita. Dez anos depois, em 4 de
agosto de 1849 – há exatos 150 anos –, com a cabeça a prêmio e perseguida pelo Exército austríaco,
morreu nos braços de Garibáldi, numa fazenda em Mandriole, 400 quilômetros ao nordeste de
Roma, na Itália. Lá, é venerada como heroína da unificação. Mas, no Brasil, onde nasceu e combateu
ao lado de rebeldes republicanos na Revolução Farroupilha (1835–1845), é quase desconhecida.
Tanto que só passou a existir, oficialmente, há três meses. Só no último dia 11 de maio, o cartório
de Laguna, em Santa Catarina, por iniciativa da Câmara Municipal, expediu o chamado mandado de
registro de nascimento tardio. O documento afirma que Ana Maria de Jesus Ribeiro nasceu em
Laguna, em 30 de agosto de 1821. Ninguém sabe se a data e o local estão corretos. Naquela época
não existia certidão de nascimento e o chamado “assento de batismo” jamais foi encontrado.”
MARKUN, Paulo. Superinteressante, agosto de 1999.
Observe as afirmações abaixo:
I. O autor isenta-se de opinar a respeito do assunto.
II. O autor chama a atenção para a desvalorização em relação à história de Anita Garibáldi.
III. O texto é um relato poético da vida de Anita Garibáldi.
IV. Este trecho sintetiza um pouco a vida heróica de Anita.
V. Os parágrafos narram a trajetória da heroína catarinense Anita Garibáldi.
Estão de acordo com o texto:
a) somente a II. d) II, IV e V.
b) I e III. e) somente a V.
c) somente a III.
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72. Univali-SC
“As armadilhas da lógica
(...) Ele lecionava lógica de segunda a sábado para uma turma, digamos, efervescente. Aborre-
cido com o mau desempenho de seus discípulos, um dia perdeu a paciência: “A partir de agora,
vocês terão uma prova toda semana”, anunciou peremptoriamente. E ressaltou: “Como na vida o
tempo é escasso e bem determinado, eu só avisarei de véspera que o teste será realizado. Assim,
os senhores terão no máximo 24 horas para se preparar, e nada mais”. Assustados, os jovens se
remexeram em suas carteiras. Um deles, porém, manteve a impassividade de quem tinha a certeza
de ter encontrado uma brecha lógica.
Depois de esperar que o evidente mau humor do mestre passasse, o jovem ponderou: “Profes-
sor, rigoroso, porém justo e lógico como o senhor tem sido, quero acreditar que nunca poderá nos
dar tal prova”. Antes que todos saíssem do estado de curiosidadee espanto, emendou. “O se-
nhor, para ser coerente, nunca poderá reservar o sábado para nos testar, pois, como ele é o último
dia com aulas na semana, ao terminarmos as aulas da quinta-feira e percebermos que não nos
avisaram da prova da sexta-feira, então saberemos com 48 horas de antecedência que ela só
poderá ser no sábado, contrariando sua própria norma de termos no máximo um dia de preparo”.
“Parece-me justo”, afirmou o professor, que podia ser rigoroso mas não impermeável a um bom
argumento.
O estudante, no entanto, ainda não tinha terminado. “Se o senhor concorda, então, que o
sábado está descartado, isso significa que sexta-feira é o último dia para aplicar o teste”, racioci-
nou. “Assim, ao terminar a nossa aula de quarta-feira, se o senhor não nos avisar do teste na
quinta, logo descobriremos, com 48 horas disponíveis, que a prova será na sexta-feira, contrarian-
do mais uma vez a regra imposta”.
Não foi necessário prosseguir. O mestre percebeu que havia caído numa armadilha da lógica ao
formular uma regra impossível de ser coerentemente seguida. Pelo mesmo critério, ficariam preju-
dicados os demais dias da semana. (...)”
Luiz Barco.
Após a leitura do trecho acima, retirado da revista Superinteressante de maio de 1999,
pode-se pressupor que o autor pretende:
a) fazer que os professores não se utilizem da “prova” para forçar seus alunos a estudar;
b) mostrar que há lógica matemática até em pequenas situações do dia-a-dia;
c) reafirmar que o “aluno sempre tem razão”;
d) provar que o cálculo realizado pelo aluno está equivocado;
e) chamar a atenção para a lógica como armadilha, portanto, não deve ser usada em
todos os casos.
73. Unb-DF O texto poético pode servir de base ao texto publicitário; porém, às vezes, é
este que fundamenta aquele. Relacionando essa observação ao texto acima, julgue os
itens que se seguem.
( ) O texto é uma paródia da embalagem original de um produto.
( ) O modo como foi desenhada a letra inicial de “Clichetes” permite a leitura musi-
cal, financeira e política da mensagem.
( ) No texto, “MASCARAR” está para mascar assim como “MENTAL” está para
menta.
( ) Esse é um texto característico da literatura que se propagou no Brasil a partir de
1922 como uma espécie de crítica ao imperialismo norte-americano.
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74. UFGO O poema abaixo é de José Paulo Paes.
“À IMPROPRIEDADE
De cearense sedentário De carioca cerimonioso
baiano lacônico gaúcho modesto
mineiro perdulário paulista preguiçoso
Deus nos guarde. Deus nos livre e guarde.”
Interpretando-se os sentimentos do poema, pode-se afirmar que:
( ) em seu sentido global, o poema reafirma os estereótipos a respeito dos diversos
tipos de brasileiro.
( ) o poema construído com antíteses parcialmente implícitas: ao conceito de “cearen-
se sedentário”, por exemplo, opõe-se “cearense migrante”.
( ) o poema é bem-humorado por causa das inversões de sentido utilizadas pelo autor.
( ) o título “À impropriedade” funciona como um ornamento dispensável ao texto,
sem manter assim relações de sentido com o poema.
INSTRUÇÃO: Leia atentamente o texto e julgue os itens das questões de 75 a 77.
“UM DIA QUALQUER - 66583624
(Chico Amaral)
Na espuma das ondas
As meninas se lançam
As cadeiras redondas
Onde as ondas se amansam
Todo dia é na praia
Todo minuto é pra um
Todo dia é todo o tempo
O tempo todo, tempo algum
Eu passei lá na vila
Ele é de Vila Isabel
Meu nego meu jongo
Hoje eu chego na barra do céu
Você me entenda
Dança de Oxum é assim
Se joga no mundo
Cai nas ondas e volta para mim
Hoje é final de século
Hoje é um dia qualquer
Você vai ao cinema
Ou toma um foguete, ou toma um café
Hoje bobagem, drama
Hoje é um dia comum
Você deita na cama
Com os pés no século vinte e um
Então corre pra ver
Então fica para ver
Então corre pra ver
Beleza do mundo descer
Toda rua começa
Onde acaba o meu mal
De conversa em conversa
Eu já passei da capital
Era um filme domingo
Penas do paraíso
Eu só guardo o que me ensinou
que tocar é preciso”
(CD–SKANK)
75. UFMT
( ) Lendo somente as palavras em negrito, pode-se perceber que a imagem de
vida do eu lírico permanece inalterada mesmo com a proximidade do século
vinte e um.
( ) No texto, predomina a narração com a manutenção da unidade temática.
( ) A linguagem do texto é marcada pela logicidade e linearidade.
( ) O texto ressalta a uniformidade da formação cultural brasileira: branca, européia e cristã.
76. UFMT
( ) Na primeira estrofe, concretiza-se uma paródia do célebre poema de Bandeira: “a
onda anda/aonde anda/a onda?”.
( ) Há também na primeira estrofe um traço erotizante traduzido pela imagem ...ca-
deiras... onde as ondas se amansam.
( ) O espraiar das ondas é sugerido pela reiteração de fonemas nasais em toda a estrofe
primeira.
( ) A última linha do texto estabelece intertextualidade com os versos “Navegar é preciso/
viver não é preciso”, revelando, assim como estes, o sentido da vida para o eu lírico.
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77. Unifor-CE
“Bem quisera ter mais intimidade com ela, falar-lhe de minhas dúvidas, de minhas fraquezas, de
meus receios. Mas somos nesta casa uma família de estranhos. Assalta-me freqüentemente a
impressão de que vivemos num alojamento de emigrantes, que só a língua têm em comum.
Revolto-me contra mim mesmo, pois suponho ser em parte o causador desse mal-estar. Minha
natureza cria embaraços à aproximação de uns aos outros. Vivem constrangidos, sem liberdade,
como que em presença de um inválido.”
O trecho acima apresenta características evidentes de:
I. Narração em primeira pessoa, com predomínio do tom reflexivo e de marcas de aná-
lise psicológica.
II. Dissertação, voltada para a exterioridade das ações e marcada por um tom de convicção.
III. Prosa poética, apoiada em figuras de linguagem e empenhada na expressão do mun-
do imaginário em que vive o autor.
Está correto somente o que está caracterizado em:
a) I. b) II. c) I e II. d) I e III. e) II e III.
As questões de números 78 a 80 baseiam-se no texto abaixo.
“Hoje não escrevo
Chega um dia de falta de assunto. Ou, mais propriamente, de falta de apetite para os milhares
de assuntos.
Escrever é triste. Impede a conjugação de tantos outros verbos. Os dedos sobre o teclado, as
letras se reunindo com o maior ou menor velocidade, mas com igual indiferença pelo que vão
dizendo, enquanto lá fora a vida estoura não só em bombas como também em dádivas de toda
natureza, inclusive a simples claridade da hora, vedada a você, que está de olho na maquininha. O
mundo deixa de ser realidade quente para se reduzir a marginália, purê de palavras, reflexos no
espelho (infiel) do dicionário.
(...)
Que é isso, rapaz. Entretanto, aí está você, casmurro e indisposto para a tarefa de encher o
papel de sinaizinhos pretos. Conclui que não há assunto, quer dizer: que não há para você, por-
que ao assunto deve corresponder certo número de sinaizinhos, e você não sabe ir além disso, não
corta na verdade a barriga da vida, não revolve os intestinos da vida, fica em sua cadeira assuntan-
do, assuntando. Então hoje não tem crônica.”
Carlos Drummond de Andrade.
78. Unifor-CE Considere as seguintes afirmações:
I. A ação de escrever priva, por vezes, o escritor de usufruir de coisas simples do cotidiano.
II. Não basta haver variedade de assunto; escrever exige predisposição e inspiração.
III. O escritor empenha-se em produzir textos de qualidade superior à daqueles escritos
por simples falantes da Língua.
Está correto, em relação ao texto, o que se afirma em:
a) somente II; d) somente II e III;
b) somente I e II; e) I, II e III.
c) somente I e III;
79. Unifor-CE De acordo com o último parágrafo do texto:
a) momentos de reflexãosão importantes para que o assunto venha a ocupar a mente
daquele que escreve;
b) escrever bem implica sensibilidade e talento na percepção da matéria a ser explorada
na escrita;
c) a indisposição para a tarefa de encher o papel de sinaizinhos pretos é própria das
pessoas casmurras;
d) a falta, bem como a abundância de assunto, depende das condições intelectuais da-
quele que escreve;
e) letras e escritor embaralham-se no momento de passarem a expressão das idéias para
o papel.
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80. Unifor-CE No fragmento “reflexos no espelho (infiel) do dicionário”, o adjetivo infiel
denota que:
a) nem sempre o significado dicionarizado das palavras satisfaz plenamente a busca da-
quele que escreve;
b) as palavras dicionarizadas perdem a essência de seu significado, uma vez contextuali-
zadas;
c) o emprego adequado da palavra decorre da atividade de consulta ao dicionário;
d) há matizes de significado entre as palavras arroladas na mesma série sinonímica;
e) o escritor não pode dispensar o auxílio do dicionário – o que lhe garante a perfeição
do texto.
As questões de 81 a 84 referem-se ao seguinte texto:
“Os Jardins
Sempre olhei para os jardins com doçura e gratidão. Eles são as minhas aldeias. Tão sos-
segados! Só nos jardins há amores-perfeitos. Aquele jardim era meu amigo. Tinha uma
árvore, um jardineiro risonho, mas triste, com qualquer coisa de gato e de mulher. E tinha
canteiros de rosas. Era um Jardim sereno. Sábado. Quem pode vai para fora. Os outros
ficam aqui mesmo. Imagine o campo, logo mais. A noite caindo sem desastres. O cheiro de
terra. Uma voz de água no silêncio. Ah! dormir com o sentimento de pôr, nos olhos e nas
mãos, amanhã, bem cedo a luz que desce de um céu imenso perdido, luz cheia de sombras
de asas. Lembro-me dela. Ela pousa, primeiro, nas árvores, como se dissesse – Bom-dia!
Chega, depois até a gente tão simples, tão igual, como se convidasse – Não quer andar?
Este desejo de viver no campo, que enche de ar refrigerante os meus sentimentos, não veio
da cidade, com certeza. Veio, talvez, do tempo. Hoje, “ir para fora” tem um sentido mais
libertador. Que bom ver outra vida! Que bom ouvir a outra face do disco!... É preciso gostar
da vida. A vida arranja tudo pelo melhor, às vezes na realidade. Às vezes na imaginação,
realidade de uso interno.”
Álvaro Moreyra.
81. Cesgranrio “Eles são as minhas aldeias. Tão sossegados! Só nos jardins há amores-
perfeitos.”
No texto, as palavras destacadas conotam, respectivamente:
a) esconderijo e flor silvestre; d) proteção e felicidade;
b) lugarejo e beleza natural; e) segurança e incerteza.
c) solução e realidade;
82. Cesgranrio A caracterização do jardineiro “com qualquer coisa de gato e de mulher”
corresponde, semanticamente, a:
a) meio arredio e misterioso; d) bastante descrente e desiludido;
b) muito arredio e pouco confiável; e) com certa melancolia e pouca sinceridade.
c) pouco desconfiado e muito observador;
83. Cesgranrio O texto estrutura-se com períodos curtos. Semanticamente, essa construção
caracteriza a:
a) realidade e a expressão dos anseios do narrador;
b) narração e a relação realidade-imaginação;
c) sensibilidade e o contraste do sentimento com a razão;
d) fantasia e a irrealização pessoal do narrador;
e) reflexão e a progressiva introspecção do narrador.
84. Cesgranrio A palavra ou expressão que marca o ingresso no imaginário é:
a) “amores-perfeitos”. d) “céu imenso perdido”.
b) “Sábado”. e) “luz cheia de sombras de asas”.
c) “cheiro de terra”.
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85. Univali-SC
“A Tecnologia aproxima os empresários
Telefone e Internet são importantes ferramentas
na hora de fechar negócios.
As novas tecnologias da informação têm modificado a forma de os empresários apresentarem
seus produtos ao mercado potencial e fecharem negócios. Os almoços e jantares com clientes são
cada vez menos freqüentes, sendo substituídos por apresentações e reuniões na empresa do
futuro cliente. “Hoje em dia muitos negócios são fechados por telefone, fax ou e-mail”, garante
o sócio gerente da Mega Sul Informática, empresa especializada em sistemas de automação co-
mercial, Ingo Tirgarten. (...)
A Mega Sul costuma apresentar seu produto na empresa do cliente em potencial e, a partir daí,
o e-mail, o fax e o telefone são usados para manter contato permanente até o fechamento do
negócio. (...)
O presidente da empresa de seguros ADD Makler, Hans Dieter Didjurgeit, afirma que jantares e
almoços funcionam com mais eficiência no pós-venda (...)”
A idéia central do texto está na opção:
a) Não se fazem mais negócios pelos métodos antigos, como almoços e jantares com o
cliente em potencial.
b) O telefone, o fax e o e-mail têm substituído muitos encontros com o cliente para
fechamento de negócios.
c) Há novas tecnologias no mercado que substituem o e-mail, o fax e o telefone.
d) Todos os empresários, atualmente, sempre utilizam a tecnologia (telefone e internet)
na hora de fechar negócios.
e) A apresentação dos produtos que serão vendidos aos clientes devem ser apresentado
via e-mail, fax ou telefone.
86. Univali-SC
“Atenção ao estresse!
Mas será que isso leva ao estresse? Estatísticas confiáveis dizem que pelo menos 30% dos
brasileiros sofrem de estresse, uma das tantas doenças modernas. A psicóloga Marilda Lipp afir-
ma: “Sob tensão pesada, o ser humano rende maravilhosamente durante algum tempo. Depois
capota”.
Uns dizem que o culpado é o trabalho. Será que é mesmo? Será que não é o resultado de uma
certa maneira de viver? O homem, afirma Aldo Colombo, trocou o dia pela noite, aboliu o Domin-
go, inventou a Internet, o celular..., e não desliga mais, é uma máquina nunca desligada: isto
provoca circuito e, por vezes, desliga mesmo!
O homem desaprendeu a viver; não sabe mais distribuir corretamente as 24 horas, fazendo uma
coisa de cada vez, mantendo assim o humor e a alegria de viver. Os pobres humanos que estão no
limiar do terceiro milênio devem reaprender a viver para não prepararem, para o Terceiro Milênio,
uma sociedade totalmente estressada. É mais um desafio!”
Missão Jovem, agosto de 1999.
Observe as afirmações:
I. 30% dos brasileiros sofrem de estresse.
II. O estresse é uma doença moderna.
III. A culpa para o estresse é não saber fazer uma coisa de cada vez.
IV. O homem é uma máquina que nunca desliga.
V. O desafio para o Terceiro Milênio é reaprender a viver.
As idéias contidas no texto estão nos itens:
a) I, II e IV. d) I, II e III.
b) II, IV e V. e) todos os itens.
c) II, III e V.
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87. UFPR Leia com atenção esta passagem introdutória de A Lógica da Investigação Cien-
tífica (1934), de Karl Popper.
“Costuma-se chamar de “indutiva” a uma inferência se ela passa de enunciados singulares
(também chamados, algumas vezes, enunciados “particulares”), tais como as descrições dos
resultados de observações ou experimentos, a enunciados universais, tais como hipóteses ou
teorias. Ora, de um ponto de vista lógico, está longe de ser óbvio que se justifique inferir
enunciados a partir dos singulares, por mais elevado que seja o número destes últimos; pois
qualquer conclusão que obtemos dessa maneira pode acabar sendo falsa: não importa quan-
tas ocorrências de cisnes brancos possamos ter observado, isto não justifica a conclusão de
que todos os cisnes são brancos.”
Segundo Popper, “indução” é: marque V (verdadeiro) ou F (falso).
( ) A passagem de enunciados particulares a universais através de um inferência.
( ) Um método físico para o exame tanto das partículas quanto do universo.
( ) Um raciocínio cuja justificação lógica não é evidente.
( )Um método impróprio no caso da zoologia, mas não das demais ciências.
( ) Um método lógico que nos permite concluir com segurança se certas teorias são
validadas pela observação.
88. Univali-SC
“No antigo Egito, o gato foi honrado e enaltecido. Sendo considerado como um animal santo.
Nesta mesma época, a gata transformou-se na representação da deusa Bastet, fêmea do deus sol
Rá. (...) Na Europa, o gato se desenvolveu com as conquistas romanas. Ele foi admirado por sua
beleza e dupla personalidade (ora um selvagem independente, ora um animal doce e afável), e
apreciado ainda no século XI quando o rato negro invadiu a Europa. No século XIII desenvolveram-
se as superstições e o gato passou de criatura adorada a infernal, associada aos cultos pagãos e à
feitiçaria. A igreja lhe virou as costas. (...) No século XVIII ele voltou majestoso e em perfeito
acordo com os poetas, pintores e escritores que prestam homenagem à sua graça e à beleza de
seu corpo.”
Revista DC – Diário Catarinense – 25 de abril de 1999.
São idéias presentes no texto:
I. Enaltecer a figura do gato no mundo atual.
II. Descrever a história dos gatos ao longo dos tempos.
III. Justificar a importância dos gatos e dos ratos.
IV. Citar superstições acerca dos gatos.
V. Exemplificar as várias concepções a respeito dos gatos.
VI. Metaforizar sobre os poderosos nos dias atuais.
Dos itens acima, os que realmente caracterizam o texto são:
a) II, IV e V. d) I, III e IV.
b) I, II, III e VI. e) todos os itens.
c) I, III e VI.
89. UFMT
( ) Ações corriqueiras são usadas no texto (estrofes 5 e 6) com intenção de apontar as
alterações provocadas pela chegada do novo século.
( ) Os sentidos das estrofes 6 e 7 contradizem a postura revelada até então pelo eu
lírico de atribuir desimportância à mudança de século.
( ) Na estrofe 6, o verso Com os pés no século vinte e um revela o jogo feito ao longo
do texto entre mudanças e não-mudanças pelo passar do século.
( ) Uma leitura possível dos versos Era um filme domingo/Penas do paraíso volta-se
aos filmes vistos aos domingos que versavam sobre a dualidade sofrimento e feli-
cidade.
( ) Na estrofe 8, percebe-se a preocupação do produtor do texto em registrar o sentido
literal das palavras e expressões.
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Texto para as questões 90 e 91.
“OUTRO BRASIL QUE VEM AÍ
(Gilberto Freyre)
1 Eu ouço as vozes
2 eu vejo as cores
3 eu sinto os passos
4 de outro Brasil que vem aí
5 mais tropical
6 mais fraternal
7 mais brasileiro.
8 O mapa desse Brasil em vez das cores dos Estados
9 terá as cores das produções e dos trabalhos.
10 Os homens desse Brasil em vez das cores das três raças
11 terão as cores das profissões e regiões.
12 As mulheres do Brasil em vez das cores boreais
13 terão as cores variamente tropicais.
14 Todo brasileiro poderá dizer: é assim que eu quero o Brasil
15 todo brasileiro e não apenas o bacharel e o doutor,
16 o preto, o pardo, o roxo e não apenas o branco e o semibranco.
17 Qualquer brasileiro poderá governar esse Brasil
18 lenhador
19 lavrador
20 pescador
21 vaqueiro
22 marinheiro
23 funileiro
24 carpinteiro
25 contanto que seja digno do governo do Brasil
26 que tenha olhos para ver pelo Brasil,
27 ouvidos para ouvir pelo Brasil,
28 coragem de morrer pelo Brasil,
29 ânimo de viver pelo Brasil,
30 mãos para agir pelo Brasil,
31 mãos de escultor que saibam lidar com o barro forte e novo dos Brasis.
32 ...............
33 Mãos todas de trabalhadores,
34 pretas, brancas, pardas, roxas, morenas,
35 de artistas
36 de escritores
37 de operários
38 de lavradores
39 de pastores
40 de mães criando filhos
41 de pais ensinando meninos
42 de padres benzendo afilhados
43 de mestres guiando aprendizes
44 de irmãos ajudando irmãos mais moços
45 de lavadeiras lavando
46 de pedreiros edificando
47 de doutores curando
48 de cozinheiros cozinhando
49 de vaqueiros tirando leite das vacas chamadas comadres de homens.
50 Mãos brasileiras
51 brancas, morenas, pretas, pardas, roxas
52 tropicais
53 sindicais
54 fraternais.
55 Eu ouço as vozes
56 eu vejo as cores
57 eu sinto os passos
58 desse Brasil que vem aí.”
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90. AEU-DF Julgue os itens abaixo, em relação à compreensão e à interpretação do texto.
( ) O texto é uma apologia ao patriotismo, cujas exigências se baseiam inicialmente
no trabalho e no amor à prática e a seu povo.
( ) De tom otimista, revela a crença do escritor em um Brasil mais justo e demo-
crático.
( ) Com “Todo brasileiro poderá...” (l. 14), “todo brasileiro e não apenas...” (l. 15), o
poema expõe o seu desejo de que a eqüidade sempre supere as desigualdades.
( ) As qualidades necessárias para se chegar à presidência do país deixam de ser a
cultura e a cor da pele e passam a ser os valores intrínsecos a um cidadão patriota.
( ) Ao se referir aos “Brasis” (l. 31), Gilberto Freyre alude às tão diferentes realidades
que formam este país.
91. AEU-DF Julgue os itens seguintes, em relação à semântica e à estilística.
( ) A passagem do verso “de outro Brasil que vem aí” (l. 4) para “desse Brasil que vem
aí” (l. 58), no quarteto repetido que abre e encerra o poema, salienta o desejo de que
a mudança esperada esteja em andamento.
( ) O termo “boreais” (l. 12) alude à cor mestiça das mulheres brasileiras.
( ) “Qualquer” (l. 17) tem, no texto, conotação pejorativa.
( ) A ação de cada profissional no seu trabalho é realçada no poema pelas formas pleo-
násticas e cognatas de verbos no infinitivo (l. 26 e 27) e no gerúndio (l. 40 a 48).
( ) As “mãos” (l. 30, 31, 33 e 50) metonimicamente representam o labor e a solidarie-
dade dos brasileiros.
( ) O termo “sindicais” (l. 53) está associado à consciência de classe dos trabalhadores
brasileiros.
92. UFGO
“Segue-se um trecho, extraído do conto “Ecológica ”, de Moacyr Scliar.
Isto aqui já foi muito bucólico, vocês sabem. A campina, os pássaros, a brisa, o riacho. Muito
tranqüilo, antes.
Agora, não. Agora, acontecem coisas. Por exemplo: dois pontos aparecem no horizonte. Vão se
aproximando lentamente; por fim se definem. Trata-se de um casal. Ele, um homem gordo, de
idade, usa terno branco, gravata vermelha e chapéu panamá; enxuga com um grande lenço o
rosto vermelho e suarento. (No terno branco reconheço o linho; fibras de plantas que uma vez
cresceram num prado igual a este. Pobres fibras, pobres plantas.)
A mulher também é gorda, e baixota. Também está suada, mas não se enxuga; resmunga
constantemente. Reconheço, no vestido da mulher, seda; substância extraída do casulo de larvas,
e depois esticada, e depois tingida, e depois cortada, e costurada. Pobres larvas, pobre substância.
Pobre seda.”
Pela leitura do fragmento acima:
( ) a narrativa organiza-se entre dois movimentos: um antes (o bucolismo) e um de-
pois (a aparição do casal), mas o acontecimento, na história, é situado no presente.
( ) no fragmento, a descrição é uma modalidade discursiva que permite a criação de
visões de conjunto e de detalhe, aproximando-se, às vezes, da técnica cinemato-
gráfica.
( ) o narrador, de 1ª pessoa, tenta envolver o leitor no episódio que está sendo narrado,
dirigindo-se a ele; esse envolvimento tem como principal conseqüência o uso da
repetição: “Pobres fibras, pobres plantas.” e “Pobres larvas, pobre substância. Po-
bre seda.” - que revela o sentimento de compaixão do narrador.
( ) a metalinguagem é o processo que o narrador utiliza quando descreve o linho e a
seda; o seu emprego propicia a expansão da narrativa.
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INSTRUÇÃO: A partir da leitura do texto, julgue os itens da questão 93.
“O menino e o jacaré
Uma piadaque circulou por aqui nos últimos dias dá a medida do engajamento político-ideoló-
gico dos portugueses. Conta-se que um redator do Diário estava visitando o zoológico quando viu
um menino cair num lago onde havia um jacaré. Imediatamente imaginou a manchete:
‘Administração incompetente dos socialistas de Mário Soares provoca morte de miúdo no
parque.’
De repente, porém, um cidadão arranca a camisa e atira-se na água.
O redator imediatamente recriou a manchete:
‘Camarada intrépido salva miúdo que ia ser comido por jacaré’.
Infelizmente, para o redator do Diário, o camarada intrépido, entrevistado, revelou-se salazaris-
ta. A manchete mudou para:
‘Fascista desumano tira alimento de jacaré faminto.”
Isto é, 11/02/1981, p.15.
93. UFMT
( ) O humor contido no texto apresenta um aspecto caricatural.
( ) Das três manchetes criadas pelo redator, somente a primeira mantém relação de
sentido com um contexto político português.
( ) Na terceira manchete, há uma intencional desconsideração pela vida da criança.
( ) A referência “Isto é, 11/02/81, p. 15” torna ambíguo o sentido da palavra aqui na
primeira linha.
( ) Há no texto marcas de diferenças lexicais entre o português do Brasil e o de Portugal.
( ) O uso dos dois pontos, no texto, serve para introduzir uma explicação.
94. UFSE-PSS
“Os vizinhos chegavam às janelas, vozeando furiosos contra semelhante berraria.
— É o que sucede a quem mora perto de um João Coqueiro! bradou um da turma.
— Quem mora junto ao chiqueiro sente o fedor da lama! gritou um segundo.
— Queixe-se à Câmara Municipal! acudiu outro.
E formidável matacão foi de encontro à vidraça iluminada do chalé de Amélia.
Um dos vizinhos apitou e outro despediu um jarro de água sobre os desordeiros.
Ouviu-se logo o estardalhaço impetuoso dos gritos, das descomposturas e do crepitar dos vi-
dros que se partiam sob um chuveiro de pedras.
— Morra o infame! bramia a malta, já de carreira para o Largo do Machado. — Morra o cáften!
João Coqueiro presenciara tudo aquilo, grudado a um canto da janela, mordendo os nós da
mão, os olhos injetados, o sangue a saltar-lhe nas veias.
— Oh! Era demais, pensava ele desesperado. — Era demais tanta injúria! — Se Amâncio esti-
vesse ali, naquela ocasião, por Deus que o estrangulava!”
AZEVEDO, Aluísio. Casa de Pensão.
Com base no texto, assinale como verdadeiras as frases que fazem uma afirmação corre-
ta e como falsas aquelas em que isso não ocorre.
( ) O trecho apresenta uma estrutura narrativa, pois indica situações diferentes, com
várias personagens e as alterações decorrentes dos fatos apontados.
( ) Confere vivacidade e veracidade à afirmação do autor em “vozeando furiosos con-
tra semelhante berraria” o uso do discurso direto que se segue a ela.
( ) “Quem mora junto ao chiqueiro sente o fedor da lama!” – a frase está empregada
em seu sentido denotativo.
( ) As formas verbais chegavam e vozeando indicam ações pontuais ou que se efetuam
rapidamente.
( ) Um da turma bradou que era o que sucedia a quem morava perto de um João
Coqueiro. Essa é a transposição correta da 1ª fala do texto para o discurso
indireto.
Língua Portuguesa - Interpretação de texto I
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95. UFSE-PSS
“O avestruz está em alta. A fazenda Chalé da Serra, no município de Simião Dias, interior de
Sergipe, sempre teve como carro-chefe a criação de gado. Mas, nos últimos cinco anos, bois e
vacas começaram a dividir espaço com exóticos exemplares de um novo investimento: a estrutio-
cultura (é assim que se chama a criação de avestruzes). Já são 800 animais, cujo preço varia de
1.500 reais, o filhote, a 8.000 reais, o adulto – dezesseis vezes mais que o preço de uma vaca.
Compridos e desengonçados, os animais são um negócio de altíssimo rendimento. Uma fêmea
começa a produzir aos 3 anos e é tratada apenas com capim e ração à base de soja e milho. Até
vinte avestruzes podem ser criados no espaço de um hectare, área ocupada por um único boi na
pecuária extensiva. Além disso, cada fêmea gera em média quinze filhotes por ano, número idên-
tico ao de toda a vida produtiva de uma vaca – e o período de fertilidade de um avestruz é superior
a trinta anos. Nascido de um ovo que pesa aproximadamente 1,5 quilo, o avestruz atinge o peso
de abate, em torno de 110 quilos, no prazo de doze meses.”
Adaptado, Veja, 18 out. 2000, p. 77.
Avestruz. Ave estrutioniforme, com seis espécies conhecidas. Tem as asas atrofiadas, apenas
dois dedos em cada pé e é onívora; vive em zonas semidesérticas, na Arábia e na África. Atual-
mente é a maior das aves.
Com base no texto, assinale como verdadeiras as frases que fazem uma afirmação corre-
ta e como falsas aquelas em que isso não ocorre.
( ) A função da linguagem, em ambos os textos, é a mesma: predominantemente referencial.
( ) O segundo texto, parte de um verbete de dicionário, é eminentemente descritivo.
( ) Os dois segmentos introduzidos por um travessão são exemplos de oralidade, já
que correspondem a explicações inseridas pelo autor do texto.
( ) Negócio e fêmea são palavras que recebem acento gráfico pela mesma razão gramatical.
( ) A fertilidade de um avestruz é, em muito, superior a de uma vaca. – Não é necessá-
rio o emprego do sinal de crase na palavra em negrito.
96. U. Potiguar-RN
“Uma galinha
Era uma galinha de domingo. Estava viva ainda porque não passava de nove horas da manhã.
Tinha a aparência de estar calma, pois desde o sábado se encolhera num canto da cozinha.
Foi uma surpresa quando os elementos da casa viram a galinha abrir as asas de curto vôo e
alcançar a murada do terraço e fugir vacilante para a liberdade.
A cozinheira deu um grito e o dono da casa levado pela necessidade de fazer esporadicamente
algum esporte e de almoçar começa a captura da galinha.
O animal estava sozinho no mundo, fugindo sem saber pra onde. Até que finalmente foi alcan-
çado: entretanto logo que foi levado de volta para a cozinha põe um ovo. Uma pequena menina
nota o fato e começa a gritar:
— Mamãe, mamãe, não mate mais a galinha, ela pôs um ovo! Ela quer nosso bem!
Diante do fato novo, todos rodearam-na com uma atenção especial, a menina prometia nunca
mais comer galinha, caso aquela fosse morta, depois do acontecido. A mãe é vencida pela filha e
a galinha foi deixada viver.
Entretanto, passadas algumas semanas, já esquecidos do fato, a família, indiferente, mata e
come a galinha.”
No texto “Uma galinha”, de Clarice Lispector, analisando as características estilísticas,
percebe-se claramente que:
a) Os referentes semânticos e os signos estéticos são portadores de sons e formas que se
desvendam.
b) Perfeito domínio do Português arcaico e contemporâneo.
c) A tendência regionalista acaba assumindo a característica de experiência estética uni-
versal, compreendendo a fusão entre o real e o mágico.
d) Mostra a personagem disposta numa determinada situação cotidiana que se prepara
para um evento pressentido até ocorrer o desfecho, no qual se considera a situação da
vida da personagem, após o evento.
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Compare os textos 1 e 2 e responda às questões de números 97 e 98.
TEXTO 1
“Olhava eu o meu avô como se fosse ele o engenho. A grandeza da terra era a sua
grandeza. Fixara-se em mim a certeza de que o mundo inteiro estava ali dentro. Não podia
haver nada que não fosse do meu avô. Lá ia o gado para o pastoreador, e era dele; lá saíam
os carros-de-boi a gemer pela estrada ao peso das sacas de lã ou dos sacos de açúcar, e
tudo era dele; lá estavam as negras da cozinha, os moleques da estrebaria, os trabalhadores
do eito, e tudo era dele. O sol nascia, as águas do céu se derramavam na terra, o rio corria,
e tudo era dele. Sim, tudo era do meu avô, o velho Bubu, de corpo alto, de barbas, de olhos
miúdos, de cacete na mão.O seu grito estrondava até os confins, os cabras do eito lhe
tiravam o chapéu, o Dr. José Maria mandava buscar lenha para a sua cozinha no Corredor,
e a água boa e doce nas suas vertentes. Tudo era do meu avô Bubu, o “Velho” da boca dos
trabalhadores, o Cazuza da velha Janoca, o papai da Tia Maria, o meu pai da Tia Iaiá. A
minha impressão firme era de que nada havia além dos limites do Corredor. Chegavam de
longe portadores de outros engenhos. Ouvia apitar o trem na linha de ferro. Apesar de
tudo, só havia de concreto mesmo o Engenho Corredor. (...)”
LINS DO REGO, José. “Meus verdes anos”. In: Ficção completa.
Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1976.
TEXTO 2
“A bem dizer, sou Ponciano de Azeredo Furtado, coronel de patente, do que tenho honra e
faço alarde. Herdei do meu avô Simeão terras de muitas medidas, gado do mais gordo, pasto
do mais fino. Leio no corrente da vista e até uns latins arranhei em tempos verdes da infância,
com uns padres-mestres a dez tostões por mês. Digo, modéstia de lado, que já discuti e joguei
no assoalho do Foro mais de um doutor formado. Mas disso não faço glória, pois sou sujeito
lavado de vaidade, mimoso no trato, de palavra educada. Já morreu o antigamente em que
Ponciano mandava saber nos ermos se havia um caso de lobisomem a sanar ou pronta justiça
a ministrar. Só de uma regalia não abri mão nesses anos todos de pasto e vento: a de falar
alto, sem freio nos dentes, sem medir consideração, seja em compartimento do governo, seja
em sala de desembargador. Trato as partes no macio, em jeito de moça. Se não recebo corte-
sia de igual porte, abro o peito:
– Seu filho da égua, que pensa que é?
Nos currais do Sobradinho, no debaixo do capotão de meu avô, passei os anos de pequenice,
que pai e mãe perdi no gosto do primeiro leite. Como fosse dado a fazer garatujações e desabu-
sado de boca, lá num inverno dos antigos, Simeão coçou a cabeça e estipulou que o neto devia ser
doutor de lei:
– Esse menino tem todo o sintoma do povo da política. É invencioneiro e linguarudo. (...)”
CARVALHO, C. J. O coronel e o lobisomem.
Rio de Janeiro: José Olympio, 1978.
97. UERJ Identifique o foco narrativo adotado nos textos.
98. UERJ Estabeleça uma comparação entre os textos quanto ao tratamento dado ao tema.
Com base no texto 2, responda às questões de números 99 e 100.
99. UERJ Transcreva a passagem do texto em que o personagem-narrador informa que fi-
cou órfão.
100. UERJ Descreva a caracterização que o texto faz da autoridade.
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Leia o texto a seguir e responda às questões.
“Pecados do Século XXI
As versões modernas para a luxúria, a inveja, o orgulho, a ira, a avareza, a preguiça e a gula.
Os setes pecados capitais do cristianismo – inveja, avareza, gula, preguiça, ira, orgulho e luxúria
– adquiriram novas versões neste final de século. A maioria movida a compulsões por trabalho,
consumo, sucesso, prazeres e lucro, valores de uma sociedade que trocou a existência natural pelo
acúmulo de sensações e de bens materiais. (...)
O psicanalista Eduardo Losicer, um dos membros do Aspas (Associação de Pesquisadores e
Analistas da Subjetividade), que está à frente da pesquisa sobre as novas psicopatologias, explica
que o indivíduo contemporâneo obedece essencialmente a ordens externas, enquanto suas de-
mandas internas caem no vazio e dão origem às compulsões:
– O paraíso atual é obrigatório. Não há mais a moralidade do pecado, na qual o pecador vivia
um conflito interno entre ceder ou não à tentação. Não há possibilidade de escolha entre o céu e
o inferno. Vivemos sob a moralidade dos mandados. São ordens que devem ser obedecidas, sob
pena de exclusão do sistema. Esta é a ameaça. Vivemos hoje como se cada indivíduo fosse apenas
um conjunto de leis, um superego.
(...) Os indivíduos contemporâneos vêm sofrendo de ausência cada vez maior de vida interior.
– Este vazio na alma dá origem a condutas compulsivas para preencher este vazio afetivo com
dinheiro, roupas, trabalho, imagens de jornais, cinema e TV, bebida ou drogas pesadas. É preciso
preencher um vazio existencial e afetivo.
Para o antigo pecado capital da avareza, temos hoje o seu avesso: o consumismo desenfreado
e compulsivo do perdulário contemporâneo, para quem o que importa não é ser alguém, mas ter
tudo e, se possível, todos à sua volta. A criativa preguiça, tão elogiada pelos defensores da vida
contemplativa, prazerosa e lúdica, transformou-se em mania de trabalho. O pecado da luxúria,
que levava homens e mulheres a pensar ou a fazer sexo em excesso, é hoje um hábito do telespec-
tador: o voyeurismo. Quem tem ódio do Governo, do time rival ou do parceiro que lhe deu um
fora debocha, ironiza e ridiculariza estes desafetos. Já não há mais lugar para a ira. O orgulho está
em baixa. Pouca gente se orgulha de si mesmo ou da vida que leva (...) todo mundo sabe que hoje
em dia é fundamental se autopromover. Não resistir ao apelo de uma caixa de bombons importa-
dos... Este era o pecado da gula, praticamente superado por uma legião de mulheres que buscam
um corpo cada vez mais magro e mais jovem. A aparência do bom moço, adotada por ídolos do
esporte, executivos de empresas e apresentadores de TV, encobre um sujeito dissimulado que
cumpre um papel preestabelecido. É a nova versão do invejoso, que já não deseja ser o outro, mas
algo imaginário e, portanto, irreal.”
CEZIMBRA, Márcia - O Globo, 16/05/99.
101. UFR-RJ No texto “Pecados do século XXI”, o autor pretende:
a) expressar suas opiniões pessoais sobre a pesquisa desenvolvida pelo psicanalista Eduar-
do Losicer;
b) levar o receptor (leitor) a rejeitar as opiniões do pesquisador Eduardo Losicer;
c) informar o receptor (leitor) sobre o trabalho do psicanalista Eduardo Losicer, relatan-
do suas conclusões;
d) refletir sobre a natureza do código lingüístico, bem como sobre sua relevância na
caracterização do homem do século XXI;
e) elaborar uma mensagem rica em musicalidade e figuras de linguagem.
102. UFR-RJ Os valores dos indivíduos contemporâneos, segundo o texto, estão sendo de-
terminados pelo(a):
a) conflito interno entre ceder ou não à tentação;
b) compulsão cada vez maior pela vida interior;
c) Associação de Pesquisadores e Analistas da Subjetividade;
d) determinação de alcançar o paraíso celeste;
e) sensação de um vazio existencial e afetivo.
103. UFR-RJ A pesquisa do psicanalista Eduardo Losicer, à qual o artigo se refere, atesta que:
a) o homem contemporâneo se empenha em mudar os valores do século passado;
b) a grande ameaça da sociedade está na subversão dos valores individuais;
c) a punição da modernidade é a exclusão do sistema, equivalente ao inferno;
d) a modernidade se caracteriza por ser um paraíso, sem noção de valores materiais;
e) as novas versões para os sete pecados capitais apenas se explicam no campo do ima-
ginário.
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104. Unioeste-PR Leia o texto a seguir:
“Rudimentos em Inteligência Social
É hora do recreio e um bando de meninos atravessa correndo o gramado. José tropeça, machu-
ca o joelho e começa a chorar, mas os outros continuam a correr – menos Roberto, que pára.
Enquanto diminuem os soluços de José, Roberto curva-se e massageia o próprio joelho, gritando:
– Eu também machuquei o joelho!
Roberto possui uma inteligência interpessoal exemplar. Parece que é extraordinariamente capaz
de reconhecer os sentimentos dos coleguinhas de brincadeiras e de estabelecer rápidas e suaves
ligações com eles. Só ele notou a situação de dor de José, e só ele tentou oferecer algum consolo,
ainda que o máximo que pudesse fazer fosse esfregar o próprio joelho. Esse pequeno gesto revela
um talento para o relacionamento, uma aptidão emocional essencial para a preservação de rela-
cionamentosestreitos, seja no casamento, com amigos ou numa parceria comercial. Essas apti-
dões em pré-escolares são os botões de talentos que desabrocham pela vida afora.”
Fragmento retirado, e adaptado, do texto “Rudimentos em Inteligência
Social”, inserido no Capítulo “A Arte de Viver em Sociedade”,
do livro Inteligência Emocional, de Daniel Goleman, p. 131.
É possível concluir, a partir do excerto exposto acima, que:
01. crianças como Roberto se dão bem praticamente só com crianças problemáticas;
02. a atitude de Roberto demonstra que o mesmo não se adapta a algumas brincadeiras e
se sente feliz por assim proceder;
04. crianças como Roberto tendem a ser melhores na interpretação de expressões faciais;
08. crianças como Roberto conseguem detectar e intuir sentimentos, motivos e preocu-
pações dos outros, porque centram o problema unicamente em sua própria pessoa;
16. para o autor, a preocupação de Roberto com o colega indica o grau elevado de sua
inteligência emocional;
32. a atitude de Roberto não condiz com o esperado pelo coleguinha, pois simulou a
própria dor, em vez de ter oferecido ajuda concreta. Poderia, por exemplo, ter cha-
mado a professora;
64. o relacionamento que Roberto estabeleceu com o coleguinha ferido indicou uma
preocupação que foi altruísta.
Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas.
105. Univali-SC
“Guerra ao preconceito
Psicóloga diz que sociedade precisa respeitar os gays.
Mesmo que não concorde com eles.
Presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP), a paulista Ana Bock é autora da resolução que
proíbe os psicólogos brasileiros de tratar a homossexualidade como doença. Não se trata de uma
medida isolada. ’O homossexualismo é apenas um dos assuntos que vamos atacar‘, diz. Seu objetivo
é envolver os psicólogos numa espécie de compromisso com o bem-estar da sociedade e com os
direitos humanos. Ela está começando a sentir as conseqüências do vespeiro em que está se meten-
do. Desde que um deputado distrital de Brasília propôs a criação de banheiros separados para ho-
mossexuais (o primeiro deles será inaugurado no próximo mês numa cidade-satélite), Ana Bock tem
sido convocada pelas rádios para explicar como e por que isso está ocorrendo na capital da Repúbli-
ca. ’É tão absurdo quanto querer criar banheiros especiais para deputados‘, protesta a psicóloga.”
Veja, 26 de abril de 2000.
Analise as afirmações abaixo:
I. Ana Bock é autora da resolução que proíbe os psicólogos brasileiros de tratar a ho-
mossexualidade como doença.
II. Serão criados banheiros especiais para deputados.
III. Os psicólogos não têm compromisso com o bem-estar da sociedade e com os direitos
humanos.
Está(ão) de acordo com o texto:
a) a primeira afirmação; d) nenhuma das afirmações;
b) a segunda afirmação; e) todas as afirmações.
c) a terceira afirmação;
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106. Cefet-PR Leia o seguinte trecho e, depois, responda:
“Era esse dia domingo do Espírito Santo. Como todos sabem, a festa do Espírito Santo é uma das
festas prediletas do povo fluminense. Hoje, mesmo que se vão perdendo certos hábitos, uns bons, outros
maus, ainda essa festa é motivo de grande agitação; longe porém está o que agora se passa daquilo que
se passava nos tempos a que temos feito remontar os leitores. A festa não começava no domingo
marcado pela folhinha, começava muito antes, nove dias, cremos, para que tivessem lugar as novenas”.
Extraído de Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida.
Com relação ao texto, é correto afirmar que:
a) os hábitos antigos é que eram bons;
b) quem nasce no Espírito Santo é chamado de fluminense;
c) com o passar do tempo, houve mudança nos festejos do Espírito Santo;
d) durante a festa havia muita confusão;
e) as novenas começavam sempre no domingo.
INSTRUÇÃO: Leia atentamente o texto abaixo e julgue os itens das questões 107 a 109.
“A disciplina do amor
Foi na França, durante a segunda grande guerra: um jovem tinha um cachorro que todos os dias,
pontualmente, ia esperá-lo voltar do trabalho. Postava-se na esquina, um pouco antes das seis da
tarde. Assim que via o dono, ia correndo ao seu encontro e, na maior alegria, acompanhava-o com seu
passinho saltitante de volta a casa. A vila inteira já conhecia o cachorro e as pessoas que passavam
faziam-lhe festinhas e ele correspondia, chegava a correr todo animado atrás dos mais íntimos. Para
logo voltar atento ao seu posto e ali ficar sentado até o momento em que seu dono apontava lá longe.
Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa que o cachorro desistiu de
esperá-lo? Continuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar ansioso naquele único ponto, a
orelha em pé, atenta ao menor ruído que pudesse indicar a presença do dono bem-amado. Assim que
anoitecia, ele voltava para casa e levava sua vida normal de cachorro até chegar o dia seguinte. Então,
disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata, voltava ao seu ponto de espera. O jovem
morreu num bombardeio, mas no pequeno coração do cachorro não morreu a esperança. Quiseram
prendê-lo, distraí-lo. Tudo em vão. Quando ia chegando aquela hora ele disparava para o compromisso
assumido, todos os dias. Com o passar dos anos (a memória dos homens!) as pessoas foram esquecen-
do do jovem soldado que não voltou. Casou-se a noiva com um primo. Os familiares voltaram-se para
outros familiares. Os amigos, para outros amigos. Só o cachorro já velhíssimo (era jovem quando o
jovem partiu) continuou a esperá-lo na sua esquina. As pessoas estranhavam, mas quem esse cachorro
está esperando?... Uma tarde (era inverno) ele lá ficou, o focinho voltado para aquela direção.”
Lygia Fagundes Telles.
107. UFMT
( ) O artigo indefinido, nas expressões “um jovem” e “um cachorro”, introduz as per-
sonagens na narrativa.
( ) Fidelidade, amizade, afeição são as idéias centrais do texto.
( ) O uso de mas, em “Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convoca-
do.”, quebra a seqüência narrativa e inicia o conflito da história.
( ) Os elementos lá e aquela (última frase do texto) remetem à mesma significação.
108. UFMT – Modificada
( ) Com a frase “Pensa que o cachorro desistiu de esperá-lo?”, a autora busca maior
envolvimento do leitor na narrativa.
( ) A ênfase dada à persistência nas ações do animal contraria a idéia contida no título.
( ) O tom poético do texto pode ser exemplificado pela metáfora presente em “... mas
no coração do cachorro não morreu a esperança”.
( ) A personificação do cachorro se concretiza por expressões como: “o olhar ansio-
so”, “correr animado”, “na maior alegria”, “era jovem”.
109. UFMT – Modificada
( ) O texto pertence ao gênero narrativo, fazendo a crônica da fidelidade.
( ) O narrador é onisciente – intruso: conhece todos os eventos e presentifica-se no
enunciado.
( ) O tempo da narração é o mesmo dos eventos narrados.
( ) As personagens não são nomeadas porque o narrador quer evidenciar uma idéia
mais que uma história em particular.
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Texto para as questões de 110 a 113.
“A Janela e o Menino
(Resumo dos anos mais antigos do passado)
A casa tinha um jardim e três janelas que davam para a rua. Duas ficavam fechadas, só se
abriam aos domingos, ou em dias especiais. A outra dava para um aposento que era uma espécie
de hall, não era sombrio como a outra sala que só se abria quando havia visitas, ou quando
alguma coisa de extraordinário acontecia no mundo ou dentro da própria casa.
O menino descobriu a janela e a escolheu como seu lugar predileto. Podia ficar ali, era uma
forma de estar metade protegido pela casa, metade envolvido com o mundo. Pelas manhãs, via
passar o leiteiro, o homem que afiava tesouras e facas, os outrosmeninos que iam para a escola
levando merendeiras – ele invejava as merendeiras dos outros meninos, imaginava o que elas
continham. Um dia, quando crescesse, levaria sempre uma merendeira consigo.
Ao meio-dia, passava a leprosa que pedia esmolas. Tinha um lenço encardido em volta do rosto,
escondendo o nariz deformado. O menino tinha pavor da leprosa, mas ficava fascinado pela
pontualidade com que ela ia ao portão e apanhava a moedinha que o pai sempre deixava para ela,
numa reentrância da grade.
À tarde, passava o sorveteiro. À noite, quando todos começavam a ir para a cama, passava o
moleque vendendo amendoim torradinho, a lata que servia de fogareiro despejando fagulhas,
como as estrelinhas de São João.
Era da janela que o menino via o mundo e dele participava sem se contaminar. O menino
gostava, mas tinha medo da rua, do bonde que cortara a perna do seu Almeida, do homem que
deu um tiro na mulher que o traíra, da carrocinha de cachorro, dos mascarados do Carnaval.
Da janela, ele sabia de tudo, mas nada tinha a ver com ele. Como a baratinha que encontrou o
dinheiro e foi para a janela, ele gostava de ficar ali, vendo a vida passar.
Um dia o menino cresceu, mas continuou na janela, esperando a hora em que avisassem que
era tarde e o chamassem para dentro.”
CONY, Carlos Heitor. In: Os anos mais antigos do passado – crônicas.
3. ed. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 1999. p. 250-1.
110. Uneb-BA Identifique as afirmativas verdadeiras referentes ao primeiro parágrafo do texto.
I. O narrador restringe a utilidade de duas das três janelas.
II. Os moradores da casa são sistemáticos e conservadores quanto à vida social.
III. A casa focalizada é apresentada como uma realidade física, tão-somente no seu cará-
ter externo.
IV. A alternância de hábitos dentro da casa é proporcionada por acontecimentos de rotina.
A alternativa em que todas as afirmativas indicadas são verdadeiras é:
a) I e II. b) I e IV. c) II e III. d) I, III e IV. e) II, III e IV.
111. Uneb-BA No segundo parágrafo, o menino mostra-se:
a) realista quanto a seu futuro;
b) revoltado com a sua condição de aprisionado;
c) inseguro de seu objetivo, ao escolher o seu espaço;
d) imprudente na escolha da realidade a ser observada;
e) auto-suficiente para definir sua relação com a realidade circundante.
112. Uneb-BA Sobre o menino, pode-se afirmar:
a) Ele não interage com o mundo real.
b) A janela tem uma função unilateral em sua existência.
c) A violência da rua acaba inviabilizando a sua vida de reclusão.
d) O seu caráter questionador leva-o a ser incompreendido por todos.
e) A sua forma de agir sobre o mundo se modifica quando ele se torna adulto.
113. Uneb-BA A expressão “vendo a vida passar”, em relação ao menino, revela:
a) medo. b) alienação. c) passividade. d) deslumbramento. e) comprometimento.
Na tradução do relacionamento do menino com o mundo, os termos que semanticamente
se aproximam são:
a) “descobriu”, “invejava” e “crescesse”; d) “tinha”, “gostava” e “cresceu”;
b) “protegido”, “imaginava” e “levaria”; e) “fascinado”, “continuou” e “esperando”.
c) “envolvido”, “via” e “participava”;
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As questões de números 114 a 116 referem-se ao texto que segue.
“Sobre a formação de técnicos
Interessado em se fazer profissional, o cidadão, atualmente, busca cursos oferecidos pelas esco-
las técnicas, ora premido pelas circunstâncias imediatas da vida, ora movido pelos sonhos do
mercado: uma vez profissional, torna-se mais leve a luta pela sobrevivência em face da “compe-
tência técnica” que um curso de formação proporcionaria. Afinal, diz-se, a mão-de-obra não-
especializada sofre não só os baixos salários, mas também as primeiras dispensas quando os
“movimentos na economia” provocam cíclicas retrações do sistema de produção. Profissional
especializado, sonha o estudante de agora com um futuro se não promissor, no mínimo menos
perigoso.
E, entrando para a escola, ei-lo às voltas com estudos que o distanciam de seus interesses
imediatos: são as chamadas disciplinas técnicas, de preferência ministradas diretamente nas ofici-
nas, que mais lhe interessam. O resto... bom, o resto é apenas um obstáculo a mais na maratona
sempre perigosa do viver: passa-se pelas chamadas disciplinas de “humanidades” para satisfazer
exigências formais de uma formação que se quer técnica.
Formação técnica X Formação humanística. Tecnologia X Humanismo. Seriam efetivamente
formações distintas?”
GERALDI, João W. Linguagem e ensino. Campinas: Mercado de Letras, 1996. p. 117-8.
114. Unifor-CE
I. O texto deixa em aberto a questão da integração entre formação técnica e formação
humanística.
II. As condições oferecidas pelas escolas técnicas não correspondem às expectativas do
estudante.
III. O avanço atual da tecnologia explica o especial interesse do estudante pelas escolas
técnicas.
A respeito dos enunciados acima, está de acordo com o texto o que se afirma somente
em:
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.
115. Unifor-CE Quanto à estrutura, o texto organiza-se como:
a) simples narração de fatos;
b) exposição argumentativa de idéias;
c) exposição descritiva de idéias;
d) integração descritivo-narrativa;
e) descrição argumentativa.
116. Unifor-CE A coesão do segundo parágrafo decorre:
a) do uso de reticências;
b) da ligação adequada das orações;
c) da ausência de conectivos;
d) da freqüência de preposições;
e) do emprego de orações reduzidas.
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117. U. Alfenas-MG
“Brito, em seu depoimento, disse que recebeu autorização de Pitta para responder às reporta-
gens que tratavam da não aplicação dos 30% em Educação, mas apontou o então chefe da
Assessoria de Imprensa da Prefeitura, Henrique Nunes, como autor da nota. Nunes teria ditado o
texto para Brito que, apesar de subscrevê-lo, não interessou-se em saber onde seria publicado,
nem quanto custaria. ’Eu não sabia de que maneira isso seria feito‘, disse Brito ao juiz. ’E desco-
nhecia que a resposta implicaria gastos públicos.‘”
O Estado de S. Paulo, 30/1/98, C1.
‘Para dar-nos a conhecer os pensamentos e as palavras de personagens reais ou fictícios,
dispõe o narrador de três moldes lingüisticos diversos conhecidos pelos nomes de discur-
so direto, discurso indireto e discurso indireto livre.’ No texto, o repórter fez uso do
discurso direto nos períodos:
a) 1 e 4.
b) 2 e 3.
c) 1 e 2.
d) 3 e 4.
e) 2 e 4.
118. Univali-SC
“A hora de dizer não
Há quem afirme que a atual geração de filhos vem recebendo dos pais uma educação mais
conservadora do que estes receberam dos avós.
Pais e educadores estão redescobrindo a dimensão educativa de uma palavra antipática e ne-
cessária: não!
Ainda é recente o grito de libertação: É proibido proibir! No entanto, hoje, existe quase um
consenso: é preciso proibir. Os jovens libertários da década de 70, que pregavam o amor livre, os
trajes nem sempre asseados, a desobediência civil e o consumo de drogas, são pais que optam por
uma educação mais conservadora.
São estes pais que reclamam dos filhos: eles não aceitam ouvir um “não”, estão sempre de mau
humor, são agressivos, não sabem o que querem, passam horas falando ao telefone ou na Inter-
net, estão sempre desafiando os limites...
Os filhos, por sua vez, reclamam dos pais: os pais não confiam neles, só sabem dar broncas e
impor regras, implicam com sua maneira de falar, de trajar e com suas amizades, só vêem o erro e
não os acertos, não entendem seus problemas e tratamos como crianças diante dos amigos.
Educação – ontem, hoje e sempre – implica conjugar liberdade e responsabilidade. Implica amor
e firmeza. Quando apenas um dos termos vale, criam-se distorções. Educar é trazer para fora as
possibilidades existentes na criançae no adolescente. Educar é ensinar que existem limites, horá-
rios e deveres.
Educar é também conceder liberdade, para que o jovem forme seu caráter e suas convic-
ções. Mas isto deve ser progressivo. Porque experientes, os pais conhecem os erros que eles
mesmos cometeram e querem evitar que isso aconteça aos filhos. Educar é, sobretudo, exer-
citar o diálogo.”
Missão Jovem, agosto de 1999.
Deduz-se do texto que:
a) “É proibido proibir” era o grito de libertação dos jovens da década de 70.
b) “Uma educação mais conservadora” significa mais proibições.
c) “Educação” diz respeito à Educação Infantil, ao Ensino Fundamental e Ensino
Médio.
d) “Exercitar o diálogo” subentende-se discutir o problema entre duas pessoas.
e) Só liberdade e só responsabilidade produzem jovens mais livres e responsáveis.
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Texto para as questões 119, 120 e 121.
“O coelho e o cachorro
(fragmento)
De vez em quando surgem umas histórias que todos que contam juram ser verdade e até dizem
que têm um primo que conheceu a vizinha da sobrinha da pessoa com a qual aconteceu. A mais
célebre é aquela do sapatinho vermelho da sogra que desliza debaixo do banco do carro. Lem-
brou?
Agora pintou uma nova. Simplesmente genial. Quem me contou garante que aconteceu na
Granja Viana, bairro de classe média alta em São Paulo, na semana passada.
Eram dois vizinhos. O primeiro vizinho comprou um coelhinho para os filhos. Os filhos do outro
vizinho pediram um bicho para o pai. O doido comprou um pastor alemão.
 Papo de vizinho:
– Mas ele vai comer o meu coelho.
– De jeito nenhum. Imagina. O meu pastor é filhote. Vão crescer juntos, pegar amizade. Enten-
do de bicho. Problema nenhum.
E parece que o dono do cachorro tinha razão. Juntos cresceram e amigos ficaram.
Era normal ver o coelho no quintal do cachorro e vice-versa. As crianças, felizes.
Eis que o dono do coelho foi passar o final de semana na praia com a família e o coelho ficou
sozinho. Isso na sexta-feira. No domingo, de tardinha, o dono do cachorro e a família tomavam
um lanche, quando entra o pastor alemão na cozinha. Pasmo.
Trazia o coelho entre os dentes, todo imundo, arrebentado, sujo de terra e, é claro, morto.
Quase mataram o cachorro.
– O vizinho estava certo... E agora, meu Deus?
– E agora?
A primeira providência foi bater no cachorro, escorraçar o animal, para ver se ele aprendia um
mínimo de civilidade e boa vizinhança. Claro, só podia dar nisso. Mais algumas horas e os vizinhos
iam chegar. E agora? Todos se olhavam. O cachorro rosnando lá fora, lambendo as pancadas.
– Já pensaram como vão ficar as crianças?
– Cala a boca!
Não se sabe exatamente de quem foi a idéia, mas era infalível. Vamos dar um banho no coelho,
deixar ele bem limpinho, depois a gente seca com o secador da sua mãe e coloca na casinha dele
no quintal.
Como o coelho não estava muito estraçalhado, assim fizeram. Até perfume colocaram no fale-
cido. Ficou lindo, parecia vivo, diziam as crianças. E lá foi colocado, com as perninhas cruzadas,
como convém a um coelho cardíaco.
Umas três horas depois eles ouvem a vizinhança chegar. Notam o alarido e os gritos das crian-
ças. Descobriram! Não deram cinco minutos e o dono do coelho veio bater à porta. Branco, lívido,
assustado. Parecia que tinha visto um fantasma.
– O que foi? Que cara é essa?
– O coelho... O coelho...
– O que tem o coelho?
– Morreu!
– Todos:
– Morreu? Inda hoje de tarde parecia tão bem...
– Morreu na sexta-feira!
– Na sexta?
Foi. Antes de a gente viajar as crianças enterraram ele no fundo do quintal!
(...)
O personagem que mais me cativa nesta história toda, o protagonista da história, é o cachorro.
Imagina o pobre do cachorro que, desde sexta-feira, procurava em vão pelo amigo de infância,
o coelho. Depois de muito farejar descobre o corpo. Morto. Enterrado. O que faz ele? Provavel-
mente com o coração partido, desenterra o pobrezinho e vai mostrar para os seus donos. Prova-
velmente estivesse até chorando, quando começou a levar porrada de tudo quanto é lado.
O cachorro é o herói. O bandido é o dono do cachorro. O ser humano. Sim, nós mesmos, que
não pensamos duas vezes. Para nós o cachorro é o irracional, o assassino confesso. E o homem
continua achando que um banho, um secador de cabelos e um perfume disfarçam a hipocrisia, o
animal desconfiado que tem dentro de nós.
Julgamos os outros pela aparência, mesmo que tenhamos que deixar esta aparência como
melhor nos convier. Maquiada.
Coitado do cachorro. Coitado do dono do cachorro. Coitados de nós, animais racionais.”
PRATA, Mário. Isto é, 22/04/98.
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119. U.E. Norte Fluminense-RJ Entre as modalidades discursivas – dissertativa, narrativa,
descritiva – uma delas apresenta estrutura com enredo e personagens.
a) Cite a modalidade predominante no texto de Mário Prata.
b) O cachorro é o protagonista da história. Identifique o antagonista.
120. U.E. Norte Fluminense-RJ O texto de Mário Prata nos conta uma história em tom de
fábula. Nas fábulas, costuma haver um final moralizante.
a) Identifique, no texto, o critério de julgamento utilizado pelos seres humanos.
b) Transcreva dos três últimos parágrafos do texto uma frase completa que justifique a
resposta anterior.
121. U.E. Norte Fluminense-RJ O autor utiliza expressões da linguagem coloquial.
Reescreva as passagens abaixo, substituindo os termos sublinhados por outros do padrão
mais formal da língua:
a) “Agora pintou uma nova”.
b) “As crianças enterraram ele no fundo do quintal”.
Excerto (de texto que trata da mudança de localização do Palácio dos Bandeirantes) para
a questão 122:
“É uma parceria que implica da mudança de zoneamento, reforma de prédios, incentivos fiscais
para quem recupera patrimônio tombado, até cuidar de meninos de rua ou dos jardins.”
O Estado de S. Paulo, 16/05/99, p. 3-18.
122. U. Alfenas O excerto pode ser considerado como um texto:
a) argumentativo. d) épico.
b) narrativo. e) de propaganda.
c) descritivo.
123. Univali-SC
“Ordem na malhação
Professor de ginástica costuma ser daquelas pessoas eternamente bem-humoradas, com uma
disposição que parece não terminar nunca e ter sempre à mão – com justificativas científicas – a
série ideal de exercícios para deixar o corpo do aluno próximo da perfeição. O bom-humor e a
disposição podem ser autênticos, mas o conhecimento adequado para preparar a receita da ma-
lhação não necessariamente. Deveria ser o requisito básico, mas centenas de jovens belos e mus-
culosos que comandam animadíssimas aulas nas academias nunca passaram nem perto de uma
faculdade de Educação Física, onde deveriam ter aprendido o que ensinam. A partir deste mês, no
entanto, os Conselhos Regionais e Federal de Educação Física prometem acabar com essa espécie
de professor de fachada. As entidades colocarão em prática a lei, de 1998, que regulamenta a
profissão (só agora, depois de anos, os conselhos estão preparados para fiscalizar sua aplicação).
Ela estabelece que só poderá trabalhar na área aquele que for registrado no conselho e, portanto,
formado em Educação Física. A abrangência da legislação vai além dos limites da academia. A lei
vale para clínicas, hotéis, clubes e até condomínios, que serão obrigados a registrar o profissional
como funcionário. Mais. Todos os estabelecimentos que tiverem como principal atividade a edu-
cação física deverão ser registrados no conselho.”
Isto é, 22 de março de 2000.
Assinale a alternativa que está de acordo com o texto acima.
a) Depois de dois anos, os conselhos estão preparados para fiscalizar a aplicação da lei.
b) Bom-humor é uma das características de todos os professores de Educação Física.
c) Há tanta autenticidade na disposição e no bom-humor como noconhecimento para a
malhação.
d) Conselhos Regionais de Educação Física prometem acabar com a ginástica como ati-
vidade profissional.
e) Nova lei regulamenta a profissão de professor de Educação Física.
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124. UnB-DF
“A formiga e a cigarra
Era uma vez uma formiguinha e uma cigarra muito amigas. Durante todo o outono, a formigui-
nha trabalhou sem parar, armazenando comida para o período de inverno. Não aproveitou nada
do Sol, da brisa suave do fim da tarde nem do bate-papo com os amigos ao final do expediente de
trabalho, tomando uma cervejinha. Seu nome era “trabalho” e seu sobrenome, “sempre”.
Enquanto isso, a cigarra só queria saber de cantar nas rodas de amigos e nos bares da cidade; não
desperdiçou um minuto sequer, cantou durante todo o outono, dançou, aproveitou o Sol, curtiu
para valer, sem se preocupar com o inverno que estava por vir. Então, passados alguns dias, come-
çou a esfriar. Era o inverno que estava começando. A formiguinha, exausta, entrou em sua singela e
aconchegante toca repleta de comida. Mas alguém chamava por seu nome do lado de fora da toca.
Quando abriu a porta para ver quem era, ficou surpresa com o que viu: sua amiga cigarra, dentro de
uma Ferrari, com um aconchegante casaco de visom. E a cigarra falou para a formiguinha:
— Olá, amiga, vou passar o inverno em Paris. Será que você poderia cuidar da minha toca?
— Claro, sem problema! Mas o que lhe aconteceu? Como você conseguiu grana pra ir a Paris e
comprar esta Ferrari?
— Imagine você que eu estava cantando em um bar, na semana passada, e um produtor gostou
da minha voz. Fechei um contrato de seis meses para fazer shows em Paris... A propósito, a amiga
deseja algo de lá?
—Desejo, sim. Se você encontrar um tal de La Fontaine por lá, manda ele pro DIABO QUE O
CARREGUE!
MORAL DA HISTÓRIA: Aproveite sua vida, saiba dosar trabalho e lazer, pois trabalho
em demasia só traz benefício em fábulas do La Fontaine.”
Fábula de La Fontaine reelaborada. http://www.geocities.com/soho/Atrium/8069/Fabulas/fabula2.html (com adaptações).
Em relação ao texto acima, julgue os itens a seguir.
( ) Considerando que, na fábula original, escrita por La Fontaine, a formiga é vista
como uma trabalhadora-modelo, enquanto a cigarra é considerada como boa-vida,
verifica-se que, nesta versão, reelaborada, o ensinamento principal mudou, pois
mudou a maneira de se enxergar a relação lazer/trabalho.
( ) Nas linhas 8 e 9, as relações semântico-sintáticas estão organizadas de tal forma
que a vírgula é desnecessária
( ) Na linha 10, a significação de “o que” está expressa depois dos dois-pontos.
( ) O emprego dado ao pronome “ele”, último período do texto, apesar de usual na lín-
gua falada, não atende às exigências da escrita culta: para tal, esse pronome deveria
ser substituído por “o”, fazendo-se o ajuste devido entre o pronome e o verbo.
( ) O gênero fábula é uma narrativa breve tradicional que apresenta duas característi-
cas básicas: personificação ou antropomorfismo, já que dá a animais ou a seres
inanimados voz e comportamento similares aos humanos, e intenção de transmitir
um ensinamento, um preceito ou uma lição de vida.
INSTRUÇÃO: Leia o texto de Clarice Lispector e jugue os itens da questão 125.
“Atenção ao Sábado
Acho que sábado é a rosa da semana; sábado de tarde a casa é feita de cortinas ao vento, e
alguém despeja um balde de água no terraço: sábado ao vento é a rosa da semana; sábado de
manhã, a abelha no quintal, e o vento: uma picada, o rosto inchado, sangue e mel, aguilhão em
mim perdido: outras abelhas farejarão e no outro sábado de manhã vou ver se o quintal vai estar
cheio de abelhas. No sábado é que as formigas subiam pela pedra. Foi num sábado que vi um
homem sentado na sombra da calçada comendo de uma cuia de carne-seca e pirão; nós já tínhamos
tomado banho. De tarde a campainha inaugurava ao vento a matinê de cinema: ao vento sábado
era a rosa de nossa semana. Se chovia só eu sabia que era sábado; uma rosa molhada, não? No Rio
de Janeiro, quando se pensa que a semana vai morrer, com grande esforço metálico a semana se
abre em rosa: o carro freia de súbito e, de súbito, antes do vento espantado poder recomeçar, vejo
que é sábado de tarde. Tem sido sábado, mas já não me perguntam mais. Então eu não digo nada,
aparentemente submissa. Mas já peguei as minhas coisas e fui para domingo de manhã. Domingo
de manhã também é a rosa da semana. Não é propriamente rosa que eu quero dizer.”
LISPECTOR, Clarice. Os melhores contos de Clarice Lispector. Seleção de Walnice Galvão, São Paulo, Global, 1997.
125. UFMT
( ) A apresentação das ações respeita uma ordem cronológica e espacial.
( ) São claros os limites entre eventos vividos e a reflexão sobre eles.
( ) A personagem é caracterizada por traços realistas visando retratar a realidade brasileira.
( ) A modalidade discursiva utilizada é o monólogo interior.
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INSTRUÇÃO: Leia atentamente o texto a seguir e julgue os itens da questão 126:
“Eiros
A leitora Elza Marques Marins me escreve uma carta divertida estanhando que “brasileiro” seja
o único adjetivo pátrio conhecido em “eiro” que, segundo ela, é um sufixo pouco nobre. Existem
suecos, ingleses e brasileiros, como existem médicos, terapeutas e curandeiros. (...)
É a diferença entre jornalista e jornaleiro ou entre músico ou musicista e roqueiro, timbaleiro ou seres-
teiro. Há o importador e há o muambeiro. “Se você começou como padeiro, açougueiro ou carvoeiro” –
escreve Elza – “as chances são mínimas de acabar como advogado, empresário, grande investidor ou
latifundiário, a não ser que se dê o trabalho de ser político antes”. Aliás, há políticos e politiqueiros. (...)”
VERÍSSIMO, Luís Fernando. Jornal do Brasil, 7/10/95.
126. UFMT
( ) Segundo a leitora, alguns morfemas funcionariam como indicadores de status.
( ) O jornalista apresenta argumentos que contrariam a hipótese levantada pela leitora.
( ) De acordo com o texto, suecos e ingleses estão para médicos e terapeutas, assim
como brasileiros estão para curandeiros.
( ) A teoria da leitora ganharia força, caso se recorresse ao par banqueiro/bancário.
( ) Na opinião da leitora de Veríssimo, o ciclo da pobreza poderia ser rompido por
meio da carreira política.
Texto para as questões 127 a 129.
“Disputam-se “play-offs”, atualmente, no campeonato nacional. “Play-off” é um termo importa-
do do basquete americano que ultimamente passou a integrar o repertório da crônica esportiva. A
Confederação Brasileira de Futebol, CBF, resolveu rotular as finais de “play-offs”, no regulamento do
atual campeonato, e os basbaques foram atrás. A história do futebol, no Brasil, é, entre outras
coisas, uma história de triunfo da língua portuguesa. O futebol, esporte inglês, introduzido por
ingleses no país, no início era jogado em inglês. Entrava, em campo não o goleiro, mas o “goalkee-
per” não o zagueiro, mas o “back”. A aclimatação deu-se às vezes por simples aportuguesamento
das palavras, como no “goal” que virou “gol”. Algumas poucas palavras inglesas ainda não caíram
em completo desuso, como “corner”, mas “corner” já está perdendo feio para “escanteio”.
O triunfo da língua reflete o triunfo o futebol. Mostra que o futebol se enraizou a tal ponto,
nestas terras, que o povo acabou por revesti-lo com o que tem de mais particular e íntimo, que é
o idioma. Eis que agora se tenta entregar o futebol de volta à língua inglesa – e, por cúmulo, não
à língua inglesa da Inglaterra, mas dos Estados Unidos, um dos únicos países do mundo que não
tem nada a ver com futebol, e com termos emprestados de outro esporte, o basquete. (...) Isto se
dá quando nem estão nos pedindo nada. Nós é que nos oferecemos, em virtude de irrefreávelimpulso de submissão. Seria um caso incurável de carência de colonizador. Não, não compli-
quemos. Chamemos o fenômeno por seu nome. É bobeira mesmo.”
TOLEDO, Roberto Pompeu. Entre a assistência e o play-off. Veja, 09/12/1998, p. 198.
127. UFPE No texto, o autor admite que os brasileiros:
a) reagem contra todo tipo de submissão;
b) rompem, facilmente, com a cultura colonizadora;
c) acabaram por subverter, definitivamente, a imposição de estrangeirismos no campo
do futebol;
d) retrocederam na sua disposição de incorporar o vocabulário do futebol à língua portuguesa;
e) rejeitam influências do inglês europeu sobre o vocabulário do futebol.
128. UFPE Leia os enunciados abaixo, referentes às idéias expressas no texto.
1. O tema da submissão brasileira à cultura estrangeira foi abordado sob o ponto de vista
da prática esportiva.
2. A escolha de expressões como “um caso incurável de carência do colonizador” e “é
bobeira, mesmo” confere um tom de repreensão, embora um tanto jocoso, ao texto.
3. Coube à Confederação Brasileira de Futebol a adaptação dos termos ingleses à língua
portuguesa.
4. O texto demonstra que, ao longo de algum tempo, houve mudanças de atitude do
brasileiro em relação ao uso de termos estrangeiros no futebol.
Estão corretos apenas:
a) 1, 2 e 4. b) 1, 3 e 4. c) 1 e 3. d) 2 e 3. e) 2 e 4.
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129. UFPE Assinale a alternativa em que se faz uma afirmação inaceitável em relação aos
recursos gramaticais em negrito no texto.
a) Na expressão ‘outro esporte’, a palavra em negrito constitui um recurso de coesão
que relaciona o núcleo da expressão a ‘futebol’, referido anteriormente.
b) Nesse trecho, o pronome de 1ª pessoa do plural, ‘nós’, tem como referente os brasilei-
ros em geral.
c) Em “Seria um caso incurável de carência de colonizador”, o verbo ser, no futuro do
pretérito, indica que o autor preferiu não ser taxativo em sua apreciação.
d) O verbo ‘chamar’ encontra-se no modo subjuntivo, indicando que o autor não tem
certeza de que a ação possa realizar-se.
e) Na última oração do texto, ‘mesmo’ foi aí inserido para reforçar a avaliação do autor.
130. Uneb-BA Este exercício, refere-se também ao texto “A Janela e o Menino” (das ques-
tões de 110 a 113).
“Nesta triste masmorra,
de um semivivo corpo sepultura,
inda, Marília, adoro
a tua formosura.
Amor na minha idéia te retrata;
busca, extremoso, que eu assim resista
à dor imensa, que me cerca e mata.
Quando em meu mal pondero,
então mais vivamente te diviso:
vejo o teu rosto e escuto
a tua voz e riso.
Movo ligeiro para o vulto os passos:
eu beijo a tíbia luz em vez de face,
e aperto sobre o peito em vão os braços.”
GONZAGA, Tomás Antônio. Marília de Dirceu.
São Paulo: Círculo do Livro, s/d. p. 127.
Relacionando-se as situações vividas pelo menino do texto de Carlos Heitor Cony e pelo
eu-lírico do poema de Tomás Antônio Gonzaga, constata-se que:
a) ambos se sentem aprisionados e tristes;
b) os dois se mostram desiludidos em face da impossibilidade de amar;
c) um e outro sofrem pela incapacidade de romper as barreiras que os isolam do mundo;
d) a condição do menino é fruto de sua opção existencial, enquanto a do sujeito poético
é resultado de uma imposição circunstancial;
e) o menino vivencia uma experiência de opressão social; já o eu-lírico se sente subjuga-
do pela tirania do amor.
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Com base nos textos abaixo, responda às questões de números 131 a 134.
“Cartas de leitores
Já conhecemos nossos governantes e políticos, suas índoles, seus defeitos, suas capacidades
limitadas para soluções e amplas para confusões. Só não conhecíamos ainda nossos manifestan-
tes, se é que assim se pode dizer. Nada justifica a agressão física, seja qual for a manifestação, seja
quem for o agredido ou o agressor. Nada justificará, jamais, a agressão sofrida pelo governador
Mário Covas, por mais digna que fosse a manifestação. O que causa espanto é que se tratava de
uma manifestação de professores. É esse o papel de um educador?”
ÁVILA, Marcelo Maciel. O Globo.03/06/2000.
“O país está chocado com as agressões que os representantes do povo estão sofrendo. As
autoridades e a imprensa nacional têm-se manifestado severamente contra esses atos. Primeiro
foi uma paulada no governador de São Paulo, depois um ovo no ministro da saúde e, em 1º de
junho, outro ataque ao governador Mário Covas. O vice-presidente da república disse que o go-
vernador merece respeito. Concordo. Mas os demais cidadãos brasileiros não merecem? O minis-
tro da justiça cobrou punição judicial para os agressores, afirmando que a última manifestação
transpusera os limites do tolerável. E a situação de extrema violência que nós, cariocas, estamos
vivendo? Quando o ministro vai achar que foram transpostos os limites do tolerável?”
COSTA DA SILVA, Arthur. O Globo.03/06/2000.
131. UERJ As duas cartas acima são de leitores expressando suas opiniões sobre o episódio
de agressão ao governador de São Paulo em manifestação de professores em greve. O
veículo de publicação das cartas – o jornal – impõe um limite de espaço para os textos.
Em função desse limite de espaço, os dois textos apresentam como traço comum:
a) combate a pontos de vista de outros leitores;
b) construção de comprovações por meio de silogismos;
c) expressão de opinião sem fundamentos desenvolvidos;
d) escolha de assunto segundo o interesse do editor do jornal.
132. UERJ Em geral, esse tipo de carta no jornal busca convencer os leitores de um dado
ponto de vista.
Por causa dessa intenção, é possível verificar que ambas as cartas transcritas se caracte-
rizam por:
a) finalizar com perguntas retóricas para expressar sua argumentação;
b) iniciar com considerações gerais para contestar opiniões muito difundidas;
c) utilizar orações de estruturação negativa para defender a posição de outros;
d) empregar estruturas de repetição para reforçar idéias centrais da argumentação.
133. UERJ O fragmento que expõe a tese de cada uma das cartas, respectivamente, pode ser
identificado em:
a) “Já conhecemos nossos governantes” / “Quando o ministro vai achar que foram trans-
postos os limites do tolerável?”
b) “Só não conhecíamos ainda nossos manifestantes” / “a última manifestação transpu-
sera os limites do tolerável.”
c) “Nada justifica a agressão física” / “Mas os demais cidadãos brasileiros não merecem?”
d) “É esse o papel de um educador” / “Primeiro foi uma paulada no governador de São
Paulo.”
134. UERJ Pela leitura da carta de Arthur Costa da Silva, é possível afirmar que as perguntas
nela presentes têm o seguinte significado:
a) questionar as atitudes dos políticos brasileiros;
b) apontar falhas no discurso de autoridades brasileiras;
c) propor uma reflexão acerca da atitude dos agressores;
d) mostrar solidariedade ao comportamento dos manifestantes.
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Leia o texto a seguir e responda às questões de 135 a 138.
“Ano Novo, uma vida nova
Hoje estamos ingressando em 1998. Chegamos mais perto do fim do século XX e do início do
terceiro milênio. Estaremos chegando mais perto de nós mesmos?
Há uma abissal distância entre o que somos e o que queremos ser. Um apetite do Absoluto e a
consciência aguda de nossa finitude. Olhamos para trás: a infância que resta na memória com
sabor de paraíso perdido, a adolescência tecida em sonhos e utopias, os propósitos altruístas.
Agora, nas atuais circunstâncias, o salário exíguo num pais tão caro; os filhos, sem projeto, apega-
dos à casa; os apetrechos eletrônicos que perenizam a criança que ainda existe em nós.
Em volta, a violência da paisagem urbana e nossa dificuldade de conectar efeitose causas.
Dentro do coração o medo de quem vive numa cidade que lhe é hostil. Como se meninos de rua
fossem cogumelos espontâneos e não frutos do darwinismo econômico que segrega a maioria
pobre e favorece a minoria abastada. O mesmo executivo que teme o seqüestro e brada contra os
bandidos, abastece o crime ao consumir drogas.
Ano Novo, vida nova. A começar pelo réveillon. Há o jeito velho de empanturrar-se de carnes e
doces, encharcando-se de bebidas alcoólicas, como se a alegria saísse do forno e a felicidade
viesse engarrafada. Ou a opção de um momento de silêncio, um gesto litúrgico, uma oração, a
efusão de espíritos em abraços afetuosos.
No fundo da garganta, um travo. Vontade de remar contra a corrente e, enquanto tantos celebram
a pós-modernidade, pedir colo a Deus e resgatar boas coisas: uma oração em família, a leitura espiri-
tual, a solidão entre matas, o gesto solidário que ameniza a dor de um enfermo. Reencontrar, no ano
que se inicia, a própria humanidade. Despir-nos do lobo voraz que na arena competitiva do mercado
nos faz estranhos a nós mesmos. Por que acelerar tanto, se teremos de parar no próximo sinal verme-
lho? Por que não escrever ao patrocinador do programa de violência e de pornografia na TV, e comu-
nicar nossa disposição de cancelar o consumo de seus produtos? Por que não competir mais conosco
em busca de melhores índices de virtudes e de valores morais, em vez de competir com o próximo?
Ano novo de eleições. Olhemos a cidade. As obras que beneficiam certas empresas trazem
proveito à maioria da população? Melhoraram o transporte público, o serviço de saúde, a rede
educacional, os sacolões? Nosso bairro tem um bom sistema sanitário, as ruas são limpas, há áreas
de lazer? Participamos do debate sobre o uso de verbas públicas? O político em quem votamos
teve desempenho satisfatório? Prestou contas de seu mandato?
Em política, tolerância é cumplicidade com maracutaias. Voto é delegação e, na verdadeira
democracia, governa o povo através de seus representantes e de mobilizações diretas junto ao
poder público. Quanto mais cidadania, mais democracia.
Ano de nova qualidade de vida. De menos ansiedade e mais profundidade. Ano de comemorar
50 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. De celebrar dez anos, em janeiro, da
ressurreição de Henfil e, em dezembro, de Chico Mendes.
Aceitar a proposta de Jesus a Nicodemos: nascer de novo. Mergulhar em nós, abrir espaço à
presença do Inefável. Braços e corações abertos também ao semelhante. Recriar-nos e reapro-
priar-nos da realidade circundante, livre de pasteurização que nos massifica na mediocridade bo-
vina de quem rumina hábitos mesquinhos, como se a vida fosse uma janela da qual contempla-
mos, noite após noite, a realidade desfilar nos ilusórios devaneios de uma telenovela.
Feliz homem novo. Feliz mulher nova.”
Frei Beto. O Globo, 01 de janeiro de 1998. p. 7.
135. UFR-RJ Pode-se afirmar que o autor do texto “Ano Novo, uma vida nova” propõe à
sociedade uma renovação:
a) política e material;
b) social e econômica;
c) existencial e política;
d) pessoal e financeira;
e) política e econômica.
136. UFR-RJ O texto é uma dissertação argumentativa que parte da tese de que:
a) o homem busca o progresso espiritual, mas se esquece do material;
b) a sociedade tem buscado a espiritualidade no fim do segundo milênio;
c) a sociedade deveria procurar “nascer de novo” num plano espiritual;
d) o homem tem buscado a renovação política com base na democracia;
e) o homem busca a plenitude, mas está condicionado às limitações materiais.
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137. UFR-RJ Fica evidente a proposta de sermos sujeitos do nosso tempo em:
a) “Recriar-nos e reapropriar-nos da realidade circundante (...).”
b) “Há o jeito velho de empanturrar-se de carnes e doces (...).”
c) “Olhamos para trás: a infância que resta na memória (...).”
d) “Em política, tolerância é cumplicidade com maracutaias.”
e) “Chegamos mais perto do fim do século XX e do início do terceiro milênio.”
138. UFF-RJ “Talvez a narração me desse a ilusão, e as sombras viessem perpassar ligeiras,
como ao poeta, não o do trem, mas o do Fausto: Aí vindes outra vez, inquietas som-
bras?...”
Os dois pontos e o recurso gráfico do itálico no trecho acima permitem-nos a seguinte
interpretação da frase “Aí vindes outra vez, inquietas sombras?...”:
a) Indica a citação da obra “Fausto” escrita pelo poeta do trem.
b) Refere-se a um desabafo proferido pelo narrador, ao se libertar de memórias antigas.
c) Corresponde a uma explicação sobre o valor de uma narração literária.
d) Trata-se de um meio de o poeta do trem se libertar da lembrança de outro poeta.
e) Trata-se de uma citação de frase empregada anteriormente em obra literária.
139. Cefet-PR Leia o seguinte trecho, extraído de Machado de Assis, e depois responda:
“Há dessas lutas terríveis na alma de um homem. Não, ninguém sabe o que se passa no interior
de um sobrinho, tendo de chorar a morte de um tio e receber-lhe a herança. Oh, contraste maldi-
to! Aparentemente tudo se recomporia, desistindo o sobrinho do dinheiro herdado; ah! mas
então seria chorar duas coisas: o tio e o dinheiro.”
A “luta terrível” na alma do sobrinho, de que fala o autor, consiste em:
I. amaldiçoar a herança deixada pelo tio e recompor-se da perda o parente;
II. lamentar a morte do tio e alegrar-se com a herança deixada por ele;
III. desistir da herança e chorar a perda do tio.
Sendo assim:
a) apenas a afirmativa I está correta; d) estão corretas as afirmativas I e II;
b) apenas a afirmativa II está correta; e) estão corretas as afirmativas I e III.
c) apenas a afirmativa III está correta;
140. Univali-SC
“Volta às aulas
(...) Ensinar a pensar também não é tão fácil assim. Não é um curso de lógica nem uma questão
de formar uma visão crítica do mundo, achando que isso resolve a questão. Sair criticando o
mundo, contestando as teorias do passado forma uma geração de contestadores que nada cons-
trói, que nada sugere.
Minha recomendação ao jovem de hoje é para que se concentre em uma das competências
mais importantes para o mundo moderno: aprender a pensar e a tomar decisões.”
Stephen Kanitz, Veja, 16 de fevereiro de 2000.
Leia as afirmações a respeito do texto.
I. É impossível ensinar a pensar, nem um curso de lógica consegue formar jovens críticos.
II. Só formar uma visão crítica do mundo não resolve, não constrói, nada sugere.
III. Aprender a pensar e a tomar decisões é uma das competências mais importantes para
o mundo moderno.
Está de acordo com o texto a alternativa:
a) I e II são corretas; d) somente a III é correta;
b) somente a II é correta; e) II e III são corretas.
c) somente a I é correta;
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141. Univali-SC
“Parece-me que é chegado o momento de romper com tamanha complacência cultural, e,
assim, conscientizar a nação de que é preciso agir em prol da língua pátria, mas sem xenofobismo
ou intolerância de nenhuma espécie. É preciso agir com espírito de abertura e criatividade, para
enfrentar – com conhecimento, sensibilidade e altivez – a inevitável, e claro que desejável, interpe-
netração cultural que marca o nosso tempo globalizante. Esse é o único meio de participar de
valores culturais globais sem comprometer os locais. A propósito, Machado de Assis, nosso escri-
tor, deixou-nos, já em 1873, a seguinte lição: ‘Não há dúvida que as línguas se aumentam e se
alteram com o tempo e as necessidades dos usos e costumes’.
CASTRO, Álvaro. “Protegendo a língua nacional”.
Jornal de Santa Catarina, 29/12/1999.
Sobre o texto, está correta a alternativa:
a) Certos modos de dizer, locuções novas e novas palavras são características do estilo
de Machado de Assis, ao abordar o problema da globalização atual na línguapátria.
b) As línguas mudam com o passar do tempo e o número de vocábulos aumenta, em
decorrência do acréscimo de termos estrangeiros e das necessidades dos usos e costu-
mes.
c) Não é condenável praticar o xenofobismo ou a intolerância de qualquer espécie no
que se refere à língua pátria, só com a abertura a todo e qualquer termo estrangeiro
seremos capazes de acompanhar, com sucesso, a globalização.
d) A língua portuguesa, segundo Machado de Assis, não pode parar no século passado,
porque a América foi incapaz de produzir riquezas novas. É preciso inovar, a qualquer
preço.
e) É preciso acabar com a complacência que cerca a língua pátria, voltando a valorizá-la
e eliminando as contribuições estrangeiras.
142. Univali-SC
“Um investimento que vale a pena
Sabe aquele funcionário que está sempre de bom humor, incentivando os colegas e chamando
para si a responsabilidade de determinadas tarefas inclusive aquelas que ninguém se propõe a
fazer? Pois é, esse funcionário está em alta nas empresas que pretendem sobreviver no próximo
milênio. Por quê? Simplesmente porque investe no seu marketing pessoal.
‘Diferente do que muitas pessoas pensam, marketing pessoal não é tentar passar uma boa
imagem daquilo que você não é, mas passar bem uma imagem daquilo que você realmente é’,
afirma o gerente de marketing da Karsten e professor do Serviço Nacional de Aprendizagem
Comercial de Santa Catarina (SENAC), Nelson Marinho Teixeira.
Segundo ele, isso seria uma tarefa fácil se as pessoas não ficassem tentando imitar o modelo de
outras pessoas, e tentassem descobrir as suas virtudes. ‘Cada um deve investir naquilo que faz e
que os outros não fazem’, argumenta. ‘Se pensarmos bem, veremos que a vida é mais simples do
que nós a encaramos e, muitas vezes, gastamos muito tempo em busca de sermos o que não
podemos ser’. (...)”
AVENDANO, Jaime, Jornal de Santa Catarina, 19 e 20 de setembro de 1999.
A melhor interpretação para o texto é:
a) O funcionário deve fazer só o que os outros não querem.
b) Deve-se passar a imagem daquilo que se é ao invés de imitar outras pessoas.
c) Investir no marketing pessoal é muito penoso, necessita de mudança de humor, fun-
ção etc.
d) O marketing pessoal deve ser uma preocupação na hora de procurar emprego.
e) Pode-se ser tudo usando marketing pessoal.
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As questões de 143 a 145 baseiam-se no texto abaixo. Leia, atentamente, todo o texto
antes de resolvê-las:
“A importância do conto popular em nossa cultura é tão forte que precisamos ter muito claro o
que se deve entender por popular, quando se trata de estudar gêneros literários.
Geralmente se entende por popular um tipo de criação rústica, caracterizada pela simplicidade
e pobreza expressiva. Talvez você mesmo pense assim. Mas, veja bem, se assim fosse, como se
justificaria a influência que a tradição popular exerceu e continua exercendo sobre a literatura e as
outras manifestações artísticas e culturais, inclusive aquelas de caráter eminentemente técnico?
Se este legado existe, é porque a cultura popular é algo muito mais rico do que podemos imagi-
nar.
Popular é, portanto, uma manifestação cultural de caráter universal, nascida de modo espontâ-
neo e totalmente indiferente a tudo que seja imposto pela cultura oficial. Também não pode ser
entendido como sinônimo de regional, pois isto eliminaria a tendência universalizante das mani-
festações populares. Quer dizer, as criações populares não conhecem normas nem limites. Elas
estão acima de qualquer tipo de aprovação social.
O conto popular, embora tenha um caráter universal, seja uma criação coletiva e tenha vivido
muito tempo graças à transmissão oral, apresenta um modo narrativo que o singulariza diante de
outros tipos de narrativas. Com isso, é possível dizer que o conto popular é um gênero narrativo
que desenvolve traços que se repetem em histórias criadas nos mais variados locais e épocas. Suas
características composicionais não conhecem fronteiras de tempo nem de lugar.”
MACHADO, Irene. Literatura e redação. São Paulo, Scipione, 1994. p. 28.
143. UFMS Marque a(s) alternativa(s) que completa(m) corretamente a frase:
O conto popular é um gênero narrativo que:
01. sobrevive até hoje apenas por força da transmissão oral;
02. desenvolve traços próprios que o distinguem de outros tipos de narrativas;
04. possui um caráter eminentemente regional;
08. não pode ser considerado como um gênero literário devido a sua simplicidade e
pobreza expressiva.
16. apresenta características composicionais que variam no tempo e no espaço;
32. não se prende a um autor específico, já que se trata de uma criação coletiva.
Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas.
144. UFMS O termo popular, tal como aparece no texto, pode ser associado à(s) seguinte(s)
características(s):
01. indiferença às imposições da cultura oficial;
02. tendência à universalização;
04. criação rústica;
08. manifestação culturalmente rica;
16. obediência às normas socialmente aprovadas;
32. caráter espontâneo.
Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas.
145. UFMS Em relação ao texto lido, é correto afirmar:
01. Trata-se de um texto literário, pois discorre sobre o conto popular.
02. Em alguns momentos, a autora estabelece uma interlocução com o leitor.
04. O texto utiliza uma linguagem informal, próxima da variante popular.
08. A autora se preocupa não apenas em definir o conto popular enquanto gênero narra-
tivo, mas também em caracterizar o termo popular.
16. Quanto à estruturação formal, o texto segue o esquema básico introdução – desen-
volvimento – conclusão.
32. O texto pode ser classificado como opinativo, visto que a autora apresenta seus pró-
prios pontos de vista sobre o assunto.
Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas.
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Texto para a questão 146.
“A Nona Conferência Internacional Americana e os Direitos Humanos
Os Estados americanos, no livre exercício de suas próprias soberanias, mediante um processo
evolutivo que resultou na adoção de diferentes instrumentos internacionais, estruturaram um
sistema regional de promoção e proteção dos direitos humanos, no qual se reconhecem e defi-
nem com precisão a existência desses direitos; se estabelecem normas de conduta obrigatórias
destinadas a sua promoção e proteção, e se criam os órgãos destinados a velar pela fiel observân-
cia desses direitos.
Esse sistema interamericano de promoção e proteção dos direitos fundamentais do homem
teve seu início formal com a Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem, aprovada
pela Nona Conferência Internacional Americana (Bogotá, Colômbia, 1948), durante a qual tam-
bém foi criada a Organização dos Estados Americanos, cuja Carta proclama os “direitos funda-
mentais da pessoa humana” como um dos princípios em que se fundamenta a Organização.
Além disso, foram aprovadas algumas resoluções que se enquadram no campo dos direitos
humanos, tais como as convenções sobre concessão dos direitos civis e políticos à mulher, a reso-
lução sobre a ‘Condição Econômica da Mulher Trabalhadora’ e a ‘Carta Internacional Americana
de Garantias Sociais’, na qual os Governos da América estabelecem ‘os princípios fundamentais
que devem proteger os trabalhadores de toda classe’ e que ‘estabelece os direitos mínimos de que
devem eles gozar nos Estados americanos, sem prejuízo da possibilidade de que as leis de cada um
possam ampliar esses direitos ou reconhecer outros mais favoráveis’, pois reconhecem que ‘as
finalidades do Estado não se cumprem apenas com o reconhecimento dos direitos do cidadão
mas também’ com a preocupação pelo destino dos homens e das mulheres, considerados não
como cidadãos mas como pessoas’ e, conseqüentemente, deve-segarantir ‘simultaneamente tanto
o respeito às liberdades políticas e do espírito, como a realização dos postulados da justiça soci-
al’.”
146. I.E. Superior de Brasília-DF Julgue os itens a seguir, de acordo com a leitura, com-
preensão e interpretação textuais.
( ) A Organização dos Estados Americanos foi criada especificamente para proteger
os direitos fundamentais do homem.
( ) A concessão dos direitos civis à mulher enquadra-se no âmbito dos direitos humanos.
( ) As obrigações do Estado não se limitam ao campo da cidadania.
( ) O preconceito sexual ou religioso enquadra-se no campo das liberdades políticas.
( ) Infere-se do texto que os direitos da mulher estão dissociados dos direitos do homem.
INSTRUÇÃO: Leia atentamente o texto a seguir e julgue os itens das questões 147 e 148:
“Invasão de língua estrangeira tem várias razões. Uma é o prestígio. O inglês avançou nas nossas
fronteiras porque é falado pela maior potência do planeta, que vende como ninguém sua música,
seu cinema, sua televisão, sua literatura, sua tecnologia e o american way of life. Outra é a recepti-
vidade. Nós, já dizia Gláuber Rocha, temos complexo de vira-lata. O que vem de fora é melhor.
(...) Hoje aportuguesamos termos que nem sonhavam figurar no Aurélio. A informática serve de
exemplo. Deletar tomou a vez do velho apagar. Printar expulsou o imprimir. Startar cassou o
começar. É isso. Quem não aderiu se tornou out. Que corra atrás do prejuízo. Peça help. E vire in.“
SQUARISI, Dad. Revista Exame, 18 de nov. 1998, p. 170.
147. UFMT – Modificada
( ) Dizer que os brasileiros têm complexo de vira-lata significa dizer que eles sofrem
de xenofobia.
( ) Segundo Squarisi, é a ascendência cultural, e não econômica, que determina o pres-
tígio de uma língua sobre as outras.
148. UFMT
( ) O aportuguesamento do vocabulário da informática em deletar, printar e startar é
meramente semântico.
( ) As expressões “se tornou out” e “vire in” significam respectivamente “estar por
fora” e “ficar por dentro”.
( ) O léxico do português brasileiro tem sido ampliado pela entrada e acomodação de
estrangeirismos.
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149. UFPE
Texto I
“Capítulo CVII (em que se declara que bicho é o que se chama preguiça):
Nestes matos se cria um animal mui estranho, a que os índios chamam “aí”, e os portugueses
preguiça, nome certo mui acomodado a este animal, pois não há fome, calma, frio, água, fogo,
nem outro perigo que veja diante, que o faça mover uma hora mais que outra; (...) e são estes
animais tão vagarosos que posto um ao pé de uma árvore, não chega ao meio dela desde pela
manhã até as vésperas.”
SOUSA, Gabriel S. de. Tratado Descritivo do Brasil, 1587.
Texto II
“Festa da Raça
Hu certo animal se acha também nestas partes
A que chamam Preguiça
Tem hua guedelha grande no toutiço
E se move com passos tam vagorosos
Que ainda que ande quinze dias aturado
Não vencerá a distância de hu tiro de pedra”
ANDRADE, Oswald de. Poesias Reunidas.
Sobre os textos I e II, qual alternativa é incorreta?
a) O texto de Gabriel de Sousa utiliza o recurso da comparação para dar conta da realida-
de com que se defronta na terra ultramarina e transmiti-la aos europeus.
b) O poema de Oswald de Andrade ilustra um procedimento comum aos nossos moder-
nistas de primeira hora; o de tomar a literatura quinhentista como fonte de inspiração
temática e formal.
c) É inegável o tom jocoso e irônico de Oswald de Andrade ao fazer, com o título de seu
poema, uma alusão à suposta preguiça do brasileiro.
d) No texto I, o objetivo é ressaltar as peculiaridades da terra tropical, paradisíaca, re-
cém-descoberta; já no texto II, o poeta busca resgatar a língua original do Brasil-
colônia.
e) A linguagem dos dois textos apresenta pontos em comum, não só no léxico como
também na sintaxe. Mas a intenção era diversa: o primeiro queria encantar, seduzir, e
o segundo, parodiar.
150. Uneb-BA
Texto I
“A um vigário de certa
freguesia, conhecido por ser muito ambicioso
Reverendo vigário,
que é título de zotes ordinário,
como sendo tão bobo,
e tendo tão larguíssimas orelhas,
fogem vossas ovelhas
de vós, como se fosseis voraz lobo?
Quisestes tosquear o vosso gado,
e saístes do intento tosqueado;
não vos cai em capelo
o que o provérbio tantas vezes canta,
que quem ousadamente se adianta
em vez de tosquear fica em pêlo?
Intentastes sangrar toda a comarca,
mas ela vos sangrou na veia d’arca,
pois ficando faminto, e sem sustento,
heis de buscar a dente qual jumento
erva para o jantar, e para a ceia (...).
Sois tão grande velhaco,
que a pura excomunhão meteis no saco:
já diz a freguesia
que tendes de Saturno a natureza,
pois os filhos tratais com tal crueza
que os comeis, e roubais, qual uma harpia.
Valha-vos; mas quem digo que vos valha?
Valha-vos ser um zote, e um canalha:
mixelo hoje de chispo,
ontem um passa-aqui do Arcebispo! (...)”
MATOS, Gregório de. In: Senhora Dona Bahia – Poesia Satírica de Gregório de Matos.
Org. MENDES, Gleise F. Salvador: EDUFBA, 1996. p. 171-2.
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Texto II
“Jesuítas e Frades
Que o mundo antigo s’erga e lance a maldição
Sobre vós... remembrando a negra Inquisição,
A hidra escura e vil da vil Teocracia,
O Santo Ofício, as provas, o azeite, a gemonia...
Lisboa, Tours, Sevilha e Nantes na tortura,
Na fogueira Grandier, João Huss na sepultura,
Colombo a soluçar, a gemer Galileu...
De mil autos-da-fé o fumo enchendo o céu...
Que a maldição vos lance a pena do Gaulês
Tendo por tinta a borra das caldeiras de pez...
Que o Germano a sangrar maldiz em feros hinos.
É justo!... (...)
Oh! não! Mil vezes não! O poeta Americano
Vos deve sepultar no verso soberano
– Pano negro que tem por lágrimas de prata
As lágrimas que a Musa inspirada desata!!!
Se aqui houve cativos – eles os libertaram.
Se aqui houve selvagens – eles os educaram.
Se aqui houve fogueiras – eles nelas sofreram.
Se lá carrascos foram – cá mártires morreram.
Em vez de Inquisidor – tivemos a vedeta.
Loiola – aqui foi Nóbrega, Arbues – foi Anchieta!”
ALVES, Castro. In: Poesias completas de Castro Alves. 17. ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 1995. p. 145-6. (Coleção Prestígio).
Texto III
“ENCOURADO, de costas, grande grito, com o braço ocultando os olhos.
Quem é? É Manuel?
MANUEL
Sim, é Manuel, o Leão de Judá, o Filho de Davi. Levantem-se todos, pois vão ser julgados.
JOÃO GRILO
Apesar de ser um sertanejo pobre e amarelo, sinto perfeitamente que estou diante de uma
grande figura. Não quero faltar com o respeito a uma pessoa tão importante, mas se não me
engano aquele sujeito acaba de chamar o senhor de Manuel.
MANUEL
Foi isso mesmo, João. Esse é um de meus nomes, mas você pode me chamar também de Jesus,
de Senhor, de Deus... Ele gosta de me chamar Manuel ou Emanuel, porque pensa que assim pode
se persuadir de que sou somente homem. Mas você, se quiser, pode me chamar de Jesus.
JOÃO GRILO
Aquele Jesus a quem chamavam Cristo?
JESUS
A quem chamavam, não, que era Cristo. Sou, por quê?
JOÃO GRILO
Porque... não é lhe faltando com o respeito não, mas eu pensava que o senhor era muito menos
queimado.
BISPO
Cale-se, atrevido.
MANUEL
Cale-se você. Com que autoridade está repreendendo os outros? Você foi um bispo indigno de
minha Igreja, mundano, autoritário, soberbo. Seu tempo já passou. Muita oportunidade teve de
exercer sua autoridade, santificando-se através dela. Sua obrigação era ser humilde, porque quan-
to mais alta é a função, mais generosidade e virtude requer. Que direito tem você de repreender
João porque falou comigo com certa intimidade? João foi um pobre em vida e provou sua since-
ridade exibindo seu pensamento. Você estava mais espantado do que ele e escondeu essa admi-ração por prudência mundana. O tempo da mentira já passou.”
SUASSUNA, Ariano. Auto da Compadecida. 9 ed. Rio de Janeiro: Agir, 1972. p. 146-8.
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Os três textos, embora de épocas diferentes, interrelacionam-se, uma vez que focalizam
a ação do clero na realidade do Brasil.
Sobre eles, identifique as afirmativas verdadeiras.
I. No Texto I, o pastor religioso é apresentado como um exemplo de comportamento
mundano, distanciando-se, assim, de suas reais funções.
II. No Texto II, a ação dos religiosos no continente americano é amaldiçoada devido ao
seu caráter opressor.
III. O Texto II evidencia um contraste entre as ações dos religiosos na Europa e na América.
IV. No Texto III, a ação do representante terreno do clero é voltada para a defesa de
valores essencialmente cristãos.
V. Tanto no Texto I quanto no II, evidencia-se uma crítica à hipocrisia religiosa.
VI. Os Textos I e III apresentam um ponto em comum: um enfoque crítico do comporta-
mento dos representantes do clero.
A alternativa em que todas as afirmativas indicadas são verdadeiras é:
a) I e V; d) II, IV e V;
b) II e III; e) II, III, IV e VI.
c) I, III e VI;
Texto para as questões 151, 152 e 153.
“O meu fim evidente era atar as duas pontas da vida, e restaurar na velhice a adolescência. Pois,
senhor, não consegui recompor o que foi nem o que fui. Em tudo, se o rosto é igual, a fisionomia
é diferente. Se só me faltassem os outros, vá; um homem consola-se mais ou menos das pessoas
que perde; mas falto eu mesmo, e esta lacuna é tudo. O que aqui está é, mal comparando,
semelhante à pintura que se põe na barba e nos cabelos, e que apenas conserva o hábito externo,
como se diz nas autópsias; o interno não agüenta tinta. Uma certidão que me desse vinte anos de
idade poderia enganar os estranhos, como todos os documentos falsos, mas não a mim. Os
amigos que me restam são de data recente; todos os antigos foram estudar a geologia dos cam-
pos santos. Quanto às amigas, algumas datam de quinze anos, outras de menos, e quase todas
crêem na mocidade. Duas ou três fariam crer nela aos outros, mas a língua que falam obriga muita
vez a consultar os dicionários, e tal freqüência é cansativa.
Entretanto, vida diferente não quer dizer vida pior, é outra coisa. A certos respeitos, aquela vida
antiga aparece-me despida de muitos encantos que lhe achei; mas é também exato que perdeu
muito espinho que a fez molesta, e, de memória, conservo alguma recordação doce e feiticeira.
Em verdade, pouco apareço e menos falo. Distrações raras. O mais do tempo é gasto em hortar,
jardinar e ler; como bem e não durmo mal.
Ora, como tudo cansa, esta monotonia acabou por exaurir-me também. Quis variar, e lembrou-me
escrever um livro. Jurisprudência, filosofia e política acudiram-me, mas não me acudiram as forças
necessárias. Depois, pensei em fazer uma História dos subúrbios menos seca que as memórias do
padre Luís Gonçalves dos Santos relativas à cidade; era obra modesta, mas exigia documentos e datas
como preliminares, tudo árido e longo. Foi então que os bustos pintados nas paredes entraram a falar-
me e a dizer-me que, uma vez que eles não alcançavam reconstituir-me os tempos idos, pegasse da
pena e contasse alguns. Talvez a narração me desse a ilusão, e as sombras viessem perpassar ligeiras,
como ao poeta, não o do trem, mas o do Fausto: Aí vindes outra vez, inquietas sombras ?...”
ASSIS, Machado de. Dom Casmurro. Capítulo II, Rio de Janeiro: José Aguilar 1971, v. 1, p. 810-11.
151. UFF-RJ “A certos respeitos, aquela vida antiga aparece-me despida de muitos encantos
que lhe achei; mas é também exato que perdeu muito espinho que a fez molesta, e, de
memória, conservo alguma recordação doce e feiticeira.”
Em relação à posição do narrador, expressa no fragmento acima, conclui-se que:
a) A narrativa é feita a partir das mesmas idéias sobre si que o narrador possuía no mo-
mento mesmo em que os episódios da vida antiga ocorreram.
b) O narrador aspira a uma reconstrução textual do passado, ignorando o ponto de vista
do momento em que o texto é escrito.
c) O julgamento sobre a vida antiga não é o mesmo que o narrador tinha, no tempo em
que os eventos narrados ocorreram.
d) O narrador, em determinado momento de sua vida, pretende reconstituir os eventos
ocorridos em seu passado, tal como ocorreram então.
e) A análise dos encantos da vida antiga parte dos mesmos pressupostos que o narrador
tinha, na época em que antigamente vivia.
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152. UFF-RJ Uma das características da prosa de Machado de Assis é a presença de referên-
cias ao leitor de seus textos.
Identifique o fragmento em que o narrador emprega uma forma lingüística que expressa
o leitor a quem se dirige:
a) “Pois, senhor, não consegui recompor o que foi nem o que fui.”
b) “Em tudo, se o rosto é igual, a fisionomia é diferente.”
c) “Uma certidão que me desse vinte anos de idade poderia enganar os estranhos, como
todos os documentos falsos, mas não a mim.”
d) “Duas ou três fariam crer nela aos outros, mas a língua que falam obriga muita vez a
consultar os dicionários, e tal freqüência é cansativa.”
e) “Quanto às amigas, algumas datam de quinze anos, outras de menos, e quase todas
crêem na mocidade.”
153. UFF-RJ O narrador do texto pouco aparece e menos fala, não tem amigos de longa data,
e tenta, com certo humor, “atar as duas pontas da vida”, em sua narrativa.
Assinale a Opção em que, através de outra linguagem – o cartum –, percebe-se um certo
humor semelhante ao que constitui o texto de Machado de Assis, sobretudo no seguinte
trecho:
“Se só me faltassem os outros, vá; um homem consola-se mais ou menos das pessoas que
perde; mas falto eu mesmo, e esta lacuna é tudo. O que aqui está é, mal comparando, semelhante
à pintura que se põe na barba e nos cabelos, e que apenas conserva o hábito externo, como se diz
nas autópsias; o interno não agüenta tinta.”
a)
b)
c)
d)
e)
Caulos. Só dói quando eu respiro. Porto Alegre: L&PM, sd.
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Texto para as questões 154 e 155.
“Trechos da carta de Pero Vaz de Caminha
Muitos deles ou quase a maior parte dos que andavam ali traziam aqueles bicos de osso nos
beiços. E alguns, que andavam sem eles, tinham os beiços furados e nos buracos uns espelhos de
pau, que pareciam espelhos de borracha; outros traziam três daqueles bicos, a saber, um no meio
e os dois nos cabos. Aí andavam outros, quartejados de cores, a saber, metade deles da sua
própria cor e metade de tintura preta, a modos de azulada; e outros quartejados de escaques. Ali
andavam entre eles três ou quatro moças, bem moças e bem gentis, com cabelos muito pretos,
compridos pelas espáduas, e suas vergonhas tão altas, tão cerradinhas e tão limpas das cabeleiras
que, de as muito bem olharmos, não tínhamos nenhuma vergonha.
Esta terra, Senhor me parece que da ponta que mais contra o sul vimos até a outra ponta que
contra o norte vem, de que nós deste porto houvemos vista, será tamanha que haverá nela bem
vinte ou vinte e cinco léguas por costa. Tem, ao longo do mar, nalgumas partes, grandes barreiras,
delas vermelhas, delas brancas; e a terra por cima toda chã e muito cheia de grandes arvoredos.
De ponta a ponta, é toda praia parma, muito chã e muito formosa.
Pelo sertão nos pareceu, vista do mar muito grande, porque, a estender olhos, não podíamos
ver senão terra com arvoredos, que nos parecia muito longa. Nela, até agora, não pudemos saber
que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem lho vimos Porém a terra em
si é de muito bons ares, assim frios e temperados, como os de Entre Douro e Minho, porque neste
tempode agora os achávamos como os de lá.
Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á
nela tudo, por bem das águas que tem.”
Carta de Pero Vaz de Caminha in: ROBERTO, Paulo Pereira (org.)
Os três únicos testemunhos do descobrimento do Brasil.
Rio de Janeiro: Lacerda, 1999, p 39-40.
Vocabulário:
1. “espelhos de pau, que pareciam espelhos de borracha”:
associação de imagem com a tampa de um vasilhame de couro, para transportar água ou vinho,
que recebia o nome de “espelho” por ser feita de madeira polida.
2. “tintura preta, a modos de azulada”: é uma tintura feita com o sumo do fruto jenipapo.
3. “escaques”: quadrados de cores alternadas como os do tabuleiro de xadrez.
4. “parma”: lisa como a palma da mão.
5. “chã”: terreno plano, planície.
154. UFF-RJ Assinale o fragmento que representa uma retomada modernista da Carta de
Pero Vaz de Caminha.
a) “O Novo Mundo nos músculos / Sente a seiva do porvir”. (Castro Alves).
b) “Minha terra tem palmeiras, / Onde canta o sabiá” (Gonçalves Dias).
c) “A terra é mui graciosa / Tão fértil eu nunca vi.” (Murilo Mendes).
d) “Irás a divertir-te na floresta, / sustentada, Marília, no meu braço” (Tomás Antônio
Gonzaga)
e) “Todos cantam sua terra / Também vou cantar a minha” (Casimiro de Abreu).
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155. UFF-RJ
“Pero Vaz Caminha
a descoberta
Seguimos nosso caminho por este mar de longo
Até a oitava da Páscoa
Topamos aves
5 E houvemos vista de terra
os selvagens
Mostraram-lhes uma galinha
Quase haviam medo dela
E não queriam pôr a mão
10 E depois a tomaram como espantados
primeiro chá
Depois de dançarem
Diogo Dias
Fez o salto real
15 as meninas da gare
Eram três ou quatro moças bem moças e bem gentis
Com cabelos mui pretos pelas espáduas
E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas
Que de nós as muito olharmos
20 Não tínhamos nenhuma vergonha”
ANDRADE, Oswald de. Poesias reunidas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978, p. 80.
O procedimento poético empregado por Oswald de Andrade em seu texto é:
a) reconhecer e adotar a métrica parnasiana, criando estrofes simétricas e com títulos;
b) recortar e recriar em versos trechos da carta de Caminha, dando-lhes novos títulos;
c) imitar e refazer em prosa a Carta de Caminha criando títulos para as várias seções;
d) reconhecer e retomar a prática romântica, dando títulos nacionalistas às estrofes;
e) identificar e recusar os processos de colagem modernistas, dando-lhes títulos novos.
156. U.F. Pelotas-RS Na imprensa brasileira, por ocasião das eleições de 1994, a UNICEF e a
Fundação Odebrecht, sob o título “Você acha normal que uma criança carente fracasse na esco-
la? Nós não.”, advertem os eleitores a respeito do cuidado com a escolha dos seus candidatos.
“Os altos índices de repetência escolar só não são mais perversos que o conformismo de nossa
sociedade com esse absurdo que está presente, de modo significativo, entre as classes sociais mais
ricas e, de modo esmagador, entre as classes mais pobres.
A verdade é que o fracasso na escola passou a ser encarado de forma tão natural que agora já
faz parte da nossa cultura, de forma tão natural quanto a chuva, o sol, o calor e o frio. (...)
O pior é que a responsabilidade da cultura da repetência é atribuída, via-de-regra, quase sempre às
duas grandes vítimas desse monstrengo caótico que virou o ensino brasileiro: a criança e o professor. (...)
A vontade política e a criatividade do povo comprovam, em algumas experiências, que é possí-
vel o Brasil mudar esse quadro.
Estamos às vésperas de uma eleição e o nosso voto pode contribuir decisivamente para que a
escola volte a ser a grande solução do Brasil e deixe de ser apenas mais um problema.”
Marque a alternativa que não está de acordo com o texto.
a) Para o autor do texto, o problema da repetência será resolvido com vontade política e
criatividade por parte do povo brasileiro.
b) A seqüência “o fracasso na escola passou a ser encarado de forma tão natural que
agora já faz parte de nossa cultura” pode ser substituída, sem prejuízo do sentido
global, por “como o fracasso na escola passou a ser encarado de forma muito natural,
agora já faz parte de nossa cultura”.
c) A expressão “duas grandes vítimas desse monstrengo caótico” remete a termos poste-
riores a ela.
d) As expressões “volte a ser” e “deixe de ser” levam, respectivamente, à dedução de que
a escola já foi a grande solução do Brasil e de que há necessidade de que não seja mais
um problema.
e) O conformismo de nossa sociedade é menos perverso que os altos índices de repetên-
cia escolar.
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157. U.E. Maringá-PR Leia o texto a seguir:
“Gênio da selva
Apetite favorece a inteligência
Quando se fala em bicho inteligente, a primeira palavra que vem à cabeça é o chimpanzé. Não
é para menos. Parente mais próximo do homem, esse macaco africano consegue aprender por
observação, usar ferramentas e se reconhecer no espelho.
Os macacos-pregos pertencem a um grupo menos evoluído de primatas, o dos macacos do
Novo Mundo. Apesar da distância, são muito mais parecidos com seus primos de terceiro grau da
África do que com seus conterrâneos, como o macaco-aranha e o muriqui. “Eles podem andar
sobre duas patas e também são perfeitamente capazes de aprender por observação”, ressalta o
etólogo Eduardo Ottoni, da Universidade de São Paulo.
As razões desse desenvolvimento cognitivo só começaram a ser compreendidas muito recente-
mente. Duas delas são fisiológicas. A primeira é o tamanho do cérebro, proporcionalmente maior
nesses micos do que nos outros macacos americanos. A outra é o chamado polegar pseudo-
opositor, que dá uma destreza enorme ao animal. Ele consegue pescar, abrir latas e frutas e
escavar a terra movido pelo ímpeto de encontrar comida.
O apetite insaciável, aliás, é marca registrada dos espertos macacos-prego. Onívoros de carteiri-
nha, eles são capazes de procurar comida nos lugares mais improváveis. Para comer coquinhos,
seu prato preferido, usam uma ferramenta: ajeitam o fruto cuidadosamente numa pedra e jogam
uma outra em cima, com força. Se não houver frutas nem insetos à mão, eles mudam a dieta e
podem atacar plantações ou mesmo assaltar casas.
Foi isso o que aconteceu em Fernandópolis, interior de São Paulo, em fevereiro de 1999. A
população da cidade entrou em pânico com uma misteriosa quadrilha que aproveitava a ausência
dos moradores para roubar comida. O caso foi resolvido em março, quando a Polícia Florestal
prendeu, em flagrante, um bando bem organizado de 55 micos assaltantes. Os coitados haviam
sido soltos numa mata na vizinhança da cidade, depois que o zoológico municipal fechou, e
estavam com fome. Tiveram de apelar para o crime.
A sociedade dos micos também é mais democrática que a média. Os outros primatas normal-
mente se organizam em torno de um macho dominante que controla o abastecimento do grupo.
Entre os macacos-prego o poder é diluído. “Não existe um único líder no bando. As chefias são
formadas por até três animais”, diz Eduardo Ottoni. Os mandachuvas dividem a própria comida
com os seus subordinados. “São os únicos, além do homem e do chimpanzé, capazes de partilhar
alimento”, observa Ottoni.
Sem precisar disputar o coquinho de cada dia a mordidas, sobra tempo para atividades sociais e
para cultivar amizades. Com relações tão complexas, o macaco-prego só podia mesmo ser um
sujeito muito esperto.”
Superinteressante, julho/00, p.72.
De acordo com o texto:
01. existem duas razões fisiológicas para o desenvolvimento cognitivo do macaco-pre-
go;
02. o macaco-prego é o parente mais próximo do homem e pertence a um grupo menos
evoluído de primatas;
04. o macaco-aranha e o muriquisão macacos africanos;
08. o macaco-aranha e o muriqui são espécies de macacos da América, da mesma forma
que o macaco-prego;
16. diferente dos outros primatas, na sociedade dos macacos-prego não existe a noção
de poder e liderança.
Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas.
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158. Univali-SC
“Maria Maria
Maria, Maria Maria, Maria
É um dom, uma certa magia, É o som, é a cor, é o suor.
Uma força que nos alerta. É a dose mais forte e lenta
Uma mulher que merece viver e amar De uma gente que ri, quando deve chorar,
Como outra qualquer do planeta. E não vive, apenas agüenta.”
Milton Nascimento e Fernando Brandt.
A opção que melhor sintetiza o trecho da canção é:
a) Todas as mulheres merecem ser amadas.
b) A mulher, Maria, apenas suporta a dor de viver.
c) Maria, a mulher da canção, é uma combinação de força e resistência, como são todas
as mulheres do planeta.
d) Maria, no texto, simboliza os seres humanos que lutam, sofrem e resistem à dor de viver.
e) A mulher brasileira, representada pela Maria da canção, transforma a dor em alegria,
a lágrima em riso, e segue sua vida.
Texto para as questões 159 e 160.
“A LÍNGUA NA LITERATURA BRASILEIRA
(Machado de Assis)
Entre os muitos méritos dos nossos livros nem sempre figura o da pureza da linguagem. Não é raro
ver intercalados em bom estilo os solecismos da linguagem comum, defeito grave a que se junta o da
excessiva influência da língua francesa. Este ponto é objeto de divergência entre os nossos escritores.
Divergência digo, porque, se alguns caem naqueles defeitos por ignorância ou preguiça, outros
há que os adotam por princípio, ou antes por uma exageração de princípio.
Não há dúvida que as línguas se aumentam e alteram com o tempo e as necessidades dos usos
e costumes. Querer que a nossa pare no século de quinhentos é um erro igual ao de afirmar que
a sua transplantação para a América não lhe inseriu riquezas novas. A este respeito a influência do
povo é decisiva. Há portanto certos modos de dizer, locuções novas, que de força entram no
domínio do estilo e ganham direito de cidade.
Mas se isto é um fato incontestável, e se é verdadeiro o princípio que dele se deduz, não me
parece aceitável a opinião que admite todas as alterações da linguagem, ainda aquelas que des-
troem as leis da sintaxe e a essencial pureza do idioma. A influência popular tem um limite; e o
escritor não está obrigado a receber e dar curso a tudo o que o abuso, o capricho e a moda
inventam e fazem correr. Pelo contrário, ele exerce também uma grande parte da influência a este
respeito, depurando a linguagem do povo e aperfeiçoando-lhe a razão.
Feitas as exceções devidas, não se lêem muito os clássicos no Brasil.
Entre as exceções poderia eu citar até alguns escritores, cuja opinião é diversa da minha neste ponto,
mas que sabem perfeitamente os clássicos. Em geral, porém, não se lêem, o que é um mal. Escrever como
Azurara ou Fernão Mendes seria hoje um anacronismo insuportável. Cada tempo tem o seu estilo. Mas
estudar-lhes as formas mais apuradas da linguagem, desentranhar delas mil riquezas que, à força de
velhas, se fazem novas, – não me parece que se deva desprezar. Nem tudo tinham os antigos, nem tudo
temos os modernos; com os haveres de uns e outros é que se enriquece o pecúlio comum.”
159. AEU-DF
Julgue os itens abaixo, em relação à compreensão e à interpretação do texto.
( ) Machado de Assis, em seu texto, propõe a mediação, por intermédio dos escritores,
entre a tradição e a modernidade.
( ) Conquanto reconheça a necessidade de atualização da língua, o autor se opõe à
tácita aceitação de modismos, principalmente por parte dos escritores.
( ) Machado, apesar de defender a preservação da essência lingüística do Português,
não imputa aos literatos tal responsabilidade.
( ) Ele é de opinião que se pode muito bem prescindir do conhecimento dos clássicos
para se saber corretamente a língua culta.
( ) É notória a sua preferência pelo aristocrático e o tradicional e o seu desprezo pelo
popular e o moderno.
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160. AEU-DF
Julgue os itens que seguem, em relação à teoria e aos estilos de época na Literatura
Brasileira.
( ) De roupagem metalingüística, o texto lido pode ser classificado como crônica.
( ) Nele, Machado de Assis faz um ensaio crítico em que, após apresentação de uma
tese, expõe os elementos que a compõem.
( ) Evitando o estilo fácil e superficial, o autor leva constantemente o leitor à reflexão,
com sua dialética irresistível.
( ) Toda a fundamentação lingüística de Machado é profundamente influenciada pelas
premissas saussurianas, que então vigoravam no Brasil do século XIX.
161. UnB-DF
“Um grupo de alunos de uma escola de propaganda e marketing recebeu a tarefa de criar
textos publicitários a partir de fragmentos de textos da literatura brasileira. Para isso, o grupo
escolheu fragmentos que apresentam temáticas e enfoques diferenciados da realidade sociocul-
tural, econômica ou política nacional, identificados abaixo.”
Fragmento I
Procuremos, porém, neste intricado caldeamento a miragem fugitiva de uma sub-raça, efêmera
talvez. Inaptos para discriminar as nossas raças nascentes, acolhamo-nos ao nosso assunto. Defi-
namos rapidamente os antecedentes históricos do jagunço.
Ante o que vimos a formação brasileira do norte é mui diversa da do sul. As circunstâncias
históricas, em grande parte oriundas das circunstâncias físicas, originaram diferenças iniciais no
enlace das raças, prolongando-as até ao nosso tempo.
A marcha do povoamento, do Maranhão à Bahia, revela-as.
CUNHA, Euclides da. Os sertões. In: Obra completa. vol. II. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1995. p. 162.
Fragmento II
“Quadrante que assim viemos, por esses lugares, que o nome não se soubesse. Até, até. A
estrada de todos os cotovelos. Sertão, - se diz - o senhor querendo se procurar, nunca não encon-
tra. De repente, por si, quando a gente não espera, o sertão vem. Mas, aonde lá, era o sertão
churro, o próprio, o mesmo. Ia fazendo receios, perfazendo indagação. Descemos por umas gro-
tas, no meio de serras de parte-vento e suas mães árvores.”
ROSA, Guimarães. Grande sertão: veredas. Apud SANTOS, Volnir e Adão E. Carvalho. Literatura brasileira. 3ª ed. porto Alegre:
Sulina. 1997. p. 158.
Fragmento III
“E se eu lhe disser que vossa História está toda escrita, em magnífico resumo, na face e nas
vidas das gentes que hoje se acham no réveillon do Comercial? E se eu vos assegurar que neste
clube se agita uma espécie de microcosmo do Rio Grande? (...) Ali estão dois representantes do clã
pastoril, os senhores de terras e gados, muitos deles descendentes dos primeiros sesmeiros...”
VERÍSSIMO, Érico. O tempo e o vento. Apud Sergius Gonzaga.
Manual de literatura brasileira, 5ª. ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1989. p. 227.
Fragmento IV
“Agora estamos fartos de aventuras exóticas e mesmo de adjetivos clássicos e é possível dizer que este
foi o último aventureiro exótico da planície. Um aventureiro que assistiu às notas de mil réis acenderem os
charutos e confirmou de cabeça que a lenda requentou. Depois dele: o turismo multinacional.”
SOUZA, Márcio. Galvez, o imperador do Acre. 12ª ed. Rio de Janeiro: Marco Zero. 1984. p. 13.
Fragmento V
“E mais! Um país de povo alegre, festeiro, que dribla todas as dificuldades com o célebre jeiti-
nho, um país feliz! E mais! Um povo que nunca enfrentou guerras, nem pestes, nem vulcões, nem
terremotos, nem furacões, nem lutas fratricidas. E mais! Um povo que convive em amenidade e
cortesia, um povo prestativo, de coração bondoso, em que todas as cores e raças se misturam
livremente, pois desconhece o preconceito racial, visto que aqui o preconceitoé econômico.”
RIBEIRO, João Ubaldo. Viva o povo brasileiro. Rio de Janeiro: Record. 1984. p. 626.
Em cada um dos itens seguintes, julgue se o(s) fragmento(s) acima poderia(m) subsidiar
a elaboração de um texto publicitário com a temática apresentada abaixo.
( ) fragmento II ( ) fragmento V ( ) fragmento I e III ( ) fragmento II e IV
– integração nacional, pela abertura de rodovias.
– divulgação de qualidades do país com vistas à atração de turistas para a festa de
comemoração dos 500 anos do descobrimento do Brasil.
– valorização das idiossincrasias regionais.
– lançamento de uma fábrica brasileira de cigarros.
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Leia o texto abaixo para responder a questão 41.
“No Brasil, mas de passagem
O processo de abertura econômica do país produziu mudanças na vida dos brasileiros, mas mexeu
também com a rotina de milhares de estrangeiros. Desde 1990, grupos cada vez maiores de executivos
oriundos de outros países mudaram-se com a família para o Brasil para trabalhar. O processo se intensifi-
cou com as privatizações ocorridas no setor de telecomunicações, com a venda de bancos para grupos
estrangeiros e com a chegada da nova safra de montadoras de automóveis. Hoje, existem colônias de
franceses no Paraná, graças à Renault. Em São Paulo, muitos espanhóis na esteira da Telefônica. A Bahia
recebeu uma recente onda de americanos por causa da transferência da Ford, “roubada” do Rio Grande
do Sul. Das 500 maiores companhias transnacionais, mais de 400 estão instaladas no país. Como o
Brasil ganhou espaço no mundo dos negócios, nada mais natural que essas empresas transfiram para
o país alguns executivos da matriz. Para as companhias, essa transferência representa um reforço na
filial. Para os executivos e a família, a mudança é um sacolejo completo na vida.”
BUCHALLA, Anna Paula, Veja, 26/04/2000.
162. UEMS De acordo com o texto é correto afirmar que:
a) Os estrangeiros têm vindo, por iniciativa própria, em massa, procurar emprego em
nosso país.
b) A Renault construiu uma colônia de franceses no Paraná.
c) As multinacionais empregam executivos estrangeiros, já que aqui não há executivos
preparados.
d) As multinacionais transferem executivos da matriz para o Brasil objetivando reforçar
sua filial.
e) Todas as 400 empresas transnacionais instaladas no Brasil trouxeram seus executivos
da matriz.
Texto para a questão 163.
“NOVOS & VELHOS
(Mário Quintana)
Não, não existe geração espontânea. Os (ainda) chamados modernistas, com a sua livre poética,
jamais teriam feito aquilo tudo se não se houvessem grandemente impressionado, na incauta
adolescência, com os espetáculos de circo dos parnasianos.
Acontece que, por sua vez, fizeram eles questão de trabalhar mais perigosamente, sem rede de
segurança - coisa que os acrobatas antecessores não podiam dispensar.
Quanto a estes, os seus severos jogos atléticos eram uma sadia reação contra a languidez dos
românticos. E assim, sem querer, fomos uns aprendendo dos outros e acabando realmente por herdar
suas qualidades ou repudiar seus defeitos, o que não deixa de ser uma maneira indireta de herdar.
Por essas e outras é que é mesmo um equívoco esta querela, ressuscitada a cada geração, entre
novos e velhos.
Quanto a mim, jamais fiz distinção entre uns e outros. Há uns que são legítimos e outros que
são falsificados. Tanto de um como de outro grupo etário.
Porque na verdade a sandice não constituiu privilégio de ninguém, estando equitativamente
distribuída entre novos e velhos, em prol do equilíbrio universal.
E, além de tudo, os novos significam muito mais do que simples herdeiros: embora sem saber,
embora sem querer, são por natureza os nossos filhos naturais.”
163. AEU-DF-Modificada
Julgue os itens abaixo, em relação à compreensão e à interpretação do texto.
( ) Para Mário Quintana, apesar de equivocada, é latente a contenda entre novos e
velhos poetas.
( ) Ao apontar os novos como herdeiros, deixa subjacente a condição de inferioridade
deles em relação aos velhos.
( ) No primeiro parágrafo diz que a poética parnasiana, também foi responsável pelo
aprendizado dos modernistas.
( ) Para ele, o ímpeto da loucura é exclusivo da senilidade.
( ) Depreende-se de todo que Quintana não estabelece relação direta entre a qualidade
do poeta e sua faixa etária.
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Textos para a questão 164.
Texto I
“Fragmento da Carta de Pero Vaz de Caminha
... a terra em si, é muito boa de ares, tão frios e temperados, como os de Entre-Douro e Minho,
porque, neste tempo de agora, assim os achávamos como os de lá. Águas são muitas e infindas.
De tal maneira é graciosa que, querendo aproveitá-la dar-se-á nela tudo por bem das águas que
tem.”
Texto II
“Carta de Pero Vaz
(Murilo Mendes)
A terra é mui graciosa, Tem macaco até demais.
Tão fértil eu nunca vi. Diamantes tem à vontade,
A gente vai passear, Esmeralda é para os trouxas.
No chão espeta um caniço, Reforçai, Senhor, a arca,
No dia seguinte nasce Cruzados não faltarão,
Bengala de castão de oiro. Vossa perna encanareis,
Tem goiabas, melancias, Salvo o devido respeito.
Banana que nem chuchu. Ficarei muito saudoso
Quanto aos bichos, tem-nos muitos, Se for embora daqui.”
De plumagens mui vistosas.
164. UFPB-PSS Após a leitura dos textos I e II, verifica-se que Murilo Mendes ironiza a
exaltação da terra feita por Caminha. Essa ironia é traduzida claramente pelo(s) verso(s):
a) A terra é mui graciosa, c) Tem goiabas, melancias,
Tão fértil eu nunca vi. Banana que nem chuchu.
b) No chão espeta um caniço, d) Diamantes tem à vontade,
No dia seguinte nasce e) Quanto aos bichos, tem-nos muitos,
Bengala de castão de oiro.
Texto para as questões 41 e 42.
“Ainda não haviam louras, nem surfistas,
nem mulatas, nem biquínis, nas praias dou-
radas desse novo país. Havia outra raça bron-
zeada que corria nua pelas matas e florestas
e pelo litoral.
Araras, papagaios, onças, capivaras, um
número sem fim de animais povoavam as
selvas e constelações de pássaros enfeitavam
os céus sem fumaça do novo mundo desco-
berto. Rios e riachos corriam límpidos, cristalinos e plenos de peixes. Árvores gigantescas e multi-
dões de palmeiras formavam o imenso verde da futura bandeira. Era assim o Brasil de Cabral, já
quinhentos anos passados. Como será esse país no futuro, quando for a vez desses meninos?
Riachos, rios, árvores, palmeiras, onças e capivaras, araras e papagaios, cajueiros, mangueiras...
ainda haverá?”
Texto extraído da revista Rivista. Edição Zero. Fortaleza: Editora RISO, s/d, p.55.
165. UFPB-PSS A intertextualidade é a relação que ocorre entre dois ou mais textos. Essa
relação pode dar-se em forma de paráfrase ou de paródia. O corpo do texto é uma pará-
frase da Carta de Caminha pois:
I. apesar da leve mudança no estilo, confirma a visão de Caminha sobre a terra desco-
berta;
II. faz críticas explícitas ao aspecto ufanista da Carta;
III. mantém o mesmo olhar positivo de Caminha sobre o futuro da terra brasileira;
IV. embora escrita no mesmo estilo, critica de modo disfarçado a visão de Caminha so-
bre a terra descoberta.
Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s):
a) I, II e III. b) I e III. c) I. d) II e IV. e) III e IV.
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166. UFPB-PSS A respeito da manchete: Cabral descobre o caminho das Índias, é correto
afirmar que o autor pretendia:
a) dizer que havia muitas índias na terra descoberta;
b) dizer que Cabral descobriu o caminho que o levaria para as Índias;
c) usar a homonímia para causar um efeito humorístico;
d) explorar a sinonímia das palavras;
e) usar a paronímia a fim de confundir o leitor.
As questões denúmeros 167 e 169 referem-se ao texto abaixo.
“É próprio da natureza humana olhar o passado com melancolia, como se o bom e o interes-
sante não tivessem presente, nem futuro. Nessa operação mental, até o ruim de outrora ganha
uma aura mágica, como demonstram os relatos das décadas de 60 e 70. Em suas reminiscências,
a passagem do saudosismo para a mitificação é instantânea.”
167. Unifor-CE
I. Os relatos das décadas de 60 e 70 limitam-se a um registro dos fatos sociais mais notáveis.
II. Existe um tipo de operação mental capaz de transfigurar os acontecimentos do passado.
III. Entre o saudosismo e a mitificação não há distância.
A respeito dos enunciados acima, está correto o que se afirma somente em:
a) I. b) II. c) III. d) I e II. e) II e III.
168. Unifor-CE De acordo com o texto:
a) as noções de presente, passado e futuro fundem-se simultaneamente na mente humana;
b) é tendência própria da natureza humana a visão fantasiosa do passado;
c) os relatos das décadas de 60 e 70 revelam uma nota da melancolia reinante na época;
d) o saudosismo é sentimento característico daqueles que usufruíram de um passado agradável;
e) o bom e o interessante representam-se como alvo permanente da ambição humana.
169. Unifor-CE A expressão aura mágica denota no texto um:
a) passado feliz; d) sentimento saudosista;
b) sentido excepcional; e) ar misterioso.
c) halo de encantamento;
170. Unifenas
“O Relógio
Diante de coisa tão doída Ser é apenas uma face
conservemo-nos serenos. Do não ser, e não do ser.
Cada minuto de vida Desde o instante em que se nasce
Nunca é mais, é sempre menos. já se começa a morrer.”
Cassiano Ricardo.
Considere as seguintes afirmações a respeito do texto:
I. Os versos 3 e 4 expressam a idéia de que, a cada instante que passa, estamos mais
próximos da morte.
II. “Ser”, no verso 5, corresponde à nossa existência que é o estado transitório, ligado à
classificação morfológica do verbo ser, que é de ligação.
III. O relógio faz pensar na efemeridade de nossa existência na Terra.
IV. Perpassam, em todo o poema, sentimentos de angústia, niilismo e revolta.
Está correto o que se afirma apenas em:
a) I e III. d) III e IV.
b) II e IV. e) IV.
c) II e III.
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As questões de números 171 a 173 baseiam-se no texto abaixo.
“Resolvo-me a contar, depois de muita hesitação, casos passados há dez anos – e, antes de
começar, digo os motivos por que silenciei e por que me decido. Não conservo notas: algumas que
tomei foram inutilizadas e, assim, com o decorrer do tempo, ia-me parecendo cada vez mais
difícil, quase impossível, redigir esta narrativa. Além disso, julgando a matéria superior às minhas
forças, esperei que outros mais aptos se ocupassem dela. Não vai aqui falsa modéstia, como
adiante se verá. Também me afligiu a idéia de jogar no papel criaturas vivas, sem disfarces, com os
nomes que têm no registro civil. Repugnava-me deformá-las, dar-lhes pseudônimo, fazer do livro
uma espécie de romance; mas teria eu o direito de utilizá-las em história presumivelmente verda-
deira? Que diriam elas se se vissem impressas, realizando atos esquecidos, repetindo palavras
contestáveis e obliteradas?
Restar-me-ia alegar que o DIP, a polícia, enfim, os hábitos de um decênio de arrocho, me
impediram o trabalho. Isto, porém, seria injustiça. Nunca tivemos censura prévia em obra de
arte. Efetivamente se queimaram alguns livros, mas foram raríssimos esses autos-de-fé. Em
geral a reação se limitou a suprimir ataques diretos, palavras de ordem, tiradas demagógicas,
e disto escasso prejuízo veio à produção literária. Certos escritores se desculpam de não have-
rem forjado coisas excelentes por falta de liberdade – talvez ingênuo recurso de justificar
inépcia ou preguiça. Liberdade completa ninguém desfruta: começamos oprimidos pela sinta-
xe e acabamos às voltas com a delegacia de Ordem Política e Social, mas nos estreitos limites
a que nos coagem a gramática e a lei, ainda nos podemos mexer. Não será impossível achar-
mos nas livrarias libelos terríveis contra a república novíssima, às vezes com louvores de sus-
tentáculos dela, indulgentes ou cegos. Não caluniemos o nosso pequenino fascismo tupinam-
bá: se o fizermos, perderemos qualquer vestígio de autoridade e, quando formos verazes,
ninguém nos dará crédito. De fato ele não nos impediu escrever. Apenas nos suprimiu o
desejo de entregar-nos a esse exercício.”
Graciliano Ramos.
171. Unifor-CE O autor enumera razões que justificam um silêncio de dez anos. Entre elas,
é incorreta:
a) existia uma censura prévia, que o impediria de publicar seu livro, caso o escrevesse;
b) julgava-se incapaz de colocar num livro os acontecimentos que vivenciara;
c) sentia-se desautorizado a relatar fatos sobre pessoas reais e identificá-las por seu ver-
dadeiro nome;
d) perdera as anotações que havia feito, com intenção de dar veracidade aos fatos;
e) tencionava prender-se aos fatos, como realmente haviam ocorrido, sem romanceá-los.
172. Unifor-CE Infere-se do final do texto que:
a) sempre há pessoas que aceitam a opressão política e se beneficiam dela, para publicar
suas obras;
b) a falta de liberdade política, em qualquer época ou lugar, inibe também a capacidade
de criação literária;
c) numa época de força policial, os civis não conseguem fazer-se ouvir pelas autoridades
do poder;
d) escrever romances só é possível em determinadas situações políticas, com o uso de
pseudônimos ou de outros disfarces;
e) sem liberdade de criação, o escritor é como um cego, ou alguém em quem não se pode
confiar;
173. Unifor-CE O autor situa num mesmo plano, como limites à liberdade de expressão,
principalmente escrita:
a) os fatos reais em oposição à invenção literária;
b) um depoimento verdadeiro, contra a existência de uma censura prévia;
c) a força policial e a ausência de anotações que sirvam de apoio à narrativa;
d) a impossibilidade de escrever com clareza, e a proibição de usar nomes verda-
deiros;
e) as normas gramaticais e as ações da força policial.
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Para responder às questões de números 174 a 175, considere o poema que segue.
“Antes de lançares a semente no chão,
antes de calculares os lucros da seara,
e antes de somares o valor da jóia que vais dar a tua noiva,
ou os cofres que tu vais encher
e as coisas que tu vais transformar;
vê através do pequeno embrião de árvore:
a sombra, o pastor tocando a sua gaita
e a virgem derrubada debaixo da fronde,
e o neto do pastor subindo nos galhos
à procura dos ninhos escondidos;
e os ramos benfazejos descendo sobre novos berços.
Vê o jovem enforcado num dos galhos sem folhas,
e o Bem e o Mal sempre brotando da árvore;
e as sementes, como nas parábolas sagradas
dando de comer aos pássaros ou secando nas pedras;
e sempre galhos subindo para a glória de Deus
e sempre galhos descendo para a fome da terra.”
LIMA, Jorge de. Poesias Completas. Rio de Janeiro: Aguilar, 1974. v. 2, p. 57.
174. UFSE A idéia central do poema está em:
a) Uma semente é a síntese da vida individual, familiar e do mundo todo.
b) A árvore sempre foi e continuará associada à noção da bondade divina.
c) A árvore que brota da semente é o símbolo da riqueza material.
d) O Bem e o Mal fazem parte da vida, desde os tempos bíblicos.
e) O cultivo da terra garante os alimentos de toda a população, no mundo inteiro.
175. UFSE Infere-se corretamente do poema que:
a) os galhos de uma árvore podem simbolizar mais as coisas boas que as más, desde que
eles estejam floridos;
b) os pássaros, mesmo aqueles que prejudicam uma plantação comendo as sementes, são
símbolos do poder divino;
c) as crianças serão sempre mais felizes e saudáveis se crescerem em contato com a natureza;
d) a simplicidade da vidacampestre, no ritmo lento da natureza, induz a uma acomoda-
ção do homem à rotina diária.
e) a árvore é sinônimo de vida, tanto espiritual, por elevar seus galhos ao céu, quanto
terrestre, por aquilo que produz.
Texto para as questões 176 e 177.
“Ciúme, como lidar com esse veneno
Marido apaixonado desconfia que a mulher, linda, o trai com um amigo. A mulher é honesta, o
amigo é sincero, mas o marido só enxerga à sua volta indícios da traição inexistente. Por fim, trans-
tornado, mata a mulher e se mata. A tragédia, no seu cruel desenrolar, é velha como o mundo.
Assim foi descrita magistralmente por William Shakespeare, no século XVII, no texto em que Otelo,
o general mouro, mata a doce Desdêmona. Antes dele e depois dele, homens e mulheres mataram
(e matam) pelo mesmo motivo: o ciúme, um sentimento insano, paranóico, doente, insuportável
para quem sente e doído, perigoso, para quem é alvo dele. A morte é uma atitude extrema, mas as
tragédias clássicas acabam sendo a melhor tradução para a força destruidora e devastadora desse
sentimento. A realidade, o verniz civilizatório ou, simplesmente, a sobrevivência do bom senso mes-
mo que o cotovelo doa colocam freios em boa parte das pessoas que dele sofrem – por isso, e só por
isso, as ruas não estão coalhadas de corpos adúlteros ou apaixonados desprezados. (...)”
Veja: 14/06/2000.
176. UFR-RJ A narração que dá início ao texto aborda um tema:
a) ausente nas obras clássicas; d) inerente a qualquer manifestação literária;
b) recorrente na literatura universal; e) próprio da literatura socialmente engajada.
c) cultivado pelas elegias pastoris;
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177. UFR-RJ O comentário sobre o ciúme chama a atenção do leitor para:
a) a ação inibidora das convenções sociais;
b) a influência maléfica de uma obra literária;
c) os perigos do verniz civilizatório para o homem;
d) o adultério, como tema constante das tragédias gregas;
e) a importância do século XVII para a literatura brasileira.
Texto para as questões 178 e 179.
“(minuano)
A chuva escorre na vidraça: na rua o vento uiva.
E geme, na árvore dobrada.
Lembrança – o vento pertence ao campo.
Uma rês geme, vagabunda, gotejante: o vento a corta, como faca.
Estranha faca: gelo e água.
O vento nasce e morre no horizonte: o mundo é redondo.
E no entanto o tempo passa:
Do campo, o vento chega arrefecido na cidade.
Protegido no copo de conhaque, divirto-me como os desenhos abstratos Que desenha em
gotas na vidraça.
E no entanto o vento uiva, mesmo na cidade: tem presente seu passado. Mais estranho: o
mundo é redondo, o vento nasce e morre no horizonte;
E sempre prossegue rumo ao norte.”
Flávio Aguiar.
178. USU-RJ O vento só não causa no poeta:
a) postura nostálgica em relação ao tempo; d) medo da fugacidade do tempo;
b) intenso questionamento sobre tempo; e) curiosidade quanto à origem do vento.
c) desligamento da realidade;
179. USU-RJ Marque a opção que apresenta a palavra que primeiro marca o tempo no poema:
a) chuva. b) lembrança. c) vento. d) nasce. e) passa.
180. Univali-SC
“Calouros como gente
As boas iniciativas que transformam o ritual de entrada na faculdade num momento feliz.
Há caminhos suaves para abolir o trote violento. Em todo o país começa a vir à tona uma série de
boas idéias que pode transformar o ritual de entrada na universidade um momento agradável – e
não em festivais de estupidez. Há 15 dias, alunos do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da
Universidade Veiga de Almeida, do Rio de Janeiro, levam os calouros para a rua e, unidos, promove-
ram o “trote solidário”. Ninguém precisou pedir dinheiro na esquina ou teve os cabelos pintados.
Para participar da festa, os calouros só precisaram levar 1 quilo de alimento não perecível. Arre-
cadou-se mais de 200 quilos, que serão doados para obras sociais. (...) A solução encontrada pela
UERJ foi transformar o trote em atividade cívica. Em vez de cumprir tarefas vexatórias, os calouros
ensinaram crianças de favelas a escovar dentes, como fizeram os alunos de Odontologia no ano
passado, ou recolher lixo nas praias, tarefa dos novatos de Oceanografia.
Em outros estados há iniciativas de trote solidário semelhantes ao da UERJ. Escolas como a FGV, a
Faculdade de Economia e Administração (FEA) e a PUC, todas de São Paulo, transformaram a recepção
em coleta de sangue. O hemocentro de São Paulo recebeu, no início do ano, 3.427 bolsas de sangue.”
VIEIRA, Marceu - Época, 26 de abril de 1999.
A idéia central do texto é:
a) O trote aos calouros deve ser, de uma vez por todas, abolido.
b) Há várias maneiras de camuflar o trote tradicional.
c) As universidades têm obrigação de criar trotes sociais.
d) Os trotes tradicionais podem virar trotes solidários.
e) Os calouros são a favor dos trotes independentemente do tipo.
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181. Univali-SC
“... são apresentadoras dos programas infantis, destinados às crianças. São apresentadoras
medíocres interessadas apenas em ensinar a dança da bundinha, a dança da garrafa, essas coisas
constrangedoras para um país que se diz sério e pretende crescer a começar por sua infância.
Então fica assim: de um lado, a grande legião de crianças abandonadas à própria sorte neste país
absurdo; e, de outro lado, as outras crianças que têm casa, têm família, que ficam diante da
televisão vendo as representantes da inconseqüência nesse vale-tudo sombrio.”
Revista Caros Amigos - março de 1999.
Lygia – texto de Álvaro de Alves de Faria.
A idéia central do texto é:
a) As crianças, no Brasil, podem ser vistas como pertencentes a dois grandes grupos,
ambos desamparados.
b) Os programas infantis ensinam às crianças danças constrangedoras e escandalosas.
c) A responsabilidade das apresentadoras de programas infantis nem sempre é o ponto
forte da programação das emissoras.
d) Uma crítica às apresentadoras de programas infantis, que poderiam contribuir para a
educação infantil, mas pouco ou nada fazem nesse sentido.
e) Algumas crianças têm tudo: casa, família, assistência, enquanto outras nada têm, e
vivem nas ruas.
Texto para as questões 182.
“É difícil ser faber e ludens ao mesmo tempo
Somos sempre faber e ludens, ainda que dificilmente ao mesmo tempo. Divertir-se trabalhando
ou trabalhar divertindo-se é, em tese, o objetivo de todos, mas, na prática, uma exceção válida
para muito poucos, em muito poucas circunstâncias...
Algumas pessoas dizem que o trabalho é sua principal diversão, mesmo quando dispõem de
outras alternativas e as aproveitam. São alguns privilegiados – como artistas, esportistas, artesãos
profissionais e alguns executivos e empresários –, pessoas que conseguem imprimir um ritmo
pessoal de intensidade e tempo ao seu trabalho e condições próprias de execução.”
CAMARGO, Luiz Octávio de Lima. Introdução. In: Educação para o lazer. São Paulo: Moderna, 1998. p. 22.
182. UnB-DF Julgue os itens que se seguem, a respeito da organização das idéias do texto.
( ) O texto “ainda que” confere à oração subordinada uma idéia de conseqüência e
admite ser corretamente substituído por já que.
( ) Na linha 4, o termo “muito”, que intensifica “poucos” e “poucas”, é uma palavra
invariável quanto a gênero e número.
( ) Depreende-se do texto que “pessoas que conseguem imprimir ritmo pessoal de
intensidade e tempo ao seu trabalho e condições próprias de execução” são aquelas
que alcançam o “objetivo de todos”.
( ) O texto demonstra que a tese de que somente o trabalho lúcido dignifica o homem
não é comprovada na prática.
( ) Infere-se da leitura do texto que a intensidade e o tempo aplicados ao trabalho são
fatores relacionados ao “ritmo pessoal”.
Texto para a questão 183.
“Confissões de Gisele Bündchen para o editor-chefe da revistaÍcaro Brasil, Mac Margo-
lis, no Bubby’s, em Nova York
Trabalho e prazer. No começo eu confesso que trabalhava mais pelo dinheiro. Com o tempo,
comecei a levar o trabalho numa boa. Num dia, você tem que ser sexy, no outro, ingênua e,
depois, maluquete. Hoje uma soldada na guerra, amanhã uma perua no shopping. É como vida
de atriz, só que o palco é a capa da revista, a passarela.
E depois? Daqui a cinco anos, penso em cair fora. Não quero trabalhar para sempre. Quero
voltar ao Brasil, casar, ter filhos e uma fazenda. Quero aprender com a indústria da moda, não me
destruir com ela.”
Ícaro Brasil, 1/2000 (com adaptações).
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183. UnB-DF Com relação ao texto e ao fragmento de texto acima, julgue os itens seguintes.
( ) Considerando que as expressões “faber” e “ludens” correspondem, respectivamen-
te, a trabalho e divertimento, é correto concluir que a entrevistada admite que
deixou de ser muito faber para se tornar mais ludens.
( ) Para que o fragmento de texto obedeça às exigências da norma culta formal, as
expressões “levar o trabalho numa boa” e “cair fora” devem ser substituídas, res-
pectivamente, por carregar bem o trabalho e precipitar-me.
( ) No fragmento de texto, o pronome pessoal “você” está empregado como indicador
de um sujeito indeterminado, corresponde tanto a eu, Gisele Bündchen, como a
qualquer pessoa nas mesmas circunstâncias.
( ) No fragmento do texto, pela significação textual, as expressões “Quero aprender” e
“não me destruir” são empregadas como semanticamente equivalentes.
Texto para a questão 184:
“O trecho abaixo foi retirado dos PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS – ENSINO MÉDIO (Brasí-
lia, DF: Ministério da Educação. 1999, p. 133-4). Leia-o, com atenção, e responda à questão proposta.
Qualquer inovação tecnológica traz certo desconforto àqueles que, apesar de conviverem com
ela, ainda não a entendem. As tecnologias não são apenas produtos de mercado, mas produtos
de práticas sociais. Seus padrões são arquitetados simbolicamente como conteúdos sociais, para
depois haver uma adaptação mercadológica.
As tecnologias da comunicação e informação não podem ser reduzidas a máquinas; resultam de
processos sociais e negociações que se tornam concretas. Elas fazem parte da vida das pessoas; não
invadem a vida das pessoas. A organização de seus gêneros, formatos e recursos procura reproduzir as
dimensões da vida no mundo moderno, o tempo, o espaço, o movimento: o mundo plural hoje vivido.
Novos modos de sentir, pensar, viver e ser, construídos historicamente, se mostram nos proces-
sos comunicativos derivados das necessidades sociais.
Cabe à escola o esclarecimento das relações existentes, a indagação de suas fontes, a consciên-
cia de sua existência, o reconhecimento de suas possibilidades, a democratização de seus usos.”
184. UFMS Assinale a(s) alternativa(s) que se mostra(m) ao texto lido.
01. Os padrões das inovações tecnológicas adaptam-se, em primeiro lugar, às exigências
do mercado de consumo para, em seguida, atender às demandas sociais.
02. Embora hoje as tecnologias de comunicação e informática façam parte do cotidiano
das pessoas, estas ainda resistem ao seu uso por falta de conhecimento sobre o assunto.
04. O sentimento experimentado por aqueles que ainda não entendem as inovações tec-
nológicas é de desconfiança, já que estas representam o trato com o novo, com o
desconhecido que amedronta.
08. Os processos comunicativos têm sua origem nas necessidades sociais e, portanto,
espelham, na atualidade, os múltiplos aspectos que caracterizam a vida do homem.
16. As tecnologias em questão podem ser tomadas como máquinas, pois resultam de proces-
sos históricos e sociais que, apesar de simbólicos a princípio, acabam por concretizar-se.
32. A escola não deve opor-se às tecnologias de comunicação e informática, mas utilizá-
las, com cautela e moderação, adequando-as às suas possibilidades e às exigências
do mercado de consumo.
Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas.
185. UFGO Leia a mensagem publicitária abaixo, publicada em O Popular, em 1º ago. 1999.
DIA 9, SAIA DO STRESS
A partir do dia 9, toda segunda-feira, você vai
ficar mais relaxado e em boa companhia. Serão
16 sessões de uma análise completa e descom-
plicada dos livros indicados para os vestibulares
da Federal, da Católica e outras faculdades.
É só ler e relaxar que você tira de letra qual-
quer questão de literatura.
Afinal, vestibulando e stress dão uma mistura explosiva. Fique esperto!
Toda 2ª vai ter um novo livro pra você!
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Considerando-se que, para o vestibular, a leitura obrigatória de livros da literatura brasi-
leira tem um propósito pedagógico, é oportuno perguntar-se: no cumprimento desse de-
ver que se impõe ao vestibulando?
Analisando-se os efeitos de sentido que a linguagem permite criar no referido anúncio,
pode-se afirmar que:
( ) se depreende do texto uma associação entre stress, vestibular e leitura dos livros;
daí se sugere que, lendo o material anunciado, o vestibulando estará valendo-se de
um meio de atenuação do stress decorrente das muitas exigências do vestibular;
( ) o canal, explicitado pela palavra você, recebe a ênfase nessa comunicação, devido
à predominância da função fática;
( ) o vestibulando terá, não apenas de relaxar-se e ler a análise dos livros indicados, mas
também de ler os próprios livros, para “tirar de letra qualquer questão de literatura”;
( ) a metonímia utilizada na última frase do texto pode induzir o leitor a um equívoco intelec-
tualmente danoso; o de acreditar que a análise do livro dispensa a leitura do mesmo.
Leia o texto que segue para responder a questão 186.
“Faz parte de nossa tradição tomar mate. Chimarrão é o mate cevado, sem açúcar, regado a água
quente. Tereré é o refresco, bem gelado. De acordo com o clima, passa-se do chimarrão ao tereré.
Para tomar mate é necessário adquirir-se uma cuia, morena e matuta, uma bomba ou bombilha
e a erva moída, tudo semelhante a “um coração verde com uma artéria de prata”, conforme
poema do gaúcho Aparício Silva Rillo.
O ideal é tomá-lo numa grande roda, sob um laranjal.
Se houver os serviços de alguma bugra para “carregar mate”, ótimo. “Carregar mate” significa
alguém ficar segurando a chaleira, passar a cuia de uma mão para a outra, de uma boca para a
outra, respeitando a vez de cada um, a animação da prosa e o ritmo dos sorvos. Levar a chaleira lá
dentro para esquentar de novo quando a água começar a esfriar, para não azedar o mate.
É bom que haja no céu um sol bem vermelho e uma poeira cor-de-tijolo envolvendo tudo.
Se for na hora do quiriri e algumas estrelas perfurarem a tarde com suas pontas de lata, a
conversa será mais lenta.
Se alguém falar alguma frase, alguma palavra em guarani, como chê-kambá ou cunhataí, dará
mais sabor à erva.
Importante mesmo é que haja um clima de comunhão, de cachimbo da paz, tudo muito morno
e quente. (...)”
NOVEIRA, Raquel. O arado e a estrela. Campo Grande, Ed. UCDB, 1996. p. 23.
186. UFMS Marque a(s) alternativa(s) que NÃO está(ão) de acordo com o texto.
01. O mate é o principal ingrediente tanto do chimarrão quanto do tereré.
02. As duas bebidas – o chimarrão e o tereré – são tomadas sempre durante o dia, com
sol forte e poeira envolvendo tudo.
04. Os serviços de uma bugra para “carregar mate” são indispensáveis, senão a erva
pode azedar.
08. A expressão na hora do quiriri, tal como aparece no 6º (sexto) parágrafo, pode ser
associada à chegada da noite.
16. O uso de palavras ou expressões em guarani faz parte de um ritual mágico inerente à
tradição.
32. O que importa realmente para quem toma mate não são as condições atmosféricas,
mas o espírito de serenidadee união que se cria entre os participantes.
Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas.
Texto para a questão 187.
“O grafiteiro pixou no muro caiado: ‘Herrar é umano.’
Considere as seguintes atitudes:
1. Você corrige um erro.
2. Você corrige dois erros.
3. Você não corrige nada e elogia a criatividade do grafiteiro.
4. Você fica louco da vida, xinga o cara de ignorante e manda repintar o muro.”
(Lourenço Diaféria)
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187. UFMT Assinale V, para verdadeiro, e F, para falso:
( ) Na expressão pichar em muro caiado, contrapõem-se duas cores, literalmente, o
preto e o branco.
( ) Escrever em muros e paredes e aplicar piche são acepções do verbo pichar e ambos
cabem no texto.
( ) As opções 3 e 4 refletem posturas diferentes em face da escrita, uma de aceitação e
outra de não-aceitação de problemas relativos à ortografia.
( ) O texto faz alusão à escola pela escolha tanto da forma de dizer quanto daquilo que
diz.
Leia os textos que seguem. Eles servirão de base para as questões 188 e 189:
Texto I
“(...)
Esse negócio de língua estrangeira em país colonizado é fogo. A começar que a nossa língua
oficial, o português, nós a recebemos do colonizador luso, o que foi uma bênção. Imagina se,
como na África, nós tivéssemos idiomas nativos fixados em profundidade, ou, então, se fosse
realidade a falada “língua geral” dos índios, que alguns tentaram, mas jamais conseguiram impor
como língua oficial do brasileiro. Mesmo porque as tribos indígenas que povoaram e ainda rema-
nescem pelos sertões, cada uma fala o seu dialeto; o pataxó, por exemplo, não tem nada a ver
com o falar dos amazônicos; pelo menos é o que informam os especialistas.
Mas, deixando de lado os índios que nós, pelo menos, pretendemos ser, falemos de nós, os
brasileiros, com o nosso português adaptado a estas latitudes e língua oficial dos nossos vários
milhões de nativos. Pois aqui no Brasil, se você for a fundo no assunto, toma um susto. Pegue um
jornal, por exemplo: é todo recheado de inglês, como um peru de farofa. Nas páginas dedicadas
ao show business, que não se pode traduzir literalmente por “arte teatral”, tem significação mais
extensa, inclui as apresentações em várias espécies de salas, ou até na rua, tudo é show. E o leitor
do noticiário, se não for escolado no papo, a todo instante tropeça e se engasga com rap, punk,
funk, soap-opera, etc., etc. Cantor de forró do Ceará, do Recife ou Bahia só se apresenta com seu
song book, onde as melodias podem ser originalmente nativas, mas têm como palavras-chave
esse inglês bastardo que eles inventaram e não se sabe se nem os próprios americanos entendem.
No esporte é a mesma coisa, ou pior. Já que os nossos esportes foram importados (até a palavra
que os representa – sport – é inglesa). O meu querido ministro Pelé tenta descaracterizar o neolo-
gismo, chamando-o de ‘desporto’. Mas não pega.
Verdade que o jornalismo esportivo procura aclimatar o dialeto, traduzindo como pode os no-
mes importados – goal keeper já é goleiro, back é beque, e há traduções já não tão assimiladas
que ninguém diz mais senão “centroavante”, “meio-de-campo”, etc. Engraçado nós sermos um
país tão apaixonado por esporte, especialmente o futebol (não mais foot-ball), e nunca fomos
capazes de inventar nenhuma modalidade de peleja esportiva. Os índios têm lá os jogos deles,
mas devem ser chatos ou difíceis, já que a gente não os conhece nem de nome. Ficamos nas
adaptações tipo “futevôlei”, que, pelo menos, é engraçado.”
Rachel de Queiroz.
Texto II
188. UEMS No texto I, é possível inferir que:
a) A autora defende a utilização de uma “língua geral” dos índios como língua oficial do
brasileiro.
b) O fato do inglês “rechear” os jornais, por exemplo, demonstra a intenção do jornalista
em impor aquela língua.
c) O português é língua oficial do Brasil e o inglês, por exemplo, é estrangeira imposta
pelo colonizador.
d) Os neologismos impostos pelos jornalistas esportivos deveriam ser banidos do nosso
idioma.
e) Palavras estrangeiras, como as do texto, permitem que o falante invente e importe as
palavras que melhor lhe convier.
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189. UEMS A respeito do texto II, é possível concluir que:
I. O inglês é tão usado no Brasil que algumas palavras acabam sendo incorporadas ao
nosso idioma.
II. Em virtude de tantas palavras importadas, falar português é como falar inglês.
III. Quando necessárias, as palavras estrangeiras são bem-vindas à língua portuguesa.
Estão corretas:
a) I. b) I e III. c) I e II. d) II e III. e) III.
190. UFSE
“vê através do pequeno embrião de árvore”
O verso em que o poeta emprega a palavra correspondente à expressão em negrito é:
a) antes de lançares a semente no chão; d) ou os cofres que tu vais encher;
b) antes de calculares os lucros da seara; e) e as coisas que tu vais transformar.
c) o valor da jóia que vais dar a tua noiva;
191. U. Salvador-BA
“Ofendido vos tem minha maldade. Arrependido a tanta enormidade.
É verdade, Senhor, que hei delinqüido, Arrependido estou de coração,
Delinqüido vos tenho, e ofendido, De coração vos busco, dai-me os braços,
Ofendido vos tem minha maldade. Abraços que me rendem vossa luz.
Maldade que encaminha a vaidade, Luz que claro me mostra a salvação,
Vaidade que todo me há vencido, A salvação pretendo em tais abraços,
Vencido quero ver-me e arrependido, Misericórdia, amor, Jesus, Jesus!”
MATOS, Gregório de. Soneto. In: Poemas escolhidos. São Paulo: Círculo do Livro, s/d, p. 281.
Assinale V para as afirmativas comprováveis no texto e F, para as não comprováveis.
( ) Dualidade entre o profano e o sagrado.
( ) Consciência da efemeridade das coisas.
( ) Predominância do hipérbato na primeira estrofe.
( ) Relação de equivalência semântica entre os versos 6 e 7.
( ) Relação de causa e efeito apresentada no verso 3.
( ) Estruturação do poema segundo padrões clássicos: soneto, a rigidez métrica e a
regularidade das rimas.
192. Uneb-BA
Texto I
“O sujeito fez sinal aos dois urbanos, que o acompanharam logo, e encaminharam-se todos
para o interior da casa. Botelho, à frente deles, ensinava-lhes o caminho. João Romão ia atrás,
pálido, com as mãos cruzadas nas costas.
Atravessaram o armazém, depois um pequeno corredor que dava para um pátio calçado, e
chegaram finalmente à cozinha. Bertoleza, que havia já feito subir o jantar dos caixeiros, estava de
cócaras no chão, escamando peixe, para a ceia do seu homem, quando viu parar defronte dela
aquele grupo sinistro.
Reconheceu logo o filho mais velho do seu primitivo senhor, e um calafrio percorreu-lhe o
corpo. Num relance de grande perigo compreendeu a situação; adivinhou tudo com a lucidez de
quem se vê perdido para sempre: adivinhou que tinha sido enganada; que a sua carta de alforria
era uma mentira, e que o seu amante, não tendo coragem para matá-la, restituía-a ao cativeiro.
Os polícias, vendo que ela se não despachava, desembainharam os sabres. Bertoleza, então,
erguendo-se com ímpeto de anta bravia, recuou de um salto e, antes que alguém conseguisse
alcançá-la, já de um só golpe certeiro e fundo rasgara o ventre de lado a lado.”
E depois emborcou para a frente, rugindo e esfocinhando moribunda numa lameira de
sangue.”
AZEVEDO, Aluísio. O cortiço. São Paulo: FTD, 1993. p. 229-30.
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Texto II
“Através de grossas portas, Cavalo de La Fayette
sentem-se luzes acesas, saltando vastas fronteiras!
– e há indagações minuciosas Ó vitórias, festas, flores
dentro das casas fronteiras. das lutas da Independência!
“Que estão fazendo, tão tarde? Liberdade – essa palavra
Que escrevem, conversam, pensam? que o sonhohumano alimenta:
Mostram livros proibidos? que não há ninguém que explique,
Lêem notícias nas Gazetas? e ninguém que não entenda!)
Terão recebido cartas E a vizinhança não dorme:
de potências estrangeiras?” murmura, imagina, inventa.
(Antiguidades de Nimes Não fica bandeira escrita,
em Vila Rica suspensas! mas fica escrita a sentença.”
MEIRELES, Cecília. Obra Poética. 3. ed. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1972. p. 151-2.
As afirmativas a seguir referem-se ora ao texto I, ora ao texto II.
A que evidencia uma idéia comum aos dois textos é:
a) Morte vista como libertação.
b) Liberdade enfocada no plano individual.
c) Liberdade, bem coletivo, fruto da luta política.
d) Denúncia da exploração do homem pelo homem.
e) Liberdade como valor imprescindível à condição humana.
193. UFPE
“Abrasileiramento da língua portuguesa no Brasil dos primeiros tempos
A ama negra fez muitas vezes com as palavras o mesmo que com a comida: machucou-as,
tirou-lhes as espinhas, os ossos, as durezas, só deixando para a boca do menino branco as sílabas
moles. Daí esse português de menino que no Norte do Brasil, principalmente, é uma das falas mais
doces deste mundo. Sem rr nem ss; as sílabas finais moles; palavras que só faltam desmanchar-se
na boca da gente. A linguagem infantil brasileira, e mesmo a portuguesa, tem um sabor quase
africano: cacá, pipi, bumbum, nenen, tatá, lili (...)
Esse amolecimento se deu em grande parte pela ação da ama negra junto à criança; do escravo
preto junto ao filho do senhor branco. E não só a língua infantil se abrandou desse jeito, mas a
linguagem em geral, a fala séria, solene, da gente, toda ela sofreu no Brasil, ao contacto do
senhor com o escravo, um amolecimento de resultados às vezes deliciosos para o ouvido. Efeitos
semelhantes aos que sofreram o inglês e o francês noutras partes da América, sob a mesma
influência do africano e do clima quente.”
FREYRE, Gilberto. Casa-Grande & Senzala, 9ª ed., Rio de Janeiro: José Olympio, 1958.
Com base na compreensão do texto, analise a coerência das seguintes afirmações:
1. O autor põe em paralelo os campos da linguagem e da gastronomia brasileiras, desta-
cando, nesses campos, a influência da cultura africana.
2. A escolha das palavras, do princípio ao final do texto, reforça a convergência encon-
trada pelo autor entre ‘falar’ e ‘saborear’.
3. O falar “doce”, “esse português de menino”, inaugurado com a ama negra, firmou-se
em todas as regiões do Brasil, indistintamente.
4. O autor demonstra perceber que há níveis distintos de formalidade entre o falar da
criança e aquele do adulto.
5. O fato apreciado pelo autor constitui uma particularidade da língua portuguesa em
solo americano.
Estão corretas apenas:
a) 2, 3 e 5. d) 4 e 5.
b) 1, 2 e 4. e) 1, 2, 3 e 5.
c) 1, 3 e 4.
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Leia o texto abaixo para responder às questões de 194 a 196.
“Confidência do Itabirano
Alguns anos vivi em Itabira.
Principalmente nasci em Itabira.
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.
Noventa por cento de ferro nas calçadas.
Oitenta por cento de ferro nas almas.
E esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação.
A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,
vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e sem horizontes.
E o hábito de sofrer, que tanto me diverte,
é doce herança itabirana.
De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço:
esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil;
este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;
este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas;
este orgulho, esta cabeça baixa...
Tive ouro, tive gado, tive fazendas.
Hoje sou funcionário público.
Itabira é apenas uma fotografia na parede.
Mas como dói!”
Carlos Drummond de Andrade.
194. U.F. Juiz de Fora-MG Assinale o verso que melhor o explica o título do poema:
a) “Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.”
b) “Noventa por cento de ferro nas calçadas.”
c) “este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval.”
d) “de suas noites brancas, sem mulheres e sem horizontes.”
195. U.F. Juiz de Fora-MG Assinale a alternativa que melhor expressa uma relação de causa
e conseqüência:
a) “Alguns anos vivi em Itabira.
Principalmente nasci em Itabira.”
b) “Itabira é apenas uma fotografia na parede.
Mas como dói!”
c) “Oitenta por cento de ferro nas almas.
E esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação.”
d) “Tive ouro, tive gado, tive fazendas.
Hoje sou funcionário público.”
196. U.F. Juiz de Fora-MG Assinale a única alternativa correta:
a) no poema, delineia-se o impulso erótico que é, no entanto, reprimido;
b) o orgulho faz com que o poeta renegue sua terra natal;
c) o poeta, ao se tornar funcionário público, abandona a postura crítica;
d) o poeta expressa seu entusiasmo por ser itabirano.
197. PUC-RJ
Texto 1:
“Já era tarde. Augusto amava deveras, e pela primeira vez em sua vida; e o amor, mais forte que
seu espírito, exercia nele um poder absoluto e invencível. Ora, não há idéias mais livres que as do
preso; e, pois, o nosso encarcerado estudante soltou as velas da barquinha de sua alma, que voou,
atrevida, por esse mar imenso da imaginação; então começou a criar mil sublimes quadros e em
todos eles lá aparecia a encantadora Moreninha, toda cheia de encantos e graças.
Viu-a, com seu vestido branco, esperando-o em cima do rochedo, viu-a chorar por ver que ele
não chegava, e suas lágrimas queimavam-lhe o coração.”
MACEDO, Joaquim Manuel de. A Moreninha. São Paulo: Ática. 1997 p. 125.
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Texto 2:
“Quadrilha
João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento, Raimundo morreu de desastre, Maria ficou
para tia, Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes que não tinha entrado na história.”
ANDRADE, Carlos Drummond de. Reunião. Rio de Janeiro: José Olympio, 1973, p. 19.
Em ambos os textos, percebe-se a utilização de uma mesma temática mas com tratamen-
tos distintos. Explique, com suas próprias palavras, a concepção de amor presente nos
textos de Joaquim Manuel de Macedo e de Carlos Drummond de Andrade.
Texto para as questões de 198 a 201.
“Campo de Flores
Deus me deu um amor no tempo de madureza,
quando os frutos ou não são colhidos ou sabem a verme.
Deus – ou foi talvez o Diabo – deu-me este amor maduro,
e a um e outro agradeço, pois que tenho um amor.
5 Pois que tenho um amor, volto aos mitos pretéritos
e outros acrescento aos que amor já criou.
Eis que eu mesmo me torno o mito mais radioso
e talhado em penumbra sou e não sou, mas sou.
Mas sou cada vez mais, eu que não me sabia
10 e cansado de mim julgava que era o mundo
um vácuo atormentado, um sistema de erros.
Amanhecem de novo as antigas manhãs
que não vivi jamais, pois jamais me sorriram.
Mas me sorriam sempre atrás de tua sombra
15 imensa e contraída como letra no muro
e só hoje presente.
Deus me deu um amor porque o mereci.
De tantos que já tive ou tiveram em mim,
o sumo se espremeu para fazer um vinho
20 ou foi sangue, talvez, que se armou em coágulo.
E o tempo que levou uma rosa indecisa
a tirar sua cor dessas chamas extintas
era o tempo mais justo. Era tempo de terra.
Onde não há jardim, as flores nascem de um
25 secreto investimento em formas improváveis.
Hoje tenho um amor e me faço espaçoso
para arrecadar as alfaias de muitos
amantes desgovernados, no mundo, ou triunfantes
e ao vê-los amorosos e transidos em torno,
30 o sagrado terror converto em jubilação.
Seu grão de angústia amor já me oferece
na mão esquerda. Enquanto a outra acaricia
os cabelos e a voz e o passo e a arquitetura
e o mistério que além faz os seres preciosos35 à visão extasiada.
Mas, porque me tocou um amor crepuscular,
há que amar diferente. De uma grave paciência
ladrilhar minhas mãos. E talvez a ironia
tenha dilacerado a melhor doação.
40 Há que amar e calar.
Para fora do tempo arrasto meus despojos
e estou vivo na luz que baixa e me confunde.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Antologia Poética. 32. ed. Rio de Janeiro: Record, 1996. p. 161-3.
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198. UFBA No poema, o eu-lírico:
01. enfatiza a origem divina do amor, relativizando a força demoníaca com que ele atua;
02. articula sua experiência individual a outras vivências amorosas;
04. relata um desencanto amoroso passado que, no presente, tende a se repetir;
08. declara-se ansioso por recuperar o tempo perdido, na tentativa de atingir a plenitude
amorosa.
16. esboça um projeto de vida voltado para a superação da amargura e do sofrimento
que até então o haviam dominado.
32. passa de um estado contemplativo e melancólico para outro de renovação e de redes-
coberta.
64. insere a sua realidade amorosa na realidade preexistente, dando-lhe, contudo, di-
mensão nova.
Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas.
199. UFBA Constitui declaração comprovável no texto:
01. A racionalidade bloqueia a expectativa de eternizar o presente.
02. O tempo atual é de crescimento pessoal do sujeito poético, em relação ao tempo em
que o sentimento amoroso estava hibernando em seu interior.
04. O sentimento amoroso submete o indivíduo a situações de caráter paradoxal.
08. O jogo do amor está ligado a questões essencialmente culturais.
16. A experiência do amor é diferenciada em função do momento da vida em que ela
ocorre.
32. O título alegoriza um momento em que a vida pode brotar rejuvenescida pelo amor.
Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas.
200. Há uma explicação correta em:
01. “ou” e “ou” ligam idéias indicativas de situações contrastantes, decorrentes da ação
do tempo.
02. “pois” introduz um enunciado de valor argumentativo.
04. “um amor” e “amor” referem-se, respectivamente, ao amor vivenciado pelo eu-lírico
e ao sentimento amoroso sem objeto determinado.
08. “sou cada vez mais” conota um redimensionamento da capacidade de perceber o
mundo.
16. “tive” expressa a indeterminação do sujeito, o que é um recurso do poeta para não se
revelar amador.
32. “desgovernados” e “triunfantes” expressam estados de espírito experimentados pe-
los que amam.
64. “há que” indica possibilidade com relação à declaração anterior.
Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas.
201. UFBA Com referência ao texto, é correto afirmar:
01. O período constituído pelos versos 5 e 6 é construído pelo processo de coordenação
e subordinação;
02. O pensamento que se expõe do verso 9 ao verso 11 tem como declaração principal:
“sou cada vez mais”;
04. O enunciado do verso 18 está constituído de idéias que se excluem;
08. “Onde não há jardim” determina o período em que as flores nascem;
16. “e”, no verso 26, relaciona enunciados sintaticamente equivalentes;
32. “ao vê-los amorosos e transidos em torno” indica circunstância de tempo;
64. “que baixa e me confunde” refere-se a “tempo”, servindo para especificá-lo.
Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas.
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202. Uneb-BA Numa propaganda da empresa paulista de eletricidade, na Folha de São Paulo
de 25 de julho de 2000, apareceu o seguinte texto:
“Tem coisa que se a gente que é uma das mais avançadas empresas de energia elétrica do
mundo não fala, ninguém fala.”
Observe que a linguagem utilizada tem a marca do coloquialismo. É a língua cotidiana,
com objetivo de atingir o maior número possível de falantes.
Esse mesmo nível de linguagem é encontrado no fragmento:
a) “Toda paisagem tem um ar de sonho.”
b) “Tendo-a ao meu lado, eu perdi o medo do mundo e do vento.”
c) “Minha terra tem macieiras da Califórnia / Onde cantam gaturamos de Veneza.”
d) “Ó cidade de Ouro Preto / Boa da gente morar! / Numa casa com mirantes / Entre
malvas e gerânios, / Ter os olhos de Marília / Para cismar e cismar.”
e) “Quisera pascer cuidados... / ou esgueirado pelas bordas / do poço do mundo estéril, /
fecundar óvulos mortos.”
203. UFMA Considere a fala abaixo do economista Cláudio de Moura Castro:
“Porque, no país do ‘homem cordial’, somos tão atabalhoados na etiqueta do celular? A mes-
ma pessoa que faz gentilezas e rapapés palra no aparelho diante de um grupo de amigos ou
clientes.”
Revista Veja, de 19/04/2000.
Assinale a alternativa que, na linguagem informal, melhor traduz a formalidade do dis-
curso acima, sem comprometer o sentido do texto:
a) “Por que, no país do ‘homem cordial’, somos tão atrapalhados na etiqueta do celular?
A mesma pessoa que faz gentilezas e lisonjas palestra no aparelho diante de um grupo
de amigos ou clientes.”
b) “Por que, no país do ‘homem cordial’, ficamos tão embaraçados na etiqueta do celu-
lar? A mesma pessoa que faz gentilezas e rapapés chalra no aparelho diante de um
grupo de amigos ou clientes.”
c) “Por que, no país do ‘homem cordial’, ficamos tão atrapalhados na etiqueta do celu-
lar? A mesma pessoa que faz gentilezas e bajulações tagarela no aparelho diante de
um grupo de amigos ou clientes.”
d) “Por que, no país do ‘homem cordial’, ficamos tão aturdidos na etiqueta do celular? A
mesma pessoa que faz gentilezas e adulações conversa no aparelho diante de um gru-
po de amigos ou clientes.”
e) “Por que, no país do ‘homem cordial’, ficamos tão perplexos na etiqueta do celular? A
mesma pessoa que faz gentilezas e lisonjas palavreia no aparelho diante de um grupo
de amigos ou clientes.”
204. Uniube-MG
“Um dos critérios básicos dos conquistadores europeus para se imporem sobre os colonizados foi
forçar o uso de sua língua. A língua materna é o bem mais caro a que um povo livre pode aspirar.
No caso do Brasil, nestes tempos neoliberais, vemos esse bem ser atingido em seu âmago, com a
proliferação das formas da língua inglesa imperando sobre as coisas mais simples do nosso dia-a-dia.”
Folha de S. Paulo, 05/08/00.
Pode-se inferir que o autor do trecho acima considera:
a) imperiosa a proliferação de termos da língua inglesa em nossa língua;
b) que devemos evitar o uso excessivo de termos da língua inglesa;
c) que a nossa língua materna está sendo a língua inglesa;
d) que um povo livre não usa a língua de seu colonizador.
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A seguir, são apresentados dois trechos de músicas. Leia-os atentamente para responder
às questões de números 205 e 206.
Texto 1
“A burguesia fede!
A burguesia quer ficar rica!
(...)
A burguesia não tem charme nem é discreta
Com suas perucas de cabelo de boneca
A burguesia quer ser sócia do Country
Quer ir em Nova Iorque fazer compras.”
Burguesia, de G. Israel/Cazuza/E. Neves. In: Burguesia, LP 838 448-1, PolyGram, 1989.
Texto 2
“Você não faria a menor falta
Num dia de domingo no Beach Park
Eu não te levaria nem morta
para passear comigo no Iguatemi
Eu não me atreveria a passar vexame
Perante os meus amigos lá da Aldeota
Pois agora eu tenho o maior respaldo
Nas altas paneladas da alta sociedade
Eu sei que a burguesia fede
Mas tem dinheiro pra comprar perfume.”
Um bodegueiro na FIEC, de Falcão/Tarcísio Matosin Falcão. In: Bonito, lindo e joiado, CD 804.142, VAT, 1993.
205. F.M. Triângulo Mineiro-MG A leitura permite afirmar que:
a) ambos os textos criticam os hábitos e valores burgueses, porém apontam para a im-
possibilidade de rompê-los;
b) o texto de Falcão tende a ser uma exaltação aos valores burgueses, opondo-se, pois, ao
de Cazuza, no qual está camuflada uma crítica;
c) no textode Cazuza a crítica feita à burguesia é branda, o que não ocorre no de Falcão,
que a denuncia em tom de sarcasmo;
d) ambos os textos fazem uma crítica social explícita à burguesia, questionando de for-
ma contundente os seus valores;
e) os dois textos criticam os hábitos e valores burgueses: o primeiro, pelo sarcasmo e
pela denúncia explícita; o segundo, pela ironia.
206. F.M. Triângulo Mineiro-MG A idéia de falta de autenticidade à burguesia pode ser
comprovada pelo seguinte verso do texto 1:
a) “A burguesia fede!”
b) “Com suas perucas de cabelo de boneca.”
c) [A burguesia] “Quer ir em Nova Iorque fazer compras.”
d) “A burguesia não tem charme nem é discreta.”
e) “A burguesia quer ficar rica!”
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As questões 207 e 208 referem-se ao seguinte texto:
“Nunca esteve tão bom para nós, mulheres. Nem tão difícil.
Os salários não são iguais, as creches continuam insuficientes, o sexo é uma confusão total
entre o agir e o sentir, o trabalho é complicadíssimo em termos psíquicos para a mulher: fonte de
culpa e medos. Nunca foi tão difícil. Muito está colocado, mas tudo está por fazer. Esta é uma
hora para se parar e pensar.
Pensar pelo que brigamos até agora, o que conseguimos, onde fomos usadas pelo sistema, o
que deu errado, o que fazer de agora em diante. Sinto que existe todo um trabalho a ser feito de
conscientização feminina – pois o que se passa no Piauí não é o mesmo das grandes capitais – já
que as lutas não serão primordialmente mais no nível do “queremos”, “exigimos”, das passeatas,
mas da prática do obter e do ser. É uma luta mais intimista de um lado, fora dos jornais, mais
difusa na realidade.
A luta de base, de formiguinha, onde o confrontamento não será mais com a polícia e o gover-
no somente, mas basicamente com os companheiros de trabalho, amigos e marido.”
SUPLICY, Marta. Reflexões sobre o cotidiano. Rio de Janeiro: Espaço e Tempo, 1986. p. 124-5.
207. UFF-RJ Segundo o texto, a luta fundamental para as mulheres é:
a) de cada mulher, para conscientizar os colegas, amigos e marido;
b) de todas as mulheres, contra todos os governos que as oprimem;
c) dos companheiros de trabalho, amigos e marido, por melhores salários;
d) dos governos, pela melhoria das condições de vida das mulheres;
e) das mulheres todas, para exigir seus direitos publicamente em passeatas.
208. UFF-RJ Assinale a opção que transcreve a passagem do texto, cujo sentido correspon-
de ao fragmento de Marina Colasanti:
“Culpadas estão quase todas as que trabalham. Porque não estão em casa, onde sempre lhes
disseram que deveriam estar. Porque não estão coladas nos filhos. Porque não estão à disposição
dos maridos. Porque, cumprindo a sua vida, não se sentem cumprindo à perfeição aquelas que
são consideradas suas atribuições primordiais.”
COLASANTI, Marina. Mulher daqui pra frente. São Paulo: Linoart, 1981.
a) “Nunca esteve tão bom para nós, mulheres.”
b) “o que se passa no Piauí não é o mesmo das grandes capitais”
c) “Os salários não são iguais, as creches continuam insuficientes”
d) “o trabalho é complicadíssimo em termos psíquicos para a mulher”
e) “É uma luta mais intimista de um lado, fora dos jornais”
As questões 209 e 210 referem-se ao texto “Natal 1961”, abordado nas questões de 62 a 64.
209. Unifor-CE No segundo parágrafo, a fala do dono do hotel e a menção ao congresso
internacional de solidariedade articulam-se de modo a constituir uma:
a) metáfora.
b) ironia.
c) metonímia.
d) comparação.
e) hipérbole.
210. Unifor-CE Há conotação em:
a) “movimentos na economia” provocam cíclicas retrações no sistema de produção.
b) Passa-se pelas chamadas disciplinas de “humanidades”.
c) Ei-lo às voltas com estudos que o distanciam de seus interesses imediatos.
d) Uma vez profissional, torna-se mais leve a luta pela sobrevivência.
e) Um obstáculo a mais na maratona sempre perigosa do viver.
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211. UEPI Em:
“Ó Formas alvas, brancas, Formas claras
De luares, de neves, de neblinas!...
Ó Formas vagas, fluídas, cristalinas...
Incensos dos turíbulos das aras...”
Encontra-se uma figura de linguagem, resultante do cruzamento de sensações, chamada:
a) metáfora. d) sinestesia.
b) metonímia. e) antonomásia.
c) catacrese.
212. Unifor-CE Muitas vezes, no campo da concordância, opera-se uma integração entre os
mecanismos gramaticais da Língua e a significação de palavras e expressões. Desse fato
resulta a substituição da concordância formal pela concordância ideológica. Denomina-
se silepse esse tipo de concordância.
Assinale a alternativa que contém silepse.
a) Alguém, participou do concurso e espera ser aprovado.
b) Vossa Senhoria demonstra ser a mais preparada das concorrentes.
c) Fomos ouvidos com atenção, o que nos deixa agradecidos.
d) Todos farão o possível para que as realizações correspondam à esperança geral.
e) Os escritores não desconhecemos as dificuldades daquele que escreve.
213. Unifor-CE O segmento em que uma metáfora está explicitada em outra metáfora é:
a) A vida estoura em bombas como também em dádivas de toda natureza.
b) O mundo deixa de ser realidade quente para se reduzir a marginália.
c) Não corta na verdade a barriga da vida, não revolve os intestinos da vida.
d) Escrever é triste. Impede a conjugação de tantos outros verbos.
e) Purê de palavras, reflexos no espelho (infiel) do dicionário.
214. UFMA Considere o trecho do ensaio “O fascínio do calendário”, publicado na Revista
Época, de 20 de dezembro de 1999.
“Eis uma definição ampla de tempo, extraída do Oxford English Dictionary: ‘Uma extensão
finita de uma existência contínua’. O lapso de tempo corresponde à expectativa média de vida
entre as mulheres (79 anos), por exemplo, ou do mosquito Anopheles (de 7 a 10 dias). ‘Uma das
primeiras coisas de que tomamos consciência quando nos tornamos conscientes é a passagem do
tempo’, diz David Ewing Duncan, autor de um livro sobre a evolução dos calendários. ‘A razão é
simples: nascemos e depois morremos, somos seres lineares.’ E cedo cedo incorporamos a cons-
ciência do tempo em nossa vida e em nossa cultura. Nosso linguajar cotidiano está cheio disto:
tempo de vida, bons tempos, maus tempos, há muito tempo que não o vejo, o tempo trabalha a
nosso favor, parece que foi ontem.”
Pode-se observar, da leitura do fragmento acima, a presença de algumas das muitas ex-
pressões lingüísticas nas quais o fator tempo aparece. É possível afirmar, com base nas
expressões suscitadas nas três últimas linhas do trecho, que:
a) “tempo de vida” e “o tempo trabalha a nosso favor” estão, ambas, no sentido denota-
tivo.
b) “há muito tempo que não o vejo” e “parece que foi ontem” estão, ambas, no sentido
conotativo.
c) “bons tempos” está no sentido denotativo e “parece que foi ontem” no sentido conota-
tivo.
d) “tempo de vida” está no sentido conotativo e “maus tempos” no sentido denotativo.
e) “há muito tempo que não vejo” está no sentido denotativo e “bons tempos” no sentido
conotativo.
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215. UFMA Considere o texto:
“Fui fazer um samba Batulitrético
Na mesa de um botequim Pratofinâmbolo
Depois de umas e outras Calotolético
O samba ficou assim Carambolâmbolo
Estrambonático Posolométrico
Palipopético Pratofilônica
Cibalenítico Protopolágico
Estapafúrdico Canecalônica
Protopológico É isso aí
Antropofágico É isso aí
Presolopépico Ninguém entendeu nada
Atroverático Eu também não entendi”
“Idioma Esquisito”, de Nelson Sargento.
Pode-se depreender que os termos selecionados:
a) ligam-se ao movimento antropofágico da 1ª geração modernista, cujo expoente é
Oswald de Andrade;
b) são neologismos criados intencionalmentena língua e possuem comprovada signifi-
cação, com claro conteúdo semântico;
c) são palavras que fazem parte do cotidiano da língua e relacionam-se, na sua grande
maioria, a nomes de medicamentos;
d) ironizam a linguagem rebuscada de determinadas pessoas que utilizam uma fala em-
polada no seu dia-a-dia.
e) enfatizam o uso de vocábulos estranhos e esdrúxulos, preocupando-se com a tonicida-
de e a economia das palavras.
216. UFF-RJ
“Educai o coração da mulher, esclarecei seu intelecto com o estudo de coisas úteis e com a
prática dos deveres, inspirando nela o deleite que se experimenta ao cumpri-los; purgai a sua alma
de tantas nocivas frivolidades pueris de que se acha rodeada mal abre os olhos à luz.
Cessai aqueles tolos discursos com os quais atordoais sua razão, fazendo-a crer que é rainha,
quando nada mais é que a escrava dos vossos caprichos. Não façais dela a mulher da Bíblia; a
mulher de hoje em dia pode sair-se melhor do que aquela; nem muito menos a mulher da Idade
Média: da qual estamos todas tão distantes que não poder-nos-ia servir de modelo; mas a mulher
que deve progredir com o século dezenove, ao lado do homem, rumo à regeneração dos povos.
Guarde-se bem o homem de ter a mulher para seu joguete, ou sua escrava; trate-a como uma
companheira da sua vida, devendo ela participar de suas alegres e tristes aventuras; considere-a
desde o berço até seu leito de morte, como aquela que exerce uma influência real sobre o destino
dele, e por conseguinte sobre o destino das nações; dedique-lhe, por último, uma educação como
exige a grande tarefa que ela deve cumprir na sociedade como o benéfico ascendente do coração;
e a mulher será como deve ser, filha e irmã dedicadíssima, terna e pudica esposa, boa e providente
mãe.”
FLORESTA, Nísia. Cintilações de uma alma brasileira. Florianópolis / Santa Cruz:
Ed. Mulheres / Ed. da UNISC, 1997 p. 115-7.
A condição indispensável para que ocorra uma mudança no papel que a mulher exerce
como “filha e irmã dedicadíssima, terna e pudica esposa, boa e providente mãe”, de
acordo com o texto, é:
a) o homem exercer uma influência real sobre o destino dela e sobre o destino das na-
ções;
b) o homem guardar-se de tratá-la como companheira da sua vida, joguete ou escrava;
c) o homem vê-la como aquela que exerce uma influência real sobre o destino dela;
d) o homem evitar vê-la como objeto e procurar tê-la como sua companheira de vida;
e) o homem ser a fonte das alegrias e desventuras dela, desde o berço até o leito de
morte.
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217. F.M. Triângulo Mineiro-MG
“Antes de tudo a atenção médica como uma forma de relação entre pessoas é provida do
atributo mágico da afeição pela condição humana, prenhe de respeito e carinho pelo semelhante,
e repousa no preceito basilar do cristianismo: ‘ama a teu próximo como a ti mesmo’.”
Jornal do Conselho Federal de Medicina. Setembro/99.
Lendo-se o trecho, conclui-se que:
a) a conhecida máxima cristã norteia qualquer forma de relação entre as pessoas;
b) entre médico e paciente deve prevalecer um código humano de fraternidade;
c) a consulta médica deve incorporar as práticas de um ritual religioso;
d) o sucesso do diagnóstico médico depende da empatia com o cliente;
e) sem uma certa dose de magia, o tratamento médico fica comprometido.
218. Cesgranrio
“O Sol muda de cor por causa da atmosfera
?Por que o Sol muda de cor durante o dia?
!A luz solar não é amarela nem vermelha, é branca. O branco resulta da soma das sete cores do
arco-íris – o violeta, o azul, o anil, o verde, o amarelo, o laranja e o vermelho. Nós enxergamos o
Sol com tonalidades diferentes, ao longo de um dia, porque a atmosfera filtra os seus raios,
separando as cores. “A nossa percepção do Sol muda por causa das irregularidades na camada de
ar que envolve a Terra e pela distância que a luz percorre na atmosfera”, explica o físico Henrique
Fleming, da Universidade de São Paulo. Existem partículas de poeira, poluição e gotículas d’água
infiltradas entre as moléculas de gás que compõem a atmosfera. Quando o Sol está alto, as cores
formadas por ondas de maior amplitude contornam essas partículas e as moléculas. Mas as meno-
res (o violeta, o azul e o anil) não conseguem se desviar e trombam, espalhando-se. Com isso,
tingem o céu de azul e o Sol fica amarelo, que é a soma das cores restantes: o verde, o amarelo,
o laranja e o vermelho. À medida que o Sol vai se pondo, seus raios têm que atravessar um pedaço
maior da atmosfera, colidindo com mais obstáculos.
 Afinal, no crepúsculo, até as ondas longas, laranja e vermelho, acabam trombando e se des-
viando, avermelhando gradativamente o horizonte (embora o resto do céu continue azul). A ver-
melha é a última onda de luz que consegue cruzar a atmosfera e nos atingir, por isso o astro-rei
fica vermelho no pôr-do-sol. Por fim, o céu fica preto com a ausência de luz: não chega mais
nenhuma cor e nem se vê mais nenhum espalhamento, pois o Sol está abaixo do horizonte.”
Superinteressante - 1997.
Assinale a idéia não contida no texto.
a) A tonalidade azul do céu se deve à ação da atmosfera sobre as cores cujas ondas têm
menor amplitude.
b) A ação da atmosfera sobre os raios solares é responsável pelas diferentes tonalidades
do Sol.
c) As cores, ao trombarem, dão aos raios solares as respectivas tonalidades.
d) As cores do arco-íris, somadas, dão à luz solar a cor branca.
e) Ao pôr-do-sol, a distância a ser percorrida pelos raios solares aumenta.
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Leia o texto a seguir e responda às questões 219 a 221.
“Falando em leitura...
Falando em leitura, podemos ter em mente alguém lendo jornal, revista, folheto, mas o mais
comum é pensarmos em leitura de livros. E quando se diz que uma pessoa gosta de ler, ‘vive
lendo’, talvez seja rato de biblioteca ou consumidor de romances, histórias em quadrinhos, foto-
novelas. (...) Sem dúvida, o ato de ler é usualmente relacionado com a escrita, e o leitor visto como
decodificador da letra. Bastará porém decifrar palavras para acontecer a leitura? Como explica-
ríamos as expressões de uso corrente ‘fazer a leitura’ de um gesto, de uma situação; ‘ler o olhar de
alguém’, ‘ler o tempo’; ‘ler o espaço’, indicando que o ato de ler vai além da escrita?
Se alguém na rua me dá um encontrão, minha reação pode ser de mero desagrado, diante de
uma batida casual, ou de franca defesa, diante de um empurrão proposital. Minha resposta a esse
incidente revela meu modo de lê-lo. Outra coisa: às vezes passamos anos vendo objetos comuns,
um vaso, um cinzeiro, sem jamais tê-los de fato enxergado; limitamo-los à sua função decorativa
ou utilitária. Um dia, por motivos os mais diversos, nos encontramos diante de um deles como se
fosse algo totalmente novo. O formato, a cor, a figura que representa, seu conteúdo passam a ter
sentido, melhor, a fazer sentido para nós.
Só então se estabeleceu uma ligação efetiva entre nós e esse objeto. E consideramos sua beleza
ou feiura, o ridículo ou adequação ao ambiente em que se encontra, o material e as partes que o
compõem. (...)
(...) Será assim também que acontece com a leitura de um texto escrito?
Com freqüência nos contentamos, por economia ou preguiça, em ler superficialmente, ‘passar
os olhos’, como se diz. Não acrescentamos ao ato de ler algo mais de nós além do gesto mecânico
de decifrar os sinais. Sobretudo se esses sinais não se ligam de imediato a uma experiência, uma
fantasia, uma necessidade nossa.
Reagimos assim ao que não nos interessa no momento. Um discurso político, uma conversa,
uma língua estrangeira, uma aula expositiva, um quadro, uma peça musical, um livro. Sentimo-
nos isolados do processo de comunicação que essas mensagens instauram – desligados. E a ten-
dência naturalé ignorá-las ou rejeitá-las como nada tendo a ver com a gente. Se o texto é visual,
ficamos cegos a ele, ainda que nossos olhos continuem a fixar os sinais gráficos, as imagens. Se é
sonoro, surdos. Quer dizer: não o lemos, não o compreendemos, impossível dar-lhe sentido por-
que ele diz muito pouco ou nada para nós.
Por essas razões, ao começarmos a pensar a questão da leitura, fica um mote que agradeço a
Paulo Freire:
‘a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade
da leitura daquele’.“
MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. São Paulo, Ática. p. 7-10.
219. UFR-RJ Partindo-se das reflexões da autora, pode-se concluir que o ato de ler é, em
última análise, um:
a) gesto mecânico de decifrar sinais;
b) gesto rotineiro de “passar os olhos”;
c) ato de construir sentido para aquilo que se lê;
d) ato prazeroso de decodificar romances, fotonovelas e histórias em quadrinhos;
e) modo de perceber as relações sintáticas que constroem o texto.
220. UFR-RJ “Ler não é uma atividade restrita ao ato de decifrar um código escrito. Ler é
interpretar. Neste sentido, a leitura é uma atividade que se constrói através de um diálogo
entre quem lê e o que é lido.”
Pode-se dizer que a afirmativa acima, em relação ao texto, está:
a) certa, pois a autora afirma que o ato de ler é usualmente relacionado com a escrita;
b) errada, pois, para a autora, basta que se decifrem as palavras para acontercer a leitura;
c) certa, pois, para a autora, o leitor é visto como um decifrador da letra se contenta em
ler superficialmente;
d) errada, pois, para a autora, só podemos ler textos escritos e esses textos precisam ter
uma relação direta com a nossa realidade;
e) certa, pois, para a autora, ainda que o indivíduo não saiba decodificar a escrita, ele
pode ser considerado leitor, na medida em que interpreta o que observa.
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221. UFR-RJ Paulo Freire, ao afirmar que “a leitura do mundo precede sempre a leitura da
palavra e que a leitura desta implica a continuidade da leitura daquele”, nos diz que:
a) quando se começa a ler a palavra não se pode deixar de ler o mundo, pois a leitura da
palavra depende da leitura do mundo;
b) quando se começa a ler o mundo não se pode deixar de ler a palavra, pois a leitura do
mundo depende da leitura da palavra;
c) quando se começa a ler a palavra não se pode deixar de ler o texto, pois a leitura do
texto depende da leitura da palavra;
d) quando se começa a ler a palavra não se pode deixar de ler o mundo, pois a leitura da
palavra não depende da leitura do mundo;
e) quando se começa a ler o texto não se pode deixar de ler cada palavra, pois a leitura de
cada palavra depende da leitura do texto.
Com base na foto abaixo, responda às questões de números 222 e 223.
“O fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado fez esta foto
num campo de refugiados instalados em equipamentos
ferroviários na fronteira da Croácia com a Sérvia e a Bós-
nia, em 1994.
Assim como textos, fotografias podem ser lidas: o
menino que aparece no primeiro plano funciona como o
tema da foto, enquanto o trem no segundo plano co-
menta este tema.”
SALGADO, Sebastião. Êxodos. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
222. UERJ A escolha da figura humana no primeiro plano busca provocar no espectador a
seguinte atitude:
a) questionar a opção pelo tema; c) surpreender-se com o gesto do menino;
b) admirar a composição com o fundo; d) refletir sobre o desamparo da criança.
223. UERJ O fotógrafo, ao enquadrar o trem parado ao fundo, onde os refugiados se encon-
travam instalados, ressalta o contraste entre:
a) o metal e a terra; c) o progresso e a guerra;
b) o real e o imaginário; d) a infância e o mundo adulto.
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LÍNGUA PORTUGUESA
INTERPRETAÇÃO DE
TEXTO I
1. V – F – V – V – F – F
2. V – F – V – F
3. b
4. c
5. c
6. e
7. c
8. V – V – F – V
9. 54
10. b
11. b
12. b
13. b
14. c
15. F – V – F – F – V – V
16. V – V – V – F – F
17. V – F – V – F – F
18. a
19. a
20. b
21. b
22. d
23. c
24. b
25. a
26. c
27. V – V – F – F – V
28. V – V – F – F – F
29. b
30. b
31. c
32. b
33. a
34. d
35. c
36. V – V – F – V
37. F – V – V – V
38. V – F – F
39. a
40. c
41. 56
42. d
43. d
44. c
45. b
46. c
47. F – F – F – V
48. 02
49. 01
50. e
51. a
52. e
53. c
54. d
55. d
56. c
57. 07
58. 56
59. 28
60. 34
61. 25
62. b
63. c
64. a
65. d
66. b
67. b
68. d
69. c
70. 05
71. c
72. d
73. V – V – V – F
74. V – V – V – F
75. V – F – F – F
76. F – V – V – V
77. a
78. b
79. e
80. a
81. d
82. a
83. e
84. b
85. d
86. b
87. b
88. e
89. V – V – F – F – V
90. V – V – F – V – F
91. V – V – F – V – F
92. V – V – F – V
93. V – F – V – F – V – F
94. V – V – F – F – V
95. V – V – F – V – F
96. d
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97. Uma dentre as formulações:
• Os textos são ambos narrados em primeira pessoa.
• O ponto de vista é interno à narrativa.
98. O primeiro texto apresenta um tom nostálgico e respeitoso diante do poder e da autorida-
de do patriarca, avô do personagem-narrador.
O segundo satiriza a família e os representantes da ordem social com quem o narrador
travou contato.
99. Nos currais do Sobradinho, no debaixo do capotão de meu avô, passei os anos de peque-
nice, que pai e mãe perdi no gosto do primeiro leite.
100. A autoridade se considera digna de trato respeitoso e cordial, e não impõe a si mesma
limites para reagir ao que julgue falta de consideração, podendo ser caprichosa, arbitrá-
ria e violenta.
101. c
102. e
103. c
104. 80
105. a
106. c
107. V – V – V – F
108. V – F – V – V
109. V – V – F – V
110. a
111. e
112. a
113. c
114. c
115. d
116. b
117. b
118. d
119. a) Narrativa.
b) O(s) dono(s) do cachorro.
- ou
O ser humano.
120. a) Julgamento pela aparência.
b) Uma dentre as frases:
• E o homem continua achando que um banho, um secador de cabelos e um perfume
disfarçam a hipocrisia, o animal desconfiado que tem dentro de nós.
• Julgamos os outros pela aparência, mesmo que tenhamos que deixar esta aparência
como melhor nos convier.
• Maquiada.
121. a) Agora surgiu uma nova.
- ou
Agora apareceu uma nova.
b) Uma dentre as reescrituras:
• As crianças enterram-no no fundo do quintal.
• As crianças o enterraram no fundo do quintal.
• As crianças enterraram o coelho no fundo do quintal.
122. a
123. c
124. V – F – V – V – V
125. F – F – F – V
126. V – F – V – F – V
127. d
128. a
129. d
130. d
131. c
132. a
133. c
134. b
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3
135. c
136. e
137. a
138. e
139. a
140. a
141. b
142. b
143. 34
144. 43
145. 26
146. F – V – V – F – F
147. F – F
148. F – V – V
149. d
150. c
151. c
152. a
153. d
154. c
155. b
156. b
157. 09
158. d
159. V – V – F – F – F
160. V – V – V – F
161. V – V – V – F
162. d
163. V – F – V – F – V
164. b
165. c
166. c
167. e
168. c
169. a
170. a
171. b
172. e
173. a
174. e
175. a
176. b
177. a
178. e
179. b
180. d
181. d
182. F – V – V – F – F
183. V – F – V – F
184. 08
185. V – F – F – V
186. 22
187. V – F – V – V
188. c
189. b
190. b
191. V – F – V – F – F – V
192. e
193. b
194. a
195. c
196. a
197. Resposta:
A concepção de amor no texto 1 indica
idealização do sentimento amoroso e da mu-
lher amada; valorização da fantasia e da ima-
ginação; caracterização do poder absoluto
do amor sobre as personagens. O tema é tra-
tado no texto 2 a partir de um tom crítico e
irônico, apontando o desencanto e o desen-
contro entre as personagens.Lili, a “que não
amava ninguém”, é a única do grupo que
ironicamente encontrou um par. Diferente
dos outros que cumpriram um destino soli-
tário ou trágico, ela se casou com J. Pinto
Fernandes, uma personagem fora da quadri-
lha.
198. 54
199. 46
200. 51
201. 04
202. c
203. b
204. a
205. e
206. b
207. a
208. d
209. e
210. d
211. e
212. c
213. e
214. d
215. a
216. d
217. b
218. c
219. c
220. e
221. a
222. d
223. c
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Texto para a questão 1.
“Desacordo no Acordo
Não esqueça dizer que, em 1888, uma questão grave e gravíssima os fez concordar também,
ainda que por diversa razão. A data explica o fato: foi a emancipação dos escravos. Estavam então
longe um do outro, mas a opinião uniu-os.
A diferença única entre eles dizia respeito à significação da reforma, que para Pedro era um ato
de justiça, e para Paulo era o início da revolução. Ele mesmo o disse, concluindo um discurso em
S. Paulo, no dia 20 de maio: “A abolição é a aurora da liberdade; esperemos o sol; emancipando
o preto, resta emancipar o branco.”
Natividade ficou atônita quando leu isto; pegou da pena e escreveu uma carta longa e mater-
nal. Paulo respondeu com trinta mil expressões de ternura, declarando no fim que tudo lhe pode-
ria sacrificar, inclusive a vida e até a honra; as opiniões é que não.
‘Não, mamãe; as opiniões é que não.’
— As opiniões é que não, repetiu Natividade acabando de ler a carta.
Natividade não acabava de entender os sentimentos do filho, ela que sacrificara as opiniões aos
princípios, como no caso de Aires, e continuou a viver sem mácula. Como então não sacrificar?...
Não achava explicação. Relia a frase da carta e a do discurso e tinha medo de o ver perder a
carreira política, se era a política que o faria grande homem. ‘Emancipado o preto, resta emanci-
par o branco’, era uma ameaça ao imperador e ao império.
Não atinou... Nem sempre as mães atinam. Não atinou que a frase do discurso não era pro-
priamente do filho; não era de ninguém. Alguém a proferiu um dia, discurso ou conversa, em
gazeta ou em viagem de terra ou de mar. Outrem a repetiu, até que muita gente a fez sua. Era
nova, era enérgica, era expressiva, ficou sendo patrimônio comum.
Há frases assim felizes. Nascem modestamente, como a gente pobre; quando menos pensam,
estão governando o mundo, à semelhança das idéias. As próprias idéias nem sempre conservam o
nome do pai; muitas aparecem órfãs, nascidas de nada e de ninguém. Cada um pega delas, verte-
as como pode, e vai levá-las à feira, onde todos as têm por suas.”
 Esaú e Jacó. Cap. 37, pág 59 – 60.
1. UEGO Assinale V, para os itens verdadeiros, e F, para os falsos:
( ) A citação: “uma questão grave, gravíssima” e “Era nova, era enérgica, era expres-
siva” – constituem exemplos de gradação de idéias.
( ) As figuras de linguagem presentes na frase do discurso, são: metáfora em “A abo-
lição é a aurora da liberdade”; metonímia em “esperemos o sol“, e, antítese, em
“preto e branco.”
( ) “Trinta mil expressões de ternura”, caracteriza um hipérbato.
( ) “– As opiniões é que não, repetiu Natividade...” ilustra um discurso indireto.
( ) Atinar, conforme o dicionário Aurélio, significa: “descobrir pelo tino, pelo ra-
ciocínio, por conjetura ou por indício; acertar com; dar com; achar. “Essas defi-
nições encaixam-se perfeitamente à interpretação que Natividade deu ao contex-
to e à frase.
LÍNGUA PORTUGUESA
FUNÇ Õ E S DA
L INGUA GE M E
F IGUR A DA
L INGUA GE M 
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Leia o texto a seguir e responda a questão.
“Sem data
Há seis ou sete dias que eu não ia ao Flamengo. Agora à tarde lembrou-me lá passar antes de vir
para casa. Fui a pé; achei aberta a porta do jardim, entrei e parei logo.
‘Lá estão eles’, disse comigo.
Ao fundo, à entrada do saguão, dei com os dois velhos sentados, olhando um para o outro.
Aguiar estava encostado ao portal direito, com as mãos sobre os joelhos. D. Carmo, à esquerda,
tinha os braços cruzados à cinta. Hesitei entre ir adiante ou desandar o caminho; continuei parado
alguns segundos até que recuei pé ante pé. Ao transpor a porta para a rua, vi-lhes no rosto e na
atitude uma expressão a que não acho nome certo ou claro: digo o que me pareceu. Queriam ser
risonhos e mal se podiam consolar. Consolava-os a saudade de si mesmos.”
ASSIS, Machado de. Memorial de Aires. In: Obra Completa. Rio de Janeiro, Aguilar, 1989.
2. UFR-RJ Em “Consolava-os a saudade de si mesmos.”, o autor está empregando a lin-
guagem:
a) denotativa.
b) coloquial.
c) conotativa.
d) paradoxal.
e) sinestésica.
3. U.F. Pelotas-RS Leia atentamente o poema abaixo:
“Lição sobre a água
Este líquido é água.
Quando pura
é inodora, insípida e incolor.
Reduzida a vapor,
sob tensão e a alta temperatura,
move os êmbolos das máquinas, que, por isso,
se denominam máquinas de vapor.
É um bom dissolvente.
Embora com exceções, mas de um modo geral,
dissolve tudo bem, ácidos, bases, sais.
Congela a zero graus centesimais
e ferve a 100, quando a pressão é normal.
Foi nesse líquido que numa noite cálida de verão,
sob um luar generoso e branco de camélia,
apareceu a boiar o cadáver de Ofélia
com um nenúfar na mão.”
GEDEÃO, Antonio. Poesias completas (1956–1967). Lisboa, Portugália, 1972. p. 244-5.
Após a leitura do poema, analise as seguintes afirmativas:
I. No texto, há uma leitura denotativa da realidade (propriedade e funções da água,
ciclo hidrológico) mesclada a uma leitura conotativa, pois na água também há um
lugar para a tragédia humana.
II. A mudança de tempo verbal na poesia simboliza a passagem de uma linguagem
pretensamente denotativa para uma linguagem que relata ações humanas.
III. Na segunda estrofe, há uma informação físico-química que, embora incorreta, per-
mite constatar o descompasso existente entre o mundo da ciência e o mundo da
poesia, lição pretendida pelo eu-lírico.
Com relação às afirmativas acima, pode-se dizer que está(ão) correta(s):
a) somente a afirmativa III;
b) as afirmativas I e III;
c) as afirmativas I e II;
d) as afirmativas II e III;
e) somente a afirmativa I.
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Texto para a questão 4:
“A Paz
1. Vieram famintos,
Desnudos,
Cansados.
Alforjes vazios,
5. Os olhos opacos,
Sentaram-se à mesa.
Vieram vestidos
De linho,
De seda.
10. Alforjes tão cheios
Os olhos tão ávidos,
Sentaram-se à mesa.
E ele chegou.
Na branca toalha,
15. Ao longo estendida,
Nem vinho, nem peixe,
Nem água, nem pão.
Olhou-os nos olhos,
Sentiu-lhes a fome,
20. Sentiu-lhes o frio,
Chamou-os meus filhos,
Serviu-lhes a paz.”
Neusa Peçanha.
4. IESB Julgue os itens, segundo os critérios da leitura, compreensão e interpretação tex-
tuais.
( ) Os dois primeiros movimentos do texto juntam indivíduos de diferentes classes
sociais.
( ) olhos opacos (v.5) e olhos tão ávidos (v.11) configuram oposição em nível cono-
tativo.
( ) O terceiro movimento da leitura do texto apresenta intertextualidade com o texto
bíblico.
( ) Nos versos 16 e 17, ocorre a figura de construção chamada polissíndeto.
( ) O verso 21 poderia ser escrito assim: “Chamou-os de meus filhos”, sem incorrer
em qualquer erro gramatical.
Texto para a questão 5.
“O sistema circulatório sangüíneo é um vasto e complexo circuito de vasos que tem como peça
principal o coração, pois é do seu trabalho que resulta a força propulsora que impulsiona o sangue
através de toda a rede vascular.”
5. U. Alfenas-MG Considere as seguintes afirmações a respeito do excerto acima.
I. A função de linguagem predominante no excerto é a referencial.
II. Predominano texto o nível elevado de linguagem por situar-se acima da linguagem
padrão.
III. Na redação do texto, foi usada a linguagem de nível técnico, caracterizada por um
léxico próprio das áreas da ciência e da filosofia, entre outras.
IV. A palavra “pois” introduz oração que indica conclusão, conseqüência.
Estão corretas as afirmações dos itens:
a) I e III.
b) I e II.
c) II e IV.
d) III e IV.
e) I e IV.
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4
Leia o texto a seguir e responda a questão.
“Esparadrapo
Há palavras que parecem exatamente o que querem dizer. “Esparadrapo”, por exemplo. Quem
quebrou a cara fica mesmo com cara de esparadrapo. No entanto, há outras, aliás de nobre
sentido, que parecem estar insinuando outra coisa. Por exemplo, ‘incunábulo*’.”
QUINTANA, Mário. Da preguiça como método de trabalho. Rio de Janeiro, Globo 1987 p. 83.
*Incunábulo: [do lat. Incunabulu: berço] Adj. 1 – Diz-se do livro impresso até o ano de
1500./S.m. 2 – Começo, origem.
6. UFR-RJ A expressão “quebrar a cara” é largamente empregada na língua portuguesa com
sentido conotativo. O vocábulo que melhor traduz o emprego conotativo dessa expressão é:
a) fracassar; d) desanimar;
b) machucar-se; e) destruir.
c) desistir;
Texto para as questões 7 e 8.
“Memórias de um Sargento de Milícias (fragmento)
No capítulo XIII, intitulado Escapula, o Leonardo havia sido detido pelo Major Vidigal, mas,
driblando a escolta, no caminho para a prisão, consegui fugir.
O trecho abaixo reproduzido é parte desse capítulo e aborda, entre outras coisas, o sentimento
do Major frente à situação.
‘O Major Vidigal fora às nuvens com o caso: nunca um só garoto, a quem uma vez tivesse posto
a mão, lhe havia podido escapar, e entretanto aquele lhe viera pôr sal na moleira; ofendê-lo em
sua vaidade de bom comandante de polícia, e degradá-lo diante dos granadeiros. Quem pregava
ao Major Vidigal um logro, fosse qual fosse a sua natureza, ficava-lhe sob a proteção, e tinha-o
consigo em todas as ocasiões. Se o Leonardo não tivesse fugido, e arranjasse depois a soltura por
qualquer meio, o Vidigal era até capaz, por fim de contas, de ser seu amigo; mas tendo-o deixado
mal, tinha-o por seu inimigo irreconciliável enquanto não lhe desse desforra completa.
Já se vê pois que as fortunas do Leonardo redundavam-lhe sempre em mal; era realmente um
mal naquele tempo ter por inimigo o Major Vidigal, principalmente quando se tinha, como o
Leonardo, uma vida tão regular e tão lícita.’”
ALMEIDA, Manuel A. de. Memórias de um Sargento de Milícias. São Paulo, FTD, 1992.
7. UFMS O texto literário utiliza a língua de maneira criativa e original; por isso, muitas
vezes, uma leitura nos surpreende, pois certas palavras e expressões apresentam signifi-
cados novos ou fora do comum, e devem ser entendidas no contexto em que se encon-
tram, sob pena de a compreensão do texto como um todo ficar prejudicada. Nesse senti-
do, a expressão fora às nuvens, na 1ª linha, indica que o Major ficara:
a) indiferente. d) enfurecido.
b) eufórico. e) meditativo.
c) envaidecido.
8. UFMS Leia o texto abaixo, extraído de um ensaio sobre Memórias de um Sargento de
Milícias.
“Prodígio de humor e ironia, isento de qualquer traço idealizante, no romance não há lugar
para as tintas sentimentais e heróicas nem para o abuso de peripécias inverossímeis, tão do gosto
do romance romântico da época...”
WALDMAN, Berta. O romântico fruto de uma pisadela e de um beliscão,
em Memórias de um Sargento de Milícias, ed. citada.
Identifique entre as alternativas abaixo, retiradas do fragmento transcrito do romance, a
seqüência que apresenta sentido claramente irônico.
a) se o Leonardo (...) arranjasse depois a soltura.
b) em sua vaidade de bom comandante de polícia.
c) uma vida tão regular e tão lícita.
d) fosse qual fosse a sua natureza.
e) inimigo irreconciliável.
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9. Univali-SC
“Visões de um novo tempo
(...) Mas a cidadania não se constrói apenas com palavras, com boas intenções. Este edifício tem
como alicerce a vontade férrea de nossa gente, o desejo de interferir ativamente no comando dos
destinos da comunidade. Esta base, cremos, foi a formação moral herdada de nossos fundadores,
que acreditavam poder aqui edificar uma sociedade livre, participativa e laica, onde cada um
pudesse ter de acordo com suas capacidades e segundo suas necessidades.
Na construção de uma sociedade justa e democrática, acreditamos, tem especial relevância a
existência da imprensa livre, pluralista, que possibilite o trânsito correto da informação, indispen-
sável para a afirmação da cidadania. A continuação do exercício desta prática jornalística, da
difusão da informação de interesse público, de qualidade e com profunda afinidade com a reali-
dade, é uma das boas notícias que aguardamos para o próximo século.”
SCHRAMM, Egon José. Jornal de Santa Catarina, 22 de setembro de 1999.
Indique a opção, cuja frase, retirada do texto acima, se vale do sentido como conotativo
da linguagem:
a) Este edifício tem como alicerce a vontade férrea de nossa gente...
b) Esta base, cremos, foi a formação moral herdada de nossos fundadores...
c) ... tem especial relevância a existência da imprensa livre...
d) ... onde cada um pudesse ter de acordo com suas capacidades e segundo suas necessi-
dades.
e) A continuação do exercício desta prática jornalística, da difusão da informação de
interesse público, de qualidade e com profunda afinidade com a realidade...
10. U. Alfenas-MG
“Copo d’água no sereno
O copo no peitoril
Convoca os eflúvios da noite.
Vem o frio nervoso da serra
Vêm os perfumes brandos do mato dormindo
Vem o gosto delicado da brisa
E pousam na água.”
Carlos Drummond de Andrade.
Considere as seguintes afirmações:
I. Nas referências descritivas de seres inanimados, o autor premia os cinco sentidos do
corpo humano.
II. O texto constrói-se basicamente no uso de sinestesias e prosopéias.
III. É o tipo de texto que analisa, interpreta e explica os dados da realidade.
Está correto o que se afirma:
a) em I, II e III.
b) em II e III.
c) em I e II.
d) apenas em I.
e) apenas em II.
11. PUC-PR Considerando apenas o sentido próprio, denotativo, e não o sentido figurado,
conotativo, assinale a alternativa que contenha um sinônimo para a palavra senda:
a) vereda.
b) casa.
c) banda.
d) turma.
e) companhia.
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12. AEU-DF Leia o texto “A língua na literatura brasileira” e depois julgue os itens seguin-
tes, em relação à semântica e à estilística.
“A LÍNGUA NA LITERATURA BRASILEIRA
(Machado de Assis)
Entre os muitos méritos dos nossos livros nem sempre figura o da pureza da linguagem. Não é
raro ver intercalados em bom estilo os solecismos da linguagem comum, defeito grave a que se
junta o da excessiva influência da língua francesa. Este ponto é objeto de divergência entre os
nossos escritores.
Divergência digo, porque, se alguns caem naqueles defeitos por ignorância ou preguiça, outros
há que os adotam por princípio, ou antes por uma exageração de princípio.
Não há dúvida que as línguas se aumentam e alteram com o tempo e as necessidades dos usos
e costumes. Querer que a nossa pare no século de quinhentos é um erro igual ao de afirmar que
a sua transplantação para a América não lhe inseriu riquezas novas. A este respeito a influência do
povo é decisiva. Há portanto certos modos de dizer, locuções novas, que de força entram no
domínio do estilo e ganham direito de cidade.
Mas se isto é um fato incontestável, e se é verdadeiro o princípio que dele se deduz, não me
parece aceitável a opinião que admite todasas alterações da linguagem, ainda aquelas que des-
troem as leis da sintaxe e a essencial pureza do idioma. A influência popular tem um limite; e o
escritor não está obrigado a receber e dar curso a tudo o que o abuso, o capricho e a moda
inventam e fazem correr. Pelo contrário, ele exerce também uma grande parte da influência a este
respeito, depurando a linguagem do povo e aperfeiçoando-lhe a razão.
Feitas as exceções devidas, não se lêem muito os clássicos no Brasil.
Entre as exceções poderia eu citar até alguns escritores, cuja opinião é diversa da minha neste
ponto, mas que sabem perfeitamente os clássicos. Em geral, porém, não se lêem, o que é um mal.
Escrever como Azurara ou Fernão Mendes seria hoje um anacronismo insuportável. Cada tempo
tem o seu estilo. Mas estudar-lhes as formas mais apuradas da linguagem, desentranhar delas mil
riquezas que, à força de velhas, se fazem novas, – não me parece que se deva desprezar. Nem
tudo tinham os antigos, nem tudo temos os modernos; com os haveres de uns e outros é que se
enriquece o pecúlio comum.”
( ) Os “solecismos” de que nos fala no texto, são os erros de grafia e de pronúncia das
palavras.
( ) “Divergência” não implica diferentes posturas diante do tema abordado por Ma-
chado.
( ) Por “no século de quinhentos”, entendemos os anos de mil e quinhentos.
( ) A expressão “ganham direito de cidade” alude à irrefutável inserção de novos ter-
mos na língua e sua conseqüente aceitação por parte de todos que a utilizam.
( ) Há silepse de pessoa em “nem tudo temos os modernos”.
13. UFF-RJ Assinale a opção em que os elementos grifados nos trechos a seguir exemplifi-
cam a figura de linguagem apresentada.
a) Paronomásia é o emprego de palavras semelhantes no som, porém de sentido diferen-
te. / “Entretanto, vida diferente não quer dizer vida pior; é outra coisa.”
b) Eufemismo é uma substituição de um termo, pela qual se pode evitar usar expressões
mais diretas ou chocantes, para referir-se a determinados fatos. / “Os amigos que me
restam são de data recente; todos os antigos foram estudar a geologia dos campos
santos.”
c) Anáfora é a repetição de uma ou mais palavras no princípio de duas ou mais frases, de
membros da mesma frase, ou de dois ou mais versos. / “Ora, como tudo cansa, esta
monotonia acabou por exaurir-me também. Quis variar e 1embrou-me escrever um
livro.”
d) Metonímia é a designação de um objeto por palavra designativa de outro objeto que
tem com o primeiro uma relação. / “O que aqui está é, mal comparando, semelhante à
pintura que se põe na barba e nos cabelos, e que apenas conserva o hábito externo,
como se diz nas autópsias; o interno não agüenta tinta.”
e) Onomatopéia é o emprego de palavra cuja pronúncia imita o som natural da coisa
significada. / “Foi então que os bustos pintados nas paredes entraram a falar-me e a
dizer-me que, uma vez que eles não alcançavam reconstituir-me os tempos idos, pe-
gasse da pena e contasse alguns.”
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14. UFMT-Modificada Antes de julgar os itens abaixo, leia o texto “Atenção ao sábado”.
Use V, para os verdadeiros, e F para os falsos.
“Atenção ao Sábado
Acho que sábado é a rosa da semana; sábado de tarde a casa é feita de cortinas ao vento, e
alguém despeja um balde de água no terraço: sábado ao vento é a rosa da semana; sábado de
manhã, a abelha no quintal, e o vento: uma picada, o rosto inchado, sangue e mel, aguilhão em
mim perdido: outras abelhas farejarão e no outro sábado de manhã vou ver se o quintal vai estar
cheio de abelhas. No sábado é que as formigas subiam pela pedra. Foi num sábado que vi um
homem sentado na sombra da calçada comendo de uma cuia de carne-seca e pirão; nós já tínhamos
tomado banho. De tarde a campainha inaugurava ao vento a matinê de cinema: ao vento sábado
era a rosa de nossa semana. Se chovia só eu sabia que era sábado; uma rosa molhada, não? No Rio
de Janeiro, quando se pensa que a semana vai morrer, com grande esforço metálico a semana se
abre em rosa: o carro freia de súbito e, de súbito, antes do vento espantado poder recomeçar, vejo
que é sábado de tarde. Tem sido sábado, mas já não me perguntam mais. Então eu não digo nada,
aparentemente submissa. Mas já peguei as minhas coisas e fui para domingo de manhã. Domingo
de manhã também é a rosa da semana. Não é propriamente rosa que eu quero dizer.”
LISPECTOR, Clarice. Os melhores contos de Clarice Lispector. Seleção de Walnice Galvão, São Paulo, Global, 1997.
( ) Sábado ao vento e grande esforço metálico são construções de valor denotativo e
monossêmico.
( ) Ocorre personificação em a semana vai morrer e antes do vento espantado.
( ) A expressão Tem sido sábado deixa de indicar um dado sobre o tempo e descreve o
estado de espírito da personagem.
15. Univali-SC
“Paciência
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
A vida não pára
Enquanto o tempo acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora, vou na valsa
A vida é tão rara
Enquanto todo mundo espera a cura do mal
E a loucura finge que isso é normal
Eu finjo ter paciência
O mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência”
Lenine.
Analise as afirmações abaixo com base no texto apresentado.
I. O autor se utiliza de prosopopéia em alguns versos.
II. São também utilizadas expressões populares no texto.
III. A palavra paciência tem um sentido denotativo.
IV. Há antíteses na letra da música acima.
A alternativa correta considerando o texto apresentado é:
a) nenhuma está correta;
b) apenas a III está correta;
c) todas as afirmações estão corretas;
d) I e IV estão corretas;
e) II, III e IV estão corretas.
16. F.M. Itajubá-MG “Motivos de alegria e de tristeza” – “... trancados na ilha do nosso
egoísmo”. Reconheça as figuras de linguagem que aparecem nestas duas frases.
a) ironia e hipérbole.
b) eclipse e paralelo.
c) antítese e metáfora.
d) ênfase e comparação.
e) contraste e alusão.
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17. AUE-DF Leia o texto “Novos & velhos” e julgue os itens seguintes, em relação à se-
mântica e à estilística.
“NOVOS & VELHOS
(Mário Quintana)
Não, não existe geração espontânea. Os (ainda) chamados modernistas, com a sua livre poética,
jamais teriam feito aquilo tudo se não se houvessem grandemente impressionado, na incauta
adolescência, com os espetáculos de circo dos parnasianos.
Acontece que, por sua vez, fizeram eles questão de trabalhar mais perigosamente, sem rede de
segurança - coisa que os acrobatas antecessores não podiam dispensar.
Quanto a estes, os seus severos jogos atléticos eram uma sadia reação contra a languidez dos
românticos. E assim, sem querer, fomos uns aprendendo dos outros e acabando realmente por herdar
suas qualidades ou repudiar seus defeitos, o que não deixa de ser uma maneira indireta de herdar.
Por essas e outras é que é mesmo um equívoco esta querela, ressuscitada a cada geração, entre
novos e velhos.
Quanto a mim, jamais fiz distinção entre uns e outros. Há uns que são legítimos e outros que
são falsificados. Tanto de um como de outro grupo etário.
Porque na verdade a sandice não constituiu privilégio de ninguém, estando equitativamente
distribuída entre novos e velhos, em prol do equilíbrio universal.
E, além de tudo, os novos significam muito mais do que simples herdeiros: embora sem saber,
embora sem querer, são por natureza os nossos filhos naturais.”
( ) No texto “geração espontânea” reporta-se a criação súbita, explosão criadora.
( ) Ao colocar entre parênteses a palavra “ainda” , Quintana alude ao sentido denota-
tivo da palavra modernista.
( ) Os “acrobatas” são os poetas parnasianos em oposição aos nefelibatas simbolistas.
( ) A expressão “sem redede segurança” significa sem as amarras da técnica poética
tradicional.
( ) Há ironia em “a sandice não constitui privilégio de ninguém”.
18. UFMS A conotação ocorre quando as palavras ganham, no texto em que estão inseri-
das, um outro sentido que se acrescenta ao seu sentido primeiro (sentido denotativo,
próprio, habitual). Sendo assim, identifique, entre os trechos abaixo, retirados do texto
de Raquel Noveira, aquele(s) em que há presença de conotação.
“Faz parte de nossa tradição tomar mate. Chimarrão é o mate cevado, sem açúcar, regado a água
quente. Tereré é o refresco, bem gelado. De acordo com o clima, passa-se do chimarrão ao tereré.
Para tomar mate é necessário adquirir-se uma cuia, morena e matuta, uma bomba ou bombilha
e a erva moída, tudo semelhante a ‘um coração verde com uma artéria de prata’, conforme
poema do gaúcho Aparício Silva Rillo.
O ideal é tomá-lo numa grande roda, sob um laranjal.
Se houver os serviços de alguma bugra para ‘carregar mate’, ótimo. ‘Carregar mate’ significa
alguém ficar segurando a chaleira, passar a cuia de uma mão para a outra, de uma boca para a
outra, respeitando a vez de cada um, a animação da prosa e o ritmo dos sorvos. Levar a chaleira lá
dentro para esquentar de novo quando a água começar a esfriar, para não azedar o mate.
É bom que haja no céu um sol bem vermelho e uma poeira cor-de-tijolo envolvendo tudo.
Se for na hora do quiriri e algumas estrelas perfurarem a tarde com suas pontas de lata, a
conversa será mais lenta.
Se alguém falar alguma frase, alguma palavra em guarani, como chê-kambá ou cunhataí, dará
mais sabor à erva.
Importante mesmo é que haja um clima de comunhão, de cachimbo da paz, tudo muito morno
e quente. (...)”
NOVEIRA, Raquel. O arado e a estrela. Campo Grande, Ed. UCDB, 1996. p. 23.
01. “Chimarrão é o mate cevado, sem açúcar, regado a água quente.”
02. “... tudo semelhante a ‘um coração verde com uma artéria de prata’, conforme poe-
ma do gaúcho Aparício Silva Rillo.”
04. “O ideal é tomá-lo numa grande roda, sob um laranjal.”
08. “É bom que haja no céu um sol bem vermelho e uma poeira cor-de-tijolo envolvendo tudo.”
16. “Se for na hora do quiriri e algumas estrelas perfumarem a tarde com suas pontas de
lata, a conversa será mais lenta.”
Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas.
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19. U. Alfenas-MG “Os prédios são altos e se espreitam traiçoeiramente com binóculos na
sombra”. Predomina nessa frase a figura de linguagem denominada:
a) metáfora.
b) prosopopéia.
c) hipérbole.
d) eufemismo.
e) ironia.
20. Univali-SC Indique o item em que a figura de linguagem existente nas manchetes, reti-
radas de revistas de circulação nacional, está denominada corretamente entre parênteses:
a) “O pai do ciberespaço” – Isto é, 14/04/99 (PLEONASMO).
b) “A supermoeda murchou“ – Veja, 27/01/99 (METONÍMIA).
c) “A canoa furada dos impostos” – Veja, 30/06/99 (METÁFORA).
d) “Um passado escrito por pólen e lascas de madeira” – Superinteressante, agosto/99
(ANTÍTESE).
e) “O gigante e os anões” – Superinteressante, agosto/99 (PROSOPOPÉIA).
Leia o texto abaixo e responda às questões 21 e 22.
“...............
Dois homens tramando um assalto.
– Valeu, mermão? Tu traz o berro que nóis vamo rendê o caixa bonitinho.
Engrossou, enche o cara de chumbo. Pra arejá.
– Podes crê. Servicinho manero. É só entrá e pegá.
– Tá com o berro aí?
– Tá na mão.
Apareceu um guarda.
– Ih, sujou. Disfarça, disfarça...
O guarda passa por eles.
– Discordo terminantemente. O imperativo categórico de Hegel chega a Marx diluído pela feno-
menologia de Feurbach.
– Pelo amor de Deus! Isso é o mesmo que dizer que Kierkegaard não passa de um Kant com
algumas sílabas a mais. Ou que os iluministas do século 18...
O guarda se afasta.
– O berro, tá recheado?
– Tá.
– Então vamlá.”
Luís Fernando Veríssimo.
21. UEMS Sobre a linguagem utilizada nesse trecho, é correto afirmar:
I. Foram utilizados dois níveis de linguagem, sendo um popular, cheio de gírias, e
outro culto, com vocabulário rico.
II. A linguagem utilizada pelos assaltantes pode ser considerada correta apenas no se-
gundo momento de suas falas, ou seja, na passagem do guarda.
III. O conteúdo e o vocabulário da linguagem dos assaltantes não está de acordo com os
níveis de linguagem empregados.
Estão corretas:
a) II e III. d) I e III.
b) I. e) I e II.
c) I, II e III.
22. UEMS A expressão “Tu traz o berro que nóis vemo rendê o caixa bonitinho”, poderia
ser substituída, sem mudar o sentido, em linguagem formal, por:
a) Você traz o revólver que nós vamos dominar o caixa bonito.
b) Me traga o revólver que nós vamos dominar facilmente o caixa.
c) Tu trazes o revólver que vais dominar o caixa.
d) Traga-me o revólver que vamos dominar de maneira bela o caixa.
e) Traga o revólver que vamos dominar facilmente o caixa.
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23. U. Alfenas-MG Definição: “Silepse é uma figura de linguagem que ocorre quando efe-
tuamos a concordância não com os termos expressos, mas com a idéia a eles associada
em nossa mente”. Assinale a alternativa em que esse tipo de figura acontece.
a) Aos amigos faltou-lhes coragem.
b) Vi com meus próprios olhos.
c) “Luar, espere um pouco / Que é pro meu samba poder chegar.”
d) Toda profissão tem seus espinhos.
e) “Quando a gente é novo, gosta de fazer bonito.”
24. U. Alfenas-MG
“Ninguém coça as costas da cadeira.
Ninguém chupa a manga da camisa.
(...)”
José Paulo Paes.
Na composição do excerto, o poeta emprega termos figurados por falta de palavras mais
apropriadas. A figura de linguagem em questão é a:
a) catacrese.
b) sinestesia.
c) metáfora.
d) metonímia.
e) perífrase.
25. U.E. Londrina-PR Leia os poemas abaixo:
“Pronto pra outra
gravei seu olhar seu andar
sua voz seu sorriso.
você foi embora
e eu vou na papelaria
comprar uma borracha.”
CHACAL. Drops de abril. 2ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1984. p. 87.
“Happy End
o meu amor e eu
nascemos um para o outro
agora só falta quem nos apresente”
CACASO. Beijo na boca. Rio de Janeiro: 7 letras, 2000. p. 13.
Sobre os poemas, é correto afirmar:
a) Ambos redimensionam a desilusão amorosa tanto através da elevação espiritual quan-
to do recurso a elementos prosaicos.
b) Ambos focalizam a temática amorosa, despertando atenções para o eu-lírico, que so-
fre transformações decisivas do passado para o futuro.
c) Ambos enfocam a temática amorosa, através da ironia que minimiza diferenças entre
passado, presente e futuro.
d) Ambos ignoram a temática amorosa, preferindo dar ênfase aos assuntos cotidianos,
como na poesia marginal em geral.
e) Ambos ridicularizam a desilusão amorosa, embora continuem professando a fé no
amor definitivo que não será superado sequer pela morte.
26. UFR-RJ No fragmento “que bom passar a mão no som da percalina” percebe-se:
a) a correlação entre o sentido próprio e o sentido figurado das palavras;
b) relação de termos que consiste no uso do todo pela parte;
c) suavização de uma idéia através da substituição de uma palavra;
d) relação entre percepção de sentidos diferentes;
e) emprego de termos que se referem a conceitos contrários.
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27. UFGO-Modificada
“Mestre do Coro
Quem te ensinô essa mandinga?
- Foi o nego de sinhá.
O nego custô dinhero,
dinhero custô ganhá,
Camarado.
Coro
Cai, cai, Catarina,
sarta de má, vem vê Dalina.
Mestre do Coro
Amanhã é dia santo,
dia de corpo de Deus
Quem tem roupa vai na missa,
quem não tem faz como eu.”
O fragmento transcrito apresenta um registro lingüístico próprio também das rodas de
capoeira,conforme pode ser atestado em O pagador de promessas, de Dias Gomes.
Sobre a linguagem do trecho citado, pode-se afirmar que:
( ) a variedade não-padrão cumpre seu papel comunicativo, desde que pautada pela
clareza e coerência.
( ) na 1ª estrofe, o vocábulo custô tem o mesmo sentido, nas duas construções em que
foi usado.
( ) a palavra camarado apresenta uma flexão de gênero, imprópria, de acordo com a
norma padrão.
INSTRUÇÃO: Leia atentamente o texto e julgue os itens da questão 28.
“O samba do Ernesto
O Arnesto nos convidô prum samba
Ele mora no Brás
Nóis fumo e não encontremos ninguém
Nóis vortemos com uma baita duma reiva
Da otra vez nóis num vai mais
Nóis num semos tatu
Notro dia encontremos co’ Arnesto
Qui pidiu discurpa mas nóis num aceitemos
Isso num si faiz Arnesto nóis num s’ importa
Mais você devia ter ponhado um recado na porta
Ansim
Óia turma num deu pra espera
Aduvido que isso num faiz már
Num tem importância nóis si habitua”
Adoniran Barbosa e Nicola Caparrino.
28. UFMT
( ) O texto retrata um pedido de desculpas de amigos que não se vêem há muito
tempo.
( ) “Aduvido, vortemos, ponhando, ansim, óia” são marcas de uma variedade lingüís-
tica utilizada por pessoas de pouca ou nenhuma escolaridade.
( ) “Prum, num, cuma, duma, pra” marcam a moralidade oral do texto.
( ) Sempre que é usada a primeira pessoa do plural, no texto, a desinência verbal é
adequada.
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29. Uniube-MG
“Cumprida a obrigação, Fabiano levantou-se com a consciência tranqüila e marchou para casa.
Chegou-se à beira do rio. A areia fofa cansava-o, mas ali, na lama seca, as alpercatas dele faziam
chape-chape, os badalos dos chocalhos que lhe pesavam no ombro, pendurados em correias,
batiam surdos.”
RAMOS, Graciliano, Vidas secas.
Observando-se, neste excerto de Vidas secas, a linguagem do autor, pode-se afirmar que
a expressão grifada é uma figura de linguagem denominada:
a) onomatopéia.
b) pleonasmo.
c) aliteração.
d) eufemismo.
30. U.E. Londrina-PR Observe os quadros abaixo.
O comentário irônico de Mafalda no último quadro refere-se, fundamentalmente, a uma
figura de linguagem presente nos quadros anteriores, que é:
a) hipérbole.
b) metáfora.
c) aliteração.
d) metonímia.
e) pleonasmo.
31. Uniube-MG Há figuras de linguagem em:
I. antítese em “o meu dia foi bom, pode a noite descer”;
II. prosopopéia em “a noite com seus sortilégios encontrará lavrado o campo, a casa
limpa, a mesa posta”;
III. metáfora em “com cada coisa em seu lugar”;
IV. comparação em “quando a indesejada das gentes chegar / (não sei se dura ou coroável)”.
Estão corretas as afirmativas:
a) I e II.
b) I e III.
c) I e IV.
d) II e IV.
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Leia, a seguir, o fragmento retirado do livro Macunaíma, de Mário de Andrade, e responda a
questão 32.
“– Meu avó, dá caça pra mim comer?
– Sim, Currupira fez.
Cortou carne de perna moqueou e deu pro menino, perguntando.
– O que você está fazendo na capoeira, rapaiz!
– Passeando.
– Não diga!
– Pois é, passeando...
Então contou o castigo da mãe por causa dele ter sido malévolo pros manos. E contando o
transporte da casa de novo pra deixa onde não tinha caça deu uma grande gargalhada. O Curru-
pira olhou pra ele e resmungou:
– Tu não é mais curumi, rapaiz, tu não é mais curumi não... Gente grande que faiz isso...”
32. UFGO Uma característica importante das línguas é o fato de que elas não são uniformes
nem estáticas. Fatores como região, classe social, idade, entre outros, explicam suas
variações.
Tendo em vista o comentário que você acabou de ler e as particularidades lingüísticas do
trecho de Macunaíma, julgue os itens.
( ) A construção “dá caça pra mim comer” é típica da linguagem oral, representado,
portanto, uma variação de “dê-me caça para eu comer”, própria da norma padrão.
( ) O emprego de palavras como “rapaiz” e “faiz”revela variação no nível dos sons,
indicando pronúncia de um falante, no caso o Currupira, que utiliza a variedade
padrão língua.
( ) Em “por causa dele ter sido malévolo”, ocorreu uma variação no nível sintático,
uma vez que esse enunciado, na norma padrão, corresponde a “por causa de ele ter
sido malévolo”.
( ) O enunciado “Tu não é mais curumi”, apesar de ser um exemplo de falar informal,
está de acordo com a língua padrão, como se pode verificar pela concordância
verbal.
33. Cesgranrio Assinale a opção em que há correspondência entre o período e o recurso
estilístico a ele atribuído.
a) “Quem pode vai para fora” – hipérbato.
b) “Aquele jardim era meu amigo” –metonímia.
c) “Eles são as minhas aldeias” – metáfora.
d) “Uma voz de água no silêncio” – anáfora.
e) “Que bom ver outra vida! Que bom ouvir a outra face do disco!” – anástrofe.
34. U. Santa Ursula-RJ-Modificada Primeiramente, nos versos “de carne e de memória” /
“de osso e de esquecimento” e nos versos “bocas bafos bacias” / “bandejas bandeiras
bananeiras”, o autor se utiliza dos seguintes recursos de linguagem:
a) metáfora e comparação;
b) metonímia e aliteração;
c) antítese e aliteração;
d) comparação e hipérbato;
e) paradoxo e aliteração.
Língua Portuguesa - Funções da linguagem e Linguagem figurada
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1. V – V – F – F – F
2. c
3. d
4. V – V – V – V – V
5. a
6. a
7. d
8. c
9. d
10. c
11. d
12. F – F – V – V – V
13. b
14. F – V – V
15. c
16. c
17. V – V – F – V – V
18. 18
19. b
20. a
21. b
22. e
23. e
24. a
25. a
26. d
27. V – F – V
28. F – V – V – F
29. a
30. c
31. a
32. V – F – V – F
33. c
34. c
LÍNGUA PORTUGUESA
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FUNÇ Õ E S DA
L INGUA GE M E
F IGUR A DA
L INGUA GE M 
Língua Portuguesa - Vocabulário
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1. UFRN-Adaptada Essas previsões podem parecer ousadas, mas, no fundo, são até con-
servadoras”
Assinale a opção em que o vocábulo traduz o sentido de ousadas:
a) audaciosas.
b) magníficas.
c) impulsivas.
d) duvidosas.
2. Unifor-CE Assinale a alternativa em que se substitui uma frase por outra de sentido
equivalente.
a) os videogames induzem à passividade = os videogames não permitem o isolamento.
b) a ponto de não ter de esforçar-se = tanto que não precisa de muita vontade.
c) porque inibem a vontade = porque estimulam o desejo de brincar.
d) o jovem tende ao retraimento = o jovem procura distrair-se.
e) Atividades físicas e em grupo são um antídoto = exercícios físicos comuns são a
solução.
3. Emescam-ES
“Hoje, a erotização televisivamente monitorada faz da criança um consumidor precoce. Mo-
mento por não possuir suficiente discernimento e ser capaz de seduzir os adultos, que cedem aos
caprichos do desejo para se verem livres da insistência pirralha.
Aos quatro anos, eis o menino revestido de grifes e a menina embotelhada em danças da
esquizofrenia que distância a idade fisiológica da psicologia, corpo de criança e alma de mulher.
O sonho é substituído pela TV, as histórias cedem lugar aos programas de auditório, e as fadas,
bruxas e reis, aos brinquedos eletrônicos. O armário é tão cheio quanto o espírito vazio.
(...) Há crianças assustadoramente gordas de açúcar e sem afeto, cansadas perante um futuro
que ainda não viveram, viciadas em indigência intelectual e espiritual.”
Excerto de “Memória de um Dinossauro”, de Frei Betto. A Gazeta, Vitória, 08. set. 98 p. 05.
Um dos itens abaixo apresenta explicação inadequada de alguns termos usados no texto;
isso ocorre em:
a) “suficiente discernimento” – necessária competência para avaliar ou julgar com bom
senso;
b) “insistência pirralha” – teima persistente da criança;
c) “embotelhada em danças” – especialista em danças;
d) “ritmoda esquizofrenia” – ritmo que revela psicopatias e distúrbios mentais;
e) “indigência intelectual e espiritual” – pobreza de cultura e de espírito.
4. UFF-RJ No fragmento “O meu fim evidente era atar as duas pontas da vida, e restaurar
na velhice a adolescência.”, pode-se substituir a palavra em negrito, sem alteração de
sentido, por:
a) limite.
b) momento final.
c) término.
d) objetivo.
e) ponto extremo.
LÍNGUA PORTUGUESA
VO C A B UL Á R IO
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5. Univali-SC
“Retrato do Brasil quando ainda jovem
Como se explica o otimismo de nosso povo?
Algumas pesquisas e levantamentos recentes, tenham ou não a ver com as comemorações dos
500 anos de Descobrimento, revelam um Brasil cuja ambigüidade torna cada vez mais difícil
decifrá-lo e defini-lo em termos de personalidade e temperamento. De um país em crise e cheio
de mazelas, onde, segundo o IBGE, quase um quarto da população ganha R$ 4,00 por dia, o que
se esperaria? Que fosse a morada de um povo infeliz, cético e pessimista, não?
Não. Por incrível que pareça, não. Os brasileiros não só consideram seu país um lugar bom e
ótimo para viver, como estão otimistas em relação ao seu futuro e acreditam que ele se transfor-
mará numa superpotência em cinco anos. Pelo menos essa é conclusão de um levantamento
sobre a “utopia brasileira” realizado há pouco pelo Data Folha.”
VENTURA, Zuenir. Época, 08/05/2000.
Os sinônimos que poderiam ser utilizados para substituir as palavras destacadas no texto
encontram-se, respectivamente, na opção:
a) impressão / descrente / fantasia;
b) equívoco / duvidoso / infelicidade;
c) incerteza / seco / irrealização;
d) indeterminação / cego / quimera;
e) que tem dois sentidos / que não crê / felicidade.
6. Unifor-CE Assinale a letra correspondente à alternativa que preenche corretamente as
lacunas das frases apresentadas.
Sem ..............., a criança ............... os comandos do jogo eletrônico, em que ...............
eram perseguidos.
a) hesitar – compulçava –animaizinhos
b) hesitar – compulsava – animaisinhos
c) hesitar – compulsava – animaizinhos
d) exitar – compulsava – animaisinhos
e) exitar – compulçava – animaizinhos
7. Unifor-CE Uma sociedade ............... é aquela em que os ............... têm ............... dos
problemas que atingem todos aqueles que a compõem.
As lacunas serão corretamente preenchidas com:
a) armonioza – previlegiados – consciência
b) armoniosa – privilegiados – conciência
c) harmonioza – privilegiados – conciência
d) harmoniosa – previlegiados – consciência
e) harmoniosa – privilegiados – consciência
8. U.F. Juiz de Fora-MG “...Sou adepto do voto inútil! Vote inútil!!!” (Luiz Eurípedes
Massiére)
Um significado alternativo para a palavra acima destacada é:
a) partidário.
b) contrário.
c) representante.
d) rebelde.
9. U.F. Uberlândia-MG Assinale a única alternativa em que a palavra ou expressão em
negrito não está adequadamente interpretada de acordo com seu sentido no texto.
a) “Para se restringir a compreensão das mensagens a uns poucos detentores do código
lingüístico...” = limitar.
b) “O uso correto do idioma não é um refinamento...” = requinte.
c) “Porém, o oficialismo deveria, pelo menos, abster-se de usar estrangeirismos para
evitar o ridículo de ser brega...” = impedir.
d) “Não se trata de xenofobia.” = aversão a coisas estrangeiras.
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10. UFPR Leia o texto abaixo:
“A referência a Xuxa, além de providencial, é pertinente. Ela é pioneira nesse fenômeno, tão
característico do Brasil de hoje, que é a erotização das crianças. Faz anos que, consciente ou
inconscientemente, lhes dá aulas de sedução. Outras a seguiram na TV, entre louras que a imitam
e reboladoras profissionais, mas Xuxa detém a palma do pioneirismo. Merece ser considerada um
símbolo da permissividade da televisão brasileira.”
Veja, 18/08/1999.
Marque V (verdadeiro) ou F (falso) na(s) alternativa(s) em que todas as expressões são
apropriadas para substituir as expressões em negrito, sem prejuízo para o sentido do
texto.
( ) menção – apropriada – interrompe – da licenciosidade.
( ) convocação – irritante – conserva – da abertura.
( ) observação – relevante – possui – da liberalidade.
( ) menção – apropriada – conserva – da falta de limites.
( ) saudação – obrigatória – interrompe – do vale-tudo.
( ) alusão – relevante – ostenta – da liberalidade.
11. Unifor-CE O solecismo ou erro de sintaxe torna a linguagem ...............ou ...............,
por estar em ............... com as normas do padrão culto da língua.
As lacunas da frase apresentada estão corretamente preenchidas em:
a) incompreencível – imprecisa – dezacordo
b) incomprensiva – imprescisa – desacordo
c) incomprensiva – imprecisa – dezacordo
d) incompreensível – imprecisa – desacordo
e) incompreensível – imprescisa – desacordo
12. Unifor-CE O vocábulo em negrito está corretamente substituído por outro, sem prejuí-
zo do sentido original, em:
a) a influência do povo é decisiva = prejudicial.
b) não lhe inseriu riquezas novas = descobriu.
c) a receber e dar curso a tudo = ensinar.
d) depurando a linguagem = purificando.
e) se isto é um fato incontestável = divergente.
13. U. Alfenas-MG-Adaptada A palavra “então” do trecho “apontou o então chefe da As-
sessoria de Imprensa da Prefeitura como autor da nota” tem o sentido de:
a) naquela ocasião.
b) nesse caso.
c) além disso.
d) nesse tempo.
e) naquele lugar.
14. PUC-RJ-Adaptada
“Se além das prendas (...), D. Evarista era mal composta de feições, longe de lastimá-lo, agrade-
cia-o a Deus, porquanto não corria o risco de preterir os interesses da ciência...”
Machado de Assis.
As expressões abaixo estão dicionarizadas como acepções possíveis para preterir. Qual
delas melhor poderia substituir o verbo no contexto em que é empregado no texto?
a) ultrapassar.
b) omitir.
c) deixar de parte.
d) ir além de.
e) ser ilegalmente promovido.
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15. Unifor-CE A expressão em negrito está corretamente substituída por outra, sem pre-
juízo do sentido original, em:
a) provocam cíclicas retrações = periódicas diminuições.
b) premido pelas circunstâncias = decepcionado.
c) para satisfazer exigências formais = leis costumeiras.
d) mão-de-obra não-especializada = trabalho incomum.
e) um futuro se não promissor = de desesperança.
16. Uniube-MG-Adaptada A expressão “dia-a-dia” no trecho “as coisas mais simples do
nosso dia-a-dia”, pode ser substituída, sem que se altere o sentido da frase, apenas pela
expressão grifada em:
a) Não há trabalho para se fazer de supetão, mas dia a dia.
b) Dia após dia aumenta a violência em nosso país.
c) Obras de Machado de Assis fazem parte de meu cotidiano.
d) A insegurança do brasileiro aumenta a cada dia.
17. Uniube-MG “Se pintar um clima, você pode caprichar no estilo, descolar um gato e
curtir um papo legal.”
Considerando-se a variedade lingüística que se pretendeu reproduzir nessa frase, é corre-
to afirmar que a expressão proveniente de variedade diversa é:
a) pintar um clima;
b) caprichar no estilo;
c) descolar um gato;
d) curtir um papo legal.
18. Univali-SC
“Notas de um Nobel
A julgar pelas últimas declarações do escritor português José Saramago, o Prêmio Nobel de
Literatura que lhe foi atribuído em 1998 tornou-se um fardo difícil de ser carregado. Saramago
reclama de falta de tempo para escrever. Hoje ele é uma espécie de arauto da língua portuguesa
que percorre os quatro cantos do mundo propagandeando o idioma de Camões.
Os recém-lançados Cadernos de Lanzarote II, segundo volume de seus diários, vão de 1996 a
1997 e mostra um Saramago andarilho, que deixa seu lar em Lanzarote, uma das Ilhas Canárias,
dá voltaspela Europa, circula no Brasil e ainda tem tempo de salpicar as páginas de seu diário com
observações perspicazes e poéticas.
Para quem conhece os romances de Saramago, o estilo pode parecer frugal. Mas é aquele tipo
de simplicidade que só alguém que pensa e escreve bem sabe fazer. Não faltam ao escritor o senso
de humor, a ironia e uma delicadeza especial na percepção das coisas. (...)”
VOLPATO, Cadão – Época, 26 de abril de 1999.
No texto, os vocábulos arauto, perspicazes e frugal podem ser substituídos, respectiva-
mente, pelos sinônimos:
a) mensageiro – inteligentes – modesto.
b) representante – talentosas – insosso.
c) que sabe – que observam – parco.
d) eminente – sagazes – exagerado.
e) propagandista – complicadas – sóbrio.
19. F. Católica de Salvador-BA-Adaptada A substituição proposta à direita mantém o
significado do contexto em que o termo transcrito aparece em:
a) “toda” em “metade de toda a força” – qualquer.
b) “algum” em “com algum êxito” – pouco.
c) “apenas” em “foram selecionados apenas os chefes” – mal.
d) “ainda” em “O Brasil ainda tem uma vantagem” – afinal.
e) “Assim que” em “Assim que a economia voltar a crescer, isso vai ser consertado” –
Quando.
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20. Uniube-MG Assinale a única alternativa em que a palavra ou expressão em negrito não
está corretamente interpretada de acordo com seu sentido.
a) “E só estando ao abrigo das necessidades (e do mau tempo) é que poderemos, com
calma e sapiência, manipular os peões...” = sabedoria.
b) “Pena que os bispos sejam tão renitentes.” = teimosos.
c) “Acho que nenhum patriota sincero se oporia a esta medida tão salutar e higiênica” =
moralizadora.
d) “Conto com teu bom senso para tratar com severidade os trabalhadores, sem deixar-te
levar por pieguices.” = sentimentalismos.
21. F.M. Triângulo Mineiro-MG-Adaptada
“... uma relação é provida do atributo mágico...”
“... prenhe de respeito e carinho...”
“... repousa no preceito basilar do cristianismo...”
Os sinônimos mais adequados para as palavras em negrito nos trechos acima são, respec-
tivamente:
a) dotada, repleta, fundamental;
b) portadora, isenta, simples;
c) concebida, marcada, único;
d) destituída, madura, básico;
e) incentivadora, plena, indiscutível.
22. U.E. Maringá-PR Assinale a(s) alternativa(s) em que as palavras em destaque podem
ser substituídas pelas palavras que estão em itálico, respectivamente.
01. “A conclusão da primeira etapa de decodificação do genoma humano...” – o epílogo
– leitura.
02. “A complicação é que se desconhecem quantas casas e edifícios existem de fato na
metrópole e qual a função de cada um dos imóveis.” – o obstáculo – ignoram.
04. “As estimativas variam de 38.000 a 120.000” – as avaliações.
08. “As poderosas máquinas da Celera Genomics e do Projeto Genoma Humano orde-
naram as seqüências de letras...” – prostraram – as apreensões.
16. “Identificar os genes será uma tarefa árdua e mais complexa do que foi decifrar o
próprio genoma.” – um trabalho – desviar.
32. “...os geneticistas ainda são incapazes de encontrar a padaria ou a delegacia de po-
lícia no complexo DNA do ser humano.” – hábeis – no elucidado.
Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas.
23. U.F. Uberlândia-MG Assinale a única alternativa em que a palavra ou expressão em
negrito não está adequadamente interpretada de acordo com seu sentido no texto.
a) “Quis continuar a falar, para escrutar-lhe bem a alma; não pude, ele esquivou-se, e
fiquei outra vez só.” = sondar.
b) “...ninguém me dava o direito de presumir intenções e intervir nos negócios particu-
lares de uma família...” = vangloriar.
c) “Bastou que uma idéia se me afigurasse possível para que eu a acreditasse certa.” =
parecesse.
d) “...Félix achara um modo de conciliar umas e outras, amando sem casar.” = harmo-
nizar.
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24. PUC-RS
“Não vai dar certo
Outro dia, dois cientistas americanos apresentaram um pedido ao Serviço de Marcas e Paten-
tes dos Estados Unidos para registrar uma criatura que estão produzindo em laboratório. A tal
criatura seria uma mistura de homem com animal. Não se sabe direito que animal é este, mas
deram a entender que tanto pode ser um macaco como um camundongo.
É fácil imaginar um homem-macaco. Afinal, todos nós, no passado, já protagonizamos essa
dobradinha. E nem faz tanto tempo. Conheço gente que ainda se lembra de quando o avô
desceu da árvore (...) Já cruzamento de um homem com camundongo é mais difícil de visualizar.
O único parâmetro conhecido é o Mickey, o rato mais bem-sucedido da história. Em cima dele,
construiu-se um império que é, na verdade, uma ratoeira humana (...).
A idéia de cruzar artificialmente seres humanos com animais não é nova. Já foi imaginada no
começo do século pelo inglês H. G. Wells, em A Ilha do Dr. Moreau e, nos anos 50, pelo americano
James Clavell, em A Mosca da Cabeça Branca. Ambas as histórias renderam vários filmes. Em
todos eles, a parte humana levou um baita prejuízo. No filme do homem que virou mosca, o pobre
Vincent Price ficou desesperado porque, com seu corpinho de mosca, não conseguia chamar a
atenção de sua mulher, para que esta o fizesse voltar ao normal. E olhe que ele foi o cientista que
resolveu fazer a experiência.
Boa idéia. O ideal seria se os dois cientistas se oferecessem como cobaias de suas experiências.
Um cruzaria o outro com o macaco. E o outro cruzaria o um com o camundongo.”
CASTRO, Ruy. Manchete, 19/04/98 (adaptado)
Se as expressões “Outro dia”, “A tal criatura”, “dobradinha” e “corpinho”, característi-
cas da linguagem coloquial, fossem substituídas por expressões do português culto for-
mal, sem alteração básica no significado, seria correto utilizar, respectivamente:
a) Uma vez – a experiência – par – figura diminuta.
b) Dia desses – este monstro – dualidade – corpo minúsculo.
c) Certo dia – o experimento – dupla – silhueta pequena.
d) Há pouco tempo – o resultado – casal – corpete.
e) Recentemente – esse ser – parceria – corpúsculo.
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Língua Portuguesa - Vocabulário
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1. b
2. c
3. c
4. d
5. e
6. c
7. e
8. a
9. c
10. F - F - F - V - F - V
11. d
12. d
13. a
14. c
15. a
16. c
17. b
18. a
19. b
20. c
21. a
22. 01
23. b
24. e
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Língua Portuguesa - Fonologia, acentuação, ortografia e formação das palavras
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1. UFMT Leia o texto de Lourenço Diaféria e julgue os itens a seguir. Use V, para os itens
verdadeiros, e F, para os falsos.
“O grafiteiro pixou no muro caiado: ‘Herrar é umano.’
Considere as seguintes atitudes:
1. Você corrige um erro.
2. Você corrige dois erros.
3. Você não corrige nada e elogia a criatividade do grafiteiro.
4. Você fica louco da vida, xinga o cara de ignorante e manda repintar o muro.”
Lourenço Diaféria.
( ) A letra h não representa, na Língua Portuguesa, nenhuma fonema, mas é usada em
palavras que a trazem da etimologia, como humano.
( ) As letras x e ch podem representar o mesmo fonema, o que ocasiona certa dificul-
dade na escrita de palavras como pichar e xícara.
( ) Poderia ser acrescentada à “questão de múltipla escolha” mais uma alternativa:
Você corrige três erros.
2. UFSE Os encontros vocálicos das palavras SEARA e GLÓRIA encontram-se, respecti-
vamente, nas palavras:
a) ameaças e contrário;
b) biologia e adquirida;
c) científicas e biogenética;
d) negociação e países;
e) polícia e principais.
3. Unifor-CE
“Vejam que país...”
“...a lavadeira cheira a gim.”
Nas palavras em negrito observa-se uma seqüência de:
a) hiato, dígrafo e ditongo;
b) hiato, encontro consonantal e ditongo;
c) ditongo, dígrafoe hiato;
d) ditongo, dígrafo e ditongo;
e) ditongo, encontro consonantal e hiato.
4. Emescam-ES O emprego da expressão abaixo em negrito vai de encontro ao “bom uso”
da nossa língua, em:
a) Dadas as nossas origens e objetivos, existe, entre mim e eles, uma separação formal e
intransponível.
b) A EMESCAM fica situada na Avenida Nossa Senhora da Penha.
c) Daqui há pouco tempo estaremos iniciando o século vinte e um.
d) Aproveito-me desta oportunidade, para agradecer-lhe a gentileza do gesto.
e) Antigamente, enviavam-se muitas cartas em mão.
LÍNGUA PORTUGUESA
F O NO L O G IA , A C E N T UA Ç
O R T O GR A F IA E FO R M A Ç Ã
DA S PA L AV R A S
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Língua Portuguesa - Fonologia, acentuação, ortografia e formação das palavras
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5. FGV-SP A palavra língua está corretamente escrita com acento agudo e sem trema.
Assinale a alternativa em que todas as palavras estejam também corretamente grafadas.
a) Ambigüidade, guaraná, Anhanguera, tranqüilo, aguei, adquiri, distingui.
b) Anbiguidade, güaraná, Anhangüera, tranquilo, agüei, adqüiri, distingüi.
c) Ambigüidade, guaraná, Anhanguera, tranquilo, aguei, adquiri, distingui.
d) Ambiguidade, güaraná, Anhangüera, tranqüilo, agüei, adqüiri, distingüi.
e) Ambigüidade, guaraná, Anhangüera, tranqüilo, agüei, adquiri, distingui.
6. PUC-RJ Leia o período abaixo e as afirmações relacionadas às expressões nele contidas:
“O ceticismo constitui uma marca característica do conto machadiano que vem sendo
amiúde assinalada pelos estudiosos da literatura brasileira, notavelmente aqueles que se
concentram na chamada fase realista de sua obra.”
I. A separação silábica das palavras “machadiano“ e “assinalada” é, respectivamente,
ma-cha-di-a-no e as-si-na-la-da.
II. De acordo com as regras de acentuação gráfica, o verbo “constituir” escreve-se “cons-
tituía” em uma das formas do passado.
III. Sem contração de preposição com artigo, a expressão “pelos estudiosos” deveria
grafar-se “pôr estudiosos”.
IV. O advérbio derivado de “notável” deveria estar grafado no texto como “notavelmente”.
São corretas as afirmações:
a) I, II e IV.
b) II e III.
c) I e II.
d) III e IV.
e) I e III.
7. U.E. Maringá-PR-Modificada Assinale a(s) alternativa(s) em que a(s) letra(s)
destacada(s) corresponde(m) adequadamente ao(s) fonema(s) propostos(s).
01. “...um pião enlouquecido.” – fonema /k/.
02. “Séculos quentíssimos...” – fonemas / ku/.
04. “...a velocidade da rotação...” – fonema /k/.
08. “Os americanos acham...” – fonema /k/.
16. “Daqui a alguns milênios...” – fonemas /ku/.
32. “...enquanto dá voltas...” – fonemas /kw/.
64. “Nevascas, furacões...” – fonema /k/.
Dê, como resposta a soma das alternativas corretas.
8. U.F. Santa Maria-RS
“Ele domina a número cinco, atenção, vai marcar, dá de chaleira... É goooool, sensacional!”
Se essa fala fosse transcrita em nível coloquial, algumas palavras sofreriam alterações, como:
marcar → marcá
chaleira → chalera
sensacional → sensacionau
Analise as afirmações relacionadas com essas alterações fonéticas.
I. Em marcá, houve queda de consoante final e deslocamento da sílaba tônica.
II. Em chalera, houve simplificação de um ditongo decrescente em vogal simples.
III. Em sensacionau, houve substituição da consoante final por semivogal, formando um
ditongo crescente.
Está(ão) correta(s):
a) apenas I.
b) apenas II.
c) apenas III.
d) apenas I e II.
e) apenas II e III.
Língua Portuguesa - Fonologia, acentuação, ortografia e formação das palavras
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INSTRUÇÃO: Leia atentamente o texto e julgue os itens da questão 9.
“Agora in Brasile, la mejor Parker Collection du monde.
Gracias à abertura da nossa
economia, a Parker do Brasil ha
portato a tutti noi a crème de la
crème das Parkers do mundo:
Duofold Centennial, Premier,
95, 88, 180 e mucho más.
I tutto para você pagar com
money brasileiro. Come on,
venga a buscar la suya.
Perché si non vous puede ficar
sem, capisci?”
Revista Veja/SP.
9. UFMT
( ) A fábrica de canetas Parker explorou o fenômeno, da globalização lingüística, cul-
tural e econômica para lançar seu produto no mercado brasileiro.
( ) As palavras estrangeiras funcionam, no texto, como argumentos a favor da simpli-
cidade do produto anunciado.
( ) As palavras gracias, tutto e monde são formadas a partir de radicais presentes nas
palavras correspondentes do português.
( ) O fato de o espanhol, o italiano e o francês, assim como o português, serem línguas
neo-latinas facilita a compreensão da mensagem pela propaganda.
( ) O sentido de money e come on é evidente no texto, porque a língua inglesa é tam-
bém uma língua neo-latina.
( ) Na Babel global, recriada por esse texto, a confusão de línguas também impede a
comunicação.
10. UEPI Marcar a opção em que o segmento em negrito não forma dígrafo.
a) qualquer; d) velho;
b) adivinhar; e) recorria.
c) confessar;
11. FGV-SP Assinale a alternativa em que todas as palavras estejam corretamente grafadas.
a) Empolgação, através, extrangeiro, despercebido, auto-falante.
b) Eletricista, asterístico, celebral, frustado, beneficiente.
c) Assessores, pretensão, losango, asterisco, alto-falante.
d) Sicrano, vultosa, previlégio, entitular, prazeiroso.
e) Eletrecista, pretenção, ascenção, celebral, prazeiroso.
12. Unifor-CE Nas palavras Paquequer, Paraíba e caudal, ocorrem, respectivamente os
seguintes encontros:
a) ditongo – hiato – hiato;
b) dígrafo – hiato – ditongo;
c) ditongo – dígrafo – hiato;
d) dígrafo – ditongo – ditongo;
e) ditongo – dígrafo – ditongo.
13. U. Alfenas-MG O acento gráfico em “conferência” tem a regra de emprego assim ex-
pressa:
a) Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em a(s).
b) Acentuam-se as palavras proparoxítonas terminadas em ditongo crescente.
c) Acentuam-se as palavras oxítonas terminadas em a(s).
d) Acentuam-se todas as palavras paroxítonas.
e) Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em ditongo crescente.
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14. Uniube-MG São acentuadas de acordo com a mesma regra de acentuação gráfica, as
palavras da alternativa:
a) língua, obrigatório, influência.
b) filológica, necessária, lingüística.
c) português, aliás, país.
d) óbvio, úteis, alguém.
15. U.E. Maringá-PR-Modificada O fonema /s/ é expresso, na grafia da língua portugue-
sa, de várias maneiras. Assinale a(s) alternativa(s) em que todas as letras destacadas
representam na escrita o fonema /s/.
01. “A prosa literária brasileira começa no Romantismo.”
02. “...cujo ócio permitia a leitura de romances e folhetins.”
04. “Esse público buscava na literatura apenas distração.”
08. “...tão logo chegava ao final, fechava o livro e o esquecia...”
16. “...esperando o próximo, que lhe ofereceria praticamente as mesmas emoções.”
32. “...passando o tempo a torcer e a chorar por seus heróis.”
Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas.
16. FUVEST-SP Os sufixos aumentativos têm, às vezes, sentido pejorativo, ridicularizando
ou ironizando a idéia expressa. A alternativa em que este valor está presente é:
a) Ao revisar a prova, percebemos que havia um problemão a resolver.
b) Ora! Você fez um dramalhão por coisa tão insignificante.
c) Feriadão começa com o 2º maior congestionamento.
d) O casacão da noite envolveu a cidadezinha.
e) Um carro! Presentão como esse você só ganha uma vez na vida.
17. U.E. Ponta Grossa-PR Tendo em vista a acentuação gráfica e a separação silábica dos
vocábulos, assinale o que for correto.
01. São acentuados graficamente os vocábulos “só”, “é” e “dá” porque devem ser acen-
tuados todos os monossílabos tônicos terminados em a, e e o.
02. Os vocábulos “macaco”, “primata” e “apetite” não recebem acento gráfico porquenão se acentuam os paroxítonos terminados em o, a e e.
04. O vocábulo “muriqui” não é acentuado pois não levam acento gráfico os oxítonos
terminados em i.
08. O vocábulo “observação” tem quatro sílabas.
16. O vocábulo “evoluído” tem cinco sílabas.
Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas.
18. Unifor-CE Assinale a alternativa em que os dois vocábulos obedecem à mesma regra de
acentuação gráfica do vocábulo várzea.
a) cândido – armário;
b) exímio – vírus;
c) supérfluo – incêndio;
d) incluído – sandália;
e) límpido – vôo.
19. U. Alfenas-MG “Fernando Henrique fez a defesa dos países em risco”. O sufixo ESA,
usado nessa palavra em negrito na citação acima, completará corretamente a grafia de:
a) bel...............
b) cert...............
c) calabr...............
d) viuv...............
e) estranh...............
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20. UEMS Leia o texto de Rachel de Queiroz e, depois, assinale a alternativa correta.
“(...) Esse negócio de língua estrangeira em país colonizado é fogo. A começar que a nossa
língua oficial, o português, nós a recebemos do colonizador luso, o que foi uma bênção. Imagina
se, como na África, nós tivéssemos idiomas nativos fixados em profundidade, ou, então, se fosse
realidade a falada ‘língua geral’ dos índios, que alguns tentaram, mas jamais conseguiram impor
como língua oficial do brasileiro. Mesmo porque as tribos indígenas que povoaram e ainda rema-
nescem pelos sertões, cada uma fala o seu dialeto; o pataxó, por exemplo, não tem nada a ver
com o falar dos amazônicos; pelo menos é o que informam os especialistas.
Mas, deixando de lado os índios que nós, pelo menos, pretendemos ser, falemos de nós, os
brasileiros, com o nosso português adaptado a estas latitudes e língua oficial dos nossos vários
milhões de nativos. Pois aqui no Brasil, se você for a fundo no assunto, toma um susto. Pegue um
jornal, por exemplo: é todo recheado de inglês, como um peru de farofa. Nas páginas dedicadas
ao show business, que não se pode traduzir literalmente por ‘arte teatral’, tem significação mais
extensa, inclui as apresentações em várias espécies de salas, ou até na rua, tudo é show. E o leitor
do noticiário, se não for escolado no papo, a todo instante tropeça e se engasga com rap, punk,
funk, soap-opera, etc., etc. Cantor de forró do Ceará, do Recife ou Bahia só se apresenta com seu
song book, onde as melodias podem ser originalmente nativas, mas têm como palavras-chave
esse inglês bastardo que eles inventaram e não se sabe se nem os próprios americanos entendem.
No esporte é a mesma coisa, ou pior. Já que os nossos esportes foram importados (até a palavra
que os representa – sport – é inglesa). O meu querido ministro Pelé tenta descaracterizar o neolo-
gismo, chamando-o de ‘desporto’. Mas não pega.
Verdade que o jornalismo esportivo procura aclimatar o dialeto, traduzindo como pode os no-
mes importados – goal keeper já é goleiro, back é beque, e há traduções já não tão assimiladas
que ninguém diz mais senão ‘centroavante’, ‘meio-de-campo’, etc. Engraçado nós sermos um
país tão apaixonado por esporte, especialmente o futebol (não mais foot-ball), e nunca fomos
capazes de inventar nenhuma modalidade de peleja esportiva. Os índios têm lá os jogos deles,
mas devem ser chatos ou difíceis, já que a gente não os conhece nem de nome. Ficamos nas
adaptações tipo ‘futevôlei’, que, pelo menos, é engraçado.”
Rachel de Queiroz.
Palavras como show, rap, funk e hot dog, hamburger, milk shake:
a) São estrangeirismos que, segundo a gramática normativa, são termos necessários que
assumem forma da língua portuguesa e podem ser usados quando necessários.
b) Atestam a pobreza lingüística da língua portuguesa, incapaz de formar palavras para
designar aqueles elementos.
c) São anglicismos que poderiam muito bem ser excluídos da língua que falamos.
Correio do Estado 21/05/2000.
d) São galicismos que poderiam muito bem ser excluídos da língua que falamos.
e) São estrangeirismos e por isso não contribuem para a boa linguagem.
21. Unifor-CE Assinale a alternativa em que os dois vocábulos obedecem à mesma regra de
acentuação gráfica do vocábulo ignorância.
a) sacrário – difícil; d) tórax – ingênuo;
b) ônibus – ígneo; e) convênio – válido.
c) colégio – sério;
22. F.I. de Vitória-ES Assinale a opção em que se fez, entre as expressões entre parênteses,
a escolha inadequada para o preenchimento da lacuna:
a) O Brasil perdia para Camarões nas Olimpíadas. Todos pensaram que ele fosse ...............
o placar, mas Camarões venceu.
(inverter – reverter) expressão escolhida: reverter.
b) Há gente que pretende ............... as drogas mais leves, como a maconha.
(descriminar – discriminar) expressão escolhida: descriminar.
c) Quando a chuva começou, ele viu que, sem guarda-chuva, iria passar ............... .
(despercebido – desapercebido ) expressão escolhida: desapercebido
d) Ele pensa exatamente como eu. Suas idéias vão ............... minhas.
(ao encontro das – de encontro às) expressão escolhida: ao encontro das.
e) Não estou ______ desses problemas políticos.
(a par – ao par) expressão escolhida: a par.
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23. U.F. Santa Maria-RS Em qual alternativa os pares de palavras não seguem a mesma
regra de acentuação?
a) “pátria” – “próprio”. d) “só” – “três”.
b) “Até” – “propôs”. e) “áreas” – “Mário”.
c) “espécie” – “idéias”.
24. FUVEST-SP
“Só os roçados da morte
compensam aqui cultivar,
e cultivá-los é fácil:
simples questão de plantar;
não se precisa de limpa,
de adubar nem de regar;
as estiagens e as pragas
fazem-nos mais prosperar;
e dão lucro imediato;
nem é preciso esperar
pela colheita: recebe-se
na hora mesma de semear.”
NETO, João Cabral de Melo. Morte e vida severina.
O mesmo processo de formação da palavra sublinhada em “não se precisa de limpa”
ocorre em:
a) “no mesmo ventre crescido”.
b) “iguais em tudo e na sina”.
c) “jamais o cruzei a nado”.
d) “na minha longa descida”.
e) “todo o velho contagia”.
25. U.E. Ponta Grossa-PR-Modificada Assinale o que for correto.
01. Em “química” se usa acento gráfico no “i” pelo mesmo motivo por que se acentua o
“i” de “dirigíveis”.
02. Os vocábulos “século” e “inédito” acentuam-se graficamente pelo mesmo motivo
por que se acentua “câmera”.
04. Há duas sílabas em “ruas” e quatro em “aparelhos”.
08. Os vocábulos “tecnologia” e “inimaginadas” têm cinco e seis sílabas respectivamente.
16. Os artigos definidos, como em “as páginas”, “os parisienses”, “a capital” e “o ar”,
são monossílabos átonos, por isso jamais recebem acento gráfico.
Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas.
26. UFMT Para julgar os itens que seguem, leia o texto “Eiros”.
Use V, para as verdadeiras, e F, para os falsos.
“Eiros
A leitora Elza Marques Marins me escreve uma carta divertida estranhando que ‘brasileiro’ seja
o único adjetivo pátrio conhecido em ‘eiro’ que, segundo ela, é um sufixo pouco nobre. Existem
suecos, ingleses e brasileiros, como existem médicos, terapeutas e curandeiros. (...)
É a diferença entre jornalista e jornaleiro ou entre músico ou musicista e roqueiro, timbaleiro ou
seresteiro. Há o importador e há o muambeiro. ‘Se você começou como padeiro, açougueiro ou
carvoeiro’ – escreve Elza – ‘as chances são mínimas de acabar como advogado, empresário, gran-
de investidor ou latifundiário, a não ser que se dê o trabalho de ser político antes’. Aliás, há
políticos e politiqueiros. (...)”
VERÍSSIMO, Luís Fernando. Jornal do Brasil, 7/10/95.
( ) Os termos jornalistas, jornaleiro, terapeutas e curandeiros são formados pelo pro-
cesso de derivação parassintética.
( ) A forma -eiro tem o mesmo significado emtodas as suas concordâncias.
( ) O morfema -eiro é usado exclusivamente para formar adjetivos a partir de substantivos.
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27. Unifor-CE A série em que se observa a mesma regra de acentuação da palavra em ne-
grito no segmento “uma escolta de professores e funcionários” é:
a) contemporânea – provável – contrário;
b) artística – compreensível – contemporânea;
c) obrigatória – contrário – circunstâncias;
d) provável – várias – obrigatória;
e) compreensível – artístico – várias.
28. FGV-SP Assinale a alternativa em que se observe o mesmo processo de formação de
palavras que ocorre em empobrecer.
a) Apogeu. d) Crucifixo.
b) Apelar. e) Apedrejar.
c) Circular.
29. Unifor-CE Todas as palavras estão acentuadas pela mesma razão que justifica o acento
no vocábulo influência, em:
a) América, também e incontestável;
b) aceitável, domínio e até;
c) princípio, línguas e contrário;
d) lêem, clássicos e século;
e) porém, insuportável e dúvida.
30. Cesgranrio-Modificada As palavras que se acentuam, respectivamente, pelas mesmas
regras de água, céu e pôr são:
a) sábado, véu, até;
b) mágoa, heroísmo, só;
c) árvore, baú, há;
d) silêncio, heróico, pára;
e) místico, réu, aí.
31. FUVEST-SP O prefixo assinalado em “tresvariando” traduz idéia de
a) substituição.
b) contigüidade.
c) privação.
d) inferioridade.
e) intensidade.
32. U.F. Santa Maria-RS Assinale a alternativa cujas palavras devem ser acentuadas, res-
pectivamente, pelas mesmas regras de “possível”, “memória” e “atrás”.
a) fácil – vôlei – caí.
b) hífen – apóia – além.
c) caráter – cárie – até.
d) difícil – idéia – vocês.
e) vírus – fáceis – país.
33. UFRS-Modificada Considere as seguintes afirmações sobre a acentuação gráfica.
I. A palavra risível recebe o acento gráfico pela mesma regra que preceitua o uso do
acento em ridículo.
II. A palavra possuído recebe o acento gráfico pela mesma regra de aí.
III. Se fosse retirado o acento gráfico das palavras várias, pública e está, ocorreria mu-
dança de significado e de classe.
Quais estão corretas?
a) Apenas I. d) Apenas II e III.
b) Apenas II. e) I, II e III.
c) Apenas I e III.
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34. Unifor-CE A mesma regra de acentuação da palavra infância observa-se em:
a) indivíduo. d) público.
b) econômico. e) flâmula.
c) tênis.
35. U. Alfenas-MG A alternativa em que todas as palavras devem ser acentuadas grafica-
mente é:
a) pudico, bimano, flacido;
b) rubrica, erudito, ingreme;
c) prototipo, antifrase, interim;
d) ureter, tulipa, Hungria;
e) latex, crisantemo, cartomancia.
36. Cefet-PR Os textos publicitários abaixo foram retirados da Folha de São Paulo, de
19/09/2000. Assinale aquele que apresenta erro segundo a norma culta.
a) Existem coisas que o dinheiro não compra. Mas a gente promete não falar delas.
(Revista Forbes)
b) Espaço de sobra para esticar as pernas. Motor de sobra para esticar o pé. (Audi)
c) Chegou o Renault Clio Sedan. Quando mais longe for, melhor. (Renault)
d) Ele faz dois anos e nós a diferença. (Publicidade do Toyota Corolla feita pela Savoy
Sul e Motors Shopping)
e) Para conquistar você cada vez mais, a Hertz não para de conquistar o Brasil. (Hertz –
Locadora de Veículos)
37. FEI-SP Em “É impossível esquecer as profecias de Aldous Huxley em seu Admirável
Mundo Novo”, o termo em destaque foi formado por qual dos processos de formação das
palavras?
a) Derivação prefixal
b) Derivação regressiva
c) Derivação parassintética
d) Derivação sufixal
e) Derivação imprópria
38. UFSE A afirmação correta é:
a) “Há pouco” está corretamente empregado na frase: Daqui há pouco eu o verei.
b) O encontro “sc”, como em “disciplina”, ocorre corretamente em “ascensão”.
c) Grafa-se corretamente com “ç”, como em “sonegação”, o vocábulo “compreenção”.
d) Assim como “advinhar”, “admitiu” está corretamente grafado.
e) A forma “influência” completa corretamente a frase “O educador... os jovens”.
39. U. Alfenas-MG Assinale a frase em que há erro de acentuação gráfica.
a) Você tem o dever de pôr as coisas no lugar.
b) É preciso que se averigúe todas as alternativas.
c) Quê! Ela também estava lá?
d) São os sábios que constróem a verdadeira paz.
e) Foi esquecido um item na prova por falta de atenção.
40. UFRS-Modificada Assinale a alternativa que preenche correta e respectivamente as
lacunas das frases abaixo:
• “Ele se baseia numa idéia ultrapassada ............... respeito da mente humana”.
• “A inteligência não se limita ............... capacidade de raciocínio lógico”.
• “Uma pessoa excessivamente tímida ou muito agressiva terá problemas para conse-
guir um bom emprego, ............... na profissão ou ter bom relacionamento familiar”.
a) a – à – acender d) a – à – ascender
b) à – a – acender e) à – à – ascender
c) a – a – assender
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41. UFSE-PSS Analise se é V (verdadeiro) ou F (falso):
( ) Na palavra pecuária encontram-se, em seqüência, um hiato e um ditongo oral cres-
cente.
( ) A correta separação das sílabas das palavras período e dezesseis é pe-río-do e de-
zes-seis.
( ) Nas palavras hectare e filhote há em comum um encontro consonantal.
( ) Assessórios feitos de couro de avestruz atingem preços exorbitantes –Todas as
palavras assinaladas estão corretamente grafadas.
( ) Abate é exemplo de derivação regressiva.
42. FUVEST-SP
“A gente via Brejeirinha: primeiro, os cabelos, compridos, lisos, louro-cobre; e, no meio deles,
coisicas diminutas: a carinha não-comprida, o perfilzinho agudo, um narizinho que-carícia. Aos
tantos, não parava, andorinhava, espiava agora — o xixixi e o empapar-se da paisagem — as pesta-
nas til-til. Porém, disse-se-dizia ela, pouco se vê, pelos entrefios: — ‘Tanto chove, que me gela!’”
ROSA, Guimarães. “Partida do audaz navegante”, Primeiras estórias.
a) Os diminutivos com que o narrador caracteriza a personagem traduzem também sua
atitude em relação a ela. Identifique essa atitude, explicando-a brevemente.
b) “Andorinhava” é palavra criada por Guimarães Rosa. Explique o processo de forma-
ção dessa palavra.
Indique resumidamente o sentido dessa palavra no texto.
43. U. Alfenas-MG-Adaptada “Formas variantes são as palavras que com a mesma signi-
ficação, admitem grafia ou pronúncia distintas.” De acordo com essa definição, qual é a
palavra que admite forma variante?
a) cotidiana.
b) este.
c) trabalho.
d) país.
e) prática.
44. PUC-RS-Modificada
I. As palavras “caubói”, em “peão de boiadeiro virou caubói”, e “butique”, em “apeli-
dados de peões de butique”, apresentam-se de acordo com os padrões fonéticos e
gráficos da língua portuguesa.
II. Se a palavra “jeans”, do trecho “enfiados em calças jeans”, fosse adaptada ao portu-
guês, possivelmente seria grafada jins.
III. Se comparadas às palavras que lhes deram origem, “Cê”, do trecho “Cê vai querer a
costela com chantilly ou creme de leite?”, sofreu um processo de redução semelhan-
te ao ocorrido com a expressão de assentimento “tá”.
IV. Se a palavra “chantilly” do trecho anterior fosse corretamente aportuguesada, seria
grafada chantilí.
A alternativa que contém apenas afirmativas corretas é:
a) I e II.
b) I e III.
c) II e IV.
d) I, II e III.
e) I, II, III e IV.
45. U. Alfenas-MG O erro ortográfico está em:
a) catequizar, ascensão;
b) poetisa, calabreza;
c) empresa, exceção;
d) abstenção, obsessivo;
e) excesso, compreensão.
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46. U.F. Santa Maria-RS-ModificadaAssinale a alternativa em que a palavra em itálico
foi corretamente grafada:
a) Porquê, com a abertura da nossa economia, não aproveitaram para importar outro
povo?
b) Com a abertura da nossa economia, por quê não aproveitaram para importar outro
povo?
c) Com a abertura da nossa economia, não aproveitaram para importar outro povo. Por
quê?
d) Não entendi o porque de não importarem outro povo, com a abertura da nossa eco-
nomia.
e) As razões porque não importaram outro povo, com a abertura da nossa economia, são
desconhecidas para mim.
47. U. Alfenas-MG O substantivo derivado dos seguintes verbos que tem grafia diferente
dos demais é:
a) reter.
b) deter.
c) trair.
d) conseguir.
e) ceder.
48. FGV-SP Assinale a alternativa em que se observe o mesmo processo de formação de
palavras que ocorre em empobrecer.
a) Apogeu.
b) Apelar.
c) Circular.
d) Crucifixo.
e) Apedrejar.
49. UERJ Observe as seguintes palavras:
lobisomem
linguarudo
Identifique o processo de formação de cada uma delas.
50. UERJ Quanto ao processo de formação, a palavra “estatuária” é classificada do mesmo
modo que:
a) algarismo.
b) desconhecida.
c) pirogravura.
d) domingueira.
51. Unifor-CE Observe que se afirma a respeito da formação da palavra anacronismo.
I. O radical da palavra tem origem grega.
II. O prefixo – também de origem grega – significa afastamento, mudança.
III. O sufixo empregado forma substantivo, indicando resultado da ação.
Está correto que se afirma em:
a) I, somente; d) II e III, somente;
b) III, somente; e) I, II e III.
c) I e II, somente;
52. Unifor-CE Só não se encontra o mesmo processo de formação da palavra comporta-
mento em:
a) integração; d) infância;
b) endoculturação; e) transmissão.
c) significativo;
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53. U.E. Ponta Grossa-PR Quanto à formação de vocábulos, é certo que:
01. o prefixo indica negação nos vocábulos “impossíveis” e “inimaginados”;
02. o substantivo “fundação” é formado por sufixação a partir do verbo “fundar”;
04. “parisiense” é vocábulo composto formado por justaposição;
08. “simultaneamente” é vocábulo formado por parassíntese a partir de um adjetivo na
forma feminina;
16. “glamourizou” é forma de pretérito perfeito de um verbo criado por derivação sufi-
xal a partir de um estrangeirismo.
Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas.
54. UFRS Abaixo são feitas três afirmações sobre formação de palavras:
I. As palavras justificável e admirável são adjetivos formados a partir de verbos.
II. As palavras irracionais e indispensáveis apresentam o mesmo prefixo.
III. Nas palavras mental e sexual, o sufixo utilizado forma adjetivos a partir de substan-
tivos.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
55. U.F. Juiz de Fora-MG Marque a alternativa em que os elementos destacados, nas duas
palavras, possuam o mesmo significado de (in-) em: “Talvez até seja politicamente in-
correto dizer...”.
a) inexpressiva – exportados.
b) injusto – descomunal.
c) recolocava – reconhecemos.
d) preconceitos – descabidas.
56. U.F. Uberlândia-MG-Modificada Observe os afixos em destaque nos fragmentos abaixo:
I. “Virou praga o uso indevido do gerúndio.”
II. “Talvez apenas desconheçam a própria língua.”
III. “... é prova do despreparo de algumas pessoas.”
IV. “...as contribuições já incorporadas e a serem incorporadas ao nosso idioma.”
A seguir, assinale a seqüência correta, referente aos afixos em destaque.
a) Os afixos têm sentido semelhante em I e IV.
b) Os afixos têm sentido semelhante I, II e III.
c) Os afixos têm sentido semelhante em II e IV.
d) Os afixos têm sentido semelhante em III e IV.
57. Unifor-CE Assinale a alternativa em que não ocorrem, respectivamente, um radical la-
tino e um radical grego.
a) altiplano – acrobata;
b) psicultura – ictiologia;
c) multiforme – policromo;
d) dissílabo – bisavô;
e) filosofia – dicotomia.
58. Unifor-CE Os verbos alindar e afear apresentam:
a) o mesmo prefixo de origem latina que denota transformação;
b) o mesmo prefixo de origem latina que denota afastamento;
c) o mesmo prefixo de origem grega que denota negação;
d) radicais que mantêm entre os dois verbos uma relação sinonímica;
e) radicais que definem os dois verbos como cognatos entre si.
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59. U.F. Pelotas-RS-Modificada Assinale a alternativa correta, sob todos os pontos de vista.
a) “Hidrelétrica” relaciona-se com “hidratante”, embora essas palavras tenham o mesmo
elemento de composição.
b) “Termelétrica” relaciona-se com “termologia”, ainda que as duas palavras remetam à
idéia de calor.
c) “Energia” relaciona-se com “alergia”, porque ambas as palavras representam uma
ação, uma força, seja dentro de (en), seja contra alguma coisa (al).
d) “Megawatt” relaciona-se com “megalomania”, apesar de o elemento em comum sig-
nificar “grande”.
e) “Fotovoltaica” relaciona-se com “fotossíntese”, pois ambas as palavras remetem à
energia da luz, representada pelo elemento “foto”.
60. U.E. Ponta Grossa-PR Analisou-se corretamente a formação dos vocábulos em:
01. macaco-prego – substantivo composto formado pela justaposição de duas bases no-
minais;
02. recentemente – advérbio formado por sufixação a partir de um adjetivo;
04. destreza – substantivo formado por derivação sufixal com base em adjetivo;
08. mandachuvas – substantivo composto formado pela junção de uma base verbal a
uma nominal;
16. relações – substantivo formado por derivação pelo acréscimo do prefixo re- a um radical.
Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas.
61. PUC-RJ Assinale a alternativa em que todos os itens são formados a partir de um verbo.
a) sentimento, ventania, extinção, mofino;
b) resistência, regressar, cerebral, preocupação;
c) facilidade, pacificar, regularmente, alimentício;
d) fumaça, intimidade, prática, inexplorado;
e) explicável, sabedor, sofrimento, contemplação.
62. U. Alfenas-MG O sentido do radical da palavra “regularidade” não é o mesmo em:
a) desregrado. d) régulo.
b) régua. e) regularização.
c) regulador.
63. Unifor-CE Assinale a alternativa em que os três vocábulos são cognatos de tributário.
a) tribunal – tributador – tribal; d) tributo – tributar – tributável;
b) tribuna – contribuição – tributal; e) atribulação – atribular – atribulado.
c) atributo – atribuição – atributivo;
64. UFPI-Adaptada Marque a alternativa que contém exemplo de derivação imprópria.
a) abandono em “morrera de um abandono”.
b) suas em “chorando as dores das heroínas de romance, parecia sentir alívio às suas”.
c) devorar em “durante meses um devorar constante de romances”.
d) onde em “aquele aspecto da sua casa, onde encontrava...”.
e) lhe em “bastaria que um homem lhe tocasse”.
65. U.E. Ponta Grossa-PR-Modificada O potencial de afetividade do sufixo diminutivo,
para expressar a idéia de carinho, de afeto, pode ser notado em:
01. Nenhum de nós teria coragem de sacrificar o pobrezinho, que nos deu tanta alegria.
02. Embebeu de éter a bolinha de algodão.
04. E saiu para a rua, pequenino por dentro, angustiado, achando a condição humana
uma droga.
08. Você é diferente, ainda não teve tempo de afeiçoar-se ao bichinho.
16. Não é que o canário tinha ressuscitado, perdão, reluzia vivinho da silva, com uma
fome danada?
Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas.
Língua Portuguesa - Fonologia, acentuação, ortografia e formação das palavras
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66. PUC-PR Na palavra infelizmente temos três partes com um significado próprio: in,
feliz e mente. Assinale a alternativa em que todos os elementos constituem partessigni-
ficativas da palavra desigualdades:
a) de – si – gual – da – des.
b) des – igual – dade – s.
c) desi – gual – da – des.
d) des – i – gual – da – des.
e) desigual – dades.
67. Cefet-RJ Em “Como por socorro, espiei os três outros, em seus cavalos, intugidos até
então, mumumudos.”, a palavra destacada é um:
a) neologismo, obtido pela repetição de um elemento morfológico, agregado à base um
novo sentido, em relação icônica com o determinado;
b) arcaísmo, criação de intensa produtividade neste tipo de texto em que predomina a
informalidade;
c) neologismo, o que prova que os falantes da língua portuguesa, principalmente os ser-
tanejos, são conservadores;
d) arcaísmo, de relevante valor expressivo, muito usado pelo autor para mostrar a força
inovadora da língua portuguesa;
e) arcaísmo, uso típico da região sertaneja, que se caracteriza pela facilidade de invenção
de palavras novas.
68. U. Alfenas Assinale a palavra cujo significado do radical não corresponde ao do vocá-
bulo “PATRIMÔNIO”.
a) paterno.
b) apadrinhar.
c) padronizar.
d) padroeiro.
e) padre.
69. UFPE Assinale a série de palavras cujos prefixos indicam negação, como em ‘ilógico’.
a) inaproveitável –irremovível – irromper;
b) invalidar – inativo – ingerir;
c) irrestrito – improfícuo – imberbe;
d) ateu – incoercível – imerso;
e) incriminar – imiscuir – imanente.
70. Unifor-CE A alternativa incorreta em relação à formação de palavras é:
a) criaturas, escritores e escrever são vocábulos que possuem o mesmo radical.
b) ataques – é uma palavra formada por derivação regressiva.
c) autos-de-fé – ocorre, neste exemplo, composição por justaposição.
d) impossível – é uma palavra derivada por prefixação, e o prefixo indica negação, ação
contrária.
e) pseudônimo – a composição desse vocábulo é feita por um radical de origem grega.
71. U.F. Santa Maria-RS Nas palavras “intocado” e “irreconhecível”, há prefixos com o
mesmo sentido.
Em qual das alternativas a seguir as duas palavras apresentam os prefixos com esse mes-
mo sentido?
a) incluir – irregular.
b) irreal – influir.
c) impuro – ilícito.
d) irradiar – imigrar.
e) inflamar – irretocável.
Língua Portuguesa - Fonologia, acentuação, ortografia e formação das palavras
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72. U.F. Santa Maria-RS Na palavra “chaleira”, houve a intercalação de uma consoante
entre a raiz “chá” e o sufixo “eira”. O sufixo tem o sentido de “lugar que contém”.
Identifique a palavra que passou pelo mesmo processo de formação.
a) cafeteira. d) brasileira.
b) poeira. e) cabeleira.
c) laranjeira.
73. UFR-RJ-Adaptada
“aporrinhado devendo
prestação mais prestação
da casa que não comprei
mas compraram para mim.
Me firmo, triste e chateado
desfavelado”
Carlos Drummond de Andrade.
Tendo em vista o conteúdo do texto e o sentido do prefixo des-, o neologismo “desfave-
lado” significa pessoa que:
a) mora próximo à favela; d) deixou de ser favelado;
b) é contrária à favela; e) trabalha em prol da favela.
c) nunca morou na favela;
74. UFR-RJ O prefixo da palavra em negrito na oração “ao transpor a porta para a rua...”
tem, respectivamente, o significado de:
a) movimento através de;
b) movimento em torno;
c) posição além do limite;
d) movimento para além de;
e) movimento intermitente.
75. Uneb-BA Com referência ao termo “rerregulação”, pode-se afirmar que foi criado atra-
vés da utilização de:
a) prefixo que indica negação;
b) sufixo que expressa intensidade;
c) prefixo e sufixo que denotam ação momentânea;
d) prefixo e sufixo que exprimem ação freqüentativa;
e) prefixo que indica repetição e sufixo que denota ação.
76. UFR-RJ “Sentimo-nos isolados do processo de comunicação que essas mensagens ins-
tauram – desligados.”
O mesmo processo de formação da palavra desligados ocorre em:
a) superficialmente. d) impossível.
b) enxergado. e) consumidor.
c) amamenta.
77. UFF-RJ “A conversão de substantivos em adjetivos, isto é, tomar uma palavra designa-
dora (substantivo) e usá-la como caracterizadora (adjetivo), constitui um procedimento
comum em língua portuguesa.”
Assinale a opção em que a palavra em negrito exemplifica este procedimento de conver-
são de substantivo em adjetivo.
a) E depois a tomaram como espantados.
b) Fez o salto real.
c) Eram três ou quatro moças bem moças e bem gentis.
d) Com cabelos mui pretos pelas espáduas.
e) E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas.
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Língua Portuguesa - Fonologia, acentuação, ortografia e formação das palavras
F O NO L O G IA , A C E N T UA Ç
O R T O GR A F IA E FO R M A Ç Ã
DA S PA L AV R A S
1. V – V – V
2. a
3. a
4. c
5. e
6. a
7. 105
8. e
9. V – F – V – V – F – F
10. b
11. c
12. b
13. e
14. a
15. 54
16. b
17. 23
18. c
19. c
20. a
21. c
22. c
23. c
24. c
25. 26
26. F – F – F
27. c
28. e
29. a
30. d
31. e
32. b
33. d
34. a
35. c
36. e
37. a
38. b
39. d
40. d
41. V – F – F – V – V
42. a) Nem sempre os diminutivos traduzem apenas uma idéia de pequenez (valor objetivo).
Eles podem traduzir a idéia de intensidade (“Os dois estavam agarradinhos”), podem ter
um sentido pejorativo (“Que novelinha mais boba!”) ou ainda, como é o caso, transmitir
afetividade (valor subjetivo). O valor subjetivo se soma ao objetivo.
b) “Andorinhava” é um verbo criado a partir de um substantivo. Trata-se de um pro-
cesso neológico conhecido como derivação imprópria, ou seja, a palavra mudou de
classe gramatical (andorinha > andorinhar). No texto, significa que Brejeirinha ti-
nha, em um dado momento, um comportamento semelhante ao do pássaro andori-
nha, sendo tão pequena, dinâmica, ligeira e perspicaz como uma andorinha, espian-
do até “pelos entrefios”.
43. a
44. e
45. b
46. c
47. d
48. e
49. Lobisomem : composição por aglutinação.
Linguarudo: derivação sufixal.
50. d
51. e
52. e
53. 19
LÍNGUA PORTUGUESA
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Língua Portuguesa - Fonologia, acentuação, ortografia e formação das palavras
54. e
55. b
56. b
57. d
58. a
59. e
60. 31
61. e
62. d
63. c
64. c
65. 09
66. b
67. a
68. c
69. c
70. a
71. c
72. a
73. d
74. d
75. e
76. d
77. c
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Língua Portuguesa - Artigos, substantivos, adjetivos, verbos e adverbios
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A R T IG O S ,
SUB STA N T IVO S,
A D JE T IVO S , VE RB O S
E A D VÉ RB IO S
Texto para a questão 1:
“Direitos Humanos no Mundo
Os trágicos acontecimentos ocorridos em Ruanda e noutras partes do mundo realçam a neces-
sidade de fortalecer a capacidade que a comunidade internacional tem para adotar medidas pre-
ventivas, a fim de evitar as violações dos direitos humanos. O fosso entre as aspirações interna-
cionais ao gozo dos direitos humanos e a realidade das violações generalizadas desses direitos
constitui o desafio básico que deverá ser enfrentado pelo programa das Nações Unidas em maté-
ria de direitos humanos. Para eliminar esse fosso, a comunidade mundial deve individualizar e
eliminar as causas iniciais das violações. Para tal, as Nações Unidas estão a centrar os seus esforços
nas atividades destinadas a conseguir a aplicação eficaz do direito ao desenvolvimento, a definir
melhor os direitos econômicos, sociais e culturais e a conseguir que sejam mais respeitados, e, no
nível mais fundamental, a melhorar a vida quotidiana de cada ser humano.
O Centro de Direitos Humanos do Secretariado contribui para a execução do programa de
direitos humanos das Nações Unidas, mediante projetos concretos que têm por objeto ajudar a
estabelecer e reforçar as instituições democráticas e a infra-estrutura nacional e regional necessá-
ria para a proteção dos direitos humanos, no primado do direito. Em 1994, o Centro aumentouconsideravelmente as suas atividades em termos de serviços de consultoria e assistência técnica
para programas na área dos direitos humanos.”
1. IESB-DF Julgue os itens a seguir segundo critérios sintáticos e semânticos.
( ) Fosso, poderia ser permutado por hiato sem alteração de sentido.
( ) Individualizar, pode ser permutado por particularizar, sem alteração de sentido.
( ) Em “... as Nações Unidas estão a centrar os seus esforços nas atividades destina-
das a conseguir a aplicação...” a expressão em destaque poderia ser permutada por
centrando, sem modificação sintática ou semântica.
( ) Em “... as Nações Unidas estão a centrar os seus esforços nas atividades destinadas
a conseguir a aplicação...” o artigo em destaque poderia ser eliminado, sem altera-
ção sintática ou semântica.
( ) Em “...as instituições democráticas e a infra-estrutura nacional e regional necessá-
ria...” o adjetivo em destaque poderia estar no plural.
2. U.F. Juiz de Fora-MG Considerando-se o fragmento “(...) nessa questão de engenharia
genética, que promete ser a questão do novo milênio”, o artigo definido “a” indica que:
a) a questão da engenharia genética será apenas uma das questões do novo milênio;
b) a questão da engenharia genética apresenta ironias implícitas;
c) a questão da engenharia genética será a principal questão do novo milênio;
d) a questão da engenharia genética é a única questão do novo milênio.
LÍNGUA PORTUGUESA
Língua Portuguesa - Artigos, substantivos, adjetivos, verbos e adverbios
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3. Uneb-BA
“O desenvolvimento das telecomunicações entra em nova fase, que alguns técnicos denomi-
nam como a da rerregulação.”
Observe a informação divulgada por um dos editoriais da Folha de São Paulo de 9 de
julho de 2000.
O termo “a”, que aparece destacado, possui o mesmo valor morfológico no frag-
mento:
a) “os gastos públicos com tecnologias relacionadas à Internet chegam anualmente (...) a
nada menos que US$500 milhões”.
b) “Um dos instrumentos é a criação de fundos, a partir de contribuições das operadoras
de telecomunicações”.
c) “É pouco perto do desafio monumental que se abre com a atual revolução da informa-
ção digitalizada”.
d) “No Brasil, já há uma proposta de legislação prevendo a criação de um fundo dessa
natureza.”
e) “A questão mais premente é a de evitar que aumente a exclusão social”.
4. UERJ “Flexão é o processo de fazer variar um vocábulo, em sua estrutura interna, para
nele expressar dadas categorias gramaticais como gênero e número.”
A partir desse conceito, a palavra sublinhada que admite flexão de gênero é:
a) “Fez-se de triste o que se fez amante” (Vinícius de Moraes).
b) “Paisagens da minha terra,/ Onde o rouxinol não canta.” (Manuel Bandeira).
c) “Sou um homem comum/ de carne e de memória/ de osso e de esquecimento” (Ferrei-
ra Gullar).
d) “Meu amigo, vamos cantar,/ vamos chorar de mansinho/ e ouvir muita vitrola” (Car-
los Drummond de Andrade).
5. U.F. Santa Maria-RS-Modificada Identifique a alternativa que contém uma palavra
formada por derivação sufixal que se classifica, no contexto, como adjetivo.
a) brasileiro, em “o artista brasileiro dos dias atuais”;
b) criadores, em “deixou de ser um peso para os criadores”;
c) brasileiro, em “o brasileiro era um envergonhado”;
d) envergonhado, no trecho anterior;
e) brancos, em “a mistura entre negros, brancos e índios”.
6. U.F. Santa Maria-RS-Modificada Os substantivos derivados de verbos denotam ação
e são chamados deverbais. O único substantivo que não faz parte desse grupo é:
a) busca.
b) conquista.
c) grito.
d) século.
e) combate.
7. FUVEST-SP A frase em que os vocábulos sublinhados pertencem à mesma classe gra-
matical, exercem a mesma função sintática e têm significado diferente é:
a) Curta o curta: aproveite o feriado para assistir ao festival de curta-metragem.
b) O novo novo: será que tudo já não foi feito antes?
c) O carro popular a 12.000 reais está longe de ser popular.
d) É trágico verificar que, na televisão brasileira, só o trágico é que faz sucesso.
e) O Brasil será um grande parceiro e não apenas um parceiro grande.
Língua Portuguesa - Artigos, substantivos, adjetivos, verbos e adverbios
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8. UFMT Leia o texto “Um dia qualquer” antes de avaliar os itens abaixo. Use V, para os
itens verdadeiros, e F, para os falsos.
“UM DIA QUALQUER - 66583624
(Chico Amaral)
Na espuma das ondas
As meninas se lançam
As cadeiras redondas
Onde as ondas se amansam
Todo dia é na praia
Todo minuto é pra um
Todo dia é todo o tempo
O tempo todo, tempo algum
Eu passei lá na vila
Ele é de Vila Isabel
Meu nego meu jongo
Hoje eu chego na barra do céu
Você me entenda
Dança de Oxum é assim
Se joga no mundo
Cai nas ondas e volta para mim
Hoje é final de século
Hoje é um dia qualquer
Você vai ao cinema
Ou toma um foguete, ou toma um café
Hoje bobagem, drama
Hoje é um dia comum
Você deita na cama
Com os pés no século vinte e um
Então corre pra ver
Então fica para ver
Então corre pra ver
Beleza do mundo descer
Toda rua começa
Onde acaba o meu mal
De conversa em conversa
Eu já passei da capital
Era um filme domingo
Penas do paraíso
Eu só guardo o que me ensinou
que tocar é preciso”
CD–SKANK.
( ) As palavras mal e mau, em várias regiões do país, são pronunciadas de igual modo,
mas o uso, em termos de sentido, é sempre diferente.
( ) A oração Você vai ao cinema (verso 19) equivale a Vai-se ao cinema, pois a forma
de tratamento você, nessa estrofe, tem sentido indeterminado, não-específico.
( ) A regência verbal em Você vai ao cinema, segundo a gramática normativa do por-
tuguês culto, está incorreta, pois o verbo ir tem a mesma regência do verbo chegar
em chego na barra do céu (verso 12).
9. U.F. Juiz de Fora-MG Em “Como dizem que Bergaman é um gênio com um gênio
violento e difícil”, as duas ocorrências do termo “gênio” apresentam, respectiva-
mente:
a) formas diferentes e o mesmo significado;
b) formas e significados diferentes;
c) a mesma forma e o mesmo significado;
d) a mesma forma e diferentes significados.
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Língua Portuguesa - Artigos, substantivos, adjetivos, verbos e adverbios
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10. UFSE
“...a capacidade recém-adquirida do homem”
O plural da palavra em negrito em cada uma das frases abaixo se faz de modo idêntico ao
de recém-adquirida em:
a) Havia um cofre boca-de-lobo numa das salas da velha casa.
b) Um abaixo-assinado solicitava ao proprietário do terreno que não derrubasse as
árvores.
c) Naquele sítio havia uma antiga árvore-mãe, cujas sementes deram início a este
bosque.
d) O pássaro-preto costuma alimentar-se das sementes encontradas em roças.
e) Uma árvore carregada de folhas e frutos constitui uma obra-prima da natureza.
11. UFF-RJ Na flexão dos diminutivos, o uso coloquial, com freqüência, se diferencia do
uso prescrito pela gramática normativa.
Assinale o par de palavras em que os dois usos ocorrem:
a) colherzinhas – florzinhas.
b) mulherzinhas – coraçõezinhos.
c) florezinhas – mulherezinhas.
d) mulherzinhas – coraçãozinhos.
e) colherezinhas – floreszinhas.
12. UFRS-Modificada Considere as seguintes afirmações acerca do uso de artigos.
I. Caso tivéssemos uma condição em vez de condição, em “o primeiro descreve ‘an-
siedade como condição dos privilegiados’ que, livres de ameaças reais, se dão ao
luxo de ‘olhar para dentro’ e criar medos irracionais”, não haveria alteração no sen-
tido global da frase.
II. O artigo indefinido uns poderia substituir o definido os, na frase “Peritos dizem algo
mais ou menos assim: os americanos estão nadando em riqueza.”, sem que houvesse
alteração no sentido.
III. As duas ocorrências do artigo definido o anteposto às palavras psicoterapeuta e
sociólogo, notrecho “Os candidatos à ansiedade são, assim, bem mais numerosos e
bem menos ociosos do que pensam o psicoterapeuta e o sociólogo.”, poderiam ser
substituídas por um indefinido sem mudar o sentido da frase.
Quais estão corretas?
a) apenas I.
b) apenas II.
c) apenas I e III.
d) apenas II e III.
e) I, II e III.
13. PUC-PR-Modificada
“Podia ser roteiro de filme, uma versão nordestina para o Paciente Inglês, onde o aviador sobre-
vive à queda.”
Trecho do texto “O Paciente Mosoró” de Adriane Araújo. Isto é, 24/11/1999.
A expressão paciente inglês do trecho é formada por duas palavras que são, respectiva-
mente:
a) adjetivo e substantivo.
b) adjetivo e adjetivo.
c) substantivo e adjetivo.
d) substantivo e substantivo.
e) particípio e substantivo.
Língua Portuguesa - Artigos, substantivos, adjetivos, verbos e adverbios
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14. FUVEST-SP Nas expressões “triste espetáculo”, “alegria feroz” e “cidadãos que se di-
zem democratas”, os elementos sublinhados
a) alteram o sentido mais usual dos nomes que qualificam.
b) promovem um contra-senso que prejudica a objetividade dos argumentos.
c) produzem efeito estilístico desvinculado do desenvolvimento da argumentação.
d) acrescentam informações que esvaziam o sentido dos nomes a que se referem.
e) reforçam qualidades já pressupostas nos nomes a que se referem.
15. UFMS Marque a(s) proposição(ões) verdadeira(s).
01. O advérbio eminentemente é derivado do adjetivo eminente, que significa que está
em via de efetivação; que ameaça acontecer breve, como na expressão perigo emi-
nente.
02. No segmento indiferente a tudo, o uso da crase é facultativo, de modo que seria
igualmente correta a forma indiferente à tudo.
04. Em “... quando se trata de estudar...”, justifica-se a próclise do pronome oblíquo pela
presença da conjunção subordinativa.
08. No trecho “Mas, veja bem, se assim fosse, como se justificaria a influência que a
tradição popular exerceu...” estão presentes os três modos verbais da língua portu-
guesa: o indicativo, o subjuntivo e o imperativo.
16. As palavras rústica, caráter e épocas estão acentuadas corretamente, segundo a
gramática normativa, por serem todas elas proparoxítonas.
Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas.
16. Unifor-CE As lacunas da frase “Os ............... procuram ...............” estão corretamente
preenchidas em:
a) alunos-educandos – escola-modelos
b) aluno-educandos – escolas-modelos
c) alunos-educando – escolas-modelo
d) alunos-educandos – escolas-modelo
e) alunos-educando – escolas-modelos
17. UERJ
“Vestibular UERJ 2001. Construindo o cidadão do futuro.”
No enunciado acima, extraído de um folheto de divulgação deste vestibular, o vocábulo
futuro classifica-se gramaticamente como substantivo. Se, entretanto, houvesse altera-
ção para “Construindo o cidadão futuro”, a mesma palavra seria um adjetivo.
Casos como esse permitem considerar substantivos e adjetivos como nomes, que se dife-
renciam, sobretudo, pelas respectivas características a seguir:
a) invariabilidade mórfica – variabilidade em gênero e número;
b) designação de seres e conceitos – expressão de um fenômeno;
c) termo gerador de nomes derivados – resultado de uma derivação;
d) papel sintático de termo núcleo – papel sintático de modificador de outro nome.
18. FEI-SP Observe o texto: “Se as pedras da mesma casa em que viveis, desde os telhados
até os alicerces estão chovendo os suores dos jornaleiros”. O substantivo em destaque
tem como sinônimo:
a) parede.
b) chão.
c) fundação, base.
d) acabamento.
e) pintura.
Língua Portuguesa - Artigos, substantivos, adjetivos, verbos e adverbios
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19. U. Alfenas-MG
“Copo d’água no sereno
O copo no peitoril
Convoca os eflúvios da noite.
Vem o frio nervoso da serra
Vêm os perfumes brandos do mato dormindo
Vem o gosto delicado da brisa
E pousam na água.”
Carlos Drummond de Andrade.
O emprego de adjetivos e de locuções adjetivas é uma características da descrição. No
poema há quantos adjetivos?
a) 3. d) 6.
b) 5. e) 2.
c) 4.
20. FGV-SP Assinale a alternativa gramaticalmente correta.
a) Na Aliança Lusa-brasileira, os poteiros usavam ternos azuis-marinhos e as recepcio-
nistas, saias azuis-pavões.
b) Na Aliança Luso-brasileira, os porteiros usavam ternos cinzas-chumbos e as recepci-
onistas, saias verdes-olivas.
c) Na Aliança Luso-brasileira, os porteiros usavam ternos cinza-chumbo e as recepcio-
nistas, saias verde-oliva.
d) Na Aliança Lusa-brasileira, os porteiros usavam ternos cinzas-chumbo e as recepcio-
nistas, saias verdes-oliva.
e) Na Aliança Luso-brasileira, os porteiros usavam ternos cinza-chumbos e as recepcio-
nistas, saias verde-olivas.
21. UFMT Esta pergunta refere-se ao texto “Tão novo e já pendurou as chuteiras”. Use V,
para assinalar os itens verdadeiros, e F, para os falsos.
“Tão novo e já pendurou as chuteiras
I
E não foi só ele. Milhares de brasileiros pendurarão as chu-
teiras mais cedo por problemas cardiovasculares.
II
Hoje, 20% da população adulta brasileira é hipertensa, 12%
é diabética e 30% tem colesterol elevado.
III
Essas doenças, associadas a tabagismo, obesidade, estresse
e vida sedentária levam ao óbito por problemas cardiovascu-
lares, que correspondem a 32% de todos os óbitos.
IV
Não seja mais uma vítima das doenças cardiovasculares.
V
Procure seu médico e siga a sua orientação.”
Veja. 23/06/99, p. 153.
( ) As formas verbais seja, procure e siga estão no imperativo, 3ª pessoa do singular
e podem ser entendidas como um conselho ao interlocutor.
( ) As formas verbais foi e é são, respectivamente, dos verbos ir e ser; a primeira no
pretérito e a segunda no presente.
( ) A palavra composta cardiovasculares pode também ter seus elementos usados
separadamente: cardíacos e vasculares.
( ) A palavra vítima possui um só gênero gramatical para indicar tanto seres do sexo
feminino quanto do masculino, o que abre a possibilidade de o interlocutor do texto
ser tanto homem quanto mulher.
Líder em soluções
cardiovasculares
Língua Portuguesa - Artigos, substantivos, adjetivos, verbos e adverbios
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22. U.F. Santa Maria-RS
“Fofas vingadas
Governo inglês faz campanha contra magreza excessiva
Têm os governos o direito de determinar quem é magro, quem é gordo e, acima de tudo,
quem deve sair nas páginas das revistas? Não têm, claro, principalmente em democracias soli-
díssimas como a inglesa. Mas, que estão tentando dar um jeitinho, estão. Incitadas pelo gover-
no trabalhista, as revistas de moda inglesas concordaram na semana passada em criar um
código de conduta destinado a promover a exibição de modelos de pesos e alturas variados em
seus ensaios fotográficos. Tradução: menos modelos e atrizes de biotipos esbeltíssimos, que
ditam o padrão de beleza de nossos tempos, e mais silhuetas, digamos, normais. Quem quiser
que acredite que vai funcionar. A ‘patrulha da gordura’ foi criada, muito a contragosto por
parte das revistas, depois de uma reunião promovida pela ministra para Mulheres da Inglaterra,
Tessa Jowell, sob o impacto do alerta dado no mês passado pela Associação Médica Britânica:
pela primeira vez, um estudo científico relacionou o aumento dos distúrbios alimentares (ano-
rexia e bulimia, doenças que em casos extremos podem ser letais) com a busca incessante das
adolescentes por um corpinho de sílfide, como os que vêem nas passarelas e fotos de moda.
“Vamos esmagar as imagens estereotipadas das mulheres na mídia”, convocou uma entusias-
mada ministra.
Da reunião em Londres participaram produtores de moda, jornalistas, representantes de agên-
cias de modelos e um seleto grupinho de adolescentes normais. Todas reclamaram da figura
‘impossível’ das modelos — impossível para elas,

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