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1 Aula 6 GLICOGÊNIO 2 GLICOGÊNIO: É um polímero de glicose e constitui uma forma de reserva deste açúcar. O glicogênio é sintetizado principalmente pelo fígado e músculos quando a oferta de glicose supera as necessidades energéticas imediatas destes órgãos. Glicogênio hepático: É degradado produzindo glicose, que é exportado para manter a glicemia nos períodos entre as refeições e no jejum noturno. Glicogênio muscular: Provê energia exclusivamente para a própria fibra muscular em contração intensa, quando a demanda energética ultrapassa o aporte de oxigênio. Nestas condições, apenas os carboidratos podem servir como substrato para obtenção de ATP, pois lipídios e aminoácidos só podem ser degradados aerobicamente. Em anaerobiose relativa, o glicogênio é convertido a lactato 3 GLICOGENÓLISE: (DEGRADAÇÃO DO GLICOGÊNIO) A degradação do glicogênio consiste na remoção sucessiva de resíduos de glicose, por ação de glicogênio fosforilase, uma enzima que tem piridoxal fosfato, um derivado da vit. B6, como grupo prostético. Esta enzima catalisa a fosforólise da ligação -1,4; liberando um resíduo de glicose como glicose 1-fosfato. 4 Fig. 13.1 Esquema da degradação do glicogênio. 5 A ação da glicogênio fosforilase prossegue ao longo da cadeia, liberando um a um os resíduos de glicose, mas termina quatro resíduos antes de uma ramificação. A degradação pode continuar por ação de uma outra enzima, chamada enzima desramificadora, que apresentam duas atividades distintas. Através de sua ação como transferase, transfere 3 dos 4 resíduos de glicose remanescentes junto á ramificação para uma outra extremidade de cadeia de glicogênio; formando uma nova ligação -1,4; na sua nova posição, estes resíduos podem ser liberados por ação da glicogênio fosforilase. O resíduo de glicose restante é aquele que está ligado á cadeia principal por ligação -1,6. Esta ligação é hidrolisada pela segunda atividade da enzima desramificadora, a atividade de -1,6 glicosidase. 6 No músculo: A glicose 1-fosfato é convertida pela fosfoglicomutase a glicose 6-fosfato, que pode ser degradada pela glicólise, formando lactato. No fígado, a glicose 6-fosfato é preferencialmente hidrolisada por ação da glicose 6-fosfatase, produzindo glicose, que é liberada na circulação. A degradação do glicogênio é um processo rápido e eficiente, graças a sua própria estrutura e a presença das enzimas de degradação intimamente associadas aos grânulos de glicogênio. A degradação de glicogênio, entretanto, quase nunca é completa, restando um núcleo não degradado que serve de ponto de partida para a ressíntese. 7 GLICOGÊNESE (SÍNTESE DE GLICOGÊNIO) O glicogênio é sintetizado por uma via diferente da via de degradação. A síntese consiste na repetida adição de resíduos de glicose ás extremidades de um núcleo de glicogênio. A glicose a ser incorporada deve estar sobre uma forma ativada, ligada a um nucleotídio de uracila, constituindo a uridina difosfato glicose (UDP-G). Produção de UDP-G: Fig. 13.3 Reação catalisada pela UDP-glicose pirofosforilase. 8 GLICOGÊNESE Glicose Glicose-6-fosfato Glicose-1-fosfato + UTP ATP fosfoglicomutase 9 SÍNTESE: O UDP produzindo na reação catalisada pela glicogênio sintase é reconvertido a UTP, pela nucleotídio difosfato quinase, e o Pirofosfato (HP2O 3- 7 ou PPi) é hidrolisado por ação da pirofosfatase, produzindo fosfato inorgânico (HPO4 2- ou Pi). UDP + ATP UTP + ADP PPi + H2O 2 Pi + H+ A soma de todas as reações anteriores é: Glicose + 2ATP + (glicogênio) n resíduos de glicose + H2O (glicose) n + 1 resíduos de glicose + 2 ADP + 2Pi Mostrando um gasto de 2 ATP para cada resíduo de glicose incorporado ao glicogênio. Glicogênio sintase catalisa apenas a síntese de ligação -1,4. 10 As ramificação são feitas por uma enzima ramificadora, que transfere uma pequena cadeia de 6 ou 7 resíduos de glicose da extremidade para uma parte mais interna da molécula, criando uma ligação -1,6. As reações de síntese de glicogênio, catalizada pela glicogênio sintase prevê a existência de uma cadeia de glicogênio já constituída, á qual são agregados novos resíduos de glicose. Quando isto não ocorre, o processo inicia-se de forma um pouco diferente, já que o glicogênio sintase não é capaz de catalisar a união dos dois primeiros resíduos de glicose, iniciando a cadeia de polímeros. Uma proteína, chamada glicogenina, serve de apoio ao início da síntese, através de um de seus resíduos de tirosina. Fig. 13.4 Formação de uma ramificação da cadeia do glicogênio. 11 No músculo, As reações que interconvertem glicogênio e glicose 6-fosfato são idênticas ás do fígado. No entanto, no músculo, a glicose 6-fosfato não pode originar glicose devido á ausência de glicose 6-fosfatase; além disso, a fosforilação da glicose é feita pela hexoquinase. DOENÇAS HEREDITÁRIAS DO METABOLISMO DE GLICOGÊNIO São conhecidas várias moléstias hereditárias cuja causa primária é a deficiência (ausência ou diminuição da atividade) de uma das enzimas envolvidas no metabolismo do glicogênio. Os portadores destas moléstias hereditárias geralmente apresentam aumento de depósito de glicogênio que, em alguns casos, aparecem com estrutura anormal. 12 13 Fig. 13.5 Esquema geral da degradação e síntese de glicogênio no fígado. 14 METABOLISMO DE OUTROS MONOSSACARÍDEOS E DISSACARÍDEOS Fig. 13.6 Hidrólise de sacarose e lactose. Maltose ------ > 2 glicose maltase intestinal Lactose ----- > galactose + glicose lactase intestinal * Intolerânia à lactose Sacarose ------ > frutose + glicose sacarase intestinal 15 FRUTOSE e GALACTOSE São absorvidas e metabolisadas, em sua maior parte, no fígado, através de sua conversão a intermediários da glicólise. A FRUTOSE é convertida a diidroxiacetona fosfato e gliceraldeído 3-fosfato, através das seguintes reações: GALACTOSE e glicose são epímeros, isto é, são açúcares que diferem apenas á configuração de um único átomo de carbono, neste caso, o carbono 4. Fig. 13.7 Frutose e galactose são metabolizadas pela via glicolítica. 16 17 GALACTOSEMIA Resulta do motabolismo anormal da galactose. A deficiência hereditária da galactose 1-fosfato uridil transferase provoca uma doença grave, a galactosemia, manifestada logo após o nascimento e que leva a desenvolvimento físico e mental retardados. A impossibilidade de metabolisar normalmente, a galactose leva á sua utilização por vias pouco significativas em indivíduos saudáveis, como, por exemplo, a redução a galactitol: O acúmulo de galactitol no cristalino, que tem uma aldose redutase muita ativa, leva á catarata. Os efeitos da moléstia podem ser evitados suprimindo precocemente a lactose da dieta. O diagnóstico, que portanto deve ser precoce, é feita pela dosagem da galactose 1-fosfato uridil transferase nos glóbulos vermelhos. 18 REGULAÇÃO HORMONAL Glicose plasmática: 70 – 99 mg/Dl Insulina, glucagon hormônios sexuais, epinefrina, glicocorticóides, tireoidianos, GH e outros HIPERGLICEMIA: liberação INSULINA Captação de glicose pelas células glicólise Glicogênese hepática e muscular Armazenamento de aminoácidos (fígado e músculos) e ácidos graxos (adipócitos). HIPOGLICEMIA: liberação de GLUCAGONMobilização dos depósitos de aminoácidos e ácidos graxos; Neoglicogênese; Glicogenólise.
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